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TRABALHO Tributário I

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TRABALHO – VALOR: 2,0 PONTOS
ENTREGA: 22 DE NOVEMBRO DE 2017
REGRAS:
- Trabalho escrito: Individual ou em dupla.
- Fundamentação: Dispositivos legais, jurisprudenciais e doutrinários (mínimo de 3 doutrinas).
- Letra: Times new roman, tamanho 12.
- Texto justificado. Espaçamento entre linhas de 1,5.
- Margens: Superior e inferior: 2,5 cm. Esquerda e direita: 3 cm.
Caso Hipotético:
O município XYZ, pensando no bem-estar de sua população, pretende restaurar as vias e logradouros públicos e melhorar a acessibilidade dessas vias, para tanto, entende necessário instituir taxa de conservação de vias e logradouros públicos, tendo como base de cálculo o valor venal do imóvel situado em cada via.
Tendo em vista o notável e especializado saber jurídico do seu escritório de advocacia sobre o tema, o município XYZ realiza uma consulta com o intuito de obter um parecer técnico-jurídico que esclareça a (in)constitucionalidade e/ou (i)legalidade da supracitada taxa.
O parecer jurídico deve abordar os seguintes quesitos:
Conceito de Tributo e os critérios da Regra Matriz de Incidência Tributária.
Conceito de Taxa e diferença entre taxa de serviço e de polícia.
Características essenciais da Taxa de Serviço.
A (in)constitucionalidade e/ou (i)legalidade da referida taxa, justificando com base em dispositivos constitucionais e legais, na jurisprudência e na doutrina, abordando e explicando também os princípios tributários relacionados ao tema.
PARECER
O art. 3º do Código Tributário Nacional (CTN), conceitua tributo como sendo “(...) toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.”
Vale ressaltar, que foi a Constituição Federal em seu art. 146, inciso III, que possibilitou estabelecimento de normas gerais de legislação tributária, por lei complementar, especialmente no que determina a alínea “a” do respectivo artigo, senão vejamos: 
Art. 146. Cabe à lei complementar:
III – estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes (...)”
Desta forma, foi criado no direito tributário, através da perspectiva doutrinária, a Regra Matriz de Incidência Tributária objetivando analisar o tributo de acordo com as suas características básicas, sendo que estas devem estar presentes no texto normativo que cria os tributos. Portanto, através desta análise é possível prever a legalidade ou não do tributo. 
A doutrinadora Maria Rita Ferragut trás uma definição em sua obra, “Responsabilidade tributária e o Código Civil de 2002”, sobre regra matriz de incidência tributária, qual seja:
“Regra-matriz de incidência tributária é norma jurídica, definida por nós como sendo a significação organizada numa estrutura lógica hipotético-condicional (juízo implicacional), construída pelo intérprete a partir do direito positivo, seu suporte físico. Tem por função regular condutas intersubjetivas.
Difere das demais normas existentes no direito positivo apenas em virtude de seu conteúdo, que descreve um fato típico tributário e prescreve a relação obrigacional que se estabelece entre os sujeitos ativo e passivo, tendo por objeto o pagamento de uma prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nessa se possa exprimir, não decorrente de ato ilícito (tributo).” (FERRAGUT, 2009, p.25) 
Os critérios para a análise da Regra Matriz de Incidência Tributária são os de hipóteses, que se subdividem em material, espacial e temporal e os de conseqüência, que se subdividem em pessoal (sujeito ativo e passivo) e quantitativo (base de cálculo e alíquota), de acordo com a classificação sugerida por Carvalho. (2002, p. 236). 
A hipótese ou antecedente, nas lições do professor Carvalho (2002, p. 248) tem linguagem descritiva, coletando os elementos de fato da realidade social que almeja disciplinar e os qualificando normativamente como fatos jurídicos, condicionando-os ao espaço e ao tempo. Assim, neste são abordados os critérios material, temporal e espacial, respondendo as questões de como, onde e quando pode se considerar ocorrido o fato imponível.
São seus critérios:
a) critério material: é a própria essencialidade do fato descrito na hipótese de incidência. É o verbo e seu complemento que delimita qual ação (vender mercadoria, auferir renda etc.) ou estado (ser proprietário etc.) será exigida para que haja a incidência tributária; 
b) critério temporal: indica o exato momento em que o fato imponível ocorre. Opostamente, a vigência da lei no tempo tem referência com a unidade de tempo em que é possível a propagação dos efeitos da norma; 
c) critério espacial: é o espaço físico em que a relação jurídica pode passar a existir. Diversamente, a vigência territorial reflete a repartição de competência tributária, e, logo, ao âmbito de validade da norma jurídica. 
Nesta seqüência, o conseqüente da regra-matriz de incidência tributária tem linguagem prescritiva, comandando os direitos e obrigações advindas com a subsunção do fato à norma. É a análise abreviada de cada um de seus critérios:
a) critério pessoal: relaciona o sujeito passivo e o ativo da obrigação tributária, considerando o primeiro como o realizador do fato imponível, ou que tenha alguma ligação, e o segundo sendo aquele apto juridicamente a figurar como pretensor do crédito tributário;
 
b) critério quantitativo: manifestação do artigo 3º do CTN, asseverando que a norma jurídica tributária deve, além de prever o verbo e o complemento (ou seja, a materialidade da hipótese), o momento que surge a obrigação, o local, e os sujeitos, expressarem os parâmetros necessários para a aferição do valor que refletirá o conteúdo da prestação pecuniária, quais sejam, a base de cálculo e a alíquota. A base de calculo é a grandeza utilizada para mensurar a materialidade. Já, a alíquota, é um fator complementar aplicável sobre àquela para determinar precisamente o valor da prestação pecuniária, pode ser fracionada, percentual, ou não, desde que representada monetariamente. 
As taxas são uma espécie de tributo cujo fato gerador é configurado por uma atuação estatal específica, no que se refere ao contribuinte, que pode consistir: no exercício regular do poder de polícia; ou na prestação ao contribuinte, ou colocação à disposição deste, de serviço público específico e divisível (art. 145, II, da CF e art. 77, do CTN). A principal característica da taxa é a presença de uma atividade estatal, divisível, destinada a um indivíduo ou para um grupo de indivíduos determináveis. Segundo o Prof. Luciano da Silva Amaro (1999, p. 30), taxa seria:
Tributo cujo fato gerador é configurado por uma atuação estatal específica, referível ao contribuinte, que pode consistir:
a) No exercício do poder regular de polícia;
b) Na prestação ao contribuinte, ou colocação à disposição deste, de serviço público específico e divisível. (art. 145, II, da CF e art. 77, do CTN).
Buscando explicitar o que é “taxa de serviço”, inicialmente é valioso apresentar o conceito de serviço público, nas palavras do grande mestre MELLO (2004, p.620):
“Serviço público é toda atividade de oferecimento de utilidade ou comodidade material destinada à satisfação da coletividade em geral, mas fruível singularmente pelos administrados, que o Estado assume como pertinente a seus deveres e presta por si mesmo ou por quem lhe faça as vezes, sob um regime de Direito Público – portanto consagrador de prerrogativas de supremacia e de restrições especiais – instituídos em favor dos interesses definidos como públicos no sistema normativo.”
Já para definir o que vem a ser taxa de polícia utilizar-se-á do conceito trazido pelo próprio CTN, sendo este:   
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração públicaque, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
Dado o referido conceito, percebe-se imediatamente uma diferença substancial entre as taxas de serviço e as de polícia, pois enquanto aquelas se prestam, em regra, a integrar o valor que custeia um serviço específico prestado (ou potencialmente posto à disposição), nas taxas do poder de polícia o mesmo não ocorre, uma vez que não há uma prestação positiva. Há, de fato, uma prestação negativa. Ou seja, a restrição de liberdade e propriedade visando, em âmbito mais amplo, a consecução do interesse público.
Assim, às taxas de serviços são aquelas em que os serviços que caracterizam seu fato gerador são divisíveis, ou seja, aqueles serviços nos quais o destinatário é identificável e pode ser individualizado. Por serviço público específico trata-se daquele que possui estrutura delimitada, ou seja, estrutura própria apta a realizar de maneira própria suas execuções. Trata-se precisamente do conceito de uma unidade autônoma. Além disso, o serviço público deverá ser utilizado ou usufruído pelo contribuinte, ainda que potencialmente. 
O art. 79 do Código Tributário Nacional (CTN) detalha o conceito de serviços públicos aplicados as taxas.
Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se:
I - utilizados pelo contribuinte:
a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título;
b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento;
II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de utilidade, ou de necessidades públicas;
III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários.
Assim sendo, para que uma taxa se caracterize como sendo de serviço devem estar presentes os requisitos do artigo acima mencionado. 
Deste modo, o município XYZ ao instituir taxa de conservação de vias e logradouros públicos, age de forma inconstitucional e/ou ilegal, pois estes serviços públicos são inespecíficos ou indivisíveis e, por isso, não cabe ser cobrados apenas para determinados contribuintes. Ademais, ao calcular os serviços com base no valor venal do imóvel – IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) – objetiva remunerar o serviço que cabe ao Estado realizar e não ao Município, além da sua base de calculo não corresponder ao custo prestado, ainda que em potencial, ao contribuinte, destacando assim a ausência de divisibilidade de tal serviço público. 
É imprescindível destacar que não há identidade de base de cálculo das taxas com a do IPTU, pois neste imposto, a base de cálculo é o valor venal do imóvel; nas taxas, é o custo da atividade do Poder Público, não se confundindo, portanto. Este assunto está fundamentado com base no art. 145, §2°, da Constituição Federal, no qual diz que “as taxas não poderão ter por base de cálculo própria de impostos”, assim ao calcular serviços com base no valor do imóvel, estes não poderiam de nenhuma forma ser cobrados como taxa, pois contrariam a norma constitucional acima mencionada
A ementa do julgador do Supremo Tribunal Federal sobre a matéria é a seguinte: 
MUNICÍPIO DE SÃO PAULO. TRIBUTÁRIO. LEI Nº 10.921/90, QUE DEU NOVA REDAÇÃO AOS ARTS. 7º, 87 E INCS. I E II, E 94 DA LEI Nº 6.989/66, DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO. IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE PREDIAL E TERRITORIAL URBANA. TAXAS DE LIMPEZA PÚBLICA E DE CONSERVAÇÃO DE VIAS E LOGRADOUROS PÚBLICOS. Inconstitucionalidade dos dispositivos sob enfoque. O primeiro, por instituir alíquotas progressivas alusivas ao IPTU, em razão do valor do imóvel, com ofensa ao art. 182, § 4º, II, da Constituição Federal, que limita a faculdade contida no art. 156, § 1º, à observância do disposto em lei federal e à utilização do fator tempo para a graduação do tributo. Os demais, por haverem violado a norma do art. 145, § 2º, ao tomarem para base de cálculo das taxas de limpeza e conservação de ruas elemento que o STF tem por fato componente da base de cálculo do IPTU, qual seja, a área de imóvel e a extensão deste no seu limite com o logradouro público. Taxas que, de qualquer modo, no entendimento deste Relator, tem por fato gerador prestação de serviço inespecífico, não mensurável, indivisível e insuscetível de ser referido a determinado contribuinte, não tendo de ser custeado senão por meio do produto da arrecadação dos impostos gerais. Não-conhecimento do recurso da Municipalidade. Conhecimento e provimento do recurso da contribuinte". (grifos nossos) (RE 204.827, RELATOR O MINISTRO ILMAR GALVÃO, DJ 25.4.1997).
Referências Bibliográficas 
AMARO, Luciano da Silva. Direito Tributário Brasileiro. 3ª. ed. São Paulo: Saraiva, 1999.
_______, Luciano da Silva. Direito Tributário Brasileiro. 9ª. ed. São Paulo: Saraiva, 2003.
ATALIBA, Geraldo. Hipótese de Incidência Tributária. 3ª. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1984.
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 14ª. ed. São Paulo: Saraiva, 2002.
FERRAGUT, Maria Rita. Responsabilidade tributária e o Código Civil de 2002. 2ª. ed. São Paulo: Noeses, 2009, p. 25.
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 17. ed. rev. e atual. São Paulo: Malheiros, 2004.

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