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ESCORIA NA CONSTRUÇÃO CIVIL 2

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A indústria da construção civil gera impactos ambientais massivos desde a extração de recursos naturais, passando pela execução dos serviços, até o descarte final dos resíduos gerados. O crescimento populacional impulsionou o crescimento da quantidade de bens e serviços e, consequentemente, a um aumento no consumo de minerais para uso na construção civil. Os agregados empregados na produção de argamassas e concretos são as substâncias minerais mais consumidas e, portanto, as mais significativas em termos de quantidades produzidas no mundo.
O gráfico abaixo apresenta a evolução do consumo de agregados nos últimos anos e apresenta uma projeção para os próximos anos, estima-se um consumo de 1,12 bilhão de toneladas de agregados em 2022.
Adicionalmente, sabe-se que no entorno das cidades, a extração de agregados naturais torna-se cada vez mais difícil devido ao crescente controle ambiental da extração das matérias primas, o que eleva o custo da matéria prima e onera o processo de engenharia.
Paralelo a este cenário, a indústria siderúrgica também causa impactos ambientais consideráveis, uma vez que a produção de aço no Brasil é responsável pela geração de grande quantidade de rejeitos. De acordo com o Instituto Aço Brasil, apenas no ano de 2013 foram gerados 17,7 milhões de toneladas de coprodutos e resíduos, que normalmente são armazenados em grandes pátios de rejeitos, consumindo consideráveis recursos financeiros para sua manutenção e monitoramento e impactando significativamente o meio ambiente.
Na busca por alternativas mais sustentáveis, estudos realizados no Laboratório de Materiais de Construção Civil (LMC²) da UFOP propuseram e atestaram a viabilidade da substituição integral de agregados naturais (areia e brita) por escória de aciaria em concreto armado, CCR (Concreto Compactado com Rolo) e na forma de blocos para utilização na alvenaria de edificações. Esses estudos recomendam o seguinte procedimento antes de utilizar a escória de aciaria como agregado: primeiramente, a escória deve ser peneirada para separar as diferentes frações de agregado miúdo (areia) do agregado graúdo (brita). Mesmo depois de processado na indústria siderúrgica, esse material ainda apresenta alto teor de ferro, componente prejudicial ao concreto. Portanto, das frações que são separadas através do peneiramento, a parte metálica desse ser retirada através de um separador magnético. Somente após essas etapas, a escória está pronta para ser empregada como agregado para a produção de concreto.
Observa-se que ao comparar duas amostras de concreto produzidas a partir dos agregados de escória com as de agregados naturais, ambas apresentaram resultados idênticos relativamente às suas propriedades mecânicas.
Curva de resistência à compressão
Curva de resistência à tração por compressão diametral
Assim, acredita-se que os agregados provenientes da escória de siderurgia são alternativas sustentáveis para a produção de concretos, pois além de apresentarem características semelhantes ou até mesmo superiores ao concreto convencional, ainda apresentam vantagens econômicas e minimizam o consumo de energia e recursos naturais não renováveis.
FONTE
Toffolo RVM. Pavimentos Sustentáveis. UFOP (tese de mestrado), 2015.
Santos DH. Análise de blocos de concreto produzidos com escória de aciaria para uso em alvenaria modular. UFOP (TCC), 2015.
Souza BP. Pavimentos Ecológicos Permeáveis. UFOP (TCC), 2013.

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