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FACULDADE DE ENGENHARIA “CONS. ALGACYR MUNHOZ MAEDER” DE P.PPTE CONSTRUÇÃO CIVIL I (NOTAS DE AULA) ARLINDO ALVES DE SOUSA JUNIOR Presidente Prudente - SP 2016 FACULDADE DE ENGENHARIA “CONS. ALGACYR MUNHOZ MAEDER” DE P.PPTE CONSTRUÇÃO CIVIL I (NOTAS DE AULA) ARLINDO ALVES DE SOUSA JUNIOR Trabalho Bimestral, apresentado a Faculdade Conselheiro Algacyr Munhoz Maeder, Curso de Engenharia Civil, Universidade do Oeste Paulista, para disciplina Construção Civil I. Professor: Ivan Salomão Liboni Presidente Prudente - SP 2016 RESUMO Construção Civil I Estas Notas de Aula, intituladas “Construção Civil I”, têm como objetivo apresentar um resumo do conteúdo programático da disciplina de mesmo nome para o Curso de Engenharia Civil da Faculdade de Engenharia Conselheiro Munhoz Maeder de Presidente Prudente. Palavras-chave: Engenharia Civil. Construção. Gerenciamento. Obras. Estrutura. Fundações. Concreto. Lajes. Contrapiso. Alvenaria. Escoramentos. Canteiro. ABSTRACT Civil Construction I These Class Notes, titled “Civil Construction I”, aim to present a summary of the syllabus content of the discipline of the same name for the Civil Engineering Course of the Faculty of Engineering Conselheiro Munhoz Maeder, Presidente Prudente, São Paulo Keywords: Civil Engineering. Construction. Management. Construction. Structure. Foundations. Concrete. Slabs Underfloor. Masonry. Chisels. Construction site. Sumário 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 6 2 PROVIDENCIAS INICIAIS ................................................................................................................... 6 2.1 Providencias para iniciar um projeto executivo. ........................................................................... 7 2.2 Providencias para iniciar uma obra a partir de um projeto executivo já concluído. .................... 9 3 DIMENSIONAMENTO DO CANTEIRO DE OBRAS ........................................................................... 10 4 LOCAÇÃO DA OBRA ........................................................................................................................ 11 5 FUNDAÇÕES ................................................................................................................................... 12 6 ESTRUTURAS .................................................................................................................................. 14 6.1 Formas ......................................................................................................................................... 14 6.2 Armação ...................................................................................................................................... 16 6.3 Concreto ...................................................................................................................................... 17 7 EXECUÇÃO DAS LAJES .................................................................................................................... 18 8 EXECUÇÃO DE CONTRA-PISO ......................................................................................................... 19 9 ALVENARIA DE VEDAÇÃO .............................................................................................................. 19 9.1 Blocos de Concreto ...................................................................................................................... 20 9.2 Blocos Cerâmicos ......................................................................................................................... 21 10 ALVENARIA ARMADA: BLOCOS DE CONCRETO .......................................................................... 22 11 SISTEMA DRY-WALL: CONSTRUÇÃO A SECO ............................................................................... 23 12 ESCORAMENTO ............................................................................................................................ 24 13 MOVIMENTAÇÃO DE TERRAS ...................................................................................................... 26 13.1 Terraplenagem Mecanizada ...................................................................................................... 27 13.2 Operações básicas de Terraplanagem ....................................................................................... 28 14 RECEBIMENTO DE MATERIAIS NA OBRA..................................................................................... 28 14.1 Recebimento de Madeira .......................................................................................................... 29 14.1.1 Madeiras Folhosas .................................................................................................................. 29 14.1.2 Madeiras Coníferas ................................................................................................................. 30 14.2 Recebimento de Concreto usinado ........................................................................................... 30 14.3 Recebimento de Aço ................................................................................................................. 32 15 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................................. 33 APÊNDICE A: RELATÓRIO TÉCNICO DE SISTEMA DE RECEBIMENTO DE MATERIAL EM OBRA ..... 35 APÊNDICE B: I MARATONA DE PALESTRAS DE ENGENHARIA CIVIL .............................................. 40 REFERÊNCIAS ................................................................................................................................ 51 6 1 INTRODUÇÃO O setor da construção civil é considerado, e reconhecido, como um eficaz “termômetro” socioeconômico de uma cidade, de um estado ou mesmo até de um país, pois é ele que indica, quando analisado corretamente, o quanto estável financeiramente aquela sociedade esteve, está e estará pelos próximos 5 anos, em média. Seja em escala municipal, estadual ou nacional, uma sociedade que vive num canteiro de obras em crescimento constante, é uma sociedade em constante crescimento. Partindo deste pressuposto, destaca-se o perfil dos profissionais da Construção civil, desde o estagiário do Auxiliar de limpeza até o mais importante cargo de Diretor executivo de uma multinacional, que abrange todas as classes socioeconômicas de uma sociedade, subentendendo assim, que talvez seja este o motivo pelo qual sua importância se destaca na economia de uma comunidade, afinal se uma obra para, todos são prejudicados. Como um titereiro que dá vida aos seus bonecos, ou como um maestro que conduz sua orquestra, o Gerente de obra ocupa uma posição de centralizador da administração, organização, desenvolvimento e qualidade de toda a obra, assumindo para si tal responsabilidade do início ao fim de todo o processo. Este resumo abordará informações direcionadas aos egressos no mercado de trabalho que, mesmo sem experiência prática adquirida, precisam enfrentar os desafios de umaobra de forma prática e eficaz. Devido à complexidade e grande abrangência do tema proposto, este trabalho não pretende ter um caráter de manual técnico, mas sim elaborar um guia de planejamento baseado, exclusivamente, no conteúdo programático da disciplina Construção Civil I, ministrada pelo Professor Ivan Salomão Liboni para o curso de Engenharia Civil da Faculdade de Engenharia Conselheiro Munhoz Maeder de Presidente Prudente, São Paulo. 2 PROVIDENCIAS INICIAIS Para dar início a qualquer processo construtivo de fato, seja ele pequeno, médio ou grande, primeiro o Engenheiro deverá elaborar um Levantamento 7 de informações técnicas e burocráticas a respeito de tudo que estiver ao seu alcance referente ao projeto e ao terreno em questão. Estas providencias asseguram que o início da obra ocorra da maneira mais objetiva e econômica possivel, evitando assim desperdícios de tempo e de dinheiro. Tais ações se dividem em dois subgrupos menores de tempo, sendo o primeiro deles referente ao período anterior a elaboração do projeto e o segundo entre o projeto e o início da obra propriamente dita. 2.1 Providencias para iniciar um projeto executivo. Para conseguir iniciar qualquer projeto executivo, o Engenheiro precisará da planta topográfica do terreno ao qual se pretende realizar a construção da obra. Devido a globalização da tecnologia, este tipo de documento é relativamente fácil de se obter visto que, hoje em dia, as empresas se beneficiam da utilização de Softwares avançados de levantamento planialtimétrico para a elaboração do seu trabalho. Mesmo se o projeto planialtimétrico já existir, e/ou a contratação de uma empresa especializada para a elaboração de um novo desenho for dispensada, é preciso que o Engenheiro confira as informações já registradas com as características reais do terreno realizando visitas in loco focadas em verificações de medidas e proporções. As visitas deverão servir para que o Engenheiro registre informações como a posição do terreno em relação ao seu entorno físico, verificando as relações existentes entre os lotes e prédios vizinhos, vias de acesso, Infraestrutura urbana disponível (água, esgoto e energia), parques, praças públicas e qualquer outro elemento existente que possa influenciar e/ou intervir nas decisões importantes da concepção do projeto executivo. Para entender a importância desta percepção espacial, basta imaginar uma piscina projetada sob uma área que não recebe incidência solar devido ao prédio vizinho que projeta sua sombra sobre a área ao longo de todo o dia. A mesma atenção deve acontecer em relação a orientação solar do terreno pois questões do tipo: “para onde aponta o Norte?” são extremamente importantes, e essenciais, na concepção de qualquer projeto. Um exemplo é a 8 disposição dos dormitórios em uma planta residencial. O correto seria dispor estes cômodos, caracterizados como áreas de descanso, direcionados a Leste por se tratar da orientação onde ocorre o “nascer do sol”. Com todas estas informações organizadas e processadas, o Engenheiro deverá visitar todos os órgãos públicos que possuírem qualquer tipo de vínculo legislativo com o terreno em especifico. O principal, na maioria das cidades, se encontra na Prefeitura Municipal e é denominado como Secretaria Municipal de obras. Toda cidade possui suas particularidades e, por consequência, uma identidade de zoneamento urbano própria. A delimitação dos limites físicos entre uma zona urbana para outra se dá através do estudo profundo sobre o urbanismo local e, desde 2004 com a criação do Estatuto da Cidade pelo Governo Federal, se apresenta como parte integrante do Plano Diretor em formato de Lei, ou seja, o terreno em questão, além de possuir influencias do seu entorno e características físicas especificas, pertence a uma Zona Urbana que estabelece diretrizes projetuais e construtivas que restringem, e controlam, qual uso aquele solo terá e, ainda, qual a forma que ele deverá ser ocupado. O Engenheiro ter o domínio destas informações é tão essencial quanto um padre deve saber rezar a oração do Pai nosso. Um exemplo recente, relacionado ao prejuízo que pode acontecer caso um projeto executivo nasça desrespeitando os índices urbanísticos estabelecidos pela sua zona urbana, ocorreu na cidade de Salvador na Bahia em meados de novembro de 2016. O caso teve repercussão nacional e resultou, inclusive, na queda de dois políticos, então Ministros, em menos de uma semana. Na ocasião, o ex-Ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria do governo federal) foi acusado pelo ex-Ministro da Cultura, Marcelo Calero, de pressiona-lo a aprovar um empreendimento que havia sido embargado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) por apresentar irregularidades referentes ao seu coeficiente de aproveitamento do solo. Em resumo, o prédio residencial foi projetado em uma área tombada da cidade e sua construção poderia gerar sombreamento a um patrimônio que data do século 16 e 17. O Iphan justificou que o empreendimento poderia atingir apenas 11 pavimentos dos 31 que já haviam sido vendidos, sendo o ex-Ministro Geddel proprietário de uma das unidades mais altas do edifício. Entendida a importância desta primeira etapa, conclui-se que todo e qualquer projeto executivo é, na verdade, o resultado obtido a partir do processamento 9 mutuo dos diversos tipos de variáveis existentes que condicionaram sua criação e que garantiram sua mais eficaz versão de qualidade, prazo e investimento de capital. 2.2 Providencias para iniciar uma obra a partir de um projeto executivo já concluído. Com o projeto executivo definido e aprovado, o Engenheiro deverá providenciar tudo que for necessário para conseguir iniciar a construção de fato do empreendimento. Primeiro de tudo, ele deverá comunicar aos órgãos competentes o início da obra através do preenchimento do formulário próprio devidamente assinado pelo Responsável Técnico (RT) que deverá apresentar um comprovante de pagamento referente ao seu ISS, ou da empresa contratada, uma cópia do alvará de construção obtido da aprovação do projeto perante a Prefeitura e, por fim, a anotação de responsabilidade técnica junto ao CREA do estado que também é conhecida como ART. Feito isso, uma placa (com metragem mínima igual a 1 m²) deverá ser fixada em local de destaque no terreno com todas as informações básicas disponíveis, como o endereço e o número do CREA do RT. Somente os profissionais licenciados pelos CREA’s podem exercer a responsabilidade técnica de uma obra, sendo que, qualquer tipo fraude de assinatura, ou similar, se caracteriza como crime havendo chance do profissional perder seu registro perante o conselho e nunca mais poder atuar como Engenheiro Civil. Feito isso, o Engenheiro deverá garantir que o terreno fique limpo e livre para a realização da devida implantação prevista. Avaliar se existem construções a serem demolidas, arvores indesejadas, movimentações de terra necessárias e qualquer outro tipo de condicionante que apresente ser um obstáculo para a construção correta do empreendimento almejado. Cada item abordado anteriormente possui uma grande quantidade de especificações técnicas que estabelecem quais são os métodos corretos de execução de cada serviço especifico. Cortar uma árvore sem a autorização da Secretaria Municipal e do Meio Ambiente, por exemplo, pode resultar em multa em diversas cidades brasileiras. Para conseguir a aprovação para o corte de arvores, basta levar o projeto do empreendimento aprovado até a secretaria responsável e solicitar pela mesma. O casoserá avaliado e sempre contará com uma solução. 10 Caso o obstáculo seja uma casa a ser demolida, a ação deverá ser executada por um profissional/empresa especializado e que, obrigatoriamente, assuma a responsabilidade técnica pela demolição. É necessário elaborar um Registro fotográfico da situação anterior a demolição, principalmente nas construções vizinhas sujeitas as possíveis trepidações que surgirão, e verificar as condições de equilíbrio da estrutura a ser demolida. O objetivo é zerar as possibilidades de acidentes de trabalho reunindo o máximo de informação possivel e disponível. Com o terreno limpo, livre, regularizado e devidamente identificado e protegido, o Engenheiro conseguirá prosseguir para a próxima etapa do serviço que consiste em montar uma instalação provisória segura, eficiente e principalmente funcional que servirá como base de apoio operacional para toda a obra. Esta instalação provisória é denominada como Canteiro de Obras e seu correto dimensionamento é regido por norma técnica estabelecida pelo Ministério do Trabalho. 3 DIMENSIONAMENTO DO CANTEIRO DE OBRAS Para dimensionar um canteiro de obras, o Engenheiro deverá ter domínio pleno das necessidades relacionadas aquela obra e naquele terreno. É o porte da obra que especifica, por exemplo, quantos depósitos existirão no canteiro e onde eles estarão localizados, quais são as salas necessárias para apoio técnico- administrativo e onde serão locadas, quantos chuveiros deverão ser instalados, quantos metros quadrados deverão ser destinados como refeitório e/ou área de lazer, a necessidade de se instalar dormitórios ou lavanderia, enfim, quais seriam as instalações mínimas necessárias não apenas para o bom desenvolvimento da obra, mas também para garantir o mínimo de segurança e conforto aos seus trabalhadores envolvidos? O Ministério do trabalho respondeu a esta pergunta quando elaborou a Norma regulamentadora NR18 que apresenta diretrizes relacionadas as medidas de controle no meio ambiente da Indústria da construção civil. Nesta norma, é possivel encontrar todas as exigências mínimas relacionadas aos mais diversos tipos de Obra. Em obras de médio ou grande porte, por exemplo, deverão ser previstas no mínimo três salas de apoio técnico-administrativo, sendo uma para o Engenheiro, outra para o Mestre de Obra e a terceira para ser dividida entre os demais 11 encarregados. Cada sala deverá possuir banheiro privativo e dimensões que possibilitem o trabalho corporativo que o espaço requer. Os sanitários devem prever 01 conjunto de lavatório, vaso e mictório para cada grupo de 20 trabalhadores e 01 chuveiro para cada grupo de 10. Os vestiários devem prever armários com cadeados individuais e bancos para seus usuários. Os alojamentos são necessários apenas em regiões onde os trabalhadores foram deslocados pela empresa para a realização daquele serviço especifico, e o refeitório deve prever cerca de 1 m² por trabalhador para seu local de refeição. É com este nível de detalhamento que a norma regulamentadora NR18 estabelece diversas outras diretrizes, como por exemplo sobre como deve ser a instalação elétrica do canteiro, que mesmo provisória, deve estar protegida contra impactos mecânicos e nunca deixar sua fiação desprotegida. Com a finalização do canteiro dentro das diretrizes estabelecidas pela norma vigente para a obra em questão, todas as equipes já possuem condições de se organizarem para a próxima etapa que consiste em marcar no terreno as primeiras projeções do prédio que será construído. 4 LOCAÇÃO DA OBRA A expressão “locar a obra” representa o ato de desenhar no terreno as primeiras projeções do prédio que será construído a uma escala 1:1, ou seja, em tamanho real de implantação. O procedimento é bem simples, porém extremamente importante, trata-se da instalação de um contorno em madeira ao redor da implantação do prédio que, com a ajuda de pregos e linhas, delimitará todos os eixos das futuras paredes. Este elemento é conhecido como gabarito. Para isso, antes o Engenheiro deverá começar representando os eixos principais da fundação, sempre com base nos projetos existentes (implantação, fundação, arquitetura, etc.), usando como referência qualquer elemento existente no local (alinhamento da rua, postes, muro do vizinho, etc.). Através do uso de teodolito e piquetes, cavaletes, tabeleiras ou tábuas corridas, os demais pontos deverão ser representados da mesma forma. O resultado será uma malha de eixos que servirá de base para todo o restante da obra. 12 5 FUNDAÇÕES As fundações são os primeiros elementos de qualquer estrutura e podem ser classificadas através de sua profundidade ou de como transfere sua carga para o solo. As Fundações diretas são aquelas que transferem a sua carga diretamente da sua base para o solo, enquanto nas Fundações indiretas isso se dá pelo atrito lateral e não diretamente. As Fundações rasas, ou superficiais, possuem até 2m de altura, enquanto as Fundações profundas possuem valores acima de disso. Portanto assim, é possivel fazer combinações e existir Fundações Diretas e rasas (que é o caso dos Alicerces, das sapatas e o radier); e também existir Fundações Diretas e profundas (que seriam os Tubulões a céu aberto ou mesmo os a ar comprimido); porem existe apenas Fundações Indiretas profundas (que seriam as Estacas), não existindo indiretas rasas. A escolha do tipo de fundação irá depender do tipo de solo do terreno, dos carregamentos (intensidade e se são pequenos ou altos edifícios); da vibração causada pelo processo; da “Cultura do local”; dentre outros. Para identificar presença de lençol freático no local, uma sondagem deverá ser feita com a construção de poços exploratórios com ɸ ≈ 1m. A sondagem também serve para identificar a capacidade de suporte do solo, e pode ser do tipo Ensaio de penetração contínua (E.P.C); do tipo ensaio de palheta; ou Standard Penetration Test (S.P.T). Para cargas baixas, os tipos mais comuns de fundações são as do tipo blocos e alicerces (não armado); sapatas corridas (distribuída); sapatas isoladas (concentrada); sapatas associadas; radiers e brocas. Para as cargas médias, os tipos mais comuns são as Brocas; as Strauss; o Trado mecânico; e a Pré-moldada. Para construir Blocos ou alicerces, ou seja, um dos primeiros exemplos para pequenas cargas e que são mais usuais em casas térreas e em terrenos resistentes a pequenas quantidades, primeiro deve-se abrir valas no solo que sejam mais largas que o próprio bloco; feito isso, deve-se fazer uma inspeção destas valas para analisar a existência de poços, fossas ou até mesmo formigueiros que possam atrapalhar na execução da fundação. Em seguida é realizado o apiloamento do fundo (com soquete ou sapo mecânico); e depositado um lastro de concreto magro seguido de outra camada de brita. O Lastro servirá para auxiliar a distribuição dos esforços e a brita na drenagem de impermeabilização. 13 Para construir fundações do tipo Sapatas, primeiro deve-se identificar qual a tipologia da mesma, logo que existem Sapatas corridas (cargas lineares), Sapatas isoladas (pilares: cargas pontuais) e as Sapatas alavancadas (elementos em divisa de terrenos, vigas de equilíbrio). Estabelecido isto, o procedimento permanece semelhante ao relacionado a execução de blocos, ou seja, primeiro abre-se rasgos no solo, mais conhecidos como valas, que devem possuir largura maior que as sapatas. Nestas valas serão montadas formas de madeira onde a armação da fundação será instalada e em seguida despejado o concreto. Após sua cura, a sapata deverá serimpermeabilizada antes de receber a fiada de embasamento que também deverá ser impermeabilizada sob o mesmo processo (película polimérica) O outro tipo de fundação mencionado foi o Radier e sua construção de dá em terrenos nivelados e com capacidade de carga. Trata-se de uma laje sobre o solo, portanto, primeiro prepara-se a base com lastro de brita para em seguida colocar a armadura e espaçadores. Para se obter uma qualidade satisfatória, recomenda-se a utilização de aparelho e régua graduada de nivelamento neste processo. Antes da concretagem, fixar todas as instalações elétricas de piso mais as instalações Hidrossanitárias. A execução de uma fundação do tipo broca nada mais é do que uma estaca escavada com trado manual e preenchida com concreto, é preciso tomar cuidado ao preencher a perfuração para não ocorrer mistura do concreto com o solo e sempre manter seu nível inferior acima de lençóis freáticos. A execução estaca tipo Strauss ocorre em terrenos de menor capacidade e média intensidade de carga. É classificada como fundação profunda, podendo atingir até 24 m de profundidade com- ɸ = 30 a 45 cm (usual). Sua capacidade é de 30 a 60 toneladas em solos coesos (onde as partículas estão juntas/ligadas). Como a anterior, também deve manter seu nível inferior cima do lençol freático; e a perfuração se dá por percussão. E por fim as estacas pré-moldadas de concreto que são utilizadas para cargas elevadas sendo o único trabalho a perfuração do solo que será feita por bate- estacas. Os Baldrames são os elementos responsáveis pela interligação entre a superestrutura e a infraestrutura do edifício. Sua execução também é feita através de formas de madeira e concretagem convencional. 14 6 ESTRUTURAS Ao esclarecer alguns métodos de execução no capítulo anterior, ficou nítido aos mais atentos que, para executar qualquer tipo de estrutura, o Engenheiro deverá passar por 03 processos consecutivos. Primeiro ele deverá construir as fôrmas necessárias (1), para em seguida instalar a armação projetada (2); e por fim concretar o elemento. 6.1 Formas As fôrmas são estruturas provisórias, normalmente de madeira, que dão forma e suporte aos elementos de concreto até sua solidificação. Também podem ser metálicas e mistas, combinando elementos de madeira com peças metálicas, plásticos, papelão e pré-moldados. Podem ser do tipo convencional (pequenas obras particulares); moduladas (obras repetitivas e edifícios altos); trepantes (torres, barragens e silos); deslizantes verticais (torres e pilares altos de grande seção); e deslizantes horizontais (barreiras, defensas e guias). Geralmente são de madeira pois, além da mão-de-obra ser relativamente fácil (carpinteiro); o uso de equipamentos é pouco complexo e mais barato (serras manuais e mecânicas, furadeiras, martelos, etc.). Sua resistência a impactos e manuseio é boa (transporte e armazenagem) e se classifica como material reciclado e possível de der reutilizado. As restrições ao uso da madeira se refere ao tipo de obra e condições de uso, como sua pouca durabilidade; pouca resistência nas ligações e emendas; grandes deformações quando submetida a variações bruscas de umidade; e ser inflamável. As fôrmas de tábuas podem ser de pinho, cedrinho, jatobá, cambara, eucalipto e pinus (não recomendado). Normalmente, as tábuas são utilizadas nas fôrmas como painéis e de fundo dos elementos a concretar. As fôrmas de chapas compensada normalmente são usadas em substituição às tábuas nos painéis das fôrmas dos elementos de concreto armado. São apropriadas para o concreto aparente, apresentando acabamento superior do que com painéis de tábuas. 15 Em obras correntes é comum usar chapas resinadas por serem mais baratas, em obras onde requer melhor acabamento, as recomendadas são as de chapas plastificadas (maior custo, porém maior número de reaproveitamento). Quando for utilizar painéis de chapas de compensados para moldar paredes, vigas altas, pilares de grandes dimensões e lajes, deve-se reforçar as chapas, obtendo um melhor rendimento pelo aumento da inércia da chapa. Para isso pode-se utilizar reforços de madeira, peça metálica ou mistos dos dois. As fôrmas metálicas possuem diversas espessuras, dependendo das dimensões e dos esforços e resistir. São indicadas para a fabricação de elementos de concreto pré-moldados, com fôrmas permanecendo fixas durante amarração, lançamento, adensamento e cura. Os elementos mais usados são as escoras e os travamentos. Embora mais caros, são mais duráveis. As fôrmas mistas geralmente são compostas de painéis de madeira com travamento e escoramento metálicos e têm durabilidade quase infinita, enquanto a de madeira se restringe a uma obra, ou aproveitamento em outras. As fôrmas de pilares necessitam de maior atenção na transferência dos eixos do piso anterior para a laje em execução e do nível (garantir a geometria da obra). Já as fôrmas de vigas podem ser lançadas após a concretagem dos pilares ou no conjunto de fôrmas pilares, vigas e lajes para serem concretadas ao mesmo tempo. O escoramento de madeira (pontaletes) é composto por peças de madeira que são colocadas na vertical para sustentar os painéis de lajes e de vigas. São muito utilizadas escoras de eucalipto. Possui seção quadrada: (mínimo) de 2x2 para madeiras duras e 3x3 para madeiras menos duras. O escoramento metálico se constitui por escoras metálicas que são pontaletes tubulares extensíveis com ajustes a cada 10 cm, com chapas soldadas na base para servir como calço. Podem ter no topo também uma chapa soldada ou uma chapa em U para servir de apoio as peças de madeira (travessão ou guia). A retirada das fôrmas e do escoramento somente poderá ser feita quando o concreto estiver suficientemente endurecido para resistir aos esforços que nele atuarem. Sempre utilizar pessoal capacitado para o serviço, e deve ser feita de forma progressiva afim de evitar fissuras e trincas. Deve-se evitar o uso de materiais que danifiquem as fôrmas ou a superfície do concreto. 16 Para saber qual o tempo correto de cura, o Engenheiro poderá se basear nas especificações disponíveis na norma vigente e que relacionam o produto com suas especificações estruturais. 6.2 Armação A fase da armação das estruturas, ou colocação das ferragens, é uma das mais importantes, devendo o Engenheiro-supervisionar com muita atenção a sua execução do início ao fim. Em paralelo, deve-se instalar os embutidos elétricos e hidrossanitários (tubulação de água, eletrodutos, etc.). Nem toda obra exige um projeto estrutural, portanto pode ser que fique na responsabilidade do engenheiro fazer o dimensionamento dos elementos estruturais, inclusive as definições de projetos de armadura. Projetos estruturais referentes a armaduras devem ser bem detalhados, para evitar qualquer problema posterior (o que pode trazer consequências desastrosas). O projeto deve fornecer informações como: a. Seções e comprimentos dos elementos de concreto armado (fôrmas e armaduras); b. Desenho detalhado das peças estruturais; c. Definição das bitolas do aço; d. Espaçamentos entre as barras de aço; e. Definição de cobrimentos, esperas, emendas ou transpasse; f. Pranchas contendo: planta de locação de estacas; planta de fôrma dos blocos e vigas de fundação; planta de fôrmas dos pavimentos; detalhamento das vigas, lajes, pilares, escadas etc. g. Volume de concreto e área de fôrmas; h. Tabela do aço (posição do aço, comprimentos e pesos parciais e global). Os procedimentos preliminares na execução das armaduras se dividem em Aquisição doaço; Fiscalização do produto; Preparação da área para o manuseio do aço; e Contratação da mão-de-obra para os trabalhos de armação. O aço é utilizado na construção civil de acordo com suas características mecânicas e seu processo de fabricação (laminação a quente, encruamento por deformação a frio ou trefilação fio-máquina). De acordo com a norma NR 7480/96, as barras de aço de todos os tipos, com diâmetro de 10mm ou mais, deverão apresentar 17 marcas de laminação em relevo identificando a marca do fabricante, a categoria do material e seu diâmetro. O corte dos ferros, que já foi feito de diversas maneiras, atualmente é feito com serra de corte (disco de corte) e sua dobra é feita por meio de maquinas especializadas no serviço. A armação é realizada depois do corte e dobra do aço e em seguida levados para as fôrmas para a montagem final. No caso de armaduras de pilares e vigas, deve-se instalar na fôrma já com as pastilhas para evitar dificuldades posteriores. 6.3 Concreto A concretagem é a etapa mais importante do ciclo de execução, portanto é essencial a presença constante do Engenheiro na obra, pois a necessidade de correção das patologias ocorridas nas estruturas provocadas por falta de cuidados nesta fase de concretagem pode implicar em perda de reputação, dinheiro, etc. A liberação da concretagem se dá após verificar as condições da obra e se todos os serviços já executados estão dentro dos planos e prontos para receber o concreto. Se o concreto for usinado, deve-se exigir a nota fiscal contendo todas as informações sobre o concreto e seus componentes; se for misturado manualmente, estar ciente de que sua qualidade é considerada razoável e sem garantia alguma de resistência; A Mistura do concreto com betoneira deve ser de no mínimo 3 minutos e a disposição dos componentes deve seguir a seguinte ordem: Primeiro adicionar a água, depois o agregado graúdo (brita), depois o cimento e por último o agregado miúdo (areia). O concreto usinado é obtido em concreteiras, sendo que a mistura é feita no próprio caminhão durante o trajeto até a obra. Se a obra for de grande porte, a central pode fazer a mistura e depois transportar o material. O transporte desse concreto é feito por bombas (empurra o concreto através de uma tubulação metálica) podendo vencer grandes alturas e distâncias, além de transportar mais volume em menos tempo. O adensamento do concreto (feito logo após seu lançamento nas fôrmas) serve para retirar o ar do material tornando-o mais compacto. Em geral, são 18 usados vibradores de imersão e de superfície (que devem ser aplicados sempre na vertical) e réguas vibratórias para o acabamento final. Quanto a sua cura, para evitar a secagem muito rápida do concreto e consequentemente o aparecimento de fissuras e redução de resistência, é necessário iniciar a cura úmida do concreto. Os pilares e vigas deverão ser molhados continuamente durante 7 dias; nas lajes e nos pisos sempre manter uma lamina de água sobre a superfície concretada e espalhar areia, serragem ou sacos sobre a superfície mantê-los umedecidos. A desfôrma do concreto deve ser planejada para evitar o aparecimento de tensões. As falhas ocorridas na concretagem aparecem depois da desfôrma e mostra a falta de cuidados durante as outras fases. 7 EXECUÇÃO DAS LAJES Assim como em todas as etapas de uma obra, nesta fase o engenheiro deve ter em mãos todas os documentos e projetos referentes à obra, as normas da NR 18 e nota fiscal de fornecimento do concreto. Para iniciar o serviço de concretagem das lajes, as taliscas deverão estar devidamente posicionadas nos locais definidos no projeto de detalhamento da laje (espaçamento mínimo de 2m entre elas), os gabaritos posicionados, e o planejamento deve ser feito de forma que o lançamento do concreto termine na caixa de escada ou no acesso de saída da laje. No lançamento do concreto deve-se remover as taliscas, sarrafear o concreto entre as mestras e desempenar com madeira. Em seguida, verificar o nivelamento da laje a cada 50cm de superfície. Após o desempeno com madeira, aguardar cerca de uma hora para proceder o alisamento da superfície com o rodo- float. Quando iniciada a cura do concreto, proceder com acabamento final e remover os gabaritos para reaproveitamento em outras lajes. O adensamento e a cura do concreto seguem as mesmas condições citadas no capítulo anterior, adicionando que, na cura, deve-se evitar o transito de pessoas ou impactos fortes sobre a laje nas primeiras 12 horas. 19 8 EXECUÇÃO DE CONTRA-PISO O contra-piso é uma camada de argamassa executada sobre uma base, que pode ser a laje de um pavimento ou um lastro de concreto (quando aplicado sobre o solo), e sua principal função é regularizar a superfície para receber o piso de acabamento final. Nas áreas molhadas (banheiros, cozinhas, áreas de serviço) deve apresentar caimento referente a inclinação necessária para o devido escoamento da água. Sua argamassa deve ser seca, com consistência de “farofa”, ou seja, a consistência de quando se aperta um punhado de argamassa na mão formando um “bolo” sem escapar pelos dedos. A base deve estar completamente limpa e lavada, devendo ser removidos todos os restos e crostas de argamassa ou concreto eventualmente existentes. Após a regularização e limpeza da superfície, inicia-se o taliscamento que é o processo onde as taliscas são fixadas nos cantos do ambiente, deixando-as niveladas, com espessura entre sua superfície e a base de aproximadamente 2,5 cm no ponto mais baixo, usando para isso a mangueira ou o aparelho de nível. Em seguida, fixar as taliscas intermediárias, com distâncias entre 1,50 e 2,00 m entre elas para depois fazer as guias, de forma semelhante ao feito para o emboço. O polvilhamento com cimento da base deve ocorrer antes de preencher as guias, a quantidade é de 0,5 kg de cimento por m2. Na execução das guias, primeiro deve-se preencher com argamassa o espaço entre duas ou mais taliscas que estiverem na mesma direção, deixando as guias com o mesmo nível das taliscas. Após o preenchimento, compactar as guias com compactador de madeira. O enchimento do piso ocorre após a execução das guias, e consiste em espalhar a argamassa na área entre duas guias e em seguida compactá-la. Após a compactação sarrafear a área com régua, deixando o piso com o mesmo nível das guias para então polvilhar e desempenar do contrapiso final. 9 ALVENARIA DE VEDAÇÃO Para alvenaria de vedação, os blocos podem ser cerâmicos ou de concreto; para assentamento, com utilização de argamassa, que pode ser industrializada ou não. No caso de não ser industrializada, são usadas padiolas de 20 madeira para dosagem; para fabricação de vergas e contra-vergas utiliza-se concreto; escova de aço; vassoura; prumo de face; nível de bolha; trena metálica; metro articulado; colher de pedreiro; bisnaga para aplicação de argamassa; régua de alumínio; esquadro de alumínio; desempenadeira; cimento; areia média peneirada; água; resina PVA; broxa; linha de náilon; eletrodutos de PVC, etc. 9.1 Blocos de Concreto Conforme já mencionado anteriormente, para iniciar esta fase o Engenheiro deverá ter em mãos todos os projetos relacionados à obra, tais como projeto de arquitetura, de estrutura, de instalações elétricas, de impermeabilização, de esquadrias, de alvenaria e ainda a NR-18, onde constam normas a serem seguidas na construção. O primeiro passo é limpar o local (remoção de resíduos); lavar com água e escovar com escova de aço as superfícies de concreto a serem chapiscadas; executaro chapisco sobre a estrutura de concreto que ficará em contado com a alvenaria com antecedência de 72 horas. Esse chapisco pode ser feito com rolo ou desempenadeira; deve-se também varrer cuidadosamente e borrifar água com o auxílio de uma broxa; distribuir os blocos da 1º fiada de marcação, sem argamassa, para verificar e corrigir possíveis falhas de posicionamento. Feito isso, os blocos deverão ser dispostos um em cada extremidade, aplicando argamassa entre a face dos blocos e a face dos pilares e interligados por uma linha de náilon entre as galgas do vão; as juntas horizontais devem ter espessura de 8 a 14 mm e recomenda-se que a alvenaria seja fixada com bisnaga utilizando a argamassa com o mesmo traço utilizado no assentamento (espessura do vão: 1,5 a 3,5 cm); A alvenaria também pode ser fixada através de encunhamento, feito com tijolos maciços inclinados ou argamassa expansivas; a execução da fixação deve ser retardada o máximo possível, iniciando o serviço pela alvenaria dos pavimentos superiores em direção aos inferiores. 21 9.2 Blocos Cerâmicos As alvenarias de vedação destinam-se apenas para preenchimento de espaços entre componentes da estrutura e não resistem a esforços verticais além de seu peso próprio. São utilizadas tanto para áreas internas como externas e sua função não é apenas de divisão de espaços, tem também a característica de desempenho de durabilidade, resistência à ação do fogo e comportamento termo acústica, entre outros. O cálculo para as dimensões tanto para altura quanto para largura, será imposta por elementos de contraventamentos, sendo que estes estão em razão de cargas provenientes da ação do vento, ou de impactos acidentais. Os principais elementos contraventantes são comprimento (pilares, enrijecedores e paredes transversais) e altura da parede (vigas, lajes e contas de amarração). Os trechos contínuos de paredes muito extensas devem ser limitados, principalmente paredes de fachadas. Para evitar riscos de fissuração, em função de contrações ou dilatações, utiliza-se juntas de controle na alvenaria que podem ser calafetadas com material deformável, recebendo selante flexível a base de silicone ou poliuretano, com altura de 10 a 15mm. Se houver junta de movimentação na estrutura, deverá haver na parede uma junta correspondente, não havendo junta de movimentação, a junta de controle deverá ser executada com largura de aproximadamente 20mm. Para possibilitar a movimentação da junta e assegurar a vinculação nos trechos separados pela junta de controle, são instalados ferros com 5mm de diâmetro a cada duas fiadas de altura e 40 cm de comprimento. Recomenda-se utilizar 3 fiadas de tijolo maciço na base da parede para facilitar a fixação de rodapés de madeira, ou no topo da parede para facilitar a fixação de cortineiros. Nas extremidades, encontro com pilares ou marco de portas e janelas, poderá utilizar ½ bloco cerâmico ou tijolos maciços de barro cozido. Os blocos cerâmicos, conhecidos como “tijolo baiano”, são fabricados com argilas e conformados por extrusão, suas dimensões são padronizadas, e geralmente possuem furos retangulares ou circulares. Os blocos com furos retangulares têm resistência a compressão igual ou maior que 25kgf/cm², já os blocos com furos circulares em torno de 10kgf/cm². Para a 22 execução de fachadas de edifícios altos, sujeitos á ação de ventos fortes, recomenda- se o emprego de blocos com furos retangulares. A argamassa empregada no assentamento de blocos cerâmicos deverá ser plástica (gorda) e ter consistência para suportar o peso dos blocos, ter boa capacidade de retenção de água, além de promover forte aderência com os blocos cerâmicos. Sua areia deve ser de rio lavada, de granulometria média, utilizar água de amassamento potável e cal virgem ou hidratada. Pode empregar-se saibro na preparação da argamassa, sendo a dosagem dessa argamassa relaciona-se a qualidade do saibro, o que resulta geralmente em 1:4:4 (cimento, saibro e areia). O cimento empregado na argamassa deverá ser Portland comum CP 250, na falta deste, pode-se utilizar CP 350, POZ 250 ou POZ 320 (Cimento Portland Pozolânico, ou ainda o AF 320 (Cimento Portland de Alto Forno). Pode-se empregar também o cimento AL (para alvenaria) com um traço de volume 1:5 (cimento Al e areia). As paredes em contato com a fundação deverão ter suas bases impermeabilizadas com argamassa impermeável ou emulsão asfáltica. A alvenaria ainda receberá revestimento com a mesma argamassa até 60cm de altura em relação ao piso externo e 15cm em relação ao piso interno. 10 ALVENARIA ARMADA: BLOCOS DE CONCRETO Até o advento das estruturas de aço e do concreto armado, a alvenaria reinou soberana como solução estrutural na construção civil. Hoje podemos usar esse sistema em que as paredes são feitas por blocos de concreto que, além de vedar a casa, formam a estrutura da construção e suportam a carga do peso das próprias paredes, da laje, da cobertura e da ocupação (pessoas, móveis, objetos da casa). Dentre as várias vantagens destaca-se a diminuição do uso de formas, de aço, de entulho, e evita rasgos na alvenaria. Um dos princípios básicos está em entender que o espaço será concebido por meio de painéis laminares (paredes portantes) e não pórticos de barras (vigas e pilares – estrutura convencional). Para prédios baixos, esta opção tem uma grande capacidade portante em transmitir a carga para o solo, otimizando sua distribuição. Para prédios altos, os elementos que transportam as cargas verticais são 23 as peças de concreto armado ou de aço, diferente das convencionais que o elemento alvenaria serve unicamente como elemento de vedação. Os encontros de paredes são pontos de grande importância no sistema da alvenaria estrutural, pois se ali que se concentram as tensões verticais (Pilares) e também a transferência entre uma parede e com a outra. Adota-se muitas vezes um estribo deitado a cada 1 ou 3 fiadas para melhorar sua eficiência, visto que, umas das patologias mais comuns na alvenaria armada é a fissuração por variação no caminhamento das cargas, por recalque e cargas concentradas. 11 SISTEMA DRY-WALL: CONSTRUÇÃO A SECO Muito comum em construções novas ou reformas, o sistema dry wall racionaliza e otimiza montagem de paredes, forros e revestimento a seco, nas áreas internas da construção atendendo todas as exigências dos códigos de obras e normas quanto à resistência ao fogo, pois 20% do peso das placas de gesso são de água e pode ser melhorado com o uso da placa RF especifica para este fim. Seu isolamento térmico e acústico é favorável devido ao fato de permitir a instalação interna de materiais para reforçar seu isolamento, como lã de vidro, lã de rocha, lã mineral, assim como sua resistência mecânica, visto que seu comportamento atende aos critérios do impacto de corpo mole e corpo duro, além das solicitações transmitidas por portas. Os processos de produção são as guilhotinas, uma vez formado e endurecido, é cortado em placas nos comprimentos programados, depois para eliminação da água é utilizado um secador de doze estágios, ao deixar o secador, as placas são levadas para o acabamento, onde são esquadrejadas, identificadas e paletizadas. As placas de gesso (matéria prima gipsita) são parafusadas em uma ou mais camadas apoiadas sobre uma estrutura metálica leve. Sua estrutura é composta por perfis leves zincados com parafusos autoperfurantes e autoatarrachantes, zincados ou fosfatizados aplicados com parafusadeira. O sistema não apresenta fissuras no conjunto, pois os movimentos normais das estruturas sãoabsorvidos pelos sistemas de perfis e juntas. Pode ser montado em conjunto com estruturas de concreto, metálica ou de madeira e para seu 24 uso interno podem ser caracterizados por planos lisos sem juntas aparentes, em situações retas ou curvas, horizontas ou inclinadas, e não exposta a intempéries. Aceitam qualquer tipo de acabamento como pintura, azulejos, revestimento melamínico, mármores, e dentre suas vantagens está a diminuição do volume do material transportado vertical e horizontal na obra, a facilidade de suas instalações, a flexibilidade para diferentes layouts, a economia com mão de obra, ganho de área útil interna por apresentar menor espessura e redução do peso. Os forros internos podem ser monolíticos, retos ou curvos, horizontais ou inclinados, não estruturais e não expostos a intempéries. Sua estrutura de aço zincado perfilado, é suspensa por tirantes rígidos reguláveis e fixados sob laje de concreto. 12 ESCORAMENTO As escoras são elementos verticais isolados e fáceis de montar, necessitando apenas de elementos que os deixem em pé durante a montagem, normalmente conhecidos como tripés. Sua área de abrangência varia normalmente de 1,5 a 4,5 metros de altura, sendo contraventados a cada 3 e 4,5 metros entre si. Sua capacidade de carga, a precisão do nivelamento e durabilidade dão às escoras metálicas larga vantagem em relação às de madeira. As madeiras para escoramento são usadas como peças que sustentam e dão serviço de assistência a um elemento construtivo quando este não suporta a carga a ele exigida. Como apresenta características como resistência e leveza, regularmente ela é empregada para fins estruturais e de sustentação de construções, destacando ainda seu uso estético e de isolante térmico-acústico natural. Já as metálicas possuem maior estabilidade dimensional o que possibilitada vantagem em obras com requisitos de qualidade rígidos (caso da “laje zero”). Outra vantagem das escoras metálicas é que determinados sistemas possuem "cabeças descendentes" (drop heads), que possibilitam a desforma de todo o sistema de distribuição de cargas sem que a escora seja removida, não havendo a perda de contato da escora com a laje. Isto confere segurança contra deformações impostas em idades baixas do concreto e a possibilidade do reaproveitamento das fôrmas e do vigamento de suporte. 25 Para tanto, são utilizadas tiras de sacrifício, ou reescoramento, que ficam presas até a retirada da escora. Já para as escoras de madeira são normalmente utilizados pontaletes. Sua capacidade de carga é baixa dependendo do tipo de madeira, gerando grande concentração de peças sob a laje escorada e dificultando o trânsito. O nivelamento é feito através de sistemas de cunhas de madeira, que não é recomendável quando se buscam atender requisitos da qualidade muito rígidos, já que ela sofre deformações até em função das condições atmosféricas e são de difícil ajuste quando há variação no pé direito. As torres metálicas são elementos verticais múltiplos que, ligadas entre si (ou seja, contraventados), formam quadrados com maior capacidade de carga com menos pontos de apoio. Sua área de abrangência é praticamente ilimitada, iniciando normalmente em 1,0 metro de altura até dezenas de metros. Para grandes alturas as torres são contraventadas entre si e são encontradas sob várias formas, diferindo no tipo de ajuste, encaixe das peças, diagonais, tamanhos e diâmetro dos tubos metálicos. O princípio de seu funcionamento é, sempre, sistemas tubulares em que as peças são interligadas formando quadros estruturais. Normalmente suportam mais carga que os sistemas pontuais, vencem alturas maiores, são mais estáveis, apresentando um peso maior e um número maior de elementos. Sua utilização nas edificações é feita normalmente em trechos de pé-direito maior, em que as escoras não têm aplicação e também em vigas de periferia, onde podem ser produzidas plataformas de trabalho com guarda corpo acoplado, garantindo segurança ao operário Em contraponto existe o reescoramento da madeira que é elaborado através da instalação de Troncos, apresentando caráter extremamente rudimentar e desaconselhável. Geralmente de eucalipto, esses troncos têm um diâmetro de aproximadamente 10 cm. O material é heterogêneo, as peças são disformes e diferentes entre si e a capacidade de carga, limitada. O ajuste de altura é extremamente difícil e o reaproveitamento é baixo. Os pontaletes de pinho são utilizados em grande escala na construção e sua seção é quadrada com 3 x 3 polegadas (7,5 x 7,5 cm). Trata-se de um material mais homogêneo que o anterior, com peças retilíneas porem ainda com capacidade de carga limitada. É instável no manuseio e não possui ajuste de altura. Dependendo 26 da laje e viga a serem reescorados, há necessidade de uma grande quantidade de elementos. Os Garfos consistem na estruturação pontalete-sarrafo e são muito utilizados para vigas. Sua capacidade de carga e estabilidade são um pouco melhores porem seu ajuste de altura ainda é precário. Para identificar qual o melhor tipo de cimbramento e reescoramento a ser adotado a um determinado projeto, o Engenheiro deverá considerar uma série de variáveis, desde a fase do planejamento da obra. O projeto de fôrmas fornece subsídios para a escolha do melhor sistema ao mesmo tempo em que leva em consideração o tipo de cimbramento. Para a paginação das chapas de lajes, por exemplo, considera a posição das escoras, longarinas e barrotes, e também do reescoramento. O Projeto estrutural fornece elementos tais como o volume e consequentemente o peso das peças a serem concretadas. É fundamental que o projetista estrutural participe da análise das deformações admitidas e pontos de apoio descartando alternativas não compatíveis de cimbramento e reescoramento. Além disso, as exigências relativas ao acabamento da laje: se vão ou não receber contra piso para seu nivelamento, também devem ser consideradas. O planejamento determina o ritmo de execução da estrutura, bem como a sequência dos trabalhos. Os sistemas considerados devem ser compatíveis com estas exigências, principalmente no que se refere aos equipamentos de movimentação necessários. O custo do material (compra ou locação) não pode ser avaliado isoladamente. Esse será definido pela composição de materiais e horas trabalhadas para a montagem e desmontagem. Quanto a sua durabilidade, cada sistema está dimensionado para uma vida útil e um número de utilizações. Isto deve ser levado em conta principalmente quando a opção for a compra do equipamento. Quando alugado, devemos nos certificar de que os equipamentos suportarão o uso, evitando interrupções não previstas para troca de peças. 13 MOVIMENTAÇÃO DE TERRAS De forma genérica, a terraplenagem, ou movimentação de terras, pode ser entendida como o conjunto de operações necessárias para remover a terra dos 27 locais em que se encontra em excesso para aqueles em que há falta, tendo em vista um determinado projeto a ser implantado. Pode-se afirmar, portanto, que todas as obras de Engenharia Civil de grande ou pequeno porte, exigem a realização de trabalhos prévios de movimentação de terras. Por esta razão a terraplenagem teve o enorme desenvolvimento verificado no último século. Destaca-se aqui que a melhor a opção sempre será a preservação das características naturais do terreno pois assim se reduz agressões ao meio ambiente, aumenta preservação da flora, a economia nos processos construtivos, a prevenção da erosão, e a preservação da drenagem natural. Portanto, o movimento da terra só seráefetuado quando existir a real necessidade do procedimento. Antigamente a movimentação das terras era feita diretamente pelo homem, que se utilizava apenas de ferramentas tradicionais como pá e picareta para o corte, carroças ou vagonetas com tração animal para o transporte. Com o desenvolvimento tecnológico e social a mão-de-obra foi se tornando cada vez mais escassa e, por consequência, mais cara. Para se ter uma ideia do número de operários necessários para a execução braçal do movimento de terra, estima-se que para a produção de 50 m³/h de escavação, seriam necessários pelo menos 100 homens. A mesma tarefa pode ser executada por uma única escavadeira, operada apenas por um homem. Todavia, a terraplenagem manual não significava excessiva lentidão dos trabalhos. Desde que a mão-de-obra fosse numerosa, os prazos de execução da movimentação de terras em grandes volumes eram razoáveis, se comparados com os atuais. 13.1 Terraplenagem Mecanizada Os equipamentos mecanizados surgiram em consequência do desenvolvimento tecnológico e, apesar de apresentarem elevado custo de aquisição, tornaram o mercado mais competitivo em razão de sua alta produtividade. Conforme exemplificado anteriormente, percebe-se a notável economia de mão-de-obra introduzida pela mecanização, o que vinha de encontro à escassez cada vez maior do trabalhador braçal, decorrente sobretudo da industrialização. Em suma, entende-se que a mecanização surgiu em consequência da escassez da mão-de-obra, causada sobretudo pela industrialização que apresentou uma elevada eficiência mecânica dos 28 equipamentos, traduzindo-se em grande produtividade, resultando preços mais baixos se comparados com os obtidos manualmente. Os equipamentos mecanizados (apesar do alto custo de aquisição) tornaram competitivo o preço do movimento de terras, em razão de sua alta produtividade. 13.2 Operações básicas de Terraplanagem Examinando-se a execução de quaisquer serviços de terraplenagem, podem-se distinguir quatro operações básicas que ocorrem em sequência, ou, às vezes, com simultaneidade. Trata-se da Escavação; da Carga do material escavado; do Transporte e da Descarga e espalhamento do material. Todas estas operações básicas podem ser executadas por uma única máquina ou também através de equipamentos diversos disponíveis atualmente do mercado. a. Máquinas Motrizes - São aquelas que produzem a energia para a execução do trabalho. Ex.: tratores de rodas ou de esteira, compressores, etc., quando convenientemente equipados podem realizar os serviços. b. Máquinas Operatrizes - São aquelas que acionadas pelas máquinas motrizes realizam diretamente o trabalho. Ex.: scraper, escarifica dores, compactadores. Alguns exemplos dos equipamentos disponíveis são as Retroescavadeiras, as Pás Carregadeiras, as escavadeiras, as motoniveladoras, os tratores de esteira e os compactadores de solo. 14 RECEBIMENTO DE MATERIAIS NA OBRA A aquisição de materiais em uma obra apresenta uma importância vital para a qualidade do produto final entregue pelo Engenheiro e pela Empresa contratada. É na aquisição que se determina diversos fatores que influenciarão todos os mecanismos de funcionamento e equilíbrio da obra como um todo. Seu conteúdo se inicia na concepção do projeto, onde o Engenheiro já terá previsto quais serão os tipos de materiais que serão empregados para aquela proposta estrutural especifica. As compras devem ocorrer depois de uma seleção entre os melhores fornecedores em qualidade e preço e; o material adquirido deverá obedecer um recebimento apropriado ao Canteiro, assim como deverá ser controlado, 29 transportado, armazenado e consumido dentro das exigências estipuladas para o mesmo. Os 3 principais materiais, são os que, geralmente, consomem maior capital em relação ao investimento total da obra, é por este motivo que seu controle se torna ainda mais importante, visto que desperdícios podem acarretar grandes prejuízos aos envolvidos. 14.1 Recebimento de Madeira O recebimento da Madeira se baseia na separação deste material em dois subgrupos menores, sendo que o primeiro engloba as madeiras folhosas e o segundo as madeiras coníferas, ambas para o uso de pontaletes sarrafos, tábuas e vigas. 14.1.1 Madeiras Folhosas As peças adquiridas não podem apresentar desvios dimensionais, encanoamento, encurvamento, arqueamento, falhas, rachas, fendas, fissuras, quebras ou falta de homogeneidade em peças avulsas. As verificações deverão seguir o Manual de identificação de Madeiras do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo) ou por meio de análise comparativa com amostras. Os defeitos tais como falhas, rachas, fendas e fissuras devem ser conferidos visualmente em 100% do lote. As peças que forem consideradas suspeitas devem ser separadas para verificação individual detalhada. A incidência excessiva de nós deve ser observada visualmente, levando em conta, sempre, o uso que se dará à madeira. Os critérios de aceitação se relacionam com a quantidade solicitada (eventuais diferenças de quantidade deverão ser informadas ao fornecedor para reposição ou desconto no pagamento); a espécie da madeira (havendo alteração da espécie da madeira, o lote inteiro deve ser rejeitado); sendo que apenas as peças liberadas na inspeção visual sejam aceitas. Caso o lote apresentar 05 (cinco) ou mais peças defeituosas entre as 13 verificadas, o pedido deverá ser rejeitado. Aceitar o lote (por tipo de peça) caso seja encontrada até duas peças defeituosas na amostra. 30 O estoque deverá ser tabicado por bitola e tipo de madeira, em local fechado e apropriado para evitar ação da água, extravio ou roubo, preferencialmente, deve situar-se em local próximo ao de uso ou de transporte vertical, sendo recomendável que a data de entrega e o local de estocagem sejam planejados com antecedência. Com isso, evita-se a pré-estocagem em locais inadequados, a interferência com outros serviços da obra ou a necessidade de transporte horizontal interno. 14.1.2 Madeiras Coníferas As peças de madeira serrada de coníferas em forma de pontaletes, sarrafos, tábuas e vigas, devem atender às prescrições desta especificação, não apresentando defeitos como desvios dimensionais, encanoamento, encurvamento, arqueamento, nós (aderidos ou soltos), rachas, fendas, furos de insetos ou podridão, além dos limites tolerados para cada classe que são de primeira industrial, segunda industrial e terceira industrial. As demais especificações seguem as mesmas orientações das Folhosas sendo que o pedido de compra deve constar as seguintes informações: a. A espécie da madeira; b. A classe da madeira; c. O tipo e bitola das peças; d. O comprimento mínimo ou exato de peças avulsas, quando necessário; e. Colocar aviso esclarecendo que as peças serão verificadas em obra com base nesta especificação e que as peças defeituosas serão rejeitadas e devolvidas ao fornecedor para reposição ou desconto no pagamento, conforme critério da obra; f. Outras observações consideradas necessárias. 14.2 Recebimento de Concreto usinado O concreto dosado, executado em Central, deve estar de acordo com as prescrições das normas vigentes NBR 7212 “Execução de concreto dosado em central - Especificação” e NBR 12655 - “Preparo, controle e recebimento de concreto - Procedimento”. 31 Quando possível, recomenda-se que se retirem corpos de prova de todos os caminhões recebidos, visando facilitar eventuais ações de rastreamento de concretos com desempenho inadequado. É também necessário verificarse as características constantes na nota fiscal estão de acordo com o prescrito na especificação, conferindo a resistência característica do concreto à compressão aos 28 dias ou outras idades consideradas críticas; o módulo de elasticidade: a consistência expressa pelo abatimento do tronco de cone; a dimensão máxima característica do agregado graúdo; o teor de argamassa do concreto; para cada caminhão entregue deve ser verificado o abatimento do tronco de cone, a fim de controlar a trabalhabilidade e a quantidade de água do concreto. Para efetuar esta verificação, deve-se proceder da seguinte maneira: coletar um volume de aproximadamente de 30 litros de concreto, após a descarga de cerca de 0,5 m3 de material; colocar o cone sobre a placa metálica bem nivelada e apoiar os pés sobre as abas inferiores do cone; preencher o cone em 03 camadas iguais, aplicando 25 golpes uniformemente distribuídos em cada camada. Adensar a camada junto à base, fazendo com que a haste de socamento penetre em toda a sua espessura. No adensamento das camadas restantes, a haste deve penetrar até ser atingida a camada inferior adjacente; após a compactação da última camada, retirar o excesso de concreto e alisar a superfície com uma régua metálica; Retirar o cone içando-o com cuidado na direção vertical; A moldagem de corpos de prova cilíndricos constituintes dos exemplares pode ser feita pelo laboratório ou por pessoal da própria obra, conforme o planejamento da coleta de amostras estabelecido previamente. Tais amostras devem ser coletadas do terço médio do caminhão, procedendo-se à moldagem de dois corpos de prova para cada exemplar e para cada idade. O Cálculo para amostragem parcial (recomendação da NBR-12655) deve seguir a expressão: Onde: m = metade do número de n exemplares. f1 f2 f3 ... fm ... fn são as resistências dos exemplares. O pedido de compra devem constar: a resistência característica do concreto à compressão na idade estabelecida (por exemplo, 28 dias); a consistência expressa pelo abatimento de tronco de cone; o traço acordado com a usina; outras f f f f f m fckest m m 2 1 1 2 3 1 . ... 32 características estabelecidas pelo engenheiro; aviso esclarecendo que no recebimento do concreto será exigida a nota fiscal com as informações relacionadas abaixo; aviso esclarecendo que o concreto será avaliado conforme as normas brasileiras e terá seu traço verificado na própria usina, se necessário. A nota fiscal deve descrever: A resistência característica do concreto à compressão aos 28 dias ou outras idades consideradas críticas; dentre outros. 14.3 Recebimento de Aço As barras e fios (produtos trefilados) de aço para armaduras de concreto devem seguir as disposições da norma NBR-7480 - “Barras e fios de aço destinados a armaduras para concreto armado - Especificação”. A verificação da qualidade do aço, segundo a NBR-7480, deve ser feita por intermédio de um laboratório especializado. Os fios e as barras, além de homogeneidade geométrica, devem atender às condições estabelecidas pela norma quanto à resistência à tração, ao dobramento e aderência ao concreto, de acordo com a sua categoria e classe. Existem quatro categorias, CA-25, CA-40, CA-50 e CA-60, em função da resistência característica de escoamento, respectivamente 250, 400, 500 e 600 MPa e duas classes, A e B. A classe A as barras simplesmente laminadas e a classe B as barras encruadas (não apresentam patamar de escoamento quando tracionadas). Os lotes devem ser separados, de preferência, no próprio fornecedor pelo laboratório contratado, conforme os critérios estabelecidos no item 3.1 da NBR-7480. Caso o aço seja recebido cortado e dobrado, o laboratório deve ser acionado para retirar as amostras na obra. O laboratório deve verificar os lotes em relação às seguintes características: massa linear, resistência característica de escoamento (fyk), resistência convencional à ruptura (fst), alongamento percentual em dez diâmetros e, dobramento a 180º. Quando possível, recomenda-se a retirada de amostras nas instalações do fornecedor. Nesse caso, o resultado da inspeção deve ser informado à obra, por telefone, no dia seguinte ao da coleta das amostras. Havendo aprovação, a obra deve entrar em contato com o fornecedor e marcar a data de entrega. 33 As barras devem ser entregues limpas (ausência de materiais estranhos ou corrosão excessiva aderidos à superfície das barras), abertas (não dobradas) e com comprimento mínimo de 11,0m (pode ser aceito, no máximo, 2% de barras menores, mas nunca medindo menos que 6,0m). Para diâmetros maiores que 10mm, deve ser exigido que o nome do fabricante esteja estampado em relevo em todas as barras As eventuais diferenças de quantidades deverão ser informadas ao fornecedor para reposição ou desconto no pagamento. O lote deve ser aceito conforme critério e nível de exigência da obra. As barras e fios de aço devem, sempre que possível, ser armazenadas em baias separadas por diâmetro, em ambiente protegido de intempéries, coberto, sem contato direto com o solo e próximo ao local de trabalho. Também é recomendável que a data de entrega e o local de estocagem sejam planejados com antecedência de forma a evitar a pré-estocagem em calçadas públicas, a interferência com outros serviços de obra ou a necessidade de transporte horizontal interno. Do pedido de compra devem constar o número da norma brasileira aplicável (NBR-7480); aviso esclarecendo que o material será ensaiado por laboratório especializado; aviso esclarecendo que as barras devem ter comprimento mínimo de 11,0m e aviso esclarecendo que o material será pesado em balança neutra. 15 CONSIDERAÇÕES FINAIS A realização deste trabalho, que visou reunir de forma despretensiosa e resumida o conteúdo programático da disciplina Construção Civil I, ministrada pelo Professor Ivan Salomão Liboni para o curso de Engenharia civil da Faculdade de Engenharia Conselheiro Munhoz Maeder de Presidente Prudente, São Paulo, evidenciou a importância que este Setor possui e destacou o quanto complexo este ramo da Engenharia pode ser. O desenvolvimento de pesquisas e incentivos acadêmicos favoráveis a literatura devem ser a cada dia mais estimulados pelos Docentes, pois só assim conseguiremos desenvolver uma evolução desta área no campo profissional brasileiro. 34 FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL “CONS. ALGACYR MUNHOZ MAEDER” APÊNDICE A: RELATÓRIO TÉCNICO DE SISTEMA DE RECEBIMENTO DE MATERIAL EM OBRA ARLINDO ALVES DE SOUSA JUNIOR Presidente Prudente - SP 2016 35 FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL “CONS. ALGACYR MUNHOZ MAEDER” APÊNDICE A: RELATÓRIO TÉCNICO DE SISTEMA DE RECEBIMENTO DE MATERIAL EM OBRA ARLINDO ALVES DE SOUSA JUNIOR Trabalho Bimestral, apresentado a Faculdade Conselheiro Algacyr Munhoz Maeder, Curso de Engenharia Civil, Universidade do Oeste Paulista, para disciplina Construção Civil I. Professor: Ivan Salomão Liboni Presidente Prudente - SP 2016 36 RESUMO APÊNDICE A: RELATÓRIO TÉCNICO DE SISTEMA DE RECEBIMENTO DE MATERIAL EM OBRA O presente relatório, intitulado – “Apêndice A: Relatório técnico de sistema de recebimento de material em obra” – teve como objetivo registrar o sistema de recebimentode material adotado pela empresa responsável pela obra visitada em 16 de novembro de 2016. Palavras-chave: Visita técnica e Canteiro de Obras. Unidades de Educação infantil. 37 ABSTRACT APPENDIX A: TECHNICAL REPORT ON THE RECEIPT OF ON-SITE MATERIAL The purpose of this report, entitled "Appendix A: Technical Report on the Receipt of On-Site Material", was to record the system for receiving material adopted by the company responsible for the work visited on November 16, 2016. Keywords: Technical visit and Constrution Site. Early chilhood education units. 38 1 INTRODUÇÃO A obra visitada se refere a Unidade de educação infantil localizada na Rua David Fiorante, 185, Vale Verde, Humberto Salvador, Presidente Prudente, São Paulo. A obra se classifica como institucional e de caráter público, provindo de licitação e regido por padrões e diretrizes estabelecidos FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), gerenciado pela Prefeitura Municipal do Município.A visita teve como objetivo verificar qual seria o sistema adotado pela empresa gerenciadora em recebimento e controle de materiais. 2 ESPECIFICAÇÕES DAS OBRAS A empresa responsável, vencedora das licitações, é a Construtora Tucano’s localizada na Rua Plácido de Castro, 325 – Jardim Estoril, Presidente Prudente/SP. Uma das suas obrigações especificadas em contrato de vinculo comercial, é providenciar para que os materiais, mão-de-obra e demais suprimentos estejam em tempo hábil nos locais de execução, de modo a satisfazer as necessidades previstas no cronograma e plano de execução dos serviços e obras objeto do contrato. O controle referente ao recebimento e consumo dos materiais é um dos mais importantes perante as demais operações, visto que, a empresa contratada ganhou uma licitação por apresentar uma planilha orçamentária elaborada sobre os materiais e os serviços que seriam disponibilizados e por um determinado valor. O controle é vital logo que este orçamento aprovado deverá ser respeitado, assim como, a qualidade dos itens nele descritos. O padrão de qualidade exigido pelo FNDE é tão rigoroso que, as empresas interessadas em participar da licitação recebem a Planilha de material pronta elaborada pelo próprio FNDE, que determina exatamente o tipo de material e a quantidade que ele deverá utilizar. Esta planilha é entregue em branco e os interessados devem devolve-la com os valores respectivos preenchidos, a mais barata vence. Portanto fica fácil perceber porque o controle de recebimento de material é tão importante quanto mencionado anteriormente, é através dele que empresa contratada consegue manter seu vincula comercial com a empresa contrante. 39 FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL “CONS. ALGACYR MUNHOZ MAEDER” APÊNDICE B: I MARATONA DE PALESTRAS DE ENGENHARIA CIVIL RCC, GERENCIAMENTO DE PROJETOS E VALORIZAÇÃO PROFISSIONAL ARLINDO ALVES DE SOUSA JUNIOR Presidente Prudente - SP 2016 40 FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL “CONS. ALGACYR MUNHOZ MAEDER” APÊNDICE B: I MARATONA DE PALESTRAS DE ENGENHARIA CIVIL RCC, GERENCIAMENTO DE PROJETOS E VALORIZAÇÃO PROFISSIONAL ARLINDO ALVES DE SOUSA JUNIOR Trabalho Bimestral, apresentado a Faculdade Conselheiro Algacyr Munhoz Maeder, Curso de Engenharia Civil, Universidade do Oeste Paulista, para disciplina Construção Civil I. Professor: Ivan Salomão Liboni Presidente Prudente - SP 2016 41 RESUMO APÊNDICE B: I Maratona de palestras de engenharia civil; RCC, gerenciamento de projetos e valorização profissional O presente relatório, intitulado – “Relatório técnico: I Maratona de palestras de engenharia civil; RCC, gerenciamento de projetos e valorização profissional” – teve como objetivo registrar as palestras realizadas para a Maratona, com o intuito de proporcionar maior participação e aprendizado aos alunos. Palavras-chave: Palestras. Engenharia Civil. Maratona. 42 ABSTRACT APPENDIX B: I Marathon of civil engineering lectures; RCC, project management and professional enhancement This report, titled " Appendix B: I Marathon of Civil Engineering Lectures; RCC, project management and professional valorization "- aimed to register the lectures held for the Marathon, with the purpose of providing greater participation and learning to the students. Keywords: Lectures. Civil Engineering. Marathon. 43 1 INTRODUÇÃO Em meio um turbilhão de devaneios e opiniões gerados com a globalização da internet mais uma grave crise político-econômica em curso no pais, vive o estudante de Engenharia Civil que se sente despreparado e sem oportunidades ao cair no temido mercado de trabalho. É com base neste contexto que surge a I Maratona de Palestras de Engenharia Civil que buscou reunir profissionais especialistas em soluções de RCC, Gerenciamento de projetos e valorização pós-formação profissional. A I Maratona aconteceu na Faculdade de Engenharia Civil “Conselheiro Algacyr Munhoz Maeder”, Universidade do Oeste Paulista, entre os dias 16 e 18 de novembro de 2016, e contou com ampla participação dos alunos e professores envolvidos. 2 PALESTRAS As palestras realizadas na I Maratona de Engenharia civil tiveram como ênfase destacar requisitos referentes a RCC, Gerenciamento de Projetos e Ética e valorização profissional no mercado de trabalho, como mostra o cronograma a seguir: FIGURA 01 – Cronograma da I Maratona de Palestras de Engenharia Civil Fonte: Organização do evento 44 2.1 Valorização Profissional e Ética – Prof. Esp. Erickson L. Arving Em 16 de novembro, o Engenheiro Civil e Especialista em Gerenciamento de Projetos, Professor Erickson L. Arving, ministrou a Palestra “Valorização Profissional e ética” onde tratou de questões sobre a importância do Profissional Engenheiro Civil perante a construção da sociedade e seu funcionamento. Desde as grandes construções até as menores, as obras de engenharia são parte de um conjunto essencial para a qualidade do desenvolvimento social e devem ser vinculadas com responsabilidades do Profissional como a Responsabilidade ética Profissional, técnica administrativa, civil e Penal. A Palestra também abordou itens referentes aos direitos profissionais, bem como a justa remuneração proporcional e condições de trabalhos dignos com devida proteção da propriedade intelectual. 2.2 Palestra de convidado – Eng. Ahmed Ibrahim Salem Em 16 de novembro, o Engenheiro Civil Ahmed Ibraim Salem, ministrou uma Palestra como convidado especial, onde teve a oportunidade de dividir com os participantes suas experiências vinculadas aos seus sucessos e as suas derrotas profissionais. A fala do Engenheiro, que teve uma abordagem motivacional e descontraída, apresentou um caráter de exposição de seu currículo profissional e acadêmico, sempre voltado
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