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Educacao Ambiental Unidade 01

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1
Educação Ambiental - Unidade 01
Educação Ambiental
CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS
NÚCLEO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA
FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ
UNIVERSIDADE DE FORTALEZA
ENSINANDO E APRENDEND O
2
Educação Ambiental - Unidade 01
Sumário
1. A educação e o contexto da crise ambiental 2. Evolução histórica e científica 
das ideias ambientalistas 3. Cultura e manejo dos recursos naturais 4. Educação 
Ambiental e promoção da sustentabilidade 5. Principais conceitos do ambientalismo 
contemporâneo 6. Política nacional de educação ambiental
Unidade 01 - Sociedade, natureza e desenvolvimento
Olá! Seja bem-vindo à Nota de Aula da disciplina de Educa-
ção Ambiental. Este material é bastante prático e está dispo-
nível tanto para baixar em seu computador no formato pdf 
quanto para impressão. Nele você encontra o texto produ-
zido pelo Professor Conteudista na íntegra, com sugestões 
de outras fontes de pesquisa e uma editoração que facilitará 
e enriquecerá seus estudos. Mas, lembre-se, para alcançar 
uma melhor compreensão do assunto é importante que você 
assista as web aulas, complementos diretos desse material. 
Agora veja o que esta unidade propõe. Boa leitura!
Educação Ambiental
CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS
NÚCLEO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA
FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ
UNIVERSIDADE DE FORTALEZA
ENSINANDO E APRENDEND O
3
Educação Ambiental - Unidade 01
Estudar criticamente este conteúdo proporcionará a você 
uma melhor compreensão sobre a complexidade das ques-
tões relacionadas à educação ambiental, seu contexto, con-
ceitos e promoção da sustentabilidade. O processo de aná-
lise proposto contribuirá para ampliar a percepção sobre o 
objeto de estudo, bem como desenvolver a capacidade de 
mobilização para a aplicação dos fundamentos e princípios 
da Educação Ambiental na realidade.
Objetivo
1. A educação e o contexto da crise ambiental
Em uma perspectiva histórica, alguns processos significativos foram marcantes 
para a tra jetória da cultura ocidental quando nos referimos à sua relação com o 
meio ambiente, seja ele natural ou artificial. Podemos mencionar os três primeiros 
momentos históricos que marcaram essa tra jetória, são eles:
 ৵ Revolução Industrial: calcada na ideologia do progresso, como sendo, 
simbolicamente, o domínio da natureza pelo ser humano;
 ৵ Fundação da Empresa Neocolonial: consolidou o projeto expansionista 
das nações industriais e deixou como saldo duas grandes guerras 
mundiais;
 ৵ Explosão Nuclear no Japão: ao fim da Segunda Guerra Mundial, mostrou 
a extrema capacidade e competência da humanidade em agredir e 
ameaçar o meio ambiente.
Conceito global e que envolve relações de equilíbrio 
entre diversos elementos. Desta forma, define-se meio 
ambiente como tudo aquilo que nos cerca, englobando 
os elementos da natureza, tais como a fauna, a flora, o 
ar, a água e os seres humanos.
4
Educação Ambiental - Unidade 01
Mas foi, sem sombra de dúvidas, a partir das décadas de 1960 e 1970 que 
a crise socioambiental emergiu dotada de novas características, pois trata-
se de uma crise de repercussões globais, embora atinja de maneira desigual 
todos os continentes, sociedades e ecossistemas planetários. A percepção 
desses problemas, em âmbito mundial, levou os especialistas a distinguirem 
a poluição da miséria de uma poluição da riqueza.
 ৵ Poluição da miséria diz respeito à ausência de água potável e esgotos, 
à subnutrição, à falta de tratamento do lixo, de cuidados médicos e 
consumo de álcool e drogas, entre outros. 
 ৵ Poluição da riqueza refere-se à presença de chuva ácida, doenças 
relacionadas ao excesso de alimentos, presença de usinas nucleares, 
consumo excessivo e suntuoso, álcool, drogas e medicamentos.
Entretanto, nesta reflexão, não queremos gerar antagonismos entre ricos 
e pobres, ou mesmo entre países do norte e do sul. Ressaltamos, sim, o caráter 
global da poluição, que atinge de forma diferenciada a todos.
Sendo assim, para pensar na crise socioambiental precisamos assumir 
uma reflexão sistêmica que envolve a compreensão sobre as características 
distintivas desta crise contemporânea. Essa análise envolve a dificuldade, ou 
impossibilidade em certos casos, de perceber, prever, calcular e compensar 
novos riscos produzidos pela modernidade industrial e técnico-científica, bem 
como atribuir-lhes responsabilidade (BECK, 1999).
Para pensar a respeito desse assunto, assista ao vídeo “A História das 
Coisas”, disponivel em: https://www.youtube.com/watch?v=7qFiGMSnNjw
Dica
Outra característica diz respeito aos riscos promovidos pela radiação nuclear, 
mutação genética e contaminação química ou bacteriológica, que obrigam as pessoas 
a recorrerem ao conhecimento, de instrumentos e interpretações técnico-científicos 
para orientar seu comportamento e suas decisões, além de depender deles.
5
Educação Ambiental - Unidade 01
Para Beck (1999) devem ser discutidos os aspectos éticos, ideológicos e 
políticos dessa preocupante concentração de poder em torno da ciência 
e da comunidade científica, fazendo com que o debate sobre a produção 
dos riscos assuma uma tônica tecnocrática e naturalista, ou seja, 
preocupando-se excessivamente com a descrição empírica dos problemas de 
risco, deixando de lado a discussão política, social e cultural, dimensões 
fundamentais para o entendimento da complexa situação ambiental.
Outro importante aspecto ressaltado por Beck (1999) diz respeito à 
preocupação com o processo de modernização econômica e técnico-científica, 
por produzirem irracionalidades e incertezas, deslocando o objeto central das 
preocupações políticas e sociais da busca do desenvolvimento, da produção e 
distribuição de riquezas para a administração econômica e política dos riscos 
gerados pela própria modernização.
O que se tem visto ao longo das últimas duas décadas é 
uma tentativa de repensar a relação sociedade-natureza 
levando em consideração os aspectos supracitados e tendo 
como pano de fundo as grandes mudanças de cunho político, 
econômico e cultural que vêm acontecendo em escala 
planetária. Sendo assim, pensar em crise ambiental leva-nos 
a admitir que essa crise é resultante do modelo civilizatório 
e cultural alavancado pelo projeto de modernidade. Essa 
constatação singular de um projeto social que destrói e 
ameaça suas próprias bases de sustentação e sobrevivência 
revela-nos um processo que transcende os contornos de 
mera crise ecológica e aponta para uma crise civilizatória 
de amplas e profundas dimensões. É no contexto de uma 
modernidade avançada, incerta e complexa, contraditória e 
insustentável que se encontra o foco da questão ambiental e 
a inserção da educação nesta questão. 
Importante
6
Educação Ambiental - Unidade 01
Sendo assim, em todo o histórico da crise ambiental, a educação tem sido 
referenciada como um instrumento capaz de responder positivamente a essa 
problemática ao lado de outros meios políticos, econômicos, legais, éticos, científicos 
e técnicos. A partir de 1980, em âmbito internacional, e por volta dos anos de 1990 no 
Brasil, tem-se início o processo de maioridade da educação ambiental, conquistando 
o reconhecimento social e difundindo-se numa multiplicidade de reflexões e 
ações promovidas por organismos internacionais, organizações governamentais, 
comunidade científica, entidades empresariais e religiosas.
Antes de evoluir na discussão acerca do papel da educação, e em particular da 
Educação Ambiental, cabe explicitar que a educação é um subsistema subordinado 
e articulado ao macrossistema social. Portanto, como afirma Carvalho (1998), as 
concepções e práticas educativas não possuem uma realidade autônoma, mas 
se subordinam a um contexto histórico mais amplo que condiciona seu caráter e 
suadireção pedagógica e política. Sendo assim, os debates internos ao campo da 
educação acompanham os macrodebates sociais, nos lembrando que o processo 
educativo não é neutro e objetivo, destituído de valores, interesses e ideologias. Ao 
contrário, a educação é uma construção social repleta de subjetividade, de escolhas 
valorativas e de vontades políticas, dotada de uma especial singularidade que 
reside em sua capacidade reprodutiva dentro da sociedade. 
Por conta dessa importância, a educação possui um significado 
profundo na construção social estratégica, por estar diretamente 
envolvida na socialização e formação dos indivíduos e de sua 
identidade social e cultural.
 (LOUREIRO; LAYARAGUES; CASTRO, 2011).
A educação, nesse sentido, pode assumir tanto um papel de conservação 
da ordem social, reproduzindo os valores, ideologias e interesses dominantes 
socialmente, como papel emancipatório, comprometido com a renovação cultural, 
política e ética da sociedade e com o pleno desenvolvimento das potencialidades 
dos indivíduos que a compõem. O campo demarcado pela Educação Ambiental é 
profundo na construção social estratégica, por estar diretamente 
envolvida na socialização e formação dos indivíduos e de sua 
7
Educação Ambiental - Unidade 01
plural e reflete as principais tendências políticas, éticas e culturais do atual debate 
sobre a sustentabilidade.
Para efeito de análise, podemos relacionar a sustentabilidade e a educação 
conservadora com as forças que representam o mercado, de perfil neoliberal e 
tecnocrático marcado por baixa participação e representatividade social. Por sua 
vez, a sustentabilidade e a educação emancipatórias relacionam-se aos movimentos 
sociais e libertários da sociedade, bem como de defesa de um Estado democrático 
com forte participação e controle por parte da sociedade civil. (LOUREIRO; 
LAYARAGUES; CASTRO, 2011).
Veja o confronto entre as duas abordagens apresentadas no parágrafo acima 
no quadro a seguir:
Abordagem conservadora Abordagem emancipatória
৵৵ Reducionista, fragmentada e 
unilateral acerca da questão 
ambiental;
৵৵ Compreensão naturalista e 
conservacionista da crise ambiental;
৵৵ Tendência a sobrevalorizar as 
respostas tecnológicas diante dos 
desafios ambientais;
৵৵ Leitura individualista e 
comportamentalista da educação e 
dos problemas ambientais;
৵৵ Abordagem despolitizada da 
temática ambiental;
৵৵ Baixa incorporação de princípios e 
práticas interdisciplinares;
৵৵ Perspectiva crítica limitada ou 
inexistente;
৵৵ Ênfase nos problemas relacionados 
ao consumo em relação aos ligados 
à produção;
৵৵ Separação entre as dimensões 
sociais e naturais da problemática 
ambiental;
৵৵ Banalização das noções de 
cidadania e participação.
৵৵ Compreensão complexa e multidi-
mensional da questão ambiental;
৵৵ Defesa do amplo desenvolvimento 
das liberdades e possibilidades hu-
manas;
৵৵ Atitude crítica diante dos desafios da 
crise civilizatória;
৵৵ Politização e publicização da prob-
lemática socioambiental;
৵৵ Associação dos argumentos técni-
co-científicos à orientação ética do 
conhecimento, de seus meios e fins, e 
não sua negação;
৵৵ Entendimentos da democracia como 
pré-requisito fundamental para a 
construção de uma sustentabilidade 
plural;
৵৵ O exercício da cidadania é prática in-
dispensável à democracia e à eman-
cipação socioambiental;
৵৵ Cuidado em estimular o diálogo e a 
complementariedade entre as ciên-
cias e as múltiplas dimensões da real-
idade entre si.
8
Educação Ambiental - Unidade 01
(LOUREIRO; LAYARAGUES; CASTRO, 2011).
A atual crise socioambiental é, na verdade, uma das expressões de uma crise 
civilizatória pluridimensional que revela a todo instante, e de diversas maneiras, 
o esgotamento do projeto cultural iluminista inspirado na ideia de progresso, na 
razão instrumental e numa compreensão de mundo dualista. Vivemos um momento 
sócio-histórico marcado por uma profunda multiplicação dos riscos naturais e 
tecnológicos e pela permanente presença da incerteza, ambos característicos da 
modernidade avançada. A crise ambiental que vivenciamos, mais que “ecológica”, 
é produto das contradições e das crises da razão e do progresso.
2. Evolução histórica e científi ca das ideias ambientalistas
Anos 60
A Guerra Fria entre Estados Unidos e União Soviética ameaça 
deflagrar um conflito nuclear, tendo seu ápice na “Crise dos 
Mísseis” e na consequente intensificação da corrida espacial. 
Através do amadurecimento da primeira geração pós-guerra, 
os chamados baby boomers, a promoção de causas raciais, 
feminismo e contracultura põem em dúvida os parâmetros 
da sociedade. Crescem os movimentos sociais, entre os quais 
o ambientalismo. No final da década, com os americanos 
alcançando a Lua, uma imagem inédita conquista o imaginário 
popular: o planeta inteiro cabendo em uma única foto...
 ৵ 1969: promulgada a Política Ambiental Americana, uma 
das primeiras leis oficiais de meio ambiente em todo o 
mundo, que serviu de base e estímulo para vários países 
formularem suas próprias políticas ambientais - como o 
Brasil, em 1981.
9
Educação Ambiental - Unidade 01
Anos 70
As “superpotências” se aproximam diplomaticamente, 
e os embates militares na “Guerra Fria” entre 
capitalistas e socialistas dá cada vez mais espaço 
ao campo cultural, com romances e filmes de 
luta, intriga política e espionagem. Ainda assim, 
os embalos de sábado à noite não aplacam os 
efeitos da crise mundial do petróleo - ou fim do 
“milagre econômico” desenvolvimentista no Brasil. 
As revoluções comportamentais e conquistas 
identitárias dos anos anteriores insuflam a reflexão 
sobre as relações entre indivíduo e coletividade; 
humanidade e natureza.
 ৵ 1972: em Estocolmo, acontece a primeira 
Conferência Mundial das Nações Unidas sobre 
Meio Ambiente e Desenvolvimento (UNCED), com 
bases no relatório do Clube de Roma.
 ৵ 1973: no Brasil, é inaugurada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA), 
vinculada ao Ministério do Interior, com vistas à preservação do meio ambiente, 
em especial dos recursos hídricos, assegurando o bem-estar das populações e 
o seu desenvolvimento econômico e social.
10
Educação Ambiental - Unidade 01
Anos 80
Após os projetos nacionais e transnacionais 
de expansão industrial da década anterior, 
se dá a expansão do consumo em novos e 
variados mercados, com diversos produtos 
industrializados chegando às casas de bilhões 
de pessoas, em especial equipamentos 
eletrônicos e eletrodomésticos. Têm fim vários 
governos autoritários e até mesmo a União 
Soviética se mostra enfraquecida com a Queda 
do Muro de Berlim. No meio da década, duas 
notícias marcaram drasticamente a tomada 
de consciência ambiental: o acidente nuclear 
da Usina de Chernobyl e a descoberta de um 
“buraco” na camada de ozônio, o que nos 
desprotegia das tão temidas ondas radioativas.
 ৵ Escalada do ativismo ambiental, com novas entidades como a Cultural 
Survival (Sobrevivência Cultural) e o Greenpeace.
 ৵ 1981: a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) formula a Política 
Nacional de Meio Ambiente (PNMA) - Lei Nº 6.938/81.
 ৵ 1982: lançado o Relatório Brundtland (ou “Nosso Futuro Comum”), que 
sintetizava as diretrizes do “desenvolvimento sustentável” e propunha 
a realização da segunda Conferências das Nações Unidas sobre Meio 
Ambiente e Desenvolvimento (UNCED).
11
Educação Ambiental - Unidade 01
Anos 90
A “Globalização” sucede a desintegração da 
União Soviética, com diversos pólos capitalistas 
se desenvolvendo em paralelo ao poderio 
econômico americano. O computador pessoal e as 
comunicações por satélite se popularizam, mascom 
a internet ainda estava insípida. Diversas epidemias 
assolam grandes populações, como AIDS, Ebola e 
o “Mal da Vaca Louca”. Por sua vez, a clonagem e 
a produção transgênica fascinam a humanidade 
por suas possibilidades e riscos. Processos de 
reciclagem são aperfeiçoados e se tornam mais 
comuns, enquanto o “El Niño” aparece com força 
como primeiro fenômeno climático de escala global 
a ser conhecido no mundo moderno, provocando 
simultaneamente secas e inundações severas em 
diversas regiões do globo.
 ৵ 1992: realização da Rio-92, a segunda 
conferência das Nações Unidas, com discussões 
acerca dos capítulos da “Agenda 21” e o 
Fórum Global 92, buscando caminhos para o 
Desenvolvimento Sustentável.
12
Educação Ambiental - Unidade 01
Anos 2000
A virada do milênio começou quase imediatamente com o 
choque do Atentado terrorista de 11 de setembro de 2001, 
em Nova York. O poderio global americano passa a ter 
concorrência progressiva com o Crescimento Econômico 
Chinês. A internet comercial se estende a todo o mundo 
e Novas Tecnologias são inventadas e aprimoradas: 
acesso remoto, registros digitais e mídias sociais ganham 
o espaço das comunicações interpessoais. Redes sociais 
são inventadas e integradas a diversas plataformas, que 
são acessadas por uma grande variedade de dispositivos 
pessoais e coletivos. As Mudanças Climáticas ficam mais 
severas e se tornam do conhecimento do grande público 
mundial, integrando paulatinamente a pauta de discussões 
políticas e sociais.
 ৵ 2002: ocorre em Johanesburgo, África do Sul, a 
Rio+10, evento em que se evidenciou a distância 
de todos os esforços socioambientais para as metas 
traçadas nos encontros anteriores.
Em 2012, aconteceu a Rio+20, outra reunião da Cúpula Mundial 
Sobre o Desenvolvimento Sustentável, novamente no Rio de 
Janeiro, com a finalidade de renovar o comprometimento político 
com o desenvolvimento sustentável, avaliar os progressos realizados 
até o momento e as lacunas que ainda existem na implementação 
dos resultados dos principais encontros sobre desenvolvimento 
sustentável, além de dar foco aos novos desafios emergentes.
Em 2012, aconteceu a Rio+20, outra reunião da Cúpula Mundial 
com o desenvolvimento sustentável, avaliar os progressos realizados 
13
Educação Ambiental - Unidade 01
3: Cultura e manejo dos recursos naturais
A percepção dos problemas socioambientais vem se tornando cada vez mais 
evidente ao longo das últimas décadas. Em virtude deste contexto, a Educação 
Ambiental deve ser considerada como importante instrumento de gestão ambiental 
para a materialização da visão do desenvolvimento sustentável. Entretanto, sua 
aplicabilidade, de maneira efetiva, está condicionada à implantação de políticas 
públicas educacionais compatíveis que subsidiem uma mudança cultural de modo 
a afetar holisticamente os hábitos e posturas de uma determinada sociedade. O 
processo de degradação ambiental de uma região está sem dúvida condicionado 
ao padrão de consumo da sociedade, o qual pode ser sustentável ou insustentável.
Assim, o processo de educação ambiental deve ser entendido como um 
instrumento indispensável para influenciar a cultura e o manejo dos recursos 
naturais e, assim, materializar a ideia de desenvolvimento sustentável.
Os ecossistemas antrópicos apresentam 
como característica marcante um nível muito 
elevado de entropia, uma consequência 
natural da baixa autonomia local ou insustentabilidade. Os impactos ambientais 
decorrentes da entropia gerada por estes ecossistemas vêm evidenciando ao 
longo das últimas décadas um potencial muito elevado de comprometimento da 
qualidade de vida do homem, sua saúde e mesmo sua sobrevivência. 
Ainda falando de entropia, você sabe o que é capacidade de carga do planeta? 
Falamos em capacidade de carga ao pensarmos uma equação: Bens que consumimos 
x Bens que o planeta pode nos fornecer. Conhecer exatamente o que o planeta 
pode nos fornecer é extremamente difícil, mas já nos remete a um pensamento de 
cuidado e de proatividade na preocupação com o meio ambiente.
É preciso criar as condições socioeconômicas, institucionais e culturais que 
estimulem um progresso pautado nos cuidados com a questão ambiental, bem 
como repensar o padrão de consumo atualmente adotado, sempre tomando em 
A ação humana ou antrópica sobre o 
ambiente pode gerar ecossistemas 
humanizados, ou seja, ambientes 
eminentemente naturais, modificados 
com maior ou menor intensidade pelas 
sociedades humanas.
14
Educação Ambiental - Unidade 01
conta a limitação dos recursos naturais. É o que chamamos de tentar reduzir nossa 
“pegada ecológica”.
Neste contexto, é necessário haver cidadãos alfabetizados no aspecto ambiental 
para construir sociedades mais sustentáveis e justas.
Aprender a viver de maneira mais sustentável requer Educação Ambiental, 
alfabetização ecológica para a realização de manejo sustentável dos recursos 
naturais, tais como:
 ৵ desenvolver o respeito ou reverência a todas as formas de vida;
 ৵ entender o máximo possível sobre como a Terra funciona e se sustenta e 
usar esse conhecimento em prol da vida, das comunidades, da sociedade 
e do ambiente como um todo;
 ৵ buscar conexões dentro da biosfera e entre ela e nossas ações;
 ৵ usar as habilidades de raciocínio crítico para perseguir a sabedoria 
ambiental em vez de sermos recipientes repletos de informações 
ambientais.
15
Educação Ambiental - Unidade 01
Segundo Miller Jr. (2011), uma pessoa alfabetizada em 
meio ambiente deverá ter conhecimento de:
 ৵ Conceitos, como sustentabilidade ambiental, capital 
natural, crescimento exponencial, capacidade de suporte 
e riscos e análise de riscos;
 ৵ História ambiental;
 ৵ Leis da termodinâmica e lei da conservação de material;
 ৵ Princípios básicos de ecologia;
 ৵ Dinâmica da população humana;
 ৵ Cidades e projetos sustentáveis;
 ৵ Maneiras de sustentar a biodiversidade;
 ৵ Agricultura e exploração florestal sustentável;
 ৵ Conservação do solo;
 ৵ Uso sustentável da água;
 ৵ Recursos minerais não renováveis;
 ৵ Recursos energéticos renováveis e não renováveis;
 ৵ Mudança climática e redução da camada de ozônio;
 ৵ Prevenção da poluição e redução dos desperdícios;
 ৵ Visões de mundo e éticas ambientais.
Importante
O processo de educação ambiental é fundamental para o desenvolvimento 
da cultura conservacionista e fortalecimento na tomada de decisão quanto à 
implementação do manejo sustentável dos recursos naturais, possibilitando aos 
grupos sociais o caminho para a tomada de decisão que direcionem para as 
soluções de problemas ambientais prioritários, procurando verificar, discutir e 
estimular as possibilidades de mudanças de hábitos, comportamentos, opiniões 
e práticas cotidianas.
16
Educação Ambiental - Unidade 01
4. Educação Ambiental e promoção da sustentabilidade
Como vimos, a humanidade é confrontada com múltiplos problemas que, 
considerados de um ponto de vista global, anunciam um futuro pelo menos 
problemático. Desta reflexão, deriva a Educação Ambiental como uma estratégia 
global que compreende as seguintes dimensões: a descontextualização, a 
contextualização, a invenção de uma nova cultura ecológica, a intervenção 
ecossocial, o diálogo e a cooperação. Podemos considerar estas dimensões 
como elementos-chave para a promoção da sustentabilidade.
Os agentes e atores da Educação Ambiental devem envolver-se numa ação 
individual, coletiva e socialmente responsável, baseando-se em ideias sobre valores 
democráticos, no respeito ao direito de todos os seres vivos, sobre o trabalho em 
comum, sobre o respeito da diversidade de pontos de vista e das experiênciasvividas. 
A Educação Ambiental conduz a ações sinérgicas, locais e, à maior parte das vezes, 
cooperativas. Nesta perspectiva, a distância entre conhecimento e ambiente de vida 
desaparecem numa visão interacional, assim a Educação Ambiental transforma-se 
em uma ecofilosofia. Em síntese, a Educação Ambiental visa a aquisição e o ensino 
de competências ecossociais e a interiorização da ecorresponsabilidade, permitindo 
a promoção da sustentabilidade e assegurando a reconstrução planetária que se 
impõe.
5. Principais conceitos do ambientalismo contemporâneo
As abordagens no campo da Educação Ambiental, apesar da preocupação 
com o meio ambiente e do reconhecimento do papel central da educação para 
a sua melhoria, adotam diferentes discursos, propondo diversas maneiras de 
conceber e de práticas a ação educativa neste campo. É assim que identificaremos 
e abordaremos diferentes conceitos em Educação Ambiental, que na realidade, 
referem-se a formas de conceber e de praticá-la.
17
Educação Ambiental - Unidade 01
Cada corrente se distingue por características particulares, mas podem 
ser observadas zonas de convergência. Os conceitos referentes a estas 
correntes são apresentados no quadro a seguir, conforme a concepção 
dominante do meio ambiente, a intenção central da educação ambiental e 
os enfoques privilegiados. Esta sistematização é vista como uma proposta 
teórica, sendo vanta josa por constituir objeto de discussões e críticas.
Correntes conceituais tradicionais
 ৵ Naturalista;
 ৵ Conservacionista/recursista;
 ৵ Resolutiva;
 ৵ Sistêmica;
 ৵ Científica;
 ৵ Humanista;
 ৵ Moral/ética.
Correntes conceituais sistêmicas
 ৵ Holística;
 ৵ Biorregionalista;
 ৵ Práxica;
 ৵ Crítica;
 ৵ Feminista;
 ৵ Etnográfica;
 ৵ Da ecoeducação;
 ৵ Da sustentabilidade.
18
Educação Ambiental - Unidade 01
Correntes 
Conceituais
Descrição
Naturalista Centrada na relação com a natureza. O enfoque educativo pode 
ser cognitivo (aprender com coisas sobre a natureza), experi-
mental (viver na natureza e aprender com ela), afetivo, espiri-
tual ou artístico (associando a criatividade humana à natureza). 
Reconhece o valor intrínseco da natureza, acima e além dos re-
cursos que ela proporciona e do saber que dela é possível obter.
Conservacionista/
recursista
Agrupa proposições centradas na “conservação” dos recursos, 
tanto no que concerne à sua qualidade quanto à sua quanti-
dade: a água, o solo, a energia, as plantas e os animais, o pat-
rimônio genético, o patrimônio construído. Quando se fala de 
“conservação da natureza”, como da biodiversidade, trata-se 
sobretudo de uma natureza-recurso.
Resolutiva Surgiu em princípios da década de 1970, quando se revelaram a 
amplitude, a gravidade e a aceleração crescente dos problemas 
ambientais. Agrupa proposições em que o meio ambiente é 
considerado principalmente como um conjunto de problemas. 
Trata-se de informar ou de levar as pessoas a se informarem 
sobre problemáticas ambientais, assim como a desenvolverem 
habilidades voltadas para resolvê-las.
Sistêmica Permite conhecer e compreender adequadamente as reali-
dades e as problemáticas ambientais. Possibilita identificar os 
principais componentes de um sistema ambiental e salientar 
as relações entre os componentes, como as relações entre os 
elementos biofísicos e os sociais de uma situação ambiental. 
Autoriza a obtenção de uma visão de conjunto que corresponde 
à síntese da realidade apreendida.
Científica Dá ênfase ao processo científico com o objetivo de abordar 
com rigor as realidades e problemáticas ambientais e com-
preendê-las melhor, identificando mais especificamente as 
relações de causa e efeito. O processo está centrado na indução 
de hipóteses a partir de observações, e na verificação de hipóte-
ses por meio de novas observações ou por experimentação.
19
Educação Ambiental - Unidade 01
Humanista Dá ênfase à dimensão humana do meio ambiente, construído no 
cruzamento da natureza e da cultura. O ambiente não é somente 
apreendido como um conjunto de elementos biofísicos, que 
basta ser abordado com objetividade e rigor para ser mais bem 
compreendido, para interagir melhor, mas corresponde a um 
meio de vida, com suas dimensões históricas, culturais, políticas, 
econômicas, estéticas etc.
Moral/ética O atuar baseia-se em um conjunto de valores mais ou menos 
conscientes e coerentes entre eles. Diversas proposições de 
Educação Ambiental enfatizam o desenvolvimento dos valores 
ambientais.
Holística Refere-se à totalidade de cada ser, de cada realidade, e à rede de 
relações que os une entre si em conjuntos onde adquirem senti-
do.
Biorregionalista Inspira-se na ética ecocêntrica e centra a Educação Ambiental no 
desenvolvimento de uma relação preferencial com o meio local 
e regional, no desenvolvimento de um sentimento de pertença e 
no compromisso em favor da valorização deste meio.
Práxica Ênfase na aprendizagem na ação pela ação e para melhora des-
ta, pondo-se imediatamente em situação de ação e de aprender 
pelo projeto, por e para este projeto. A aprendizagem convida a 
uma reflexão na ação, no projeto em curso.
Crítica Consiste na análise das dinâmicas sociais que se encontram na 
base das realidades e problemáticas ambientais: análise de in-
tenções, de posições, de argumentos, de valores explícitos e im-
plícitos, de decisões e de ações dos diferentes protagonistas de 
uma situação.
Feminista Em matéria de meio ambiente, uma ligação estreita ficou esta-
belecida entre a dominação das mulheres e a da natureza.
Etnográfica Dá ênfase ao caráter cultural da relação com o meio ambiente. A 
Educação Ambiental não deve impor um visão de mundo; é pre-
ciso levar em conta a cultura de referência das populações ou das 
comunidades envolvidas.
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Educação Ambiental - Unidade 01
Da ecoeducação Não se trata de resolver problemas, mas de aproveitar a relação 
com o meio ambiente para a promoção do desenvolvimento pes-
soal e para fundamento de um atuar significativo e responsável. 
O meio ambiente é percebido aqui como uma esfera de inter-
ação essencial para a ecoformação ou para a eco-ontogênese.
Da sustentabilidade A Educação Ambiental está limitada a um enfoque naturalista e 
não integraria as preocupações sociais, em particular as consid-
erações econômicas no tratamento de problemáticas ambien-
tais. A educação para o desenvolvimento sustentável permitiria 
atenuar esta carência.
(SATO; CARVALHO, 2005).
6. Política nacional de Educação Ambiental
O Brasil é o único país da América Latina que tem uma política nacional 
específica para a Educação Ambiental. A Política Nacional de Educação Ambiental 
(Lei 9.795/1999) tem por finalidade articular ações educativas de proteção e 
recuperação dos recursos naturais e de contribuir com o processo de conscientização 
do cidadão no que diz respeito à melhor maneira de se relacionar com esses recursos. 
Esta política é, portanto, um componente permanente da educação nacional e deve 
estar presente de modo articulado, complementar e transversal em todos os níveis 
e modalidades de ensino, buscando desenvolver:
processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores 
sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para 
a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à 
sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. (Lei 9.795/1999, artigo 1º).
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Educação Ambiental - Unidade 01
Na web aula você encontrá a Lei 9.795 da Política Nacional 
de Educação Ambiental em pdf ou pode visualizar no site 
oficial do Governo Federal: http://www.planalto.gov.br .
Dica
Finalizamosaqui a Unidade 1 do estudo da Educação Am-
biental. Lembre-se de acompanhar a web aula desta Uni-
dade e os textos complementares. Conte ainda com o apoio 
do Ambiente Virtual de Aprendizagem para esclarecer suas 
dúvidas.
Bons estudos!
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Educação Ambiental - Unidade 01
Referências
BECK, U. O que é globalização? Equívocos do globalismo: respostas à 
globalização. São Paulo: Paz e Terra, 1999.
BRASIL. Presidência da República. LEI No 9.795, DE 27 DE ABRIL DE 1999. Disponível 
em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9795.htm> Acesso em: 19 de 
abril de 2012.
CASTRO, R. S. de; LOUREIRO, F. B.; LAYARAGUES, P. P. Educação ambiental: 
repensando o espaço de cidadania. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2011.
CARVALHO, I.C.M. As transformações na cultura e o debate ecológico: desafios 
políticos para a Educação Ambiental. In: NOAL, F.O.;REIGOTA,M.;BARCELOS, 
V.H.L. (Orgs). Tendências da educação ambiental brasileira. Santa Cruz do Sul: 
Edunisc, 1998.
MILLER JR, G. T. Ciência Ambiental. São Paulo: Cengage, 2011.
SATO, Michèle; CARVALHO, Isabel. Educação ambiental: pesquisa e desafios. 
Porto Alegre: Artmed, 2005.
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Educação Ambiental - Unidade 01
 Créditos
Núcleo de Educação a Distância
O assunto estudado por você nessa disciplina foi planejado pelo professor 
conteudista, que é o responsável pela produção de conteúdo didático, e foi 
desenvolvido e implementado por uma equipe composta por profissionais 
de diversas áreas, com o objetivo de apoiar e facilitar o processo ensino-
aprendizagem.
Roteiro de Áudio e Vídeo
José Glauber Peixoto
Produção de Áudio e Vídeo
José Moreira Sousa
Identidade Visual / Arte
Diego Silveira Maia C. da Silva
Francisco Cristiano L. de Sousa
Sérgio Oliveira Eugênio de 
Souza
Viviane Cláudia Paiva Ramos
Programação / Implementação
Antônia Suyanne Lopes Alves
Jairo Araújo dos Santos
Coordenação do Núcleo de 
Educação a Distância
Lana Paula Crivelaro Monteiro 
de Almeida
Supervisão Administrativa
Denise de Castro Gomes
Produção de Conteúdo Didático
João Batista Vianey
Design Instrucional
Andrea Chagas Alves de Almeida
Projeto Instrucional
Bárbara Mota Barros
Régis da Silva Pereira
Editoração
Camila Duarte do Nascimento 
Moreira
Revisão Gramatical
Luís Carlos de Oliveira Sousa

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