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RELAÇÕES POSITIVAS E NEGATIVAS NO FUTEBOL, FRUSTRAÇÕES DE JOVENS QUE ALIMENTAM O SONHO DE SEREM FAMOSOS NO MUNDO DO FUTEBOL

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FACULDADE ESTÁCIO DE SERGIPE
 LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA
RELAÇÕES POSITIVAS E NEGATIVAS ENCONTRADAS ENTRE O FUTEBOL, AS MÍDIAS, O ESPETÁCULO, SONHOS E FRUSTRAÇÕES: REFLEXÕES E IMPLICAÇÕES
 ARACAJU-SE
2017
RELAÇÕES POSITIVAS E NEGATIVAS ENCONTRADAS ENTRE O FUTEBOL, AS MÍDIAS, O ESPETÁCULO, SONHOS E FRUSTRAÇÕES: REFLEXÕES E IMPLICAÇÕES
Trabalho apresentado à disciplina Metodologia do Ensino do Futebol e Futsal do curso de Educação Física Licenciatura da Faculdade Estácio de Sergipe.
PROFESSOR:
Me. Kleilson Ricardo de Albuquerque
 
ARACAJU-SE
2017
RELAÇÕES POSITIVAS E NEGATIVAS ENCONTRADAS ENTRE O FUTEBOL, AS MÍDIAS, O ESPETÁCULO, SONHOS E FRUSTRAÇÕES: REFLEXÕES E IMPLICAÇÕES.
FUTEBOL E MÍDIA 
O Futebol é considerado o desporto mais popular do mundo, pois cerca de 270 milhões de pessoas participam das suas várias competições, tendo um . A principal competição internacional de futebol é a Copa do Mundo FIFA, realizada a cada quatro anos. Isto pode explicar a grande exploração da mídia ao futebol.
É bem característico aos jornalistas esportivos que estão à frente de mecanismos de comunicação de grande repercussão, como a rede globo, exagerar no que diz respeito a empolgação. Sua tentativa é fazer com que o telespectador se encha ainda mais com o sentimento de fazer parte daquele espetáculo. Muitos desses posicionamentos acabam fugindo a regra do jornalismo, já que é de fundamental importância o distanciamento das emoções pessoas em detrimentos da seriedade no repasse das notícias. Isso porque a custo de altos preços pagos pela concessão das transmissões de jogos e campeonatos de futebol, como a Copa do Mundo da Fifa, e de grandes eventos esportivos, como as olimpíadas de verão e inverno. Os referidos jornalistas se sentem na obrigação de chamar um publico ainda maior para obter um nível de audiência razoável para justificar seus patrocinadores. 
Os atletas são transformados em mitos ou heróis e são os personagens principais desse espetáculo. Suas vidas são transformadas em roteiros, tudo o que fazem ou dizem é pensado e moldado para ser apresentável e quando não o fazem a punição vem na forma de suspensão de contratos ou multas de cifras milionárias. Além disso, os apresentadores de programas esportivos, que em muitos casos são mais publicitários que jornalistas, acabam confundindo a transmissão desses eventos como um grande filão para o marketing. A estratégia de transformar atletas em heróis nada mais servem do que fazer de uma simples partida uma jornada espetacular para a gloria ou ao fracasso, sendo que tal imagem está longe de refletir a verdadeira realidade. (Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XIV Congresso de Ciências da Comunicação na Região Norte – Manaus - AM – 28 a 30/05/2015)
Os programas esportivos são hoje, no mercado televisivo, um aliado das redes de televisão, fato importante na audiência das emissoras. Observa-se, então, um crescimento na divulgação desses programas em todo o mundo, Verifica-se uma diversidade de matérias jornalísticas, que exibem de notícias sobre o futebol, e têm como público, telespectadores de todas as idades. Dentre elas existe também um certo tipo de publico um pouco mais criterioso no que diz respeito as informações. Esse é formado por uma classe com nível de escolaridade mais elevado, mas que dispõe de pouco tempo para acompanhar as diversas noticias dos diversos jornais esportivos existentes. Ele também não é tão viciado em futebol ao ponto de querer conhecer uma grande variedade de clubes de regiões diferentes da que mora. Esse tipo de publico é o que busca os programas de finais de semana, que exibe um resumo de noticias e eventos mais relevantes da semana e quer saber especificamente de como seu time está se saindo em seu campeonato. Ele ainda se interessa pela seleção brasileira em varias modalidades. Por isso, ele prefere assistir aos programas que tratam os assuntos gerais de forma mais resumida.
ESPETÁCULO, SONHOS E FRUSTRAÇÕES
A ideia de “Pão e Circo” da política romana pode ser encontrada ressignificada no atual modelo de divulgação do esporte-espetáculo: enquanto os expectadores são induzidos a se emocionarem com casos e mais casos de atletas de origem humilde que obtiveram sucesso através do esporte de forma irrefletida acabam comprando ideias e produtos que, de certa forma, os conduzem ao sentimento de pertencimento dessas conquistas, alienando-os, assim, da resolução de problemas reais e acalmando o desejo de mudanças realmente significativas. 
O Futebol e a mídia formam uma poderosa combinação de força e com isso influenciam muito na escolha dos produtos consumidos pelas pessoas. Tamanha é a influencia da mídia que através do apelo dela (em favor dela também) muitas decisões tomadas por um técnico ou por um clube são colocadas de tal modo que o comportamento dos torcedores influencia diretamente na tomada de decisões administrativas, isto em favor de uma espetacularização mais acertada.
Marcus Pestana, 2015. Além de paixão popular, o futebol se transformou em um grande campo de negócios, mexendo com milhões e milhões de reais e configurando uma nova cadeia produtiva, a economia do futebol. Os tempos do amadorismo e do “amor à camisa” se foram. O futebol deixou de ser campo da ingenuidade presente nos dribles e fantasias de um Garrincha e virou, sobretudo, business( negócio).
O futebol brasileiro vem se tornando a cada dia um mercado mais lucrativo, aspectos da realidade comprovam isso: a comercialização de jogadores; a venda de imagem para emissoras de televisão; os ingressos pagos por torcedores que vão aos estádios; a indústria de material esportivos a ele ligada; os inúmeros tablóides e revistas de futebol, entre outros. Tudo isso gera renda e lucro para o “mercado do futebol” fazendo assim com que ele se transforme em um espetáculo extremamente rentável. Ao que parece, o futebol se transformou em um negócio e os clubes se transformaram em empresas – e são administrados como tal (quando não o são, recebem críticas de quase toda a imprensa). O futebol encontra na lei da oferta e da procura sua fonte de lucratividade, muitos pagam para assistir ao espetáculo enquanto outros, também em grande número, oferecem-se para produzir o espetáculo. O esporte, entendido constitucionalmente como um direito social universal, transforma-se, assim, em um universo próprio e restrito, no qual a maioria dos indivíduos tem apenas uma participação parcial enquanto consumidores de um espetáculo. Para que esse espetáculo gere cada vez mais lucro e motive ainda mais a já apaixonada torcida.
 Os clubes investem no aperfeiçoamento do espetáculo: em jogadores – na verdade, os clubes buscam meninos que, com a ilusão de ascensão social, transformam-se em mão-de-obra (muitas vezes, extremamente barata) para a produção do espetáculo futebolístico. Tais meninos, deslumbrados com a imagem de Ronaldinhos e Robinhos – que na realidade fazem parte de uma restritíssima minoria que conquistou dinheiro e sucesso – sonham se tornarem jogadores famosos e conhecidos. Concretamente, a grande maioria não chega a isso. A realidade é bem diferente, como nos demonstra Alcantara, 2006; através de uma pesquisa: a pirâmide salarial do futebol brasileiro mostra que 76% de todos os jogadores profissionais atuando no país ganham até dois salários mínimo mensais, 21% faturam entre dois e 20 salários mínimos, e apenas 3% ganham acima de 20 salários mínimos (ALCANTARA, 2006, p. 2). Esses garotos são transformados, de acordo com a lógica de Marx, em mercadoria – futebol espetáculo: “[...] objeto que, em vez de ser consumido por quem produz, está destinado à troca e à venda” (MARX,1968,p.61). Com a mercantilização fica impossível garantir que o futebol seja um direito social e sim apenas como objeto de consumo, pois a lógica espetacularizante coloniza qualquer outra possibilidade de prática social com significado. Nesse contexto, o Estado entra comogarantidor apenas de normas jurídicas, ele delega aos clubes toda a autonomia para a efetivação do esporte, pois as políticas neoliberais – que ganham cada vez mais espaço no Estado moderno – têm exatamente essa premissa, a busca da satisfação das necessidades dos indivíduos no mercado. Portanto, como o futebol ( e o esporte, em geral) não é garantido como um direito social é tratado tão-somente como uma mercadoria: a lógica do mercado comanda os campeonatos e os modifica transformando os clubes em empresas e os indivíduos em consumidores em potencial. Conclusões A partir desse estudo inicial, algumas questões começam a se tornarem mais claras: o futebol tem se mercantilizado no mundo todo, porém, no Brasil, tal mercantilização apresenta traços particulares. Como nossa cultura está marcada pela paixão por esse esporte, muitos brasileiros julgam ter um dom natural para o jogo, assim, garotos – convencidos desse talento inato para essa modalidade esportiva – sonham em ser jogadores de futebol, com a falsa ilusão de ascensão social. A contribuição do Estado, no campo mercadológico do futebol, dá-se pelas de leis: a “lei Pelé” (que abriu um grande espaço para os agenciadores de carreira) e o Estatuto de Defesa do Torcedor (que assim como o Código de Defesa do Consumidor, reduz a cidadania ao consumo). Intervém, ainda, anistiando dívidas e, assim, transferindo recursos públicos para instituições de caráter privado (a Timemania e a Lei de Incentivo ao Esporte, são exemplos disso). 
REFLEXÕES E IMPLICAÇÕES
Em outros termos, o sonho é, inclusive, impulsionado pela imagem e pela constituição da imaginação social, cuja forma, a força da imagem que os “Ronaldos”, “Kakas”, “Romários” exercem na imaginação do iniciante/iniciado, é definitiva para a manutenção dessas buscas. Essa força exerce, inclusive, a influência em dissimular a realidade e difundir um suposto glamour da profissão, mesmo diante de realidade adversa. No relato de M.S. esse aspecto ressalta: 
No começo eu senti muita dificuldade, é uma vida totalmente paralela, porque você fica no meio do esporte, no caso o futebol, e só tem aquilo na sua cabeça. Então, o seu dia-a-dia é acordar e treinar. Você pode até ir para uma escola, no caso eu estava fazendo na época colegial, mas é treinar, melhorar aquilo que você está fazendo [...] e eu só vivia futebol. Digo que nós assistíamos programas de TV que falavam, somente, sobre futebol e não tínhamos consciência do mundo. Para gente não importava também o que vinha de fora, os acontecimentos do mundo lá fora e, por exemplo, questões sobre cidadania, sobre direitos do outro, sobre política ou economia. Isso para gente não interessava [...].
O que falta é uma nova postura do espectador que não está acostumado a ler nas "entrelinhas". Assim, torna-se necessário, no sentido de se evitar a ilusão dos que procuram esta carreira, uma interpretação mais realista das informações disponíveis, além da necessidade de mudança de comportamento dos que optam pela carreira, para que não passem por situações traumáticas (Paulo Roberto Trombini Amaral).
REFERÊNCIAS
ALCANTARA, H. A magia do futebol. Estudos Avançados, São Paulo, v. 20, n. 57, 2006. Disponível em: . Acesso em: 12 dez 2006. 
ALVES-MAZZOTTI, A. J. Do trabalho à rua: uma análise das representações sociais produzidas por meninos trabalhadores e meninos de rua. In: CFCH/UFRJ (Org.). Tecendo saberes. Rio de Janeiro: EdUFRJ, 1994. V. 1, p. 9-45. 
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BARTHOLO, T. L.; SOARES, A. J. G. Identidade, negócio e esporte no mundo globalizado: o conflito entre Guga e os patrocinadores na Olimpíada de Sidney. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, v. 28, n. 1, p. 55-72, set. 2006. 
BOURDIEU, P. A escola conservadora: as desigualdades frente à escola e a cultura. In: NOGUEIRA, M. A.; CATANI, A. (Orgs.). Escritos de educação. Petrópolis: Vozes, 1998. p. 39-65. 
CARVALHO, C. A.; GONÇALVES, J. C. A mercantilização do futebol brasileiro: instrumentos, avanços e resistências. Cadernos Ebape, v. IV, n. 2, jun. 2006. Disponível em: . Acesso em: 22 nov. 2006.
PAOLI, P. B. Os estilos de futebol e os processos de seleção e detecção de talentos. Tese de Doutorado. Programa de Pós-graduação em educação física. Universidade Gama Filho, 2007. PRONI, M. A metamorfose do futebol. Campinas: Editora Unicamp, 2000.
SOUTO, S. M. Futebol: entre o simbólico e o mercado. In: GARGANTA, J.; OLIVEIRA, J. E MURAD, M. (Orgs.) Futebol: de muitas cores e sabores. Porto: Campo das Letras (Saberes do Desporto), 2004. p.119- 135.
PIMENTA, C. A. M. (2006). Sociologia da Juventude: futebol, paixão, sonho, frustração, violência. Taubaté: Cabral Editora. TODOROV, T. (1996). A vida em comum: ensaio de antropologia geral. Campinas: Papirus.
BARROS, F. L. Carreira de sonhos e ilusões. Revista Família Crista, São Paulo 1990; 56: 64-5.
BRANDÃO, M. R. F. Transição de carreira esportiva em jogadores de futebol profissional. São Paulo, SP: I SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE PSICOLOGIA DO ESPORTE, 2001.
LEVER, J. A loucura do futebol. Rio de Janeiro: Record, 1983.

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