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penal 1- resumo

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DIREITO PENAL
Bibliografia: 
Prof Cesar roberto BIttencourt: tratado de direito penal, vol 1 parte geral
Prof Rogério Grecco: curso de direito penal
Prof Paulo Queiroz
Prof Juarez Cirino dos Santos
Prof Guilherme de souza nucci
Prof Rogério Sanches
Assuntos: Teoria geral do direito penal, Teoria da norma penal (art 1 ao 12), Introdução à teoria do delito.
Obs:
O direito penal é dividido em parte geral e parte especial, sendo a primeira do art 1 ao 120, já a especial vai do art 121 ao 359-H.
Tarefa: A parte geral do código penal foi reformada em 1984 pela lei 7209 e a parte especial mantem-se majoritariamente a mesma desde 1940 (ditadura de Getúlio vargas). Pesquisar sobre a conferência de criminologia de 1936
ASSUNTO:
·	Conceito de direito penal: É um braço político do estado, que depende do tipo de estado ao qual ele serve, podendo ser extremamente repressivo, como no caso de ditaduras.
No Brasil, como é de 1940, o código penal serviu como instrumento de defesa social, ou seja é um código de repressão grande. 
Com a constituição de 1988 muda-se o paradigma do código penal, fazendo com que o direito penal sirva para limitar o poder do Estado. Só podendo ser exercido dentro da legalidade e não dentro da conveniência. É errado pensar no direito penal como instrumento de punição.
Pode ser conceituado em 3 sentidos: Formal, material ou dinâmico/sociológico:
1)Formal: Um conjunto de normas que qualifica certos comportamentos humanos como infrações penais, definindo seus agentes e fixando suas penas. É o que a lei diz que é
2)Material: Refere-se a comportamentos considerados altamente reprováveis ou danosos ao organismo social, ofendendo bens jurídicos indispensáveis a vida em comunidade. Bens jurídicos = valores (materiais ou não) que são protegidos pelo direito penal devido a sua importância.
3)Dinâmico/sociológico: É mais um instrumento de controle social, visando assegurar a necessária disciplina para harmônica convivência em sociedade
O que diferencia o direito penal de outros ramos do direito é a possibilidade da aplicação da sanção privativa da liberdade (pena privativa da liberdade).
Antigamente chamava-se de direito criminal por sofrer influência do positivismo, o objeto de estudo era o criminoso e seu crime. Na atualidade estuda-se a pena, deixando a desejar quanto a motivos e outros fatores relacionados ao crime.
O direito penal estuda o crime pelo viés jurídico, norma. A criminologia analisa o crime enquanto fato (motivos determinantes, a vítima, as consequencias sociais do crime...). Já a política criminal vê o crime enquanto um valor, do ponto de vista político, da utilização de ações governamentais de redução dos índices. Segundo Reale o direito é composto de fato, valor e norma. No Brasil as políticas criminais mais utilizadas são repressão (como no Rj, que colocou as forças armadas) e o próprio direito penal (utilizada no momento de emergência). Todavia a justiça social é o que resolveria de fato o problema da criminalidade, com a promoção da cidadania.
A função mediata do direito penal é limitar o poder punitivo do estado, evitando uma hipertrofia punitiva do estado. Já a função imediata é na primeira corrente, a brasileira, a justificativa mais racional do direito penal, ou seja, a proteção dos bens jurídicos (coisas que a sociedade considera relevante e devem ser tuteladas). A segunda corrente diz que a missão do direito penal é assegurar a vigência da norma, a proteção ao ordenamento jurídico. A coercitividade da lei. Essa corrente é chamada de funcionalismo sistêmico.
CONCEITOS:
·	Direito penal objetivo: Conjunto de leis penais em vigor no país. Ex:Constituição
·	Direito penal subjetivo: O poder de punir o estado. Jus puniendi
1)Positivo: Capacidade de criar e executar normas penais 
2)Negativo: Poder de denegar ou restringir leis penais
O poder de punir em monopólio de estado é limitado pelo modo, pelo tempo e pelo espaço. Deve respeitar direitos fundamentais (sem penas crueís ou degradantes), não é eterno (há preescrição do crime), também deve respeitar o princípio da territorilidade (somente pune-se em território nacional). Existe uma exceção no que tange a vingança privada, o ordenamento jurídico a permite em um caso, no estatuto do índio, concomitantemente à punição estatal.
·	Criminalização primária: É desrespeito às normas penais criminalizadoras, desrespeito aos comportamentos humanos proibidos. Um processo de tipificação criminal de determinada conduta
·	Criminalização secunária: É a aplicação da pena, o processo de aplicação da pena.
Tarefa para o lar: Existe criminalização terciaria e assim sucessivamente??
A escola da criminologia crítica tem como principal pensador Alesandro Baratta, que através da crítica marxista parte da premissa na qual o crime não é uma realidade ontológica pré-constituída, tampouco um fenômeno empiricamente verificável, mas é uma construção discursiva e o criminoso fruto de um processo de etiquetamento.
Através dessa análise crítica iremos abordar o que é o criminoso segundo a teoria do etiquetamento social.
Teoria do Etiquetamento Social, é uma teoria criminológica marcada pela ideia de que as noções de crime e criminoso são construídas socialmente a partir da definição legal e das ações de instâncias oficiais de controle social a respeito do comportamento de determinados indivíduos. Segundo esse entendimento, a criminalidade não é uma propriedade inerente a um sujeito, mas uma “etiqueta” atribuída a certos indivíduos que a sociedade entende como delinquentes. Em outras palavras, o comportamento desviante é aquele rotulado como tal. 
Segundo esse entendimento, o próprio sistema e sua reação às condutas desviantes, por meio do exercício de controle social, definem o que se entende por criminalidade. Entretanto, a criminalidade não é gerada somente por uma forma de atuação do Sistema Penal no âmbito social, sendo preciso considerar a existência de três processos distintos de criminalização:
A criminalização terciária ou interacionismo simbólico, significa que existem agentes estigmatizantes que vão desde o mercado de trabalho até o próprio sistema penitenciário que rotula o indivíduo em seu interno. obs: por mais que a pessoa cumpra a pena ela sempre será rotulada como ex presidiário
·	Direito penal de emergência: Visa atender demandas de criminalização. O estado cria normas penais, endurece a repressão penal, com o intuito de devolver o sentimento de segurança e tranquilidade para a sociedade. É uma resposta de política criminal a situações de crise. O problema é que não se foca nas causas do crime e além disso passa-se a emregência e a lei mais grave fica. Lei de crimes hediondos, manifestação no Brasil de um direito penal de emergência.
·	 Direito penal promocional: é o estado visando a consecução de seus objetivos emprega leis penais, desconsiderando penas limitadoras. O direito penal é utilizado como instrumento de transformação social.
·	Direito penal simbólico: A lei penal surge sem qualquer eficácia jurídica ou social. Utiliza-se o rótulo penal somente pela força do símbolo. Ex: lei do feminicídio, não se criou, somente rotulou com outro nome o crime já previsto em lei
·	Velocidades do direito penal
Primeiro grau: Enfatiza infrações penais mais graves, punindo infrações mais graves com penais mais graves e maior respeito aos procedimentos.
Segundo grau: Há uma flexibilizão de direitos e garantias, possibilitando penas mais céleres, mas em contrapartida penas mais brandas.
Terceira velocidade: mescla parãmetros da promeira com da segunda velocidade, ou seja, defende a punição com pena privativa de liberdade (penas graves), pórem com processos mais rápidos (menor rigor procedimental). Chamado também de direito penal do inimigo
Quarta velocidade: Crimes processados pelas cortes internacionais do Tribunal Penal Internacional (previsto no Estatuto de Roma). Tem como objetivo punir crimes contra a humanidade. EX: Antigo chefe da Iugoslávia
LER A EXPANSÃO DO DIREITO PENAL (Jesus Mariade Silva Sanches)
FONTES DO DIREITO PENAL
Da onde se origina a produção da norma
·	Material
Poder legislativo sob a competência do Congresso Nacional 
Câmara dos deputados ou Senado
Exceção: Questões de interesse regional por meio de lei complementar (art. 22 inc. 1 da CF de 88)
·	Formal
Instrumento de exteriorização do Direito Penal
Fonte de conhecimento do Direito Penal, podendo ser imediata e mediata
Imediatas
Lei em sentido estrito: Ato normativo emanado pelo poder legislativo e sancionado pelo poder executivo, passando por todo processo legislativo. A lei é o único instrumento normativo apto, capaz de criminalizar condutas e estabelecer sanções penais
Constituição da República: Mandado constitucional de criminalização e proteção, estabelece a pauta penal
Tratados e convenções internacionais sobre os Direitos Humanos : Não podem criminalizar comportamentos, mas estabelece limites ao Direito Penal
Jurisprudência: Revela o Direito Penal através do entendimento dos Tribunais Superiores . Súmulas vinculantes
Princípios: Normas jurídicas com conteúdo valorativo. EX: Decisões judiciais com base em princípios
Atos administrativos: Complementam o Direito Penal, são as chamadas leis penais em branco, já que necessitam de complementação por atos administrativos
Mediatas
Doutrina: Revela o Direito através da dogmática
OBS) As fontes informais seriam os costumes, mas os mesmos não possuem condão de revogar uma lei penal
INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL
Pode ser dividida em razão do sujeito(leva-se em conta o sujeito que observa o objeto) em razão do modo (método) e em razão do resultado (finalidade pela qual se busca nessa interpretação
1)Com base no sujeito 
·	Interpretação autêntica, que é, o próprio legislador estabelece o sentido da lei. Podendo ela ser contextual ou posterior. Contextual: O sentido da lei é dado concomitante à sua edição. Já o posterior é aquela que após a sua edição vem um outro ato normativo conceituando.
·	Interpretação cinetífica ou doutrinária: O sujeito responsável pela interpretação consiste em um dogmata, um professor, um estudioso. Ex: Livros, teses, exposição de motivos do código penal...
·	Interpretação jurisprudencial: É feita pelos tribunais. São as decisões judiciais reinteradas. São exteriorizadas pelas súmulas de orientação jurisprudenciais, pelos acórdãos e pelas súmulas vinculantes do STF.
2)Com base no modo
·	Gramatical ou literal: Leva-se em considerção somente o sentido expresso da lei, sua literalidade.
·	Teleológico ou finalístico: Busca-se o real objetivo da lei
·	Sistêmico: Interpretação sistêmico, interpretação da lei penal inserida em um sistema, um conjunto de normas a fim de evitar incompatibilidade entre as normas, a interpretação em conjunto com toda a legislação em vigor. Não se pode interpretar as normas isoladamente.
·	Histórico: Indaga-se todo o processo histórico da edição da lei. Ex: na lei de combate à violência doméstica contra a mulher.
·	Evolutiva ou progressiva: Busca o significado da lei de acordo com os avanços e progressos da ciência. Tenta adaptar, adequar a lei a contemporaneidade científica. 
·	Compreensivo: Foi utilizado pelo STF no julgamento do inquerito 1769, no Pa, relator min carlor velloso, TP.
Consite em adequar o sentido da lei a uma realidade própria. "capoeira jurídica" (jeitinho).
 LER O ACORDON
3)Com base no resultado:
·	Declaratória: Declara-se o sentidp da lei já previsto, reprodux r declara o objetivo da lei, não há inovação
·	Ampliativas: Buca ampliar o alcançe da norma, normalmente estas são usadas no âmbito de aplicação de direitos e garantias fundamentais e de normas penais não incriminadoras
·	Restritiva: Faz-se diminuir, limitar ao maximo o alcançe da norma, utiliza-se nos casos penais incriminadoras.
·	Analógica: Diferente de analogia. A analogia não é forma de interpretação, mas uma maneira de integração do ordenamento, pois pressupõe a lacuna no ordenamento. Parte-se do pressuposto de inexistência de uma lei a ser aplicada no caso concreto, e por esse motivo, necessita-se socorrer a integração do ordenamento, utilizar-se de outra norma para ser aplicada num caso concreto. Na interpretação analógica EXISTE lei, mas permite aquilo que seja semelhante, passe também a ser abrangido pelo dispositivo legal. Percebe isso através de fórmula que existe no código: São exemplos que a lei traz, fechando com a fórmula geérica de encerramento: Qualquer fórmula que resulte em sofrimento do réu. Pode-se admitir analogia no direito penal quando: Exista lacuna involuntária (certeza da existência da efetiva lacuna a ser preenchida: o legislador não previa o ato, então não tratou sobre esse dispositivo) e o segundo requisito é que o resultado da analogia seja em favor do réu em bonan parten.
LEGITIMIDADE DO DIREITO PENAL
Não se legitima em si mesmo, não é um fim em si mesmo. O que confere legitimidade ao direito penal é a constituição. O direito penal deve partir de uma premissa constitucional. Seus instituos fundantes foram trazidos na constituição. 
Para a teoria das fontes o direito penal seria válido pois emanou da constituição, essa legitimidade seria formal(devia respeitar o processo legislativo constitucional). No neoconstitucionalismo surge uma nova teoria das fontes, a supremacia da constituição também repercute em uma força normativa da constituição. Ou seja, a constituição tem poder de interferir diretamente no direito penal. O fator de legitimidade também é visto agora pelo viés material /substancial. Ou seja, uma norma penal para ser constitucionalmente aceita tem que ter vigência e validade. Se a norma não for vigente ou não for válida haverá a jurisdição constitucional ou controle de constitucionalidade pelo poder judiciário.
Na nova teoria das fontes, a convenção ou tratados internacionais sobre direitos humanos também são fontes desse direito penal. Ou seja, o direito penal também deve estar em conssoância com as convenções e tratados sobre direitos humanos. Além do controle de constitucionalidade tem se o controle de convencionalidade. Esse mix de constituição + convenções ou tratados internacionais sobre direitos humanos é chamado de bloco de constitucionalidade.
No Brasil havia uma discussão de natureza jurídica que as convenções e tratados ganhavam no ordenamento forças supralegais (aima da legislação ordinária e abaixo da constituição federal, porém a constituição no art 5 dizia que ninguém seria preso por dívida, salvo a devedor de pensão alimentícia e depositário infiel (contrato que alguém recebe uma coisa em confiança ou de forma jurisdicional, que deve devolver em igual estado). Se um tratado ou covenção intrenacional entrar em conflitp com uma norma da constituição, esta passa pelo processo de "criação" de emenda constitucional, e tem a mesma força jurídica de uma, caso passe na votação. Com essa contravenção, a que prevalece é a que maior defende o direito de liberdade do indivíduo. 
Existe ainda uma nova teoria da norma, para aquele positivismo inicial, a norma era apenas um dispositivo objetivo, que se confundia com uma regra de carter objetivo, onde apenas se aplicava por subsunção (caso concreto = regra/norma) era apenas o que estava ali escrito, de forma objetiva. Ver uma situação fática e encontrar uma norma correspondente. Ou seja, à luz do positivismo, essa teoria era, via de regra,sem nada subjetivo, Com essa nova teoria da norma, que são norma jurídica sob um viés de princípios. Com conteúdos valorativos e subjetivos nas normas. Norma jurídica é um gênero de 2 espécies: Princípios e regras. Esses princípios (com conteúdo valorativo, ganham força normativa) deixam de ser princípios gerais para possuir relevância normativa no sistema. (ver texto no portal)
PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO PENAL
Pode ser dividido em categorias:
1)Princípios relacionados com a missão do direito penal
·	Exclusiva proteção dos bens jurídicos: Deve servir para proteger bens jurídicos indispensáveis a vida em sociedade. A missão fundamental do direito penal é a de protegeros bens jurídicos, mas não impede que outros ramos o façam. Esses bens podem ser materiais ou imateriais, e essa proteção de imateriais: A doutrina chama de espiitualização do direito penal: Bens jurídicos difusos, metainsividuais , sem que você saiba de qum é a titularidade, coletivos. Ex: Meio ambiente
·	Princípios de interevenção mínima: Diz que o Direito penal só deve ser aplicado quando extritamente necessário, de modo que a sua intervenção fica condicionado ao fracasso das outras esferas de proteção, observando somente aos casos de relevante lesão ou perigo de lesãio aos bens jurídicos. Só pode ser aplicado se outros ramos do direito falharem, e além disso só pode ser chamado quando a lesão for de maneira significativa. Disso se extrai o caráter fragmentário e subsidiário do direito penal.
Princípio da Fragmentariedade: O Direito Penal só se preocupa com lesões ou ameaças significativas ao Direito
 Princípio da Insignificância:
·	É um desdobramento da Fragmentariedade e limitador do Direito Penal, sendo assim, da insignificância decorre uma causa de exclusão da tipicidade material
·	Não tem previsão legal, por isso encontrou muita resistência da jurisprudência na sua aplicação
·	Já é reconhecido pelos Tribunais Superiores
·	Há um descompasso entre a aplicação da Insignificância sustentado pela doutrina e a Insignificância sustentada pelos tribunais
A doutrina, para Claus Roxin, diz que a Insignificância é uma causa supra-legal de exclusão da tipicidade
A jurisprudência, seguindo o STF, estabeleceu 4 requisitos:
·	Ausência de periculosidade social da ação
·	Reduzir o grau de reprovação do comportamento
·	Mínima ofensividade da conduta do agente
·	Inexpressividade da lesão jurídica causada 
Fora esses 4 requisitos, usa-se a casuística, em que o tribunal julga onde será implicada a Insignificância
OBS 1) Para a aplicação do Principio da insignificância, considera a capacidade econômica da vitima 
OBS 2) Prevalece o entendimento, mas não é unânime, ser incabível a Insiginificância para o agente reincidente, portador de maus antecedentes ou criminoso virtual
Dois argumentos para refutar a aplicação dos Tribunais:
·	Presunção de inocência
·	O que é insignificante é o fato e não os aspectos sociais do autor
Quando se fala do Direito Penal do autor, leva-se em consideração aspectos sujeitos do autor do crime, estando a punição baseada em quem é o sujeito e não o comportamento praticado, sendo um produto da seletividade do Direito Penal
De acordo com a nossa Constituição, o Direito Penal é do fato, porém ainda são encontrados resquícios de manifestação do Direito Penal do autor
OBS 3) O Princípio de Insiginificância é admitido nos crimes patrimoniais desde que não haja violência nem grave ameaça a pessoa
OBS 4) Não é admitido a Insignificância quando o bem jurídico tutelado for coletivo ou difuso
OBS 5) O STF admite crimes contra administração pública, por sua vez o STJ não admite
OBS 6) O STJ firmou condição admitindo Insignificância nos atos infracionais
EX: Admite-se Insignificância nas condutas regidas pelo ECA
NÃO SE DEVE CONFUNDIR INSIGNIFICÂNCIA COM CRIME DE BAGATELA, porque se não há crime, não há tipicidade material, e se é crime de bagatela há o crime e a pena, porém a mesma é reduzida
EX: Parágrafo 2º do art. 155
Crime, do ponto de vista formal, é o que está previsto na lei. No sentido material é todo comportamento humano que lesiona o bem jurídico e no sentido analítico é tipicidade
A tipicidade é um juízo positivo de adequação do comportamento humano a uma descrição normativa, sendo o encontro do mundo fático com o mundo jurídico
Tipicidade formal é a adequação do comportamento ao tipo formal, o qual se dá na subtração de algo móvel
Com a CF de 88, em que houve a constitucionalização do Direito Penal, cujas normas jurídicas são princípios e regras, esse Direito Penal sofre uma mudança de paradigma tal qual você encontra a fragmentariedade
Tipicidade material é um juízo de adequação que resulta em lesão SIGNIFICATIVA a bem jurídico
Para ser crime não basta o aspecto formal, ou seja, a adequação correta do fato a norma, e sim significativa lesão ao bem jurídico 
Princípio da adequação social: A tipicidade material é afastada em razão da aceitação social da conduta do agente
Para a doutrina, tanto a Insiginificância quanto o Princípio da adequação social chegam à atipicidade material
A jurisprudência só aceita a adequação social como critério interpretativo, vide a súmula 502 do STJ
O STF NÃO ACEITA COMO JURISPRUDÊNCIA O PRINCÍPIO DA ADEQUAÇÃO SOCIAL
Princípios relacionados ao fato
·	Exteriorização ou materialização da conduta: Representa o Direito Penal do fato, ou seja, o Estado só pode punir comportamentos humanos voluntários. Veda-se punições exclusivamente por circunstâncias pessoais
Circunstâncias relacionadas ao autor serão analisadas para efeitos de dosemetria da pena, pois decorre do principio da individualização da pena
·	Ofensividade ou lesividade: Exige-se que o comportamento humano praticado resulte em lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado
Crimes de dano
Sua consumação vai exigir lesão ao bem jurídico
Exame de corpo de delito
Crimes de perigo
O próprio comportamento por si só representa um perigo de lesão
Verdadeira ameaça
·	Abstrato
Presunção de ameaça, ou seja, não há necessidade de provar nada, basta a comprovação do efeito da conduta
EX: Dirigir sob efeito de álcool
·	Concreto
É obrigado demonstrar a verdadeira existência do perigo, ou seja, ele não se presume a ameaça 
EX: Deixar uma criança sozinha em casa
A doutrina sustenta a inconstitucionalidade dos crimes de perigo abstrato, por ofensa ao princípio da lesividade
Na jurisprudência, os tribunais consideram constitucionais os crimes de perigo abstrato, por ser uma técnica legislativa de proteção ao bem jurídico 
Prova 2
·	Culpabilidade: É limitador do direito penal. O estado só pode impor uma sanção penal ao agente imputável, ou seja, penalmente culpável, com potencial conhecimento do caráter ilícito do fato e quando dele exigível um comportamento diverso (naquela situação ele poderia agir de outra forma). Obs: A pessoa jurídica pode ser imputável caso o crime seja ambiental. No Brasil não existe a situação de co-culpabilidade.
·	Responsabilidade pessoal: Ninguém pode ser punido por comportamento de outrem e de tal modo veda-se que terceiro cumpra a pena no lugar do autor do fato. A pena não pode passar da pessoa do condenado. Extraí-se dai o princípio da personalidade das penas. Na realidade social esse princípio não se aplica, pois, como exemplos podemos citar a mãe do criminoso que se submete à revista nos presídios ou os filhos que têm sua imagem associada ao mundo do crime. Mas, não se pode indiciar alguém que usufruiu de um bem ilícito só pelo fato de ter feito uso deste, já que não foi a mesma que o roubou.
·	Responsabilidade subjetiva: A responsabilidade penal é condicionada à existência de comportamentos voluntários. O direito penal só aplica a pena em face de comportamentos voluntários a título de culpa (tem previsibilidade, ante essa previsibilidade mental o sujeito continua a agir confiando que o resultado letal não ocorra) ou dolo (previsibilidade e vontade de produzir um resultado lesivo a um bem jurídico, bem como consciência de seu ato). Proibi-se, portanto, a responsabilidade objetiva. Ou seja é preciso que a pessoa tenha consciência do seu ato ao praticar um crime. Art 19 do código penal: " Só responde o agente que o houver causado ao menos culposamente- em relação ao crime". Ex: Durante uma briga na praia um sujeito empurra o outro na areia, porém havia uma pedra debaixo da areia e ele cai, bate a cabeça e morre. Nesse caso, como não há previsibilidade o mesmo não responde por agressão corporal seguida de homicídio e sim por agressão corporal.
 Todavia, a doutrina identifica 2 situações que ainda se pune baseada em uma responsabilidadeobjetiva:
1) Embriaguez voluntária: Crimes praticados em estado de embriaguez, voluntáriae consciente, não geram ausência de responsabilidade pelo ilícito cometido, ou seja, a embriaguez voluntária não é excludente de responsabilidade penal.
2) Rixa qualificada: identifica que na rixa quando há lesão ou morte todos respondem por briga generalizada, é uma espécie de responsabilidade objetiva.
·	Legalidade: Previsto no art 5º da constituição federal, no inciso 39 e no art 1º do código penal. No constitucionalismo brasileiro o princípio da legalidade é uma tradição constitucional. Ela denota uma consonância com os tratados e convenções internacionais. Não é extraído de um direito natural, é uma construção racional do homem, é cultural para efeitos de limitação do poder. Surgiu com o objetivo de freiar o poder dos reis nos estados absolutistas, instituindo a previsibilidade dos atos.
A legalidade penal brasileira é baseada nos princípios da revolução francesa, sendo uma exteriorização do jus puniedi, limite ao poder de punir. Seria a conjugação da reserva legal com a anterioridade. Ou seja, o conteúdo penal só pode ser tratado com um único instrumento, a lei. E A lei deve ser também anterior ao fato, para evitar surpresas, deve ser um conhecimento prévio. Em síntese, a legalidade penal é quando a matéria penal é reservada a lei, que deve ser anterior ao fato. A consequência da legalidade penal é a repercussão na lei: 
1) Não há a crime sem lei em sentido estrito (ato normativo editado pelo poder competente para tanto- lei ordinária- não pode medida provisória tratar sobre direito penal segundo a constituição, mas o STF deu uma nova interpretação de que a medida provisória pode tratar sobre direito penal desde que não seja incriminadora, como o exemplo da MP 417/08).
2) Não há crime sem lei anterior: É a consagração do princípio da irretroatividade da norma penal. Só posso dizer que um fato é crime se existe antes do fato lei que o defina. OBS: Pode ocorrer de o fato retroagir em benefício do réu, mas isso é uma exceção à regra.
3) Não há crime sem lei certa: Princípio da taxatividade, a lei tem que dar um grau de certeza de objetividade do que está proibido, a lei não pode ser ambígua. Ela tem que ser correta, expressa. OBS: Há por exemplo leis que tratam de crimes com linguagem de áreas do conhecimento que nem todos têm acesso, como a gestão temerária na lei de crimes financeiros, isso não se enquadraria como crime com lei certa.
4)Não há crime sem lei escrita: A lei precisa ser positivada, assim veda-se a punição pelos costumes. Somente uma lei escrita pode revogar outra.
5) Não há crime sem lei necessária: Princípio da intervenção mínima, a lei penal só deve ser editada para tutelar os bens jurídicos mais relevantes para a sociedade.
A legalidade formal leva em conta a vigência, o respeito ao processo legislativo, já a legalidade material leva em conta a validade.
CLASSIFICAÇÃO DAS LEIS PENAIS
Pode ser dividida em completa e incompleta. A completa dispensa qualquer complemento valorativo ou normativo, pode ser aplicada imediatamente. Ex: Homicídio. Já as leis penais incompletas são aquelas que para sua aplicação no caso concreto exige-se complemento valorativa (feita pelo juíz) ou complementação normativa (feita através de outro ato normativo). Ex: Lei de drogas.
A que exige complemento valorativo, chamados tipos penais abertos, é encontrado nos crimes culposos, é exigido do juíz uma interpretação, ele valora no caso concreto se houve imprudência, imperícia ou negligência. Por sua vez, a que exige complemento normativo, chamado de normas penais em branco, são tipos penais que para alcançar a sua completude necessitam de uma interação com outro ato normativo, ou seja, por si só ele não consegue alcançar um plano fático, necessita de algo que lhe dê sentido empírico. O outro instrumento normativo pode ser outra lei (espécie normativa igual) ou espécie normativa diversa (portaria, ato administrativo).
Para Paulo Queiroz as normas penais em branco heterônomas ofendem o princípio da legalidade, por não respeitarem a ideia de reserva legal. Porém é uma técnica legislativa válida para a doutrina.
Existem também as chamadas normas penais em branco ao revés, o complemento não está na tipicação, mas sim na pena, que é o caso da lei do genocídio. Complementação de uma lei por outra lei estadual pode ser feita no caso de lei ambiental.
Leis penais intermitentes, nesse caso a lei deixa de ser vigente independentemente de outra que assim disponha. São excessões, por elas se autorevogarem, não exigindo que uma outra lei a revogue.
EFICÁCIA DA LEI PENAL NO TEMPO
Diz respeito à aplicação da lei penal quando do fato criminoso. É saber em que momento ou circunstancias aplicar-se-ia uma determinada lei penal. Via de regra fala-se que a lei aplicada ao caso concreto é a lei vigente ao tempo do crime. 
É necessário identificar quando é o tempo do crime. TEMPUS REGIT ACTUM. 
Por expressa determinação do código, ou seja é uma opção legal, em razão do artigo 2º código penal adotou-se a teoria da ação ou conduta ou atividade, que quer dizer que o tempo do crime será no momento da realização (exteriorização da conduta) da conduta. Logo, a regra é tempus regit actum. Todavia a norma penal possui extra-atividade pois ela possui por regra a característica de irretroatividade, mas há a possibilidade das características de retroatividade e ultra-atividade. A norma penal possui a qualidade que lhe diferencia das demais que é a possibilidade da movimentação ao longo do tempo, que é o fenômeno da extra-atividade. 
·	Irretroatividade- artigo 5º, XL, CRFB/88, primeira parte. A lei penal não vai atingir fatos passados. 
·	Retroatividade- artigo 5º, XL, CRFB/88, segunda parte. A lei penal não vai atingir fatos passados, salve para benefício do réu. 
·	Ultra-atividade- artigo 2º, parágrafo único, do CP. "A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado". 
SUCESSÃO DE LEIS PENAIS
São 5 as possibilidades: 
1- Tempo do crime: fato atípico - sucessão de lei penal (lei posterior): fato típico - resultado: irretroatividade - fundamento legal: artigo 1º do código penal. 
2- Tempo do crime: fato típico - sucessão da lei penal (lei posterior): leis mais grave (ex: aumento de pena) - resultado: irretroatividade (lei posterior será irretroativa e a lei anterior será ultra-ativa pois continua sendo utilizada, mesmo que não esteja vigente. Exemplo: a lei de drogas de 2006, alterou a de 73, e apesar de aumentar a pena trouxe uma causa especial de diminuição de pena não presente na legislação anterior. - fundamento: artigo 5º, XL, CRFB/88.
3- Tempo do crime: fato típico - sucessão da lei penal (lei posterior): lei mais benéfica (ex: diminuição de pena) - resultado: retroatividade - fundamento legal: artigo 2º, parágrafo único do CP. 
Exemplo: sumula 611 é regra salve as ações penais originárias. Quando a condenação for de competência dos tribunais, somente estes poderão aplicar a lei mais benéfica e não o juiz da execução. Exemplo: o STF condenou e veio uma lei mais benéfica, quem tem que rever é o STF e não o juiz da execução. 
Quando se tratar de crimes permanentes (por vontade do agente o crime se prolonga ao longo do tempo) ou continuados (é uma ficção jurídica, é uma pluralidade de crimes que é considerado como crime único em razão do mesmo tempo, espaço e modo operante- exemplo: um cara que assalta no mesmo dia a noite alunos. A doutrina critica pois afirma ser crimes individuais. Para efeitos de jurisprudência aplica-se a sumula 711 do STF), a jurisprudência entende que se aplica a lei vigente a época da cessação do crime. Assim o tempo não será o da ação e sim o da cessação. Exemplo: crime de extorsão mediante sequestro. 
 4- Tempo do crime: fato típico - sucessão de lei penal (lei posterior): lei que descriminaliza a conduta (fato atípico) - resultado: abolitio criminis (revogação de um tipo penal pela superveniência de uma lei descriminalizadora. É uma causa extintiva da punibilidade,artigo 107, § 3, tendo como primeira consequência havendo condenação a cessação da execução da pena, segunda arquivar o processo caso não tenha a condenação e terceira havendo condenação cessa os efeitos penais, mas não o efeito civil) - fundamento legal: artigo 2º, caput do cp. 
 5- Tempo do crime: fato típico - sucessão de lei penal (lei posterior): que revoga normativamente o dispositivo, sem, contudo, descriminalizar a conduta - resultado: continuidade típica normativa - fundamento legal: artigo 1º do cp. exemplo: atentado violento ao pudor. 
Entre a data do fato ocorrido e o término do cumprimento da pena podem surgir várias leis penais, ocorrendo aquilo que chamamos de sucessão de leis no tempo. Nessa sucessão de leis, vamos observar as regras da ultra-atividade ou retroatividade benéficas.
Lei excepcional: Em razão de situações excepcionais, considera-se naquele período comportamentos criminosos, o que se fosse em um momento de normalidade, seriam comportamentos ilícitos. O tempo de sua vigência será condicionado a permanência dos motivos fáticos que justificam sua edição. Tem como característica ser lei intermitente
Lei temporária: É editada pra ser vigente em um determinado período pré-estabelecido em seu texto. Anteriormente já se sabe por quanto tempo irá viger, ou seja, que dia irá cessar
OBS) O Brasil já adotou uma lei desse caráter. Foi a lei 12.336 de 2002, conhecida como Lei Geral da Copa
Semelhanças entre a lei excepcional e a lei temporária: 
·	Ambas possuem alto grau de revogabilidade, pois não necessitam de uma lei posterior que a revoguem
·	Ultratividade: São sempre aplicadas aos fatos praticados na sua vigência, ainda que em momento posterior
Art. 61 da Lei de Contravenções Penais (20/10/2011)
·	O Congresso está tendendo a criminalizar a conduta do art. 61 pois contravenção e crime são espécies do mesmo gênero, porém crime é mais grave de contravenção. Nesse caso não há abolitio criminis e retroatividade. A lei anterior será ultrativa e a posterior irretroativa 
Leis intermediárias: Leis que entram em vigor posteriormente a prática do fato, porém, já não vigoram ao tempo da apreciação judicial deste. Entram em vigor posteriormente, mas no momento da sentença não estão mais vigentes
Leis híbridas: Leis que tratam concomitantemente de conteúdo material e conteúdo processual. Versam ao mesmo tempo sobre Direito Penal e Direito Processual Penal. Ainda hoje, o regime jurídico da norma processual penal é diferente do regime jurídico da norma material. Nas leis híbridas, a parte penal vai retroagir se for mais benéfica, enquanto na parte processual aplica-se o art. 2º do CPP: “o tempo rege o ato”
Haverá retroatividade de lei durante o período de vacatio legis? 
·	Sim, pois há benefício para o réu
·	Não, pois a norma ainda não é obrigatória, ou seja, ainda não revogou a norma passada, só tendo eficácia social e não normativa 
OBS: O segundo entendimento é o que prevalece
A jurisprudência pode retroagir?
·	Não é motivo para revisão criminal a modificação de jurisprudência, porque a retroatividade é da lei e não da jurisprudência
·	 Lei 13.497 de 26 de outubro de 2017- acrescenta no hall de crimes hediondos um parágrafo único considerando o porte de armas especifico de ...
Nesse caso se uma pessoa portasse uma arma ou guardasse uma arma seria aplicada a súmula 711 do STF que diz que a lei aplicada será a do momento de cessação do crime. 
A retroação maléfica contida na constituição só alcança as leis, mas uma decisão da jurisprudência pode alcançar. 
Eficácia da lei penal no espaço: 
Artigo 5º, 6º e 7º, todos do código penal. 
Se estuda a eficácia da lei penal no espaço: 
Um estado soberano faz-se aplicar um lei em seu território. Dessa forma, se estuda a lei penal no espaço porque há a possibilidade de alguns casos criminosos alcançarem o interesse de dois estados igualmente soberanos a aplicar a sua lei penal. 
Se estuda a lei penal do espaço para estabelecer as fronteiras de aplicação da lei penal. 
Antigamente falava-se que a lei penal no espaço era o direito penal internacional, que iria julgar aos limites de aplicação de lei penal de cada estado. Já o direito internacional penal seria aquele de casos julgados pelo tribunal penal internacional. 
·	Fato praticado no território nacional, aplica-se a lei nacional. Ou seja, uma fato praticado no Brasil, será aplicada a lei penal do Brasil. 
Território nacional corresponde ao espaço físico, espaço geográfico acrescido com o espaço jurídico, que é o local em que o direito por ficção considera também como o território nacional. 
Princípio geral que se aplica referente a lei penal do espaço: princípio da territorialidade, porém ocorre que o próprio artigo 5º ao considerar o princípio da territorialidade estabelece uma restrição a essa territorialidade. 
·	Artigo 5º, caput do CP: aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. 
Logo diz-se que a territorialidade é temperada pois é possível que um crime ocorrido no território nacional não se aplique a lei brasileira, ao estabelecer a exceção do direito internacional. 
·	Artigo 5º, § 1º, CP- espaço jurídico: extensão do território nacional para casos penais. 
Embarcações ou aeronaves de natureza pública aonde quer que se encontre serão sempre consideradas extensões do território nacional, logo qualquer crime que for cometido nesses locais será aplica a lei brasileira. Se for privado, mas estiver em serviço do governo, será atribuída a natureza pública. 
No caso privado, a aeronave enquanto estiver no espaço aéreo vai seguir a lei penal do país da bandeira que ostente. Já a embarcação que estiver em alto mar será a do pais que está matriculado. –será aplicada o princípio da representação
§ 2º: É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
Lugar do crime (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
Pergunta de prova: Uma aeronave, privada, que contratado para transportar a seleção brasileira de futebol para a copa do mundo da Rússia, será considera território nacional? 
Pergunta de prova: Pesquisar a lei penal que permite e retroação maléfica. 
Lugar do crime: teoria mista ou ubiquidade (artigo 6º do CP). 
·	Obs: a competência não é levada em consideração nisso. 
Existem determinados fatos que acontecem no estrangeiro cujo o Brasil tem interesse em aplicar sua lei penal. =extraterritorialidade, está prevista no artigo 7º. 
Direito de passagem inocente: passagem em um determinado território soberano para um destino final (lei 8697/93). Considera-se passagem inocente aquela que não seja prejudicial a paz, a boa ordem ou a segurança do Brasil, devendo ser rápida e inocente. 
Existe a possibilidade de aplicar algo de embarcação para uma aeronave se for para benefício. 
·	Artigo 7º, I do CP: extraterritorialidade incondicional pois estabelece que nos casos do § 1, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absorvido ou condenado no estrangeiro. São situações em que o ofendido de certo modo seria a própria soberania do Brasil. 
Vedação pela dupla punição pelo mesmo fato, NON BIS IN IDEM. O Brasil não admite nesse inciso a dupla punição. 
Hipóteses (todas as hipóteses estão no código): 
·	Se o crime atenta contra a vida ou liberdade do presidente da república. Ou seja, aonde quer que o presidente esteja e alguém atentar contra a vida ou liberdade deste, o Brasil tem interesse de punir este agente. 
·	Quando crime for cometido contra o patrimônio ou fé pública da união (saber que crimes são esses), do distrito federal, de estado de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público;
·	Contra a administraçãopública, por quem está a seu serviço; 
·	De genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; 
-ler a lei do genocídio 2889 de 86 (não tem o código)
Pergunta de prova: A hipótese a, caso de um vice presidente, mesmo que em exercício da presidência, aplica-se a extraterritorialidade?
·	 Artigo 7º, II CP: extraterritorialidade continuada. Não basta a ocorrência do fato é necessário o preenchimento de certas condições.
 Inciso § 2= a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: 
a) entrar o agente no território nacional; 
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado= dupla tipicidade. 
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição (estatuto do estrangeiro no qual o principal requisito é que a pena máxima no brasil e no exterior será igual ou superior a 1 ano)
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena. Se ele foi condenado e já cumpriu pena o Brasil não pode punir. 
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. (ex: o caso de estupro que até 2009 se extinguia a punibilidade pelo casamento pois o bem tutelado na época eram os costumes) 
Obs: Esses requisitos são acumulativos.
·	 Artigo 7º, inciso III do CP: extraterritorialidade hipercondicionada (não é só necessário as condições anteriores, como outras 2 condições)
A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior e mais duas: 
a) não foi pedida ou foi negada a extradição
b) houve requisição do Ministro da Justiça. Pode preencher todos os requisitos, mas se não houver o aval político nada acontece.
 
QUESTÃO DA PROVA: Discorra sobre o dispositivo que prevê expressamente a retroatividade da lei penal mais grave à luz da constituição vigente à época da sua edição e a eventual recepção pela constituição de 1988. (Encontra-se em livros mais antigos).
Eficácia da lei penal em relação à pessoa
Ela é aplicada a todas as pessoas por igual, não existindo privilégios pessoais, ou seja, alcança a todos. Como vivemos em uma república leva-se em consideração a igualdade de todos, não havendo tratamento diferencial para ninguém (sem privilégios de caráter pessoal). No entanto, há pessoas que em virtude de suas funções ou em razão de regras de direito internacional desfrutam de imunidades. Não caracteriza um privilégio pessoal, mas sim uma necessidade em decorrência da função desempenhada pela pessoa. Acaba for alcançar a pessoa que está em exercício da função. As imunidades são:
1 ) Diplomática: Trata-se de uma prerrogativa de direito público internacional. No código penal não há nenhum dispositivo que trate das imunidades diplomáticas. Devemos recorrer às normas de direito público internacional. Quem goza dela são os chefes de governo estrangeiro ou chefes de estado, sua família e membros da comitiva. OBS: Se um chefe de governo estiver em território brasileiro ele não se submete à lei penal brasileira.
Embaixadores e sua família estão imune ao exercício da soberania da lei penal do país que se encontra, porém é submetido a leis do seu país. Também possuem imunidade diplomática os funcionários do corpo diplomático e das organizações internacionais. 
Está presente na convenção de Vienna sobre relações diplomáticas e foi recepcionada no Brasil pelo decreto 56435 /65. A natureza jurídica da imunidade diplomatica consiste numa causa pessoal de insenção de pena. Ainda que o crime tenha ocorrido em território nacional, as consequências do crime serão da lei estrangeira ao qual estão vinculados. Os cônsules são uma representação comercial do país, então os agentes consulares gozam de imunidade relativa, pois só terão imunidade quando os fatos forem praticados em relação às suas funções. A IMUNIDADE DIPLOMÁTICA É IRRENUNCIÁVEL, ou seja seu destinatário não pode abdicar dessa prerrogativa nem mesmo em benefício próprio, já que a imunidade decorre da função e não da pessoa. O país detentor da imunidade poderá renunciar essa imunidade de forma expressa.
2)Imunidade parlamentar: Trata-se de prerrogativa necessária ao desempenho independente da atividade parlamentar. De igual modo a prerrogativa não é pessoal, mas sim do cargo, cargo este que desempenha a função de representar a própria cidadania. Pode ser absoluta/material ou relativa/formal/processual.
a) Material: Está prevista no art 53 da Constituição de 1988. Trata da inviolabilidade penal do exercício da atividade parlamentar. Ou seja a lei penal não alcança parlamentares nas palavras, gestos ou ações durante o exercício de suas atividades parlamentares. Conduta atípica, não há incidência da norma à conduta. Não protege os protege, porém, se fizerem manisfestações de ódio.
Pode ser dividida ainda em:
-Absoluta de fato: Dentro da casa legislativa. Há uma presunção absoluta que ele está no exercício da atividade parlamentar, logo ele é inviolável.
- Relativa: Fora das dependências da casa a presunção é relativa, pois precisa-se demonstrar um nexo com atividade parlamentar.
O deputado federal e senador têm imunidade desde que a manifestação esteja relacionada com exercício de atividade parlamentar
O vereador possui imunidade desde que suas opiniões, palavras e votos estejam relacionadas com o exercício do mandato e sejam proferidas dentro dos limites do Município.
O deputado estadual tem imunidade desde que suas opniões, palavras e votos estejam relacionadas com o exercício do mandato e sejam proferidas dentro dos limites do Estado.
b) Formal: É a prerrogativa de foro ou foro privilegiado. A imunidade formal é concedida apenas a Deputados Federais e Estaduais e Senadores.
Deputados e senadores serão processados e julgados pelo STF. Os deputados estaduais serão julgados pelos tribunais de justiça. 
O parlamentar testemunha tem a prerrogativa de indicar dia, hora e local para prestar depoimento. Se for réu não tem nada disso. 
Tem prerrogativa em relação a prisão, só pode ser preso em flagrante delito por crime inafiançável. Compete à respectiva casa conceder a sua liberdade ou não.
3) Imunidade profissional: Art 142 do CP e no art 7 no estuto da advocacia. Refere-se ao exercício da profissão. O advogado tem imunidade relativo aos crimes de injúria e difamação quando estiver em discussão da causa.
 A calunia não é citada na lei, entretanto os tribunais superiores consideram imune o advogado que ao narrar um fato cometa a calúnia quando estiver no exercício de sua profissão. 
O estatuto da OAB dá imunidade àquele que comete o desacato se ele o faz no exercício de sua profissão. Porém o STF deu um novo entendimento para essa questão, de que é inconstitucional a imunidade para o desacato. O STJ julgando um recurso considerou que o desacato não era mais crime. Posteriormente a 3 sessão do STJ considerava que o desacato continua a ser crime. Diante disso prevalece a continuidade da criminalidade do desacato.

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