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Hidrostática: Conceitos e Teoremas

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HIDRÁULICA: notas de aula 
Prof. Jonathan Tenório de Lima 
 
 
Sumário 
Aula 02 – Hidrostática ................................................................ 1 
Conceito de pressão .............................................................. 2 
Teorema de Pascal ................................................................ 5 
Teorema de Stevin ................................................................. 5 
Teorema de Arquimedes ........................................................ 7 
Forças sobre superfícies submersas ................................... 10 
Problemas ............................................................................ 15 
Referências bibliográficas ........................................................ 16 
 
Aula 02 – Hidrostática 
A Hidrostática é a área da Hidráulica que estuda as 
forças, pressões, tensões e energia quando os fluidos estão 
em repouso. Os conceitos desta área são aplicados em 
2 
 
projetos como o dimensionamento de reservatórios de água 
para abastecimento e também reserva de incêndio com na 
Figura 1 abaixo. 
 
 
Figura 1. Reservatório de água (Fonte: reservatóriodeáguamineral.com.br). 
 
Conceito de pressão 
A pressão hidrostática pode ser definida como a razão 
de uma força normal ao plano ao qual é aplicada e sua área de 
aplicação. Usualmente, é representada com unidades de N/m2 
ou Pa, no SI. Existem diversos instrumentos capazes de medir 
pressão, contudo, a leitura pode ser relativa ou absoluta como 
na Figura 2. A maioria dos instrumentos, como os manômetros, 
3 
 
fazem a leitura da pressão relativa, entretanto, é possível medir 
pressão absoluta com o barômetro (modelo de manômetro). 
Admitindo-se a pressão atmosférica como referência, 
tem-se que a pressão absoluta a uma determinada posição 
será a soma desta mais a pressão do instrumento (ou pressão 
relativa). Bombas de vácuo são capazes de reduzir a pressão 
de um sistema e, por isso, a leitura de um instrumento será 
negativa. 
 
 
Figura 2. Relação entre pressões lidas (ÇENGEL et al., 2007). 
4 
 
 
A pressão absoluta de um sistema pode calculada a 
partir da equação 1. 
 
abs atm instP P P 
 (1) 
Pabs – pressão absoluta; 
Patm – pressão atmosférica; 
Pinst – pressão do instrumento. 
 
A Figura 3 
 
 
 
 
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Figura 3. Modelos de manômetros e barômetros. 
 
5 
 
Teorema de Pascal 
“A pressão em um ponto de um fluido em repouso ou em 
movimento é independente da direção desde que não existam 
forças cisalhantes”. 
 
x y sP P P 
 
Px – pressão na direção x; 
Py – pressão na direção y; 
Ps – pressão em uma direção qualquer. 
 
 
 
 
 
 
 
Teorema de Stevin 
A pressão em um fluido em repouso varia com a 
profundidade conforme a equação 1. 
 
Intuitivamente, pode-se supor que a pressão é um vetor, 
contudo, conforme a afirmação de lei de Pascal, a 
pressão em um ponto possui magnitude, mas não tem 
direção e, portanto, é um escalar. 
6 
 

dz
dP
 (1) 
P – pressão (Pa); 
z – dimensão de profundidade (m); 
γ – peso específico do fluido (N/m³). 
 
Exercício 01: Foi construído 
um reservatório com altura 
útil de 8m que armazena uma 
solução salina com massa 
específica igual a 1,32 g/cm³. 
Calcule: 
(a) o peso específico e a 
densidade do fluido; 
(b) a pressão a meia 
profundidade; 
 
Exercício 02: determine a diferença de pressão entre os 
fluidos A e B na figura abaixo. 
 
7 
 
Solução 
211A php 
 e 
4222 php 
 
logo, 
42211A phhp 
, mas 
B334 php 
 
B332211A phhhp 
 
332211BA hhhpp 
 
 
 
 
Teorema de Arquimedes 
Os corpos submersos em um fluido estão submetidos a 
uma força no sentido de baixo para cima, exercida pelo fluido 
sobre o corpo, denominada empuxo. Como pode ser visto na 
Figura 4 as forças exercidas pelo fluido na direção x se anulam, 
pois têm a mesma magnitude e sentidos contrários. A força 
resultante na direção z pode ser calculada como: 
 
8 
 
 E 2 1 2 1 fF F F h h A V      
 (2) 
 
FE – empuxo; 
γf – peso específico do fluido; 
V – volume do sólido. 
 
 
 
Figura 4. Princípio de Arquimedes. 
9 
 
 
Exercício 03: Um bloco de concreto pesa 45 kg ao ar e “pesa” 
apenas 28 kg quando imerso em água. Determine o peso 
específico do bloco. 
Solução: 
 
O bloco pesa apenas 28 kg quando imerso, pois o empuxo 
atua em sentido contrário ao peso, tornando o bloco mais 
“leve”. Assim: 
 
E B
E
W F 28 9,8 45 9,8 F 28 9,8
F 17 9,8 166,6N
       
   
 
E 3 3
166,6N
F V V 0,017
9,8 10 N / m
    

m³ 
9425
0170
8945
V
Wbloco
bloco ,
,
,



kN/m³ 
 
Exercício 04: Uma bola plástica com 2ft de diâmetro e peso 
igual a 50lb foi colocada na água. Determine se a mesma 
flutua ou afunda. 
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Solução: 
Primeiro, é preciso calcular o empuxo exercido sobre a esfera. 
EF V 
 
V é o volume da esfera e pode ser determinado como, 
3 3 34 4V r 1 4,19ft
3 3
    
 
EF 62,4 4,19 261lb  
 
Como o empuxo é maior que o peso, a esfera flutuará. 
 
Forças sobre superfícies submersas 
Um grande número de estruturas hidráulicas e obras de 
engenharia possui sua totalidade ou parte de seu projeto em 
condições de submersão. A análise das forças aplicadas a 
esses sistemas permite avaliar a capacidade de suporte das 
estruturas, prever falhas e melhorar o desempenho global da 
obra. As Figuras 5 a 7 mostram, respectivamente, o esquema 
de uma superfície submersa inclina (simplificadamente) e, em 
seguida, o diagrama de corpo livre das forças atuantes. Aqui 
será apresentada a formulação para o cálculo de forças 
resultantes e ponto de aplicação dessas forças através da 
analogia com o volume de fluido. 
11 
 
 
Figura 5. Esquema simplificado de uma superfície plana submersa (Gribbin, 
2014). 
 
 
Figura 6. Diagrama de corpo livre da superfície submersa (Gribbin, 2014). 
12 
 
 
Figura 7. Ponto de aplicação da força resultante (Gribbin, 2014). 
 
As forças horizontal e vertical são dadas por: 
 
H 1F z w cos  
 
 
 v 1 2
w
F z z sen
2

  
 
 
A força W (peso) é dada como: 
 
13 
 
21 w
W V sen cos w sen cos
2 2
 
           
 
 
 
A força resultante é então: 
 
 
22
R v HF F F W  
 
 
O ponto de aplicação é dado pela equação abaixo: 
 
     R V R W H R
R
1
F y W x F x
F
    
 
 
Exercício 05: Admita que na Figura 6 z1 seja 1,5 m e z2 8,5 m. 
A superfície inclinada (θ = 48º) possui comprimento de 1,0m e 
entra no plano do papel ao longo de 10,0 m. O ponto de 
aplicação da força vertical (trapézio) é dado pela equação 
abaixo. Calcule a força resultante e o ponto de aplicação 
dessa força quando o fluido em questão é a água. 
14 
 
1 2
R
1 2
2z zsen
y
3 z z
 
  
 
 
Solução: 
o
HF 9810 1,5 10 1 cos48 98.462,6N     
 
  ov 1 2
9810 10
F z z 1 sen48 364.512,5N
2

    
 
2
o o9810 10 1W sen48 cos48 24.390,6N
2
 
   
 
o
R
cos cos48
x 0,334m
2 2

  
 
o
W
cos cos48
x 0,223m
3 3

  
 
o
y 1 2
R
1 2
2z z sen48 2 1,5 8,5
y 0,285m
3 z z 3 10
    
        
 
RF 384.658,6N
 
R 0,37m
 
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Problemas 
01. Foi construído um tanque para finalidades de uma pesquisa 
científica. O tanque é semelhante a uma piscina e profundidade 
variando de 1,5m a 4,5m. A projeção da base é um retângulo. 
Calcule a diferençade pressão que existe entre os extremos 
desse tanque. 
 
02. As pressões em A e B 
são respectivamente 276 kPa 
e 138 kPa. Qual é a deflecção 
do mercúrio no instrumento? 
 
 
 
 
16 
 
03. Uma caixa com massa de 4kg e dimensões de 12” x 18” x 
18” foi colocada na água. Caso a caixa esteja parcialmente 
submersa, qual é a altura da caixa acima do nível d’água? 
 
04. Repita o exercício 05 admitindo que o fluido é o óleo (d = 
0,79) e que a superfície plana possui comprimento de 4m. 
 
 
 
Referências bibliográficas 
ÇENGEL, Y. A. et al. Mecânica dos fluidos: fundamentos e aplicações. São 
Paulo: McGraw-Hill, 2007. 
GRIBBIN, J. E. Introduction to Hydraulics and Hydrology: with applications 
for stormwater management. 4.ed. New York: Cengage Learning, 2014.

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