Buscar

TCC inclusão

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI
NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
PRÁTICAS DE LETRAMENTO E ALFABETIZAÇÃO
CAMILA CAROLINE CARVALHO
EDUCAÇÃO INCLUSIVA E O DIA-A-DIA DESTES ALUNOS EM SALA DE AULA
São João Del - Rei
2016
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI
NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
PRÁTICAS DE LETRAMENTO E ALFABETIZAÇÃO
EDUCAÇÃO INCLUSIVA E O DIA-A-DIA DESTES ALUNOS EM SALA DE AULA
Projeto apresentado ao curso de Práticas de Letramento e Alfabetização como um dos pré–requisitos para a obtenção do título de especialista em Educação.
ALUNA: Camila Caroline Carvalho
ORIENTADORA: Alessandra Santos Silva Coelho
São João Del Rei
2016
	
	UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM PRÁTICAS DE LETRAMENTO E ALFABETIZAÇÃO
NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - NEAD
Praça Frei Orlando 170, Bairro Centro, Campus Santo Antônio
36 307-352 - São João Del Rei - MG
Tel: (032) 3379 2602, 2608 e 2613
E-mail: ee@nead.ufsj.edu.br
Camila Caroline Carvalho
	Monografia submetida à Banca Examinadora designada pelo Colegiado do Programa de Pós-Graduação Lato Sensu em Práticas de Letramento e Alfabetização do Núcleo de Educação a Distância da Universidade Federal de São João Del Rei, como parte dos requisitos necessários à obtenção do Título de Especialista em Educação.
Monografia aprovada em: _______/_______/_______
Por:
Prof.
Orientador: Prof.
Prof.
Convidado: Prof.
Tutor a Distância:
São João Del Rei
Abril/2016
DEDICATÓRIA
A Deus, aos meus
pais que tanto amo,
minhas queridas irmãs,
minhas amigas, meu 
namorado e meus
amados alunos, em especial 
á Júlia.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, por mais uma etapa vencida.
À minha família, pelo apoio e compreensão recebidos durante essa jornada. 
À minhas amigas pelo apoio incondicional. 
Aos colegas de pós-graduação pelo companheirismo.
Ao meu namorado, pela força e pela tolerância em minhas ausências. 
Aos professores do curso de pós-graduação.
Aos meus alunos, pelos ensinamentos de cada dia, e de maneira especial á Julia, que foi a inspiração para o tema do trabalho.
Um homem que não se alimenta de seus sonhos, envelhece cedo.
William Shakespeare
RESUMO
O trabalho intitulado “Educação Inclusiva e o dia a dia destes alunos em sala de aula” teve como objetivo propor uma análise sobre a realidade dos alunos portadores de necessidades especiais em sala de aula, tendo como foco uma visão geral e em seguida uma breve análise sobre a inclusão em Lagoa Dourada/MG. As políticas públicas e leis governamentais fomentam a inclusão nas escolas, oferecendo suportes aos profissionais da área da educação para que esta seja feita de forma fácil, inserindo este aluno no cotidiano das escolas regulares. Porém, na maioria das vezes, a realidade não está de acordo com as políticas implementadas sobre o tema. Foi uma proposta nesta pesquisauma análise e confronto com a realidade vivida nas escolas regulares, principalmente com os professores que recebem estes alunos em sala de aula, que muitas vezes não recebem suporte algum para auxiliar o trabalho pedagógico.A metodologia utilizada consistiu em pesquisa bibliográfica e pesquisa de campo com observações em salas de aula que apresentam essa realidade. 
PALAVRAS - CHAVE: Educação Inclusiva.Educação especial. Atendimento Educacional Especializado.
1-UM OLHAR SOBRE A EDUCAÇÃO INCLUSIVA
	A Educação Inclusiva tem sido alvo de diversas discussões entre pensadores da educação. Muitos se posicionam contra, outros a favor, porém, a realidade é que o aluno da educação Inclusiva está presente nas escolas regulares e cada dia em maior quantidade. O governo tem mantido o apoio legislativo para tal freqüência, porém mesmo entre os que apóiam a causa, existe a concordância na falta de ajuda pedagógica e suporte para o professor de tal modalidade de educação, que uma vez frente a essa realidade, se vê desnorteado e sem ação.
Ao se analisar documentos sobre políticas públicas de Educação Inclusiva no Brasil, pode-se constatar projetos dinâmicos e diferenciados.
O cenário da educação está abrindo as portas para os mais diversos tipos de aluno, independente de suas particularidades e os profissionais da área estão se adequando a esta nova realidade, preparando- se para estas mudanças de modo a possibilitar uma aprendizagem significativa tanto aos alunos portadores de necessidades especiais quanto aos demais.
Igualdade, um dos fundamentos da educação inclusiva, não é de forma alguma tornar igual. Incluir não é nivelar nem uniformizar o discurso e a prática, mas exatamente o contrário: as diferenças, em vez de inibidas, são valorizadas. Portanto o “aluno-padrão” não existe: cada integrante deste cenário deve ser valorizado como é, e todo o processo de ensino-aprendizagem deve levar em conta estas diferenças (SANTOS; PAULINO, 2006, p.12). 
	
	Desta forma, o professor da educação Inclusiva deve conhecer e compreender essas diferenças para organizar e realizar seu trabalho pedagógico da melhor forma possível.“Nenhuma criança é deficiente no âmbito de sua própria existência. Ela se mostra deficiente apenas diante das exigências feitas a ela pela sociedade a qual faz parte” (STRATFORD, 1989).
	No Brasil para que a educação inclusiva seja um direito de todos, a Lei N° 9394/96-Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional-1996 em seu capítulo V, art.58 define educação especial como a modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais, e em seu art. 59, parágrafo I, assegura ao aluno da Educação Especial, currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender ás suas necessidades. Ainda no mesmo artigo, parágrafo III, também é assegurado, professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns.
	Porém ao se refletir sobre a LDB (1996) a realidade fica muito a desejar. Os professores que recebem alunos de educação especial não são especializados nessa modalidade de ensino, e na maioria das vezes, nem o currículo prevê este tipo de educação.
	Ainda o preconceito e a falta de informação perante o aluno considerado “diferente” ainda nos dias de hoje faz com que o índice de freqüência destes alunos nas salas regulares sejam muito pequeno. Muitas vezes, tal preconceito não vem somente dos demais alunos como também do próprio professor, que se vê desnorteado e sem apoio diante dessa realidade nova dentro da sala de aula.
	Outro problema enfrentado nas escolas regulares é a falta de apoio pedagógico aos educadores para trabalhar com esse aluno que muitas vezes chega á instituição de ensino sem nem ao menos um laudo para especificar suas limitações, tornando sua inclusão no cotidiano da escola e da sala de aula, um desafio ainda maior.
	O aluno da educação inclusiva deve chegar á escola, assistido por uma equipe de profissionais prontos a auxiliar o professor no seu trabalho e este por sua vez necessita do apoio direto também do coordenador pedagógico para que se tenha suporte para um trabalho com excelência e que faça realmente a diferença na vida deste educando.
	Outro apoio Legislativo que tem o aluno da educação especial é o documento Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008), que instituiu mudanças conceituais e estruturais na organização do sistema educacional. Entre as orientações para esta mudança estão: a transversalidade da educação especial desde a Educação Infantil até a educação superior; o atendimento educacional especializado; a continuidade da escolarização nos níveis mais elevados do ensino; a formação de professores para oatendimento educacional especializado e demais profissionais da educação para a inclusão escolar; a participação da família e da comunidade, a acessibilidade urbanística, arquitetônica, nos mobiliários e equipamentos, nos transportes, na comunicação e informação; e a articulação intersetorial na implementação das políticas públicas.
	Neste documento, o que mais atrai questionamentos é a oferta do Atendimento Educacional Especializado (AEE), que também é previsto no Decreto Federal N° 7611/2011 e na Resolução CNE/CEB N° 04/2009 e Parecer CNE/CEB N° 13/2009. O direito do AEE já se encontra assegurado em grande parte dos municípios Brasileiros, porém há ainda muitas instituições onde esse tipo de educador ainda não estáprevisto no Projeto Político Pedagógico.
	O acompanhamento feito pelo AEE é de fundamental importância para a educação inclusiva e para a realidade enfrentada hoje pelos educadores dentro das salas de aula para atender ás necessidades específicas dos alunos e das escolas.“O AEE tem como função identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas” (BRASIL, 2008).
	O AEE constitui-se como um apoio pedagógico que complementa a escolarização dos alunos, sendo que deve-se contemplar atividades dinâmicas e diferenciadas, não se tornando apenas um “reforço” para os alunos com necessidades especiais. Assim, o educador do AEE deve ter uma formação diferenciada, além da habilitação exigida para a docência, uma formação Especifica para a Educação Especial. Outra questão a se articular no AEE é a elaboração do Plano de Atendimento Educação Especializado que servirá como um agente norteador para o trabalho individual com o aluno inclusivo.
	
Assim, a escola foi (é?) uma fonte de exclusão para muitos alunos que, quase sempre confundidos com “falta de motivação”, “indisciplina” ou “falta de inteligência” a incompatibilidade entre seus valores, ritmos e interesses com que eram veiculados na escola (RODRIGUES, 2003, p. 91-92). 
	Nas escolas, é comum que os laudos médicos e diagnósticos dos alunos de educação inclusiva sejam usados como justificativa para a falta de ação (da escola e do professor) frente aos alunos especiais os quais deveriam ser inseridos no ambiente escolar e na sala de aula de maneira a trazer evolução para a criança. É necessário um trabalho de cunho educacional e pedagógico destinado a estes alunos de maneira que apesar de considerando suas limitações, estes possam alcançar o desenvolvimento, e nesta perspectiva o AEE se torna fundamental, para que possa auxiliar o trabalho do professor, para que seja garantido o aprendizado do aluno especial.
Porém ainda está longe de ser a realidade que existe hoje, pois se sabe que para que haja inclusão educacional é necessário que não somente as políticas públicas ofereçam suportes para os profissionais, mas também é necessidade que se faça cumpri-las de tal forma a tornar a inserção de um aluno com necessidades especiais na escola regular não um desafio, mas algo natural, a qual estão todos preparados e dispostos a ajudar a transformar o futuro deste educando.
	
	
2-OS CAMINHOS PARA A INCLUSÃO
	Se há necessidade de questionamentos e estudos sobre a Inclusão, é porque nas escolas tem havido bastante exclusão. Portanto, apesar de já termos bastante embasamento teórico e suportes de leis sobre o assunto, é necessário agora, pensarmos e mudarmos a prática na sala de aula frente a essa situação. É preciso que o professor que recebe um aluno “especial” em sua sala de aula, não apenas “aceite”, “respeite” ou “tolere”, mas que este passe a pensar e planejar intervenções pedagógicas que atendam esse aluno da melhor forma possível, por isso a importância da formação continuada dos profissionais da educação, buscando sempre aprimorar os estudos e adaptar-se a novas realidades, tanto o professor quanto a equipe educacional.
	É necessário que toda a comunidade escolar se mobilize para que este aluno não seja excluído pela falta de planejamento para ele. Partindo dessa lógica, outro recurso adotado para o auxílio tanto do trabalho do professor quanto do AEE, é o PDI (Plano de Desenvolvimento Individual), que consiste em um documento que direcione o trabalho com este aluno e o qual deve enfocar, além de proposições para o atendimento pedagógico do aluno, considerando seu potencial de aprendizagem, propostas de ações necessárias para atender as suas necessidades educacionais especiais no âmbito da escola, da sala de aula, da família e dos serviços de apoio. As adaptações, metas e trabalho pedagógico diferenciado para os alunos público da educação especial serão respaldados pelo PDI e pelo plano do AEE. Estes documentos tem que ser elaborados e vivenciados apenas depois das avaliação de uma equipe multidisciplinar e perante a presença do laudo médico onde haja a comprovação da necessidade educacional especial e orientação específica. Esse documento é de suma importância para o desenvolvimento dos alunos, porém uma grande parte deles ainda não o possui.
	Os professores das salas de aula regulares devem organizar seu trabalho pedagógico para os alunos inclusivos através do PDI. Este documento deve ser contínuo, construído desde o início do ano letivo, levando-se em consideração a família e demais profissionais que trabalham com o aluno e o mesmo deverá ser visto, revisto, adaptado apartir do momento em que as metas traçadas forem mudadas ou alcançadas.Neste contexto, cabe citar David Rodrigues (2003), que diz que parece muito sedutor pensar que todos os alunos aprendem através da mesma metodologia e estratégias pedagógicas;que a aprendizagem vai se efetivar igualmente em todos os alunos; que a escola vai possibilitar a todos os mesmos conhecimentos acadêmicos como herança cultural, que os alunos possuem o mesmo “nível cognitivo”. Com certeza a escola que temos está a cada dia mais distante de ser a escola dos sonhos, porém as diferenças são de suma importância, não para que se “separe” os alunos mas para que se promova a inclusão e pára que haja o convívio, e que não ocorra segregação.
Para que a inclusão aconteça de verdade também foram criadas as salas de recursos multifuncionais (SRMF), que são salas onde acontecem atendimento educacional especializado. Essas salas são implantadas de acordo com a demandae localizadas nas escolas públicas. Possuem mobiliário, matérias didáticos e pedagógicos, recursos de acessibilidade e equipamentos específicos para o atendimento dos alunos que são alvo da Educação Especial e que necessitam do AEE no contra turno escolar. A organização e administração desse espaço são de responsabilidade da gestão escolar e o professor que atua neste serviço educacional deve ter formação para o exercício do magistério de nível básico e conhecimentos específicos de Educação Especial, adquiridos em cursos de aperfeiçoamento e de especialização. O Atendimento Educacional Especializado é garantido através de decreto que tem efeito de lei para todos os casos (7.611/11), além da Constituição Federal-CF de 1988 e, é claro, da lei de diretrizes educacionais – LDB (9.394/96). A sala de recursos deve ser  organizada por um profissional devidamente habilitado para exercer tais funções, em um ambiente de natureza pedagógica. A lei determina que somente quem tenha deficiência, transtornos globais de desenvolvimento ou altas habilidades seja atendido nesses ambientes, não podendo ser excluído absolutamente ninguém, seja por sua distinção social, cultural, étnica ou gênero.
Segundo a Secretaria de Educação Especial do MEC, a sala de recursos complementa ou suplementa a formação dos estudantes, elabora e organiza elementos de acessibilidade e eliminem barreiras que impossibilita os estudantes de se inserirem no meio escolar, atendendo alunos com necessidades especiais. A sala de recursos é uma extensão daquilo que os alunos estudam em sala de aula. No entanto, o aluno não pode se sentir excluído; é importantea inserção conjunta do profissional que atua na sala de recursos com os professores que estão no ensino regular.
O Atendimento Educacional Especializado no Decreto 6.578/08, não prevê a obrigatoriedade no setor privado de ensino. Apenas haverá essa exigência em escolas com fins filantrópicos, confessionais e comunitárias sem fins lucrativos, e as conveniadas com o Poder Executivo competente (na rede pública é possível a dupla matrícula recebendo recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação- Fundeb). Porém, a Lei 7.853/89 prevê inclusive a prisão por até quatro anos do agente do estabelecimento público ou particular que recusar a matrícula de algum estudante que necessite de atendimento especial.
Em uma escola não deve ter apenas sala de recursos, deve haver também recursos arquitetônicos, que são aqueles que dão acessibilidade a pessoas com dificuldades de locomoção ou que carecem de atendimento diferenciado, assim como os recursos multifuncionais, tecnológicos didáticos e até algo que pode parecer simples, mas é essencial, como a mesa redonda e o piso tátil. Em nosso dia a dia podem parecer comuns, mas fazem toda a diferença na vida desses estudantes. Portanto, a sala de recursos não é reforço escolar, ela é uma complementação. Não é depósito, pois pais e professores devem acompanhar a trajetória dos estudantes, e não “empurrá-los” para o atendimento. Não é clinica de psicoterapia e nem psiquiatria, pois não emite laudos médicos e nem está ali para trabalhar personalidade. A sala de recursos não existe para facilitar a vida escolar de ninguém, e também não é um lugar de aconselhamento, não é um lugar para corrigir a falta de educação de ninguém; isso deve ser feito em casa, com os pais, portanto não deve ser usada em casos de indisciplina e sim de Educação Especial.
ESCREVERE UM POUCO MAIS NO CAP. II, REVER ORTOGRAFIA, FORMATAÇÃO E NUMERAR PÁGINAS VIDE APOSTILA OS TÍTULOS SÃO EM MAIPUSCULA
3- A EDUCAÇÃO INCLUSIVA NA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE LAGOA DOURADA-MG
	Neste capítulo será realizado um detalhamento sobre como ocorre a Inclusão na rede municipal de ensino de Lagoa Dourada/MG, através de uma análise dos dados que foram coletados em uma pesquisa de campo e observações em uma sala de aula com Inclusão.	Lagoa Dourada se encontra situada a 150 km de Belo Horizonte e a 36 km de São João del-Rei,no Km 66 da MG383. A cidade é conhecida no Estado pelo rocambole e pela criação de jumento da raça pêga, mas, também se destaca na agricultura, pecuária, artesanato e confecção de móveis de demolição.
	A educação também se destaca e é responsabilidade do município que possui duas escolas de Ensino Fundamental na zona urbana da cidade, uma em bairro carente que atende alunos das séries iniciais e outra no centro, bem maior e com ótima estrutura física, para atender alunos das séries iniciais e finais do Ensino Fundamental e a Educação de Jovens e Adultos. Na cidade, a Educação Infantil tem sede própria e também atende alunos Especiais, e ainda possui 12 escolas de zonas rurais com suas particularidades e necessidades.
	A escola escolhida para a pesquisa foi a Escola Municipal do Povoado do Catauá, que se localiza no Povoado do Catauá, em Lagoa Dourada/MG. Atualmente a escola atende a 32 alunos desde a educação Infantil ao 5° ano do Ensino Fundamental. Os alunos desta escola fazem parte também do Projeto Mais Educação do Governo Federal e estudam na escola em tempo Integral.
A equipe pedagógica, professoras e demais funcionárias, são todas do sexo feminino, se esforçam para oferecer atendimento de ótima qualidade às crianças, estabelecer vínculos afetivos tratando-as com muito carinho e cuidando delas muito bem. De acordo com os Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (1998, p. 23):
Educar significa, portanto propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças, aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural (AUTOR, DATA, P.). 
	As turmas nessa escola em sua grande maioria são multiseriadas e matriculada nesta instituição de ensino no 5° ano do Ensino Fundamental encontra-se uma aluna de Educação Especial que freqüenta a educação regular a 2 anos.
	Em 16 de junho de 2015, foi aprovada a lei municipal N° 1.969, que consiste no Plano Municipal de Educação-PME, com vigência de 10 anos e que contem planos e metas para a Educação na cidade. Neste documento está previsto na meta 4, “ universalizar, para a população de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, preferencialmente na rede regular de ensino, com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados”. Esta lei prevê ainda uma série de estratégias a serem seguidas para que se cumpra a meta acima.
	Porém, o que se apresenta na sala de aula observada está longe de ser a situação ideal para a Inclusão. A professora que trabalha com a aluna especial, leciona para as turmas de 4° e 5° ano e se preocupa muito com o aprendizado de seus alunos, desenvolvendo aulas dinâmicas e interativas, para que possa ajudar tanto a aluna de educação inclusiva quanto os demais alunos que também possuem suas dificuldades e necessidades especiais. Ela ressalta que a aluna como já foi dito anteriormente freqüenta a escola a dois anos, porém somente recentemente recebeu o laudo da aluna depois de exigir este dos pais. A aluna possui um quadro de deficiência mental e epilepsia de difícil controle e faz tratamento com medicamentos controlados.
	Em entrevista, a educadora contou que no município existe o CIAPE- Centro Inegrado de Apoio á Educação, porém a aluna em questão, não recebe atendimento no mesmo, freqüentando somente atendimento psicológico na APAE da cidade. Recentemente, o município pode contar também com uma sala recurso, instalada em uma escola estadual que em acordo com a Secretaria de Educação foi disponibilizada também para os alunos Inclusivos das Escolas Regulares, e a aluna iniciou agora seu atendimento nesta sala, porém ainda não possui seu PDI e a AEE não entra em contato com a professora regular para conversarem sobre o desenvolvimento da educanda.
	Ressalta-se que foi observado a falta de apoio desta educadora, frente á secretaria de educação. A equipe pedagógica presta suportes mínimos, porém o que ela faz até agora, são em sua grande maioria com méritos próprios, pesquisando, lendo sobre o assunto, e elaborando atividades que contemplam o nível de aprendizagem da criança alcançando assim resultados positivos, porém em tempos diferentes dos demais alunos. A professora se manifestou de maneira carinhosa e dedicada quando questionada sobre a Inclusão.
Acredito que incluir se trata de alguma maneira estar presente na vida desse aluno como estamos presente na vida dos demais. Quando fiquei sabendo que teria uma aluna de educação Inclusiva, foi bastante assustador, tive medo, porém, só o carinho que recebo dela, e quando vejo resultado em meu trabalho com ela, tenho certeza que nasci pra essa profissão. Esse ano, ela leu pela primeira vez. Foi um dos momentos mais importantes de minha vida, chorei emocionada. (Professora de Educação Inclusiva)
	O desenvolvimento da pessoa ocorre por meio da mediação efetivada por instrumentos, signos e ações humanas que valorizem os pontos positivos dos alunos, mais salientes ao seu desenvolvimento. Para o trabalho com a educação especial, o processo de mediação é feito por instrumentos que são ferramentas projetadas para as tarefas específicas que auxiliam a ação do homem. Dentre esses instrumentos estão os signos, ferramentas verbais e não verbais (VYGOTSKY,2004).
	Dessa forma, o trabalho que a professora está desenvolvendo, utilizando de mecanismos e recursos criativos e lúdicos tem gerado resultados positivos. Ressalta-se assim a necessidade de estar atento as possibilidades de aprendizagem; acessar outras vias de desenvolvimento; utilizar outras formas de linguagem, sempre que necessário. Todas as pessoas podem aprender a ler e a escrever e usar essa aprendizagem em suas práticas sociais, porém é necessário que se busque alternativas para ensinar aqueles que apresentam mais dificuldades ou particularidades, necessitando o professor estar sempre em contínua formação e aos envolvidos no âmbito escolar, cientes das mesmas e capacitados a auxiliar no trabalho deste profissional.
	Entende-se que fazer educação é dever de todos que trabalham no ambiente escolar, logo, incluir também é. Foi observado a paciência e cuidado de todos os profissionais que trabalham na escola para com a aluna portadora de necessidade especial. Os demais alunos, ajudam a professora a lidar com ela, brincam e interagem não se importando com sua deficiência e a tratando como igual. A aluna ainda freqüenta o projeto mais educação, passando o dia todo na escola assim como os demais alunos e freqüenta várias aulas dinâmicas que também auxiliam em seu desenvolvimento,
	Na rede municipal de ensino de Lagoa Dourada/MG existem ainda cerca de 20 alunos
de Educação Inclusiva matriculados nas escolas regulares. A rede ainda está se adaptando á esta nova realidade, segundo o Secretário de Educação da cidade. Estão sendo disponibilizados cursos para aperfeiçoamento e formação continuada dos professores.Conforme Piaget (1984, p. 62) a preparação dos professores constitui questão primordial de todas as reformas pedagógicas em perspectiva,pois, enquanto não for a mesma resolvida de forma satisfatória, será totalmente inútil organizar belos programas ou construir belas teorias a respeito do que deveria ser realizado.
	A professora entrevistada destacou ainda sua preocupação em relação a aluna para os próximos anos, uma vez que matriculada no 6° ano, ela terá que ser transferida para uma escola na sede do município e freqüentar uma sala de aula com um número maior de alunos além de ter que utilizar o transporte escolar todos os dias, o que pode atrapalhar seu desenvolvimento. Ainda segundo a profissional, há discussão entre os familiares sobre retornar-la para a APAE para que continue lá seus estudos, porém essa hipótese foi desaconselhada por ela.

Outros materiais