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01 Aulas fundamentos das ciencias sociais

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Aula 1: OS CONCEITOS SOCIOANTROPOLÓGICOS DE INDIVÍDUO E SOCIEDADE
objetivos desta aula
1) Estabelecer a importância da disciplina para a formação humanística, crítica e ampla sobre a realidade social;
2) Avaliar a contribuição da disciplina na sua capacitação para a vida profissional e acadêmica, em especial no que se refere aos exames da OAB e do Enade;
3) Definir as Ciências Sociais e descrever as áreas de conhecimento que a constituem: sociologia, antropologia e política;
4) Estabelecer as interfaces entre as Ciências Sociais e os demais campos do conhecimento;
5) Identificar a relação indivíduo/sociedade e sua importância para a vida social
Introdução
A sociedade faz o homem ou o homem faz a sociedade? A resposta dessa questão, bastante complexa, só é possível por meio do debate que as Ciências Sociais, ao longo de trajetória, vêm realizando.
O primeiro passo para respondê-la é compreender os conceitos de indivíduo e sociedade na perspectiva das Ciências Sociais. 
É o que faremos a seguir.
O OBJETO DAS CIÊNCIAS SOCIAIS
As Ciências Sociais fazem parte do grupo de saberes intitulado Ciências Humanas e apresentam métodos próprios de investigação dos fenômenos que analisam.
Você saberia dizer quais são as três áreas que formam o conjunto de saberes das Ciências Sociais?
Sociologia /Ciência Política / Antropologia
Verificamos assim que o objeto de estudo das Ciências Sociais é a sociedade em suas dimensões sociológicas, antropológicas e políticas.  
Estudaremos cada uma dessas dimensões mais detalhadamente nas próximas telas.
AS ÁREAS CONSTITUTIVAS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS
Sociologia
A Sociologia estuda o homem e o universo sociocultural, analisando as inter-relações entre os diversos fenômenos sociais. 
Neste campo de conhecimento, a vida social é analisada a partir de diferentes perspectivas teóricas, notadamente as que têm como base conceitual os estudos desenvolvidos por 
Émile Durkheim, Max Weber e Karl Marx.
A partir dessas matrizes teóricas, estudam-se os fatos sociais, as ações sociais, as classes sociais, as relações sociais, as relações de trabalho, as relações econômicas, as instituições religiosas, os movimentos sociais etc.
A Antropologia
Na Antropologia privilegiam-se os aspectos culturais do comportamento de grupos e comunidades. 
Questões cruciais para o entendimento da vida em grupo, como alteridade, diversidade cultural, etnocentrismo e relativismo cultural são tratadas por essa ciência, que em seus primórdios estudava povos e grupos geográfica e culturalmente distantes dos povos ocidentais. 
Ao longo de seu desenvolvimento, os antropólogos passaram a analisar grupos sociais relativamente próximos, buscando transformar o exótico, o distante, em familiar.
Em sua história, a Antropologia revelou estudos notáveis sobre sociedades indígenas e sociedades camponesas, identificando suas diferentes visões de mundo, sistemas de parentesco, formas de classificação, cosmologias, linguagens etc. 
Também desenvolveu uma série de estudos sobre grupos sociais urbanos, enfatizando a diferenciação entre seus indivíduos, com base em critérios de raça, cor, etnia, gênero, orientação sexual, nacionalidade, regionalidade, afiliação religiosa, ideologia política, sistemas de crenças e valores, estilos de vida etc.
QUAL A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO SOCIOANTROPOLÓGICO NA COMPREENSÃO DA REALIDADE?
Ao contrário de outras ciências, as Ciências Sociais lidam não apenas com o que se chama de realidade, com fatos exteriores aos homens, mas igualmente com as interpretações que são feitas sobre a realidade. 
Por estudar a ação dos homens em sociedade, de seus símbolos, sua linguagem, seus valores e cultura, das aspirações que os animam e das alterações que sofrem, as Ciências Sociais constituem ferramenta importante para o desenvolvimento da compreensão crítico-reflexiva da realidade. 
Por essa razão, cada vez mais as Ciências Sociais são utilizadas em diversos campos da atividade humana. Campanhas publicitárias, campanhas eleitorais, elaboração de políticas públicas, até mesmo a programação de redes de rádio e televisão levam cada vez mais em conta resultados de investigações socioantropológicas, à medida que estas buscam entender as pessoas envolvidas em cada uma dessas atividades, suas crenças, valores e ideias.
Com as mudanças cada vez mais rápidas e profundas dos padrões morais e culturais das sociedades contemporâneas, mais relevantes se tornam as análises que visam compreendê-las. 
Deslocamentos de pessoas e grupos motivados pelo processo de globalização da economia, que intensificou os fluxos migratórios em todo o planeta, trocas culturais proporcionadas pelo estabelecimento de uma “sociedade em rede”, novos modelos de família e conjugalidade, novas configurações no campo religioso, entre outros, constituem temas de trabalhos de cientistas sociais contemporâneos.
VOCÊ SABE DEFINIR A IMPORTÂNCIA DESSES TRABALHOS ATUAIS?
Esses trabalhos são utilizados frequentemente como fonte de reflexão por governos, sociedade civil e indivíduos que buscam desenvolver sua capacidade de compreensão dos acontecimentos e planejamento de ações com vistas à atuação na vida social.
QUAL É O SEU PAPEL COMO INDIVÍDUO NA SOCIEDADE?
A perspectiva socioantropológica aponta para uma relação dialógica entre indivíduo e sociedade. Não existem sociedades sem indivíduos e os indivíduos só se tornam verdadeiramente humanos por meio da socialização, processo pelo qual você se torna um membro ativo da sociedade em que nasceu, isto é, comporta-se de acordo com determinados atributos preconcebidos.  O indivíduo, assim, desempenha na realidade um papel duplo em relação à cultura. Segundo Ralph Linton (“O indivíduo, a cultura e a sociedade”), em circunstâncias normais, quanto mais perfeito seu condicionamento e consequente integração na estrutura social, tanto mais efetiva sua contribuição para o funcionamento uniforme do todo e mais segura sua recompensa. Entretanto, as sociedades existem e funcionam num mundo em perpétua mudança. Como uma simples unidade no organismo social, o indivíduo perpetua o status quo, mas também ajuda a transformá-lo quando há necessidade. Desde que nenhum ambiente se apresente completamente estacionário, nenhuma sociedade pode sobreviver sem o inventor ocasional e sem sua capacidade para encontrar soluções para novos problemas.
Como nos ensina Albert Einstein (em seu artigo “Porquê o Socialismo?”), o homem é, simultaneamente, um ser solitário e um ser social:
Ser Solitário
Enquanto ser solitário, tenta proteger a sua própria existência e a daqueles que lhe são próximos, satisfazer os seus desejos pessoais e desenvolver as suas capacidades inatas.
Ser Social
Enquanto ser social, procura ganhar o reconhecimento e afeição dos seus semelhantes, partilhar os seus prazeres, confortá-los nas suas tristezas e melhorar as suas condições de vida.
É possível pensar em “Indivíduo” sem pensar em “Sociedade”?
O conceito abstrato de “sociedade” significa para o ser humano individual o conjunto das suas relações diretas e indiretas com os seus contemporâneos e com todas as pessoas de gerações anteriores. 
O indivíduo é capaz de pensar, sentir, lutar e trabalhar sozinho, mas depende tanto da sociedade – na sua existência física, intelectual e emocional – que é impossível pensar nele, ou compreendê-lo, fora da estrutura da sociedade. 
É a “sociedade” que lhe fornece comida, roupa, casa, instrumentos de trabalho, língua, formas de pensamento, e a maior parte do conteúdo do pensamento; a sua vida foi tornada possível através do trabalho e da concretização dos muitos milhões passados e presentes que estão todos escondidos atrás da pequena palavra “sociedade”.
Conclusão
Fica evidente, portanto, que a dependência do individuo em relação a sociedade é um fato da natureza que não pode ser abolido, tal como no caso das formiguinhas e das abelhas. No entanto, enquanto todo o processo de vida das formigas e abelhas é reduzido ao menor pormenor por instintos hereditários rígidos,o padrão social e as inter-relações dos seres humanos são muito variáveis e susceptíveis de mudança.
A memória, a capacidade de fazer novas combinações, o dom da comunicação oral tornaram possíveis os desenvolvimentos entre os seres humanos que não são ditados por necessidades biológicas. Estes desenvolvimento manifestam-se nas tradições, instituições e organizações , na literatura, nas obras cientificas e de engenharia, nas obras de arte, isto explica a forma como, num determinado sentido, o homem pode influenciar sua vida através de sua própria conduta, e como neste processo o pensamento e a vontade consciente desempenham o seu papel.
Nesta aula, você:
Aprendeu quais são os ramos constitutivos das Ciências Sociais; 
Atentou para a relação entre indivíduo e sociedade; 
Deu-se conta da importância do conhecimento sociológico para a compreensão da realidade social. 
Aula 2: OBJETO E MÉTODO DAS CIÊNCIAS SOCIAIS
Objetivo desta aula
1) Comparar os objetos das ciências naturais e das ciências sociais, bem como seus métodos de investigação científica;
2) Demonstrar o enfoque específico utilizado pelas ciências sociais na análise da sociedade;
3) Investigar as possíveis interpretações e ocorrências na atualidade sobre a diferença entre o campo do saber das ciências da natureza e das ciências sociais.
Leia no Material Didático que você recebeu a introdução (p.11-26) do livro 
Sociologia: uma introdução à ciência da sociedade, de Cristina Costa.
Introdução
Em “Lição de Anatomia”, Rembrandt retrata uma aula na qual um cientista, junto ao corpo morto de um homem, ensina aos seus alunos a composição e a forma de um corpo humano. Tal atividade insere-se no campo do que se convencionou chamar de “ciências naturais”.
Entretanto, a observação do quadro pode ir além disso: visões e interpretações sobre o corpo humano e sobre a morte, o processo de transmissão de conhecimento, todos fazem parte de reflexões desenvolvidas pelas chamadas “ciências humanas e sociais”.
Nesta aula, iremos comparar os objetos e métodos desses dois campos de saberes, e demonstrar a abordagem específica das ciências sociais.
O QUE ESTUDAM AS CIÊNCIAS NATURAIS?
As Ciências Naturais estudam fatos simples, eventos que presumivelmente têm causas simples e são facilmente isoláveis, recorrentes e sincrônicos. Tais fatos podem ser vistos, isolados e reproduzidos dentro de condições de controle razoáveis, num laboratório.
Assim, nas Ciências Naturais há uma distância irremediável entre o cientista e seu objeto de pesquisa, o que torna o método objetivo o mais apropriado para a investigação de fenômenos dessa ordem.
Por que você come um bolo?
Porque tenho fome. Por solidariedade a alguém que faz aniversário. Pois é uma tradição em festas. Para agradar a minha mãe.
No âmbito das Ciências Sociais torna-se difícil desenvolver uma teoria capaz de transmitir com PRECISÃO uma causa única ou motivação exclusiva.
Ao contrário de outras ciências, as Ciências Sociais lidam não apenas com o que se chama de realidade, com fatos exteriores aos homens, mas igualmente com as interpretações que são feitas sobre a realidade.
As Ciências Sociais estudam fenômenos complexos. Seu objeto de investigação é o homem nas relações intersubjetivas, os fenômenos sociais, ou seja, eventos com determinações complicadas e que podem ocorrer em ambientes diferenciados, fazendo com que toda análise de fenômenos dessa natureza seja parcial, subjetiva.
É possível reproduzir determinados acontecimentos?
Podemos reproduzir a época dos descobrimentos? Ou da revolução Francesa?
Bem, podemos reunir os mesmos personagens, musicas, comidas, vestes, mobiliário, animais.
Mesmo o filme sendo de muito bem produzido, mas não será possível reproduzir o clima daquele momento, a atmosfera da época. Estaremos criando outro significado.
Neste sentido:
• Atitudes semelhantes têm significados diferentes.
• Cada cultura constrói seu significado social.
• Os fatos estudados pelo cientista social podem ser pretéritos ou serem reproduzidos em situações muito distintas. Mas não podem ser reproduzidos em condições controladas.
Resumindo...
Nas ciências naturais os fenômenos podem ser percebidos, divididos, classificados e explicados dentro de condições de relativo controle e em condições de laboratório.
Alcança-se a objetividade científica.
As descobertas possibilitam o desenvolvimento  de novas tecnologias.
Nas ciências humanas e sociais
Os fenômenos são complexos.
As percepções são variadas, porquanto históricas.
O resultado prático é visto em livros, romances, arte, teatro, novelas, onde tais ideias podem ser aplicadas para produzir modificações no comportamento das pessoas – nos sistemas de valores.
Os fatos sociais são irreproduzíveis em condições controladas e, por isso, quase sempre fazem parte do passado.
São eventos a rigor históricos e apresentados de modo descritivo e narrativo, nunca na forma de uma experiência
Ao observar os fenômenos sociais, somos levados a enfrentar nossa própria posição, nossos valores, nossa visão de mundo que interfere na nossa pesquisa. Nossa fala, nossos gestos, nossa modo de ser e de agir revelam o tipo de socialização que tivemos e influencia em nossa visão de mundo.
“Nasce, daí, um debate inovador, numa relação dialética entre investigador e investigado.”
Dessa forma, trabalhamos com fenômenos que estão bem perto de nós, temos a interação complexa entre o investigador e o investigado, pois ambos compartilham de um mesmo universo de experiências humanas.
Nesta aula, você:
Aprendeu quais são os objetos e métodos das ciências naturais e das ciências sociais; 
Atentou para a especificidade da investigação de fenômenos sociais; 
Aplicou os conhecimentos adquiridos na resolução de questões relacionadas ao tema da aula. 
Aula 3: A ANÁLISE ANTROPOLÓGICA DA CULTURA
 
Objetivo desta aula
1) Explicar o conceito de cultura como objeto de estudo privilegiado da análise antropológica;
2) Analisar a cultura como elemento condicionador da visão de mundo;
3) Descrever as práticas antropológicas utilizadas para categorizar comportamentos culturais;
4) Demonstrar a importância do principio de relativismo cultural, em contraposição ao etnocentrismo.
5) Entender a construção da identidade nacional a partir do mito das três raças, distinguindo algumas interpretações acerca da diversidade étnica e cultural da sociedade brasileira.
Introdução
Fulano não tem cultura! Sicrano é muito culto! O governo não investe em cultura!
A palavra cultura é de conhecimento geral. Mas seu significado varia de acordo com quem a utiliza.
Entender os “usos e abusos” do conceito de cultura, objeto de estudo privilegiado da Antropologia,e suas implicações na vida social, é o objetivo desta aula.
O conceito de cultura é uma preocupação intensa atualmente em diversas áreas do pensamento humano, no entanto a Antropologia é a área por excelência de debate sobre esta questão. 
Antes de começarmos, responda:
O que é “cultura” para você?
O primeiro antropólogo a sistematizar o conceito de cultura foi Edward Tylor que, em Primitive Culture, formulou a seguinte definição: “Cultura é todo complexo que inclui conhecimento, crença, arte, moral, lei, costume e quaisquer outras capacidades e hábitos adquiridos pelo homem na condição de membro da sociedade.”
Foi a partir da descoberta do “Novo Mundo”, nos séculos XV e XVI, que os europeus se depararam com modos de vida completamente distintos dos seus, e passaram a elaborar mais intensamente interpretações sobre esses povos e seus costumes.  
É fundamental termos em mente que o impacto e a estranheza se deram dos dois lados. Os grupos não europeus também se espantavam com o ser diferente que chegava até eles desembarcando em suas praias e tomando posse de seu território.
Infelizmente não temos muitos relatos dos povos não europeus para conhecermos a visão que eles tinham dos brancos. Existem relatosesparsos, como o de povos que, após a morte de um europeu em combate, colocavam seu corpo dentro de um rio e esperavam sua decomposição para ver se eram pessoas como eles.
O OLHAR EUROCÊNTRICO SOBRE A CULTURA
Mas de onde surge a preocupação com o tema da cultura? Vamos posicionar nosso olhar. Toda construção científica nasce na Europa. A reflexão teórico-científica sobre a humanidade se iniciou neste ambiente e nesta perspectiva. Logo, a noção de ser humano de referência para todas as Ciências Humanas e Sociais é a do homem europeu e da sociedade europeia. 
No entanto, a partir dos esforços de conquista de outros continentes, os europeus “encontraram-se” com “seres” diferentes o suficiente para causarem estranhamento, mas “parecidos” o suficiente para produzirem o seguinte incômodo: serão estes seres “humanos”? 
A relação com agrupamentos humanos de localidades até então desconhecidas como as que hoje denominamos África, América, Austrália, fizeram com que os europeus se questionassem sobre as características peculiares ao humano e as razões de tanta diferença entre os componentes de uma mesma espécie.
O movimento pré-científico, que domina o campo da diversidade cultural até o século XVIII, é aquele que oscilava entre conceber o “diferente” ora como humano, ora como não humano, provido ou desprovido de alma, bom ou mau selvagem, etc. 
Na ótica dos europeus, estes “maus selvagens” eram vistos como perigosos, mais próximos aos animais, brutos, imbuídos de uma sexualidade descontrolada, primitivos, com uma inteligência restrita, iludidos pela magia, enfim, seres limitados que precisavam ser “civilizados” pela cultura europeia.
VOCÊ SABE O QUE SIGNIFICA O TERMO “ANTROPOLOGIA DE GABINETE”?
Entramos no século XIX. Os antropólogos estudam culturas “exóticas” buscando descrever seus hábitos, costumes e sua forma de ver o mundo (cosmovisão). No entanto, eles não iam ao campo; não eram os antropólogos que experimentavam diretamente o dia a dia dos grupos “selvagens”. 
Eram enviados viajantes, pessoas comuns que eram deslocadas para essas “tribos” e ali ficavam por um certo tempo, registrando tudo que viam e ouviam, a fim de entregar este material aos antropólogos que aí sim analisavam estes relatos, desenvolvendo suas teorias sobre as diferentes culturas.  Esta é a denominada “antropologia de gabinete”.
A PRÁTICA ETNOGRÁFICA
Segundo François Laplantine, em Aprender Antropologia, a  prática etnográfica consiste em “impregnar-se dos temas de uma sociedade, de seus ideais, de suas angústias. O etnógrafo é aquele que deve ser capaz de viver nele mesmo a tendência principal da cultura que estuda”.
Na segunda metade do século XIX a “antropologia de gabinete” é questionada. Afinal, como falar sobre uma cultura que nunca se viu? Como descrever eventos que nunca se vivenciou? 
Assim, cunha-se a prática etnográfica, que é a metodologia característica da antropologia até os dias de hoje: o próprio antropólogo vai ao campo, entra no grupo, vivencia esta cultura diferente, deixa-se fazer parte deste dia a dia, registra esta vivência, retorna para sua própria cultura e finaliza seu trabalho de escrita que é o registro final desta experiência.
No entanto, não é nada fácil vivenciar uma outra cultura diferente da nossa. Por quê? Não sentimos nossa cultura como uma construção específica de hábitos e costumes: pensamos que nossos hábitos e nossa forma de ver o mundo devem ser os mesmos para todos! 
Naturalizamos nossos costumes e achamos o do outro “diferente”. Diferente de quê? Qual é o padrão “normal” segundo o qual analisamos o “diferente”?
Geralmente estabelecemos a nossa cultura como o padrão, a norma. Assim tudo que é diferente é concebido como estranho, e mesmo errado. Tal postura é o que denominamos etnocentrismo.
ETNOCENTRISMO
Segundo Everardo Rocha, em O que é Etnocentrismo, trata-se da “visão do mundo onde o nosso próprio grupo é tomado como centro de tudo e todos os outros são pensados e sentidos através dos nossos valores, nossos modelos, nossas definições do que é a existência. No plano intelectual, pode ser visto como a dificuldade de pensarmos a diferença; no plano afetivo, como sentimentos de estranheza, medo, hostilidade, etc. “.
O autor nos alerta ainda para a questão do choque cultural. Como ele afirma, “de um lado conhecemos o "nosso" grupo, que come igual, veste igual, gosta de coisas parecidas, conhece problemas do mesmo tipo, acredita nos mesmos deuses, casa igual, mora no mesmo estilo, distribui o poder da mesma forma, empresta à vida significados em comum e procede, por muitas maneiras, semelhantemente. Aí, então, de repente, nos deparamos com um "outro", o grupo do "diferente" que, às vezes, nem sequer faz coisas como as nossas ou quando as faz é de forma tal que não reconhecemos como possíveis. E, mais grave ainda, este “outro" também sobrevive à sua maneira, gosta dela, também está no mundo e, ainda que diferente, também existe.”.  
Na sua opinião, o etnocentrismo é positivo ou negativo? E que benefícios a Antropologia pode trazer para esta visão?
Roberto da Matta, no texto “Você tem cultura?” demonstra que “antes de cogitar se “aceitamos” ou não esta outra forma de ver o mundo, a Antropologia nos convida a compreendê-la, e verificar que ao seu jeito uma outra vida é vivida, segundo outros modelos de pensamento e de costumes. O fato de que o homem vê o mundo através de sua cultura tem como consequência a propensão em considerar o seu modo de vida como o mais correto e o mais natural. 
O conceito de cultura, ou, a cultura como conceito, então, permite uma perspectiva mais consciente de nós mesmos. Precisamente diz que não há homens sem cultura e permite comparar culturas e configurações culturais como entidades iguais, deixando de estabelecer hierarquias em que inevitavelmente existiriam sociedades superiores e inferiores”.
Nesta aula, você:
Aprendeu a visão antropológica da cultura e o fenômeno da diversidade cultural; 
Atentou para o fenômeno do etnocentrismo, que nos dificulta a compreensão de sistemas culturais diferentes dos nossos; 
Deu-se conta da importância da postura relativista para o entendimento das diferentes expressões culturais. 
Aprendeu que a diversidade étnico-cultural foi fundamental para a construção da identidade nacional brasileira, marcada pelo interseção de diferentes tradições culturais. 
Aula 4: A FORMAÇÃO DO PENSAMENTO POLÍTICO MODERNO E AS QUESTÕES BÁSICAS DA CIÊNCIA POLÍTICA
Objetivo desta aula
Ao final desta aula, você será capaz de:
1) Descrever as contribuições dos teóricos formadores do pensamento político moderno;
2) Descrever a concepção weberiana de dominação e poder;
3) Avaliar a visão marxista do papel do Estado na sociedade de classes.
Por mais que muitos de nós nos definamos como “apolíticos”, o homem é, como definiu Aristóteles, um animal político. Nesta aula, seremos apresentados aos pensadores políticos clássicos e aprenderemos as principais formas e sistemas de governo conhecidos. 
Conheceremos, também, a contribuição de dois pensadores clássicos, Max Weber e Karl Marx, em relação à questão da dominação e do papel do Estado na sociedade de classes.
A FORMAÇÃO DO PENSAMENTO POLÍTICO MODERNO E AS QUESTÕES BÁSICAS DA CIÊNCIA POLÍTICA
	
Segundo Marilena Chaui, em Filosofia, o conceito de estado de natureza tem a função de explicar a situação pré-social na qual os indivíduos existem isoladamente. duas foram as principais concepções do estado de natureza.
Thomas Hobbes (1588-1679)
Thomas Hobbes foi um filósofo inglês, que em 1651 publica sua principal obra denominada O Leviatã. Neste trabalho o autor afirma que a sociedade necessita de uma autoridade à qual todos os membros devem se render, mesmo com prejuízo de sua liberdade individual. Isto seria necessário para que a autoridade possa assegurar a paz interna e a defesa do bem comum. Este soberano, quer seja um monarca ou uma assembleia, deveria ser O Leviatã, que possuiria uma autoridade inquestionável.
Na concepção de Hobbes, em estadode natureza, os indivíduos vivem isolados e em luta permanente, vigorando a guerra de todos contra todos, ou "o homem lobo do homem". Nesse estado, reina o medo e, principalmente, o grande medo: o da morte violenta. Para se protegerem uns dos outros, os humanos inventaram as armas e cercaram as terras que ocupavam. Essas duas atitudes são inúteis, pois sempre haverá alguém mais forte que vencerá o mais fraco e ocupará as terras cercadas. A vida não tem garantias; a posse não tem reconhecimento e, portanto, não existe; a única lei é a força do mais forte, que pode tudo quanto tenha força para conquistar e conservar.
John Locke (1632-1704) 
John Locke pode ser considerado o precursor do liberalismo político. Em suas obras são feitas críticas a teoria do direito divino dos reis, ao princípio da afirmação com base na autoridade inata. Para Locke, a soberania não reside no Estado, mas sim na população. Embora admitisse a supremacia do Estado, Locke dizia que este deve respeitar as leis natural e civil.
Ele também defendeu a separação da Igreja do Estado e a liberdade religiosa, recebendo por estas ideias forte oposição da Igreja Católica.
Na concepção de John Locke, o Estado existe a partir do contrato social, sendo a sua principal finalidade garantir o direito natural da propriedade. Dessa maneira, a burguesia vê seus interesses legitimados perante a realeza e a nobreza e, mais do que isso, surge como superior a elas, uma vez que o burguês acredita que é proprietário graças ao seu próprio trabalho, enquanto reis e nobres são parasitas da sociedade. 
Jean-Jacques Rousseau (1712-1778)
Na concepção de Rousseau em estado de natureza, os indivíduos vivem isolados pelas florestas, sobrevivendo com o que a natureza lhes dá, desconhecendo lutas e comunicando-se pelo gesto, pelo grito e pelo canto, numa língua generosa e benevolente. Esse estado de felicidade original, no qual os humanos existem sob a forma do “bom selvagem” inocente, termina quando alguém cerca um terreno e diz: "É meu". A divisão entre o meu e o teu, isto é, a propriedade privada, daria origem ao estado de sociedade.
A passagem do estado de natureza à sociedade civil se daria, portanto, por meio de um contrato social, pelo qual os indivíduos renunciam à liberdade natural e à posse natural de bens, riquezas e armas e concordam em transferir a um terceiro, o soberano, o poder para criar e aplicar as leis, tornando-se autoridade política. O "Contrato social", ao considerar que todos os homens nascem livres e iguais, encara o Estado como o resultado de um pacto no qual os indivíduos entram em acordo para a proteção desses direitos, cabendo ao estado o exercício desta tarefa. Nasceria daí o princípio de soberania.
AS FORMAS DE DOMINAÇÃO. 	
LEGÍTIMA PARA MAX WEBER
A DOMINAÇÃO TRADICIONAL
Baseada nas tradições e mais diretamente relacionadas às monarquias absolutistas do período da modernidade.
DOMINAÇÃO CARISMÁTICA
A dominação carismática é poderosamente influenciada por fatores emocionais, na medida em que é construída por um tipo de “devoção afetiva” por parte dos dominados. Portanto, este indivíduo, que possui o carisma é reconhecido como um líder por seus seguidores e, assim, a autoridade carismática é legitimada. Nestes casos a legitimidade se baseia no carisma do líder. Esta forma de dominação se apresenta, geralmente, em períodos de ruptura institucional. 
A DOMINAÇÃO RACIONAL LEGAL
Relacionada ao Estado de Direito e a presença de uma burocracia em termos administrativos, cujo princípio de legitimidade se baseia na racionalidade e nas disposições legais. 
Nesta aula, você:
Aprendeu as principais contribuições dos pensadores políticos modernos; 
Atentou para a importância da dominação legítima no exercício do poder; 
Deu-se conta do papel de mantenedor dos privilégios da classe dominante exercido pelo Estado na concepção marxista. 
aula 5: CONTEXTO HISTÓRICO DA FORMAÇÃO DA SOCIOLOGIA E DA ANTROPOLOGIA
Objetivo desta aula
Ao final desta aula, você será capaz de:
1) Descrever o contexto histórico do surgimento das primeiras análises antropológicas e sociológicas;
2) Analisar o darwinismo social como expressão das concepções positivistas do século XIX;
3) Identificar as categorias de ordem e progresso social a partir do pensamento de Augusto Comte;
4) Estabelecer a importância e a influência da corrente positivista na sociedade brasileira.
	A formação do pensamento sociológico e antropológico deu-se a partir da segunda metade do século XIX, em decorrência de uma série de transformações econômicas, sociais e políticas por que passou a Europa nesse período.
Apresentar e analisar as primeiras formulações dessas ciências, bem como demonstrar a influência dessas concepções na sociedade brasileira é o que se pretende nesta aula
As condições históricas para o desenvolvimento do pensamento científico e para o surgimento da Sociologia. 
A CIÊNCIA 
	A sociedade ocidental produziu uma forma específica de explicar o mundo, chamada de ciência, ou seja, uma forma racional, objetiva, sistemática, metódica e refutável de formulação das leis que regem os fenômenos.
O racionalismo e a Revolução Científica do século XVII
René Descartes 1596 e 1650
Galileu Galilei 1564 e 1642
Isaac Newton 1643 a 1727
O CONCEITO DE MODERNIDADE
	Como uma primeira aproximação, digamos simplesmente o seguinte: modernidade refere-se ao estilo, costume de vida ou organização social que emergiram na Europa a partir do século XVII. (Giddens, Anthony. As consequências da modernidade, pg. 11.) 
CARACTERÍSTICAS DA MODERNIDADE
	As dimensões institucionais da modernidade compreendem o capitalismo, o industrialismo, a vigilância (controle da informação e supervisão social), poder militar (controle dos meios de violência no contexto da industrialização da guerra). (Idem, pg. 65)
OS MOVIMENTOS REVOLUCIONÁRIOS DO SÉCULO XVIII
A REVOLUÇÃO INDUSTRUIAL 
	A substituição das ferramentas pelas máquinas, da energia humana pela energia motriz e do modo de produção doméstico pelo sistema fabril caracterizaram o processo histórico que ficou conhecido como a Revolução Industrial. Estas mudanças provocariam um enorme impacto sobre a estrutura da sociedade, num processo de transformação acompanhado por notável evolução tecnológica.
A REVOLUÇÃO FRANCESA
O POSITIVISMO Auguste Comte (1798-1857)
A teoria positivista pode ser considerada como um tipo de cientificismo, que tenta explicar e compreender a sociedade humana, como se suas leis fossem derivadas das chamadas ciências naturais. Por esta razão, Comte também definia a nova disciplina, a Sociologia, como Física Social. Para o autor, a partir da inteligência o homem poderia prever os acontecimentos e as modificações que devem ser neles introduzidas, para que sejam obtidos determinados efeitos, ou seja “saber para prever a fim de prover”.
A Lei dos Três Estados 
Teológico 
Metafísico 
Positivo 
TEOLÓGICO: A explicação do mundo com base em concepções místicas e no pensamento religioso. Predomina a imaginação.
METAFÍSICO: Predomínio de princípios e construções teóricas de natureza filosófica. Predomina a argumentação.
POSITIVO: A conduta humana pautada nas convicções e deliberações da ciência. Predomina a observação.
Herbert Spencer e o DARWINISMO SOCIAL 
	O filósofo inglês Herbert Spencer foi o principal representante do evolucionismo nas ciências humanas. Ele especulava sobre a existência de regras evolucionistas na natureza antes de seu compatriota, o naturalista Charles Darwin, que foi o autor da teoria da evolução das espécies. É dele a expressão "sobrevivência do mais apto", muitas vezes atribuída a Darwin. Os princípios do darwinismo social foram construídos a partir da obra de Spencer.
CHARLES DARWIN
	Darwin foi um naturalista britânico que alcançou destaque no meio acadêmico ao desenvolver a teoria da evolução da vida na Terra. Em seu livro publicado em 1859, A Origem das Espécies eleintroduziu a ideia de evolução a partir de um processo aleatório de seleção natural. Este princípio se tornaria a explicação científica dominante para a diversidade das espécies no mundo natural.
Nesta aula, você:
Aprendeu o contexto histórico do surgimento das primeiras análises  antropológicas e sociológicas; 
Atentou para a importância e para a influência do pensamento positivista no Brasil. 
aula 6: MODELOS CLÁSSICOS DA ANÁLISE SOCIOLÓGICA: A CONTRIBUIÇÃO DE ÉMILE DURKHEIM
Objetivo desta aula
Ao final desta aula, você será capaz de:
1) Definir o que é fato social e suas características;
2) Listar a classificação dos fatos sociais como normais e patológicos;
3) Identificar o crime como fato social e, através do método proposto por Durkheim;
4) Reconhecer a noção de consciência coletiva enquanto fenômeno associado às formas de solidariedade social;
5) Avaliar a influência da sociedade sobre comportamentos;
6) Analisar a evolução das formas de organização social (simples e complexa) do ponto de vista dos laços existentes entre o indivíduo e a sociedade (solidariedade social);
7) Descrever os mecanismos pelos quais a consciência coletiva nas modernas sociedades constrói a gradação dos níveis de patologia social presentes nas sociedades.
O pensamento sociológico de 
Émile Durkheim
(1858-1917)
ALGUMS OBRAS DO AUTOR
DURKHEIM, Émile. As Regras do Método Sociológico. São Paulo, Cia Ed. Nacional, 1974.
DURKHEIM, Émile. A Divisão do Trabalho Social. Buenos Aires. Ed. Schapire. 1967.
DURKHEIM, Émile. Educação e Sociologia. São Paulo. Ed. Melhoramentos, 1955. O Suicídio. Rio de Janeiro. Jorge Zahar Ed. 1982.
DURKHEIM, Émile. As Formas Elementares da Vida Religiosa. 
Buenos Aires. Ed. Schapire, 1968.
O POSITIVISMO
Auguste Comte (1798-1857)
A Lei dos Três Estados:
Teológico Metafísico Positivo
A INFLUÊNCIA POSITIVISTA
	Bastante influenciado pelo positivismo e pela lógica cientificista do século XIX, Émile Durkheim imaginava a existência de um “reino moral” ou “reino social”. Este reino moral seria o espaço no qual se processariam as representações coletivas. Tanto Durkheim quanto Karl Marx imaginavam ser possível descobrir o que poderia ser definido como “as leis naturais” da sociedade humana.
O CONCEITO DE FATO SOCIAL
	Em As Regras do Método Sociológico, Durkheim afirma que o objeto de estudo da Sociologia são os fatos sociais. Eles seriam aqueles modos de agir, pensar e sentir que exercem sobre os indivíduos uma coerção externa e que possuem existência própria.
AS CARACTERÍSTICAS DOS FATOS SOCIAIS
	Poder de coerção: para que o fato seja considerado social, deve também exercer algum poder de coerção sobre os indivíduos.
	Exterioridade: os fatos sociais agem sobre os indivíduos independentemente de suas vontades particulares. São maneiras de pensar, de agir e sentir que existem fora das consciências individuais.
	Generalidade: todo fato social necessariamente possui um caráter de generalidade, ou seja, precisa ser percebido de modo coletivo.
O FATO SOCIAL PATOLÓGICO
	É todo fato que extrapola os limites aceitos pela consciência coletiva de uma determinada sociedade. Nestes casos eles engendram conflito ao invés de solidariedade, colocando em risco o consenso e representando uma espécie de estado “mórbido” para a sociedade.
A CONSCIÊNCIA COLETIVA 
	É o modo como a sociedade vê a si mesma e as demais, através de suas lendas, mitos, concepções religiosas, crenças morais etc... Em outras palavras, seria o sistema de representações coletivas presente em determinada sociedade.
O MÉTODO DE PESQUISA EM SOCIOLOGIA 
	Segundo Durkheim,o pesquisador deve assumir uma postura de distanciamento e neutralidade em relação aos fatos estudados, ou seja, deve abandonar as suas pré-noções. Estes, por sua vez, devem ser medidos e observados de forma objetiva. “Os fatos sociais devem ser encarados como coisas.”
AS FORMAS DE SOLIDARIEDADE OU DE COOPERAÇÃO SOCIAL 
	Segundo Durkheim, o meio moral em determinada sociedade é produzido pela cooperação entre os indivíduos, por meio de um processo de interação que compreende a divisão do trabalho social. Neste sentido haveriam duas formas básicas de se construir esta cooperação ou solidariedade, que seriam a solidariedade mecânica e a solidariedade orgânica. 
A SOLIDARIEDADE MECÂNICA 
	Predomina nas sociedades pré-capitalistas. A união do grupo se dá com base na idéia de identidade entre os indivíduos, manifestada através de costumes, religião, laços de família. É forte, neste contexto, a consciência coletiva. 
A SOLIDARIEDADE ORGÂNICA 
	Típica das sociedades capitalistas, nas quais a união do grupo se dá com base na interdependência entre os indivíduos. Esta, por sua vez, está ligada ao aumento da divisão interna do trabalho social, com a consequente especialização de funções. Neste contexto é mais fraca a consciência coletiva, com maior autonomia dos indivíduos.
O CONCEITO DE ANOMIA
	Segundo Durkheim uma situação de anomia pode ser identificada toda vez que as relações sociais, assim como a divisão do trabalho, engendram conflito ao invés de solidariedade. Isto acontece quando deixa de existir correspondência entre as regras jurídicas e morais estabelecidas e as condições geradas pelas transformações das relações sociais, presentes em determinada sociedade.
Nesta aula, você:
Aprendeu os principais conceitos da sociologia de Émile Durkheim; 
Deu-se conta de que as noções de normalidade e patologia variam de sociedade para sociedade, pois cada uma delas possui suas próprias representações coletivas; 
Atentou para a importância da análise dos fenômenos coletivos para a compreensão da vida em sociedade.
Aula 7: MODELOS CLÁSSICOS DA ANÁLISE SOCIOLÓGICA: A CONTRIBUIÇÃO DE MAX WEBER
Objetivo desta Aula
Ao final desta aula, você será capaz de:
1) Definir o objeto e o método de investigação da sociologia weberiana;
2) Estabelecer o conceito de ação social;
3) Distinguir ação social e relação social;
4) Identificar os tipos de ação social;
5) Reconhecer a importância da sociologia weberiana para a análise da sociedade brasileira.
Por que os indivíduos, em uma situação específica, tomam determinadas decisões? Quais as razões/motivações para esses atos?
Entender o sentido das ações empreendidas pelos indivíduos é o ponto de partida da sociologia de Max Weber, que estudaremos nesta aula.
O MÉTODO COMPREENSIVO DE MAX WEBER
	O sociólogo Max Weber parte do princípio de que a sociedade não é apenas algo exterior aos indivíduos. Ao contrário ela seria o resultado de uma imensa rede de relações entre os seus membros. Para analisar esta rede de interações não basta observá-la de modo distante, é necessário se aproximar, interagir e partir daí assimilar os diferentes tipos de racionalidade que motivam as relações sociais existentes.
AÇÃO SOCIAL: UMA AÇÃO DOTADA DE SENTIDO
	O objeto da sociologia para Weber é o sentido da ação social, que deve ser buscado pela apreensão da totalidade de significados e valores atribuídos pelos indivíduos. Nesse sentido, ele procura mostrar que não há apenas uma causa dos fenômenos sociais; através da ideia de “adequação de sentido”, Weber mostra a convergência da ação em duas ou mais esferas que compõem o todo social (a economia, a política, a religiosa etc.), ou seja, a ação social é determinada por mais de uma causa, sendo que cada causa tem importância variada sobre a determinada ação.
Para ele, a tarefa do sociólogo é “pesquisar os sentidos e os significados recíprocos que orientam os indivíduos na maioria de suas ações e que configuram as relações sociais”.  A análise sociológica deve, assim, compreender e interpretar o sentido e os efeitos das ações humanas.
A SOCIOLOGIA COMPREENSIVA
Esta compreensão do sentido subjetivo das ações dos indivíduos, que se relacionam com os demais membros da sociedade ou grupo é a base da sociologia weberiana.Neste sentido, para Weber a sociologia seria uma ciência compreensiva.
O CONCEITO DE AÇÃO SOCIAL 
	A base da sociologia weberiana pode ser estruturada a partir do conceito de ação social, que segundo Weber seria todo tipo de conduta humana relacionada a outros indivíduos e dotada de um sentido subjetivamente elaborado.
Difere das
AS RELAÇÕES SOCIAIS
	São estabelecidas quando os agentes partilham o sentido de suas ações e agem reciprocamente, de acordo com certas expectativas que possuem do outro.
(Quintaneiro, Tania et al. Um toque de clássicos. Ed. UFMG).
A RUPTURA COM O CIENTIFICISMO 
Weber rompe de forma mais sistemática com o cientificismo de influência positivista, muito presente nas obras de pensadores do século XIX. Em sua opinião as ciências sociais, que ele define como ciências da cultura, são disciplinas cujas diretrizes metodológicas e teóricas são profundamente influenciadas pelo ponto de vista do investigador.
A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo 
A presença muito significativa de protestantes de várias seitas entre os empresários e os trabalhadores qualificados, nos países capitalistas mais industrializados sugeriu a Weber a possibilidade da existência de algum tipo de afinidade particular entre certos valores presentes na época do surgimento do capitalismo moderno e a ética calvinista.
(Quintaneiro, Tania. Um Toque de Clássicos, pg. 129.)
O CONCEITO DE TIPO IDEAL 
	Para Weber, os tipos ideais, ou tipos puros, seriam instrumentos ou conceitos criados pelo cientista social, para a análise da sociedade por meio de um princípio de comparação. Todo conceito seleciona alguns aspectos da realidade infinita, enquanto exclui outros.
ALGUNS TIPOS IDEAIS DE AÇÃO SOCIAL
Tipos de ação
	Weber, preocupado com o valor que cada indivíduo atribui à sua ação, procurou elaborar uma tipologia para compreender as características particulares, definindo quatro tipos de ação:
Ação social racional com relação a fins
	São aquelas cujo sentido subjetivo envolve os meios adequados para se atingir determinados objetivos, previamente estabelecidos. Ex.: uma pesquisa científica, um projeto econômico, fazer um curso de graduação etc... 
Ação social racional com relação a valores 
	São aquelas cujo princípio racional se caracteriza pela tentativa de influenciar outros indivíduos sobre a afirmação de determinados valores. Ex.: participar de uma manifestação em defesa da natureza ou em prol dos direitos humanos, ou entrar para a universidade porque a família considera este um ponto importante. 
Ação social afetiva 
	São aquelas cujo sentido subjetivo racional se mistura a uma forte carga emocional, muitas vezes comprometendo a própria análise da racionalidade em questão. Ex.: ações motivas por ciúme, cólera, paixão etc...
Ação social racional com relação ao regular ou ação social tradicional
	São aquelas cujo sentido subjetivo se constrói com vistas à observação de costumes ou tradições. Ex.: o casamento religioso, ou o batismo dos filhos em determinada igreja, para quem não é praticante daquela crença. Ir para a universidade porque todos na família assim o fizeram etc...
Nesta aula, você:
Aprendeu o objeto e o método da análise sociológica weberiana; 
Deu-se conta de que as ações sociais possuem diferentes motivações; 
Atentou para a importância do pensamento weberiano para a compreensão da sociedade brasileira.
Aula 8: Modelos clássicos da análise sociológica: a contribuição de Karl Marx
Objetivo desta Aula
Ao final desta aula, você será capaz de:
1) Avaliar a concepção marxista de análise da sociedade;
2) Avaliar os conceitos de dialética e materialismo histórico;
3) Identificar conceitos fundamentais na análise marxista, tais como ideologia, alienação e práxis;
4) Descrever o conceito de modo de produção.
Nesta aula você será apresentado a mais um modelo clássico de compreensão da realidade social. Trata-se da contribuição de Karl Marx, um dos autores mais estudados pelos analistas sociais. 
Conceitos fundamentais da teoria marxista serão trabalhados, com vistas à sua utilização na análise de situações sociais concretas.
O MATERIALISMO HISTÓRICO
O método de abordagem da vida social, elaborado por Marx, foi chamado posteriormente de Materialismo Histórico. De acordo com tal concepção, as relações materiais que os homens estabelecem entre si, o modo como produzem os seus meios de vida, formam a base de todas as suas relações.
FORÇAS PRODUTIVAS + RELAÇÕES DE PRODUÇÃO = MODO DE PRODUÇÃO 
A DIALÉTICA
A dialética é uma corrente filosófica, que tem sua origem na filosofia grega, com Heráclito de Éfeso e se estrutura afirmando a contradição como a própria substância da realidade. Esta se superaria num processo incessante de negação, conservação e síntese. Aplicada aos fenômenos historicamente produzidos, a ótica dialética cuida de apontar as contradições constitutivas da vida social que resultam na negação de uma determinada ordem.
A DIALÉTICA DE HEGEL
Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831) é considerado um dos principais representantes do idealismo alemão. Para Hegel, o movimento do pensamento, que ele encarna com o nome de idéia, é o criador da realidade. Esta não seria mais do que a manifestação objetiva e concreta das idéias.
OS MODOS DE PRODUÇÃO
Entende-se por modo de produção a maneira pela qual os homens obtêm seus meios de existência material, isto é, os bens de que necessitam para viver. Na história podemos distinguir alguns modos de produção como o escravismo na antiguidade, o feudalismo, o capitalismo e o socialismo. Os modos de produção de uma sociedade dependem do estágio das forças produtivas e do desenvolvimento das relações de produção.
FORÇAS PRODUTIVAS
O conceito de forças produtivas refere-se aos instrumentos e habilidades utilizados na produção material, possibilitando o controle da natureza. Seu desenvolvimento é cumulativo.
RELAÇÕES DE PRODUÇÃO
A ideia de relações sociais de produção implica em diferentes formas de organização da produção, da distribuição, da posse e da propriedade dos meios de produção; bem como as suas garantias legais, constituindo-se dessa forma no substrato para a estruturação das classes sociais. De forma sintética, seriam as relações estabelecidas pelos indivíduos entre si e com o grupo, para a organização do trabalho social.
A LUTA DE CLASSES
A presença de diferentes classes sociais nos diversos modos de produção, com interesses muitas vezes antagônicos, levou Marx a considerar a luta de classes como o fator de motivação das transformações da história humana. No capitalismo a duas classes predominantes são a burguesia e o proletariado.
Para Marx, esta “luta de classes seria o motor da história”. Este modo de pensar a sociedade representaria a base do materialismo histórico, que corresponde a aplicação da dialética materialista ao estudo da história humana. 
A IDEOLOGIA
Para a teoria marxista a ideologia seria “o conjunto de proposições existentes com a finalidade de fazer aparentar os interesses da classe dominante com o interesse coletivo, construindo uma hegemonia daquela classe, tornando-se uma verdade absoluta e natural”.
(Chauí, Marilena. O que é ideologia, São Paulo, Ed. Brasiliense, pg. 81).
A ALIENAÇÃO
O trabalho na sociedade capitalista é considerado como algo sobre o qual o próprio trabalhador não possui nenhum controle. Este saber lhe foi expropriado num processo histórico, juntamente com os meios de produção. Este mecanismo é definido por Marx como alienação. 
Nesta aula, você:
Aprendeu a concepção marxista da análise da sociedade; 
Identificou conceitos fundamentais da teoria marxista e aprendeu a aplicá-los na análise de situações concretas da vida social. 
Aula 9: A ATUALIDADE DAS CIÊNCIAS SOCIAIS NA COMPREENSÃO DA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA: GLOBALIZAÇÃO, DESIGUALDADES E EXCLUSÃO SOCIAL
Objetivo desta aula
Ao final desta aula, você serácapaz de:
1) Analisar as questões da desigualdade, pobreza e exclusão na sociedade contemporânea, marcada pela globalização;
2) Compreender o sentido do conceito de desenvolvimento ecologicamente sustentável. Analisar o campo de atuação da ecologia política;
3) Reconhecer, em especial, as desigualdades de gênero, raça e etnia no Brasil contemporâneo.
Ouvimos falar muito em globalização, sociedade em rede, aumento da desigualdade social, preconceito, intolerância, não é mesmo?
Esses fenômenos sociais recentes foram e estão sendo objetos de diversos estudos socioculturais contemporâneos.
Nesta aula, estudaremos vários desses fenômenos, no mundo e em especial na sociedade brasileira, a partir da contribuição de diversos pensadores contemporâneos.
GLOBALIZAÇÃO CULTURAL
	Giddens define globalização como “a intensificação de relações sociais mundiais que unem localidades distantes de tal modo que os acontecimentos locais são condicionados por eventos que acontecem a muitas milhas de distância e vice-versa”.
A questão central é a seguinte: 
As identidades nacionais estão sendo “homogeneizadas”?
	Stuart Hall, em Identidade cultural na pós-modernidade , apresenta três posições contrárias ao sentimento de homogeneização cultural:
• Juntamente com a tendência à homogeneização global, acontece uma fascinação com a diferença e com a mercantilização da etnia e da “alteridade” (Kevin Robin);
• A globalização é desigualmente distribuída pelo mundo, entre regiões e estratos da população nas regiões = “geometria do poder” da globalização (Doreen Massey);
• A globalização continua sendo um fenômeno essencialmente ocidental = afeta de forma desigual os diversos espaços geográficos do globo (Kevin Robin).
CONSEQUÊNCIAS DA GLOBALIZAÇÃO CULTURAL
Juntamente com a globalização há um reforço das identidades locais;
A globalização é um processo desigual, com sua própria “geometria de poder”;
As identidades culturais estão sendo relativizadas, apesar de reterem aspectos da dominação global: migração, legal e ilegal, de enormes contingentes de pessoas da periferia para os centros, principalmente das antigas colônias para as potências européias.
	Esta formação de “enclaves” étnicos minoritários no interior dos estados-nação do Ocidente leva a uma “pluralização” de culturas nacionais e de identidades nacionais, tendo como consequência o surgimento de manifestações de xenofobia em várias partes do mundo. 
Percebe-se que a globalização não parece estar produzindo nem o triunfo do “global” nem a persistência, em sua velha forma nacionalista, do “local”. Os deslocamentos ou os desvios da globalização mostram-se, afinal, mais variados e mais contraditórios do que sugerem seus protagonistas ou seus oponentes. Entretanto, isso também sugere que, embora alimentada, sob muitos aspectos, pelo Ocidente, a globalização pode acabar sendo parte daquele lento e desigual, mas continuado, descentramento do Ocidente.
A SOCIEDADE EM REDE
	Outra característica marcante da sociedade contemporânea é a formação de redes sociais nas quais os processos de construção de identidades são cada vez mais múltiplos. Segundo Manuel Castells, em A era da informação: economia, sociedade e cultura, o mundo contemporâneo globalizado constitui uma “sociedade em rede”.
Para ele, “redes constituem a nova morfologia social de nossa sociedade e a difusão da lógica de redes modifica de forma substancial a operação e os resultados dos processos produtivos e de experiência, poder e cultura. Tudo isso porque elas são estruturas abertas capazes de expandir de forma ilimitada, integrando novos nós desde que consigam comunicar-se dentro da rede, ou seja, desde que compartilhem os mesmos códigos de comunicação (por exemplo, valores ou objetos de desempenho)”.
Nesse contexto, a rede é um instrumento apropriado para:
• a economia capitalista voltada para a inovação, globalização e concentração descentralizada; 
• o trabalho, trabalhadores e empresas voltadas para a flexibilidade e adaptalidade;
• uma cultura de desconstrução e reconstrução contínuas; 
• uma política destinada ao processamento instantâneo de novos valores e humores públicos; e
• uma organização social que vise a suplantação do espaço e invalidação do tempo.
GLOBALIZAÇÃO E DESIGUALDADE SOCIAL
	Segundo Boaventura de Sousa Santos, em  Os processos da globalização ), globalização na produção de desigualdade a nível mundial tem sido amplamente debatido nos últimos anos.
	As novas desigualdades sociais produzidas por esta estrutura de classe têm sido amplamente reconhecidas, mesmo pelas agências multilaterais que têm liderado este modelo de globalização, como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional. 
	É hoje evidente que a iniquidade da distribuição da riqueza mundial se agravou nas duas últimas décadas: 54 dos 84 países menos desenvolvidos viram o seu PNB per capita decrescer nos anos 1980; em 14 deles a diminuição rondou os 35%.
	Segundo o Relatório do Programa para o Desenvolvimento das Nações Unidas de 2001,  mais de 1,2 bilhões de pessoas (pouco menos que 1/4 da população mundial) vivem na pobreza absoluta, ou seja, com um rendimento inferior a um dólar por dia e outros 2,8 bilhões vivem apenas com o dobro desse rendimento.
	Segundo  o Banco Mundial, o continente africano foi o único em que, nas últimas décadas, se verificou um decréscimo da produção alimentar.  O aumento das desigualdades tem sido tão acelerado e tão grande que é adequado ver as últimas décadas como uma revolta das elites contra a redistribuição da riqueza com a qual se põe fim ao período de certa democratização da riqueza iniciado no final da Segunda Guerra Mundial. 
	Segundo o Relatório do Desenvolvimento Humano do PNUD relativo a 2005, os 20% da população mundial a viver nos países mais ricos detinham, em 1997, 86% do produto bruto mundial, enquanto os 20% mais pobres detinham apenas 1%. 
	Segundo o mesmo Relatório, mas relativo a 2001, no quinto país mais rico concentram-se 79% dos utilizadores da internet As desigualdades neste domínio mostram quão distantes estamos de uma sociedade de informação verdadeiramente global. 
	A largura da banda de comunicação eletrônica de São Paulo, uma das sociedades globais, é superior à da África no seu todo. E a largura da banda usada em toda a América Latina é quase igual à disponível para a cidade de Seul.
DESIGUALDADE, POBREZA E EXCLUSÃO SOCIAL NO BRASIL
	A desigualdade social no Brasil tem sua origem no processo de colonização. Ao longo dos anos, apesar de conquistas sociais como o fim do regime escravista, a marginalização histórica dos setores mais baixos da escala social brasileira permaneceu, a despeito dos avanços verificados nas duas últimas décadas.
	Estatísticas revelam que 12,9% dos brasileiros vivem abaixo da linha da pobreza. As desigualdades regionais são visíveis: as regiões Norte e Nordeste respondem por 43% do total de pessoas vivendo em extrema pobreza no país.
	A desigualdade também se expressa nos grandes centros urbanos, onde populações desassistidas vivem pelas ruas, e nas periferias das grandes e médias cidades brasileiras, um expressivo número de pessoas vive em subocupações ― as favelas, localidades em que se registra uma alto índice de criminalidade, decorrente da ausência ou ineficiência do poder público, e da ação de grupos que passam a exercer autoridade sobre a população, como traficantes e milícias.
Preconceito contra as mulheres
Hustana Vargas nos mostra que, na representação política, por exemplo, as mulheres estão muito aquém da igualdade que a Constituição lhe assegura. 
Embora as mulheres representem 51,20% do eleitorado brasileiro ― aproximadamente o mesmo percentual da composição entre os sexos na população brasileira (IBGE, 2005) ― o percentual de candidatas às câmaras de vereadores, nas eleições de 2004, em todo o país, foi de 22,14%, totalizando 76.765. Já as candidatas às prefeituras somaram apenas 9,48% do total das candidaturas, ou seja, 1.495 candidaturas femininas.
Outro claroexemplo de preconceito contra as mulheres se expressa nos altos índices de violência doméstica, motivação para a criação de lei específica visando maior rigor na punição dos agressores, a chamada Lei Maria da Penha .
PRECONCEITO DE RAÇA E DE CLASSE
	O Brasil não conheceu o regime de segregação racial, o apartheid. 
	A sociedade brasileira, ao longo de sua história, não foi pensada de forma dual (negros x brancos). Contudo, isso não significa que o racismo, em suas diferentes manifestações, faça parte da vida brasileira. 
	 Segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano Brasil 2005, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), por exemplo, enquanto o número de pobres diminuiu entre 1992 e 2001, o número de negros pobres (cabe salientar que a categoria negro refere-se aos pretos e pardos das estatísticas do IBGE) teria aumentado.
	O debate em relação ao preconceito racial no Brasil tomou vulto nos últimos anos, com a elaboração do Estatuto da Igualdade Racial e as políticas de ação afirmativa, em especial a política de reservas de cotas nas universidades por critérios racialistas.
	 Essa tentativa de racialização da sociedade brasileira, como nos mostra, entre outros, Yvonne Maggie, Peter Fry e Demétrio Magnoli, coloca em xeque a tradição cultural brasileira de se pensar miscigenado, múltiplo, não dual, diferentemente da sociedade norte-americana ― modelo que inspirou as referidas políticas de ação afirmativa.
Preconceito contra os homossexuais
	Uma pesquisa realizada pela USP revelou que, nas escolas públicas brasileiras, 87% da comunidade ― sejam alunos, pais, professores ou servidores ― têm algum grau de preconceito contra homossexuais. 
Essa é uma questão que estudantes e educadores homossexuais, bissexuais e travestis enfrentam diariamente nas escolas: a homofobia .  
	O levantamento foi realizado com base em entrevistas feitas com 18,5 mil alunos, pais, professores, diretores e funcionários, de 501 unidades de ensino de todo o país. 
Estudo da UNESCO divulgado este ano indica que nas escolas públicas do Distrito Federal 44% dos estudantes do sexo masculino afirmaram não gostariam de estudar com homossexuais. Entre as meninas, o índice é de 14%.
Nesta aula, você:
Aprendeu o que foi a globalização e seu impacto na produção de identidades sociais; 
Deu-se conta de que manifestações de intolerância e preconceito ressurgiram fortemente no mundo globalizado; 
Atentou para o fato de que as desigualdades sociais permanecem na sociedade brasileira, a despeito do crescimento econômico nacional verificado nas últimas décadas. 
Compreendeu o sentido do conceito de desenvolvimento ecologicamente sustentável e o campo de atuação da ecologia política. 
Aula 10: A ATUALIDADE DAS CIÊNCIAS SOCIAIS NA COMPREENSÃO DA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA: NOVOS PADRÕES MORAIS E CULTURAIS
Objetivo desta Aula
Ao final desta aula, você será capaz de:
1) Analisar questões contemporâneas da sociedade brasileira e mundial;
2) Descrever o processo de construção de novas identidades e novos padrões de comportamento.
Passada a primeira década do século XXI, verifica-se a ocorrência de novos padrões de comportamento e estilos de vida. 
Grupos sociais historicamente excluídos organizam-se e buscam cada vez mais inserir-se no mundo globalizado sem abrir mão de suas marcas identitárias. Novos modelos de família passam a conviver com o modelo tradicional de família nuclear. 
Nesta aula, para finalizar nossa disciplina, analisaremos algumas dessas significativas mudanças culturais.
Novas identidades etinicas
Conceito de grupo étnico
Grupo étnico designa uma população que:
Se perpetua principalmente por meio biológicos;  
Compartilha de valores culturais fundamentais;
Compõe um campo de comunicação e interação;
RECONFIGURAÇÃO IDENTITÁRIAS: O “SER INDÍGENA” NO BRASIL CONTEMPORANIO
	Os anos 1970, no Brasil, entre outros processos de buscas políticas por liberdade de expressão, marcados por movimentos contra-hegemônicos de dissidentes da ditadura militar, inspirados em parte pelo movimento católico da Teologia da Libertação, como também pelas ações do Conselho Missionário Indigenista (CIMI), algumas comunidades indígenas do Nordeste lutaram por seus direitos à terra e identidade, voltando a pelo menos parte de seus territórios. 
	Ainda hoje trabalham pela manutenção de uma identidade que lhes havia sido subtraída durante o processo colonizatório.
Vera Calheiros, Clarice Mota, Rodrigo Grunewald e outros autores registraram este constante processo de “reinvenção da tradição” e “etnogênese”, como ficou conhecido na literatura antropológica.
Esse processo de busca pelo que se considera o elemento principal para a retomada da terra e dos direitos subsequentes foi motivado pela chamada cultura ancestral e, consequentemente, pela autoimagem identitária.
Percebe-se um movimento para fora dos limites físicos e culturais da aldeia, ao mesmo tempo em que tal movimento reflete a busca da identidade indígena por dois grupos sociais: a própria comunidade indígena e alguns setores urbanos de classe média e alta.   
Grupos que se contradizem, portanto, ao passo que também se encontram em um espaço recém-construído de necessidades de autoafirmação interdependentes, onde a antiga exclusão se traduz em inclusão, mesmo que a custa de invenções e ressignificações das tradições perdidas.
NOVOS PADRÕES FAMILIARES
O modelo tradicional de família
Para Lévi-Strauss (A família , 1972), entende-se por família uma união mais ou menos duradoura, socialmente aprovada, entre um homem, uma mulher e seus filhos, fenômeno que estaria presente em todo e qualquer tipo de sociedade.
Como modelo ideal, a palavra família designa um grupo social possuidor de pelo menos três características:
• Originada no casamento; 
• Constituída por marido, esposa e filhos; 
• Os membros da família estão unidos entre si por laços legais, direitos e obrigações econômicas, religiosas ou de outra espécie, um entrelaçamento definido de direitos e proibições sexuais, divisão sexual do trabalho e uma quantidade variada e diversificada de sentimentos psicológicos (amor, afeto, respeito, medo).
DÉCADAS DE 1960 E 1970 – AS TRANSFORMAÇÕES DOS MODELOS DE FAMÍLIA
	Como demonstra Miriam Goldenberg em “Novas famílias nas camadas médias urbanas ”, o final da década de 1960 e início da década de 1970 são marcos fundamentais nas transformações dos papéis femininos e masculinos na sociedade brasileira e, consequentemente, da concepção de família em nosso país.  
A PARTIR DOS ANOS 1970
	A partir dos anos 1970, ainda que fosse dominante o modelo da família nuclear, surgem versões inéditas de conjugalidade, sendo os indivíduos das camadas médias urbanas os que primeiro buscaram alternativas fora dos padrões institucionalizados. 
	Apesar do predomínio do modelo nuclear conjugal, entre as famílias das camadas médias, aumentaram as experiências de vínculos afetivo-sexuais variados e o contingente de mulheres optando pela maternidade fora da união formalizada. 
Castells assinala que houve um crescimento do número de pessoas vivendo sós e um crescimento expressivo das famílias chefiadas por mulheres (em função da elevação das taxas de separações e divórcios; da expectativa de vida maior para as mulheres gerando mais viuvez feminina e da crescente proporção de mulheres solteiras com filhos, não apenas por abandono de seus parceiros, mas como opção).
	A coabitação sem vínculos legais ou união consensual como alternativa ao casamento se tornou cada vez mais expressiva numericamente, e aceita legal e socialmente (e a duração destas uniões informais começaram a ser cada vez menores). 
O tamanho das unidades domésticas também tendia a diminuir ainda mais, com o decréscimo do número de filhos. 
Cresceram os recasamentos e as famílias recombinadas.
OS MODELOS CONTEMPORÂNEOS DE FAMÍLIA
	Ao  falar-se, na atualidade, de família, o plural impõe-se. “Já não há um ‘modelo ocidental’ mas vários”, como afirma Segalen. 
	O divórcio,a união livre, as recomposições familiares abalam o que se chamava, até pouco tempo, de “modelo de família ocidental”. Este modelo será ainda mais abalado com as novas técnicas de procriação. 
	A doação de óvulos, a fecundação por inseminação artificial ou in vitro , a possibilidade de clonagem de seres humanos, levam-nos a refletir sobre os princípios que assentam o nosso sistema de parentesco: sexualidade e parentesco são dissociados, paternidades e maternidades são multiplicadas (genética e socialmente), o nascimento de um filho não provém necessariamente de um casal.
	Há uma visibilidade cada vez maior das famílias homoafetivas, ou seja, formadas por indivíduos do mesmo sexo. 
	Este modelo de família tem recebido o reconhecimento de consideráveis setores da sociedade, bem como de setores do Judiciário, que vem, desde inédita sentença do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul em 2001, reconhecendo como entidade familiar o relacionamento entre duas pessoas do mesmo sexo. 
	Comprovada a vida em comum, de forma contínua, pública e ininterrupta, constituindo uma verdadeira família, foi deferido o direito à herança, concedendo ao sobrevivente todo o patrimônio do de cujus . 
	Posteriormente, outras decisões asseguraram direitos previdenciários e direito real de habitação ao companheiro sobrevivente.
companheiro sobrevivente.
Nesta aula, você:
Aprendeu a dinâmica do processo de reconfigurações identitárias na sociedade contemporânea; 
Atentou para as mudanças nos padrões culturais e comportamentais verificados nas últimas décadas. 
	Simulado: CCJ0100_SM_201310082774 V.1 
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	Aluno(a): WASHINGTON DOS SANTOS FERREIRA
	Matrícula: 201310082774 
	Desempenho: 0,0 de 8,0
	Data: 10/12/2013 08:48:18 (Não Finalizada)
	
	 1a Questão (Ref.: 200688888842)
	5a sem.: Contexto histórico do surgimento da explicação e análise da sociedade
	Pontos: 0,0  / 1,0 
	"Há leis tão determinadas para o desenvolvimento da espécie humana como para a queda de uma pedra". "(...) Na ordem natural que devem seguir para tal fim, ou seja, na ordem do grau maior ou menor de suas relações com o homem. Foi assim que a Astronomia em primeiro lugar, a Física em seguida, mais tarde a Química, e em nossos dias enfim a Fisiologia [Biologia], constituíram-se ciências positivas. Esta revolução encontra-se plenamente efetuada em todos os nossos conhecimentos particulares, e tende, evidentemente, a operar-se agora na Filosofia, na Moral e na Política, sobre as quais a influência das doutrinas teológicas e da metafísica já foi destruída aos olhos de todos os homens instruídos, sem que, todavia, sejam ainda fundadas em observações. É a única coisa que falta ao desenvolvimento espiritual do novo sistema social". (Auguste Comte, em carta a seu amigo Valat, 1820) Baseando-se no texto acima, quais são os "três estados" nos quais Comte afirma que a sociedade pode passar: 
		
	
	Estado teológico, metafísico e positivo
	
	Estado positivo, teológico e metafísico
	
	Estado metafísico, teológico e moderno
	
	
	
	Estado teológico, transcendental e metafísico
	
	
	 2a Questão (Ref.: 200688885600)
	3a sem.: Natureza e cultura
	Pontos: 0,0  / 1,0 
	Leia atentamente o texto abaixo: (...) São velhas e persistentes as teorias que atribuem capacidades específicas inatas a "raças" ou a outros grupos humanos. Muita gente ainda acredita que os nórdicos são mais inteligentes do que os negros; que os alemães têm mais habilidade para a mecânica; que os judeus são avarentos e negociantes; que os norte-americanos são empreendedores e interesseiros; que os portugueses são muito trabalhadores e pouco inteligentes; que os japoneses são trabalhadores, traiçoeiros e cruéis; que os ciganos são nômades por instinto, e, finalmente, que os brasileiros herdaram a preguiça dos negros, a imprevidência dos índios e a luxúria dos portugueses. (...) Extraído de LARAIA, R. Cultura: um conceito antropológico. 14. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2001. p. 17. O texto acima fala sobretudo de: 
		
	
	determinismo ambiental
	
	determinismo morfo-social.
	
	determinismo geográfico.
	
	determinismo biológico.
	
	
	
	
	 3a Questão (Ref.: 200688888251)
	3a sem.: Natureza e cultura: a sociedade como domínio da regras culturais sobre a natureza.
	Pontos:  / 1,0 
	Quero propor duas ideias. A primeira delas é que a cultura é mais bem vista não como um complexo de padrões concretos de comportamento ¿ costumes, usos, tradições, feixes de hábitos ¿, como tem sido o caso até agora, mas como um conjunto de mecanismos de controle ¿ planos, receitas, regras, instruções (o que os engenheiros de computação chamam de programas) ¿ para governar o comportamento. A segunda ideia é que o homem é precisamente o animal mais desesperadamente dependente desses mecanismos de controle, extragenéticos, fora da pele, dos programas culturais para ordenar seu comportamento.¿ Geertz, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Zahar, 1978. No que concerne ao conceito de cultura e tendo o texto acima apresentado como referência inicial, escolha a única opção correta. 
		
	
	As funções básicas dos sistemas de valores são organizar os conceitos e avaliar o valor moral e a adequação do comportamento de um indivíduo à sua sociedade
	
	Os sistemas de linguagem classificam somente as palavras faladas e escritas no idioma corrente.
	
	Os símbolos culturais são instrumentos de intermediação da adaptação humana ao meio ambiente, de interpretação das experiências e de organização da vida em grupo.
	
	Os sociólogos estudam a cultura examinando os sistemas simbólicos que exercem pouca ou nenhuma influência na organização da sociedade.
	
	A cultura e seus produtos são recursos que impedem ao homem fazer, explicar e entender corretamente as coisas e a vida em sociedade.
	
	
	 4a Questão (Ref.: 200688885503)
	4a sem.: Pensamento político
	Pontos: 0,0  / 1,0 
	Leia atentamente o texto abaixo que se refere a Jânio Quadros no período de campanha eleitoral para o governo do Estado de São Paulo em 1954: 
"(...) Histriônico, aparecia nos comícios todo despenteado, a barba por fazer, o paletó amarfanhado e cheio de caspa, mordendo sanduíches de mortadela que tirava do bolso - uma caricatura do populista. Não tinha um programa, mas impressionava a audiência com discursos vazados numa linguagem afetada, escandindo as sílabas para realçar o português castiço. Ganhou a eleição derrotando a máquina eleitoral de Adhemar e dessa vez cumpriu o mandato. (...)" Extraído de PILAGALLO, O. O Brasil em Sobressalto: 80 anos de história contados pela Folha S. Paulo: Publifolha, 2002. p. 94.
 Segundo os três tipos puros de dominação legítima de Max Weber, qual o tipo de dominação descrito no texto acima: 
		
	
	De caráter carismático que repousa sobre a entrega extracotidiana à santidade, ao heroísmo ou à exemplaridade de uma pessoa e as ordenações por ela oriundas ou reveladas.
	
	De caráter emotivo que repousa na crença na legitimidade das ordens estatuídas e do direito de mando daqueles que, em virtude dessas ordens, estão nomeados para exercer a dominação.
	
	
	
	De caráter tradicional que repousa sobre a crença cotidiana na santidade das tradições que vigoram desde tempos longínquos e na legitimidade dos que são designados por essa tradição para exercer a autoridade.
	
	De caráter legal que repousa sobre o pressuposto que todo direito, pactado ou outorgado, pode ser intitucionalizado de modo reacional.
	
	
	 5a Questão (Ref.: 200688885512)
	3a sem.: Natureza e cultura
	Pontos: 0,0  / 1,0 
	Leia atentamente o texto abaixo: Comem muito e com grande avidez e, apesar de embebidos em sua tarefa, ainda acham tempo para fazer grande bulha. A altura da mesa faz com que o prato chegue ao nível do queixo; cada qual espalha seuscotovelos ao redor e, colocando o pulso junto à beirada do prato, faz com que, por meio de um movimento hábil, o conteúdo todo se lhe despeje na boca. Por outros motivos além deste, não há grande limpeza nem boas maneiras, durante a refeição; os pratos não são trocados, sendo entregues ao copeiro segurando-se o garfo e a faca numa mesma mão; por outro lado, os dedos são usados com tanta frequência como o próprio garfo. Extraído de LUCCOCK, J. As refeições no Rio de Janeiro, princípio do século XIX. In CÂMARA CASCUDO, L. Antologia da Alimentação no Brasil. Rio de Janeiro: Livros Técnico e Científicos, 1977. p. 163. Ao comparar os hábitos culinários dos habitantes do Rio de Janeiro com os de sua terra natal, tomando esses como referência, o autor expressa uma postura chamada de:
		
	
	Diversidade Cultural
	
	Etnocentrismo
	
	
	
	Identidade Cultural
	
	Relativismo Cultural
	
	
	 6a Questão (Ref.: 200688887959)
	4a sem.: Pensamento político
	Pontos: 0,0  / 1,0 
	Karl Marx, em sua teoria, reflete sobre o papel do Estado na sociedade capitalista. Sobre a relação entre Estado e sociedade, para este autor, é correto afirmar que: 
		
	
	
	
	O Estado visa atender, por meio da legislação, a vontade geral dos cidadãos, garantindo, assim, a harmonia social.
	
	A finalidade do Estado é o exercício da justiça entre os homens e, portanto, é um bem indispensável à sociedade.
	
	O Estado defende, na sociedade capitalista, os interesses do proletariado e da classe média.
	
	O Estado é um instrumento de dominação e representa, prioritariamente, os interesses dos setores hegemônicos das classes dominantes.
	
	
	 7a Questão (Ref.: 200688887097)
	5a sem.: CONTEXTO HISTÓRICO DO SURGIMENTO DA ANÁLISE SOCIOLÓGICA
	Pontos: 0,0  / 1,0 
	"O AMOR POR PRINCÍPIO, A ORDEM POR BASE, O PROGRESSO POR FIM", Auguste Comte.
 A frase acima, que é o lema do Positivismo comteano, está ligada a uma fase da história da sociedade brasileira marcada por grandes transformações ocorridas no país, no século XIX. Essa ligação se dá devido à: 
		
	
	influência do Positivismo entre os republicanos, que adotaram o lema de Comte expresso na Bandeira Nacional. 
	
	motivação expressa na Bandeira Nacional, como forma de encorajar a nação a abraçar o lema do Positivismo durante o Império. 
	
	tendência secularizante dos monarquistas que viam na figura do Imperador uma possibilidade de mudanças sociais importantes. 
	
	
	
	influência do Positivismo no processo de mudanças sociais ocorridas após a Independência do Brasil, expressos na Bandeira Nacional. 
	
	
	 8a Questão (Ref.: 200688878647)
	3a sem.: Natureza e cultura: a sociedade como domínio da regras culturais sobre a natureza. A construção da alteridade.
	
	  
Veja os quadrinhos abaixo:
 Enunciado de maneira menos formal, etnocentrismo é o hábito de cada grupo tomar como certa a superioridade de sua cultura. "Todas as sociedades conhecidas são etnocêntricas". "A maioria dos grupos, senão todos, dentro de uma sociedade, também é etnocêntrica". "Embora o etnocentrismo seja parcialmente uma questão de hábito, é também um produto de cultivo deliberado e inconsciente. A tal ponto somos treinados para sermos etnocêntricos que dificilmente qualquer pessoa consegue deixar de sê-lo". Fonte: HORTON, P. B. & HUNT, C. L. Sociologia. Tradução de Auriphebo Berrance Simões. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1982. p. 46-47. A partir das informações prestadas e da leitura dos textos sugeridos, responda se, de acordo com a história em quadrinhos protagonizada por Hagar e seu filho Hamlet, pode-se afirmar que a postura de Hagar é etnocêntrica ou relativista? Justifique. 
		
	
Sua Resposta: 
	
Compare com a sua resposta:   
Proposta sugestiva de resposta. O aluno deve avaliar como etnocêntrica e justificar a sua escolha de forma coerente.
	
	
	 9a Questão (Ref.: 200688885487)
	2a sem.: Objeto e método das Ciências Sociais
	Pontos: 0,0  / 1,0 
	Leia atentamente a texto abaixo: "(...) O que é pesquisa etnográfica? A definição de etnografia encontrada em dicionários, como normalmente acontece em relação a disciplinas, é bastante vaga: estudo dos povos e de sua cultura. Os especialistas, entretanto, também não têm uma conceitualização definida da disciplina, nem do que pode ou não ser considerado pesquisa etnográfica (Hammersley, 1994:01). Apesar das diferenças entre os pesquisadores, alguns pontos em comum podem ser pinçados. Originariamente desenvolvida na antropologia, a pesquisa etnográfica propõe-se a descrever e a interpretar ou explicar o que as pessoas fazem em um determinado ambiente (sala de aula, por exemplo), os resultados de suas interações, e o seu entendimento do que estão fazendo (Watson-Gegeo, 1988:576). Em outras palavras, esse tipo de pesquisa procura descrever o conjunto de entendimentos e de conhecimento específico compartilhado entre participantes que guia seu comportamento naquele contexto específico, ou seja, a cultura daquele grupo (Hornberger, 1994:688). Portanto, parece consensual que a etnografia descreve a cultura de um grupo de pessoas, interessada no ponto de vista dos sujeitos pesquisados. Aí começa sua problemática. A questão da representação - em que medida os achados da pesquisa correspondem à realidade do grupo pesquisado - revolve discussões epistemológicas acerca do binômio verdadeiro/falso. (...)" (WIELEWICKI, V.H.G. a pesquisa etnográfica como construção discursiva. Acta Scientiarum, Maringá, 23(1):27-32, 2001). Sobre o texto acima podemos afirmar que: 
I - As ciências naturais estudam fatos simples, eventos que presumivelmente têm causas simples e são facilmente isoláveis, recorrentes e sincrônicos. 
II - Os fenômenos em ciências sociais são reproduzíveis em condições controladas. 
III- Os fenômenos sociais são eventos com determinações múltiplas e que podem ocorrer em ambientes diferenciados, fazendo com que toda análise de fenômenos dessa natureza seja parcial. 
IV - Nas ciências sociais, o investigador não interfere no resultado das pesquisas. 
V - Nas ciências sociais há uma interação complexa entre o investigador e o investigado, pois ambos compartilham de um mesmo universo de experiências humanas. 
Assinale a opção que contempla as afirmativas corretas:
		
	
	I, II, e V
	
	II, III e V
	
	
	
	I, III e V
	
	II, III, IV 
	
	
	 10a Questão (Ref.: 200688886500)
	3a sem.: Natureza e Cultura
	
	Em 1920, o reverendo Joseph Singh viajava numa missão espiritual pela Índia quando soube da lenda de duas meninas que viviam com uma matilha daqueles animais. Intrigado, partiu atrás delas. Ao encontrá-las, ficou impressionado: ambas andavam de quatro e, antes de sair da caverna em que se escondiam, colocavam só a cabeça para fora e olhavam desconfiadas para os lados. Capturadas, foram encaminhadas ao orfanato da cidade indiana de Midnapore. O reverendo Singh, que as criou junto com sua mulher, era o diretor da instituição. Kamala tinha cerca de 8 anos e Amala, apenas 1 ano e meio. Carnívoras, bebiam água lambendo e tinham horror à luz. Passavam o dia todo arredias, mas à noite uivavam e grunhiam. A menor sobreviveu dez meses longe dos bosques e morreu, um ano depois, de nefrite (inflamação nos rins). Foi quando Kamala chorou pela primeira vez desde que chegara ao orfanato. (Por Flávia Ribeiro http://historia.abril.com.br/comportamento/humanos-criados-como-animais-coracao-selvagem-434572.shtml )
Será que o homem já nasce pronto? Analise o caso das meninas Amala e Kamla procurando responder a pergunta anterior através das contribuições da Antropologia para o estudo das culturas.
	
os de
 
	
	Sua Resposta: 
	
Compare com a sua resposta: O homem não nasce pronto. O homem precisa do convívio em sociedade para adquirir comportamentos sociais. As Antropologia considera que os habitos, os costumes e as

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