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1 
 
REVISÃO PORTUGUES ISNTRUMENTAL II 
Aula 01 
 
 
Nesse sentido, o texto é considerado como uma produção linguística caracterizadora da comunicação humana; 
contudo, de acordo com a mesma autora, ele pode ser concebido a partir de duas perspectivas: 
 
 
 
 
Os linguistas alemães apontam sete fatores responsáveis pela textualidade de um discurso qualquer, por se 
referirem às situações de significação, ao uso da linguagem em contextos reais de produção de sentido: 
2 
 
 
 
Koch (2009 , p. 43) estabelece algumas críticas acerca dessa divisão entre os fatores, já que considera que, em 
uma perspectiva pragmático-cognitiva, todos os fatores estão centralizados, ao mesmo tempo, no texto e no 
usuário, pois a escolha dos elementos linguísticos para a estruturação textual é feita com base no contexto em 
que o texto será usado e nas características de seus usuários. 
Sendo assim, de acordo com Koch e Travaglia (2011), os fatores que confluem para o estabelecimento da 
coerência textual são doze: 
 
Fatores pragmáticos responsáveis pela 
textualidade 
A autora Ingedore Koch (1999: 74) mostra que a coerência depende em muito de fatores pragmáticos, já que a 
compreensão do texto depende de fatores, como: 
 
3 
 
 
 
 
Conhecimento linguístico 
A organização dos elementos da língua no texto, o modo como se ligam coesivamente, os campos semânticos 
aos quais pertencem as palavras, os recursos que permitem retomar aquilo que já foi dito, enfim todo o contexto 
linguístico — ou cotexto — contribui de maneira ativa na construção da coerência. Koch (2000, p. 26) afirma que 
o conhecimento linguístico compreende o conhecimento gramatical e o lexical. 
Os fatores de natureza linguística, cujo funcionamento textual é o estabelecimento da coerência, são: 
Conhecimento linguístico 
A organização dos elementos da língua no texto, o modo como se ligam coesivamente, os campos semânticos 
aos quais pertencem as palavras, os recursos que permitem retomar aquilo que já foi dito, enfim todo o contexto 
linguístico — ou cotexto — contribui de maneira ativa na construção da coerência. Koch (2000, p. 26) afirma que 
o conhecimento linguístico compreende o conhecimento gramatical e o lexical. 
Os fatores de natureza linguística, cujo funcionamento textual é o estabelecimento da coerência, são: 
• Anáfora; 
• Substituição sinonímica; 
• Anáfora; 
• Substituição sinonímica; 
• Uso dos artigos; 
• Ocorrência de signos do mesmo campo lexical; 
• Uso dos artigos; 
• Ocorrência de signos do mesmo campo lexical; 
• Conjunções; 
• Ordem de palavras; 
• Conjunções; 
• Ordem de palavras; 
• Conectores; 
• Marcadores conversacionais; 
• Conectores; 
• Marcadores conversacionais; 
• Marcas de temporalidade; 
• Conceitos e mundos que se deflagram no texto; 
• Marcas de temporalidade; 
• Conceitos e mundos que se deflagram no texto; 
• Tempos verbais; 
4 
 
• Fenômenos de recuperação pressuposicional; 
• Tempos verbais; 
• Fenômenos de recuperação pressuposicional; 
• Repetição; 
• ematização; 
• Repetição; 
• Tematização; 
• Elipse; 
• Fenômenos de implicação; 
• Elipse; 
• Fenômenos de implicação; 
• Modalidades; 
• Orientações argumentativas de elementos do léxico da língua; 
• Modalidades; 
• Orientações argumentativas de elementos do léxico da língua; 
• Entonação; 
• Componentes de significado de itens lexicais. 
• Entonação; 
• Componentes de significado de itens lexicais. 
• Subordinação e coordenação; 
 
Inferências 
 
5 
 
 
Contextualização 
São os contextualizadores propriamente ditos que compõem uma história, um texto: 
 
 
Os fatores gráficos também contribuem para a interpretação do texto. São eles: 
 
Intencionalidade 
 
Aceitabilidade 
Constitui a contraparte da intencionalidade, segundo o princípio da cooperação. É inerente ao receptor, que 
analisa e avalia o grau de coerência, coesão, utilidade e relevância do texto capaz de levá-lo a alargar os seus 
conhecimentos ou de aceitar a intenção do produtor. 
6 
 
 
Situacionalidade 
 
Informatividade 
Responde pela suficiência de dados no texto, como também pelo grau de previsibilidade nas ocorrências no 
plano conceitual e no formal. Quanto ao grau de previsibilidade (ou expectabilidade) da informação contida no 
texto, um texto será tão menos informativo, quanto mais previsível ou esperada for a informação por ele trazida. 
Informatividade 
Responde pela suficiência de dados no texto, como também pelo grau de previsibilidade nas ocorrências no 
plano conceitual e no formal. Quanto ao grau de previsibilidade (ou expectabilidade) da informação contida no 
texto, um texto será tão menos informativo, quanto mais previsível ou esperada for a informação por ele trazida. 
Destacamos que os títulos costumam funcionar como um “chamariz” para o leitor; como se o autor quisesse 
provocar no(s) leitor(es) um desejo, ou uma necessidade, pela informação que está prestes a dar. 
 
Especialmente em textos de natureza argumentativa, como em reportagens, artigos científicos essa 
“provocação” pelo tema já conduz a certa construção de coerência. 
Focalização 
Constitui-se no próprio foco do texto, no assunto a ser tratado. Assim como pode ser também a maneira como 
cada leitor vê o texto. Se o produtor focaliza um tema de um modo e o receptor de outro podem ocorrer 
problemas sérios de compreensão, impedindo, por vezes, o estabelecimento da coerência. 
A mesma palavra poderá ter sentido diferente, dependendo da focalização 
 
Intertextualidade 
O termo intertextualidade foi proposto por Julia Kristeva (1979) a partir de uma influência dos trabalhos, 
realizados por Bakhtin (1895-1975). 
7 
 
 
 
Consistência e Relevância 
Esses dois fatores influenciam na textualidade da seguinte maneira: 
 
 
AULA 02 
Linguagem 
Quando pensamos em linguagem como sistema organizado de sinais, associamos essa palavra à noção de 
linguagem verbal, ou seja, de língua. Mas linguagem tem um conceito mais amplo: é todo 
sistema que permite a expressão ou representação 
de ideias e se concretiza em um texto. 
Em outras palavras, no texto, não estão envolvidos apenas aspectos linguísticos, mas também aspectos sociais, 
cognitivos e interacionais. Para Koch (2000, p.30): 
8 
 
 
 
Agora que temos a noção de texto em mente e, consequentemente, das formas como o texto é constituído, 
aproveitamos este momento para sentirmos os diferentes modos de sua organização. 
Linguagem verbal: Os textos verbais são aqueles em que expomos aos outros as nossas ideias e pensamentos 
e está presente em: obras literárias e científicas; textos de propaganda; reportagens de jornais, revistas; na 
comunicação entre as pessoas cartas, bilhetes, e-mails, em discursos (políticos, representantes de classe, 
candidatos a cargos públicos) e em várias outras situações. 
Linguagem Não Verbal: A capacidade de ler é condição para que haja uma participação efetiva 
do cidadão no meio em que vive. É por meio dessa habilidade que podem ser entendidas as 
regras que organizam a vida em sociedade. 
Entretanto, a leitura não se dá apenas a partir de palavras. Assim, podem-se “ler” imagens, 
situações, expressões fisionômicas e até o silêncio, como nos exemplos a seguir: 
Linguagem Verbovisual 
Contar é uma atividade que se constitui por uma diversidade de manifestações artísticas, entre as quais: 
hieróglifos, pinturas, esculturas, mosaicos, vitrais, tapeçarias, para citar alguns exemplos. 
Linguagem Verbovisual 
Contar é uma atividade que se constitui por uma diversidade de manifestações artísticas, entre as quais: 
hieróglifos, pinturas, esculturas, mosaicos, vitrais, tapeçarias, para citar algunsexemplos. 
Texto e imagem são intrínsecos à comunicação humana. 
Sendo assim, texto e imagem devem ser observados como unidades complexas de significação, por estarem 
inseridos no discurso que os sustenta. Ambos significam “para” e “por” sujeitos histórico-contextualmente 
constituídos, atravessados pela linguagem. 
Pensar nas tiras humorísticas, charges, por exemplo, a partir desse pressuposto, é percebê-las como uma 
simbiose entre texto e imagem, o que chamamos de verbo-visualidade, conforme acentua Brait (2013, p. 50): 
Sendo assim, texto e imagem devem ser observados como unidades complexas de significação, por estarem 
inseridos no discurso que os sustenta. Ambos significam “para” e “por” sujeitos histórico-contextualmente 
constituídos, atravessados pela linguagem. 
Pensar nas tiras humorísticas, charges, por exemplo, a partir desse pressuposto, é percebê-las como uma 
simbiose entre texto e imagem, o que chamamos de verbo-visualidade, conforme acentua Brait (2013, p. 50): 
Intertextualidade 
Os textos (ou enunciados), para Bakhtin (2003), não podem ser compreendidos isoladamente, pois estão 
sempre em diálogo com outros textos. Desse modo, segundo a concepção de dialogismo bakhtiniana, não há 
9 
 
enunciado que não mantenha relação com outros enunciados, e que não esteja, de algum modo, vinculado 
àqueles que o precederam ou aos que o sucederão. 
Um enunciado nunca será completamente novo: ele sempre será o resultado de discursos anteriores, os quais 
não poderá evitar. 
 
Fonte: 
Um enunciado nunca será completamente novo: ele sempre será o resultado de discursos anteriores, os quais 
não poderá evitar. 
Bakhtin afirma que todo discurso comporta duas faces, constituindo-se como o produto da interação. 
 
 
 
Segundo Kristeva (1974), o espaço textual possui três dimensões, que se encontram em diálogo umas com as 
outras: 
 
 
 
Seguindo os ensinamentos de Bakhtin, Kristeva afirma que todo texto se constrói como mosaico de citações, 
todo texto é a absorção e transformação de um outro texto. Em lugar da noção de intersubjetividade, instala-se 
a de intertextualidade. (KRISTEVA, 1974, p. 64) 
Nessa mesma direção, temos Barthes: 
Bakhtin afirma que todo discurso comporta duas faces, constituindo-se como o produto da interação. 
 
Implícitos 
Saber ler nas “entrelinhas” é saber articular os conhecimentos prévios às informações textuais, inc lusive as que 
dependem de pressuposições e inferências (semânticas e/ou pragmáticas) autorizadas pelo texto; isso permite 
10 
 
dar conta de ambiguidades, ironias, expressões figuradas, opiniões e valores implícitos, fenômenos que 
denotam as intenções do autor. 
Um texto pode dizer muita coisa sem ser explícito. Cabe ao leitor detectar as informações que não são 
veiculadas linguisticamente, mas que estão no texto sob aspectos subentendidos ou pressupostos. 
Os implícitos podem ser divididos em três categorias: 
• Pressuposições 
Primeiramente, vamos analisar o que se entende pelo fenômeno da pressuposição, em contraste ao 
processo do subentendido. 
 
O subentendido do texto na tirinha está no fato de o referido prefeito ter sido tão ausente em seu 
governo anterior que parecia ser sua primeira candidatura. A crítica está na sua péssima atuação 
como prefeito; é como se ele não tivesse feito nada representativo e importante para a cidade. 
A pressuposição é uma das formas de se dizer implicitamente alguma coisa que, uma vez sendo dita, 
não pode ser negada, pois se encontra inscrita na própria estrutura linguística. Assim, em linguagem 
verbal, muito do sentido vem implícito na própria forma de expressão. Ao dizer que “ele deixou de 
beber”, já digo que “ele bebia antes” e que “já não bebe mais”. 
O interessante a observar é que não se negam os pressupostos de uma frase, mesmo colocando-a na 
negativa. Vejamos: 
“Pedro não bate mais na mulher”. Pressuposto: “Ele antes batia na mulher”. 
Precisamos ficar atentos aos pressupostos de um texto, eles são fundamentais na sua interpretação. 
Desse modo, a pressuposição é um mecanismo discursivo que permite ao leitor perceber certas 
palavras ou expressões contidas na frase, uma vez que são recuperadas as informações 
linguisticamente, isto é, elas são derivadas da decodificação de elementos do sistema linguístico. Os 
pressupostos são admitidos como verdadeiros, sob pena de descaracterizar a informação veiculada na 
interação. 
Valendo-se do fato de que as informações não admitem negação ou contestação de veracidade, o 
locutor impõe ao interlocutor um valor de argumentação, visto que o discurso passa a ser direcionado 
e locutor transforma o seu interlocutor em cúmplice. 
Na hipótese de contestação de verdade, ou seja, caso o ouvinte discorde da pressuposição, o discurso 
envereda-se para o debate carregado de animosidade e polêmica. 
As pistas textuais que materializam a pressuposição podem ser estas: 
11 
 
o • uso de certos advérbios; 
o • conjunções subordinativas concessivas ou temporais; 
o • certos verbos em construções subordinadas substantivas; 
o • uso de orações adjetivas; 
o • partícula de realce. 
Essas pistas permitem uma economia no texto, uma vez que ela é a propriedade pela qual podemos 
usar um mínimo de palavras, sem que isso prejudique o ato comunicativo. Algumas palavras são ditas, 
outras são pressupostas e sua decodificação é essencial no ato da leitura. 
 
Posto e Pressuposto 
Vejamos a frase a seguir: O tempo continua nublado. 
Podemos dizer que o posto é exatamente a informação explícita, que afirma que o tempo está, no 
momento da fala, nublado. O verbo “continuar”, entretanto, passa uma informação implícita de antes o 
tempo já estava nublado. A essa informação que passa a ser percebida pelo leitor, a partir do posto, 
damos o nome de pressuposto. 
• Subentendidos 
Há outro tipo de implícito, que se chama subentendido, que depende do contexto situacional para ser 
entendido e não apenas da decodificação da estrutura linguística. 
Analisemos um exemplo: “— Vai a minha festa?” “— A minha mãe está doente”. 
Nesse caso, a segunda frase não responde à pergunta, mas pelo contexto, pela situação, percebemos 
que não irá à festa, pois subentendemos que o falante tem que cuidar da mãe. 
Sua fala torna-se um indício para essa conclusão. O subentendido diferentemente do pressuposto, 
pode ser negado ou ignorado. Suponhamos que esse alguém, em sua resposta, pudesse responder: 
“— Ela está doente, mas irei, sim,” pois hoje há uma enfermeira que está cuidando dela. 
No caso dos subentendidos há insinuações ocultas por trás de uma afirmação. O subentendido é 
interpretado pelo interlocutor, pela situação, visto que o locutor mantém-se escondido no sentido literal 
das palavras. Trata-se de um recurso de proteção, já que o locutor preserva-se de qualquer ataque de 
refutação do interlocutor. 
Em se tratando das HQs, os implícitos, caracterizados pelos pressupostos e subentendidos são 
marcas discursivas que podem ser exploradas com grande eficiência, por se tratar de uma narrativa 
curta, o apelo ao não dito associado ao icônico é maior, já que o leitor não pode se eximir de uma 
leitura com base no preenchimento das inferências semânticas e pragmáticas. 
 
Na charge, há uma crítica em relação à falta de memória e de compromisso do cidadão em relação ao 
voto. Além disso, no segundo quadrinho, fica subentendido, ou seja, implícito que o político fez algo de 
errado em seu governo, porém não sofre retaliações por isso. 
12 
 
Perceba que o conhecimento de mundo ajuda bastante na interpretação, além, claro, de uma 
observação dos elementos linguísticos envolvidos (jogo de palavras e desenho). 
Recursos Expressivos 
Ambiguidade 
É o nome dado, dentro da linguística, à duplicidade de sentidos,onde alguns termos, expressões, sentenças 
apresentam mais de uma acepção ou entendimento possível. Em outras palavras, ocorre quando, por falta de 
clareza, há duplicidade de sentido da frase. 
Apesar de ser um recurso aceitável dentro da linguagem poética ou literária, deve ser, na maioria das vezes, 
evitado em construções textuais de caráter técnico, informativo, ou pragmático. 
A inadequação ou a má colocação de elementos como pronomes, adjuntos adverbiais, expressões e mesmo 
enunciados inteiros podem acarretar duplo sentido, comprometendo a clareza do texto. 
Na publicidade, observamos o uso e o abuso da linguagem plurissignificante, por meio dos trocadilhos e jogos 
de palavras, procurando chamar a atenção do interlocutor para a mensagem. 
Define-se ironia como a figura que leva a entender o contrário do que se diz. É um recurso de que utiliza o 
enunciador discursivo para “agredir” ou “satirizar” o interlocutor sem comprometer-se inteiramente. 
O ato de linguagem irônica consiste numa espécie de contrário à “verdade”, ou seja, consiste em “dizer o 
contrário do que se quer significar”, ou, ainda, “significar mais do que literalmente se diz”. 
Nesse sentido, a ironia é vista, então, como uma argumentação, baseada no contrário do que se afirma, uma 
comunicação por implícitos textuais. E por trabalhar com implícitos, na ironia também se joga com sentidos 
literais e conotativos. 
Polifonia 
Já estudamos que o recurso do dialogismo é inerente a todo discurso e, à medida que diz respeito a vozes que 
antecederam a do enunciador e às que poderão sucedê-lo, explicita a dupla função da linguagem: não há 
enunciado que não exiba traços do produto histórico da atividade humana e que, objetivado, não possa servir de 
referência para que novos enunciados sejam construídos e nos quais se manifeste uma maior ou menor 
superação do que estava socialmente posto. 
No que diz respeito às HQs, por exemplo, a polifonia é uma marca enunciativo-discursiva que exige do leitor 
conhecimento prévio, já que a alusão ao discurso de outro nem sempre vem textualmente caracterizado. 
A percepção do coro de vozes é inferida pela leitura que implica repertório, acervo de conhecimentos entre 
outras manifestações a fim de que se possam estabelecer as relações entre os textos. 
AULA 03 
Qualidades da comunicação escrita: clareza, 
concisão (objetividade), adequação ou 
precisão vocabular, correção gramatical 
A língua escrita, como a falada, compreende diferentes níveis, de acordo com o uso que dela se faça. Vejamos 
dois casos para entender melhor: 
 
 
13 
 
Nos dois casos, há um padrão de linguagem que atende ao uso que se faz da língua, a finalidade com que a 
empregamos. 
A obrigatoriedade do uso do padrão culto em texto formal decorre do fato de que ele está acima das diferenças 
lexicais, morfológicas ou sintáticas regionais, dos modismos vocabulares, das idiossincrasias linguísticas, 
permitindo, por essa razão, que se atinja a pretendida compreensão por todos os cidadãos. 
Lembramos, ainda, que o padrão culto nada tem contra a simplicidade de expressão, desde que não seja 
confundida com pobreza vocabular. De nenhuma forma também o uso do padrão culto implica emprego de 
linguagem rebuscada, nem dos recursos sintáticos e figuras de linguagem próprios da língua literária. 
Diante dessa complexidade de fatores, abordaremos, agora, as qualidades fundamentais da comunicação 
escrita. 
Diante dessa complexidade de fatores, abordaremos, agora, as qualidades fundamentais da comunicação 
escrita. 
Clareza 
 
Sabe qual é o primeiro passo para 
atingirmos a clareza? 
A utilização de palavras simples. Escrever bem não significa escrever “bonito” ou “difícil”. 
Escrever bem é escrever de forma que todos entendam. Texto não se mede também pela sua extensão, mas 
sim pela sua qualidade escrita. Não devemos confundir simplicidade com vulgarismo. 
Palavras e expressões populares são inadequadas ao texto escrito. Não é uma simples questão de certo ou 
errado 
Certos rebuscamentos acadêmicos e vocabulário próprio, à determinada área, são de difícil entendimento por 
quem não esteja com eles familiarizado. Devemos ter o cuidado, portanto, de explicitá-los em nossos textos. 
A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto. Podemos definir como claro aquele texto que possibilita 
imediata compreensão pelo leitor. 
No entanto, a clareza não é algo que se atinja por si 
só: ela depende estritamente das demais 
características da redação formal. Para ela 
concorrem: 
 
 
14 
 
Concisão (Objetividade) 
Em sua fala, você se considera conciso? 
Ser conciso é dizer o necessário com o mínimo de palavras de forma objetiva e direta. 
Concisão é, pois, antônimo de prolixidade (escrever o desnecessário). 
Trata-se exclusivamente de cortar palavras inúteis, passagens que nada acrescentem ao que já foi dito. 
Em nome da concisão, devemos evitar: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Percebemos certa hierarquia de ideias que existe em todo texto de alguma complexidade: ideias fundamentais 
e ideias secundárias. 
Estas últimas podem esclarecer o sentido daquelas, detalhá-las, exemplificá-las; mas existem também ideias 
secundárias que não acrescentam informação alguma ao texto, nem têm maior relação com as fundamentais, 
podendo, por isso, ser dispensadas. 
 
Desse modo, a concisão consiste em apresentar um texto que consiga transmitir um máximo de informações 
com um mínimo de palavras. Ser conciso, no entanto, não significa que se vá eliminar passagens substanciais 
do texto, no intuito de reduzi-lo em tamanho, mas evitarmos os circunlóquios ou as perífrases, as palavras 
inúteis, as redundâncias ou os pleonasmos. 
Para que redijamos com essa qualidade, é fundamental que se tenha, além de conhecimento do assunto sobre 
o qual se escreve, o necessário tempo para revisar o texto depois de pronto. É nessa releitura que, muitas 
vezes, se percebem eventuais redundâncias ou repetições desnecessárias de ideias. 
Adequação ou Precisão e vocabular 
Muitas palavras podem assumir significados diferentes, segundo o contexto em que estão inseridas. Como dizia 
Carlos Drummond de Andrade em Procura da poesia: “cada uma (a palavra) tem mil faces sob a face neutra”. 
Isso quer dizer que por meio do contexto podemos atribuir significados diferentes a uma mesma palavra. 
Correção Gramatical 
É fundamental escrever em linguagem correta, que observe as regras gramaticais básicas; caso contrário, o 
leitor se tiver razoável conhecimento do idioma, logo perceberá a insegurança do produtor do texto e não 
confiará no texto que está lendo. Se o leitor não confia em quem escreve, fica incompleta a comunicação 
emissor-receptor e ambos perdem tempo. 
Há necessidade também do domínio de coerência e coesão na hora de nos referirmos a componentes já 
presentes no texto, como: 
• trocar vocábulos ou locuções por pronomes pessoais, possessivos e demonstrativos, advérbios que 
indicam lugar, artigos; 
• substituição de palavras ou enunciados por sinônimos, antônimos, hipônimos, hiperônimos, tema, 
inclusive, de nossa próxima aula. 
AULA04 
Coesão textual: fator de textualidade 
 
Embora a coesão não seja condição nem necessária, nem suficiente para a criação da coerência, seu uso 
15 
 
adequado confere mais legibilidade ao texto, visto que articula elementos que o compõem, criando sentidos em 
sua superfície. 
Há uma relação estreita entre a sequenciação textual e os vários modos de organização do texto. 
Ainda em relação à coesão, assinalamos que os conectores coordenativos (conjunções e locuções 
coordenativas), assim como as formas verbais pretéritas, advérbios e locuções adverbiais, modalizadores, são 
fundamentais para garantir as relações de sentido (coerência) entre os fatos narrados e descritos, porque os 
parágrafose as sequências textuais temporais construídos no corpo textual da narrativa contribuem não só para 
a coesão, mas também para a coerência, isto é, para melhor interpretabilidade do texto. 
Percebemos que a relação entre coesão e coerência é muito forte porque a coesão é fundamental a qualquer 
tipo de texto e é construída pelos procedimentos linguísticos que estabelecem relações de sentido entre 
segmentos do texto (enunciados ou parte deles, parágrafos, sequências textuais) e o uso adequado dos 
elementos coesivos no texto é de grande relevância para que o leitor possa construir a coerência, isto é, 
estabelecer um sentido diante de um texto. 
Mecanismos de coesão textual 
A coesão referencial é a que se estabelece entre dois ou mais componentes da superfície textual que 
permitem recuperar um mesmo referente.A coesão sequencial é aquela que diz respeito aos 
procedimentos linguísticos por meio dos quais se estabelecem diversos tipos de interdependência 
semântica e/ou pragmática entre enunciados (ou partes de enunciados) à medida que se faz o texto 
progredir. 
Progressão textual: coesão sequencial 
Um dos mecanismos da sequenciação relevante para o desenvolvimento é o encadeamento, que permite 
estabelecer relações semânticas e/ou discursivas entre orações, enunciados ou sequências maiores do texto, 
que faz o texto avançar, garantindo-se a continuidade dos sentidos. 
Esse encadeamento pode ser obtido por justaposição ou por conexão. A justaposição pode dar-se com ou sem 
o uso de partículas sequenciadoras. A justaposição sem partículas, no texto escrito, por exemplo, extrapola o 
âmbito da coesão textual, que, como visto, diz respeito ao modo como os componentes da superfície textual se 
encontram conectados entre si por meio de elementos linguísticos. 
Inexistindo esses elementos, cabe ao leitor construir a coesão do texto, estabelecendo mentalmente as relações 
semânticas e/ou discursivas. 
Coesão referencial 
A coesão referencial é um mecanismo por meio do qual um elemento do texto remete a outro(s) nele 
presente(s) ou que pode(m) ser inferido(s) com base no mundo textual. 
O elemento que faz a função de remissão denomina-se forma referencial ou remissiva e o que é retomado, 
referente textual ou elemento de referência. 
Este último representa não apenas um nome, mas também um fragmento de oração, uma oração ou um 
enunciado inteiro, sendo que essa remissão se dá em dois sentidos, para frente e para trás, o que equivalem, 
respectivamente, à catáfora e anáfora. 
A seguir, novos exemplos de coesão referencial: 
A seguir, novos exemplos de coesão referencial: 
Artigos 
O artigo definido funciona como um elemento anafórico e o artigo indefinido como um elemento 
catafórico. Exemplo: Depois de algum tempo, aproximou-se de nós um desconhecido trajado de modo 
estranho. O desconhecido tirou do bolso do paletó um pequeno embrulho. 
Pronomes adjetivos 
Exercem uma função de artigo, isto é, acompanham o nome. Exemplo: Há, entre outras, a hipótese de 
que os preços venham a estabilizar-se. Essa hipótese me parece por demais otimista. 
16 
 
Numerais 
Também exercem a função de artigo. Exemplo: Preciso de alguns alunos para ajudarem na pesquisa. 
Dois alunos procederão o levantamento do corpus e três alunos farão uma resenha da literatura 
pertinente. 
Pronomes pessoais de 3ª pessoa 
Dão ao leitor instruções sobre o elemento a que se faz referência. A concordância entre pronomes e 
formas nominais evita possíveis ambiguidades. Exemplo: As crianças estão viajando. Elas só voltarão 
no final do mês. 
Elipse 
É o apagamento de um elemento que fica subentendido pelo contexto. Exemplo: Os convidados 
chegaram atrasados. Tinham errado o caminho e custaram a encontrar alguém que os orientasse. 
Pronomes substantivos (demonstrativo, possessivo, indefinido, interrogativo, relativo) 
Substituem, total ou parcialmente, um nome. Exemplo: Pedro ganhou uma promoção. Isso deixou sua 
família muito feliz. 
Advérbios pronominais 
Fazem referência a nomes. Exemplo: Perto do parque há um pequeno restaurante. Lá se reúnem 
muitos jovens ao entardecer. 
Expressões ou grupos nominais definidos 
São formas nominais, geralmente introduzidas pelo artigo definido, que fazem referência a um nome 
anteriormente citado. Exemplo: Regan perdeu a batalha no Congresso. O presidente dos Estados 
Unidos vem sofrendo sucessivas derrotas políticas. 
Nominalizações 
Formas nominais derivadas de elementos da oração anterior. Exemplo: Os grevistas paralisaram todas 
as atividades da fábrica. A paralisação durou uma semana. 
Expressões (quase) sinônimas 
Utilizam-se expressões sinônimas para manter o tema, mas evitar repetições. Exemplo: A porta se 
abriu e uma menina apareceu. A garotinha tinha olhos azuis e longos cabelos dourados. 
Hiperônimos/hipônimos 
São palavras que generalizam e especificam uma classe, respectivamente. Exemplo (hiperônimo): 
Vimos o carro do ministro aproximar-se. Alguns minutos depois, o veículo estacionava em frente ao 
Palácio do Governo. Exemplo (hipônimo): Sua doença não era grave. A gripe a deixaria em poucos 
dias. 
AULA05 
Regência 
 
Damos o nome de regência à relação de subordinação que ocorre entre um verbo (ou um nome) e seus 
complementos. Ocupa-se em estabelecer relações entre as palavras, criando frases não ambíguas, que 
expressem efetivamente o sentido desejado, que sejam corretas e claras. 
Assim, quando um termo, verbo ou nome, exige a presença de outro, ele se chama regente ou subordinante; os 
que complementam sua significação chamam-se regidos ou subordinados. 
 
17 
 
Regência Verbal 
 
Estuda as relações que se estabelecem entre o verbo e seus complementos. Para estudarmos regência verbal, 
é necessário conhecermos, portanto, a predicação dos verbos: 
 
 
Regência Nominal 
Regência Nominal 
 
É o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse 
nome. Essa relação é sempre intermediada por uma preposição. 
No estudo da regência nominal, é preciso levar em conta que vários nomes apresentam exatamente o mesmo 
regime dos verbos de que derivam. Reconhecer o regime de um verbo significa, nesses casos, reconhecer o 
regime dos nomes cognatos. Observe o exemplo do verbo obedecer e os nomes correspondentes, todos regem 
complementos introduzidos pela preposição a: 
 
Obediente a algo / a alguém. 
Regências de alguns nomes 
Apresentamos a seguir vários nomes acompanhados da preposição ou preposições que os regem. Devemos 
procurar, sempre que possível, associar esses nomes entre si ou a algum verbo cuja regência conheçamos. 
Substantivos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
Adjetivos: 
 
 
 
Advérbios: 
 
 
Observação: Os advérbios terminados em –mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são 
formados: paralela a; paralelamente a; relativa a; relativamente a. 
Em síntese: a regência nominal estuda os casos em que nomes pedem outra palavra, completando-lhes o 
sentido. Esse complemento, geralmente, é iniciado por uma preposição, pedida pelo elemento que não tem 
sentido completo, estabelecendo-se, entre ambos, uma relação. 
 
AULA06 
Concordância Nominal 
Os meus dois relógios preferidos estão 
arranhados. 
Percebemos que o artigo definido, o pronome adjetivo, o numeral adjetivo e os adjetivos estão 
flexionados no masculino plural, concordando com o substantivo a que se referem — relógios — que é 
masculino plural, razão por que os termos determinantes foram usados no masculino plural. 
19 
 
Dizemos, portanto, que Concordância nominal é a que se verifica em gênero e número entre o 
adjetivo e o pronome adjetivo, o artigo, o numeral adjetivo ou o particípio (palavras determinantes) e o 
substantivo (palavradeterminada) a que se referem. (BECHARA, 2015) 
Mais exemplos: 
• Os alunos estavam empolgados com o projeto. 
• Os belos pavões esguios e multicoloridos descansam ao sol ameno de uma tarde quente. 
• Flores frescas e coloridas enfeitavam o vaso. 
Nestes casos, temos os substantivos (alunos, pavões, sol, tarde) que são os núcleos nominais com os 
quais os determinantes, (Os, empolgados, os, belos, esguios, multicoloridos, ameno, quente) irão 
concordar, em regra, em gênero e número com o substantivo a que se referem. 
Mas, nesses exemplos, temos o adjetivo quente que não passa pelo processo de gênero, somente de 
número (tardes quentes). Em “Flores frescas e coloridas”, os adjetivos estão no feminino plural, 
concordando com o gênero e o número do substantivo a que se referem (flores). 
 
• ) Substantivos do mesmo gênero, o adjetivo irá para o plural desse gênero ou concordará com o mais 
próximo (concordância atrativa ou por atração). 
 
Exemplos: 
 
Comprei um sapato e um vestido pretos. 
 Comprei um sapato e um vestido preto. 
• 
 
 
b) Quando o adjetivo vier posposto a dois ou mais substantivos de gêneros diferentes, o adjetivo irá 
para o masculino plural ou concordará com o mais próximo (concordância atrativa ou por atração). 
 
Exemplos: 
 
Ele apresentou argumento e razão justos. 
 Ele apresentou argumento e razão justa. 
 Ele apresentou razão e argumento justo. 
• Nota 
• Quando um substantivo é seguido de dois ou mais adjetivos, temos duas opções: ou pomos o 
substantivo no plural ou deixamos o substantivo no singular e repetimos o artigo. 
• Assim sendo, é correto dizer “as polícias civil e militar foram chamadas” ou “a polícia civil e a militar 
foram chamadas”. 
• Podemos dizer que foram hasteadas “as bandeiras brasileira, argentina e paraguaia” ou “a bandeira 
brasileira, a argentina e a paraguaia”. 
• Aplicamos regra semelhante com os numerais: “primeiro e segundo graus” ou “no primeiro e no 
segundo grau”; “quinto e sexto andares” ou “no quinto e no sexto andar”; “sétima e oitava séries” ou “a 
sétima e a oitava série”. 
• 
 
 
c) Adjetivo anteposto aos substantivos, a norma geral é que ele concorde com o substantivo mais 
próximo. 
 
Exemplos: 
 
Mantenha desligadas as lâmpadas e os eletrodomésticos. 
 Usei minha nova camisa e sapato. 
 Usei meu novo sapato e camisa. 
Exemplos: 
 
Felizardos Paulo e Diego. 
 Os simpáticos mãe e pai de Maria Antônia. 
 As insuperáveis Helena e Maria. 
 Conheci as engraçadas primas e tias de Helena. 
Casos Especiais 
20 
 
1. As palavras: anexo, incluso, obrigado e próprio são adjetivos que devem concordar com o substantivo a 
que se referem. 
 
Exemplos: 
 
 
A fotografia vai anexa ao currículo. 
Os documentos irão anexos ao relatório. 
Os documentos foram anexados. 
Envio-lhes, inclusas, as certidões. 
Incluso segue o documento. 
Ele próprio fará o pedido ao diretor. 
Ela própria fará o pedido ao diretor. 
O aluno disse muito obrigado. 
A aluna disse muito obrigada 
2. Há algumas palavras que variam sua classe gramatical, ora se comportando como adjetivos (variáveis), 
ora como advérbios (invariáveis). Algumas dessas palavras são estas: mesmo, meio, bastante, muito, pouco, 
caro, barato, longe, sério, alto. 
 
Exemplos: 
 
 
Ele mesmo fará o trabalho. 
Eles mesmos farão o trabalho. 
Ela mesma fará o trabalho. 
Elas mesmas farão o trabalho. 
Maria Antônia viajará mesmo para os EUA. (Confirma a ação expressa pelo verbo: de fato, 
realmente) 
Eles irão mesmo para o interior de Minas. (Refere-se ao verbo — advérbio: de fato, realmente) 
Meu irmão comeu meia melancia e meio abacaxi. 
Meu irmão não usa meias palavras. 
As portas estão meio fechadas apenas. 
Maria Antônia está meio preocupada. 
Estou meio chateada. 
Aceita meia xícara de chá de amora. 
As mulheres eram bastante lindas. 
Há bastantes motivos para a sua ira. 
Aquelas alunas falam bastante. 
Viajaram por terras longes. 
Eles vivem longe. 
Eles são homens sérios. 
Eles falavam sério. 
Muitos homens faleceram naquele incêndio. 
Paulo fala muito. 
Os homens eram altos. 
Os homens falavam alto. 
Poucas pessoas o viram na festa. 
Ele ganha bem pouco. 
Os sapatos custam caro. 
Os sapatos estão caros. 
A água é barata. 
A água custa barato. 
3. As expressões: é proibido, é necessário, é bom, só variam se o sujeito estiver precedido de artigo ou 
outro determinante. 
 
Exemplos: 
 
 
É proibido entrada. São proibidas as entradas. 
Manteiga é bom. A manteiga é boa. 
Sopa é bom. A sopa é boa. 
É necessário chegar cedo. 
É necessária sua chegada. 
É proibido entrada de estranhos. 
É proibida a entrada de estranhos. 
4. As palavras menos e pseudo são sempre invariáveis. 
 
Exemplos: 
 
 
Era um pseudomédico. 
Era uma pseudomédica. 
Havia menos professores na reunião geral. 
21 
 
Havia menos professoras na reunião. 
 
O poeta Augusto Barros, em seu poema Meias, em uma escrita lúdica, brinca com as várias 
significações dessa palavra. 
 
Meias 
Meias verdades 
Meias vontades 
Meias saudades 
Viver pela metade é ilusão 
Tire suas meias 
Ponha o pé no chão 
5. Só, sós: quando adjetivos serão variáveis, quando advérbios, invariáveis: 
 
Exemplos: 
 
 
As testemunhas ficaram sós. (= sozinhas) 
Só as testemunhas sabem a verdade. (= apenas, somente) 
Depois da briga, só restaram copos, travessas e garrafas quebradas. (= apenas, somente) 
A criança ficou só. (= sozinha) 
As crianças ficaram sós. (= sozinhas) 
6. A concordância dos particípios que funcionam como adjetivos concordarão com o substantivo a 
que se referirem. 
 
Exemplos: 
 
 
Os livros foram comprados a prazo. 
As mercadorias foram compradas à vista. 
7. Se o particípio pertencer a um tempo composto, no qual temos uma locução verbal: verbo auxiliar + 
verbo principal nas formas nominais (infinitivo, gerúndio, particípio), ficará sempre invariável. 
 
Exemplos: 
 
 
O juiz tinha iniciado o despacho. 
A juíza tinha iniciado o despacho. 
8. Adjetivos compostos formados por dois ou mais adjetivos: varia apenas o último elemento. 
 
Exemplos: 
 
 
Houve conflitos franco-germânicos. 
Filmes luso-franco-brasileiros. 
Olhos castanho-claros. 
Exceção: O homem surdo-mudo. Os homens surdos-mudos. 
9. Adjetivos que indicam nomes de cor: se o adjetivo que indicar nome de cor for originalmente um 
substantivo ficará invariável, do contrário varia normalmente. 
 
Exemplos: 
 
 
Rosas brancas e jasmins pérola. 
Ternos cinza e camisas amarelas. 
Camisas vermelhas. 
Camisetas abóbora e sapatos marrons. 
Blusa rosa claro e casacos abacate. 
Camisetas verde-claras. 
Blusas vermelho-sangue. 
AULA 07 
Concordância Verbal 
A concordância verbal se estabelece entre o verbo (em sua flexões de número e pessoa) e o sujeito da oração 
com o qual ele se relaciona. 
 
 
22 
 
Regra geral: O verbo concorda em número e 
pessoa com o sujeito a que se refere. 
 
 
 
 
 
Exemplos: 
A vida tem uma só 
entrada, a saída é 
por cem portas. 
(Machado de Assis). 
Os vícios 
corrompem até o 
melhor dos monges. 
O prefeito e o 
governador foram 
acusados de 
corrupção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
I. Concordância com o sujeito composto 
 
Sujeito composto anteposto ao verbo: o verbo vai para o plural. 
Exemplo: 
O técnico e os jogadores chegaram ontem. (= eles)t 
 
Sujeito composto posposto ao verbo: o verbo pode concordar com a totalidade dos elementos (concordância 
lógica/rigorosamente gramatical) ou com o núcleo do sujeito composto mais próximo (concordância atrativa). 
Exemplos: 
Chegaram ontem os jogadores e o técnico. 
Chegou ontem o técnico e os jogadores. 
Compareceram o autor e o réu à audiência. 
Compareceuo autor e o réu à audiência. 
 
Caso os núcleos do sujeito composto estejam resumidos pelos pronomes indefinidos tudo, nada, todos, 
ninguém, cuja função apositiva é a de recapitular ou resumir tudo o que foi enumerado anteriormente, o verbo 
ficará no singular, concordando em número com o pronome. 
Exemplos: 
O autor, o réu, os advogados, o juiz, ninguém faltou à sessão de julgamento. 
O autor, o réu, os advogados, o juiz, todos compareceram à sessão de julgamento. 
Sujeito composto precedido dos pronomes indefinidos cada ou nenhum. 
O verbo ficará na 3ª pessoa do singular, em razão da intenção de destacar cada elemento que compõe o 
sujeito. 
Exemplos: 
Cada professor, cada aluno, cada trabalhador daquela escola tem a sua história. 
Nenhum professor, nenhum aluno, nenhum trabalhador vai participar da reunião. 
 
Sujeito ligado por conjunções correlativas, expressa por “não só... mas também, tanto... quanto, não só... como 
também”, assim como, tal como, dentre outras, o verbo deve ir para o plural, embora o singular seja aceitável se 
os núcleos estiverem no singular. 
23 
 
Exemplos: 
Não só os aplausos, mas também os gritos nos incomodavam. 
O cientista assim como o médico pesquisa ou pesquisaram a causa do mal. 
A atriz tal como a cantora participa ou participam da campanha ecológica. 
Concordância com um e outro; um ou outro; nem um nem outro. 
Com estas expressões a concordância deve ser feita na linguagem formal no singular, mas é aceitável também 
o plural. 
Exemplos: 
Nem um nem outro saiu do colégio. 
Nem um nem outro saíram do colégio. 
 
Um(a) e outro(a): Ideia de reciprocidade 
Quando houver ideia de reciprocidade, o verbo irá, obrigatoriamente, para o plural. 
Exemplos: 
Um e outro cumprimentaram-se. 
Um e outro aluno cumprimentaram-se. 
 
Sujeitos ligados por com 
a) Com (= e), atribuindo-se a ação verbal a todos os seus elementos = verbo no plural. 
b) Com (= em companhia de), realçando-se, mediante o verbo, a ação do antecedente = verbo concorda com o 
antecedente. O segmento introduzido por com fica, em geral, entre vírgulas. 
Exemplos: 
O professor, com os alunos, resolveu o problema. 
O maestro com a orquestra executaram a peça clássica. 
A menina, com suas amigas, dançava a música. 
A menina com suas amigas dançavam a música. 
A professora com seus alunos cantavam a cantiga. 
A professora, com seus alunos, cantava a cantiga. 
 
Sujeito composto por pessoas gramaticais de números diferentes: 
 
 
 
 
a) a 1ª pessoa prevalece sobre a 2ª e a 3ª. 
 
 
Exemplos: 
Eu, tu e ele faremos o curso. (eu, tu e ele = nós) 
Eu, você e os alunos iremos ao museu. (eu, você e ele = nós) 
 
 
 
b) não havendo a 1ª pessoa, a 2ª prevalece sobre a 3ª, mas o verbo pode ficar na segunda 
ou na terceira pessoa do plural. 
 
 
 
Exemplos: 
Tu e ele fareis o curso. (tu e ele = vós) 
Tu e ele farão o curso. 
 
 
II. Casos especiais de concordância: sujeito 
simples 
 
 
Sujeito constituído de pronomes de tratamento: o verbo concorda com o pronome de tratamento, indo para a 
terceira pessoa (singular ou plural). 
Exemplos: 
Vossa Excelência já assinou o tratado com os cidadãos? 
Vossas Senhorias se enganaram. 
24 
 
 
Sujeito com nomes próprios só usados no plural. 
Nome próprio plural não precedido de artigo: o verbo fica no singular. 
Exemplos: 
Alagoas situa-se a leste da região Nordeste. 
Minas Gerais pertence à região Sudeste do Brasil. 
Nome próprio plural precedido de artigo: o verbo vai para o plural. 
Exemplos: 
Os Estados Unidos da América ficaram perplexos com o 11 de setembro. 
Os Andes situam-se na América do Sul. 
Nos títulos de obras, quando o artigo for parte integrante e estiver no plural, o verbo também ficará no plural. 
Exemplos: 
Os Lusíadas relatam os grandes feitos portugueses. 
Os Sertões tratam da guerra de Canudos. 
 
Admite-se também o verbo no singular quando se quer destacar a unicidade da obra, como se tivesse um 
termo implícito. 
 [obra] trata da Guerra de Canudos. 
Exemplos: 
Os Lusíadas [obra] relata os grandes feitos portugueses. 
Os Sertões [obra] trata da Guerra de Canudos. 
Concordância com a expressão um(a) dos(as) que 
Com essa expressão, na linguagem formal, prioriza-se o verbo no plural —por ser o uso mais frequente. 
Exemplos: 
Ele foi um dos alunos que mais criticaram as palestras. 
O Brasil é um dos países que exportam essa matéria-prima. 
Expressões partitivas + substantivo/pronome 
Com expressões partitivas (a maioria de, a maior parte de, grande parte de, a menor parte de, parte de, metade 
de, um grupo de, grande número de), assim denominadas por indicarem parte de um todo ou noção coletiva, 
seguidas de nome no plural, o verbo pode ficar no singular ou ir para o plural, concordando com o 
especificador. 
Exemplos: 
A maioria dos participantes fez ou fizeram a inscrição no curso. 
A maior parte dos juízes votou ou votaram de acordo com o relator do processo. 
Expressões que indicam quantidade aproximada. 
Com as expressões que indicam quantidade aproximada (mais de, menos de, cerca de, perto de, por volta de, 
em torno de), o verbo concorda obrigatoriamente com o substantivo que segue essa expressão. 
Exemplos: 
Cerca de cinquenta pessoas participaram da cerimônia. 
Perto de trezentas crianças assistiram ao espetáculo infantil. 
 
Expressão mais de um. 
 
 
 
a) Com a expressão mais de um, o núcleo do sujeito é mais um (termo singular), por isso 
essa expressão leva o verbo para o singular. 
 
 
 
Exemplos: 
Mais de um motorista desrespeitou a placa de parada obrigatória. 
Mais de um aluno faltou à AV1. 
 
 
 
b) Contudo, há dois casos em que o verbo irá para o plural, se houver repetição da 
 
 
25 
 
expressão mais de um ou ideia de reciprocidade. 
 
Exemplos: 
Mais de uma concorrente se cumprimentaram antes da competição. 
Mais de um participante da sessão se entreolharam. 
Mais de um dia, mais de uma noite se passaram antes que os marinheiros avistassem terra. 
 
Pronomes interrogativos ou indefinidos no plural, seguidos das expressões de nós, de vós, de vocês. 
 
 
 
a) Se os pronomes interrogativos ou indefinidos estiverem no plural, o verbo concordará 
com esses pronomes, ou com o pronome pessoal. 
 
 
 
Exemplos: 
Quais de nós viajarão? 
Quais de nós viajaremos? 
Quais de nós serão os escolhidos? 
Quais de nós seremos os escolhidos? 
 
 
 
b) Se o pronome interrogativo ou indefinido estiver no singular o verbo só concordará com 
ele, ficando no singular. 
 
 
 
Exemplos: 
Qual de nós viajará? 
Qual de nós será o escolhido? 
Qual de nós comprará o carro? 
 
Concordância com o pronome relativo que 
O verbo deve concordar sempre com o termo que o antecede. Desse modo, quando houver pronome pessoal 
reto, seguido do pronome relativo que, o verbo deve concordar com o pronome pessoal. 
 
Fui eu que revisei o ofício. 
Fomos nós, os servidores, que revisamos o ofício. 
Foram elas que revisaram o relatório. 
Concordância com o pronome relativo quem 
Quando o pronome relativo que estiver entre as orações for o quem, ele passará a ser o sujeito da oração que 
inicia. Por ser ele um pronome da terceira pessoa do singular, levará o verbo para essa flexão 
independentemente do sujeito da oração anterior. 
Exemplos: 
Talvez sejamos nós quem participará da gincana. (Quem participará da gincana talvez sejamos nós.) 
Serão eles quem distribuirá os livros para as crianças. (Quem distribuirá os livros para as crianças serão eles.) 
Núcleos do sujeito ligados pela conjunção nem 
O sujeito composto ligado pela conjunção nem (que, muitas vezes, é usada repetidamente nem... nem), com 
sentido negativo, também pode levar o verbo para o singular ou para o plural, dependendo do sentidoque 
assuma. 
 
 
 
a) Exclusão ou alternância. 
 
 
Exemplos: 
Nem Maria Antônia nem Fernanda fez o discurso de abertura do Congresso. 
 
 
 
b) Inclusão ou adição. 
 
 
Exemplos: 
Nem Maria Antônia nem Fernanda fizeram o curso de língua portuguesa. 
26 
 
Núcleos do sujeito ligados pela conjunção OU 
Quando a conjunção ou é o elemento que estabelece a ligação entre os núcleos do sujeito composto, o verbo 
pode ficar no singular ou ir para o plural, dependendo do sentido da partícula ou. 
 
Núcleos do sujeito ligados pela conjunção OU 
Quando a conjunção ou é o elemento que estabelece a ligação entre os núcleos do sujeito composto, o verbo 
pode ficar no singular ou ir para o plural, dependendo do sentido da partícula ou. 
 
 
 
a) Exclusão ou alternância. O verbo fica no singular, pois a ação se refere a apenas um dos 
elementos que compõem o sujeito, excluindo, necessariamente, os outros. 
 
 
 
Exemplos: 
Maria ou Fernanda fará o discurso de abertura do Congresso. 
Ou o candidato do governo ou o da oposição ganhará a eleição. 
 
 
 
b) Inclusão ou adição. O verbo fica no plural, pois a ação se refere a todos os elementos que 
compõem o sujeito. 
 
 
 
Exemplos: 
O calor forte ou o frio excessivo me desagradam muito. 
 
 
 
c) Se houver ideia de retificação, o verbo concordará com o mais próximo, ou seja, com o 
núcleo que vier depois do ou. 
 
 
 
Exemplos: 
O ladrão ou os ladrões, não sei ao certo, assaltaram o banco. 
Os ladrões ou o ladrão, não sei ao certo, assaltou o banco. 
Concordância: numeral percentual 
Nas linguagens modernas, em que entram expressões numéricas de porcentagem (ou percentagem), a 
tendência é fazer a concordância do verbo com o termo preposicionado que especifica a referência numérica, 
ou seja, com o especificador da expressão percentual, embora seja aceita também a concordância com o 
percentual. 
Exemplos: 
40% do eleitorado compareceu (ou compareceram). 
50% do eleitorado faltou (ou faltaram) à última votação. 
1% dos eleitores compareceram (ou compareceu). 
30% da frota circulou (ou circularam) no feriado. 
 
 
 
a) Se a expressão percentual vier acompanhada de determinante, a concordância será feita 
necessariamente no plural. 
 
 
 
Exemplo: 
Esses 30% da frota circularam no feriado. 
 
 
 
b) Quando o verbo vem antes da expressão percentual, a tendência é concordar com o número 
percentual. 
 
 
 
Exemplo: 
Compareceram 30% do eleitorado. 
27 
 
 
 
 
c) Porcentagem não seguida de substantivo: o verbo concorda com o numeral. 
 
 
 
Exemplos: 
25% destinam-se ao povo. 
1% recusou-se a colaborar. 
Concordância: Numeral fracionário 
Quando o núcleo do sujeito for formado por uma fração, o verbo deve concordar com o numerador. Contudo, é 
aceitável a concordância atrativa com o especificador. 
Exemplos: 
Um terço dos alunos já saiu (ou saíram). 
3/5 dos inscritos fizeram a prova. 
1/3 dos alunos compareceu (ou compareceram) à palestra ontem. 
Somente 2% não compareceram. 
Um quinto das crianças já foram vacinadas. (verbo Ser) 
 
Concordância: milhão, bilhão, trilhão 
O verbo pode ficar no singular para concordar com milhão, bilhão, trilhão — que são substantivos masculinos no 
singular. Ou, então, no plural para concordar atrativamente com o especificador. 
Exemplos: 
Um milhão foi gasto. 
Dois milhões foram gastos. 
Um milhão de dólares foi gasto ou foram gastos no projeto. 
 
Concordância: Núcleos Sinônimos no Singular 
Quando os núcleos do sujeito composto estão no singular e são sinônimos, traduzindo ideia de gradação, ou 
expressando, em seu conjunto, conteúdos semânticos, relacionados a um determinado contexto, o verbo 
poderá ir para o plural ou ficar no singular, concordando com o elemento mais próximo. O verbo pode concordar 
no singular ou no plural. 
Exemplos: 
Dor e sofrimento me acompanham ou acompanha. 
A alegria e o entusiasmo do atleta era ou eram impressionante(s). 
Sua dor, seu desespero, sua angústia parecia ou pareciam não ter fim. 
 
Concordância; Substantivo Coletivo 
Com coletivos (grupo, bando, manada), o verbo deve concordar no singular, mas é aceitável também a 
concordância atrativa. 
Exemplos: 
Um bando de aves pousou (ou pousaram) no fio. 
Uma manada de búfalos surgiu (ou surgiram) ao longe. 
 
 
III. Concordância: particularidades de alguns 
verbos 
Concordância dos verbos: bater, dar, soar 
Na indicação de horas, o verbo concorda com o número das horas, que, nesse caso, é o sujeito da oração. 
Exemplos: 
Bateu uma hora no relógio da igreja da Matriz. 
Bateram duas horas no relógio igreja da Matriz. 
Deram duas horas no relógio da igreja da Matriz. 
Soaram duas badaladas no relógio da igreja da Matriz. 
Soaram dez horas no relógio da Matriz. 
 
 
 
a) Tal regra não é válida quando o sujeito da oração não for o numeral que acompanha a palavra 
 
 
28 
 
horas. 
 
Exemplos: 
O relógio bateu 2 horas. 
Os relógios bateram 2 horas. 
O relógio deu 2 horas. 
Os relógios deram 2 horas. 
O relógio soou 2 horas. 
Os relógios soaram 2 horas. 
Exemplos: 
Bateu uma hora no relógio da igreja da Matriz. 
Bateram duas horas no relógio igreja da Matriz. 
Deram duas horas no relógio da igreja da Matriz. 
Soaram duas badaladas no relógio da igreja da Matriz. 
Soaram dez horas no relógio da Matriz. 
 
Verbos que expressam fenômenos da natureza. 
Com verbos indicadores de fenômenos da natureza, o verbo vai para a 3ª pessoa do singular por serem 
impessoais, extensivo aos auxiliares se estiverem em locuções verbais. 
Exemplos: 
Choveu por muitas noites de verão. 
Em janeiro, relampejou várias noites seguidas. 
 
 
 
 
a) Verbos que expressam fenômenos da natureza em sentido figurado 
 
 
 
Exemplos: 
Bênçãos divinas choviam sobre a casa. 
Choveram moedas por todos os lados. 
 
Verbos fazer e haver 
Verbos fazer e haver com sentido de tempo transcorrido devem ficar na terceira pessoa do singular por ser 
impessoal (oração sem sujeito). 
Exemplos: 
Faz dias que não vejo você. 
Amanhã faz dois anos que me casei. 
Há meses não encontro você. 
Verbo haver com sentido de existir, ocorrer, acontecer 
O verbo haver, com sentido de existir, acontecer, ocorrer, deve ficar na terceira pessoa do singular por ser 
impessoal (oração sem sujeito). 
Exemplos: 
Houve muitos episódios inesquecíveis em minha vida. 
Houve muitos fatos determinantes na escolha do país que sediaria a Copa. 
Há muitos acidentes naquela esquina da Rainha Elisabeth. 
Há rosas vermelhas no meu jardim. 
Havia pessoas indiscretas naquela festa. 
 
Locução verbal com haver 
Se o verbo haver, em seu sentido impessoal, formar locução verbal, sendo ele o verbo principal, também os 
verbos auxiliares ficarão na 3ª pessoa do singular. 
Exemplos: 
Devia haver muitas crianças no parque. 
Deveria haver mensagens para ser lidas em sua caixa postal. 
Pode haver muitas razões para estudar. 
Pode haver muitos acidentes. 
 
Verbo existir 
29 
 
O Verbo haver, no sentido de existir, é impessoal, mas o verbo existir (intransitivo) nunca é impessoal, 
concordando sempre com o respectivo sujeito. 
Exemplos: 
Existem homens de todo tipo: existem os bons, existem os maus. 
Quando o verbo haver for auxiliar, concordará com o sujeito. 
Exemplo: 
Hão de existir ou Hão de ocorrer muitos acidentes naquele cruzamento perigoso da Visconde Pirajá. 
Sendo assim, segundo a regra geral de concordância, quando acompanhado da partícula se, na função de 
pronome apassivador, o verbo (TD ou TD e I + SE) concorda com o núcleo do respectivo sujeito. 
A partícula se é denominada pronome apassivador por indicar que o verbo está na forma (ou na voz) passiva 
sintéticaou pronominal. Para saber se a partícula se está nesta função, verificamos se há ideia passiva na 
construção do enunciado. Em seguida, se é possível construir a mesma frase na voz passiva analítica. Se for 
possível, o pronome se é apassivador e o verbo concordará normalmente com o sujeito a que se refere. 
Exemplos: 
Discutiu-se a proposta. (voz passiva sintética) 
A proposta foi discutida. (voz passiva analítica) 
Discutiram-se as propostas. (voz passiva sintética) 
As propostas foram discutidas. (voz passiva analítica) 
Analisemos agora a tirinha: 
 
 
Fonte: http://atividadesdeportugueseliteratura.blogspot.com.br/2016/08/analise-tirinha-hagar-
concordancia.html. 
 
Na tirinha, a norma padrão não foi seguida, pois o verbo deveria estar no plural concordando com o seu sujeito: 
Vendem-se terrenos adicionais disponíveis. 
Sendo assim, segundo a regra geral de concordância, quando acompanhado da partícula se, na função de 
pronome apassivador, o verbo (TD ou TD e I + SE) concorda com o núcleo do respectivo sujeito. 
A partícula se é denominada pronome apassivador por indicar que o verbo está na forma (ou na voz) passiva 
sintética ou pronominal. Para saber se a partícula se está nesta função, verificamos se há ideia passiva na 
construção do enunciado. Em seguida, se é possível construir a mesma frase na voz passiva analítica. Se for 
possível, o pronome se é apassivador e o verbo concordará normalmente com o sujeito a que se refere. 
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Exemplos: 
Discutiu-se a proposta. (voz passiva sintética) 
A proposta foi discutida. (voz passiva analítica) 
Discutiram-se as propostas. (voz passiva sintética) 
As propostas foram discutidas. (voz passiva analítica) 
 
Concordância com o pronome se: Índice de Indeterminação do Sujeito 
Quando o sujeito estiver indeterminado pela partícula se, que será classificada como índice de indeterminação 
do sujeito, o verbo ficará na 3ª pessoa do singular. 
 
Concordância com o pronome se: Índice de Indeterminação do Sujeito 
Quando o sujeito estiver indeterminado pela partícula se, que será classificada como índice de indeterminação 
do sujeito, o verbo ficará na 3ª pessoa do singular. 
Exemplos: 
Acredita-se nas pessoas nesta cidade. 
Trata-se de embargos de declaração. 
Necessita-se de bons profissionais. 
Exemplos: 
Acredita-se nas pessoas nesta cidade. 
Trata-se de embargos de declaração. 
Necessita-se de bons profissionais. 
 
Concordância com Verbos Pronominais: se Parte Integrante do Verbo 
Existem verbos que são sempre pronominais — só se conjugam com o pronome: dignar-se, arrepender-se, 
queixar-se, atrever-se, suicidar-se, apiedar-se e condoer-se, e outros que poderão apresentar-se, em alguns 
casos, como pronominais: lembrar-se e esquecer-se. 
A concordância segue a regra geral, ou seja, o verbo concorda com o núcleo do respectivo sujeito quando 
acompanhado da partícula se na função de parte integrante do verbo. 
 
Concordância com Verbos Pronominais: se Parte Integrante do Verbo 
Existem verbos que são sempre pronominais — só se conjugam com o pronome: dignar-se, arrepender-se, 
queixar-se, atrever-se, suicidar-se, apiedar-se e condoer-se, e outros que poderão apresentar-se, em alguns 
casos, como pronominais: lembrar-se e esquecer-se. 
A concordância segue a regra geral, ou seja, o verbo concorda com o núcleo do respectivo sujeito quando 
acompanhado da partícula se na função de parte integrante do verbo. 
Exemplos: 
O aluno queixou-se da professora. 
Os alunos queixaram-se da professora. 
Exemplos: 
O aluno queixou-se da professora. 
Os alunos queixaram-se da professora. 
 
V - Concordância: verbos no infinitivo 
 
V - Concordância: verbos no infinitivo 
 
 
 
a) Com sujeito composto por infinitivos 
A preferência é o uso do verbo no singular. 
 
 
 
Exemplo: 
Sorrir e balançar a cabeça não resolve (ou resolvem) seu problema. 
 
 
 
b) Se os infinitivos forem antônimos, o verbo concorda no plural: 
 
 
 
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Exemplo: 
Rir e chorar fazem parte da vida. 
• 
 
 
 
a) Com sujeito composto por infinitivos 
A preferência é o uso do verbo no singular. 
 
 
 
• Exemplo: 
Sorrir e balançar a cabeça não resolve (ou resolvem) seu problema. 
• 
 
 
 
b) Se os infinitivos forem antônimos, o verbo concorda no plural: 
 
 
 
• Exemplo: 
Rir e chorar fazem parte da vida. 
 
 
 
c) Não se flexiona a forma do infinitivo quando ela tiver valor de imperativo. 
 
 
 
Exemplos: 
Honrar pai e mãe. 
Amar a Deus sobre todas as coisas. 
Fazer os exercícios da apostila. 
 
 
 
d) Quando o infinitivo é regido de preposição, funcionando como complemento de um 
substantivo, adjetivo ou verbo da oração anterior. 
 
 
 
Exemplos: 
Tinham a obrigação de colaborar. 
Eles foram obrigados a pagar. 
Eleonora o convenceu a ficar. 
• 
 
 
 
c) Não se flexiona a forma do infinitivo quando ela tiver valor de imperativo. 
 
 
 
• Exemplos: 
Honrar pai e mãe. 
Amar a Deus sobre todas as coisas. 
Fazer os exercícios da apostila. 
• 
 
 
 
d) Quando o infinitivo é regido de preposição, funcionando como complemento de um 
substantivo, adjetivo ou verbo da oração anterior. 
 
 
 
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• Exemplos: 
Tinham a obrigação de colaborar. 
Eles foram obrigados a pagar. 
Eleonora o convenceu a ficar. 
 
 
 
e) Também não flexionamos o infinitivo quando ele surge como verbo principal de uma 
locução. 
 
 
 
Exemplos: 
Queiram comparecer, por favor, ao balcão de informações. 
Precisamos lutar para procurarmos vencer os desafios que vamos enfrentar. 
 
 
 
f) Quando o sujeito da oração reduzida de infinitivo, for o mesmo da anterior, a flexão do 
infinitivo é desnecessária. 
 
 
 
Exemplos: 
Eles irão a São Paulo apresentar as pesquisas ao presidente da Cia. 
Nós fazemos o possível para acatar suas sugestões para a solução dos problemas internos da empresa. 
• 
 
 
 
e) Também não flexionamos o infinitivo quando ele surge como verbo principal de uma 
locução. 
 
 
 
• Exemplos: 
Queiram comparecer, por favor, ao balcão de informações. 
Precisamos lutar para procurarmos vencer os desafios que vamos enfrentar. 
• 
 
 
 
f) Quando o sujeito da oração reduzida de infinitivo, for o mesmo da anterior, a flexão do 
infinitivo é desnecessária. 
 
 
 
• Exemplos: 
Eles irão a São Paulo apresentar as pesquisas ao presidente da Cia. 
Nós fazemos o possível para acatar suas sugestões para a solução dos problemas internos da 
empresa. 
 
 
 
g) Em orações adverbiais reduzidas, com sujeitos diferentes, usamos a flexão de infinitivo 
pessoal, que é aquela em que a forma do infinitivo flexionado atribui a ação a uma das três 
pessoas do discurso. 
 
 
 
Exemplos: 
O professor trouxe o livro para eu ler. 
O professor trouxe o livro para tu leres. 
O professor trouxe o livro para eles lerem. 
 
 
 
h) Se o sujeito estiver claramente expresso, a concordância será obrigatória. 
 
 
 
33 
 
Exemplos: 
Trouxemos os sanduíches para nós almoçarmos no escritório. 
Ele fez de tudo para eles comprarem a casa. 
• 
 
 
 
g) Em orações adverbiais reduzidas, com sujeitos diferentes, usamos a flexão de 
infinitivo pessoal, que é aquela em que a forma do infinitivo flexionado atribui a ação a uma 
das três pessoas do discurso. 
 
 
 
• Exemplos: 
O professor trouxe o livro para eu ler. 
O professor trouxe o livro para tu leres. 
O professor trouxe o livro para eles lerem. 
• 
 
 
 
h) Se o sujeito estiver claramente expresso, a concordância será obrigatória. 
 
 
 
• Exemplos: 
Trouxemos os sanduíches para nós almoçarmos no escritório. 
Ele fez de tudo para eles comprarema casa. 
 
VI - Concordância do verbo ser 
 
VI - Concordância do verbo ser 
O verbo ser merece destaque quando se estuda concordância verbal. Há casos em que esse verbo concorda 
com o sujeito da oração, há casos em que concorda com o predicativo e há casos, ainda, em que pode 
concordar tanto com o sujeito como com o predicativo, a depender do termo que se quer destacar. 
 
Verbo ser + sujeito constituído por pronome interrogativo, indefinido ou demonstrativo 
Quando o sujeito do verbo ser é um dos pronomes interrogativos que ou quem, o pronome indefinido tudo ou 
um dos pronomes demonstrativos isto, isso, aquilo, a concordância se faz com o predicativo do sujeito. 
 
Exemplos: 
Isso são horas? 
Aquilo foram passatempos infantis. 
Tudo na vida são verdades de relação. 
Nem tudo são flores. 
Quem são os vencedores do concurso. 
Que são palavras variáveis? 
. 
 
Verbo ser + Pronome Pessoal do Caso Reto 
Quando, na oração, um pronome pessoal do caso reto desempenhar a função de sujeito ou de predicativo do 
sujeito, a concordância do verbo ser será com o pronome. 
Exemplos: 
O professor sou eu. 
Eu sou o professor. 
Os escolhidos fomos nós. 
34 
 
 
Verbo ser + substantivo próprio + substantivo comum 
Quando ocorrem, na oração, um substantivo próprio e um substantivo comum, a concordância se fará com o 
substantivo próprio, esteja ele em posição de sujeito ou de predicativo. 
Exemplos: 
Elizabeth II foi, por muito tempo, todos os meus sonhos. 
Os meus sonhos, por muito tempo, foi Elizabeth II. 
 
Verbo ser + núcleo do sujeito no singular + núcleo do predicativo no plural 
Quando o verbo ser ocorre entre um sujeito cujo núcleo é um substantivo comum, no singular, e um predicativo 
cujo núcleo é um substantivo comum, no plural, a tendência é o verbo concordar com o predicativo. 
Exemplo: 
Talvez o problema sejam as orelhas. 
AULA8 
Tipologias textuais: estudo dos tipos de textos 
O tipo de texto é determinado pelo modo de se estabelecer a interação entre texto e leitor. 
Isso significa que o tipo é caracterizado pela sua organização discursiva, ou seja, natureza linguística de sua 
construção teórica, como por seus tempos verbais, aspectos lexicais e sintáticos, relações entre seus 
elementos. 
Os principais tipos textuais são: 
 
 
 
 
 
Tipologia textual: organização da narrativa 
 
A narrativa apresenta fatos em sequência e decorrentes de uma relação de causa × consequência, isto é... 
 
 
 
Os fatos são vividos por personagens, em determinado tempo e lugar, e apresenta um narrador que, diante dos 
35 
 
fatos narrados, pode assumir dois pontos de vista: o de narrador-personagem ou o de narrador-observador, por 
exemplo, dentre outros. 
Contudo, como percebemos, o texto é muito mais do que uma simples sequência de enunciados. Cada estilo de 
texto envolve conteúdo, função social, organização linguística e componentes estruturais específicos, que o 
define e o diferencia dos demais. 
O texto narrativo é uma variedade do discurso que 
tem como função relatar um acontecimento, 
estabelecer um ato comunicativo em que o emissor 
se projeta no texto, na figura do narrador, que é o 
principal responsável pelo enredo. 
 
 
 
Tempo cronológico 
É o período que transcorre na ordem linear, na ordem natural dos fatos do enredo (= calendário), do 
começo para o final. 
 
Chama-se tempo cronológico porque pode ser medido em horas, meses, anos, séculos. Exemplo: 
 
 
 
 
 
Elementos da narrativa 
Estudamos, há pouco, que toda narração transmite uma história que, organizada em um enredo, evolui no 
tempo e no espaço. Os acontecimentos de uma narrativa se organizam em uma linha temporal. 
No texto descritivo, podem ocorrer tanto caracterizações objetivas (físicas, concretas), quanto subjetivas 
(aquelas que dependem do ponto de vista de quem descreve). 
A descrição apresenta ainda algumas características, como: 
 
 
 
presença de substantivos, que marcam traços genéricos do objeto descrito, 
 
 
 
de adjetivos e locuções adjetivas, que atribuem características específicas que permitem um 
detalhamento maior; 
 
 
 
predomínio de verbos de ligação (coordenação de ideias) e de verbos no Pretérito Imperfeito — 
porque permitem tornar “presente” o que já passou. O uso do Presente do Indicativo em uma 
descrição é para fazer com que aquilo que se descreve apareça como um quadro vivo à nossa 
frente. Assim como, o emprego de metáforas e de comparações objetiva materializar a imagem 
descrita. 
 
Mas, na verdade, salvo as descrições técnicas ou científicas, toda descrição revela, em maior ou menor grau, a 
impressão que o autor tem daquilo que descreve, pois não existe texto sem intenção. 
36 
 
Dissertativo-expositivo ou Expositivo O texto dissertativo-expositivo tem como 
objetivo informar e esclarecer o leitor por meio da exposição de um determinado 
assunto ou tema. Não há a necessidade de persuadir o leitor, apenas de expor 
conhecimentos, ideias e pontos de vista. Esse tipo textual é predominante em gêneros, 
como aulas expositivas, verbete de dicionário, capítulos de livro didático, artigos 
enciclopédicos, manuais didáticos, exposições orais, seminários, conferências, Artigos 
científicos, palestras, monografia, dissertação de mestrado. 
Dissertativo-argumentativo ou Argumentativo O texto dissertativo argumentativo é aquele em 
que defendemos uma ideia, opinião ou ponto de vista com a intenção é persuadir o leitor da 
tese apresentada (ideia central) a partir de uma argumentação lógica, coerente e coesa. 
Linguagem: dissertativo-expositivo ou 
dissertativo-argumentativo 
 
Nesta linguagem, predomina o uso dos verbos no 
Presente do Indicativo — por não ter esse tempo 
conotação temporal —, ou seja, ele não faz 
referência a acontecimentos ocorridos. 
Devemos evitar também o uso das formas de primeira pessoa (eu/nós) no texto dissertativo para que não seja 
visto como expressão de um olhar subjetivo, particular, mas sim como uma argumentação racional, válida para 
todas as pessoas. 
Diferentemente da narração, a dissertação não apresenta uma progressão temporal; os conceitos são 
genéricos, abstratos e, em geral, não se prendem a uma situação de tempo e espaço. Daí o emprego de verbos 
no presente. Ao contrário também da descrição, que se caracteriza pelo período simples, a dissertação trabalha 
com o período composto, com o encadeamento de ideias e, nesse tipo de construção, o emprego correto dos 
conectores é fundamental para obtermos um texto claro, coeso e coerente. 
O texto injuntivo ou instrucional está pautado na explicação e no método para a concretização de uma ação, ou 
seja, indica o procedimento para realizar algo, por exemplo, receita de bolo, bula de remédio, manual de 
instruções, editais e propagandas. 
Sua função é transmitir ao leitor mais do que simples informações, visa, sobretudo, instruir, explicar, todavia, 
sem a finalidade de convencê-lo por meio de argumentos. 
São textos o quais incitam a ação dos destinatários, controlando, assim, seu comportamento, ao fornecer 
instruções e indicações para a realização de um trabalho ou a utilização correta de instrumentos e/ou 
ferramentas. 
Recursos Linguísticos 
A linguagem dos textos injuntivos é simples e objetiva, e um dos recursos linguísticos marcantes e recorrentes 
desse tipo de texto é a utilização dos verbos no Imperativo, de modo a indicar “ordem”, “apelo”. 
Como exemplos, temos: 
 
 
 
Receita de bolo: “misture todos os ingredientes”; 
 
 
 
Bula de remédio: “tome duas cápsulas por dia”; 
37 
 
 
 
 
Manual de instruções: “aperte a tecla amarela”; 
 
 
 
Propagandas: “vista essa camisa”. 
 
Esse tipo de texto injuntivo é muito comum nas categorias de textos jurídicos uma vez que ojuiz é quem 
determina o que deve ser feito, como e quando; e, em muitas peças processuais, as partes requerem também 
os pedidos ou ações futuras.

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