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ECA
 Aula 8 - Justiça da Infância e da Juventude e Proteção Judicial dos Interesses Individuais, Difusos e Coletivos
Breve histórico
O 1º Juizado de Menores do Brasil e da América Latina foi criado em 20 de dezembro de 1923, no Rio de Janeiro, localizado onde atualmente funciona o Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES). O primeiro Juiz de Menores, como chamado na época, foi empossado em 02 de fevereiro de 1924, sendo o Dr. José Cândido de Albuquerque Mello Mattos. Daí o primeiro Código de Menores ter sido conhecido e chamado de “Código Mello Mattos”.
Com a criação do ECA, cada Estado e o Distrito Federal puderam criar varas especializadas e exclusivas da infância e da juventude.
Atenção: Cabe ressaltar que as Varas da Infância e da Juventude não integram a denominada Justiça Especializada, e sim são uma especialização da justiça comum, sendo do Poder Judiciário Estadual a atribuição de criação e instalação destes órgãos, conforme determina o art. 146 do ECA.
Do acesso à Justiça da Infância e da Juventude
À toda criança ou adolescente, sem distinção, é garantido o acesso à Justiça da Infância e da Juventude. E esse acesso deve ser interpretado de forma ampla, ou seja, não somente à figura do Juiz, mas a todos aqueles que fazem parte desta justiça, como a Defensoria Pública e o Ministério Público.
Assim, o legislador definiu regras de acesso a esta justiça especializada, como forma de facilitar e incentivar a utilização da mesma, sem deixar de garantir a proteção aos preceitos do ECA.
As regras do Estatuto da Criança e do Adolescente, por ser este uma lei especial, prevalecem sobre as leis tidas como gerais. A partir dessa premissa, dispôs o legislador, no art. 152, que as normas gerais processuais previstas nas legislações pertinentes se apliquem subsidiariamente às regras do ECA.
Alguns exemplos dessas regras são:
- Garantia de assistência judiciária gratuita aos que dela necessitarem, através de defensor público ou advogado nomeado.
- Isenção de custas e emolumentos para as ações judiciais e da sua competência bem como para os recursos.
- As crianças e adolescentes devem ser devidamente representados ou assistidos por seus pais ou responsáveis ou curadores nomeados, nos processos judiciais.
- Garantia de sigilo de atos judiciais, policiais e administrativos que digam respeito a crianças e adolescentes a que se atribua autoria de ato infracional: segundo o disposto no parágrafo único do art. 143, a violação dessa regra configura a prática da infração administrativa prevista no art. 247 do ECA. E deve ser ressaltado que não estão amparadas pela regra do mesmo art. 143, as vítimas do ato infracional, mesmo que sejam crianças ou adolescentes, já que a regra é específica para o autor do ato infracional.
Quem compõe a Justiça da Infância e da Juventude? 
A autoridade a que se refere o ECA é o juiz da Infância e da Juventude, ou o juiz que exerce essa função, na forma da lei de organização judiciária local. O titular do Juizado da Infância e Juventude de Anápolis, é o juiz José Carlos Limongi Sterse.
É a equipe interprofissional ou o corpo técnico formado por assistêntes sociais, psicólogos, etc, que assessora a Justiça da Infância e Juventude, desenvolvendo trabalhos sob a subordinação desta, porém tendo assegurada a livre manifestação do ponto de vista técnico. Como exemplos dessa ação podemos citar a elaboração de laudos, aconselhamentos, orientação, encaminhamento, prevenção e outros.
A partir da CRFB de 1988, o Ministério Público passou a ter uma atuação muito mais voltada para a solução dos problemas sociais. Assim, ao estabelecer o rol de atribuições deste órgão no art. 201 do Eca, o legislador estatutário elegeu o MP como o grande ator na defesa dos direitos das crianças e adolescentes, permitindo-lhe atuar tanto na esfera judicial como extrajudicial.
IMPORTANTE: A enumeração do art.201 do ECA é exemplificativa e não taxativa. O legislador também prevê ser obrigatória a intervenção do MP em todos os processos em curso nas Varas da Infância e da Juventude, sob pena de nulidade ( arts. 202 e 204).
O ECA seguiu as determinações dos tratados e convenções internacionais ao garantir às crianças e aos adolescentes a defesa por advogado constituído ou através da Defensoria Pública, em casos de hipossuficiência. Merece destaque a regra contida no art. 207, que dispõe que nenhuma criança ou adolescente a que se atribua ato infracional será processado sem defensor: é garantia do devido processo legal.
Competência em razão do lugar
O art. 147, do ECA, trata da competência em razão do lugar ou territorial. Ela define o local da propositura das ações. Vale ressaltar que ela é diversa da regra da competência territorial geral, prevista pelo CPC. Ela se aplica nas hipóteses dos arts. 98 e 148, III, VII e § único, do ECA.
Comentário: O art. 147 possui dois incisos, sendo a regra o inciso I, e a exceção, o inciso II. Desta forma, a competência do juízo será fixada pelo domicílio dos pais ou responsáveis, desde que a criança ou o adolescente esteja na companhia dos genitores ou acolhido em entidade. E, não havendo pais ou responsável, ou estando eles em local incerto e não sabido, o foro competente será o do local onde se encontra a criança ou adolescente. 
Isto porque o legislador aderiu à regra do juízo imediato do CPC, ou seja, aquele mais próximo de onde se encontra a criança ou o adolescente, para uma prestação jurisdicional mais rápida e eficaz. Não se aplica portanto, a perpetuatio jurisdictionis, diferindo do CPC, já que quando o Juiz da Infância e da Juventude despacha nos autos isto não o vincula ao processo, que pode ser remetido ao Juiz competente mais próximo da criança ou adolescente, em caso de acolhimento, mudança de endereço, etc., quantas vezes forem necessárias, também como forma de se obter uma prestação jurisdicional mais rápida e eficaz.
IMPORTANTE: Em caso de genitores com domicílios diferentes, deve-se escolher o que melhor atenda aos interesses da criança ou adolescente.
Outras exceções à competência territorial da Justiça da Infância e da Juventude:
Competência para conhecer e julgar as ações socioeducativas (§ 1º do art. 147)
O critério adotado é o do local da prática do ato infracional e não o local do resultado. Esse critério visa facilitar a colheita de provas, em face da proximidade, fazendo com que o processo tenha o curso mais célere. Já para o processo de execução das medidas socioeducativas, o juízo competente será o mesmo que julgou a ação. O § 2º do art. 147 traz exceção a esta regra quando os pais ou os responsáveis residem em comarca diversa do local onde ocorreu o ato infracional. Nesse caso, a lei determina que poderá haver delegação da execução da medida.
Competência para processar infração cometida através de transmissão simultânea de rádio ou televisão, que atinja mais de uma comarca (§3º do art. 147)
Será competente a autoridade judiciária do local da sede estadual da emissora ou rede, tendo a sentença eficácia para todas as transmissoras ou retransmissoras do respectivo estado.
Competência em razão da matéria
O art. 148, do ECA, trata da competência em razão da matéria abrangida pela Justiça da Infância e da Juventude, ou seja, define as situações que exigem a atuação desta justiça. Importante: O rol do artigo 148 não contempla a competência para julgar crimes contra criança ou adolescente. No entanto, o STF entendeu que é possível tal hipótese. Clique aqui para ler mais sobre o assunto.
ATENÇÃO: Os incisos I a VII são aplicáveis a crianças e adolescentes em qualquer situação: regular ou não. É a competência exclusiva, já que só a Justiça da Infância e da Juventude pode atuar nestes casos. Já o § único, trata de casos de crianças e adolescentes incursas nas hipóteses do art. 98 do ECA. Logo, não se tratando destas hipóteses, a competência será da Vara de Família. É a competência concorrente.
OBSERVAÇÃO: Em caso de ato infracional praticado contra bem da União, a competência é da Justiça da Infância e da Juventude. Jápara restituição de coisa apreendida, é do juízo criminal, já que o ECA só prevê o procedimento administrativo.
IMPORTANTE: É da competência do Juiz da Infância e Juventude disciplinar ou autorizar a entrada ou participação de crianças e adolescentes em locais de diversão pública, espetáculos/eventos, atendendo aos princípios do ECA, através de Portaria ou Alvará. Veja as situações nos incisos do art. 149. Da leitura dos incisos, conclui-se que, nas situações previstas no inciso I, a contrario sensu, se as crianças e adolescentes estiverem acompanhados dos pais, poderão frequentar tais locais. Já no inciso II, mesmo acompanhados, necessitam de autorização. Vale ressaltar que o legislador de estabelecer os parâmetros que visam nortear o magistrado no momento da elaboração das portarias ou do exame do pedido de alvará. Como o ECA não vinculou a validade dessas portarias à submissão de reexame a nenhum órgão, permitiu que a sua revisão seja feita através de recurso de apelação (art. 199 do ECA).
Dos Recursos
As regras relativas aos recursos a serem utilizados nos processos que tenham por objeto matéria regulamentada pelo ECA está contida nos arts. 198 e 199. O legislador estatutário elegeu o sistema recursal previsto no CPC, sem levar em conta a matéria que está sendo objeto de impugnação, se civil ou penal.
Porém os recursos, na Justiça da infância e da Juventude, possuem certas peculiaridades.
- Os recursos não possuem preparo: isto reduz custos e incentiva o acesso à justiça, proporcionando maior efetividade ao direito.
- O prazo para interposição e resposta dos recursos é sempre de 10 dias,para o Ministério Público e para a defesa, com exceção dos embargos de declaração, que é de 48h: isto proporciona maior celeridade aos processos. A redação do caput do artigo 198 foi alterada pela Lei 12594/12, que passou a mencionar expressamente as medidas socioeducativas, além de alteração do inciso II, para estabelecer que o prazo dos recursos seria aplicável ao Ministério Público e à defesa, excluindo a exceção do agravo, tendo em vista que a antiga redação, ao estabelecer o prazo de 10 dias, excepcionava além dos embargos de declaração, o recurso de agravo. No entanto, com as alterações realizadas no CPC, o prazo de Agravo já era de 10 dias. Desta forma, a lei adequou a redação à realidade.
- Os recursos serão processados com prioridade absoluta, devendo ser imediatamente distribuídos, ficando vedado que aguardem, em qualquer situação, oportuna distribuição, e serão colocados em mesa para julgamento sem revisão e com parecer urgente do Ministério Público. Além disso, têm preferência no julgamento e dispensam revisor: também gera maior celeridade aos processos.
- O recurso de apelação só será recebido no duplo efeito (devolutivo e suspensivo) se tratar-se de adoção internacional ou se houver perigo de dano irreparável ou de difícil reparação ao adotando: a regra, pelo CPC, é atribuir o duplo efeito à apelação, mas neste caso, a fim de dar celeridade aos processos, só haverá o duplo efeito nestas situações.
- O Juiz da Infância e da Juventude pode exercer o juízo de retratação, ao receber o agravo ou a apelação, reformando assim sua decisão, sem remeter os autos à instância superior.
IMPORTANTE: Também se aplica o disposto no art. 188 do CPC no sistema judicial da Infância e da Juventude. Ou seja, o MP tem o prazo em dobro para recorrer e em quádruplo para contestar. A Defensoria também goza de prazo em dobro. A alteração do artigo 198, II menciona expressamente, como mencionamos acima, o Ministério Público e a defesa. No entanto, não se pode interpretar esta disposição de forma contrária aos interesses da Infância e Juventude. De qualquer forma, teremos que esperar a nossa Jurisprudência se firmar acerca desta alteração.
Proteção judicial dos Interesses Individuais, Difusos e Coletivos
Os interesses individuais, difusos e coletivos correspondem à terceira geração de direitos fundamentais. Assim, na defesa dos direitos previstos no ECA, cabem todas as espécies de ações – Ação Civil Pública, Ação Popular, Mandado de Segurança, Obrigação de Fazer e de Não Fazer, Ação Mandamental, etc. – aplicando-se as regras do CPC.
E, para essas ações, não há também custas/despesas processuais nem emolumentos, como forma de incentivo à busca pela justiça.
ATENÇÃO: Para atender a essa nova modalidade de direitos, fez-se necessário que o ordenamento jurídico criasse novos instrumentos para a sua proteção. E ao tratar de ações para garantia dos direitos das crianças e dos adolescentes, o legislador agrupou-as em ações individuais e coletivas.
Julgamento e proposição de ações
A justiça da Infância e da Juventude tem competência absoluta para julgar ações de responsabilidade por ofensa aos direitos das crianças e adolescentes elencados nos incisos do art. 208, do ECA, e outros protegidos pela lei e pela CRFB, sendo as únicas exceções a competência da justiça federal e dos tribunais superiores. E a competência é do local da ação ou omissão ( art 209, ECA). Nestes casos, o aplicador do direito deve seguir as regras contidas nos arts. 109 da CRFB e 99 do CPC, ou seja, nas causas onde há interesse da União e de entidades públicas federais ( autarquias e empresas públicas) deslocam a competência para a justiça Federal. Além do MP, podem propor ação para proteção dos interesses das crianças e adolescentes, a União, os Estados, os Municípios, o Distrito Federal, os Territórios e as Associações legalmente constituídas. E a chamada legitimação concorrente. 
- Ação de Obrigação de Fazer ou Não Fazer: Como toda modalidade obrigacional, estas ações decorrem de duas fontes: da lei e da convenção das partes. No âmbito da Vara da Infância, estas ações decorrem mais da obrigação legal do que do contrato. Há que ser ressaltado que a Vara da Infância somente terá competência para conhecer dessas ações quando um direito fundamental estiver sendo violado. Por exemplo, Escola pública que possua sala de aula em péssimo estado de conservação; falta de docente em determinada escola; entrega de medicamentos; tratamento especializado, etc. 
- Termo de Ajustamento de Conduta ( TAC) : É o instrumento que permite ao causador da lesão fazer uma composição extrajudicial do conflito em questão, de forma a se buscar a execução específica da obrigação. É um comprometimento. Deve ser ressaltado que não é somente o MP que tem legitimidade para negociar o TAC, mas todos aqueles que têm legitimidade para propor a ação civil pública (art 211). Finalmente, há natureza de título executivo extrajudicial e, como consequência, o mesmo poderá ser executado diretamente em casos de descumprimento (§5º do art 211).
- Inquérito Civil : Na esteira da Lei 7.347/87, o legislador previu, no art 223 do ECA, a possibilidade de instauração de inquérito civil, sob a presidência do MP, com a finalidade de verificar a existência de lesão de direito metaindividual. Ao término do inquérito civil, o MP poderá optar por intentar a ação civil pública, ou realizar o termo de ajustamento de conduta, ou promover seu arquivamento.
A promoção desse arquivamento, segundo os moldes do §1º do art.223, deverá ser fundamentada com a exposição dos fatos e os motivos que levaram ao seu entendimento. O controle desse arquivamento, segundo o dispositivo no §2º do art 223 é feito pelo Conselho Superior do MP, devendo o MP que promoveu o arquivamento remeter os autos ao Conselho para homologação, no prazo de 3 dias, sob pena de falta funcional. Previu ainda o legislador que, enquanto o Conselho Superior não se manifestar, qualquer dos legitimados para a propositura da ação civil pública poderá se manifestar nos autos e, inclusive, acrescentar peças ( art.223, §3º). Finalmente, estabelece a lei que, após o arquivamento, o inquérito somente será reaberto com fatos novos. 
- Ação Mandamental: Muito embora o legislador estatutário tenha tentado criar uma figura nova no mundo jurídico, à ação mandamental, ele nada mais fez do que mudar o nome do mandado de segurança, tanto que determinouque essa "nova figura" se regerá pelas normas da lei 12016/09 (§2º do art 212). Tal como o mandado de segurança, a ação mandamental terá cabimento sempre que algum ato de autoridade lesar direito líquido e certo da criança e do adolescente.
Devem ser ressaltados 3 aspectos importantes nessa ação:
1- Autoridade - é a pessoa que desempenha uma função pública com o poder de decisão.
2- Direito líquido e certo - é aquele que pode ser exercidoe, por conta disso, pode ser comprovado plenamente no ato da impetração da ação.
3- Juiz competente - será o Juízo da Infância e da Juventude do local onde estiver ocorrendo a violação do direito, seguindo a regra do art.209 do ECA. Por exemplo, decorrem das situações ligadas à educação, como obtenção do histórico escolar para a transferência do aluno que se encontra com a mensalidade atrasada, ou pedido para fazer prova na hipótese de o aluno se encontrar suspenso. 
- Ação Civil Pública: O legislador disciplinoi a ação cicil pública no art.210 do ECA, para a defesa dos interesses e direitos protegidos pelo mesmo diploma legal. Algumas peculiaridades desta ação no âmbito da justiça da Infância e da Juventude: 
1- a legitimação para esta ação é concorrente, autônoma e disjuntiva, dando possibilidade a cada um dos concorrentes proporem a ação individualmente ou em litisconsórcio, inclusive entre os membros do MP.
2- Visto que são graves as situações de violação de direitos metaindividuais - que, de regra necessitam de proteção judicial - a lei prevê a concenssão de liminar. Essa providência cautelar pode ser prévia à ação pública ou incidental, sendo que para a concessão da liminar é obrigatória a oitiva do Poder Público.
3- quanto ao objeto da ação pública, o legislador estatutário seguiu a mesma técnica contida na Lei 7.347/85, ou seja, apenas indicou um rol exemplificativo e não taxativo em seu art 208, enumerando nove situações de desrespeito aos direitos de crianças e dos adolescentes.
IMPORTANTE: O MP somente terá legitimidade para propor ação que vise à defesa dos direitos individuais de criança ou adolescente quando estes não possuem representante legal, ou este mostre-se omisso ou não cumpra com a sua obrigação legal. Assim, diante do texto do art 212 do ECA, a conclusão a que se chega é que não é cabível a utilização de ação civil pública para defesa de direitos individuais.
- Informações Gerais: O agente causador do dano/lesão ao direito da criança e do adolescente está sujeito também, à punição na esfera cívil ( ação de reparação de dano) e administrativa ( demissão) - arts. 54, §2º e 208, §2º, ECA e arts. 37, §6º, CRFB. E qualquer pessoa que tiver conhecimento de fatos que podem gerar uma ação civil na esfera da justiça da Infância e da Juventude, seja funcionário ou não da justiça, deve denunciar ao MP.

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