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SLIDES PORTUGUES EM USO AULA 2

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Português em uso
AULA 02
31.05.2016
 Prof. Lemuel Diniz
 
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 O português brasileiro contemporâneo em uso: aspectos morfológicos 
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ALGUNS TRAÇOS LINGUÍSTICOS DO PORTUGUÊS NO BRASIL 
 De acordo com R. L. Trask e Ataliba Castilho, 
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NO ÂMBITO MORFOLÓGICO: 
[Morfologia é a parte da gramática que estuda a estrutura, processos de formação, flexão e classificação das palavras.]
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NO ÂMBITO MORFOLÓGICO: 
a) Elevação da vogal temática A para E e E para I no pretérito perfeito do indicativo, para diferenciá-lo do presente do indicativo: 
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NO ÂMBITO MORFOLÓGICO: 
Fiquemo por ficamos
Bebimo por bebemos 
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NO ÂMBITO MORFOLÓGICO: 
b) Perda progressiva do –S para marcar o plural nominal (AS CASA) e perda do –S da desinência da primeira pessoa do plural: 
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NO ÂMBITO MORFOLÓGICO: 
Nóis cantemo por nós cantemos
Nóis vamo por nós vamos
 
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NO ÂMBITO MORFOLÓGICO: 
c) As formas sintéticas dos comparativos são interpretadas como adjetivos no grau positivo:
Mais mió por melhor
 
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 O português brasileiro contemporâneo em uso: aspectos sintáticos 
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ALGUNS TRAÇOS LINGUÍSTICOS DO PORTUGUÊS NO BRASIL 
 De acordo com Ataliba Castilho, 
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NO ÂMBITO SINTÁTICO: 
a) No português brasileiro, ocorre a generalização do pronome reflexivo SE para a primeira e segunda pessoas:
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NO ÂMBITO SINTÁTICO: 
Eu se esqueci.
[Eu me esqueci.]
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Faz tempo que nós não se falemo mais. 
[Faz tempo que nós não nos falamos mais.]
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NO ÂMBITO SINTÁTICO: 
b) “O verbo recebe a negação mesmo quando precedido de sintagma nominal negativo, como em ‘ninguém não viu o lobisomem’”;
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NO ÂMBITO SINTÁTICO: 
c) Generalização do pronome QUE com relativo universal, como o desaparecimento de CUJO, ONDE, e substituição da relativização cortadora pela relativização copiadora:
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NO ÂMBITO SINTÁTICO: 
O menino que eu falei com ele.
[O menino com quem eu falei.]
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NO ÂMBITO SINTÁTICO: 
O menino que o pai dele morreu.
[O menino que perdeu o pai.]
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NO ÂMBITO SINTÁTICO: 
A casa que eu nasci lá.
[A casa onde nasci.]
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NO ÂMBITO SINTÁTICO: 
Quero mostrar para você uma lanterna que comprei ela ontem.
[Quero mostrar para você uma lanterna que comprei ontem.] 
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Pronomes Relativos
São pronomes relativos aqueles que representam nomes já mencionados anteriormente e com os quais se relacionam. 
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O racismo é um sistema que afirma a superioridade de um grupo racial sobre outros.
O pronome relativo "que" refere-se à palavra "sistema" e introduz uma oração subordinada. Diz-se que a palavra "sistema" é antecedente do pronome relativo que.
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O pronome que é o relativo de mais largo emprego, sendo por isso chamado relativo universal. Pode ser substituído por o qual, a qual, os quais, as quais, quando seu antecedente for um substantivo.
Por exemplo: O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual) A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (= a qual) Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os quais) As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (= as quais) 
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NO ÂMBITO SINTÁTICO: 
d) No português brasileiro muitas vezes a relativização ocorre fora da norma culta. [Relativização é o uso dos pronomes relativos QUE, ONDE, CUJO]: 
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NO ÂMBITO SINTÁTICO: 
Exemplo de relativização na norma culta:
O livro de geografia CUJA capa é amarela sumiu.
Esse “tipo” de relativização é chamada de ESTRATÉGIA PADRÃO.
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NO ÂMBITO SINTÁTICO: 
Exemplo de relativização na norma popular:
O livro de geografia que a capa dele é amarela sumiu.
Esse “tipo” de relativização é chamada de ESTRATÉGIA COPIADORA.
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NO ÂMBITO SINTÁTICO: 
Outro exemplo de relativização na norma popular:
O livro de geografia que a capa é amarela sumiu.
Esse “tipo” de relativização é chamada de ESTRATÉGIA CORTADORA.
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Relembrando os usos do “QUE”:
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Finalizadas as explicações sobre o tripé dos aspectos fonéticos, morfológicos e sintáticos do português brasileiro, vamos tratar de...
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O português em uso e o vocabulário de origem árabe, espanhol, francesa, italiana e tupi
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R. L. TRASK. Dicionário de linguagem e linguística. São Paulo: Contexto, 2008.
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Segundo R. L. TRASK, do árabe o português brasileiro “herdou” as palavras ALMOXARIFE, ALCACHOFRA, ALGARISMO, ARROZ, AZEITE, AZULEJO.
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Do espanhol é proveniente a palavra CARTILHA.
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Do provençal se originam as palavras TROVAR, TROVADOR. 
 
 (“Provençal” vem de Provença, uma região da França onde surgiram os primeiros trovadores, responsáveis pelas cantigas de amor).
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Do francês o português brasileiro herdou os vocábulos SARGENTO, TENENTE. “A influência do francês sobre o português do Brasil foi muito forte até a Segunda Guerra Mundial, resultando em empréstimos como TREM e RESTAURANTE” 
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 BÚSSOLA, PIZZA e TCHAU são palavras de procedência italiana.
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Segundo Teyssier...
TEYSSIER, Paul. História da língua portuguesa. 3. ed. Tradução de Celso Cunha. São Paulo: Martins Fontes, 2007. p. 110-114. 
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É do tupi que provêm as palavras CAPIM, CUPIM, MINGAU, GURI, CAATINGA, CURUMIM ou CULUMIM, CUNHÃ, MOQUECA.
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O vocabulário da flora brasileira de origem tupi é considerável. Ex.: ABACAXI, BURITI, CARNAÚBA, MANDACARU, MANDIOCA, SAPÉ, TAQUARA, 
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uma série de nomes de árvores como PEROBA, CANJARANA, CAROBA, IMBUIA, JACARANDÁ, ARATICUM, IPÊ, CIPÓ, 
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EXEMPLO: 
“Carobinha do campo (Jacaranda pteroides)
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CAROBA
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“Nomes Populares: Caroba, jacarandá-de-minas, jacarandá, caiuá, jacarandá-branco, caroba-branca, pau-de-colher, pau-santo, carobeira, jacarandá-preto, mulher-pobre.
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A Carobinha do Campo é facilmente encontrada no Brasil e com o chá das folhas pode-se combater as afecções cutâneas, as boubas [lesões na pele], as escrófulas, o reumatismo, a sífilis. O mesmo chá, tomado de duas em duas horas, dá bom resultado no combate à disenteria amebiana. O chá tem, além disso, ação fortemente diurética. O decocto das folhas serve para lavar feridas e fazer gargarejos.” 
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FONTE: http://eebluizbernardoolsen.blogspot.com.br/2009/09/projeto-acorde-plantas-nativas.html
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CANJARANA
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e nomes de frutas como PITANGA, MARACUJÁ, JABOCATICABA, CAJU.
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A mesma riqueza vocabular nota-se com relação à FAUNA do país; ex.: CAPIVARA, QUATI, TATU, SAGUI; 
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a maioria das serpentes, desde a inocente CANINANA até à terrível SUCURI; 
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a maior parte dos peixes, desde o ACARÁ até à carnívora PIRANHA; 
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ACARÁ-BANDEIRA
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ACARÁ-BANDEIRA
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PÁSSAROS:
ARAPONGA
URUBU
CURIANGO
CURIÓ
SABIÁ
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O tupi legou ainda ao Brasil personagens espectrais e inquietantes como SACI e CAIPORA
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Palavras de origem tupi entram em locuções familiares.
Ex.: ANDAR NA PINDAÍBA
ESTAR DE TOCAIA
CAIR NA ARATACA [=cair na arapuca] 
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Canção “Tu Tu Tu Tupi” – Cocoricó
Link para acessar:
http://letras.mus.br/cocorico/505067/
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Wikipedia
Cocoricó é uma série de televisão infantil brasileira de caráter educativo produzido TV Cultura, criado pelo núcleo infantil da emissora, cuja estréia ocorreu em 1º de abril de 1996. O programa utiliza bonecos animados como personagens sendo a maioria deles animais falantes. O protagonista da série, Júlio, foi criado por Fernando Gomes.
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Se mantém em exibição ininterrupta desde a sua estreia sendo renovado com novos episódios a cada ano. Seu sucesso também fez com que o programa passasse também nos canais TV Rá-Tim-Bum, TV Brasil (antiga TVE), e na TV E-Paraná. É exibido também na Argentina pelo canal Pakapak e internacionalmente
através do canal Nick Jr. e pela TV Globo Internacional.
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Palavras mencionadas no clipe:
Jabuticaba, Caju, Maracujá, Pipoca, Mandioca, Abacaxi, 
Tamanduá, Urubu, Jaburu, Jararaca, Jibóia, Tatu
Arara, Tucano, Araponga, Piranha, Perereca, Sagui, Jabuti, Jacaré
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Topônimos (nomes de lugares) provenientes do tupi:
Maranhão, Maceió, Macapá, Marajó, Paraná, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Jundiaí, Morumbi, Curitiba, Parati Butantã, Tremembé, Tatuapé
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VOCABULÁRIO DE ORIGEM AFRICANA
Certas palavras passaram diretamente da África a Portugal, sem transitar pelo Brasil e foram, posteriormente, introduzidas no país pelos portugueses. É o caso de INHAME. 
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Se nos ativermos ao vocabulário indubitavelmente introduzido pelos escravos transportados ao Brasil, verificaremos que ele é de origem diversa. Com efeito, os escravos pertenciam às mais variadas etnias. Entretanto, duas línguas africanas tiveram um papel particularmente importante no Brasil:
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O IORUBA – falado atualmente na Nigéria
e o 
QUIMBUNDO – falado em Angola
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O ioruba está na base de um vocabulário próprio à Bahia, relativo às cerimônias do candomblé (p. ex.: orixá) ou à cozinha afro-brasileira (vatapá, abará, acará, acarajé). 
[TRAZER IMPRESSO PARA LEITURA A REPORTAGEM SOBRE A ATUALIDADE DO IORUBA].
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O quimbundo legou ao Brasil um vocabulário mais geral,quase sempre intergrado à língua comum (ex.: caçula, cafuné, molambo, moleque). Muitas vezes esse vocabulário evoca o universo das plantações de cana-de-açúcar (ex.: banguê), com os escravos, seu modo de vida e suas danças (ex.: senzala, mocambo, maxixe, samba). 
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REFERÊNCIAS:
 CASTILHO, Ataliba T. de. O português do Brasil. In: ILARI, Rodolfo. Linguística românica. São Paulo: Ática, 2000. p. 237-276. (Série Fundamentos; 83)
 TRASK, R. L. Dicionário de linguagem e linguística. 2. ed. Tradução de Rodolfo Ilari. São Paulo: Contexto, 2008.

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