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Nova Lei Antitruste e Crimes Econômicos

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Aula 4 - Crimes contra a Ordem Econômica
Contexto normativo atual – a nova lei antitruste
A tutela da Ordem Econômica decorre de proteção constitucional, prevista no artigo 170 da Constituição.
Com a entrada em vigor da Lei 12.529/11, passamos a ter uma nova lei antitruste no ordenamento jurídico brasileiro. Em muitos aspectos, a nova lei mantém as diretrizes da antiga Lei 8.884/94, já revogada.
A lei 12.529/2011 cria um novo sistema para a defesa da concorrência, que é o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência (SBDC). 
Tal sistema é composto pelo CADE e pela Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda.
O artigo 36 da Lei 12.529/2011 estabelece que “constituem infração da ordem econômica, independentemente de culpa, os atos sob qualquer forma manifestados, que tenham por objeto ou possam produzir os seguintes efeitos, ainda que não sejam alcançados” e elenca várias condutas. Tais infrações são administrativas.
Atenção
É fundamental destacar que a referida lei não traz a previsão legal de crimes, muito embora altere os crimes contra a Ordem Econômica previstos na Lei 8.137/90. A tipificação penal e a cominação de penas continua prevista nas leis de caráter penal. 
Crimes contra a ordem econômica
Lei 1.521/51
Alguns crimes contra a Economia Popular, previstos na Lei 1.521/51, passam a estar previstos na de número 8.137/90 como crimes contra as relações de consumo ou contra a Ordem Econômica.
A Lei 1.521/51 deve ser observada em conjunto com as Leis 8.137/90, 8.078/90 e 7.492/86, pois várias condutas previstas na primeira encontram-se tacitamente revogadas pelas subsequentes.
Com a entrada em vigor da Lei 12.529/11 e a revogação de vários dispositivos da Lei 8.137/90 que caracterizavam crimes contra a Ordem Econômica, houve substancial abolitio criminis de condutas lesivas à Ordem Econômica, demonstrando a consideração de um Direito Penal Minimalista.
	Abolitio criminis
	"Extingue-se a punibilidade pela retroatividade da lei que não mais considera o fato como criminoso" (art. 107, III CP) Deixando a lei nova de considerar como ilícito penal o fato praticado pelo agente, por revogação expressa ou tácita, extingue-se ao próprio crime e nenhum efeito penal subsiste (art. 2 caput CP). "Mirabete (MANUAL DE DIREITO PENAL, pág. 387)"
Vamos ver os demais tipos penais que ainda se encontram em vigor na Lei 1.521/51?
O artigo 2º continua prevendo em seus incisos as seguintes condutas:
Pretende-se nessa modalidade evitar a fraude no programa de prestação ou carnês, com promessa de posterior entregar da mercadoria que não pode concretizar que pela fraude no sorteio, quer pela não entrega do bem.
Se a vitima fosse individualizada, teríamos o estelionato ou apropriação indébita, mas na hipótese, havendo grande número de vitima, ofende-se a economia popular.
O tipo penal prevê duas condutas autônomas. Trata-se de um tipo penal misto alternativo, consistente na primeira modalidade em fraude de pesos ou medidas. A segunda modalidade tipifica a conduta de quem possui ou detém os pesos ou medidas fraudados para efeitos de comércio.
Se o agente já praticou a primeira conduta, a segunda será mero exaurimento da da primeira. A segunda modalidade caracteriza-se como delito de intenção, exigindo especial fim de agir. Podemos criar como exemplo a alteração de balança em restaurantes.
	Atenção
	Ressalte-se que este tipo penal aplica-se exclusivamente a coisas. A fraude a serviços está tipificada no artigo 2º, Inciso VI.
Vejamos o artigo 3º:
Trata-se de um tipo penal misto alternativo: se o agente pratica mas de uma conduta, responderá por um único tipo penal. Trata-se de delito de intenção, exigindo-se um elemento subjetivo especial: em proveito próprio ou de terceiro.
A conduta consiste fazer com que outrem desista de competição mediante pagamento, desetimulando a concorrência, o que torna a conduta criminosa, muito embora a autra parte receba indenização pelo abandono.
O crime é material e só estará consumando com o abandono. Pratica o crimetanto aquele que abandona quanto o que faz outrem abandonar. É admissível a tentativa.

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