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Material de Direito Administrativo para Concursos

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INTRODUÇÃO 
"Nada no mundo se compara à persistência. Nem o talento, afinal não há nada mais comum do que homens 
malsucedidos talentosos. Nem a genialidade, afinal existem gênios não recompensados. Nem educação, afinal o 
mundo está repleto de negligenciados cultos. Só a persistência e a determinação são onipotentes" - Calvin Coolidge 
 
Olá pessoal, aqui quem fala é a Professora Gabriela Xavier 
 
Eu sei que esse momento de preparação e de estudo exige, PRINCIPALMENTE, muita persistência 
e determinação, tendo em vista que o aprendizado e a memorização da disciplina é, muitas vezes, um 
exercício de repetição. Por essa razão, elaborei o 1º material de Direito Administrativo que é totalmente 
voltado para questões, dados estatísticos e que aponta os principais pontos da matéria. Essa apostila reúne 
todos os principais pontos da disciplina Direito Administrativo e foi elaborada com base em 3.000 questões 
cobradas nos últimos 3 anos pelas principais bancas de concursos públicos. Portanto, o que é REALMENTE 
cobrado por essas bancas vai estar em destaque. 
A metodologia utilizada na elaboração desse material foi idealizada e desenvolvida por mim, e ela 
irá mudar a sua forma de estudo e a maneira como você enxerga essa matéria. Esse trabalho é uma versão 
resumida do Manual de Direito Administrativo que será publicado no ano de 2017, pela Editora Saraiva e, 
haja vista o tamanho reduzido da apostila (em torno de 200 páginas), infelizmente, alguns pontos relevantes 
da matéria ficaram de fora. Todos aqueles que estiverem interessados em adquirir a versão estendida desse 
material devem entrar em contato com a nossa equipe pelo whatsapp (31) 98821-8889. 
 
Esse material, marca e logotipos são de propriedade de seus titulares. Todo o conteúdo 
está registrado sob direitos autorais submetido às leis brasileiras. 
 
Você deve ler essa apostila da seguinte forma: 
 todas as partes destacadas em negrito vocês DEVEM ter muita atenção-> pontos essenciais da 
matéria; 
 em cada capítulo, você poderá terá acesso a dados matemáticos a respeito dos pontos mais 
cobrados; 
 todos os comentários inseridos fazem referência a questões cobradas nos últimos anos; 
 ao final de cada capítulo, foi inserido um quadro resumo - leia antes da data da prova; 
 o símbolo indica que aquele ponto da matéria é recorrentemente cobrado pelas bancas de 
concurso, ou seja, trata-se de questão REPETIDA. Portanto, atenção para não perder esse ponto 
fácil. 
 os macetes estão destacados no texto, NÃO MENOSPREZEM a importância dessas brincadeiras. 
Facilitam, e MUITO, a memorização. 
 
Resolvam muitas, muitas, MAS MUITAS questões! 
 
Bons estudos e contem comigo 
Professora Gabriela Xavier 
 
Para entrar na lista de espera, acesse: www.gabrielaxavier.com.br 
whatsapp (31)98821-8889 
instagram: @profgabrielaxavier 
facebook: Professora Gabriela Xavier 
 
 
 
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SUMÁRIO 
 
NOÇÕES GERAIS DE DIREITO ADMINISTRATIVO ................................................... 6 
PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA .......................................................... 14 
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA...........................................................................29 
TERCEIRO SETOR .......................................................................................................... 47 
PODERES ADMINISTRATIVOS....................................................................................54 
ATOS ADMINISTRATIVOS ........................................................................................... 63 
LICITAÇÕES PÚBLICAS................................................................................................79 
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS............................................................................102 
AGENTE PÚBLICO ....................................................................................................... 122 
RESPONSABILIDADE CIVIL ...................................................................................... 153 
SERVIÇOS PÚBLICOS ................................................................................................. 164 
CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO .......................................................................... 175 
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA..........................................................................188 
PROCESSO ADMINISTRATIVO FEDERAL...............................................................197 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
 
NOÇÕES GERAIS DE DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
PONTOS MAIS COBRADOS – O gráfico abaixo demonstra, entre os tópicos dessa matéria, quais são os 
pontos mais cobrados do primeiro capítulo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Portanto, o conceito de Administração Pública (critério subjetivo/formal), seguido dos poderes 
estruturais do Estado (funções típicas e atípicas) e sistema de controle da administração (sistema inglês) 
são os pontos mais cobrados nessa parte inicial da matéria. Estejam atentos! 
NOÇÕES GERAIS DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Conceito de Estado
Poderes estruturais (Legislativo, Executivo e Judiciário)
Direito Administrativo - correntes
Sistema Francês e Inglês - Controle da Administração
Fontes do Direito Administrativo
Conceito de Administração Pública
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Direito administrativo 
Pessoal, o Direito Administrativo é o ramo do direito público que tem como objeto regulamentar 
as relações internas à administração pública (entre os órgãos e entidades administrativas), as relações 
entre a administração e os administrados e as atividades da administração (prestação de serviços públicos, 
atividades de fomento, intervenção, etc.). Tradicionalmente, o Direito é dividido em dois grandes ramos: 
direito público e o direito privado. O direito privado, como o próprio nome já diz, tem como objeto a 
regulação de uma relação jurídica firmada entre dois particulares. Desse modo, o direito privado tem como 
alicerce o pressuposto de igualdade existente entre as partes que travam determinada relação jurídica. São 
integrantes desse ramo o direito comercial e o direito civil. 
O direito público, por sua vez, tem como objeto a 
regulação dos interesses da coletividade, no sentido de 
disciplinar as relações jurídicas travadas pelo Estado, primando 
pela defesa do interesse público. No que se refere a esse ramo 
do direito, cumpre destacar a presença da desigualdade entre 
as partes nas relações jurídicas, uma vez que no intuito de 
assegurar o bem comum da sociedade, visando garantir a 
supremacia do interesse público, tem-se que os interesses da 
coletividade devem prevalecer sobre os interesses privados. 
Portanto, ao ente estatal, que tem como função a busca pelo 
bem comum, são conferidas PRERROGATIVAS E PODERES 
excepcionais que conferem a este ente uma posição jurídica de 
superioridade frente ao particular. Integram esse ramo o 
direito constitucional, o direito administrativo, o direito 
tributário, o direito penal, etc. 
Destaca-se que na maioria das situações verifica-se que os 
regimes se complementam, portanto, as relações travadas 
entre particulares serão regidas preponderantemente pelo 
direito privado, entretanto, serão aplicadas subsidiariamente normas de direito público. Assim, como as 
relações travadas pelo Estado que, em inúmeras situações, sujeitam-se à aplicação subsidiária do direito 
privado. 
Administração Pública e o Estado 
A palavra Estado vem do latim status que significa posição e ordem. Os termos “posição” e 
“ordem” transmitem a ideia de manifestação de poder, ou seja, podemos conceituar o Estado como uma 
entidade públicaque possui poder soberano para governar o povo dentro de uma área territorial 
delimitada. 
O Estado possui três elementos constitutivos, sendo que a falta de qualquer elemento 
descaracteriza a formação desse ente. Assim sendo, para o reconhecimento do Estado se faz necessária a 
presença dos elementos: povo, território e governo soberano. Um Estado soberano é sintetizado pela 
máxima "Um governo, um povo, um território". 
Atualmente, encontra-se superada a tese de que o Estado pode ostentar dupla personalidade 
jurídica (de direito público e de direito privado) conforme o âmbito de sua atuação. Portanto, ainda que o 
Estado atue no âmbito privado, o ente público sempre terá personalidade jurídica de direito público. 
 
O Estado possui poderes/prerrogativas (todo 
grande e poderoso na foto) de direito público 
que o particular não possui - Princípio da 
Supremacia do Interesse Público frente ao 
privado - entretanto, encontra-se sujeito as 
limitações do ordenamento jurídico (suas 
mãos encontram-se acorrentadas à legislação) 
- Princípio da Indisponibilidade do Interesse 
Público = Regime Jurídico Administrativo 
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Funções do Estado 
Segundo o filósofo Montesquieu, o exercício do poder 
estatal de forma centralizada sempre leva ao seu abuso, sendo 
necessária uma composição na qual o poder possa controlar o 
próprio poder. Nesse sentido, o filósofo apresenta o Princípio da 
Separação dos Poderes, que estabelece ser o poder UNO E 
INDIVISÍVEL, entretanto, o exercício desse poder deve ser dividido 
entre três poderes estruturais, quais sejam: Executivo, Legislativo e 
Judiciário. Nesse modelo, cada um dos poderes terá um conjunto de 
atribuições próprias e típicas a serem obrigatoriamente 
desenvolvidas, sendo que nenhum deles poderá sobrepor-se aos 
outros, ou seja, os poderes atuam de forma harmônica entre si de 
modo a tornar inviável qualquer abuso de poder. 
Destaca-se que essa é uma mera divisão estrutural e 
funcional com vistas a garantir a especialização interna de 
competências, no intuito de coibir a concentração e o abuso de 
poder. Desse modo, compete ao Poder Legislativo promover a 
edição de leis e inovar no ordenamento jurídico, ao Poder Executivo 
realizar a administração da máquina pública no sentido de alcançar 
o interesse público em fiel observância à lei e ao Poder Judiciário 
solucionar as controvérsias apresentadas em sociedade. 
Entretanto, cumpre destacar que a separação dos poderes não é absoluta, cada um desses 
poderes desempenha funções típicas e atípicas, ou seja, cada poder poderá exercer atipicamente uma 
função que é típica do outro poder, conforme previsto na Constituição Federal (modelo flexível). A título 
exemplificativo, podemos citar o fato de que o Poder Legislativo tem como função atípica conduzir uma 
investigação por meio de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), desempenhando, nesse caso, função 
que é correlata à função típica desempenhada pelo Poder Judiciário. O Poder Judiciário, por sua vez, tem 
como função atípica realizar a gestão de seus órgãos, função esta que se refere à uma atividade que é típica 
do Poder Executivo. 
O exercício de funções atípicas possui caráter excepcional e só é 
possível porque a tripartição de poderes no Estado não é absoluta. 
Portanto, a separação de funções entre os três poderes é realizada a partir 
do CRITÉRIO DE PREPONDERÂNCIA e não de exclusividade, isto é, os 
poderes desempenham preponderantemente suas respectivas funções 
típicas e, em determinadas situações admitidas na Constituição Federal, realizam atividades atípicas. Dessa 
maneira, segue abaixo a descrição das funções típicas e atípicas de cada um dos poderes estruturais: 
 Função Típica Função Atípica (Judiciário) 
Função Atípica 
(Legislativo) 
Função Atípica 
(Executivo) 
Poder Legislativo 
Promover a 
inovação no 
ordenamento 
jurídico. 
Processar e julgar o 
Presidente da República nos 
crimes de responsabilidade. 
 
Promover a organização 
dos serviços internos e 
de seus agentes públicos. 
Poder Executivo 
Implementar 
políticas públicas 
mediante o 
cumprimento das 
leis. 
Realizar o julgamento das 
controvérsias apresentadas 
no processo administrativo 
(não gera coisa julgada). 
Edição de 
Medida 
Provisória. 
 
Poder Judiciário 
Solucionar 
controvérsias e 
conflitos de 
interesses (com 
caráter de 
definitividade). 
 
Elaboração dos 
Regimentos 
internos dos 
Tribunais. 
Promover a organização 
dos serviços internos, 
instauração de concurso 
público para nomear os 
próprios servidores 
públicos, etc. 
ATENÇÃO 
 
No que se refere aos poderes estruturais 
os pontos mais cobrados são: 
 
O poder estatal é uno e indivisível, 
contudo, os o exercício desse poder é 
dividido entre três poderes 
ESTRUTURAIS. 
 
Cada poder possui funções típicas e 
atípicas (correlatas as dos outros poderes), 
que estarão previstas no texto 
constitucional. A divisão dos poderes 
segue o critério da PREPONDERÂNCIA 
e não da exclusividade. 
 
 
 
ATENÇÃO 
 
Esse é o ponto mais cobrado 
desse tópico. 
9 
 
 
Cumpre destacar que para alguns autores, como Celso Antônio Bandeira de Mello, além das 
funções típicas e atípicas de cada um dos poderes existe, ainda, a FUNÇÃO POLÍTICA OU FUNÇÃO DE 
GOVERNO. Segundo esse ilustre doutrinador, essa função refere-se aos atos políticos de gestão superior 
da atividade estatal, como a sanção e o veto de lei, a declaração de guerra ou a decretação de Estado de 
calamidade pública. 
Forma de Estado 
A forma de Estado refere-se à organização política do Estado que poderá dar-se como Estado 
unitário ou Estado federado. O Estado unitário é aquele em que há um poder central único, exclusivo, para 
todo o território nacional e sobre toda a população. O Estado federado, por sua vez, é aquele Estado que é 
formado por várias entidades políticas autônomas, distribuídas pelo território. Neste, são diversos os 
centros de poder político (União, estados, Distrito Federal e municípios) autônomos, ou seja, não há 
hierarquia entre eles e sim uma relação de coordenação. Assim, coexistem, no Brasil, uma administração 
pública federal, estadual, distrital e municipal. 
Sistema de Governo 
 O sistema de governo refere-se à relação existente entre os 
poderes estruturais, podendo ser: sistema presidencialista e o 
sistema parlamentarista. No sistema presidencialista, o presidente 
exerce o comando do Poder Executivo, cumpre um mandato fixo e 
cumula as funções de Chefe de Estado e Chefe de Governo. O 
parlamentarismo, por sua vez, é o sistema de governo em que há uma 
relação de cooperação entre o Poder Legislativo e o Poder Executivo. 
Nesse sistema, a chefia de Estado é desempenhada pelo Presidente 
ou pelo monarca e a Chefia do Governo, por sua vez, é 
desempenhada pelo Primeiro-Ministro ou pelo Conselho de 
Ministros. 
As funções de chefe de Estado e chefe de Governo podem, a 
grosso modo, ser conceituadas em conformidade com o âmbito de 
atuação do líder: o chefe de Estado representa o país nas relações externas junto a outros países e o chefe 
de Governo, por sua vez, atua no âmbito da política interna do país. 
Forma de Governo 
A forma de Governo refere-se à relação entre governante e governados. Portanto, no caso em que 
o governante seja eleito mediante voto popular, por um certo período de tempo (não vitaliciedade), temos 
a forma de governo republicana. Na forma de governo republicana, o governante eleito tem a 
responsabilidade de prestar contas dos seus atos e medidas. 
Contudo, no caso em que a forma de governo for marcada pela hereditariedade, vitaliciedade e 
ausência de eleições, temos a monarquia. Na forma de governo monárquica, o governante não responde 
pelos seus atos e medidas. 
MACETESIstema de GOverno: SI + GO: SIGO O 
PRESIDENTE ---- PRESIDENCIALISMO 
FOrma de GOverno: FO + GO: FOGO na 
República ---- Forma Republicana 
REgime de GOverno: RE + GO: REGO 
DEMOCRÁTICO (essa não faz nenhum 
sentido, porém é engraçada. Vocês 
irão lembrar! 
Forma de Estado: F + E: FEDERALISMO 
 
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Direito Administrativo 
Conforme estudado, o Direito Administrativo é um ramo do 
direito público que tem como objeto as relações internas à administração 
pública (órgãos e entidades administrativas), as relações entre a 
administração e os administrados e as atividades da administração 
(prestação de serviços públicos, atividades de fomento, intervenção, etc.). 
Destaca-se que as atividades que são objetos do Direito 
Administrativo não serão desempenhadas somente pelo Poder Executivo, os outros poderes também 
desempenham atipicamente essas funções. 
Existem seis correntes que se propõem a conceituar e definir Direito Administrativo e devem ser 
estudadas na sua preparação, são elas: 
 Corrente Legalista (Escola Exegética): para os legalistas, o Direito Administrativo se resume no 
conjunto de leis administrativas. Essa corrente não prosperou ao longo dos anos em virtude de seu 
viés reducionista, uma vez que desconsidera o papel de outras fontes normativas importantes 
como a doutrina, jurisprudência, princípios e etc. 
 Corrente do Poder Executivo: essa corrente define o Direito Administrativo como um complexo 
de leis disciplinadoras da atuação do Poder Executivo. Essa corrente também não logrou êxito, 
uma vez que condensa a noção de Administração Pública em um único poder. Ora, conforme já 
estudado, outros poderes (Judiciário e Legislativo) também podem exercer a função administrativa 
de forma atípica. 
 Corrente das relações jurídicas: essa corrente conceitua o Direito Administrativo como o ramo do 
Direito que regula as relações jurídicas travadas entre o poder público e o particular. Contudo, 
esse é um conceito incompleto, tendo em vista que outros ramos jurídicos (como Direito Penal e 
o Direito Tributário) também regulamentam com essa relação Estado X Particular. 
 Corrente do serviço público: segundo essa corrente, o Direito Administrativo seria o ramo que 
disciplina a prestação de serviços públicos, tidos como os serviços prestados pelo Estado e 
necessários à existência dos cidadãos. Essa corrente surge com a Escola do Serviço Público francesa 
e segue as orientações de Leon Duguit. 
 Corrente teleológica ou finalística: segundo essa corrente, o Direito Administrativo seria formado 
por um sistema de princípios jurídicos que regulam a atividade do Estado para a persecução do 
bem comum da sociedade. Essa definição esta correta, porém é insuficiente e demasiadamente 
ampla. 
 Corrente negativista: essa corrente traça o conceito de Direito Administrativo por exclusão. Desse 
modo, o Direito Administrativo seria composto por toda a atuação estatal que não é objeto de 
outro ramo jurídico. Contudo, essa corrente também não conseguiu definir o Direito 
Administrativo de forma satisfatória, haja vista que utiliza um critério negativo para estabelecer 
uma área do Direito e, portanto, não apresenta uma definição clara. 
Atualmente, a melhor conceituação é a trazida pelo critério funcional, segundo a qual o Direito 
Administrativo é o ramo que tem por objeto a disciplina da função administrativa, independentemente 
de quem a exerça (Poder Executivo, Legislativo, Judiciário). 
Fontes do Direito Administrativo 
O termo “fonte” refere-se à origem, lugar de onde provém algo. No caso, de onde emanam as 
regras do Direito Administrativo. Nesse caso, são fontes do Direito Administrativo: 
ATENÇÃO 
 
Nesse ponto da matéria, o que é mais 
cobrado é o conceito de Direito 
Administrativo, e as correntes 
legalistas e do serviço público. 
11 
 
1. Lei em sentido amplo: constitui uma fonte primária. Conforme 
regra constante no art. 5º, II, da Constituição Federal: “ninguém 
será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa se não em 
virtude de lei.”. Em seu sentido amplo, a lei abrangerá as normas 
constitucionais, a legislação infraconstitucional, os regulamentos 
administrativos e os tratados internacionais; 
2. Jurisprudência: refere-se às reiteradas decisões judiciais que 
influenciam o direito administrativo. Trata-se de uma fonte 
secundária, haja vista que, em regra, as decisões judiciais não 
possuem uma aplicação geral e nem efeito vinculante. Nesse 
ponto, convém destacar que, em regra, as decisões judiciais não têm eficácia “erga omnes”, ou seja, 
eficácia perante sujeitos alheios ao processo. Entretanto, como exceção, temos as súmulas vinculantes, as 
decisões de mérito proferidas nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de 
constitucionalidade. Ora, se por um lado a jurisprudência em geral só vincula as partes que integram a 
relação processual influenciando o ordenamento jurídico de forma abstrata, por outro as súmulas 
vinculantes vinculam necessária e imediatamente a Administração Pública, razão pela qual não podem ser 
consideradas meras fontes secundárias de Direito Administrativo, mas fontes principais ou diretas. 
Nesse sentido, o art. 103-A da Constituição Federal dispõe que o STF pode, de ofício ou mediante 
provocação, por meio de decisão proferida por dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões 
sobre matéria constitucional, aprovar Súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito 
vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E 
INDIRETA, nas esferas federal, estadual e municipal. Ao sedimentar um posicionamento por meio da edição 
de Súmula Vinculante, pretende-se mitigar a insegurança jurídica e evitar a multiplicação de lides em torno 
de uma mesma questão. 
3. Doutrina: conjunto de teses e estudos acerca do Direito que influenciam a elaboração das leis, trata-se 
de uma fonte secundária; 
4. Costumes: conjunto de regras não escritas adotadas pela sociedade, trata-se de fonte secundária 
indireta (secundum legem, praeter legem). 
#FICA A DICA 
● Estado: Estado é um ente soberano que é sintetizado pela máxima "Um governo, um povo, um 
território". 
● Governo: cúpula diretiva do Estado, responsável pela condução dos altos interesses estatais e pelo 
poder político; 
● Poder Executivo: complexo de órgãos estatais estruturados sobre a direção superior do Chefe do 
Executivo; 
● Administração Pública: conjunto de órgãos e agentes estatais que atuam no exercício da função 
administrativa, independentemente se os órgãos pertencem ao Poder Executivo, Legislativo ou 
Judiciário. 
Administração Pública – sentidos amplo e estrito 
O termo Administração Pública pode ser compreendido levando em consideração dois sentidos: 
amplo e estrito. Administração Pública em sentido amplo abrange as funções administrativas 
desempenhadas pelos órgãos e as funções políticas, ligadas às atividades de comando superior do Governo. 
ATENÇÃO 
A lei é a única fonte primária do Direito 
Administrativo e existe GRANDE 
divergência doutrinária acerca dos Atos 
Administrativos infralegais e se esses 
estariam, ou não, inseridos nessa fonte. Para 
fins de prova, considerem que os 
regulamentos administrativos infralegais 
encontram-se inseridos nessa fonte. 
 
Em 2016, a banca CESPE considerou certa 
essa assertiva. 
12 
 
A administração pública em sentido estrito, por sua vez, refere-se às atividades de cunho 
administrativo de execução dos programas governamentais, de forma profissional e apartidária, 
desempenhada pelos órgãos e pessoas administrativas. 
Administração Pública – sentidos subjetivo e objetivo 
Administração Pública é um conceito que abrange dois 
sentidos distintos, podendo ser entendida como o conjunto deestruturas estatais voltadas para o atendimento das necessidades da 
coletividade e como o conjunto de funções desempenhadas pela 
máquina estatal. Desse modo, a Administração pode ser conceituada 
segundo os critérios descritos abaixo: 
a) critério subjetivo/formal/orgânico: refere-se ao conjunto de 
órgãos, agentes e entidades que formam a estrutura que 
desempenha a função administrativa em conformidade com a lei – 
manifestando-se, tipicamente, por meio do Poder Executivo, mas, 
atipicamente, por meio dos poderes Judiciário e Legislativo. O Brasil adota esse critério e, por essa razão, 
nenhum particular, ainda que esteja eventualmente no exercício de função administrativa, integra o 
conceito de Administração Pública em sentido subjetivo. 
b) critério objetivo/material/funcional: trata-se da própria função ou atividade administrativa que é 
realizada. Nesse sentido, as principais atividades administrativas são: prestação de serviços público; 
exercício do Poder de Polícia; atividades de fomento – serviços de incentivo e atividade-estímulo que a 
Administração realiza; intervenção no direito de propriedade do particular, intervenção no domínio social 
e etc. Nesse sentido, as empresas privadas (concessionárias e permissionárias) que prestam serviços 
públicos desempenham a função administrativa em sentido material, mas não compõem a administração 
pública em sentido formal. 
Sistema Inglês e Sistema Francês 
O Sistema administrativo refere-se ao regime de controle dos Atos Administrativos editados pelo 
Estado. O sistema adotado poderá ser o sistema inglês ou sistema francês. 
No sistema inglês, o controle dos atos administrativos ilegais será realizado pelo Poder Judiciário 
(unicidade de jurisdição), haja vista que esse poder é o único que possui competência para decidir com 
força definitiva, formando coisa julgada. 
No sistema francês, por sua vez, tem-se o sistema de dualidade de jurisdição, ou seja, nesse 
sistema compete ao contencioso administrativo (tribunais administrativos) decidir/julgar as controvérsias 
que envolvam atos da administração pública, isto é, não compete ao Poder Judiciário a análise dos atos da 
administração, esse poder fica restrito à jurisdição comum e solução dos demais litígios apresentados em 
sociedade. Trata-se de sistema de dualidade de jurisdição: jurisdição administrativa e jurisdição comum. 
ATENÇÃO 
 
Despenca nas provas e é fácil! PONTO 
MAIS COBRADO DESSE CAPÍTULO 
 
Administração Pública: 
 
Critério SUbjetivo/formal: SUjeitos, 
órgãos, entidades que desempenham a 
função administrativa -> LEI (“SU” de 
SUbjetivo e de SUjeito) 
 
Critério material/objetivo: trata-se da 
matéria/função ou atividade 
administrativa. 
 
 
 
 
13 
 
O Brasil adota o sistema inglês no qual, conforme 
estudado, todos os litígios – administrativos ou privados – 
estão sujeitos ao controle do Poder Judiciário, ao qual 
compete proferir decisões com caráter definitivo. O 
referido sistema encontra-se consubstanciado na 
Constituição Federal de 1988, no art. 5º, XXXV que assim 
dispõe: “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário 
lesão ou ameaça a direito”. Destaca-se, novamente, que 
esse sistema não implica em retirar da Administração 
Pública a possibilidade de controle dos seus próprios atos 
(autotutela administrativa), contudo, as decisões tomadas 
em âmbito administrativo não são dotadas de 
definitividade, não geram coisa julgada e não têm caráter 
jurisdicional, ou seja, as decisões administrativas ficam 
sujeitas à revisão pelo Poder Judiciário. 
Cumpre ressaltar, ainda, que caso o particular opte 
por instaurar um processo em âmbito administrativo, o 
mesmo poderá a qualquer tempo recorrer ao Poder Judiciário, antes ou depois de esgotada a via 
administrativa. Portanto, o particular não precisa “esgotar” a instância administrativa, ou recorrer 
administrativamente, para que possa recorrer ao Judiciário, haja vista que a justiça é inafastável (a qualquer 
tempo -> Judiciário) 
QUADRO RESUMO 
Origem do Direito Administrativo Revolução francesa – surgimento do Estado de Direito 
Evolução do Estado e do Direito Administrativo ● Monarquia 
● Estado Liberal de Direito; 
● Estado de Bem-Estar Social de Direito; 
● Estado Democrático de Direito. 
Fontes de Direito Administrativo - Primária: Lei 
- Secundárias: 
● Doutrina; 
● Jurisprudência (súmulas vinculantes – fontes 
principais); 
● Costumes; 
● Princípios gerais do Direito. 
Controle Administrativo Sistema francês: Conselho de Estado controla a 
Administração; 
Sistema inglês: Poder Judiciário controla os Atos 
Administrativos em conformidade com a legalidade – 
ADOTADO NO BRASIL 
Definição do Direito Administrativo 1 - Corrente Legalista (Escola Exegética) 
2 - Corrente do Poder Executivo 
3 - Corrente das relações jurídicas 
4 - Corrente do serviço público 
5 - Corrente teleológica ou finalística 
6 –Corrente negativista 
O Direito Administrativo é o ramo do Direito Público que reúne o conjunto harmônico de princípios que regem os órgãos e 
agentes que exercem a atividade pública para a realização dos fins almejados pelo Estado, de forma concreta, direta e 
imediata. 
PONTO MAIS COBRADO 
 
Administração Pública: 
 
 Critério SUbjetivo/formal: SUjeitos, órgãos, entidades que desempenham a função administrativa -> LEI – 
ADOTADO NO BRASIL 
 Critério material/objetivo: trata-se da matéria/função ou atividade administrativa. 
 
ATENÇÃO 
Esse parágrafo responde a cerca de 70% das questões 
sobre esse tópico da matéria. Isso você PRECISA 
MEMORIZAR. 
 
A justiça no Brasil é inafastável – decisões com caráter 
definitivo/coisa julgada -> Poder Judiciário. 
 
 
 
 
Sistema Inglês 
(dotado no 
Brasil)
Poder 
Judiciário
Sistema Francês 
Tribunal de 
Conflitos 
(competência)
Poder Judiciário 
(julgamento das 
causas comuns)
Conselho de Estado 
(julgamento dos 
atos 
administrativos)
14 
 
 
 
PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
PONTOS MAIS COBRADOS – O gráfico abaixo demonstra, entre os tópicos dessa matéria, quais são os 
pontos mais cobrados nesse capítulo. 
 
 
 
 
 
Portanto, os princípios mais cobrados são os Princípios da Impessoalidade, Publicidade, 
Legalidade, Autotutela e Continuidade. Cumpre destacar que os princípios que formam o Regime Jurídico 
Administrativo SEMPRE estão presentes nas provas! 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS
PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS
15 
 
Regime Jurídico Administrativo 
O regime jurídico administrativo consiste no conjunto de princípios e regras que estruturam o 
Direito Administrativo e podem ser conceituados como as orientações normativas que propõem a 
interpretação e a aplicação do Direito, estabelecendo a lógica dessa disciplina. 
Os princípios são mandamentos gerais e verdadeiras diretrizes para a atuação 
dos entes da Administração Direta e Indireta, no âmbito de todos os poderes 
(quando estiverem no exercício da função administrativa) e para todos os 
entes da Federação. Destaca-se que todos os princípios administrativos são 
princípios que decorrem do texto constitucional, sendo que alguns 
encontram-se expressos na Constituição e outros implícitos. Além disso, 
cabe ressaltar que NENHUM princípio é absoluto ou se sobrepõe abstratamente frente aos outros. No 
momento em que houver contrariedade entre os princípios (antinomia jurídica imprópria), haverá uma 
ponderação de interesses no caso concreto, definindo-se uma solução que sacrifique o mínimo possível os 
princípios envolvidos. 
Posto isso, convém elencar os princípios que estruturam o Regime Jurídico de Direito Público, 
tratam-se de supraprincípios ou princípios centrais que norteiam a atuação da administração: 
a) Supremacia do interessepúblico sobre o privado: esse princípio 
estabelece que, havendo um conflito, no caso concreto, entre o 
interesse privado e o interesse público prevalecerá o interesse 
público, que reflete os anseios da coletividade. Nesse sentido, tendo 
em vista que o ente estatal busca atender a esse interesse, ao poder 
público são conferidos alguns poderes e prerrogativas especiais que 
o particular não possui, poderes esses necessários a garantir a supremacia do interesse público e assegurar 
o alcance do objetivo estatal. Ex: desapropriação, prerrogativas processuais e etc. 
b) Indisponibilidade do interesse público: esse princípio estabelece que, conforme o nome já diz, o 
interesse público é indisponível, ou seja, o agente público não pode fazer uso das prerrogativas e poderes 
públicos para alcançar um interesse diverso daquele relacionado ao interesse da coletividade (o agente 
não pode dispor do interesse público), esteja o Estado exercendo sua função sob o regime de direito 
público, regime híbrido ou regime de direito privado. 
Desse modo, o Estado, sendo o responsável pela administração da coisa alheia que pertence ao 
povo, fará uso dos poderes e prerrogativas especiais (que o particular não possui) estritamente para 
alcançar o bem comum. Portanto, o referido princípio estabelece limites à supremacia do Poder Estatal. 
Ex: obrigatoriedade de realização do procedimento administrativo licitatório prévio às contratações. 
FICA A DICA 
Cumpre ressaltar que o STF entende ser possível atenuar 
o princípio da indisponibilidade do interesse público em algumas 
situações específicas, em particular na realização da transação, 
quando este ato não se demonstrar oneroso para a Administração 
e representar a melhor maneira para ultimar o interesse coletivo. 
A tônica/lógica do Regime Jurídico Administrativo é 
estruturada por esses dois 
princípios que tratam das prerrogativas estatais (Princípio da 
Supremacia do Interesse Público frente ao Privado) e de suas 
limitações (Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público). 
Entretanto, cabe destacar que, a despeito do fato de que esses dois 
mandamentos representam a base do Regime Jurídico Administrativo, 
destaca-se NOVAMENTE que não há hierarquia entre os princípios 
ATENÇÃO 
 
As Empresas Públicas e 
Sociedade de Economia Mista 
devem observar os princípios 
administrativos. 
ATENÇÃO 
 
Essa noção do Regime Jurídico 
Administrativo SEMPRE está presente nas 
provas, não subestimem a importância 
dessa matéria! 
QUESTÃO CESPE 
 
O princípio da indisponibilidade do 
interesse público não impede a 
administração pública de realizar acordos e 
transações. 
 
Correto 
NÃO HÁ HIERARQUIA ENTRE 
PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS, 
NENHUM PRINCÍPIO 
PREVALECE FRENTE A OUTRO 
PRINCÍPIO. Havendo conflito entre 
dois princípios haverá uma 
ponderação de interesses. 
16 
 
administrativos, sendo que todos esses terão a mesma força no ordenamento jurídico, sejam esses 
implícitos ou expressos na Constituição Federal. 
Princípios Administrativos Constitucionais expressos 
 Primeiramente, estudaremos os princípios administrativos expressos que encontram-se inseridos 
no artigo 37, caput, da CR/88. Contudo, cabe destacar que TODOS os demais princípios administrativos 
decorrem da Constituição Federal de 1988, ainda que 
implicitamente. In verbis: 
“Art. 37- A Administração Pública direta e indireta de qualquer 
dos poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos 
municípios obedecerá aos princípios de legalidade, 
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (...)”. 
Legalidade: esse princípio estabelece que a Administração 
Pública só poderá atuar quando a lei permitir. Segundo o 
Princípio da Legalidade enquanto o particular é livre para fazer 
tudo o que não esteja proibido em lei (art. 5º, inciso II, CF expõe 
“ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa 
senão em virtude de lei”), a Administração Pública deverá agir 
apenas em conformidade com o ordenamento jurídico e todos 
os instrumentos jurídicos existentes na ordem jurídica. 
Nesse ponto, convém esclarecer que a Legalidade não elimina a existência de atos discricionários, 
isto é, atos nos quais o agente público possui certa margem de liberdade e pode analisar a conveniência 
e a oportunidade (mérito administrativo) do interesse público em determinada situação. Claro né pessoal!, 
O legislador não poderia prever todas as situações que seriam evidenciadas pela Administração Pública no 
caso concreto e antecipar qual deve ser a melhor escolha para o Estado. Por essa razão, em algumas 
situações, a Lei confere ao administrador certa margem de discricionariedade para avaliar qual escolha 
atenderá aos objetivos perseguidos pela Administração (finalidade específica do ato). Deve-se destacar 
que essa escolha deve ser realizada dentro dos limites legais, e deve estar pautada pela busca do interesse 
público, bem como atender aos demais princípios constitucionais. 
É importante destacar que a Administração Pública 
encontra-se sujeita, ainda, à observância de seus próprios atos 
normativos editados, sendo que a edição dos atos normativos pela 
administração deve ser desempenhada dentro dos limites da lei, 
ou seja, não pode, EM REGRA, inovar no ordenamento jurídico. 
FICA A DICA − EXCEÇÕES À LEGALIDADE 
Em algumas situações excepcionais, previstas no texto constitucional, o Poder Executivo poderá 
editar medidas que promovem a INOVAÇÃO NO ORDENAMENTO JURÍDICO (atos normativos primários). 
Tratam-se de situações em que há outorga de poderes atípicos ao Poder Executivo que alteram o 
funcionamento regular do Princípio da Legalidade (a competência para inovar no ordenamento jurídico é 
função TÍPICA do Poder Legislativo). Nessas situações, o Poder Executivo poderá editar medidas que 
promovem inovação no ordenamento jurídico, são elas: edição de Medida Provisória, elaboração de leis 
delegadas, edição de decreto autônomo que verse sobre organização e funcionamento da Administração 
Federal (desde que não implique em aumento de despesa e nem criação e extinção de órgãos públicos que 
deve ser realizada por lei), extinção de cargos e funções vagas. 
Ademais, em situações em que for instaurado o estado de defesa e estado de sítio, o Poder 
Executivo poderá editar medidas com força de lei e restringir direitos individuais. Portanto, nessas 
situações o Poder Executivo vai estar desempenhado, ATIPICAMENTE, função que é típica do Poder 
Legislativo. 
FICA A DICA 
Para memorização: as letras iniciais dos 
princípios administrativos expressos 
formam a palavra LIMPE = L (Legalidade) + 
I (Impessoalidade) + M (Moralidade) + P 
(Publicidade) + E (Eficiência). 
 
QUESTÃO ESAF 
A pretexto de atuar eficientemente, é possível 
que a administração pratique atos não 
previstos na legislação. 
Errado 
 
QUESTÃO CESPE 
 
Em razão do Princípio da Legalidade, a 
Administração Pública está impedida de 
tomar decisões fundamentadas nos 
costumes. 
 
Errado 
17 
 
 
 
Impessoalidade (princípio da não discriminação): esse 
princípio estabelece que a atuação do gestor público deve ser 
impessoal, ou seja, o gestor público não pode atuar para fins 
de beneficiar e nem para prejudicar o particular. Portanto, o 
administrador deverá atuar na busca pelo interesse público, 
independentemente de quem seja a pessoa a qual o Ato 
Administrativo irá atingir. 
Destaca-se que tal premissa não se refere a conferir 
o mesmo tratamento a todos, mas, sim, a tratar os iguais 
igualmente e os desiguais desigualmente, na medida em que 
se desigualam (Princípio da Isonomia – igualdade material). 
Sabemos que os cidadãos não possuem as mesmas condições 
e, muitas vezes, mostra-se necessário conferir um tratamento 
diferenciado a uma determinadaclasse de pessoas no intuito 
de garantir o acesso aos serviços públicos e promover a 
redução das desigualdades. Nessa medida, o ente estatal irá 
conferir um tratamento diferenciado a essas pessoas no 
intuito de alcançar a denominada ISONOMIA MATERIAL. Ex.: 
reserva de vagas aos portadores de deficiência nos concursos 
públicos. 
Cabe destacar que quando o agente pratica o ato não é o servidor público quem está atuando, mas 
sim o Estado por meio desse agente. Este pensamento traduz a Teoria da imputação volitiva, segundo a 
qual a vontade do agente público é imputada ao Estado. Dessa forma, segundo o entendimento da 
professora Maria Sylvia Zanella di Pietro, o Princípio da Impessoalidade é fundamento para fins de 
reconhecimento de validade dos atos praticados por “funcionário de fato” (aquele que não foi investido 
no cargo ou função pública regularmente), haja vista que a conduta desse agente, que encontra-se irregular, 
é imputada ao órgão no qual encontra-se inserido e, por essa razão, o ato será válido (vício sanável no 
elemento competência. 
TRADUÇÃO JURÍDICA 
Como assim? 
No ano de 2016 o servidor público requereu a concessão do direito de aposentadoria que estava sob análise 
do Tribunal de Contas. Em determinada data, o Tribunal aprovou e concedeu o direito de aposentaria ao 
servidor. Contudo, esse servidor (sem tomar conhecimento do registro da aposentadoria) continuou 
atuando no serviço público com aparência de legalidade. Nessa situação, haja vista a boa-fé do servidor, 
considerando o atributo de presunção de legitimidade dos atos administrativos e, por fim, tendo em vista 
a Teoria da imputação volitiva (a vontade desse servidor é imputada à pessoa jurídica na qual o mesmo 
encontra-se lotado) tem-se o reconhecimento e a convalidação do vício de competência. 
 
Em decorrência dessa teoria, é vedada a realização de promoção 
pessoal/publicidade da figura do agente público (prefeito, governador, presidente) 
nas medidas implementadas pela Administração Pública (ex.: obras públicas), 
considerando-se que o ente estatal é o RESPONSÁVEL pela medida e não o agente 
público. Desse modo, a publicidade do Ato Administrativo deverá respeitar o 
caráter meramente informativo e educativo. Portanto, uma obra promovida em um 
determinado município deve ser atribuída à Prefeitura Municipal e não ao Prefeito, 
ATENÇÃO 
 
ESSE É O PRINCÍPIO MAIS COBRADO NAS 
PROVAS DE CONCURSO. Fique atento: 
 
A finalidade da atuação do agente público é o 
atendimento ao interesse público; 
 
Teoria da imputação volitiva: a vontade do agente 
público é imputada ao Estado. 
 
É vedada a realização de promoção 
pessoal/publicidade da figura política/agente 
público nas medidas implementadas pela 
Administração Pública. 
 
 
OBRA DO 
Governador do Estado 
de Minas (ERRADO) 
 
Obra do Governo do 
Estado de Minas 
(CERTO) 
18 
 
ou seja, a publicidade não poderá ser utilizada com caráter promocional à figura do agente público e a 
divulgação deverá ser atribuída ao ente estatal. 
FICA A DICA 
No que tange ao tema, a título de complementação, destaca-se que o STJ reconhece a possibilidade de 
homenagear servidores ou autoridades que não mais estão em atividade 
"O Conselho Nacional de Justiça, considerando que a Lei n. 6.454, de 24 de outubro de 1977, que veda a 
atribuição de nome de pessoa viva a bem público, por ser anterior à Constituição Federal de 1988, há de ser 
dada interpretação conforme a Lei Maior, fez editar a Resolução n. 52, de 08 de abril de 2008, que, mesmo 
mantendo a proibição de homenagem à pessoa viva através da denominação de prédios da justiça, ressalvou 
a hipótese de se homenagear o servidor ou autoridade que já se encontre em inatividade." (RECURSO 
ESPECIAL Nº 1.370.468 - RN (2011⁄0305676-8) 
No que se refere ao Princípio da Impessoalidade, cumpre destacar que não se admite na 
Administração Pública a prática do nepotismo, ainda que cruzado, pois implicaria no uso da máquina 
pública para favorecimento pessoal (cabide de emprego). O nepotismo refere-se ao ato de nomeação “de 
cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da 
autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou 
assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na 
administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos estados, do Distrito Federal 
e dos municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas” (Súmula Vinculante n. 13). 
TRADUÇÃO JURÍDICA 
Como assim? O que é nepotismo? 
Ex.: “João” não poderia nomear um parente até o terceiro grau como seu subordinado por se tratar de 
manifesta hipótese de nepotismo. Então, “João” nomeia um parente de “Carlos” e “Carlos” nomeia uma 
parente de “João”. Nesse caso também estaria configurado o nepotismo cruzado – designações recíprocas 
− que, conforme transcrito acima, também é vedado. 
Assista ao Minuto do Direito: https://www.youtube.com/watch?v=MPFspNrKPIo 
Portanto, essa reciprocidade de nomeações é vedada expressamente por texto da súmula, 
inadmitindo-se qualquer expediente que, ainda que de forma indireta, atente contra a impessoalidade 
das nomeações. O texto da súmula abrange, ainda, a nomeação de companheiros ou companheiras, ou 
seja, aqueles que possuem relação de união estável com a autoridade nomeante. 
Todavia, destaca-se que, conforme entendimento firmado pelo próprio STF, a vedação ao 
nepotismo não se aplica à nomeação para o exercício de cargos políticos, como é o caso dos cargos de 
Secretário ou de Ministro de Estado. Nessa hipótese, inexiste proibição à nomeação de parentes, desde 
que o parente possua condição técnica de exercer o “munus” público a ele transferido. Isso deve-se ao 
fato de que a nomeação para o exercício de função política se reveste da qualidade de ato político e, como 
tal, goza de amplo grau de discricionariedade. Exemplo: O Governador do Estado poderia nomear um 
parente de 1º grau para o cargo de secretário de Estado, por se tratar de um cargo político, desde que o 
mesmo possua capacidade técnica para exercê-lo. 
FICA A DICA 
Considerando a temática licitações públicas, o Princípio 
da Impessoalidade obriga à Administração tratar todos os 
licitantes de forma isonômica, preservando a igualdade de 
condições de participação a todos esses. 
 
QUESTÃO CESPE 
 
A impessoalidade é princípio que norteia a 
administração e está intimamente afeta às 
licitações públicas. 
 
Correto 
19 
 
Moralidade: esse princípio trata da moralidade jurídica, ética, lealdade, boa-fé de conduta, honestidade 
e probidade no trato com a coisa pública. O referido princípio não se refere à moralidade social comum 
vigente na comunidade, e sim a respeito da MORALIDADE JURÍDICA OBJETIVA. Destaca-se que a moral 
que guia esse princípio não é a moral comum, trata-se da moral jurídica, e NÃO SUBJETIVA, sendo 
absolutamente irrelevante investigar os fatores subjetivos e as motivações psicológicas de quem realizou 
o comportamento imoral. 
FICA A DICA 
O ato que viole o Princípio da Moralidade é um ato viciado e não deve ser revogado e sim anulado. 
O ordenamento jurídico prevê diversos instrumentos de controle da moralidade administrativa e 
que poderão ensejar a anulação do ato administrativo, tais como: Ação de improbidade (Lei 8.429/1992), 
Ação Popular (Lei 4.717/1965), Controle externo exercido pelo Tribunal de Contas, hipóteses de 
inelegibilidade (LC 64/90), sanções administrativas e judiciais previstas na Lei 12.846/2013. O dever de 
probidade do agente público alcança a observância a todos os princípios administrativos, haja vista que a 
ofensa a esses ditames poderá configurar ato de improbidade administrativa.Publicidade: trata-se do dever de clareza, de transparência dos 
atos administrativos, ou seja, tudo o que acontece na esfera 
administrativa deve ser publicizado. A transparência dos Atos 
Administrativos possibilita a realização do controle e o 
conhecimento, pela sociedade, dos atos editados pela 
administração. Nesse sentido, são funções da publicidade: 
 Exteriorização de vontade da Administração; 
 Requisito de eficácia do ato administrativo – a produção 
de efeitos dos atos administrativos ocorre a partir da 
publicidade; 
 A publicidade do ato torna exigível o conteúdo da medida 
administrativa; 
 Transparência dos atos, possibilitando o conhecimento e, consequentemente, o controle de 
legalidade das medidas da Administração pela população (controle social); 
A publicidade é imprescindível, pois a partir dela é que se admite a presunção do conhecimento dos 
atos administrativos pela sociedade. Portanto, a publicidade é necessária para fins de conferir eficácia ao 
ato administrativo, marcando o início da contagem dos prazos. Entretanto, destaca-se que ainda que a 
atuação da Administração não fosse eficaz antes da notificação, não restam dúvidas que o ato poderá ser 
considerado válido, uma vez que a publicidade é requisito de eficácia dos atos administrativos E NÃO DE 
VALIDADE. 
TRADUÇÃO JURÍDICA 
Como assim? 
Ex.: no caso em que uma multa é imputada a determinado cidadão por ter ultrapassado, de forma indevida, 
o sinal vermelho, enquanto o administrado não for notificado do auto de infração, a contagem do prazo 
para a apresentação de sua defesa não se iniciará, pois ele sequer tomou conhecimento da atuação estatal. 
Ou seja, a publicidade é o requisito necessário para que o ato passe a produzir efeitos. 
Destaca-se que o termo publicidade não é o mesmo que publicação do ato, a publicação é uma das formas 
de se dar publicidade ao ato, porém, não é o único meio utilizado. Ex: uma mudança no transito será 
publicizada através da colocação de placas de “proibido estacionar” e sinais de transito. 
ATENÇÃO 
 
Esse é o segundo princípio mais cobrado. O ponto 
mais recorrente nas provas diz respeito às 
EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA 
PUBLICIDADE, são elas: 
 restrição à publicidade para a proteção 
da intimidade, honra, vida privada, 
relevante interesse coletivo e proteção 
da segurança nacional. 
 
 
20 
 
 
O ordenamento jurídico consagrou diversos instrumentos aptos a exigir o cumprimento do 
Princípio da Publicidade pela Administração Pública, tais como: o direito de petição ao Poder Público, o 
direito de receber certidões em repartições públicas para defesa de direitos e esclarecimentos de 
situações de interesse pessoal, mandado de segurança, habeas data, etc. 
Como todo e qualquer princípio, o Princípio da Publicidade não 
é ABSOLUTO, de sorte que a própria Constituição Federal estabelece 
exceções: restrição à publicidade para a proteção da intimidade, honra, 
vida privada, relevante interesse coletivo e proteção da segurança 
nacional. Desse modo, a Administração deve manter sigilo de suas condutas sempre que a publicidade de 
seus atos for de encontro a alguma dessas garantias constitucionais. Entretanto, destaca-se que nenhuma 
informação que o poder público possua poderá ser mantida em segredo eterno sob a alegação de proteção 
a segurança nacional, a restrição será temporária conforme a classificação do documento. 
Contudo, cumpre ressaltar que, em conformidade com a jurisprudência do STF (ARE 652.777/SP 
repercussão geral), considera-se lícita a divulgação do nome e da 
remuneração dos servidores na internet. Trata-se de uma 
aplicação do Princípio da Publicidade, que assegura o acesso a 
informações de interesse geral e coletivo. Além disso, as verbas 
indenizatórias para exercício da atividade parlamentar têm 
natureza pública, não havendo razões de segurança ou de 
intimidade que justifiquem genericamente seu caráter sigiloso. 
Por fim, destaca-se, novamente, que a publicidade NÃO 
É ELEMENTO FORMATIVO DO ATO, é requisito de eficácia. Por essa razão, os atos irregulares não se 
convalidam com a publicação, nem os atos regulares dispensam a publicação para sua exequibilidade. 
Eficiência: O princípio da eficiência administrativa estabelece que a 
Administração Pública deve atender aos mandamentos legais e 
buscar alcançar resultados positivos com o menor gasto possível, 
atingir metas. O referido princípio foi inserido na Constituição com 
a edição da Emenda Constitucional 19/98, com o objetivo de 
substituir a Administração Pública burocrática pela Administração Pública gerencial, no que tange aos 
procedimentos administrativos adotados bem como à prestação de serviços a coletividade. Trata-se de uma 
norma de aplicação imediata. Ex: o servidor público está sujeito a uma avaliação especial de desempenho 
para fins de aquisição da estabilidade – avaliação de eficiência. 
A noção de eficiência está relacionada à economicidade, ou seja, atuação que alcance uma melhor 
relação custo/benefício da atividade administrativa ao atender ao interesse público. Destaca-se que a 
atuação administrativa que não observar a orientação de eficiência é ilegal, o que ensejará a ANULAÇÃO 
da medida, salvo quando a anulação representar prejuízo ainda maior ao interesse público. 
Outros Princípios expressos na Constituição Federal 
 
● Princípio da Participação (art.37, § 3º, da CF/88): esse princípio trata acerca das formas de 
participação do cidadão na gestão da coisa pública. Ex.: possibilidade de envio de reclamações 
relativas aos serviços públicos prestados, acesso a registros, representação contra ato abusivo e 
etc. 
● Celeridade Processual (art. 5, LXXVIII, da CF/99): esse princípio assegura a todos os processos, 
judicial ou administrativo, a razoável duração e os meios que garantem a celeridade e rapidez de 
sua tramitação. 
● Devido processo legal (art. 5, LIV da CF/88): vide tópico abaixo; 
NENHUM princípio é ABSOLUTO, 
fiquem ATENTOS para as exceções 
ao Princípio da Publicidade -> esse é 
o ponto que mais cai em prova! 
QUESTÃO FCC 
 
A publicidade é fator de eficácia e requisito 
de moralidade dos Atos Administrativos; 
entretanto, a publicação de atos irregulares 
não os convalida. 
 
Correto 
A parte grifada responde praticamente 
TODAS as questões relativas a esse 
princípio. 
21 
 
● Contraditório (art. 5, LV da CF/88): vide tópico abaixo; 
● Ampla Defesa (art. 5, LV, da CF/88): vide tópico abaixo; 
Princípio do devido Processo Legal Administrativo: o direito ao devido processo legal também se encontra 
expresso na Constituição Federal (artigo 5º, LIV e LV da CR/88) e integra a Teoria Geral de Processo, sendo, 
portanto, válido tanto para o processo judicial quanto para o processo administrativo, vejamos: 
“Art. 5º (...) LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; 
LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o 
contraditório e ampla defesa, com os meios recursos a ela inerentes;” 
 
Tal princípio consiste no direito de que seja rigorosamente respeitada no processo uma série de atos 
(transparentes e impessoais) que visam a um resultado final. Nesse sentido, em sede do devido processo 
legal administrativo deve ser assegurado o direito ao contraditório e a ampla defesa. A ampla defesa 
abarca o direito a: 
● Defesa prévia: o particular terá o direito de se manifestar antes 
do julgamento, mesmo que não seja representado por 
advogado. Nesse sentido, destaca-se o texto da Súmula 
Vinculante nº 5 que estabelece: “A falta de defesa técnica por 
advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a 
Constituição”. 
● Defesa técnica: o particular poderá, caso seja de seu interesse, 
manifestar-se mediante a representaçãode um advogado; 
● Duplo grau de julgamento: o duplo grau de jurisdição estabelece que a decisão administrativa 
poderá ser revista, lembrando que, conforme estabelece a Súmula Vinculante nº 21: “é 
inconstitucional a exigência de depósito prévio, caução, garantia para a interposição de recurso 
administrativo”. Ou seja, o particular não precisa pagar nenhuma quantia para fins de interposição 
do recurso administrativo; 
● Direito à informação: refere-se ao direito de acesso aos atos, provas e decisões do processo em 
que o sujeito é uma parte interessada. Destaca-se que o juridicamente interessado no feito tem 
direito a ter vista dos autos e de tirar cópia (sob suas expensas) dos atos processuais 
considerados, por si, relevantes, quando não for possível a realização de carga dos autos para 
análise acurada do procedimento. 
FICA A DICA – SÚMULA VINCULANTE Nº 3 DO STF 
“Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando 
da decisão puder resultar anulação ou revogação de Ato Administrativo que beneficie o interessado, excetuada a 
apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão”. 
ATENÇÃO 
 
A súmula vinculante nº 5 é o aspecto 
MAIS COBRADO nas provas de 
Concurso Público, no que tange a esse 
princípio. Segundo o texto da Súmula, 
qualquer pessoa pode se defender no 
processo administrativo sem precisar 
constituir um advogado para tanto. 
22 
 
Princípios Constitucionais implícitos 
Princípio da Continuidade 
Trata-se da orientação acerca do fato de que a 
atividade pública não pode sofrer interrupções 
desarrazoadas, tendo em vista a necessidade permanente de 
satisfação dessa utilidade pelos cidadãos. O referido princípio 
abrange a prestação de serviços públicos, o exercício do poder 
de polícia e as atividades de fomento, porém não atinge a 
atuação do Estado enquanto agente econômico, a atividade 
política de governo, a atividade legislativa e a atividade 
jurisdicional. 
Entretanto, em algumas situações previstas em lei, 
admite-se exceções a esse princípio, quais sejam: paralisação 
da prestação do serviço devido a questões de ordem técnica 
ou segurança das instalações (Ex.: a empresa pública não 
distribui energia elétrica durante um período porque é 
necessário realizar um reparo na rede), situações de urgência 
e devido à falta de pagamento pelo usuário no caso de prestação de serviços públicos. 
Tal norma vem prevista no artigo 6º, § 3º da lei nº 8.987/95 com a seguinte redação: 
“Art. 6º, § 3º(...)Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de 
emergência ou após prévio aviso, quando: 
I – motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e, 
II – por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade”. 
 
Nos casos elencados acima, não resta configurado a descontinuidade do serviço público. Destaca-
se que em se tratando de serviços que afetam diretamente o interesse da coletividade a interrupção do 
serviço por inadimplemento do usuário é inviável (Ex.: a concessionária não poderá interromper a prestação 
CAI EM PROVA 
 
- Hipóteses de interrupção do serviço público; 
- Direito de greve do servidor público. 
 
ATENÇÃO 
 
Hipóteses de interrupção na prestação do serviço 
público: 
- Razões de urgência/emergência – sem prévio 
aviso; 
- razões de ordem técnica – mediante prévio 
aviso; 
- por razões de inadimplemento do usuário – 
mediante prévio aviso (ESSA É A HIPOTESE 
MAIS COBRADA). 
 
 
23 
 
do serviço a um hospital). Ademais, o STJ entende que a 
inadimplência que justifica a interrupção da prestação do 
serviço é a de débitos referentes à conta atual de consumo 
e não de débitos pretéritos, como os de outras contas do 
antigo morador do imóvel. 
Em razão dos imperativos traçados pelo Princípio da 
Continuidade, surgem alguns questionamentos: 
1 – Professora, se a Administração Pública deve prestar suas 
atividades continuamente, o servidor público possui direito 
de greve? 
O servidor militar não tem direito de greve e nem 
de sindicalização. Os servidores públicos civis, por sua vez, 
possuem direito de greve que será desempenhado nos 
termos de lei específica, conforme disposição constitucional. 
Contudo, até o presente momento não foi editada a 
mencionada lei especifica regulamentando o exercício desse 
direito. Nesse sentido, haja vista que o direito de greve do 
servidor é uma norma constitucional de eficácia limitada, ou 
seja, o exercício desse direito depende de uma lei que o 
regulamente, e em razão do fato de que até o momento a 
referida norma não foi elaborada, o STF estabeleceu que o 
servidor público poderá exercer o direito de greve nos 
termos da Lei Geral de Greve (inclusive servidores que estão 
no estágio probatório). 
Destaca-se, ainda, que o Superior Tribunal Federal 
firmou entendimento recente (2016) de que, caso o servidor 
exerça esse direito de greve de forma legal, o mesmo sofrerá 
o corte da remuneração durante o exercício deste direito. O 
corte da remuneração justifica-se em razão do fato de que o 
ônus da greve deve ser suportado não só pela 
Administração Pública, como também pelo servidor 
público, uma vez que caso o servidor continuasse recebendo 
sua remuneração, o mesmo teria um incentivo permanecer 
em greve. 
Entretanto, destaca-se que se caso a greve for 
ensejada em razão de medida ilegal da Administração, a 
remuneração dos servidores poderá ser mantida. Ademais, 
admite-se a negociação dos servidores junto à Administração 
no sentido de possibilitar o exercício da greve e garantir a 
manutenção da remuneração. Contudo, nesse último caso, 
ao encerrar a greve, esse servidor deverá compensar os dias 
que ficou parado, sob pena de ressarcimento ao erário. 
2 – Admite-se a aplicação da Cláusula de Exceção de 
Contrato não cumprido no contrato Administrativo? 
A Exceção de Contrato não Cumprido prevista no art. 
476 do Código Civil refere-se à determinação de que “nos 
contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o 
implemento do outro”, ou seja, em um contrato firmado entre dois particulares, se caso uma das partes não 
cumprir as obrigações contratuais, a outra parte poderá se abster do cumprimento dos compromissos. 
O DESASTRE – PRINCÍPIO DA 
CONTINUIDADE – INTERREUPÇÃO DA 
PRESTAÇÃO DO SERVIÇO PÚBLICO 
 
Hoje eu marquei de sair com o gato com o 
objetivo de fisgar de uma vez por todas o rapaz 
💑💕💍💒👪 
 
Bom, então eu fiz todo um planejamento 
sensacional (muito COMPLEXO, homem dá 
trabalho demais) para ficar estrategicamente 
arrumada sem parecer que eu fiz muito esforço 
(as meninas entendem o que eu estou falando). 
Então, liguei para ele e falei: "Oi gatinho, nem 
vou me arrumar hoje, vou só terminar de escrever 
esse capítulo do livro e você pode passar aqui em 
30 min. Meu celular vai ficar sem bateria, você 
pode me chamar pelo interfone" 
 
Aiiiiii quando eu saí correndo feito louka para 
tomar um banho, fazer escova, fazer chapinha, 
passar maquiagem, escolher a produção "não 
muito arrumada, porém perfeita para conquistar 
o boy", eu percebo que não tinha água no 
chuveiro. Eu havia esquecido que a empresa 
estatal que distribui água em BH tinha enviado 
um aviso, falando que naquele dia ficaríamos 
sem água em razão de um reparo na rede. 
 
Então, eu pensei: "vou ligar para minha amiga e 
tomar banho na casa dela". Mas, quando eu 
menos esperava, a luz da minha casa apaga. 
Estava chovendo muito e um poste de iluminação 
caiu no meio da rua e, para completar, a bateria 
do meu celular acaba. Nisso eu corri para o 
telefone fixo. Maaaas devido ao não pagamento 
daconta de telefone (e vocês ainda acham que 
professor tá tudo rico kkkk) a linha não estava 
funcionando. 
 
PS: eu havia mesmo recebido uma cartinha 
falando que eu estava inadimplente e avisando 
sobre o corte e blá, blá, blá (Afinal, quem usa 
telefone fixo hoje em dia?!?!?! Rs). 
 
Conclusão: desmarquei o meu encontro, a luz 
voltou e sabe o que eu fiz? NADA. Sabe por quê? 
 
Porque em conformidade com a Lei 8.987/95 
admite-se a interrupção da prestação do serviço 
público nas seguintes situações: 
 
1- situação de emergência (poste de iluminação 
que caiu); 
 
2- paralisação por motivos de ordem técnica 
(manutenção na rede de distribuição de água - 
prévio aviso); 
 
3- devido ao inadimplemento do usuário 
(ausência do pagamento da conta de telefone - 
prévio aviso); 
 
TENHO CERTEZA QUE NINGUÉM VAI 
ESQUECER! 
 
24 
 
Entretanto, haja vista que o Contrato Administrativo é regido pelo Regime Jurídico de Direito Público e 
considerando a hipótese em que a Administração Pública seja a parte que encontra-se inadimplente, cabe 
analisar essa possibilidade com muita atenção. Sobre o tema, o Art. 78, XV da Lei nº 8.666 estabelece que: 
“o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela Administração decorrentes de obras, 
serviços ou fornecimento, ou parcelas destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade 
pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o direito de optar pela 
suspensão do cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada a situação.” 
 
Portanto, somente após 90 dias de inadimplemento dos pagamentos devidos pela Administração 
Pública é que o particular poderá suspender a prestação do serviço – Exceção do Contrato Não Cumprido 
diferida (após 90 dias de inadimplemento). “Professora, quer dizer que o particular deve continuar 
prestando o serviço/produto para a Administração mesmo sem receber o pagamento devido?” SIM, 
somente após 90 dias de inadimplemento pelo Poder Público é que o partilhar pode paralisar suas 
atividades. 
 
3 – Admite-se a aplicação da Cláusula de exceção de contrato não cumprido no contrato administrativo 
de concessão de serviço público? 
Conforme entendimento do doutrinador Marçal Justen Filho, é inviável a aplicação da mencionada 
cláusula nos Contratos de concessão de serviços públicos que, na forma do art. 39 da Lei 8.987/1995, serão 
interrompidos ou paralisados somente em situações excepcionais, AUTORIZADAS JUDICIALMENTE, quando 
direitos fundamentais da concessionária estiverem ameaçados. 
Ademais, no que se refere ainda ao Princípio da Continuidade, destaca-se que nos Contratos de 
concessão de serviços públicos admite-se a transferência de propriedade de bens da concessionária para 
o Estado, no final do Contrato, bens estes que estejam atrelados à prestação do serviço público, instituto 
este denominado reversão de bens. Nesse sentido, o art. 36 da Lei nº 8.987/95 dispõe que “reversão no 
advento do termo contratual far-se-á com a indenização das parcelas dos investimentos vinculados a bens 
reversíveis, ainda não amortizados ou depreciados, que tenham sido realizados com o objetivo de garantir 
a continuidade e atualidade do serviço concedido”. Tal previsão está diretamente relacionada ao dever que 
a Administração Pública tem de prestar o serviço público de maneira contínua. 
FICA A DICA 
As hipóteses de interrupção legalmente previstas podem ser relativizadas nos casos de interrupção de 
SERVIÇO LIGADO A INTERESSES RELEVANTES DA SOCIEDADE. Portanto, seria ilegal, por exemplo, a 
interrupção de fornecimento de energia elétrica por uma concessionária a um hospital (mesmo quando o 
hospital encontra-se inadimplente - serviços essenciais). 
Princípio da Razoabilidade 
Trata-se do princípio que estabelece que a atuação administrativa deve ser realizada em 
conformidade com os padrões médios de aceitabilidade da sociedade, sendo esse princípio um dos mais 
importantes instrumentos de defesa dos direitos fundamentais. Isto é, os agentes públicos devem realizar 
suas funções com equilíbrio, coerência e bom senso. Esse princípio encontra-se expressamente previsto na 
Lei 9.784/99. 
A proporcionalidade, por sua vez, é um aspecto da razoabilidade que trata da adequação da 
atuação da Administração Pública em conformidade com a ponderação entre meios e fins (relação custo-
benefício da medida). Por exemplo, as sanções aplicadas pela Administração devem estar em conformidade 
com a gravidade da infração, traduzindo a aplicação do Princípio da Proporcionalidade – proibição de 
excessos. Ou seja, em conformidade com os princípios da Razoabilidade e Proporcionalidade, a autoridade 
administrativa deve fazer uso do meio que se mostre menos gravoso/menos restritivo aos administrados, 
para consecução de seu fim. 
25 
 
No âmbito da Administração Pública, os 
referidos princípios têm aplicação no controle realizado 
pelo judiciário dos atos discricionários editados pela 
Administração que ensejam restrição de direitos ou 
aplicação de sanções, sendo esse um controle legalidade 
e não controle de mérito. Nesse sentido, cabe ao Poder 
Judiciário analisar as medidas administrativas sob a luz 
desses princípios, ou seja, se caso a medida discricionária 
mostrar-se desarrazoada e desproporcional a mesma 
deverá ser anulada. 
Dessa forma, a Administração não pode extrapolar os limites legais do mérito administrativo ao 
editar medidas desproporcionais, sendo essa medida passível de anulação (controle de legalidade) e não 
revogação (controle de mérito). “Professora, o Poder Judiciário pode controlar os atos discricionários 
editados pela Administração Pública?” SIM. Controle quanto à aspectos da legalidade, ou seja, verificação 
se as medidas administrativas foram editadas em observância aos princípios. 
Princípio da Autotutela 
Súmula 473 do STF estabelece que: 
“A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque 
deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os 
direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial” (independência funcional – não 
precisa recorrer ao Poder Judiciário). 
Conforme o enunciado acima transcrito, a administração poderá rever seus próprios atos de ofício 
ou mediante provocação, caso sejam verificados vícios de legalidade ou, se caso a medida não se mostrar 
conveniente e oportuna, revogar os atos administrativos independentemente de qualquer provocação 
(de ofício). Trata-se do poder/dever que a Administração possui de rever os seus próprios atos. 
Nesse sentido, a Administração poderá: 
• Anular o ato administrativo em razão do vício de legalidade. 
A anulação gera efeitos ex tunc, efeitos que retroagem à data 
de edição do ato, como se o ato nunca houvesse existido – 
recomposição da ordem jurídica. MACETE: ex tunc, “t” de 
testa, quando você bate na testa ela vai para trás, ou seja, 
efeitos que retroagem para o passado. 
• Revogação do Ato Administrativo inconveniente e 
inoportuno, gerando efeitos ex nunc (efeitos que não 
retroagem à data de edição do ato), ou seja, o ato não mais 
será válido a partir daquele momento da revogação. 
Contudo, todos os efeitos até então gerados quando da vigência do ato serão perfeitos e válidos. MACETE: 
ex nunc, “n” de nuca, quando você bate na nuca ela vai para frente, ou seja, dali para frente (após a 
revogação) o ato não gera mais efeitos. 
Destaca-se que a autotutela não afasta a possibilidade de controle pelo Poder Judiciário dos atos 
administrativos, haja vista que a tutela jurisdicional no Brasil é inafastável: “Art. 5º, XXXV, CF/88 – A lei não 
excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”. Portanto, o PoderJudiciário poderá 
controlar aspectos de LEGALIDADE do ato administrativo e ensejar a anulação desse ato. 
Cumpre ressaltar que a Lei nº 9.784/99 prevê, no âmbito federal, um prazo DECADENCIAL de cinco 
anos para que a Administração Pública exerça a autotutela e anule seus Atos Administrativos quando 
geradores de efeitos favoráveis a particulares, salvo comprovada má-fé por parte do beneficiário. Ou seja, 
a Administração não pode anular o ato ilegal a qualquer tempo, tendo até 5 anos para anular seus atos. 
 
ATENÇÃO 
 
Então quer dizer que o Poder Judiciário pode julgar o 
mérito dos Atos Administrativos discricionários? 
NÃO! O controle que o Judiciário desempenha é um 
controle de legalidade, para fins de verificar se o ato 
administrativo atendeu aos princípios da razoabilidade 
e proporcionalidade! 
TEM QUE DECORAR! Súmula STF 473 
 
26 
 
FICA A DICA 
A anulação dos Atos Administrativos ilegais, EM REGRA, 
gera efeito ex tunc, ou seja, os efeitos retroagem à data de edição 
do ato. Contudo, em algumas situações, caso o efeito retroativo 
ocasionar prejuízos ao cidadão que, atuando de boa-fé, agiu em 
conformidade com atos presumidamente válidos (presunção de 
legitimidade dos atos administrativos), a doutrina e a 
jurisprudência vem admitindo que os efeitos produzidos por 
aquele ato deverão ser preservados, ainda que o ato esteja 
maculado por vício insanável (EXCEÇÃO: anulação gerando 
efeitos ex nunc). Em alguns casos, é possível que não só os efeitos, como o próprio ato em si seja mantido 
no ordenamento jurídico, como forma de proteção ao cidadão e garantia da Segurança Jurídica. 
Princípio da Motivação 
Segundo esse princípio, o ente estatal deve indicar os pressupostos de fato e de direito que 
determinaram a prática do Ato Administrativo, bem como demonstrar a correlação lógica existente entre 
esses motivos e a conduta deles decorrentes, sob pena de nulidade. 
Assim como o Princípio da Publicidade, a motivação tem o 
escopo de possibilitar o controle da atividade administrativa e a 
verificação da consonância existente entre a conduta do agente e o 
interesse público. Ademais, o §1º do artigo 50, da Lei nº 9.784/99 
estabelece que "a motivação deve ser explícita, clara e congruente, 
podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos 
de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, 
neste caso, serão parte integrante do ato." 
Destaca-se que, em conformidade com a Teoria dos Motivos 
Determinantes, uma vez declarado o motivo do ato, este deve ser respeitado. Portanto, esta teoria vincula 
o administrador ao motivo declarado. Caso o motivo seja viciado, o ato restará viciado. Vale dizer, a teoria 
dos motivos determinantes não condiciona a existência do ato, mas sim sua validade. 
É importante lembrar que o motivo difere de motivação, uma vez que motivo é o fato que autoriza 
a realização do ato administrativo e a motivação, por sua vez, é a justificativa escrita sobre as razões 
fáticas que levaram à pratica do ato. Segundo Bandeira de Mello, a motivação deve ser prévia ou 
contemporânea à expedição do ato. 
Motivação Motivo 
Justificativa escrita – razões de fato apresentadas 
como fundamento para a prática do ato. 
Fato que autoriza a realização do Ato Administrativo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUESTÃO CESPE 
 
O Princípio da Segurança Jurídica não se 
sobrepõe ao da Legalidade, devendo os Atos 
Administrativos praticados em violação à 
lei, em todo caso, ser anulados, a qualquer 
tempo. 
 
Errado 
ATENÇÃO 
 
Aspectos mais importantes sobre esse 
princípio: 
 
- Motivação: consonância entre a 
conduta do agente e o interesse público; 
 
- Teoria dos Motivos Determinantes 
 
27 
 
Princípio da Isonomia 
O Princípio da Isonomia tem o escopo de promover a igualdade de oportunidades e veda que a 
Administração confira tratamento desigual a sujeitos que se encontram em condição de igualdade, de 
maneira impessoal, isto é, a Administração não pode conceder benefícios indevidos, deve tão somente 
visar a redução das desigualdades primando pela 
denominada igualdade material. 
A isonomia justifica, portanto, o estabelecimento de 
garantias a determinados grupos socialmente desfavorecidos, 
como forma de diminuir o nível de desigualdade e fomentar 
a inclusão desses. 
Princípio da Segurança Jurídica 
Trata-se de princípio geral do direito, base do Estado 
de Direito, que garante aos cidadãos não serem surpreendidos 
por alterações repentinas na ordem jurídica posta de forma a 
assegurar a estabilização do ordenamento jurídico e 
proteção da confiança. Nesse diapasão, as modificações 
supervenientes de normas jurídicas não deverão retroagir 
para atingir atos jurídicos perfeitos, sob pena de instabilidade 
do ordenamento e, por consequência, de instabilidade social 
(proteção do direito adquirido, do ato jurídico perfeito e da 
coisa julgada). 
A proteção da confiança, desdobramento e aspecto 
subjetivo do Princípio da Segurança Jurídica, por sua vez, 
impede a administração de adotar posturas 
manifestadamente contraditórias, ou seja, externando 
posicionamento em determinado sentido, para, em seguida, 
ignorá-lo, frustrando a expectativa dos cidadãos de boa-fé. 
FICA A DICA 
Em algumas situações, ainda que a regra acerca da 
anulação de Atos Administrativos ilegais gere efeito ex tunc 
(os efeitos da anulação retroagem à data de edição do ato) se 
o efeito retroativo ocasionar prejuízos ao cidadão que, 
atuando de boa-fé, agiu em conformidade com atos 
presumidamente válidos editados pela Administração, os 
efeitos produzidos por aquele ato deverão ser preservados, 
ainda que o ato esteja maculado por vício insanável. Em alguns casos, é possível que não só os efeitos, 
como o próprio ato seja mantido no ordenamento jurídico, como forma de proteção ao cidadão e garantia 
da Segurança Jurídica. Trata-se de entendimento recente da doutrina e jurisprudência. 
 
 
 
 
 
 
SEGURANÇA JURÍDICA, AMOR E 
DINHEIRO 
 
No começo do relacionamento... 
-Linda eu faço questão de pagar o jantar, você é 
a minha princesa. Não preocupa com isso! 
-Não, que isso. Eu faço questão de pagar! 
(Traduzindo: graças a Deus que ele é cavalheiro. 
Acho POUCO e BOM) 
 
6 meses de relacionamento... 
- Amor ando sem grana, tá complicado a minha 
situação financeira (aquela indireta, bem direta) 
- Lindo, eu vou te ajudar! Você paga o jantar e eu 
o cinema. Ok? (Traduzindo: vou pagar uns 30% 
da saída. Onde já se viu?!?! Eu ganho menos que 
ele, o mundo é machista, eu ainda tenho que 
cuidar da casa e gastar dinheiro para ficar bonita 
- repito: GASTAR MUITO DINHEIRO para 
ficar bonita rs) 
 
1ano de namoro... 
 
- Gabriela, tá complicado para mim. Vamos 
dividir tudo meio a meio. 
- Tudo bem amor, claro (traduzindo: mongolóide, 
mudou totalmente agora que já me conquistou) 
- Que bom que você compreende amor da minha 
vida (já vem elogiando afff). Aliás, como 
durante um bom tempo eu paguei a maior parte 
das contas, eu acho que seria justo você ressarcir 
uma parte do que eu paguei. Você sabe...eu quero 
trocar meu carro, comprar um relógio... 
- Na na ni na não! E o princípio da segurança 
jurídica???? 
- oi 😛? 
- É isso mesmo!!! Você não pode estabelecer uma 
nova regra AGORA e fazê-lá retroagir para o 
passado. Pagou já pagou, ato jurídico perfeito, 
não tem o que fazer! Portanto, somente a partir de 
AGORA, eu vou pagar os 50%. Entendeu? rsrs 
 
 
 
28 
 
QUADRO RESUMO 
Princípio Descrição 
Legalidade A lei rege a prática dos Atos Administrativos 
Impessoalidade Não discriminação com relação aos administrados 
atingidos pelo Ato Administrativo 
Proibição da promoção

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