Transação: Conceito e Características

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TRANSAÇÃO
Tema: TRANSAÇÃO
HISTÓRICO
No direito romano a transação destinava-se a extinguir uma obrigação, por ser uma convenção em que alguém renunciava a um direito em litígio, recebendo, porém, uma retribuição. Desse modo, o requisito essencial da transação era a existência de concessões recíprocas, e nesse mesmo sentido seguiram as legislações contemporâneas.
CONCEITO
A transação é um negocio jurídico bilateral, pelo qual as partes interessadas, fazendo-se concessões mútuas, previnem ou extinguem obrigações litigiosas ou duvidosas ( CC, art. 840).
É o ato pelo qual as partes tomam consciência de que, diante do contexto que se desenha, é mais razoável e econômico chegarem a um consenso sobre uma determinada demanda em curso ou a possibilidade de esta vir a ocorrer, uma vez que o resultado do acordopoderá ser menos oneroso e traumático para ambas as partes. Acordo este que, embora não traga o que se vislumbrou na inicial, ou o que se esperava com a sentença, traz um resultado eficaz, num tempo mais curto, acarretando, sem dúvida, uma economia processual, além da previsibilidade do desfecho e garantia da execução, caso as partes não cumpram o acordado, resguardando às partes da segurança jurídica. É importante salientar que a renúncia não cabe na transação. 
O código civiltrata como um contrato e é uma forma de extinção das obrigações, por que significa um acordo entre as partes para chegar ao objetivo final de extinção da obrigação, juntamente com a finalidade de impedir que as partes recorram ao judiciário ou mesmo por fim a uma demanda em curso, já instalado em processo ou não. 
O termo é bastante utilizado nos diversos meios, porém como forma de extinção de obrigações conforme o artigo 840 do Código Civil, significa composição que fazem as partes mediante concessões recíprocas. Chamamos TRANSATOR, aquele que faz parte da transação. Alguns doutrinadores definiu como solução contratual da lide. Se trata de concessões mútuas, ambas as partes envolvidas perdem e ganham mutuamente. Se uma das partes abrir mão de tudo ou vice e versa, trata-se a de outros institutos como doação, remissão, etc.
Em caso que uma das cláusulas de contrato de transação for nula, o contrato todo será anulado, pois a nulidade de sua clausula “quebra” esse equilíbrio das concessões que as partes buscam e nesse sentido entendem-se que a transaçãoé indivisível. Por vezes pode e deve ser estimulado pelo juiz que fará a proposta de conciliação antes do inicio da audiência .
ELEMENTOS DE TRANSAÇÃO
Acordo de vontade entre os interessados; daí exige exigir capacidade genérica para a vida civile capacidade de disposição.
Impendência ou existência de litígio ou dúvida.
Intenção de pôr termo à res dúbia ou litigiosa.
Reciprocidade de concessões.
Prevenção ou extinção de um litígio ou de uma dúvida. 
CARACTERÍSTICAS
É indivisível;
Requer Interpretação Restrita;
É negocio jurídico declaratório;
MODALIDADESE FORMAS
A transação pode ocorrer dentro ou fora do processo judicial. Com o processo
em curso ou antes da propositura da ação. Destarte, a transação pode ser judicial ou extrajudicial.
JUDICIAL 
Se realizar no curso de um processo, recaindo sobre direitos contestados em juízo.
EXTRAJUDICIAL
Se levada a efeito ante uma demanda ou litígio iminente, evitado, preventivamente, mediante convenção dos interessados, que fazem concessões mútuas, por meio de escritura pública, se a lei reclamar essa forma, ou de instrumento particular, nas hipóteses em que o admitir.
OBJETO
Só não pode ser objeto de transação os direitos patrimoniais de caráter privado, suscetíveis de circulabilidade. direitos puros de família, os direitos personalíssimosnão podem ser objeto de transação. De modo geral, pode haver transaçãosobre direitos que estão no comércio jurídico. Direitos que não admitem transaçãopermitem confissão e reconhecimento. Resta fixar a ideia de o que são direitospatrimoniais e o que são direitos não patrimoniais para a finalidade da lei.
Art. 841. Só quando a direitos patrimoniaisde caráter privado se permite transação.
Art. 846. A transação concernente a obrigações resultantes de delito não extingue a ação penal pública.
NATUREZA JURÍDICA 
Trata-se de modalidade especial de negócio jurídico bilateral, que se aproxima do contrato, na sua constituição, e do pagamento, nos seus efeitos, por ser meio extintivo de obrigações. 
NULIDADES 
NULIDADE ABSOLUTA
Art. 848. Sendo nula qualquer das cláusulas da transação, nula será esta.
Parágrafo único. Quando a transação versar sobre diversos direitos contestados, independentes entre si, o fato de não prevalecer em relação a um não prejudicará os demais.
Art. 850. É nula a transação a respeito do litígio decidido por sentença passada em julgado, se dela não tinha ciência algum dos transatores, ou quando, por título ulteriormente descoberto, se verificar que nenhum deles tinha direito sobre o objeto da transação
NULIDADE RELATIVA
Art. 849. A transação só se anula por dolo, coação, ou erro essencial quanto à pessoa ou coisa controversa.
EFEITOS
O fato de a transação ter efeitos de coisa julgada, expressão evitada pelo presente Código, não significa que seja idêntica a coisa julgada. Tudo o que tem
necessidade de equiparação não e idêntico, senão nada haveria que se equiparar. O instituto deve ser visto como um contrato.
A transação decorre da vontade das partes, enquanto a coisa julgada emana de um ato do Estado, que e a sentença. Já ai existe uma diferença de raiz. Ademais, a transação pode ser anulada pelos vícios de vontade e pelos vícios sociais em geral, o que não ocorre na sentença. A sentença pode sofrer alteração em parte na via recursal; tal não ocorre na transação por sua indivisibilidade.
EFEITOS DE TRANSAÇÃO COMO NEGÓCIO JURÍDICO BILATERAL
Aplicabilidade do CC, ART. 476, que alcançará, e das disposições legais relativas à condição, à mora e às perdas e danos.
Admissibilidade da pena convencional (CC, art. 847)
EFEITOS EXTINTIVOS 
Desvinculação do obrigado mediante acordo liberatório.
Equiparação à coisa julgada, se homologada em juízo.
Identidade de pessoas, por vincular apenas os transigentes (CC, art. 844, §§ 1º, 2º e 3º).
Responsabilidade pela evicção (CC, art. 845). 
Prevenção e extinção de controvérsias. 
Possibilidade de exercício de direito novo sobre a coisa renunciada, mesmo depois de concluída a transação (CC, art. 845, parágrafo único).
EFEITOS DECLARATÓRIO
A transação apenas declara e reconhece direitos existentes (CC, art.843.)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DINIZ, Maria Helena.Curso de direito civil brasileiro: teoria geral das obrigações.(vol.2) 29 ed. São Paulo:Saraiva, 2014.
 PAMBLONA FILHO, Rodolfo. GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo Curso de Direito Civil – Obrigações. 7º ed. rev. atual. e reform. -São Paulo: Saraiva, 2006
VENOSA, Sílvio de Salvo.Direito civil - Teoria geral das obrigações e teoria geral dos contratos (vol. 2) 7ª ed. São Paulo: Atlas, 2013