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UNIVERSIDADE DE ITAÚNA Nivelamento em Matemática Prof. Tarcísio Valério 1 CURSO DE NIVELAMENTO EM MATEMÁTICA A Matemática é uma ciência que exige pré-requisitos para que o estudante continue desenvolvendo seu potencial. Nos primeiros períodos dos cursos de Engenharia, vê-se vários postulantes a Engenheiros se perderem logo no início do Curso, e isto se deve, indiscutivelmente, à falta de base em Matemática dos Ensinos Fundamental e Médio. Este material visa dar possibilidade aos estudantes que estiverem defasados criarem condições de aprendizado nas matérias básicas dos cursos superiores. É bom lembrar que não existem fórmulas mágicas que levarão esses estudantes a recuperarem o tempo perdido e tudo vai depender do esforço de cada um. BOM TRABALHO! Unidade I – Operações com números reais Antes de iniciarmos a unidade I, vamos conhecer os conjuntos numéricos: A) Conjunto dos números Naturais: Chamamos conjunto dos números naturais ao conjunto: { }.........,4,3,2,1.0=N Observe que este conjunto é ilimitado e nem todas as operações podem ser efetuadas dentro dele. Por exemplo, a operação 73 − tem como resultado um número que não é natural. B) Conjunto dos números Inteiros: Chamamos conjunto dos números inteiros ao conjunto: Observe que este conjunto é ilimitado e nem todas as operações podem ser efetuadas dentro dele. Por exemplo, a operação 7:3 tem como resultado um número que não é inteiro. C) Conjunto dos números Racionais: Chamamos conjunto dos números racionais ao conjunto O símbolo significa “tal que” e o símbolo ∈significa “pertence” Observe que este conjunto é muito denso pois todo número fracionário é da forma b a e é portanto, um número racional. Veja por exemplo, que entre 0 e 1 existem infinitos números racionais. etc, 5 2 , 3 1 , 2 1 É bom lembrar que os decimais exatos e os decimais periódicos aparecem quando dividimos o numerador de um número fracionário pelo seu denominador. { }.........,,3,2,1,0,1,2,3........ −−−=Z ≠∈= 0, beZba b aQ UNIVERSIDADE DE ITAÚNA Nivelamento em Matemática Prof. Tarcísio Valério 2 Assim, a fração 5 4 é igual ao decimal exato 8,0 e a fração 9 2 é igual ao decimal periódico ...222,0 Daí, desprezando o rigor da matemática, podemos dizer que o conjunto dos números racionais é formado por todos os números inteiros, ( lembre-se: 1 55 = ), fracionários, decimais exatos e decimais periódicos. Mesmo assim, existem cálculos que não podem ser feitos no conjunto dos números racionais. Se calculamos a raiz quadrada de 2 em uma calculadora, temos o seguinte resultado: .....4142135623,02 = .Veja que o resultado não é decimal exato e nem decimal periódico e portanto, não pode ser escrito em forma de fração e não é um número racional. Esses números são chamados números irracionais. Além das raízes não exatas, são também irracionais os números ...1415,3=pi , ...7182,2=e , entre outros. D) Conjunto dos números Reais. Quando juntamos todo o conjunto dos números racionais com os números irracionais, obtemos o conjunto dos números reais. Assim, { } QisirrracionaR ∪= O símbolo ∪ significa “união”. O conjunto dos números reais é muito mais denso que o conjunto dos números racionais e devido a isto, é comum representarmos o conjunto dos números reais por uma reta onde cada ponto representa um número real e cada número real tem seu lugar na reta. Uma figura que ilustra os conjuntos numéricos é: Mesmo em um conjunto tão denso, existem operações que não podem ser efetuadas no conjunto dos números reais. Por exemplo: ( esta operação pode ser feita em um conjunto chamado conjunto dos números complexos, que não será estudado em nosso curso ), R 0negativosnúmeros positivosnúmeros R Q Z N 0 1 2 2− 5− 3 2 2 1 − 37,0 ...555,0− 2 5 17− pi e 9− UNIVERSIDADE DE ITAÚNA Nivelamento em Matemática Prof. Tarcísio Valério 3 Um outro exemplo é a operação . Assim, 0<∉ aeparénseRan e também, Rn ∉ 0 . Obs: ∉= “não pertence”; < = “menor que”. Grande parte do curso de Cálculo Diferencial e Integral é trabalhado no conjunto dos números reais. Intervalos Dados dois números reais “a” e “b” com ba < , chamamos intervalo ao conjunto de todos os números reais compreendidos entre “a” e “b”. Os números “a” e “b” são chamados extremos e a diferença b – a de amplitude do intervalo. Primeiro caso: Intervalo fechado : os extremos pertencem ao intervalo. Representamos: [ ]ba , = intervalo fechado ab Na reta: O símbolo indica que os números “a” e “b” fazem parte do conjunto. Se imaginarmos um número “x” qualquer do conjunto, como o que está representado na reta acima, podemos afirmar que bxa ≤≤ , pois a vem antes de x que vem antes de b na reta real. Daí, uma nova representação para intervalo fechado: [ ] { }bxaRxba ≤≤∈=, O símbolo ≤ se deve ao fato de que um elemento desse intervalo pode ser inclusive o “a” ou o “b” . Exemplo: [ ] { }525,2 ≤≤∈= xRx . Na reta: Assim, [ ]5,22 ∈ [ ]5,2∈pi [ ]5,25 ∈ [ ]5,217 ∈ , etc [ ]5,23 ∈ Segundo caso: Intervalo aberto : os extremos não pertencem ao intervalo Representamos: ] [ { }bxaRxba <<∈=, = intervalo aberto ab Na reta: O símbolo indica que os números “a” e “b” não fazem parte do conjunto. Exemplo: ] [ { }525,2 <<∈= xRx . 0 0: nn = a bx • • R • 2 5x • • R a bx o Ro o UNIVERSIDADE DE ITAÚNA Nivelamento em Matemática Prof. Tarcísio Valério 4 Na reta: Assim, ] [5,22 ∉ ] [5,2∈pi ] [5,25 ∉ ] [5,217 ∈ , etc ] [5,23 ∈ Terceiro caso: Intervalos semi-abertos São intervalos em que um dos extremos pertence ao intervalo e o outro não pertence. Assim: [ [ { }bxaRxba <≤∈=, = intervalo aberto à direita ] ] { }bxaRxba ≤<∈=, = intervalo aberto à esquerda Observação: A amplitude de um intervalo é igual a b – a , como já foi dito, independentemente dele ser aberto ou fechado. Assim, a amplitude do intervalo ] ]5,2 é igual a 5 – 2 = 3 Quarto caso: Intervalos de amplitude infinita Considere o conjunto { }axRx ≥∈ Quando representamos esse conjunto na reta real, temos Observe que o extremo “b” não é definido pois a reta se prolonga indefinidamente. Imaginamos que “b” é um número infinitamente grande e representamos por ∞+ . Assim, { } [ [∞+=≥∈ ,aaxRx Nos símbolos ∞−∞+ e consideraremos sempre o intervalo aberto Do mesmo modo: { } ] [aaxRx ,∞−=<∈ O próprio conjunto R pode ser representado na forma de intervalo. ] [∞+∞−= ,R . Operações com intervalos. Existem algumas operações com intervalos que são muito úteis e trataremos aqui de 3 delas: intersecção, união e diferença. A) Intersecção Definimos intersecção entre dois conjuntos como sendo um terceiro conjunto formado pelos elementos comuns entre eles. Assim, { }BxeAxxBA ∈∈=∩ 2 5x o Ro a a b b x x o o• • • a R R R R o a UNIVERSIDADE DE ITAÚNA Nivelamento em Matemática Prof. Tarcísio Valério 5 Ex: { } { } { }4,37,6,5,4,3 4,3,2,1 =∩⇒= = BAB A Poderíamos ilustrar essa operação através de um diagrama: Obs: Quando não existem elementoscomuns, φ=∩ BA ( conjunto vazio ) Ex: { } { } φ=∩⇒= = BAB A 5,4, ,3,2,1 Em um intervalo existem infinitos elementos. A maneira mais segura de calcular uma intersecção entre intervalos é através de uma análise na reta real. Ex: { } { }50 32 <≤∈= <<−∈= xRxB xRxA B) União Definimos { }BxouAxxBA ∈∈=∪ A união de dois conjuntos é formada pelos elementos que são somente de A, os que são somente de B e os que são dos dois conjuntos simultaneamente. Ex: { } { } { }7,6,5,4,3,2,17,6,5,4,3 4,3,2,1 =∪⇒= = BAB A Poderíamos ilustrar essa operação através de um diagrama: Do mesmo modo que calculamos a intersecção de intervalos, devemos calcular a união, ou seja, através de uma análise na reta real. Ex: { } { }50 32 <≤∈= <<−∈= xRxB xRxA C) Diferença Definimos { }BxeAxxBA ∉∈=− A B BA ∩ 2− 3 0 5 o o o• o• 0 3 { }30 <≤∈=∩⇒ xRxBA A B BA ∪ 0 5 o o o• o• 2− 5 { }52 <≤−∈=∪⇒ xRxBA 2− 3 UNIVERSIDADE DE ITAÚNA Nivelamento em Matemática Prof. Tarcísio Valério 6 A diferença entre os dois conjuntos é formada pelos elementos que pertencem ao primeiro conjunto e não pertencem ao segundo. Ex: { } { } { },2,17,6,5,4,3 4,3,2,1 =−⇒= = BAB A Com intervalos procedemos como na intersecção e união. Ex: { } { }50 32 <≤∈= <<−∈= xRxB xRxA Faça você: Sendo { }25 <<−∈= xRxA , { }52 <<−∈= xRxB e { }70 <<∈= xRxC , calcule: • A-) { }22:Re <<−∈∩ xRxspBA • B-) { }50:Re <<∈∩ xRxspCB • C-) ( ) { }55:Re <<−∈∩∪ xRxspCBA • D-) { }25:Re −≤<−∈− xRxspBA • E-) { }75:Re <≤∈− xRxspBC Potenciação de Números Reais Quando multiplicamos um número natural por ele mesmo “n” vezes criamos uma nova operação chamada potenciação. Assim, naaaaa =................. onde a = base n = expoente O resultado da operação é chamado de potência. Ex: 322 5 = base : 2; expoente : 5 e potência : 32 Entenderemos: 10 =a e aa =1 Propriedades: P 1 – Quando multiplicamos potências de mesma base, conservamos a base e somamos os expoentes. Assim, . Ex: A B BA − 0 5 o o o• o 2− { }52 <<−∈=−⇒ xRxBA 2− 0 n 3 o nmnm aaa +=. 53232. xxxx == + UNIVERSIDADE DE ITAÚNA Nivelamento em Matemática Prof. Tarcísio Valério 7 P 2 – Quando dividimos potências de mesma base, conservamos a base e subtraímos os expoentes, Assim, Ex: P 3 – Quando elevamos uma potência a outra potência, conservamos a base e multiplicamos os expoentes. Assim, Ex: Expoente negativo: n n a a 1 = − Exemplo: 8 1 2 12 3 3 == − Se o expoente negativo estiver em uma fração, basta invertermos os termos dessa fração e passar o expoente para positivo. Assim, nn a b b a = − . Exemplo: 8 27 2 3 3 2 33 = = − Expoente fracionário. Para elevar um número real a um expoente fracionário devemos proceder da seguinte forma: n mn m aa = Exemplos: 41616 2555 2 1 33 23 2 == == Radicais Quando temos uma potência da forma ba n = , uma operação inversa da potenciação é chamada radiciação, e representamos abn = onde n é chamado índice, b de radicando e a de raiz. O símbolo é chamado de radical Quando o resultado de uma radiciação não é exato, surgem expressões que chamaremos de radicais e serão expressos sob a forma n ba . onde a = coeficiente n = índice b = radicando Exemplo: 3 52 , nm n m nm a a a aa −==: 415 5 5 : xx x x xx === − ( ) nmnm aa .= ( ) 63.232 xxx == UNIVERSIDADE DE ITAÚNA Nivelamento em Matemática Prof. Tarcísio Valério 8 Para trabalharmos com radicais temos de estudar técnicas específicas. Radicais semelhantes: têm o mesmo índice e o mesmo radicando. Ex: 33 2725 e Adição e subtração: Somente podemos somar ou subtrair radicais se eles forem semelhantes.Para isto, somamos ou subtraímos os coeficientes e conservamos o radical. Ex: 3333 710737875 =−+ Propriedades dos radicais: ( ) n mmn n n n nnn aa b a b a baba = = = .. Simplificação de radicais: Muitas vezes um radical não se apresenta em sua forma mais simples e podemos fazer uma simplificação. 1º caso: 33 24:12 4:812 8; ; 4222: ==== Exaa pn pnn m 2º caso: Para exemplificar o segundo caso, usaremos um exemplo: 333 33 33 5.35.35.3135 === . Obs: Para transformarmos 135 em 5.3 3 usamos a decomposição em fatores primos: Assim, 5.3135 3= Aplicação: Calcule o resultado da operação seguinte: 50188 +− . A princípio não podemos efetuar as operações indicadas pois os radicais não são semelhantes. Podemos tentar simplificar os radicais como o exemplo do segundo caso acima: 1 55 315 345 3135 UNIVERSIDADE DE ITAÚNA Nivelamento em Matemática Prof. Tarcísio Valério 9 255.250 233.218 222.228 2 2 23 == == === Portanto, 2425232250188 =+−=+− Redução de radicais ao mesmo índice: Existe uma técnica que nos permite reduzir radicais ao mesmo índice que ilustraremos com um exemplo. Observe os radicais: 6 54 3 xex Inicialmente calculamos o menor múltiplo comum ( mmc ) entre os índices ( 4 e 6 ) mmc ( 4 , 6 ) = 12 Como calcular : 1,1 33,1 23,2 26,4 mmc ( 4 , 6 ) = 2 x 2 x 3 = 12 O mmc será o novo índice para os dois radicais e o expoente de cada radicando será igual ao expoente anterior multiplicado pelo resultado da divisão do mmc pelo índice anterior. Teremos: 12 912 3.34 3 xxx == 12 1012 2.56 5 xxx == A partir daí, os dois radicais têm o mesmo índice 12 e são equivalentes aos primeiros, respectivamente. Multiplicação de radicais. Somente podemos multiplicar radicais se eles tiverem o mesmo índice. Caso isto não aconteça, devemos reduzi-los ao mesmo índice antes de efetuarmos a multiplicação. Para efetuarmos a multiplicação, multiplicamos os coeficientes e os radicandos, mantendo o índice. Exemplos: 01-) ( ) 141527532573 =××=× 02-) ( ) 666 36 23 20068253223522352 =××=×=× Divisão de Radicais Usa-se o mesmo procedimento da multiplicação. UNIVERSIDADE DE ITAÚNA Nivelamento em Matemática Prof. Tarcísio Valério 10 Exemplos: 01-) 2 7 5 3 25 73 25:73 == 02-) 6 6 3 6 23 3 8 25 3 2 23 52 23 52 23:52 === Racionalização de frações. Não é aconselhável trabalharmos com frações que contém radicais nos denominadores. Quando elas aparecem devemos multiplicar os seus termos de modo que o radical não mais apareça no denominador. Mostraremos a técnica de racionalização de frações através de exemplos: 1º exemplo: ( ) 3 35 3 35 33 35 3 5 2 == × × = . A nova fração é equivalente à primeira e nãocontém radical no denominador. 2º exemplo: ( ) 6 37 32 37 32 37 332 37 32 7 2 = × == × × = 3º exemplo: 5 25 5 25 55 51 5 1 3 3 3 3 3 23 3 2 3 == × × = Quando o denominador contém uma soma ou diferença, o processo é diferente. Observe a seguinte operação: ( ) ( ) 227272772727 ×−×+×−×=−×+ ( ) 347472727 2 =−=−+− Poderíamos resolver diretamente usando a identidade ( ) ( ) 22. bababa −=−+ , que estudaremos na próxima unidade. Portanto, ( ) ( ) 347272727 22 =−=−= −×+ Os números 27 + e 27 − são chamados conjugados. Para racionalizar frações que contém soma ou subtração no denominador, multiplicamos os termos da fração pelo conjugado do denominador. Exemplo: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 3 62152 25 62152 25 62152 2525 2532 25 32 22 + = − + = − + = +×− +× = − UNIVERSIDADE DE ITAÚNA Nivelamento em Matemática Prof. Tarcísio Valério 11 Exercícios 01-) Considere os conjuntos { }52 <≤−∈= xRxA , { }71 ≤≤∈= xRxB e { }35 ≤<−∈= xRxC . Calcule: • A) BA ∩ Resp: { }51 <≤∈ xRx • B) BA ∪ Resp: { }72 ≤≤−∈ xRx • D) AC − Resp: { }25 −<<−∈ xRx 02-) Escreva na forma mais simples cada uma das expressões seguintes: • A) 16 1 28 3 × Resp: 2 27 2 • B) 3 9 81 13 × Resp: 3 11 3 − 03-) Calcule o valor de cada uma das expressões seguintes: • A) 333 2505542128 +− Resp: 3 223 • B) 3 2332 × Resp: 6 1086 • C) 6 5 3 2 7 35 x xx × Resp 7 15 3 x 04-) Racionalize cada uma das frações seguintes: • A) 7 5 Resp: 7 75 • A) 3 3 2 Resp: 3 92 3 • A) 27 5 − Resp: 3 1075 + • A) 35 2 − Resp: 2 610 +
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