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Plano de Aula: A Era Vargas - O Estado Novo e a ditadura Vargas HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO - CCJ0105 Título A Era Vargas - O Estado Novo e a ditadura Vargas Número de Aulas por Semana Número de Semana de Aula 10 Tema A Era Vargas - O Estado Novo e a ditadura Vargas Objetivos O aluno deverá ser capaz de: - Relacionar as práticas e politicas autoritárias do Estado Novo com o período ditatorial da era Vargas; - Compreender que a não concretização dos já reduzidos mecanismos de contenção do poder pela Constituição de 1937 possibilitou a extensão do autoritarismo por parte da ditadura Vargas; - Apontar características básicas dos Códigos Penal e de Processo Penal produzidos no período; - Correlacionar o advento da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) com a busca de apoio popular para exercício do poder; - Analisar os fatores internos e externos que determinaram a renúncia de Vargas e o fim do Estado Novo, em 1945. Estrutura do Conteúdo Antes da aula, não deixe de ler o conteúdo do Capítulo 6, entre as páginas 147 (O período da Ditadura do Estado Novo (de 1937 a 1945) e a Constituição de 1937) e 154 do Livro Didático. Nesta nossa décima aula abordaremos os tópicos abaixo informados. - O Período da ditadura do Estado Novo (de 1937 a 1945) Neste ponto será analisado o advento do Estado Novo sem desvinculá -lo de outros regimes ditatoriais vivenciados na Europa, no mesmo período. Cabe apontar que, se na área econômica o país fez alguns avanços com a modernização industrial e investimentos e infraestrutura e com conquistas para a classe trabalhadora, por outro lado, caracterizou-se pela centralização administrativa do estado; pela censura aos meios de comunicação (rádios, revistas e jornais) e às manifestações artísticas (tea tro, cinema e música, por exemplo); pela criação do DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda) para promover e divulgar as realizações do governo; pela perseguição e, em alguns casos, prisão de opositores e inimigos políticos; pela repressão às manifestações políticas e sociais (protestos, greves, passeatas); pelo controle dos sindicatos. - A Constituição de 1937 (A Polaca) A principal característica dessa carta política seria a de conceder poderes amplos a Vargas com reforço do Poder Executivo, embora nunca tenha sido a mesma aplicada, o que reforça o caráter ditatorial do Estado Novo. A decomposição dos órgãos legislativos e a sua índole centralizadora converteram -na em um texto inerte em vários dispositivos. Embora previsse um ?plebiscito? (na verdade, um referendo) para sua confirmação, esse nunca foi realizado. Porém, dentre as principais características ali previstas, podem ser citadas, como mais importantes, as seguintes: concentração de poderes ao chefe do Executivo; eleições indiretas para preside nte, cujo mandato seria de seis anos; o Senado Federal passaria a ser denominado por Conselho Federal; mitigação da autonomia dos Estados-Membros; criação da técnica do estado de emergência e sua utilização permanente; previsão de pena de morte; extinção do federalismo; retirada do direito de greve do trabalhador; possibilidade de exclusão de funcionários opositores do regime; extinção dos partidos políticos e redução drástica da liberdade de imprensa, passando a vigorar a censura prévia; forte restrição aos direitos individuais, com perda do caráter constitucional dos institutos da ação popular e mandado de segurança. Na esfera eleitoral, extinguiu a Justiça Eleitoral, aboliu os partidos políticos e suspendeu as eleições livres. - Os Códigos Penal (1940) e de Processo Penal (1941) Embora estabelecidos na ditadura, não foram consideradas obras arbitrárias. Ambos os códigos foram passando, ao longo dos anos, por diversas modificações a fim de torná-los compatíveis com as características da sociedade que regulavam. De qualquer forma, o Código Penal Brasileiro, bem como o Código de Processo Penal, não podem conter decisões que se sobreponham à Constituição do País, de forma que a interpretação das normas constantes nestes Códigos acabam por ter, nos dias de hoj e, de se compatibilizar com as regras da Constituição de 1988. - A Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) A criação da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) em 1943, deu-se no âmbito da expansão dos direitos sociais, garantindo inúmeros benefícios aos trabalhadores do país. Entre os direitos podemos citar: carteira de trabalho, jornada de trabalho e período de férias, proteção do trabalho da mulher, contratos individuais, medicina, justiça e fiscalização do trabalho, entre outros. Trata-se marco jurídico de grande importância para o país. - O enfraquecimento e a derrocada do Estado Novo Com o final da 2ª Guerra Mundial (1945) e a derrota do bloco nazifascista, e a vitória das tropas aliadas com o apoio do Brasil, a opinião pública começou a contestar o regime ditatorial varguista. Intelectuais, artistas, profissionais liberais e grande parcela do povo queriam a volta da democracia ao país. Embora com o movimento ?queremista?, no qual Vargas parecia buscar apoio para se manter no poder, a pressão para sua renúncia foi aumentando e, em outubro de 1945, um movimento militar, liderado pelos generais Dutra e Góis Monteiro, derrubou de vez a ditadura varguista. Aplicação Prática Teórica Abaixo apresentamos dois dispositivos da Constituição de 1937, mais especificamente os artigos 11 e 12: (...) Art. 11 - A lei, quando de iniciativa do Parlamento, limitar-se-á a regular, de modo geral, dispondo apenas sobre a substância e os princípios, a matéria que constitui o seu objeto. O Poder Executivo expedirá os regulamentos, complementares. Art. 12 - O Presidente da República pode ser autorizado pelo Parlamento a expedir decretos -leis, mediante as condições e nos limites fixados pelo ato de autorização. (...) Como se sabe, o Estado Novo se configurou em uma ditadura, entre outros motivos, por ter sido governado por meio exclusivo de Decretos -lei emanados pelo Poder Executivo, sem participação legislativa por parte do Parlamento. Todavia, conforme lido acima, era da responsabilidade do Parlamento (Poder Legislativo) limitar e autorizar a emanação dos referidos Decretos (art. 12), sendo que ao Poder Executivo caberia somente expedir os regulamentos, complementares às normatizações gerais estabelecidas pelo Parlamento (art.11) . Pergunta-se: a) Por que razão o Parlamento não se utilizou das prerrogativas que a Constituição lhe conferia? b) É possível conceber um regime democrático com a concentração das funções executiva, legislativa e judiciária nas mãos do Chefe do Poder Executivo? c) O Estado Novo de Vargas é um caso isolado no período, ou pode ter recebido influências externas na forma como se configurou? Resolva as questões objetivas 1 e 3 do capítulo 6 de seu Livro Didático.
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