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DIREITO PENAL – II AV2 CIRCUNSTÂNCIAS ATENUANTES – art. 65 CP – são circunstâncias que poderão reduzir a pena. Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na data da sentença; II - o desconhecimento da lei; III - ter o agente: a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral; b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as conseqüências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano; c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima; d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime; e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou. CONCURSO DE CRIMES – art. 69 ao 72 CP; uma pessoa pode cometer duas ou mais infrações penais que estão ligadas de algum modo; estaremos diante de um concurso de crimes quando estivermos frente a um concurso de penas. * cúmulo material – em que se determina a soma das penas de cada um dos delitos componentes do concurso; * cúmulo jurídico – em que a pena a ser aplicada deve ser mais grave do que a cominada para cada um dos delitos, sem se chegar à soma delas; * absorção – em que a pena a ser aplicada é a do delito mais grave, desprezando-se os demais; * exasperação – em que a pena a ser aplicada deve ser a do delito mais grave, entre os concorrentes aumentada a sanção em certa quantidade, em decorrência dos demais crimes. ESPÉCIES DE CONCURSO: * CONCURSO MATERIAL – art. 69 CP – quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos (homogêneos) ou não (heterogêneos). Aplica-se a pena cumulativamente (somam-se as penas). * CONCURSO FORMAL – art. 70 CP – quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos (homogêneos – ex: um tiro – dois homicídios) ou não (heterogêneos – ex: um acidente – um homicídio e uma lesão corporal). Ele é perfeito quando o agente tem em mente um só fim, mas possui vários efeitos antijurídicos (ex: uma bomba para explodir um prédio); é imperfeito quando o agente deseja praticar vários crimes, tendo consciência e vontade em cada um deles (ex: uma sopa envenenada para matar vários por causa de herança). No concurso formal perfeito homogêneo – penas idênticas – aplica-se uma delas aumentada de 1/6 até a metade; concurso formal perfeito heterogêneo – aplica-se a mais grave aumentada de 1/6 até a metade; concurso formal imperfeito – somam-se as penas. * CRIME CONTINUADO – art. 71 CP – quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas mesmas condições de: tempo, lugar, maneira de execução, e outras semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro. Teoria da ficção jurídica (presunção de um único delito para efeito da pena). Requisitos: pluralidade de condutas; Pluralidade de crimes da mesma espécie; Condições objetivas semelhantes (continuidade, condições de tempo, espaço, modo de execução). SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA – “SURSIS” – a partir do art. 77 CP – direito do condenado em ter parcialmente suspensa a execução da pena privativa de liberdade imposta, durante um determinado período de tempo e mediante certas condições; a suspensão da execução da pena é parcial porque o seu benefício está sujeito ao cumprimento de algumas penas restritivas de direitos, dependendo da espécie de sursis aplicado. * Concessão – requisitos: - deve ser concedido por meio de sentença ou acórdão que aplica a pena privativa de liberdade; - o art. 157 da LEP determina a substituição da pena; - concedido o benefício e transitada em julgado a sentença, o condenado será intimado para comparecer a uma audiência de advertência ou audiência admonitória, onde tomará conhecimento das condições impostas e das conseqüências do seu descumprimento. * Espécies de Sursis: - Simples ou comum (art. 77); Especial (art. 78, § 2º CP) – aos condenados não reincidentes à pena privativa de liberdade não superior a 2 anos; - Etário (art. 77, § 2º) – aos condenados maiores de 70 anos de idade (na data da sentença) à pena privativa de liberdade não superior a 4 anos; - Humanitário (art. 77, §2º) – aos condenados à pena privativa de liberdade não superior a 4 anos cujo estado de saúde justifique a suspensão (pacientes terminais). Período de Prova – é o lapso temporal dentro do qual o beneficiário (condenado) deverá revelar bom comportamento e cumprir as condições que lhe foram impostas. Tais condições podem ser: legais – são as previstas para o sursis simples e para o especial (etário e ao humanitário); judiciais – que são as condições que, apesar de não previstas em lei, podem ser livremente fixadas pelo juiz (desde que não sejam vexatórias nem afrontem direitos constitucionais); legais indiretas – que são assim denominadas pelo fato de serem causas de revogação do benefício. Condições legais: sursis simples – prestação de serviços à comunidade ou limitação de final de semana (no primeiro ano de prova); sursis especial – proibição de freqüentar determinados lugares, de se ausentar da comarca sem autorização do juiz e comparecimento pessoal obrigatório em juízo mensalmente para justificar as atividades exercidas. Condições legais indiretas – obrigatórias (art. 81 CP) ou facultativas (art. 81, § 1º CP). LIVRAMENTO CONDICIONAL – (a partir do art. 83 CP) – é a antecipação provisória da liberdade do condenado, concedida mediante o preenchimento de requisitos, a submissão a certas condições e durante o restante da pena em que deveria cumprir preso; a competência para a concessão do livramento condicional é do juiz da execução penal onde o preso cumpre a pena. É diferente do “sursis”, pois neste a execução da pena privativa de liberdade não é iniciada. REVOGAÇÃO: Revogação obrigatória Art. 81 - A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário: I - é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso; II - frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ou não efetua, sem motivo justificado, a reparação do dano; III - descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste Código. Revogação facultativa § 1º - A suspensão poderá ser revogada se o condenado descumpre qualquer outra condição imposta ou é irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por contravenção, a pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos. MEDIDAS DE SEGURANÇA – ART. 96 AO 99 CP. - É uma espécie de sanção penal imposta pelo Estado aos inimputáveis (art. 26) visando a prevenção do delito, com a finalidade de evitar que o criminoso que apresente periculosidade volte a delinquir. * Espécies: a) MEDIDA DE SEGURANÇA DETENTIVA – internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico (art. 96, I); b) MEDIDA DE SEGURANÇA RESTRITIVA – tratamento ambulatorial (art. 96, II). Aplicação: tratando-se de inimputável, o juiz deverá absolver o réu impondo-lhe a medida de segurança (internação ou tratamento ambulatorial). Prazo para internação – de 1 a 3 anos, até cessar a periculosidade. c) MEDIDA DE SEGURANÇA SUBSTITUTIVA – quando no curso da execução da pena privativa de liberdade sobrevier doença mental. AÇÃO PENAL – art. 100 a 106 CP; é o direito de invocar-se o Poder Judiciário no sentido de aplicar o Direito Penal objetivo. - A ação penal tem como objeto de classificação: o objeto jurídico do delito e o interesse da vítima na persecução criminal. Assim, teremos: * Ação Penal Pública (denúncia) – interesse da sociedade – parte legítima: Ministério Público. Pode ser: - incondicionada – independe da vontade da vítima. Ex.: homicídio; - condicionada – só se procede mediante representação. Ex.: ameaça. * AçãoPenal Privada (queixa-crime) – interesse da vítima – parte legítima: o ofendido. Normalmente são ofensas morais, crimes contra a honra. Aqui o MP é só fiscalizador. - Crimes contra os costumes (possui os 3 tipos de ação penal). EXTINÇÃO DE PUNIBILIDADE – art. 107 CP – causas que impedem a aplicação da sanção penal (impedem o poder de punir do Estado – o “jus puniendi”). Podem ser: gerais ou comuns – que podem ocorrer em todos os delitos. Ex.: morte; especiais ou particulares – que apenas ocorrem em determinados delitos (casos expressos em lei). Ex.: retratação (crimes contra a honra). Ainda, se houver concurso de agentes, pode ser: comunicáveis – que aproveitam todos os autores, co-autores e partícipes. Ex.: perdão ou renúncia. Incomunicáveis – que valem para cada um, não atingindo os demais. Ex.: morte ou retratação. EFEITOS DA EXTINÇÃO – podem ocorrer antes ou depois do trânsito em julgado da sentença condenatória: - antes: atinge o próprio “jus puniendi” – pretensão punitiva; - depois: atinge o título penal executório – pretensão executória. ART. 107 CP – morte do agente – comprovada pela certidão de óbito; anistia, graça ou indulto – benefícios constitucionais. ANISTIA – “esquecimento de certas infrações penais”; compete privativamente ao Congresso Nacional; atinge todos os efeitos penais; concedida antes ou depois do trânsito em julgado de sentença condenatória; benefício coletivo – atinge somente os que cometeram o fato; concedido por lei ordinária; não gera reincidência. GRAÇA – benefício individual, só alcança determinada pessoa, devendo ser, portanto, solicitada – concedida por meio de despacho, mas isso não impede que seja concedida espontaneamente pelo Presidente da República; gera reincidência; concedida só após o trânsito em julgado de sentença condenatória. INDULTO – benefício coletivo e espontâneo, recai sobre fatos e abrange um número grande de pessoas; pode ser concedido de ofício pelo juiz; concedido por decreto presidencial; gera reincidência; concedido só após o trânsito em julgado de sentença condenatória. DIFERENÇAS: A anistia exclui o crime, rescinde a condenação e extingue totalmente a punibilidade; a graça e o indulto apenas extinguem a punibilidade, podendo ser parciais; A anistia, em regra, atinge crimes políticos; a graça e o indulto, crimes comuns; A anistia pode ser concedida pelo poder legislativo; a graça e o indulto são de competência exclusiva do Presidente da República (podendo ser delegáveis – Ministro de Estado, Procurador Geral da República e Advogado Geral da União); A anistia pode ser concedida antes da sentença final ou depois da condenação irrecorrível; a graça e o indulto pressupõem o trânsito em julgado da sentença condenatória. ABOLITIO CRIMINIS – a lei penal deixa de considerar uma conduta como sendo criminosa; deve retroagir para beneficiar o agente. DECADÊNCIA – é a perda do direito de ação penal privada ou representação pelo não exercício no prazo legal de 6 meses, que é a regra geral com raras exceções. PEREMPÇÃO – é a perda do direito de prosseguir a ação penal privada por algum fato previsto no art. 60 ,CPP, ou geralmente por inércia ou negligência do querelante. PRESCRIÇÃO – art. 109 a 118 CP – é a perda do direito de punir (punitiva) ou de executar a pena (executória). - Motivos: * punição à atuação ineficiente ou negligente do Estado; * ineficácia da condenação penal após o transcurso de certo lapso de tempo; * prejuízo para ressocialização do infrator. Obs.: todos os crimes estão sujeitos à prescrição, exceto: racismo/ ação de grupos armados (art. 5º, XLII, LXIV, CF). ESPÉCIES DE PRESCRIÇÃO: PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA – o decurso do tempo faz com que o Estado perca o direito de punir, consubstanciado no direito de invocar o Poder Judiciário para aplicar a sanção ao autor do crime pelo fato cometido. - Propriamente dita; - Intercorrente; - Retroativa. Deve-se observar a pena máxima do delito e verificar no art. 109 CP. PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA – o decurso do tempo faz com que o Estado perca o direito de executar a sanção imposta pela sentença condenatória. Deve-se observar a pena dada na sentença e verificar no art. 109 CP. PENA DE MULTA: art. 114 – 2 anos para prescrição da pretensão punitiva e 5 anos para prescrição da pretensão executória. Prevê o art. 107, IV do Código Penal, duas espécies básicas de prescrição: a prescrição da pretensão punitiva (art. 109, CP) e a prescrição da pretensão executória (art. 110, caput, CP). Entretanto, as duas espécies de prescrição podem ocorrer de quatro formas diferentes, são elas: a prescrição da pretensão punitiva propriamente dita (art. 109, CP); a prescrição subseqüente/superveniente/intertemporal à sentença condenatória (art. 110, §1º c/c art. 109, CP) antes do trânsito em julgado da sentença final; a prescrição retroativa (art. 110, §§1º e 2º c/c art. 109, CP); e a prescrição da pretensão executória (art. 110, caput, CP), com trânsito em julgado da sentença final condenatória. CADERNO DE EXERCÍCIOS – questões objetivas 1)Assinale a opção correta com base nos princípios de direito penal na CF: (136° Exame OAB/SP, 1ª Fase). a) O princípio básico que orienta a construção do direito penal é o da intranscendência da pena, resumido na fórmula nullum crimen, nulla poena, sine lege. b) Segundo a CF, é proibida a retroação de leis penais, ainda que estas sejam mais favoráveis ao acusado. c) Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação de perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas até os sucessores e contra eles executadas, mesmo que ultrapassem o limite do valor do patrimônio transferido. d) O princípio da humanidade veda as penas de morte, salvo em caso de guerra declarada, bem como as de caráter perpétuo, de trabalhos forçados, de banimento e as cruéis. 2) Com base na Lei de Execução Penal, assinale a opção correta: (36° Exame de Ordem Cespe/UnB. 1ª Fase). a) Os presos, sem distinção, têm direito a contato com o mundo exterior por meio de visitas, inclusive íntimas, correspondência escrita, leitura e demais meios de comunicação e informação. b) A assistência material ao preso consiste no fornecimento de alimentação, vestuário, objetos de higiene pessoal e da limpeza da cela, bem como instrumentos de trabalho e educacionais. c) A assistência à saúde do preso, de caráter preventivo e curativo, compreende atendimento médico, farmacêutico e odontológico. d) A autoridade administrativa pode decretar o isolamento preventivo do preso faltoso e incluí-lo em regime disciplinar diferenciado, por interesse da disciplina, independentemente de despacho do juiz competente. 3) Após o trânsito em julgado da sentença penal condenatória, intimado a pagar a pena de multa que lhe fora fixada, mas não o fazendo, o condenado poderá:(32 Exame de Ordem Cespe/UnB. Março 2008): a) Ter a pena de multa convertida em pena privativa de liberdade. b) Ter sua dívida inscrita na fazenda pública, com a conseqüente execução fiscal. c) Ter sua pena de multa convertida em pena restritiva de direitos. d) Ter o valor da pena de multa aumentado 4) Sobre a prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas, assinale a alternativa INCORRETA: (132° Exame OAB/SP– 1ª Fase). a) Consiste na atribuição de tarefas gratuitas ao condenado. b) Deve ser aplicada nas condenações acima de 01 (um) mês e até 02 (dois) anos de privação de liberdade. c) Dar-se-á em entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou estatais. d) Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado ao condenado cumprir a pena substitutiva em menor tempo, nunca inferior à metade da pena privativa de liberdade fixada. 5)Entre as circunstâncias que sempre atenuam a pena, não está incluído o fato deo agente: (34° Exame OAB- Cespe/UnB): a) desconhecer a lei; b) ter cometido o crime sob coação a que pudesse resistir; c) ter cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o tiver provocado; d) ter cometido o crime em ocasião de incêndio, inundação ou qualquer calamidade pública. 6) Sobre a aplicação da pena (CP, art. 59 a 76), assinale a alternativa INCORRETA: (Juiz de Direito/PR) a) no concurso de causas de aumento ou de diminuição previstas na Parte Especial do Código Penal, o juiz deve levar em consideração todos os aumentos e/ou diminuições, não podendo limitar-se à causa que mais aumente ou diminua a pena. b) segundo o entendimento majoritário, inclusive sumulado pelo Superior Tribunal de Justiça, a incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução da pena abaixo do mínimo legal. c)verifica-se a circunstância agravante da reincidência quando o agente comete novo crime, mesmo que a condenação anterior já transitada em julgado seja no estrangeiro. d)o rol das circunstâncias atenuantes não é taxativo, eis que o Código Penal expressamente admite outras hipóteses, mesmo que não previstas em lei. 7) Acerca da reincidência, assinale a opção correta (35ª Exame OAB- Cespe/UnB): a) para efeito de reincidência específica, prevalece a condenação anterior, se, entre a data do cumprimento da pena e a infração posterior, tiver decorrido tempo superior a 5 anos; b) para efeitos de reincidência, são considerados os crimes eleitorais, os crimes militares próprios e os crimes políticos; c) para se caracterizar a reincidência na prática de crime, é necessário que haja trânsito em julgado de sentença condenatória por prática de crime anterior; d) o agente que, na fase de recurso de sentença condenatória pela prática de crime, comete contravenção penal, deve ser considerado reincidente não-específico. 8) Com relação à aplicação da Pena é CORRETO afirmar que: (Juiz de Direito/ MG) se o réu é primário e de bons antecedentes, a pena deve ser fixada no mínimo legal. as circunstâncias atenuantes e agravantes devem ser levadas em consideração na fixação da pena-base. a circunstância atenuante pode reduzir a pena aquém do mínimo legal, assim como a agravante pode aumentá-la além do máximo cominado. é possível considerar as circunstâncias que qualificam o homicídio com as que o tornam privilegiado, desde que sejam aquelas de natureza objetiva.
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