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O contexto social e político brasileiro se enquadra atualmente como um dos mais desiguais do mundo

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O contexto social e político brasileiro se enquadra atualmente como um dos mais desiguais do mundo. Com um política de distribuição de renda que não satisfaz as reais necessidades dos cidadãos e uma crescente concentração dessa mesma renda, o Brasil se encontra mergulhado numa crescente aceleração da miséria, fome, criminalidade, e tantos outras mazelas sociais
Com o advento prático do neoliberalismo no Brasil de forma mais contundente no Governo de Fernando Collor, mais precisamente na década de 90, começa a articulação e a venda de várias empresas estatais e a desarticulação dos sindicatos, enfraquecendo a luta de milhares de trabalhadores espalhados pelo país. Assim, inicia uma crescente onda de desemprego e a carência de uma maior participação do estado na vida das pessoas. Podemos dizer que o país tinha neste momento histórico a oportunidade de efetivar de forma prática as políticas públicas voltadas para o emprego e renda. Infelizmente, pouca ação se efetivou.
O atual cenário brasileiro, conduzido pelo capitalismo selvagem de mercado, fabrica constantemente mazelas sociais amparadas por um modelo político-social cujas ideias se articula na compreensão de que somos seres sociais altamente competitivos e individualistas. Como o estado deve intervir com enfoque coletivo, se estamos mergulhados numa concepção de vida individualista, empregnada na essência da vida de cada cidadão brasileiro? Onde as políticas públicas brasileiras, deve ter seu foco? Como implementá-las de forma satisfatória, que venha atender a todos, sem distinção de cor, etnia, religião, sexualidade e classe social? Assim sendo, necessário além de tudo, que cada política pública tem em sua função ideológica a intencionalidade social.
Temos uma infinidade de homens e mulheres condicionados e aprisionados no assistencialismo proposto pelo governo brasileiro. É necessário enxergar além da satisfação momentânea, mas potencializar o cidadão para sua própria condição de auto-realização por meio de ações coletivas, voltadas para a organização destes na esfera social.
Assim sendo, muitas políticas públicas não têm um fim específico, muitas terminam sem atingirem o foco real, que seria melhorar a vida das pessoas. Aqui se percebe uma política pública sem articulação e orientada para não se efetivar na prática, mas apenas satisfazer os anseios da concepção neoliberal, que seria de desarticular o próprio estado e suas intenções sociais, além de favorecer o emprobrecimento das camadas em situação de vulnerabilidade social.
ortanto, é fundamental a compreensão de que toda política pública tem um pouco de função social. Assim, a implantação, a execução e a adminsitração de tais políticas públicas deve favorecer uma intencionalidade social, além do aspecto meramente assistencial, que compreenda a superação desse enfoque e atinja a possibilidade de seus usuários se auto-realizarem socialmente, com dignidade e equidade.
No Brasil, as políticas sociais começaram a serem implantadas a partir da década de 1930, na Era Vargas. Temos uma característica diferente. No Brasil, as políticas sociais foram mais generosas, floresceram mais nas ditaduras Vargas e Militar. Ao cercearem os direitos civis, os governos autoritários ofereciam uma série de benefícios sociais, numa espécie de cala a boca. Foram criados o BNH, PIS, Pasep, 13º salário. Tudo isso surgiu na ditadura militar. No período de redemocratização houve poucas políticas sociais. A partir de 1985, com a Assembléia Constituinte de 1987 e a nova Constituição de 1988, ocorreu uma série de avanços sociais, que Ulisses Guimarães chamou de Constituição Cidadão e que inovou em vários aspectos.
No mundo todo, as políticas sociais sofrem um retrocesso. Mesmo no norte da Europa, onde as políticas sociais mais se desenvolveram, ocorre esse retrocesso e no Brasil a situação não é diferente. A partir do final dos anos de 1970, houve uma crise profunda do sistema capitalista e todos os governos que eram sociodemocratas foram substituídos por neoliberais, que visa o mercado, onde tudo, saúde, educação, vira mercadoria. Nossa luta é não deixar que tudo seja privatizado

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