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RESSALTO HIDRÁULICO. RESUMO DO CAPÍTULO 11 DO LIVRO HIDRÁULICA BÁSICA DO AUTOR RODRIGO DE MELO PORTO Aluno: Arlindo Alves de Sousa Junior Presidente Prudente – SP 2016 FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL Trabalho realizado para à disciplina Hidráulica II Prof.a Maria Helena Zangari Ballarim Sumário 1 O QUE É RESSALTO HIDRÁULICO?................................................................................................................ 1 FIGURA 1 – Descrição do Ressalto hidráulico ......................................................................................... 1 2 TIPOS DE RESSALTO ..................................................................................................................................... 2 2.1 Ressalto ondulado (1 < Fr1 < 1,7) ..................................................................................................... 2 FIGURA 2 – Ressalto ondulado................................................................................................................ 3 2.2 Ressalto fraco (1,7 < Fr1 < 2,5) .......................................................................................................... 3 FIGURA 3 – Ressalto fraco ....................................................................................................................... 3 2.3 Ressalto oscilante (2,5 < Fr1 < 4,5) ................................................................................................... 4 FIGURA 4 – Ressalto oscilante ................................................................................................................ 4 2.4 Ressalto estacionário (4,5 < Fr1 < 9,0) .............................................................................................. 4 FIGURA 5 – Ressalto estacionário ........................................................................................................... 4 3 FORMULAS – CANAIS RETANGULARES ........................................................................................................ 5 4 EXEMPLO 11.1 .............................................................................................................................................. 6 1 1 O QUE É RESSALTO HIDRÁULICO? Um escoamento torrencial, ou supercrítico, possui propriedades físicas elevadas que, se ignoradas, pode proporcionar ao seu canal consequências negativas como erosão do leito, danos estruturais em suas paredes, acumulo indesejável de substancias de decantação, dentre outros. Uma das soluções praticadas para evitar tais problemas mencionados é dissipação da energia cinética do escoamento transformando-o em subcrítico, ou fluvial, através de vertedores, obstáculos ou transições de inclinações de fundo. O Ressalto hidráulico nada mais é que o fenômeno consequente da transição do escoamento torrencial para o escoamento fluvial e se caracteriza pela elevação brusca no nível d’agua sobre uma distância curta, acompanhada de uma instabilidade na superfície com ondulações de grande turbulência. FIGURA 1 – Descrição do Ressalto hidráulico Fonte: Croquis realizado pelo autor Tal turbulência possui, em sua superfície ascensional, rolos d’água de forma mais ou menos regular e posição relativamente estável o que diminui a velocidade média do escoamento além de favorecer o aparecimento de bolhas de ar no mesmo. Este movimento d’agua produz uma importante dissipação de energia além de misturar gases, produtos químicos e substancias de decantação facilitando o fluxo corrente. 2 2 TIPOS DE RESSALTO O que classifica um escoamento como torrencial, critico ou fluvial é a analise provinda do cálculo do conhecido número de Froude, sendo que um escoamento será torrencial quando Fr>1, crítico quando Fr=1 e fluvial quando Fr<1. Para canais com seção retangular, tal número é calculado através da formula: 𝐹𝑟 = 𝑞 √𝑔 ∗ 𝑦3 𝑞 = 𝑄 𝑏 Onde; q = vazão especifica do canal retangular; g = aceleração da gravidade; y = profundidade do canal retangular; Q = vazão; b = largura da seção do canal na superfície livre. A partir disso, é possível classificar quatro tipos de ressaltos hidráulicos em função do número de Froude a montante (Fr1): 2.1 Ressalto ondulado (1 < Fr1 < 1,7) O ressalto ondulado é caracterizado pela transição gradual entre o escoamento torrencial e o fluvial e as perdas de carga são praticamente consequência da força de atrito existente pelas paredes e fundo do canal. 3 FIGURA 2 – Ressalto ondulado Fonte: Croquis realizado pelo autor 2.2 Ressalto fraco (1,7 < Fr1 < 2,5) O ressalto fraco possui grande semelhança com o anterior se diferenciando apenas por possuir zonas de separação na superfície liquida. Ressaltos ondulares e fracos podem ser desconsiderados como fenômenos que possam proporcionar influências consideráveis ao escoamento. FIGURA 3 – Ressalto fraco Fonte: Croquis realizado pelo autor 4 2.3 Ressalto oscilante (2,5 < Fr1 < 4,5) O ressalto oscilante já se apresenta aspectos típicos ao fenômeno e tende a se deslocar para seção jusante e não guardando posição junto a seção montante. FIGURA 4 – Ressalto oscilante Fonte: Croquis realizado pelo autor 2.4 Ressalto estacionário (4,5 < Fr1 < 9,0) O ressalto estacionário é o que proporciona a dissipação da energia em obras hidráulicas que pode variar entre 45% e 70% da energia disponível a montante. FIGURA 5 – Ressalto estacionário Fonte: Croquis realizado pelo autor 5 Para Fr1 > 9, que caracteriza o ressalto forte, em geral não é utilizado nas construções hidráulicas devido a efeitos colaterais sobre as estruturas de dissipação, como processos abrasivos ou mesmo cavitação. 3 FORMULAS – CANAIS RETANGULARES 𝑞2 𝑔 ∗ 𝑦1 + 𝑦1 2 2 = 𝑞2 𝑔 ∗ 𝑦2 + 𝑦2 2 2 𝑦1 2 − 𝑦2 2 = 2 ∗ 𝑞2 𝑔 ( 1 𝑦2 − 1 𝑦1 ) (𝑦1 − 𝑦2)(𝑦1 + 𝑦2) = 2 ∗ 𝑞2 𝑔 ( 𝑦1 − 𝑦2 𝑦2 ∗ 𝑦1 ) Como 𝑦1 ≠ 𝑦2, tem-se: (𝑦1 + 𝑦2) = 2 ∗ 𝑞2 𝑔 ( 1 𝑦2 ∗ 𝑦1 ) 𝑦1 2 ∗ 𝑦2 + 𝑦1 ∗ 𝑦2 2 = 2 ∗ 𝑞2 𝑔 Dividindo por 𝑦1 3, fica: ( 𝑦2 𝑦1 ) 2 + 𝑦2 𝑦1 = 2 ∗ 𝑞2 𝑔 ∗ 𝑦1 3 6 ( 𝑦2 𝑦1 ) 2 + 𝑦2 𝑦1 − 𝐹𝑟1 2 = 0 𝑦2 𝑦1 = −1 ± √1 + 8 ∗ 𝐹𝑟1 2 2 Como para haver ressalto 𝑦2 𝑦1 ⁄ > 1 tem-se: 𝑦2 𝑦1 = 1 2 [√1 + 8 ∗ 𝐹𝑟1 2 − 1] Equação esta que fornece a relação entre as alturas conjugadas em função do número de Froude na seção de montante, em canais retangulares. Se somente as condições de jusante, seção 2, forem conhecidas, um desenvolvimento análogo leva a: 𝑦1 𝑦2 = 1 2 [√1 + 8 ∗ 𝐹𝑟2 2 − 1] 4 EXEMPLO 11.1 Um vertedor de uma barragem descarrega em um canal retangular, suficientemente longo, uma vazão unitária q = 4,0 m³/(sm). O canal tem declividade de fundo 𝐼𝑂 = 0,0001 𝑚 𝑚⁄ , revestimento de concreto em condições regulares e pode ser considerado largo. Ocorrendo um ressalto hidráulico neste canal, determine suas alturas conjugadas. Se o canal é largo, o raio hidráulico é igual à altura d’água, e a altura normal pode ser determinada pela formula de Manning, na forma: 𝑛 ∗ 𝑞 √𝐼𝑜 = 𝑦𝑜𝑦𝑜 2 3⁄ → 0,016 ∗ 4,0 √0,0001 = 𝑦𝑜 5 3⁄ → 𝑦𝑜 = 3,05 𝑚 7 Calculo da altura crítica: 𝑦𝑐 = ( 𝑞2 𝑔 ) 1 3⁄ → 𝑦𝑐 = 1,18 𝑚 < 𝑦𝑜 = 3,05𝑚 Portanto, o canal é de fraca declividade e o escoamento uniforme é fluvial. Como o canal é longo, em alguma seção a jusante do pé do vertedor ocorrerá um ressalto hidráulico, com altura d’água conjugada no regime fluvial 𝑦2 = 𝑦𝑜 = 3,05 𝑚. O número de Froude no regime fluvial vale: 𝐹𝑟2 2 = 𝑞2 𝑔 ∗ 𝑦2 3 = 16 9,8 ∗ 3,053 = 0,057 → 𝐹𝑟2 = 0,24 Pela Equação 11.11, a altura conjugada no regime torrencial vale: 𝑦1 𝑦2 = 1 2 [√1 + 8𝐹𝑟2 2 − 1] ∴ 𝑦1 3,05 = 1 2 [√1 + 8 ∗ 0,057 − 1] ∴ 𝑦1 = 0,32 𝑚
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