Buscar

Prointer IV Relatorio Parcial

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

16 
1 
 
 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP 
CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO PÚBLICA 
 
 
 
 
 
PROINTER IV 
GESTÃO URBANA E DE SERVIÇO E DE SERVIÇOS PUBLICOS; LICITAÇÕES, 
CONTRATOS E CONVÊNIOS; FINANCIAMENTOS PÚBLICOS; POLÍTICAS 
PÚBLICAS, ESTADO E PODER LOCAL 
TECNOLOGIA EM GESTÃO PÚBLICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Taguatinga/ DF 
2015 
 
 
 UNIVERSIDADE ANHANGUER A – UNIDER P 
CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCI A 
 
PREVIDÊNCIA SOCIAL 
GESTÃO URBANA E DE SERVIÇO E DE SERVIÇOS PUBLICOS; LICITAÇÕES, 
CONTRATOS E CONVÊNIOS; FINANCIAMENTOS PÚBLICOS; POLÍTICAS 
PÚBLICAS, ESTADO E PODER LOCAL 
TECNOLOGIA EM GESTÃO PÚBLICA 
 
Trabalho apresentado para atender às 
exigências curriculares das disciplinas de 
GESTÃO URBANA E DE SERVIÇO E DE 
SERVIÇOS PUBLICOS; LICITAÇÕES, 
CONTRATOS E CONVÊNIOS; 
FINANCIAMENTOS PÚBLICOS; 
POLÍTICAS PÚBLICAS, ESTADO E 
PODER LOCAL, do curso superior de 
tecnologia em gestão pública da Universidade 
Anhanguera – UNIDERP. 
 
Taguatinga/ DF 
2015
SUMÁRIO 
 
 
INTRODUÇÃO ............................................................ Error! Bookmark not defined. 
 
POLÍTICAS PUBLICAS DE PREVIDENCIA SOCIAL .. Error! Bookmark not defined. 
 
PRINCIPAIS BENEFÍCIOS OFERECIDOS AOS BENEFICIÁRIOS ........................... 8 
 
ANÁLISE E INDICAÇÃO DAS FRAGILIDADES QUE DÃO ORIGEM 
A BUROCRACIA ....................................................................................................... 09 
 
SUGESTÃO DE MELHORIAS QUE MINIMIZEM A BUROCRACIA 
NOS PROCESSOS ................................................................................................... 11 
 
A BUROCRACIA, POLÍTICAS PÚBLICAS, FINANCIAMENTOS PÚBLICOS E A 
PREVIDÊNCIA...........................................................................................................13 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 14 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 15
INTRODUÇÃO 
 
 
A Previdência Social Brasileira, a partir da segunda metade da década de 
1990, passou a enf rentar pressões deficitárias em função da construção do sistema 
de proteção social (regime de repartiçã o, na qual as gerações atuais financiam as 
gerações p assadas), do crescente núme ro de aposentadorias (aumento do número 
de idosos na população brasileira), das questõ es demográficas (diminu ição do 
crescimento vegetativo das famílias) e das recentes alteraç ões no m ercado de 
trabalho (aumento da informalidade), gerou a perda significativa de arrecadação e 
elevando o déficit previdenciário 3, que n o ano de 2003 atin giu cerca de R$ 31 
bilhões. 
A Previdência Social nasceu da necessidade de assegurar os bens mate riais 
essenciais para o futuro dos indivíduos, e resu ltou de um sentimento de 
solidariedade que se manifestou na assistência à população vulnerável. No entanto, 
as mudanças na vida econômica e social ocorridas no contexto das tran sformações 
maiores do capi talismo fazem com que os sistemas de proteção social enfren tem um 
dilema, pois é preciso continuar a beneficiar os mais vulneráveis, m as o E stado, que 
é o grande f inanciador dos programas sociais, já não consegue atender a todas as 
demandas. 
O fato é que, a despeito da análise gerencial das reformas discut idas 
atualmente, na qual é ressaltada a busca da eficiência e resultados f inanceiros, a 
Previdência Social B rasileira tem sido à b ase de sustentação da economia de muitos 
municípios brasileiros de baixa ren da. É, pois, diante desse contexto, que este 
trabalho apresenta-se com o objetivo de evidenciar o papel da Previdência So cial 
como política pública de renda. 
A partir desta preocupação, formulamos a seguinte p ergunta: As perspectivas 
favoráveis do ce nário econôm ico e político e o surgimen to da janela d e oportunidade 
demográfica podem co ntribuir para tornar viável a realização da reforma da 
previdência social nos próximos anos? 
Os te rmos “desequilíbrios”, “desajust es” e “distorções” n a previdência so cial 
são utilizados n este estudo com o m esmo sentido, ou seja, e stão relacionados aos 
problemas que afetam a previdência so cial, como po r exemplo, o desequilíbrio 
financeiro e a tuarial do sistema, a questão da transição d emográfica, o desemprego, 
burocracia, baixa qua lidade dos serviços, corrupção, d esvio de recursos, entre 
outros, que impactam negativamente na situação financeira e a tuarial do regime 
geral de p revidência social. Como decorrência d esses desa justes observa -se que o s 
valores dos benefícios p agos pe lo Regime Geral de Previdência Social estão cada 
vez menores, o que reflete na qualidade de vida dos beneficiários. 
 
 
Políticas Públicas 
 
Ao se referir a institucionalidade da previdência so cial brasileira, considera -se 
a Lei Eloy Chaves (Decreto -Lei nº 4.682, de 24 de janeiro de 1923) o ponto de 
partida do sistema previdenciário brasileiro. Essa lei e stabeleceu as bases legais e 
conceituais da posterior previdência social, e também o precedente do uso da 
previdência como meio de lidar com a questão social. 
No decorrer das décadas de 20 e 30, foi incisiva a intervenção do Estado 
sobre as inst ituições previdenciárias, no sentido d e redirecionar a na tureza de seus 
objetivos, gestão, organização e padrão de financiamento. A administração dos 
fundos de aposentadorias, porém, e ra realizada pelos próprios empregadores e 
empregados, sem a participação do Estado. 
Como o pequeno n úmero de segurados proporcionava recursos insuficientes 
para o funcionamento das caixas em moldes estáveis, foi necessário imprimir uma 
mudança de orientação ao sistema (STEPHANES, 1998). Começou, então, uma 
nova f ase, em que a vinculação passou a ser feita pela categoria profissional. Foram 
criados os Institutos de Apo sentadorias e Pensões (IAP’s) e a cobertura 
previdenciária estendida à virtual totalidade do s trabalhadores urbanos e a boa parte 
dos trabalhadores a utônomos. O Estado, que até então se m antivera afastado da 
administração dos sistemas, assumiu m ais estreitamente a gestão d as novas 
instituições.
Mas em m atéria de proteção social, a organização em institutos apresentava 
uma série d e problemas. Além de excluir os trabalhadores rurais e os do setor 
informal urbano, não p rotegia muitos assalariados do próprio mercado fo rmal 
urbano, uma vez que não exerciam profissão nos ramos de ativid ade contemplados 
pelos institutos. A existência desses problemas alimentou a discussão sobre a 
necessidade de unificação dos institutos. Com isso, em 1945, tentou -se corrigir esse 
tipo de d istorção com a criação do In stituto de Serviço So cial do Brasil (IS SB), ó rgão 
que unificaria as instituições previdenciárias existentes e centralizaria o seguro 
social de toda a população ativa no país. 
A primeira medida correta para diminuir a dispa ridade existente entre as 
categorias profissionais e a unificação da previdê ncia foi a promulgação da “Lei 
Orgânica da Previdência Social” (LOPS), em 26 de agosto de 1960. Sua grande 
importância residiu no f ato de haver uniformizado as contribuições e os planos de 
benefícios dos diversosinstitutos. “A Lei Orgânica de 1960 marc a o definitivo 
abandono d as soluções diversificadas e da legislação esparsa, excessivamente 
abundante e algumas vezes contraditória.” (RUSSOMANO, 1983, p. 39). 
Em 1967, no âmbito das reformas empreendidas pelo regime militar, e 
decorridos seis anos da promu lgação da LOPS, a unificação institucional f oi 
efetivada através da criação do Instituto Nacional da Previdência Social (INPS). Em 
1974, p or meio do d esdobramento do antigo Ministério do Trabalho e Previdência 
Social, foi criado o Ministério da Previdência e Assistê ncia Social (MPAS), que veio a 
responder pela elaboração e e xecução d as políticas de previdência, assistência 
médica e social. 
Mas o grande momento de estruturação d a proteção social brasileira ocorreu 
no ano de 1988. 
Em primeiro lugar, a previdência so cial se tornou direito social, dispo sto no 
artigo 6º do capítulo II, “Dos direitos So ciais”, na Constituição B rasileira; em segundo 
lugar, o desenho do sistema a tual é resultado direto das modificações introduzidas 
pela Constituição promulgada em 1 988 e pelas leis e regulamentos que a 
complementaram. 
A partir da promulgação da nova Constituição, deu -se origem a o conceito de 
Seguridade Social, com a introdução do direito à assistência médica e ao seguro -
desemprego
8 
 
Observa-se que um dos critérios que distingue a previdênc ia e os d emais 
elementos inte gradores da se guridade social, é que no sistema da previdência 
social, os participantes pagam para ter acesso aos benefícios, po r sua vez, nos 
programas de assistência social e de saúde, os benefícios são ofertados sem a 
contrapartida das contribuições dos participantes, sendo f inanciadas com recursos 
oriundos do orçamento público. Por sua vez, nos programas de assistência social e 
de saúde f ica explicita a idé ia d e transferência de renda entre os membros da 
sociedade. 
 
Principais benefícios aos beneficiários 
 
 
A previdência social brasileira está inse rida dentro de um conceito mais amplo 
de seguridade social, definido na Constituição de 1988. A seguridade social 
contempla três pilares: previdência, assistência social e saúde. 
Um dos objetivos dos sistemas previdenciários é g arantir a seus segurados 
uma velhice tranqüila, como também resguardá -los em caso de eventuais sinistros 
como a invalidez, o desemprego, doenças, ou ainda, em caso de mo rte dos 
segurados, garantir o amparo a seus familiares. 
Regimes financeiros de previdência social. As instituições de previdência 
podem funcionar com base nos seguintes regimes financeiros: repartição ou 
capitalização. No regime de repartição, prevalece a lógica de que cada geração 
custeia os benefícios previdenciários da geração anterior. No regime de 
capitalização (funding), cada pessoa forma um fu ndo (individual ou coletivo) onde 
são investidos pecúlios de stinados exclusivamente à sua aposentadoria. Assim, o 
regime de repartição simples (próprio do Regime Geral de Previdência Social) e o 
regime de capitalização (próprio da Previdência Privada). 
Benefícios previdenciários. Os regimes de previdência buscam oferecer a 
seus segurados os melhores benefícios possíveis, de man eira que no momento da 
aposentadoria ou de eventual sinistro possam continuar percebendo proventos que 
não se afastem muito dos seus salários da atividade. Nesse sentido, o f im da 
relação jurídica previdenciária é a p roteção do trabalhador no seu aspecto 
econômico. 
10 
 
a realização da reforma da previdência no Brasil, torna -se fa ctível n a fase 
atual, pois além da retomada do crescimento da economia, está havendo uma 
rápida mudança na estrutura etá ria da população. Isso faz com que se reduzam as 
razões de d ependência, visto que se a bre para o país a jan ela de opo rtunidade 
demográfica. Nesse sentido, o dividendo demográfico caracteriza -se p elos 
benefícios econômicos para a sociedade, associado d e forma dir eta com a queda da 
fecundidade sobre a estrutura etária, ocorrido im ediatamente após a transição 
demográfica (RIOS- NETO, 2005, p. 371-408) . 
Estes benefícios demográf icos podem ser traduzidos, como por exemp lo, 
melhores po líticas educacionais, pelo menor percen tual de crianças e, crescimento 
positivo na mão -de-obra sênior, ou seja, dos idosos. Este aspecto traz como d esafio 
a qualificação d esta mão -de-obra. Os idosos devem estar preparados para a 
ocorrência deste f enômeno para que seu trabalho não seja cla ssificado somente 
como subemprego. 
Ao tratar dos benefícios da janela de oportunidade demográfica , verifica-se 
que a base de financiamento da previdência social tenderá a diminuir, visto que a 
população absoluta vai cair e a longevidade aumentando. Com bas e nesse 
fenômeno, o país terá nesse período, menos contribuintes e mais beneficiários. Com 
base nesses aspectos é que se faz necessário a intensificação da discussão pela 
sociedade b rasileira sobre a reforma da p revidência social. Neste estudo, daremos 
especial atenção à questão do equilíbrio financeiro e atuarial no regime de repartição 
simples. 
O crescimento da longevidade e a próp ria maturação dos segurados ativos 
que passam a demandar benefícios de in atividade são ameaças à solvabilidade 
fiscal do sistema. Para o autor, é preciso garantir que no lon go prazo o estoque de 
benefício de manutenção não ultrapasse a taxa de crescime nto do PIB. É necessário 
um ajuste que não fira direitos adquiridos, mas que indique que idades mínimas, por 
exemplo, sejam maiores no longo prazo, lá por 2020. Nesse sentido, defende uma 
reforma com regras de transição longas que respeitem critérios de demografia. 
Ressalta, também, que o debate da Reforma da Previdência põe em lados o postos 
um grupo que acha que o setor é apenas um apênd ice da polícia fiscal, e outro que 
enxerga nele uma função econômica e social. 
12 
 
 
 
O Brasil vem passando por um fenômeno diferenciado no seu ritmo de 
crescimento e na estrutura de sua população. O processo de transição demográfica, 
para diversos auto res, como por exemplo, Alves (2008) , é fruto da queda d as taxas 
de m ortalidade e natalidade, tem provocado u ma ráp ida mudança na estrutura etária 
brasileira, com uma red ução da proporção jovem da população, uma elevação 
imediata da população adulta e uma elevação significativa, no longo prazo , da 
população idosa. Esta nova realidade abre várias jan elas de oportunidades para as 
políticas públicas e para a redução da pobreza. Mas ao m esmo tempo, apresenta 
um desafio para as políticas macroeconômicas do país. 
O fenômeno denominado janela de oport unidade demográfica (IBGE, 2008) , 
ocorre quando o número de pessoas com idades potencialmente ativas está em 
pleno processo de ascensão. Ao me smo tempo, há uma redução do número de 
crianças, com idades entre 0 e 14 anos, n a comparação com o quadro de pess oas 
de 15 a 64 anos. 
Além disso, a po pulação com ida des de ingresso no m ercado de trabalho (15 
a 24 anos) contabiliza cerca de 34 milhões de pessoas. Mas esse contingente que 
tende a diminuir nos próximos an os. O ladopo sitivo desta janela demográfica, que 
caracteriza um período raro na história dos países, é que seu aproveitamento 
favorece o mercado de trab alho. A s empresas têm à sua disposição u ma mão -de-
obra mais abundante, se as pessoas em idade potencialmente ativa forem 
preparadas e qualificadas para tal. 
O quadro preocupante da previdência social delineado neste estudo, o nde 
estão presentes diversas distorções n o modelo atual, que contribui para crescentes 
déficits n as contas da previdência, estão refletindo negativamente nas finanças 
públicas do país. Esse cen ário nos pe rmite argumentar que é preciso adotar ações e 
medidas políticas e técnicas criativas para organizar a previdência social no Brasil. 
O objetivo precípuo de um sistema previdenciário, conforme e videnciado, não 
é o de redistribuir renda. A sua finalidade é repor, total ou parcialmente, o ganho do 
indivíduo (e de seu grupo familiar) quando ce ssa ou se interrompe a capacidade 
laborativa em f unção de ida de, desgaste profissional, doença, invalidez, m orte ou 
desemprego involuntário. A p revidência, portanto, é um seguro, onde existe uma
forte relação entre os valores pagos e os b enefícios recebidos. É sobre esse prisma 
que os a tores mais relevantes para viabilizar uma ref orma da previdência no Brasil – 
governos, parlamento, em presários e trabalh adores - d everiam posicionar -se para 
resolver, de forma consistente, os desajustes da previdência social no país. 
O sistema previdenciário brasileiro, conforme revela a literatura, bem como os 
relatórios e documentos analisado s, revelam a existência de des ajustes e de 
diversas ina dequações e inju stiças de regras pontuais do regime de aposentadorias 
e pe nsões. A f ixação de u ma idade mínima para apo sentadoria por tempo de 
contribuição, por exemplo, ne cessita ser debatida com a sociedade, com vista a 
viabilizar as mud anças n a Constituição Federal. A regra que pe rmite que, após a 
morte d e um pensionista, sua pensão seja deixada para seus dependentes, 
independentemente do tempo que tenha contribuído antes de morrer e também 
independentemente da renda do s dependen tes, também necessita se r debatida pela 
sociedade. 
 
A Burocracia, Políticas P úblicas e Financiamentos Públicos focando n a 
Previdência Social. 
 
As políticas públicas são resultados de forças sociais que se opõem , o que 
faz co m que a forma e o conteúdo das m e smas e stejam diretamente associadas a 
conjugação de fatores estruturais e conjunturais do processo histórico de um pa ís. 
No Brasil, a Constituição Federal de 1988 estabeleceu novas diretrizes para a 
efetivação d as políticas púb licas brasileiras, den tre es sas, destaca-se o controle 
social por m eio de instrumentos normativos e da criação legal de espa ços 
institucionais que garantem a participação da sociedade civil organizada na 
fiscalização direta do executivo na s três esferas de governo. Não obstante, as 
práticas sociais promovidas pelos conselhos de políticas públicas nesses últimos 
dezoito anos, enquanto órgãos de controle social, têm produzido efeitos 
contraditórios em relação a f unção constitucional a eles atribuída. A identificação dos 
avanços e dos limites à institucionalização do controle social como e xercício regular 
nas políticas p úblicas se constitui em o bjeto de interesse a cadêmico, político e social 
uma vez que pode colaborar na instauração de um Estado efetivamente republicano 
em solo brasileiro.
A história econômica, po lítica e so cial de cada país desenha o momento em 
que as políticas sociais passam a ser adotadas como estratégia de governabilidade. 
Assim, as políticas sociais adquirem a coloração espe cífica das conjunturas 
históricas de cada pa ís. Por isso mesmo, a forma como as políticas sociais foram 
implantadas e operacionalizadas no Brasil tem o seu desenho próprio. 
É por isso que as políticas públicas em nosso país já tiveram uma marca 
explicitamente repressiva. O Estado atuava junto a soci edade como aquele que 
tinha que garantir a ordem e a paz social. A implicação desta conotação é de que as 
políticas públicas eram organizadas a partir de uma total desconsideração das 
questões sociais que assolavam a realidade nacional. 
Um dos temas mais controvertidos no campo da administração pública é o 
concernente à relação entre política e administração. Em geral, as abordagens a 
respeito centram-se no estudo dos determinantes macroestruturais das políticas 
públicas, ou bem limitam-se a aspectos descritivos dos processos decisórios e 
administrativos a que as políticas dão lugar na fase de sua implementação. A 
dicotomização dos enfoques, em torno dessas duas visões, tem levado com 
freqüência a que nos diagnósticos institucionais se relegue a segundo plan o o fato 
de que a administração é um efeito da política e que os problemas administrativos 
decorrem principalmente da forma como as políticas foram -se configurando e 
concretizando ao longo do tempo. 
Nesse sentido, a construção dos aparatos institucionais, através dos quais se 
executam as políticas e programas, nunca segue uma trajetória predefinida. Ao 
invés disso, as análises institucionais põem reiteradamente de manifesto a 
existência de inúmeras instâncias de diferente hierarquia, dependência 
administrativa e tamanho, que implementam ações superpostas, descontínuas, 
erráticas ou até contraditórias em torno da consecução de um mesmo objetivo. 
Embora essa caracterização seja válida para todo o setor público, ela parece 
de forma muito mais evidente na área social pois nela o embate entre as classes 
dominantes e subordinadas se reflete mais diretamente. De um lado, as políticas 
sociais, via de regra, são utilizadas pelo regime como forma de legitimação e
controle social, e, por outro, constituem lugar privileg iado da luta da população pela 
conquista de seus direitos sociais de cidadania. 
Um dos enfoques mais comumente utilizados no estudo das organizações 
complexas é aquele baseado na versão funcionalista da teoria weberiana. Em geral, 
a estrutura e o modus operandi das grandes organizações, em particular as 
governamentais, são analisados em termos do "tipo ideal" de organização 
burocrática desenvolvido por Max W eber e os problemas detectados são explicados 
em termos de "disfunções" passíveis de racionalização comportamental e gerencial. 
Nem sempre é dada a devida relevância ao fato de que tais explicações devem ser 
buscadas fundamentalmente na natureza política das instituições públicas, omissão 
essa que leva a atribuir àquelas uma neutralidade que as colocaria acim a dos 
conflitos e contradições particulares a cada formação econômico -social específica. 
Porém, em lugar de discutir a questão em termos de burocracia como sujeito 
(tanto quanto como instrumento), deveria-se analisá-la em termos da teoria 
relacional do poder. Nesta ótica, a autonomia do Estado e, portanto, de seus 
aparelhos, é relativa na medida que estes constituem a condensação material e 
específica de uma relação de forças entre classes e frações de classe. Nesse 
sentido, a burocracia não teria poder político próprio pois seria, em última instância, 
um sistema específico de organização e funcionamento interno do aparelho de 
Estado que manifesta o efeito específico da ideologia burguesa, da natureza do 
Estado capitalista e, sobretudo, das relações da luta de classes com esse Estado. 
As políticas públicas visam responder a demandas, principalmente dos 
setores marginalizados da sociedade, considerados como vulneráveis. Essas 
demandas são interpretadas por aqueles que ocupam o poder, mas influenciada s 
por uma agenda que se cria na sociedade civil através da pressão e mobilização 
social. 
Temos assim um processo dinâmico, com negociações, p ressões, 
mobilizações, alianças ou coalizões de interesses. Compreende a formação de uma 
agenda que pode refletir ou não os interesses dos setores majoritários da 
população, a depender do grau de mobilização da sociedade civil para se f azer ouvir 
e do grau de institucionalização de mecanismos que viabilizem sua pa rticipação. É 
preciso entender composição de classe, mecanismos internos de decisão dos 
diversos aparelhos, seus conflitos e alianças internas da estrutura de poder, que não 
é monolítica ou impermeável às pressões sociais, já que nela se refletem os conflitos 
da sociedade. 
 
Os objetivos das políticas têm uma referência valorativa e exprimem as 
opções e visões de mundo daqueles que controlam o poder, mesmo que, para sua 
legitimação, necessitem contemplar certos interesses de segmentos sociais 
dominados, dependendo assim da sua capacidade de organização e negociação. 
Em contra partida, mais da metade do gasto federal social no Brasil é com o 
Regime Geral de Previdência Social (RGPS), segundo dados do Ipea. Em segundo 
plano, estão os benefícios dos servidores públicos federais e somente depois 
despesas com saúde, assistência social e educação. Por essa razão, todos os dias 
o tema da reforma da previdência social é debatido, em especial quando se 
vislumbram no horizonte crises financeiras mundiais, como está acontecendo 
atualmente. 
Pode-se dizer, sem grande radicalismo, que a previdência nasceu em crise, 
simplesmente porque nasceu de forma tortuosa, ou seja, ela – na forma próxima que 
a conhecemos – é filha da própria crise. A previdência social foi mundialmente 
evoluindo, sempre movida por uma crise. 
Em todo o mundo, países estão em transição, já há algum tempo, nos seus 
sistemas de previdência social. Na América Latina a previdência social pública vem 
sendo paulatinamente reduzida, com a substituição por sistemas de capitalização 
individual, administrados pelo setor privado. 
Observa-se que ao redor do mundo a maioria dos países está reavaliando 
seus sistemas de previdência social. Na medida em que a população envelhece e os 
antigos sistemas de previdência passam a consumir cada vez maior parte das 
receitas nacionais, as reformas tornam-se inadiáveis. As reformas parecem sempre 
caminhar para a implantação de sistemas conjugados de previdência pública, 
previdência complementar obrigatória e previdência complementar voluntária. No 
17 
 
entanto, mesmo aqueles países que já adotaram es sa proposição ainda estão 
ajustando seus rumos, pois o envelhecimento da população mundial é inexorável. 
O Brasil, portanto, pode contar com inúmeros paradigmas que podem servir 
para a implantação de uma reforma previdenciária séria, a qual, no entanto, de verá 
ser muito mais ampla do que a mera discussão sobre o aumento das fontes de 
custeio e, portanto, da carga tributária.
18 
 
 RECOMENDAÇÕES FINAIS 
 
 
Para ordenar as questões referentes à importância da Previdência Social 
Brasileira como fato r de desenvolvimento sócio -econômico, buscou-se, inicialmente, 
resgatar a literatura sobre o surgimento, de senvolvimento e crise do Estado do Bem 
Estar, pré-condição para a discussão so bre a economia social. A reforma da 
previdência social – por tratar-se de um a medida e ssencial para permitir que o Brasil 
continue avançando no seu processo de desenvolvimento socioeconômico e 
ambiental – necessita ser inserida no atual contexto e na agenda política nacional. É 
possível especular, por sua vez, que a sua efetivação depende de uma vontade 
política dos governantes para def inir um conjunto coerente de p rincípios gerais e 
estratégias para viabilizar a reforma da previdência. 
As questões normalmente discutidas são os a spectos negativos da 
previdência, sendo o déficit previdenciário co locado como alvo central para os 
desajustes fiscais do governo. Não há dúvida que e xistem disparidades no s 
pagamentos dos benefícios previdenciários, principalmente os do setor público. 
No e ntanto, os dados mostram que a presença dessa fonte de renda p ara 
inúmeras famílias brasileiras, que a partir da Constituição de 1988, d entro do 
conceito de Seguridade Social, passou a ser universal para todos os trabalhadores, 
em especial aos trabalhadores rurais, to rnou me lhores as c ondições de vida da 
população, amenizando a questão da pobreza no Brasil, principalmente nos 
pequenos municípios brasileiros. 
A proposta da descentralização e do controle social, em termos legais, propõe 
um caminho inovador para as políticas p úblicas brasi leiras. Permite, em tese, a 
maior presença do cidadão na fiscalização dos recursos e da gestão das políticas 
setoriais. Uma presença que pode influir significativamente na agenda do governo 
em relação as prioridades e as metas a serem desenvolvidas nas áre as 
compreendidas pelas respectivas políticas. 
Essa maior presença e influência na agenda governamental requisita um 
exercício democrático que p rescinde de uma qualificação dos atores que 
representam a sociedade civil organizada, como também de uma disposiç ão política 
para a gestão democrática por parte do atores governamentais. 
Esse exercício, na realidade, está em construção histórica, uma vez que a 
sociedade brasileira não tem uma experiência republicana que instituiu a cidadania e 
a democracia como prática social cotidiana nos diferentes espaços sociais em que 
os brasileiros atuam. 
Quanto a descentralização das políticas públicas, é importante d estacar que a 
diversidade geopo lítica dos municípios brasileiros ten de a não ser conside rada na 
implantação dos processos d e descentralização d as políticas setoriais. A 
descentralização de competências e responsabilidades para os municípios não 
estão sendo acompanhadas por uma corresponden te de scentralização de recursos 
que financiaria as políticas locais para a con strução de propostas efetivamente 
pautadas nas características do território local. Essa situação tende a manter os 
municípios prisioneiros dos programa s federais que, centralizados, se tornam os 
meios para acessarem os recursos financeiros existentes para a realização de a ções 
setoriais. 
Acresce-se também um d ilema referente a questão socioeconômica: embora 
os m unicípios sejam responsáveis p ela elaboraçã o e execução de p olíticas setoriais 
destinadas a garantia de direitos sociais da população local, até on de se estende a 
responsabilidade d essa unidade d a federação quan do os efeitos sociais sentidos no 
local são gerados por d ecisões macro -econômicas em que o município não tem 
influência 
BIBLIOGRAFIA 
 
BRASIL. Ministério da Fazenda. Secretaria do Tesouro Nacional. Disponível em: 
<www.stn.fazenda.gov.br>. Acesso em: 20 fev. 2004. 
 
BRASIL. Ministério da Previdência e Assistência Social. Assessoria Econômica. 
Disponível em <www.mpas.gov.br/ doc/relatório.pdf>. Acesso em: 4 maio 2000. 
 
SILVA, E. R.; SCHW ARZER, H. 
Proteção Social. Aposentadorias, pensões e gênero no B rasil. Brasília: IPEA, 2002. 
(Texto para discussão; n. 934). 
 
STEPHANES, R. 
Reforma da P revidência : sem segredos. Rio de Jan eiro: Record, 1998.W INCKLER, 
C. R.; MOURA NETO, B. T. W elfare Sta te à brasileira. Indicadores Econômicos FEE 
, Porto Alegre, v.19, n. 4, p. 108-131, 1992 
 
http://www.periodicos.capes.gov.br/index.php?option=com_pmetabusca&mn=88&sm
n=88&type=m&metalib=aHR0cDovL21scGx1cy5ob3N0ZW QuZXhsaW JyaXNncm91c
C5jb20vcHJpbW9fbGlicmFyeS9saW J3ZW IvYW N0aW 9uL3NlYXJjaC5kbz92aWQ9Q
0FQRVM=&Itemid=119 
 
ABRUCIO, Fernando Luiz. O impacto do modelo gerencial na administração pública: 
um breve estudo sobre a e xperiência internacional recente, Cadernos ENAP Nº. 10, 
Brasília, 1997. 
 
ANDRADE, Eli Gurgel . (Des)equilíbrio da Previdência Social brasileira 1945 -1997: 
componentes econômico, demográfico e institucional. 1999 . 232f. Tese (Doutorado 
em Demografia) - Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional, 
Universidade Federal de Minas Gerais. 
 
ARAÚJO, José Prata. Guia dos direitos previdenciários dos servidores públicos. 
2.ed. Belo Horizonte: BIS Editora, 2002. (Caderno Cidadania) 
 
ALMEIDA, S. Histórico das Reformas: Mudanças realizadas n a Previdência Social. 
Relatório Especial. Brasília: Câmara dos Deputados, 2003. 
 
ANDRADE, E. G. (Des) Equilíbrio da Previdência Social Brasileira 1945 -1997. Tese 
de doutorado. Cedeplar, UFMG, 1999. 
 
ALBUQUERQUE. J. A. Guilhon. Instituição e Poder – 2ª ed. Rio d e Janeiro: Graal, 
1986. 
21 
 
ARAÚJO, José Prata de . Manual dos Direitos S ociais da P opulação. Belo 
Horizonte: Gráfica O Lutador, 1998. 
ARRETCHE, Marta T . S. “Políticas so ciais no Brasil: d escentralização em um Estado 
federativo”. Re vista Brasileira de Ciências Socia is, São Paulo, n. 40, p. 111 -141, 
1999. 
________. Estado federativo e políticas sociais: determinantes da 
descentralização. Rio de Janeiro: Revan; São Paulo: Fapesp, 2000. 
 
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-311X1988000100003&script=sci_arttext 
MUTTI, Antonio e SEGATTI, Paolo. A burguesia de Estado: Estrutura e funções da 
empresa pública. Rio de Janeiro, Zahar, 1979, 147p

Outros materiais