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COMO ELABORAR PLANO DE CONTAS

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Prof. Contador Especialista: Reinaldo dos S Ferreira Filho 
Curso: Ciências Contábeis Disciplina: Prática Profissional IV– Gestão Contábil 
 
 
PLANO DE CONTAS 
PARA ELABORAR UM PLANO DE CONTAS O PROFISSIONAL PRECISA 
ANALISAR AS ATIVIDADES DA EMPRESA EM COMENTO. 
 
6. Estrutura das Contas 
Um bom plano de contas deve seguir alguns preceitos básicos para ser funcional e 
ao mesmo tempo completo. Assim podemos afirmar que o plano de contas ideal 
deve: 
1. Incluir o maior número possível de contas que possam ser utilizadas no ramo 
específico de atividade para o qual foi elaborado. 
2. Ser planejado de forma a permitir a inclusão de qualquer conta nova sem 
alterar a codificação das já existentes. 
3. Facilitar a elaboração de balancetes e balanços, evidenciando o Ativo, o 
Passivo e os resultados, mediante o simples relacionamento das contas, 
segundo a codificação planejada. 
4. Utilizar codificação que facilmente identifique as contas e que exija a menor 
quantidade possível de dígitos. 
5. Distinguir claramente as contas patrimoniais das de resultado, evidenciando 
as características próprias de cada Entidade (comercial, industrial, bancária, 
de serviços, de transportes, social, pública etc.). 
6. Facilitar o levantamento de informações específicas para fins administrativos 
(custos, liquidez financeira, rotação de capitais, investimento específicos etc.), 
para fins fiscais (lucro tributável, impostos recuperáveis ou a recolher etc.), ou 
para fins de divulgação (Lei nº 6.404, de 15/12/1976 – Lei das Sociedades por 
Ações) e dezenas de outros regulamentos específicos para determinados 
tipos de empresas: bancos, seguros, financeiras, corretores, consórcios etc. 
As contas devem ser utilizadas separadamente para representar cada tipo de 
elemento: os patrimoniais são lançados no ativo circulante, ativo não circulante, 
passivo circulante, passivo não circulante e no patrimônio líquido que são os 
componentes do balanço patrimonial da entidade. Já os lançamentos que afetam o 
resultado são realizados nas rubricas de receitas, custos e despesas, componentes 
da demonstração de resultado do exercício, que ao final de cada período são 
transferidos para o patrimônio líquido da empresa. 
Essas contas são os grupos que concentram um grande número de outras contas e 
são obrigatórias em qualquer plano de contas contábil. São elas as responsáveis 
pela elaboração dos relatórios contábeis obrigatórios pela legislação vigente. 
Cada conta também tem uma natureza, que pode ser devedora ou credora. Uma 
característica marcante em algumas contas é a sua estabilidade, ou seja, a natureza 
 
Prof. Contador Especialista: Reinaldo dos S Ferreira Filho 
Curso: Ciências Contábeis Disciplina: Prática Profissional IV– Gestão Contábil 
 
de determinada conta deverá sempre ser respeitada, como por exemplo, a conta 
caixa, que pode receber lançamentos devedores e credores ao longo de todo o 
período, mas que ao final do exercício, deverá obrigatoriamente apresentar saldo 
devedor, assim como a conta salários a pagar, que pode receber lançamentos 
devedores e credores, mas que sempre deverá manter um saldo credor no 
encerramento do exercício. 
Existem algumas contas instáveis, como o resultado do exercício, que pode 
apresentar saldo tanto devedor como credor, dependendo da movimentação que ela 
sofrer no ano. Mesmo assim, algumas empresas optam por criar grupos específicos 
para acumular os lucros e outro para os prejuízos, obedecendo, assim, claramente a 
natureza de cada grupo de contas contábeis. 
Apesar de existirem diversas contas em um plano, apenas algumas recebem 
lançamentos; estas são intituladas contas analíticas, mas também existem as contas 
sintéticas, assim diferenciadas: 
· Conta Analítica: É a conta que expressa o item específico do patrimônio e 
registra a existência dos vários fatos que afetam tal item. Pode ser entendida 
como sendo aquela que representa um tipo mais específico, sendo o objeto 
do lançamento contábil. 
· Conta Sintética: É um tipo de conta mais genérica, envolvendo uma série de 
outras contas correlatas, sendo entendida como sendo o grupo centralizador 
das várias contas que possuem a mesma espécie ou natureza. 
6.1. Definição de Conta 
A escrituração contábil de uma empresa abrange um número bastante elevado de 
procedimentos e estes visam o registro de todos os fatos de forma sistêmica e 
padronizada. Assim, é necessário para que o registro comercial seja realizado, que 
sejam observados alguns pontos primordiais: 
· Identificação dos fatos patrimoniais; 
· Classificação correta; 
· Registro contábil; 
· Geração dos demonstrativos e 
· Estruturação dos fluxos das ocorrências. 
Para que a classificação do fato ocorra corretamente, é necessário atribuí-lo a uma 
conta correspondente que esteja em consonância com a natureza do evento. Desta 
forma, podemos afirmar que conta é o nome técnico imputado a cada elemento 
patrimonial ou do resultado, que seja responsável pelo registro complexo dos fatos 
que mantém a mesma essência. 
Em resumo, a conta tem a função de organizar o patrimônio e evidenciar os fatos 
que alteram sua estrutura qualitativamente ou quantitativamente. A conta é um dos 
instrumentos mais importantes da contabilidade e será utilizada para a efetivação 
dos registros através do método das partidas dobradas. 
 
Prof. Contador Especialista: Reinaldo dos S Ferreira Filho 
Curso: Ciências Contábeis Disciplina: Prática Profissional IV– Gestão Contábil 
 
Considerando as definições de contas tratadas, podemos facilmente dividi-las em 
dois grandes grupos: As Contas Patrimoniais e as Contas de Resultado. 
As contas patrimoniais representam os bens, os direitos, as obrigações e o 
patrimônio líquido das empresas, já as contas de resultado são responsáveis por 
demonstrar as receitas realizadas e as despesas em cada período. 
Um maior detalhamento das contas patrimoniais e de resultado, o funcionamento de 
cada uma delas e a estrutura proposta de planos de contas, serão assuntos tratados 
nos capítulos seguintes desta obra. 
6.2. Codificação das Contas 
A codificação das contas, além de aprimorar naturalmente o trabalho de 
classificação dos documentos, e elemento indispensável para efeito do 
processamento de dados. 
Devido ao uso de sistemas de processamentos de dados e para agilizar a 
classificação contábil e o próprio lançamento contábil; é comum e altamente 
recomendável a utilização de códigos reduzidos das contas, o que normalmente é 
realizado de forma automática pelo próprio sistema. 
As máscaras do plano de contas são personalizáveis e diferem dentre as empresas 
e os ramos de atividade, dependendo do número de contas que se pretende criar e 
até mesmo da necessidade dos controles gerenciais. Como exemplo, podemos 
imaginar o caso de uma empresa industrial que controla todos os seus gastos e 
receitas separando-os por centros de resultado; assim, terá a necessidade de criar 
um plano mais detalhado e conseqüentemente com um maior número de contas. 
As máscaras poderão ser numerais, decimais ou mistas, conforme demonstrado: 
Tipo Numeral Decimal Mista 
Máscara X.X.X.X.X XX.XX.XX.XX.XX X.X.XX.XX.XXXX 
Código 1.1.1.1.1 01.01.01.01.02 1.1.01.02.0001 
Conta Caixa Matriz Caixa Filial Banco Conta Movimento 
A codificação do Plano de Contas deve ser elaborada utilizando-se de vários níveis 
de detalhamento, de modo a atender aos seus usuários dentro de uma lógica de 
classificação das diversas operações correspondentes aos atos ou fatos contábeis 
realizados. As contas poderão ser codificadas como contas de primeiro grau, 
segundo grau, terceiro grau, quarto grau e quinto grau, conforme detalhado: 
Classificação Máscara Descrição 
1º Grau X Identifica os grandes grupos como: Ativo, 
Passivo, Receitase Despesas, por exemplo. 
2º Grau X.X Identifica os grupos específicos em que se 
dividem os grandes grupos. 
3º Grau X.X.XX Identifica os subgrupos em que se dividem os 
 
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grupos. 
4º Grau X.X.XX.XX Identifica as contas sintéticas agregadas das 
contas analíticas que representam os 
elementos do patrimônio. 
5º Grau X.X.XX.XX.XXXX Representa as contas analíticas que 
identificam os bens, direitos, obrigações, 
receitas e despesas. É o nível que receberá os 
lançamentos. 
Assim, se utilizarmos uma máscara mista e uma classificação de quinto grau, o início 
do plano de contas poderia ser demonstrado da seguinte maneira: 
1. Ativo 
1.1. Ativo Circulante 
1.1.01. Disponibilidades 
1.1.01.01. Caixa 
1.1.01.01.0001. Caixa Matriz 
6.3. Sistemas de Contas 
Um sistema de contas consiste no agrupamento de contas que possuem 
características comuns, com o objetivo de tornar mais fácil e organizado o 
acompanhamento e estudo do patrimônio e de suas mutações. Assim, podemos 
agrupar em um sistema apenas contas patrimoniais, por exemplo. 
Esta divisão em sistemas de contas é comum de ser vista na contabilidade pública, 
que é aplicável às pessoas jurídicas de direito público, como a União, os estados, 
municípios, suas autarquias e fundações. Este tipo de contabilidade é caracterizada 
pelos diversos sistemas de contas contábeis, conforme descrito: 
a) O Sistema Orçamentário é representado pelos atos de natureza orçamentária, 
registrando a receita prevista e as autorizações legais da despesa constantes 
da Lei Orçamentária Anual (LOA) e dos créditos adicionais abertos; 
b) No Sistema Financeiro são registrados todos os ingressos e dispêndios, a 
arrecadação da receita e o pagamento da despesa orçamentária e extra-
orçamentária; 
c) O Sistema Patrimonial é constituído das contas que registram as 
movimentações que concorrem ativa e passivamente para a formação do 
patrimônio da entidade, ou seja, são registrados os bens patrimoniais 
(móveis, imóveis, estoques, créditos, obrigações, valores, operações de 
crédito, dentre outras), originadas ou não da execução orçamentária; 
d) No Sistema de Compensação são efetuados os registros dos atos 
administrativos praticados pelo gestor da entidade, que, direta ou 
indiretamente, possam a vir afetar o patrimônio da entidade, ainda que de 
imediato, isto não ocorra, mas possa implicar em modificação futura. 
 
6.4. A Nova Legislação Contábil 
 
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Com o advento da Lei n° 11.638/2007 e da Lei n° 11.941/2009, ocorreram algumas 
mudanças significativas na estrutura contábil conhecida no Brasil. Para estar de 
acordo com as normas aceitas internacionalmente, a contabilidade brasileira sofreu 
algumas mudanças legais que impactaram diretamente no plano de contas. Tendo 
em vista esta nova conjuntura será necessária a exposição de algumas modificações 
que atendem a esta nova legislação contábil e que afetaram na estrutura e 
usabilidade das contas contábeis. 
No ativo, a Lei n° 11.941/2009 previu a inclusão de dois grandes grupos contábeis: 
O Ativo Circulante, que contém os bens e direitos realizáveis até o exercício 
seguinte; e o Ativo Não Circulante, se tiverem vencimento em prazo maior. 
Antes desta, o ativo era classificado em circulante, realizável a longo prazo e 
permanente, sendo este último subdividido em investimento, imobilizado e diferido. 
Atualmente o ativo não circulante é dividido em realizável a longo prazo, 
investimentos, imobilizado e intangível. 
No que tange aos investimentos permanentes em participações societárias, a 
avaliação de coligadas pelo método da equivalência patrimonial passa a ser aplicada 
a todas as coligadas em que a investidora tenha influência significativa (dependência 
econômica, tecnológica, administrativa, poder de eleger administradores, etc.). A 
nova lei estabelece que é presumida a influência significativa quando a participação 
for de 20% ou mais do capital votante. Este método será aplicado para as 
sociedades que façam parte de um mesmo grupo ou que estejam sob controle 
comum. 
Desta forma poderá ocorrer, por exemplo, uma situação em que tenhamos um 
investimento com percentual inferior a 10%, com ações sem direito a voto, mas que 
possuam um investidor ou investida com um controlador comum; e para este caso o 
investimento deverá ser avaliado pelo método da equivalência patrimonial, mesmo 
que esse controlador seja uma pessoa física ou um conjunto de pessoas físicas 
agindo como controladores. 
A Lei n° 11.638/07 modificou a definição do imobilizado, baseada fundamentalmente, 
na análise de riscos e benefícios sobre a propriedade. Com isso a alteração legal, 
promove a convergência às práticas internacionais (IAS 17) qualificando as 
operações que transferem à companhia os benefícios, riscos e o controle desses 
bens, como ativo imobilizado, a exemplo do que ocorre com as operações de leasing 
financeiro. 
Também é estabelecida a obrigatoriedade das companhias em efetuarem de forma 
periódica o teste de recuperabilidade nos subgrupos do imobilizado e intangível. 
Desta forma, nenhum destes ativos pode existir por valor que não seja recuperável 
mediante venda ou utilização por parte da empresa. Este procedimento é também 
conhecido como teste de impairment. 
O grupo do ativo intangível deverá registrar todos os valores não corpóreos como 
marcas, patentes e direitos autorais, onde sofrerão a amortização baseada em sua 
estimativa de vida útil econômica. As contas de ágio gerado nas aquisições de 
 
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investimentos permanentes por conta de expectativas de rentabilidade futura, o 
chamado goodwill, também será reclassificado para o ativo intangível e estarão 
sujeitos ao impairment, periodicamente. 
No que se refere ao ativo diferido, nova legislação contábil, regulamenta que o 
mesmo não pode receber débito de novos saldos a partir do exercício de 2008, mas 
ressalva que os saldos existentes e que não puderem ser alocados em outro grupo 
poderão permanecer sob esta classificação até a sua completa amortização. 
No passivo, a lei estipulou a segregação entre circulante, não circulante e patrimônio 
líquido. Antes disso, a classificação ficava em circulante, exigível a longo prazo, 
resultado de exercícios futuros e patrimônio líquido. 
Podemos observar inicialmente que o subgrupo do exigível a longo prazo foi 
totalmente incorporado pelo passivo não circulante e que a conta resultado de 
exercícios futuros, antes utilizada para registrar o recebimento de receitas 
antecipadas, uma vez que essas receitas ainda não haviam sido incorridas se 
observarmos o regime de competência, deixa de existir, sendo seu saldo 
reclassificado para o passivo não circulante. Basicamente, o passivo circulante deve 
registrar as obrigações a vencer até o exercício seguinte e o passivo não circulante 
as obrigações a vencer após esse período, da mesma forma como ocorre no ativo. 
No patrimônio líquido, as principais novidades são a inclusão das contas ajuste de 
avaliação patrimonial, ações em tesouraria, a alteração da conta lucros e prejuízos 
acumulados para prejuízos acumulados e a exclusão da conta reservas de 
reavaliação. 
Serão classificados como “ajustes de avaliação patrimonial”, enquanto não 
computadas no resultado em obediência ao regime de competência, as 
contrapartidas de aumentos ou diminuições de valores atribuídos a elementos do 
ativo e dopassivo, em decorrência de sua avaliação ao preço de mercado. Deste 
modo, foi extinta a conta de reserva de reavaliação. 
Na legislação anterior, os ativos decorrentes do imobilizado poderiam ser 
reavaliados, tendo como contrapartida, a referida reserva de reavaliação. Com a 
nova legislação, poderão ocorrer “ajustes” tanto em contas de ativo quanto em 
contas de passivo. Este subgrupo servirá, essencialmente, para abrigar a 
contrapartida de determinadas avaliações de ativos a preço de mercado, ou “valor 
justo”, especialmente a avaliação de determinados instrumentos financeiros; os 
ajustes de conversão em função da variação cambial de investimentos societários no 
exterior; efeitos da valorização em combinação de negócios a valor de mercado ou 
valor equivalente de seus ativos e passivos; e outros efeitos patrimoniais gerados na 
adoção de normas específicas pela CVM em consonância com as normas 
internacionais. 
A conta ações em tesouraria visa o registro da compra de ações da própria 
companhia emissora. Este fato é muito comum quando a empresa visa proteger a 
queda da cotação e, em um momento mais favorável, obter rentabilidade com a 
inserção dessas ações no mercado. 
 
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Curso: Ciências Contábeis Disciplina: Prática Profissional IV– Gestão Contábil 
 
Com a alteração de lucros e prejuízos acumulados para prejuízos acumulados 
procura fazer com que a empresa destine o lucro obtido no exercício, podendo 
permanecer nesta conta somente o prejuízo observado no exercício corrente, ou em 
alguns casos, o acúmulo dos prejuízos ao longo dos exercícios. Vale ressaltar que 
esta obrigatoriedade na destinação do lucro deve ser apenas observada por 
empresas constituídas sob a forma de sociedade anônima de capital aberto e para 
as sociedades tidas como de grande porte. 
 
7. Contas Patrimoniais 
 
As contas patrimoniais representam a situação da organização em um determinado 
momento, ou seja, representam o patrimônio total da empresa, subdivididas em 
bens, direitos e obrigações. O Patrimônio Líquido ou situação patrimonial líquida é a 
diferença entre o Ativo e o Passivo. As situações líquidas possíveis são: 
 
Com relação aos recursos que circulam dentro de uma empresa, podemos afirmar 
que as contas patrimoniais representam então, as origens e as aplicações destes 
recursos, de forma que as aplicações estão diretamente relacionadas com o ativo, e 
as origens diretamente relacionadas com o Passivo. Esta visualização será mais 
bem compreendida quando analisadas no capítulo que tange sobre a classificação 
contábil. 
A título de ilustração, será apresentada uma relação resumida de um pequeno grupo 
de contas patrimoniais com suas funções e forma de funcionamento. 
7.1. Contas do Ativo 
a) Ativo Circulante 
A função deste grupo é registrar os bens e direitos conversíveis no curso do 
exercício social corrente. O Ativo Circulante é composto, da seguinte forma: 
DISPONIBILIDADES: Este grupo tem como função registrar os recursos financeiros 
que se encontram à disposição de forma imediata pela organização, como caixa, 
depósitos bancários a vista e aplicações financeiras de liquidez imediata. 
 
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CAIXA: Tem como principal função o registro do dinheiro que entra e sai do caixa 
(tesouraria) da empresa. 
A conta Caixa tem natureza devedora e será lançada a débito para registrar a 
entrada de dinheiro no caixa da entidade e a crédito para registrar a saída de 
dinheiro da tesouraria da empresa. 
BANCO CONTA MOVIMENTO: Sua função é registrar a entrada e saída de dinheiro 
e cheques das contas correntes da empresa, através de pagamentos e 
recebimentos. 
As contas de bancos possuem natureza devedora e serão lançadas a débito para 
registrar a entrada e recebimento de dinheiro no banco e a crédito para registrar a 
saída de dinheiro e pagamentos da empresa. 
APLICAÇÕES FINANCEIRAS: Registram os valores aplicados através de 
instituições financeiras de curto prazo. 
As contas de aplicações financeiras possuem natureza devedora e serão debitadas 
para registrar as entradas dos investimentos iniciais e dos rendimentos provenientes 
das aplicações e creditadas para registrar o retorno dos valores aplicados. 
CLIENTES: Esta conta tem a função de registrar os valores de créditos com clientes, 
decorrentes das vendas a prazo de mercadorias ou serviços. 
A conta terá sempre natureza devedora e será debitada pelo reconhecimento dos 
valores a serem recebidos e creditada nos pagamentos efetuados pelos clientes. 
Clientes Mercado Interno: Registra os valores de entradas e saídas dos 
clientes no mercado interno, ou seja, clientes dentro do território nacional. 
A conta terá natureza devedora e será lançada a débito na entrada de valores 
a serem recebidos dos clientes e creditada pelo pagamento efetuado por 
parte dos clientes. 
Clientes Mercado Externo: Tem a função de registrar os valores de entradas 
e saídas dos clientes do mercado externo, ou seja, clientes de fora do 
território nacional. Vale lembrar que a contabilização deverá sempre ser 
realizada em moeda corrente, independentemente da moeda utilizada na 
transação comercial. 
A conta também terá natureza devedora. Será lançada a débito pelo registro 
dos valores a receber dos clientes no exterior e é lançada a crédito no 
pagamento efetuado por estes clientes. 
Duplicatas Descontadas: Tem a função de registrar o desconto de 
duplicatas que é uma operação financeira em que o banco antecipa dinheiro 
em troca das duplicatas que ficam em garantia do empréstimo. 
 
Prof. Contador Especialista: Reinaldo dos S Ferreira Filho 
Curso: Ciências Contábeis Disciplina: Prática Profissional IV– Gestão Contábil 
 
A natureza do saldo desta conta será sempre credora, ou seja, retificadora. 
Os débitos ocorrerão no momento da liquidação do título pelo devedor ou 
quando há a falta do pagamento pelo mesmo e os créditos são realizados 
pelo valor de face dos títulos no momento da operação financeira. 
Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa: é uma conta que tem por 
função o registro de uma provisão para possíveis não recebimentos da 
empresa em virtude de títulos não pagos pelos clientes. Esta conta também 
pode ser intitulada Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa - 
PECLD. 
A PCLD ou PECLD também é uma conta retificadora e, portanto apresentará 
sempre o saldo credor. Os débitos serão o registro de quando ocorre o 
pagamento do título por parte do cliente, ou pela realização da provisão 
efetuada e a conta será creditada no momento do registro dos títulos que 
possuem a liquidação duvidosa. 
É importante se atentar para os aspectos fiscais e à dedutibilidade prevista 
para estes valores, de acordo com a legislação vigente. 
ESTOQUES: Registram os valores das entradas e saídas de mercadoria na 
empresa. 
As contas do grupo estoques têm a natureza devedora e serão lançadas a débito na 
entrada das mercadorias e a crédito na saída dos produtos ou na transferência de 
estoques. 
Estoque de Produtos Acabados: Pretende registrar os valores das entradas 
e saídas de mercadoria prontas para a comercialização. 
A conta Estoques de Produtos Acabados é de natureza devedora. Será 
lançada a débito na entrada de mercadorias prontas para a comercialização e 
será creditada na saída de mercadorias vendidas ou avariadas. 
Estoque de Produtos em Elaboração: Registra os valores das entradas e 
saídas de matéria-prima e mão de obra. 
Esta conta possui natureza devedora, sendo debitada na entrada dos 
materiais utilizados no processo de produção como matéria-prima e mão de 
obra e creditada pelasaída dos produtos elaborados do estoque ou na perda 
de materiais no processo de industrialização. 
Estoque de Matéria-Prima: Registra os valores das entradas e saídas das 
matérias-primas. 
A conta também possui natureza devedora e será lançada a débito na entrada 
de matéria-prima. O movimento a crédito servirá para registro da saída dos 
materiais do estoque ou na sua avaria. 
 
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Estoque de Embalagens: A conta irá registrar os valores das entradas e 
saídas de Embalagens. 
Possui natureza devedora, sendo registrada a débito na entrada das 
embalagens e creditada pela saída dos materiais do estoque ou na sua 
avaria. 
Estoque em Poder de Terceiros: Esta conta tem a função de registrar os 
valores das entradas e saídas de materiais estocados em poder de terceiros, 
ou seja, são estoques da empresa armazenados em outro local que não o 
utilizado normalmente. 
Apesar de a empresa não contar com o estoque físico em seu poder, esta 
conta também possui natureza devedora. Será lançada a débito na entrada 
das mercadorias armazenadas em locar terceirizado; e creditadas na saída 
dos itens deste local, seja para venda ou transferência ao estoque físico da 
empresa. 
VALORES A RECEBER: tem a função de registrar os montantes de entrada e saída 
de outros créditos a receber. 
A natureza do saldo deste grupo será sempre devedora. A conta é lançada a débito 
na movimentação de entrada dos valores a serem recebidos e será lançada a crédito 
no pagamento proveniente de cada um dos valores efetivamente recebidos. 
ADIANTAMENTOS: Registra os adiantamentos feitos pela empresa, convertendo 
estes montantes em um direito a receber. 
O grupo de adiantamentos será formado por contas com natureza devedora. Será 
lançada a débito no momento em que o adiantamento ocorre e gera-se o direito a 
receber. Os créditos ocorrem no momento em que o valor ou direito a ser recebido, 
deixa de existir. 
CREDITOS FISCAIS: Tem por função registrar os créditos fiscais decorrentes das 
entradas de mercadorias, deduzidas dos valores a recolher nas saídas. 
Este grupo de contas será sempre registrado com natureza devedora. Assim, os 
débitos ocorrerão pela constituição do crédito, ou seja quando existem valores a 
recuperar provenientes das entradas das mercadorias. Já os créditos referem-se à 
recuperação efetiva destes valores. 
b) Ativo Não Circulante 
A função deste grupo é registrar os bens e direitos que serão conversíveis em longo 
prazo, ou seja, é composto por todos os valores onde a realização ultrapassa o 
exercício social da data onde ocorreu o fato contábil. O Ativo Não Circulante é 
composto, da seguinte forma: 
 
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REALIZÁVEL A LONGO PRAZO: Este grupo tem por função registrar as contas de 
mesma natureza do Ativo Não Circulante, que irão ser realizadas no exercício 
seguinte. 
VALORES A RECEBER: Objetiva registrar os créditos e valores que a empresa irá 
receber em longo prazo. 
O grupo de contas possui natureza devedora e, portanto será debitado no momento 
em que ocorrer o fato gerador do crédito e será lançado a crédito no momento que 
estes valores forem efetivamente recebidos. 
INVESTIMENTOS: O grupo tem por função registrar os valores provenientes de 
aplicações financeiras realizadas em ações ou outros títulos do mercado financeiro. 
As participações permanentes e os direitos não classificáveis no ativo circulante e 
quia não se destinem à manutenção da empresa. 
A natureza do saldo das contas que compõem este grupo é devedora. As contas 
serão lançadas a débito no momento da emissão das ações ou da compra dos 
títulos financeiros e serão creditadas pelas perdas estimadas ou a alienação de 
investimentos, por exemplo. 
IMOBILIZADO: As contas do grupo imobilizado têm como função registrar e 
controlar o valor dos bens corpóreos obtidos pela empresa, destinados à 
manutenção das atividades da empresa ou exercidos com esta finalidade. 
A natureza do saldo destas contas é devedora, sendo portando debitada no 
momento da aquisição dos bens e creditada na ocasião das alienações ou baixa dos 
bens, além do reconhecimento das depreciações, amortizações e exaustões 
acumuladas. 
Bens em Operação: Esta conta irá registrar os valores dos bens que fazem 
parte da operação da empresa. 
A conta de bens em operação tem sempre natureza devedora, sendo lançada 
a débito para registrar a aquisição do bem e a credito para registrar a venda 
do item patrimonial. 
(-) Depreciação, Amortização e Exaustão Acumulada: Registra os valores 
inerentes ao desgaste ou uso dos bens imobilizados através dos processos 
de depreciação, amortização ou exaustão decorrentes nos bens imobilizados. 
A natureza do saldo destas contas será sempre credora, ou seja, são contas 
redutoras do ativo. Desta forma estas contas serão lançadas a débito no 
momento em que o bem é vendido para fins da baixa deste desgaste 
contabilizado e será lançada a crédito no momento em que é reconhecido o 
desgaste do bem. 
 
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Imobilizado em Andamento: Esta conta irá registrar os valores dos bens que 
já estão em uso durante a fase pré operacional da empresa ou de bens da 
empresa destinados à aplicação no imobilizado. 
A conta de imobilizado em andamento terá natureza devedora e será lançada 
a débito para registrar a aquisição dos itens patrimoniais e a credito para 
registrar a venda, baixa ou transferência destes itens. 
(-) Redução ao Valor Recuperável: Registra o reconhecimento periódico da 
análise de recuperabilidade dos valores registrados no imobilizado, também 
chamado de teste de impairment. 
A natureza do saldo destas contas será sempre credora, ou seja, também se 
tratam de contas redutoras do ativo. Desta forma estas contas serão lançadas 
a débito no momento em que o bem é baixado por venda ou alienação e 
serão lançadas a crédito no momento em que é registrado o resultado do 
teste de impairment, lembrando que devem ser mantidos controles 
individualizados. 
INTANGÍVEL: Registra os valores de bens incorpóreos destinados à manutenção da 
empresa ou exercidos com esta finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido. 
A natureza do saldo deste grupo será sempre devedora. Desta forma as contas 
serão debitadas para registrar os valores dos bens incorpóreos e creditadas na 
venda e ou baixa destes bens. Vale salientar que tais bens também estão sujeitos 
aos processos de amortização e ao impairment, assim como os bens do 
imobilizado. 
DIFERIDO: Eram registrados neste grupo as aplicações de recursos em despesas 
que iriam contribuir para a formação do resultado de mais de um exercício social, no 
entanto por ocasião da nova legislação contábil, as sociedades de grande porte e as 
sociedades por ações não poderão mais reconhecer este grupo em seus balanços. 
7.2. Contas do Passivo 
a) Passivo Circulante 
A função deste grupo é registrar as obrigações da empresa cuja liquidação se 
espera que ocorra dentro do exercício social seguinte, ou de acordo com o ciclo 
operacional da empresa. O Passivo Circulante é composto basicamente pelas 
contas do exigível a curto prazo, da seguinte forma: 
FORNECEDORES: Este grupo registra as notas fiscais ou faturas provenientes da 
compra de matérias primas, mercadorias ou outros materiais utilizados para 
industrialização ou comercialização por parte da empresa. 
A conta terá sempre naturezacredora e será debitada pelo pagamento dos valores 
ora provisionados e creditada pelo registro dos valores a pagar de forma 
 
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individualizada. Normalmente este grupo é separado em fornecedores nacionais e 
estrangeiros. 
Fornecedores Mercado Interno: Registra os valores de entradas e saídas 
dos fornecedores no mercado interno, ou seja, compras realizadas dentro do 
território nacional. 
A conta terá natureza credora e será lançada a débito no pagamento das 
notas fiscais ou faturas e creditada pela provisão dos valores a pagar. 
Fornecedores Mercado Externo: Tem a função de registrar os valores de 
entradas e saídas dos fornecedores do mercado externo, ou seja, compras 
realizadas fora do território nacional. Vale lembrar que a contabilização deverá 
sempre ser realizada em moeda corrente, independentemente da moeda 
utilizada na transação comercial. 
A conta também terá natureza credora. Será lançada a débito pelo pagamento 
dos valores registrados anteriormente e é lançada a crédito no momento do 
registro dos valores a serem pagos para cada fornecedor através dos 
documentos de entrada das mercadorias. 
OBRIGAÇÕES SOCIAIS: Este grupo controla os valores devidos à sociedade 
representada principalmente pelo quadro funcional da empresa. O grupo poderá 
conter contas de dívidas diretas com os funcionários e também as obrigações e 
retenções realizadas em virtude do vínculo empregatício ou do trabalho prestado em 
favor da empresa. 
Este grupo será formado por contas de natureza credora que será contabilizados a 
débito pela baixa da obrigação, ou seja, pelo pagamento da dívida e lançadas a 
crédito pelo registro destes valores a pagar. 
Salários a Pagar: O saldo desta conta representa a obrigação da empresa 
com o seu quadro funcional, através dos valores apurados pela sua folha de 
pagamentos mensal. 
A conta sempre terá natureza credora. Será lançada a débito pelo pagamento 
dos valores devidos em folha de pagamento e registrados contabilmente e 
será lançada a crédito quando os valores forem pagos no mês seguinte ao 
qual forem incorridos. 
Comissões a Pagar: O saldo desta conta representa a obrigação da empresa 
com o seu quadro funcional, através dos valores das comissões calculadas. 
A conta sempre terá natureza credora. Será lançada a débito pelo pagamento 
das comissões e registrada a crédito quando os valores das comissões forem 
apurados pela entidade devedora. 
IRRF sobre Salários: O saldo desta conta representa a obrigação da 
empresa para com o governo federal, inerente à retenção do imposto de 
 
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renda calculado sobre os salários e comissões pagas. Vela salientar que a 
retenção e não recolhimento destes valores caracteriza apropriação indébita e 
constitui crime. 
Esta conta tem sempre natureza credora e deverá ser lançada a débito pelo 
recolhimento dos valores retidos e creditada quando os valores do IRRF 
forem apurados através da folha de pagamentos mensal ou do fechamento 
das comissões a pagar. 
FGTS a Recolher: O saldo desta conta representa a obrigação da empresa 
em recolher o fundo de garantia por tempo de serviço também apurado em 
sua folha de pagamentos mensal. 
A conta terá natureza credora e deverá ser lançada a débito pelo pagamento 
dos valores do FGTS contabilizados e será lançada a crédito quando os 
valores do fundo de garantia forem apurados pela empresa. 
Encargos Sociais a Recolher: O saldo desta conta representa as obrigações 
de previdência social resultante dos salários pagos ou creditados pela 
sociedade, com base nas taxas de encargos incidentes. 
A conta sempre terá natureza credora. Será lançada a débito pelo pagamento 
dos valores devidos à previdência social e será lançada a crédito pelo registro 
dos valores a recolher inerentes a estas obrigações. 
OBRIGAÇÕES FISCAIS: Neste grupo são registradas as obrigações da empresa 
para com o governo, relativas a impostos, taxas ou contribuições. Este grupo será 
formado por tributos das três esferas do governo ou poderá ser dividida em grupos 
distintos. 
As contas deste grupo terão natureza credora por tratar-se de valores a pagar. O 
débito será lançado sempre que a obrigação for quitada para com o credor, ou seja, 
em função do pagamento e será creditada pelo registro dos valores a pagar ou a 
recolher. 
ICMS a Recolher: O saldo desta conta representa a obrigação da empresa 
com o governo estadual, relativa ao imposto sobre a circulação de 
mercadorias e serviços. 
A conta também terá natureza credora. Será lançada a débito pelo pagamento 
dos valores do ICMS anteriormente reconhecidos e será lançada a crédito 
pelo regime de competência, demonstrando o valor devido em cada operação. 
IPI a Recolher: O saldo desta conta representa a obrigação da empresa com 
o governo federal, relativa ao imposto sobre produtos industrializados. 
A conta sempre terá natureza credora. Será lançada a débito pelo pagamento 
dos valores do IPI Provisionados anteriormente e será lançada a crédito 
 
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também pelo regime de competência, demonstrando o valor do IPI devido em 
cada operação. 
Imposto de Renda a Pagar: O saldo desta conta representa a obrigação da 
empresa com o governo federal, relativa ao imposto sobre a renda e 
proventos de qualquer natureza. 
A conta também terá natureza credora. Será lançada a débito pelo pagamento 
dos valores do IR anteriormente contabilizados e será lançada a crédito em 
consonância com o regime de competência, demonstrando o valor do IR 
devido. 
Contribuição Social a Pagar: O saldo desta conta representa a obrigação da 
empresa com o governo federal, relativa à contribuição social sobre o lucro 
apurada. 
A exemplo das demais obrigações esta conta terá natureza credora e assim, 
será lançada a débito pelo pagamento dos valores da CS anteriormente 
reconhecidas e será lançada a crédito obedecendo ao regime de 
competência, demonstrando o valor da CS apurada. 
IR e CS Diferidos: De acordo com o Princípio Contábil da Competência, se a 
contabilidade já reconheceu uma receita ou lucro, a despesa de Imposto de 
Renda deve ser reconhecida nesse mesmo período, ainda que tais receitas e 
lucros tenham a sua tributação diferida para efeitos fiscais, ou seja, o Imposto 
de Renda incidente sobre elas será pago em períodos futuros. 
Como das demais obrigações esta conta terá natureza credora e será lançada 
a débito pelo pagamento dos valores do IR e da CS anteriormente registradas 
e será lançada a crédito na data em que a tributação tenha sido diferida. 
PIS/Pasep a Recolher: O saldo desta conta representa a obrigação da 
empresa com o governo federal, relativa ao PIS ou ao Pasep, dependendo do 
caso. 
A conta sempre terá natureza credora. Será lançada a débito pelo pagamento 
dos valores do PIS ou Pasep provisionados anteriormente e será lançada a 
crédito pelo regime de competência, demonstrando o valor do PIS/Pasep 
devido aos cofres públicos. 
COFINS a Recolher: O saldo desta conta representa a obrigação da empresa 
com o governo federal, relativa a contribuição para o financiamento da 
seguridade social. 
A conta também terá natureza credora. Será lançada a débito pelo pagamento 
dos valores da COFINS e será lançada a crédito pelo regime de competência, 
pelos valores da contribuição da COFINS devida em cada operação. 
 
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Retenções de Impostos a Recolher: O saldo desta conta representa a 
obrigação da empresa com o governo, relativa aos impostos retidos sobre as 
operações da entidade. 
Esta conta tem natureza credora e será lançada a débito pelo recolhimento 
dos valores ora retidos e já registrados contabilmente e será lançada a crédito 
obedecendo ao regime de competência, demonstrando o valor que deve ser 
repassado ao governo, inerente às retenções realizadas. 
EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS: Tais contas registram as obrigações da 
empresa junto a instituições financeiras do País e do Exterior, cujos recursos são 
destinados para financiar imobilizações ou para capital de giro para ser aplicado na 
empresa. Este grupo por estar incluso nos valores circulantes, terá como objeto 
controlar os valores a pagar em curto prazo. Os empréstimos distinguem-se dos 
financiamentos pelo fato de que estes representam um crédito vinculado à aquisição 
de determinado bem, podendo ter a intervenção de instituição financeira ou 
diretamente com o fornecedor do bem. 
Este grupo de contas tem natureza credora por tratar-se de uma obrigação a pagar. 
Esta conta será debitada sempre que ocorrer a amortização dos valores através das 
parcelas mensais e será creditada quando a empresa receber os recursos, o que 
muitas vezes coincide com a data do contrato. 
OUTRAS OBRIGAÇÕES: Além das obrigações já tratadas a empresa pode possuir 
outras dívidas ou valores a pagar em que será necessário estimar o prazo e os 
valores a serem registrados para o correto reconhecimento do passivo obedecendo 
ao regime de competência e aos princípios fundamentais de contabilidade. 
Estas contas deverão ter natureza credora em sua maioria, pois serão debitadas 
sempre que a obrigação for paga totalmente ou de forma parcial e os créditos 
ocorrerão em virtude da assunção de dívida por parte da empresa. 
Adiantamentos de Clientes: Estas contas registram os valores recebidos de 
forma antecipada para o fornecimento de produtos ou para a prestação de 
serviços, que agora passam a constituir uma obrigação da empresa para com 
seu cliente. 
Esta conta tem natureza credora e será lançada a débito sempre que a receita 
for efetivamente realizada através da prestação de serviços ou da entrega dos 
produtos e será lançada a crédito no recebimento antecipado dos recursos 
remetidos pelo cliente. 
Dividendos a Pagar: Estas contas registram o valor da destinação dos lucros 
segundo a proposta da entidade, pagos sob a forma de dividendos. 
Esta conta tem natureza credora e será lançada a débito sempre que os 
dividendos forem efetivamente pagos ou quitados e será registrada a crédito 
no momento em que forem apurados os valores individualizados a pagar. 
 
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Aluguéis a Pagar: Nesta conta serão controlados os valores inerentes aos 
alugueres que a empresa deverá pagar pelo uso de algum item móvel ou 
imóvel que não faz parte do imobilizado da entidade, mas que é por ela 
utilizado. 
Esta conta deverá ter natureza credora. O lançamento a débito ocorrerá pelo 
pagamento das parcelas do aluguel mensal e será lançada a crédito no 
momento em que o contrato de aluguel do bem for firmado entre as partes. 
Arrendamentos Operacionais: Nesta conta devem ser registrados os 
passivos da empresa constituídos sob forma de arrendamentos mercantis 
contratados sob a modalidade operacional, que é semelhante a uma operação 
de aluguel e por isto vale salientar, que nesta operação o bem não estará 
contabilizado no ativo imobilizado da empresa. 
Esta conta tem natureza credora e será lançada a débito sempre que for 
realizado algum pagamento de parcelas a vencer e será registrada a crédito 
no momento em que a dívida for assumida. 
Contas a Pagar: Este grupo registra os passivos a pagar em curto prazo por 
conta de bens ou serviços fornecidos ou recebidos pela empresa e que 
tenham sido faturados pelo fornecedor. 
Esta conta tem natureza credora e será lançada a débito pelo pagamento dos 
valores ora contabilizados e será lançada a crédito obedecendo ao regime de 
competência, sempre que determinada dívida for assumida. 
a) Passivo Não Circulante 
A função deste grupo é registrar as obrigações da entidade cuja liquidação deverá 
ocorrer em prazo maior que seu ciclo operacional ou após e exercício social 
seguinte. Podemos compor o Passivo Não Circulante, da seguinte maneira: 
EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS: Tais contas registram as obrigações da 
empresa junto a instituições financeiras do País e do Exterior, cujos recursos são 
destinados para financiar imobilizações ou para capital de giro para ser aplicado na 
empresa. Este grupo por estar incluso nos valores não circulantes, terá como objeto 
controlar os valores a pagar em longo prazo. Os empréstimos distinguem-se dos 
financiamentos pelo fato de que estes representam um crédito vinculado à aquisição 
de determinado bem, podendo ter a intervenção de instituição financeira ou 
diretamente com o fornecedor do bem. 
Este grupo de contas tem natureza credora por tratar-se de uma obrigação a pagar. 
Esta conta será debitada sempre que ocorrer a amortização dos valores através das 
parcelas mensais e será creditada quando a empresa receber os recursos, o que 
muitas vezes coincide com a data do contrato. 
PROVISÕES: Estas contas registram os valores que significarão uma saída de 
recursos provável, em data futura. De acordo com as normas contábeis um valor só 
 
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pode ser provisionado quando a entidade tem como obrigação legal conseqüência 
de um evento passado, quando a saída de recursos liquida uma obrigação e quando 
pode-se estimar montantes confiáveis das obrigações. As provisões se distinguem 
dos passivos contingentes, por tratarem-se eventos futuros incertos e que não estão 
sob o controle total da empresa. 
O grupo de contas é representado com natureza credora, por serem referências a 
uma obrigação a pagar. A conta será debitada sempre que ocorrer o pagamento de 
determinado valor anteriormente reconhecido e será creditada pela elaboração da 
provisão ou reconhecimento da obrigação futura a pagar. 
OUTRAS OBRIGAÇÕES: Além dos valores e grupos já mencionados, o passivo não 
circulante poderá registrar a maioria das contas que compõem o passivo circulante, 
desde que a sua exigibilidade ocorra em longo prazo de acordo com os ditames 
legais e os princípios e normas contábeis estabelecidos pelo Conselho Federal de 
Contabilidade e pelos demais órgãos regulamentadores. 
7.3. Contas do Patrimônio Líquido 
No balanço patrimonial, o patrimônio líquido é representado pela diferença entre o 
valor dos ativos e o dos passivos. Assim, o grupo do patrimônio líquido é formado 
pelas contas que registram o valor contábil pertencente aos acionistas ou quotistas. 
A partir de 01.01.2008, por força da Lei 11.638/2007, para as sociedades por ações, 
a divisão do patrimônio líquido será realizada da seguinte maneira: 
CAPITAL SOCIAL: Esta conta representa os valores recebidos pela empresa, em 
forma de subscrição ou por ela gerados. A integralização do capital poderá ser feita 
por meio de moeda corrente ou bens e direitos. Assim, podemos afirmar que o 
capital social é a parcela do patrimônio líquido de uma empresa ou entidade oriunda 
de investimento na forma de ações, se for sociedade anônima, ou quotas, no caso 
de uma sociedade limitada e abrange não somente as parcelas entregues pelos 
acionistas, mas também os valores obtidos pela empresa e que, pordecisão dos 
acionistas ou proprietários, são incorporados no capital social. 
O capital Social é uma conta de natureza credora. Quando a integralização do 
capital social é feita em moeda corrente, debita-se uma conta específica do ativo 
circulante (Bancos c/Movimento, por exemplo) e credita-se a conta "Capital Social". 
No caso de integralização de capital mediante conferência de bens, debita-se uma 
conta específica do ativo imobilizado e credita-se a conta "capital social". 
RESERVAS DE CAPITAL: As reservas de capital são constituídas com valores 
recebidos pela empresa e que não transitam pelo resultado, por não se referirem à 
entrega de bens ou serviços pela empresa. De acordo com o parágrafo 1º do artigo 
182 da Lei nº 6.404/76, é classificado como reserva de capital as contas que 
registrarem: 
a) Reserva de Correção Monetária do Capital Realizado; 
b) Reserva de Ágio na Emissão de Ações; 
c) Reserva de Alienação de Partes Beneficiárias; 
 
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d) Reserva de Alienação de Bônus de Subscrição; 
e) Reserva de Prêmio na Emissão de Debêntures; (excluída desde 01.01.2008, 
por força da Lei 11.638/2007) 
f) Reserva de Doações e Subvenções para Investimento; (excluída desde 
01.01.2008, por força da Lei 11.638/2007) 
g) Reserva de Incentivo Fiscal. 
As contas do grupo “Reservas de Capital” terão sempre natureza credora e serão 
debitadas pelo uso ou destinação da reserva de acordo com o artigo 200 da Lei das 
S/A, que estipula as regras para utilização destas contas; e serão creditadas sempre 
que a reserva for constituída ou incrementada. 
AJUSTES DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL: Serão classificadas como ajustes de 
avaliação patrimonial, enquanto não computadas no resultado do exercício em 
obediência ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou 
diminuições de valor atribuído a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da 
sua avaliação a valor justo nos casos previstos na Lei 6.404/1976, ou em normas 
expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários. 
As contas deste grupo terão natureza credora por serem integrantes do passivo, 
mas podem apresentar saldos devedores, já que a conta será debitada sempre que 
o valor contábil registrado na escrituração estiver a maior que o valor justo. Então, o 
crédito será realizado neste grupamento de contas sempre que o valor contábil do 
bem for menor do que o seu valor justo. 
RESERVAS DE LUCROS: São as contas de reservas constituídas pela apropriação 
de lucros da companhia, conforme previsto no § 4º do art. 182 da Lei nº 6.404/76, 
para atender a várias finalidades, sendo sua constituição efetivada por disposição da 
lei ou por proposta dos órgãos da administração. De acordo com a Lei das S/A, 
classificam-se como reservas de lucros: 
a) Reserva Legal; 
b) Reserva Estatutária; 
c) Reserva para Contingências; 
d) Reserva de Lucros a Realizar; 
e) Reserva de Lucros para Expansão; 
f) Reserva de Incentivos Fiscais. 
As contas deste grupo têm sempre natureza credora e são debitadas pelo uso ou 
destinação da reserva e são escrituradas à crédito sempre que a reserva for 
constituída complementada ou incrementada. 
AÇÕES EM TESOURARIA: As ações ou quotas adquiridas pela companhia ou 
sociedade limitada serão registradas em conta específica redutora do Patrimônio 
Líquido, intitulada "ações ou quotas em tesouraria". À medida que as ações ou 
quotas forem alienadas, tal operação gerará resultados positivos ou negativos e não 
devem integrar o resultado da empresa. 
 
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A operação de compra das ações pela própria empresa caracteriza uma espécie de 
devolução do patrimônio líquido e por isto esta conta terá natureza devedora e, 
portanto será redutora dos saldos do seu grupo. A conta será debitada sempre que 
ocorrer a compra das quotas e será creditada pela venda dos valores disponíveis na 
tesouraria. Se da operação resultar lucro, deverá ser registrado a crédito de uma 
reserva de capital. 
PREJUÍZOS ACUMULADOS: Os lucros ou prejuízos representam resultados 
acumulados obtidos, que foram retidos sem finalidade específica (quando lucros) ou 
estão à espera de absorção futura (quando prejuízos). 
Com o advento da Lei 11.638/2007, para as sociedades por ações, e para os 
balanços do exercício social terminado a partir de 31 de dezembro de 2008, o saldo 
final desta conta não poderá mais ser credor. Respectivos saldos de lucros 
acumulados precisam ser totalmente destinados por proposta da administração da 
companhia no pressuposto de sua aprovação pela assembleia geral ordinária. 
Observe-se que a obrigação de essa conta não conter saldo positivo aplica-se 
unicamente às sociedades por ações. 
A conta Prejuízos Acumulados terá sempre a natureza devedora, já que trata de 
valores que reduzem o Patrimônio Líquido da entidade. Para as sociedades não 
obrigadas à destinação do resultado a conta poderá ser intitulada Lucros e Prejuízos 
acumulados e neste caso poderá também ter saldo credor, sempre que o resultado 
acumulado for positivo (lucro). O débito é realizado sempre que a empresa apurar 
prejuízo contábil e o crédito será feito em virtude dos lucros apontados. 
 
8. Contas de Resultado 
 
As contas de resultado são separadas em contas de receita e despesa. O que as irá 
distinguir das contas patrimoniais é que os valores que compõem o resultado terão 
sempre seu início com os exercícios econômicos e serão necessariamente 
encerradas ao término destes. 
Assim como as Contas Patrimoniais representam a situação estática, ou seja, o 
Patrimônio, as Contas de Resultado representam a situação dinâmica das variações 
patrimoniais, ou seja, as contas que alteram o Patrimônio Líquido. 
As contas de despesas e receitas possuem a função de registrar informações de 
gastos, dispêndios, ganhos e receitas que não representam nenhum elemento 
patrimonial, no entanto o seu resultado final deverá compor o patrimônio líquido da 
empresa. 
As contas de resultado são apresentas diretamente no relatório Demonstração de 
Resultados do Exercício, obrigatório pela legislação societária vigente e podem ser 
resumidamente representadas pela seguinte fórmula: 
 
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Receitas – Despesas = Lucro ou Prejuízo do Exercício 
Sempre que a receita superar o valor das despesas o resultado será positivo e será 
representado pelo lucro apurado no período, já quando as receitas apresentarem 
valor inferior ao das despesas o resultado apurado será intitulado prejuízo. 
8.1. Contas de Receita 
RECEITA OPERACIONAL BRUTA: Compreende a receita bruta das vendas de 
bens e serviços prestados em operações realizadas pela empresa. Na receita bruta 
não se incluem as vendas canceladas, os descontos incondicionais concedidos e os 
impostos não cumulativos cobrados destacadamente do comprador ou contratante 
dos quais o vendedor dos bens ou o prestador dos serviços seja mero depositário. 
O grupo tem natureza credora e, portanto será debitado sempre pela apuração do 
resultado do exercício e creditado na ocorrência das vendas de mercadorias, 
produtos ou na prestação de serviços, tendo como base os documentos fiscais 
emitidos pela empresa. 
DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA: Neste grupo de contas são registrados 
basicamente os valores que causam a redução da receita bruta, transformando-a na 
receita líquida de vendas. As principais contas analíticas são: 
Devoluções de Vendas: Nesta conta, de natureza devedora, são registradasas devoluções de vendas relativas à anulação de valores registrados como 
receita bruta de vendas e serviços. Assim sendo, as devoluções não devem 
ser deduzidas diretamente da conta de vendas, mas registradas nessa conta 
devedora. 
Estas contas tem o objetivo de reduzir o saldo das receitas obtidas e portanto 
tem natureza devedora, sendo debitadas na ocorrência das devoluções para a 
entrada da mercadoria em estoque e creditadas pela apuração do resultado 
do exercício. 
Abatimentos: Nessa conta serão registrados os descontos incondicionais 
concedidos aos clientes relativos às vendas e serviços. 
Os abatimentos também reduzem o valor das vendas brutas, tento então, 
saldo devedor. Serão sempre debitadas na ocorrência dos descontos que 
serão contabilizados juntamente da receita obtida e serão sempre creditados 
pela apuração do resultado. 
Impostos Sobre Vendas: A receita bruta deve ser registrada pelos valores 
totais, incluindo os impostos sobre ela incidentes (exceto IPI e ICMS 
substituição tributária), que são registrados em contas devedoras. Desta 
forma, os valores dos impostos incidentes sobre as vendas, tais como: ISS, 
ICMS, PIS, COFINS, serão diminuídos da receita bruta. 
 
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O saldo destas contas terá natureza devedora. O débito então, é realizado 
pela provisão dos impostos de acordo com a ocorrência das vendas da 
entidade e os créditos serão feitos também pela apuração do resultado do 
exercício. 
RECEITAS FINANCEIRAS: Nesse grupo são incluídos os juros, os descontos e a 
atualização monetária pré-fixada, além de outros tipos de receitas, bem como 
aquelas decorrentes de aplicações financeiras. Desta forma afirmamos que as 
Receitas Financeiras compreendem: 
a) Descontos obtidos, decorrentes de pagamentos antecipados de duplicatas de 
fornecedores ou outros títulos; 
b) Juros recebidos referentes aos juros cobrados pela empresa de seus clientes, 
por atraso de pagamento e outras operações similares; 
c) Receitas de aplicações financeiras que englobam as receitas decorrentes de 
aplicações financeiras, correspondentes à diferença entre o valor aplicado e o 
valor resgatado, do tipo Certificado de Depósito Bancário (CDB), etc.; 
d) Outras receitas de investimentos temporários. 
O grupo de receitas financeiras também possuem natureza credora, assim serão 
debitados pela apuração do resultado e creditados na ocorrência do fato gerador da 
receita a que se pretende escriturar. 
8.2. Contas de Despesa 
DESPESAS COMERCIAIS: As despesas de vendas representam os gastos de 
promoção, colocação e distribuição dos produtos da empresa, bem como os riscos 
assumidos pela venda, tais como: 
a) Despesas com folha de pagamento da área de vendas; 
b) Comissões sobre vendas; 
c) Propaganda e publicidade; 
d) Gastos com garantia de produtos; 
e) Utilidades e serviços como transporte, depreciação e manutenção de bens, 
energia elétrica, telefone e água consumidos pelo departamento comercial. 
As despesas de cunho comercial são classificadas em contas de natureza devedora. 
O débito é feito no momento de ocorrência da despesa e os créditos ocorrem pelo 
encerramento do exercício. 
DESPESAS ADMINISTRATIVAS: As despesas administrativas representam os 
gastos, pagos ou incorridos, para direção ou gestão da empresa, tais como: 
a) Despesas com o pessoal: salários, gratificações, férias, encargos, assistência 
médica, transporte; 
b) Utilidades e serviços: energia elétrica, água, telefone, fax, correio, seguros, 
etc.; 
c) Despesas gerais como material de escritório, material de limpeza, viagens, 
alimentação, jornais e revistas, despesas legais e judiciais, serviços 
 
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profissionais contratados, depreciação e manutenção de bens da área 
administrativa; 
d) Impostos e taxas como IPTU, IPVA, ITR, Contribuição Sindical. 
As despesas administrativas, a exemplo das comerciais, possuem natureza 
devedora e o seu funcionamento segue a mesma linha indicada anteriormente. 
DESPESAS FINANCEIRAS: Nesse grupo são incluídos os juros, os descontos e a 
atualização monetária pré-fixada, além de outros tipos de despesas. As atualizações 
monetárias ou variações cambiais de empréstimos são registradas separadamente 
no grupo variações monetárias. Assim, as Despesas Financeiras compreendem: 
a) Descontos concedidos aos clientes pelo pagamento antecipado ou pontual de 
duplicatas; 
b) Juros de empréstimos, financiamentos, descontos de títulos e outras 
operações; 
c) Comissões e despesas bancárias cobradas pelos bancos nas operações de 
desconto, de concessão de crédito, etc. 
d) Correção monetária prefixada de empréstimos. 
As despesas financeiras também possuem natureza devedora e funcionam como as 
demais contas de despesa, sendo reconhecidas a débito pela ocorrência ou 
aumento da despesa e creditadas sempre no momento do encerramento do 
exercício. 
8.3. Outras Contas de Resultado 
CUSTOS SOBRE VENDAS: Estas contas registram os custos de bens ou serviços 
vendidos. A apuração do custo das mercadorias vendidas está diretamente 
relacionada aos estoques da empresa, pois representa a baixa efetuada nas contas 
dos estoques por vendas realizadas no período. O custo da mercadoria 
compreenderá o valor e aquisição e demais valores agregados no produto, os 
transportes e seguros pagos, além dos tributos não recuperáveis, devidos na 
aquisição ou importação. 
Os custos reduzem o valor positivo obtido com as vendas da empresa e por isso 
terão sempre natureza devedora. A conta será debitada pela ocorrência real do 
custo e creditada pela transferência do saldo na apuração final do resultado das 
vendas. 
OUTRAS RECEITAS E DESPESAS: Em atendimento à normatização feita pela MP 
449/2008 e confirmada nos itens 136 e 137 do Ofício-Circular CVM 01/2009 não 
deverá mais ocorrer a segregação dos resultados em operacionais e não 
operacionais. Assim, no âmbito do processo de convergência com as normas 
internacionais, as entidades deverão apresentar as “outras receitas/despesas” no 
grupo operacional e não após a linha do “resultado operacional”. Este grupo abrange 
operações, tais como: 
 
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a) O resultado da equivalência patrimonial; 
b) Ganhos e perdas na alienação de investimentos permanentes; 
c) Ganhos e perdas na alienação de bens e direitos do ativo não circulante; 
d) Ganhos e perdas por desapropriação, baixa por perecimento, extinção, 
desgaste, obsolescência de bens do ativo não circulante. 
Estas contas podem ter natureza devedora, em caso de despesas ou credoras se 
forem receitas. O funcionamento é semelhante às demais receitas e despesas 
destacadas anteriormente, lembrando que tais contas também necessitam ser 
transferidas para a apuração final do resultado da entidade contábil. 
PROVISÕES DE IRPJ E CSLL: Nessas contas devem ser registrados os valores 
relativos à Contribuição Social Sobre o Lucro e do Imposto de Renda devido sobre o 
resultado. 
As provisões dos impostos possuem natureza devedora e portanto serão 
escrituradas a débito sempre que a provisão for constituída e serão lançadas a 
crédito pela reversão dos lançamentos e pela apuração final do resultado do 
exercício. 
 
9. Contas Retificadoras 
 
Também chamadas de redutoras, são contas que, embora apareça num 
determinado grupo patrimonial (Ativo ou Passivo) têm saldo contrário em relação às 
demais contas desse grupo. Desse modo, uma contaretificadora do Ativo terá 
natureza credora, bem como uma conta retificadora do Passivo terá natureza 
devedora. 
As contas retificadoras reduzem o saldo total do grupo em que aparecem. 
9.1. Retificações do Ativo 
No balanço patrimonial algumas contas que apresentam saldo credor devem ser 
agrupadas no ativo, uma vez que representam valores retificativos de elementos que 
integram os seus grupos. 
CONTAS RETIFICADORAS DO ATIVO 
· Títulos Descontados 
· Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa 
· Provisão para Ajuste de Estoque ao Valor de Mercado 
· Provisão para Perdas (registrará os valores estimados de perdas de 
investimentos temporários). 
· Provisão para Perdas Prováveis na Realização de Investimentos 
 
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· Depreciações Acumuladas 
· Exaustão Acumulada 
· Amortizações Acumuladas 
 
9.2. Retificações do Passivo 
· Os custos e despesas relativos a receitas antecipadas, registradas em conta do 
grupo Resultado de Exercícios Futuros (Lei 6404-76, art. 181). 
· Ações em tesouraria, que não devem ser registradas no Ativo, mas como 
dedução de conta no Patrimônio Líquido que registrar a origem dos recursos 
aplicados na sua aquisição. 
· A que representa o prejuízo acumulado, que será um valor deduzido dos 
elementos do Patrimônio Líquido. 
· A parcela do Capital a Realizar, que será deduzida do Capital Social. 
 
10. Contas de Compensação 
 
O sistema de compensação é um controle à parte do sistema patrimonial, ou seja, 
enquanto este último engloba as contas que compõem o patrimônio da empresa 
como um todo (ativo, passivo e patrimônio líquido), aquele abrange contas que 
servem exclusivamente para controle, sem fazer parte do patrimônio. 
Desta forma, as contas de compensação nada têm a ver com o sistema de contas 
patrimoniais, tratando-se de um conjunto de contas de uso optativo e destinado a 
finalidades internas da empresa, podendo servir, como fonte de dados para 
transmitir determinadas informações a terceiros. 
O uso das contas de compensação é recomendável, para as finalidades de controle 
interno, para registro de possíveis alterações patrimoniais futuras e como fonte de 
dados para a elaboração de notas explicativas. 
10.1. Previsão Legal 
A legislação societária anterior, ou seja, o Decreto-lei nº 2.627/40, que definia as 
regras de contabilidade até o advento da atual Lei das Sociedades por Ações, previa 
em seu artigo 135, a obrigatoriedade do uso e da publicação das contas de 
compensação. 
A atual Lei das S/A (Lei nº 6.404/76) não proíbe o uso das contas de compensação, 
no entanto, ao tratar das demonstrações e demais informações publicáveis para as 
S/A, não especifica essas contas. 
 
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O Conselho Federal de Contabilidade, por intermédio da Resolução CFC nº 612/85, 
aprovou a NBC T 2.5, que dispõe sobre as contas de compensação, nos seguintes 
termos: 
2.5.1 - As contas de compensação constituem sistema próprio. 
2.5.2 - Nas contas de compensação, registrar-se-ão os atos relevantes cujos efeitos 
possam se traduzir em modificações no patrimônio da entidade. 
2.5.3 - A escrituração das contas de compensação será obrigatória nos casos que se 
obrigue especificamente. 
Isso significa que toda empresa que quiser fazer uso das contas de compensação, 
pode fazê-lo, mas nunca misturando as contas patrimoniais com as contas desse 
grupo. 
10.2. Controle 
Quanto ao aspecto controle, esse sistema pode ser de fato útil à empresa, mas a 
sua ausência não significa que essa empresa não tenha controle, uma vez que o 
controle pode ser feito de várias formas, com sistemas próprios, planilhas, etc. 
O sistema de compensação tem como objetivo propiciar maior controle à empresa, 
permitir o registro de possíveis futuras alterações do patrimônio e, além disso, servir 
como fonte de dados para a elaboração das notas explicativas. 
Assim sendo, as contas de compensação podem ser utilizadas para registro, entre 
outras, das seguintes operações: 
· Contratos de arrendamento mercantil; 
· Contratos de aluguel; 
· Contratos de avais, hipotecas, alienações fiduciárias; 
· Bens dados como garantia; 
· Subcontratações; 
· Contratos de seguros; 
· Contratos de financiamentos/empréstimos não liberados; 
· Consignação de mercadorias; 
· Remessa de títulos para caução. 
As contas de compensação devem ser apresentadas com títulos bem elucidativos e 
com base em valores fixados em contratos ou documentação específica. Quando do 
término do contrato ou da operação que originou o registro contábil nas contas de 
compensação, as mesmas serão encerradas mediante lançamento inverso entre as 
contas que registram a operação. 
10.3. Exemplos de Escrituração 
 
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1) Arrendamento mercantil: 
Ao receber o equipamento, a empresa arrendatária nada registra em seu balanço 
patrimonial, podendo, para controle, apenas efetuar o registro nas contas de 
compensação: 
D - Bens Recebidos em Arrendamento (Conta de Compensação Ativa) 
C - Contratos de Arrendamento (Conta de Compensação Passiva) 
2) Hipotecas: 
A responsabilidade por hipoteca de imóveis pode ser registrada em conta de 
compensação da seguinte forma: 
D - Imóveis Hipotecados (Conta de Compensação Ativa) 
C - Hipotecas (Conta de Compensação Passiva) 
3) Contratos de alienação fiduciária: 
D - Contratos de Alienação Fiduciária (Conta de Compensação Ativa) 
C - Responsabilidade Por Financiamentos (Conta de Compensação Passiva) 
4) Contratos de consignação mercantil: 
4.1) No consignador - aquele que remete as mercadorias: 
D - Consignatários (Conta de Compensação Ativa) 
C - Mercadorias Consignadas (Conta de Compensação Passiva) 
4.2) No consignatário - aquele que recebe as mercadorias: 
D - Mercadorias em Consignação (Conta de Compensação Ativa) 
C - Consignadores (Conta de Compensação Passiva) 
5) Responsabilidade da empresa pelo endosso de títulos: 
D - Títulos Endossados (Conta de Compensação Ativa) 
C - Endossos Para Desconto (Conta de Compensação Passiva) 
6) Responsabilidade pignoratícia da empresa: 
D - Bens Penhorados (Conta de Compensação Ativa) 
C - Penhores (Conta de Compensação Passiva) 
7) Empréstimos com caução de títulos: 
 
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D - Títulos Caucionados (Conta de Compensação Ativa) 
C - Endossos para Caução (Conta de Compensação Passiva) 
8) Contratos de seguros: 
D - Seguros Contratados (Conta de Compensação Ativa) 
C - Contratos de Seguros (Conta de Compensação Passiva) 
9) Financiamentos/empréstimos não liberados: 
D - Empréstimos/Financiamentos a Utilizar (Conta de Compensação Ativa) 
C - Contratos de Empréstimos/Financiamentos (Conta de Compensação Passiva) 
10.4. Reversão das Contas de Compensação 
Para reverter o lançamento, quando o evento que deu causa ao mesmo não mais 
existir, basta inverter o lançamento original. 
Exemplo de contabilização no término de contrato de seguro: 
D - Contratos de Seguros (Conta de Compensação Passiva) 
C - Seguros Contratados (Conta de Compensação Ativa) 
 
11. Classificação Contábil 
 
A Contabilidade possui objeto próprio – o Patrimônio das Entidades – e consiste em 
conhecimentos obtidos por metodologia racional, com as condições de generalidade, 
certeza e busca das causas,em nível qualitativo semelhante às demais ciências 
sociais. 
O Patrimônio também é objeto de outras ciências sociais como por exemplo, da 
Economia, da Administração e do Direito que, entretanto, o estudam sob ângulos 
diferentes daquele da Contabilidade, que o analisa nos seus aspectos quantitativos e 
qualitativos. A Contabilidade busca, primeiramente, entender e registrar as 
mudanças sofridas pelo Patrimônio. As mutações tanto podem decorrer por ação do 
homem, quanto, embora menos comum, por efeitos da natureza. 
Assim, podemos caracterizar patrimônio como sendo o conjunto de bens, direitos e 
obrigações de uma pessoa física ou jurídica, que possam ser avaliados em moeda. 
Então, o patrimônio é composto por itens positivos e negativos e desta formulação 
surgem outros conceitos, como “Ativo” e “Passivo”; “Aplicações de Recursos” e 
“Origens de Recursos”, dentre outros. 
 
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Para a correta movimentação destes conceitos para o melhor registro das mutações, 
são realizados débitos e créditos nas contas contábeis que compõem o elenco de 
contas das entidades. Veja a seguir um gráfico resumido que tenta elucidar um 
pouco esta estrutura patrimonial. 
 
11.1. Bens, Direitos e Obrigações 
Resumidamente podemos afirmar que Bem é tudo que pode ser avaliado 
economicamente e que satisfaça as necessidades humanas. Mas os bens também 
possuem a sua classificação que contabilmente podem ser tratadas. 
a) Bens Corpóreos ou Tangíveis: são os bens materiais, ou seja, que têm 
existência física e podem ser tocados, como um veículo ou uma máquina, por 
exemplo. 
b) Bens Incorpóreos ou Intangíveis: são os bens que não tem existência física, mas 
embora não sejam palpáveis, também podem ser expressos em valor monetário. 
É o caso de softwares, marcas, patentes e o ponto comercial, por exemplo. 
Assim, os bens são em regra geral, reconhecidos e demonstrados pela contabilidade 
como integrantes do patrimônio de uma determinada entidade. 
A aquisição de bens móveis se dá pela entrega feita pelo vendedor ao adquirente, 
por isso, quando compramos uma determinada mercadoria somente temos a 
propriedade do bem, quando ele nos é entregue; mesmo que o pagamento tenha 
sido realizado à vista. 
Em sentido contábil os Direitos são representados pelos créditos que a empresa 
possui para com terceiros. São os valores a receber ou a recuperar de transações 
realizadas pela entidade contábil. Em regra tais direitos são representados por 
títulos, notas fiscais, duplicadas, contratos, faturas, cheques, aceites e/ou demais 
documentos. 
Toda operação contábil deve estar respaldada em documentação hábil para poder 
ser registrada, assim, é necessário que a empresa detentora do direito possua 
embasamento documental para comprovar tal operação. 
 
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É com base nos documentos que a contabilidade irá se amparar para classificar, 
reconhecer e demonstrar os fatos que alteraram o patrimônio das empresas. 
As Obrigações, por sua vez, são representadas por valores ou contas a pagar ou a 
compensar nas transações efetuadas com terceiros. 
Entre as dívidas mais comuns de uma empresa podem ser relacionadas as compras 
a prazo de mercadoria para revenda, as aquisições de bens ainda não pagos, os 
empréstimos bancários a pagar, o salário e as comissões dos funcionários, os 
impostos a recolher e os adiantamentos recebidos de clientes. 
11.2. Origens e Aplicações de Recursos 
A nomenclatura “origens e Aplicações de Recursos” teve bastante 
representatividade até 31.12.2007, quando a Demonstração das Origens e 
Aplicações de Recursos (DOAR) era obrigatória para as companhias abertas e para 
as companhias fechadas com patrimônio líquido, na data do balanço patrimonial, 
superior a R$ 1.000.000,00 (limite este atualizado pela Lei nº 9.457/97). 
Os financiamentos estão representados pelas origens de recursos, e os 
investimentos pelas aplicações de recursos, sendo que o significado de recursos 
aqui não é simplesmente o de dinheiro, ou de disponibilidades, pois abrange um 
conceito mais amplo; representa capital de giro líquido que, na denominação dada 
pela lei, é Capital Circulante Líquido. 
As Origens de Recursos são representadas basicamente pelas obrigações da 
entidade, sendo estes os recursos de terceiros; e também pelo patrimônio líquido 
que são os recursos próprios, e as mais comuns são: 
a) Das próprias operações, quando as receitas do exercício são maiores que as 
despesas, ou seja, resultam do lucro líquido apurado exclusivamente das 
operações regulares da empresa. 
Assim, se houver lucro, teremos uma origem de recursos, se houver prejuízo, 
teremos uma aplicação de recursos; 
b) Dos acionistas, pelos aumentos de capital integralizados pelos mesmos no 
exercício, já que tais recursos aumentaram as disponibilidades da empresa e, 
consequentemente, seu capital circulante líquido; 
c) De terceiros, por empréstimos obtidos pela empresa, bem como dos recursos 
oriundos da venda a terceiros de bens do Ativo Permanente, ou de outros 
valores a pagar ou a repassar para terceiros. 
As Aplicações de Recursos são representadas basicamente pelos bens e direitos 
da empresa, pois é neles que o dinheiro obtido é investido. As aplicações de 
recursos mais comuns são as seguintes: 
a) Aquisição de bens para o ativo imobilizado e investimentos permanentes; 
 
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b) Os empréstimos realizados para outras entidades que a empresa tenha a 
receber; 
c) Os impostos a compensar e valores a receber de clientes em virtude das vendas 
realizadas a prazo; 
d) Os valores que integram o caixa, os saldos bancários, as aplicações financeiras 
e os estoques da empresa. 
11.3. Quadro Resumo 
Conta Contábil 
Bem, Direito, 
Obrigação 
ou Patr. 
Líquido 
Ativo ou 
Passivo 
Origem ou 
Aplicação 
Ações em Tesouraria Patr. Líquido Passivo Origem 
Ajustes de Avaliação 
Patrimonial 
Patr. Líquido Passivo Origem 
Aplicações Financeiras Bem Ativo Aplicação 
Bancos - Conta Movimento Bem Ativo Aplicação 
Caixa Bem Ativo Aplicação 
Capital Social Patr. Líquido Passivo Origem 
Dividendos a Pagar Obrigação Passivo Origem 
Duplicatas a Pagar Obrigação Passivo Origem 
Duplicatas a Receber Direito Ativo Aplicação 
Empréstimos a Pagar Obrigação Passivo Origem 
Estoques de Mercadorias Bem Ativo Aplicação 
Fundo de Comércio Adquirido Bem Ativo Aplicação 
Imóveis Bem Ativo Aplicação 
Impostos a Recolher Obrigação Passivo Origem 
Investimentos Permanentes Direito Ativo Aplicação 
Máquinas e Equipamentos Bem Ativo Aplicação 
Marcas e Patentes Bem Ativo Aplicação 
Reserva de Capital Patr. Líquido Passivo Origem 
Resultados Acumulados Patr. Líquido Passivo Origem 
Salários a Pagar Obrigação Passivo Origem 
Terrenos Bem Ativo Aplicação 
Veículos Bem Ativo Aplicação 
 
 
12. Saldo de uma Conta 
 
O saldo de uma conta será formado de acordo com o grupo onde a conta está 
classificada, podendo apresentar valores devedores ou credores. 
 
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Assim, é correto afirmar que o saldo de uma conta é representado pela diferença 
entre o valor dos débitos e dos créditos; portanto os saldos podem ser: devedores, 
credores ou nulos. 
· Devedor - quando o valor do débito for superior ao do crédito (D > C); 
· Credor

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