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A DISLEXIA SOB UM ENFOQUE PSICOPEDAGÓGICO(1)

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A DISLEXIA SOB UM ENFOQUE PSICOPEDAGÓGICO
Cícero Luan dos Santos Feitosa
Curso de pós-graduação em Psicopedagogia Institucional
Polo Quixeramobim, CE
Orientador: Prof. José Urbano Brochado Júnior
RESUMO
Dislexia é um transtorno que dificulta a aprendizagem e engloba cerca de 3% a 5% dos estudantes de todo o mundo. Dificuldade na aquisição e fluência da leitura e escrita, desenvolvimento cognitivo dentro dos padrões de normalidade, déficit no processamento fonológico e baixo desempenho em algumas habilidades cognitivas são as principais características encontradas nesse transtorno. Portanto esse artigo discute a dislexia sob um olhar psicopedagógico e analisa bibliografias que contam como funciona o trabalho do psicopedagogo e as intervenções propostas para a problemática. A identificação precoce e o adequado processo de intervenção são essenciais para minimizar os efeitos negativos da dislexia. Para tanto, há necessidade de conhecimento sobre a diversidade encontrada no transtorno, bem como capacidade de adequar a intervenção à dificuldade da criança. A escola como responsável pelo desenvolvimento das potencialidades educativas das crianças deve ter em seu quadro de docentes e equipe com profissionais capacitados para que a dislexia e a dificuldade de aprendizagem sejam rapidamente de modo a serem encaminhados para um tratamento com profissionais especializados e tomar iniciativas que propiciem atividades pedagógicas que vá ao encontro do aluno disléxico. 
Palavras-Chave: Dislexia, psicopedagogia, intervenção, distúrbios, transtornos de aprendizagem, Educação.
INTRODUÇÃO
A linguagem é a forma de interação mais importante na vida de todas as pessoas. Os procedimentos que se referem à leitura e escrita fazem parte do desenvolvimento geral da linguagem e, dessa forma, não podem ser separados. A leitura é um hábito intrínseco à nossa cultura e no dia-a-dia parece algo natural, que não depende de reflexão ou problematização. Mas, como explicar que tantas crianças em idade escolar não conseguem se apropriar da leitura de maneira satisfatória?
As dualidades na aprendizagem se referem a um conjunto de sintomas associados à natureza biológica do sistema nervoso e aparecem geralmente nos primeiros anos de vida, quando se inicia o processo de desenvolvimento de diferentes habilidades no indivíduo. É dentro deste contexto que está inserida a dislexia: um problema detectado em crianças com dificuldades de leitura. É dificuldade característica de aprendizado da linguagem na soletração, leitura, cálculo matemático, linguagem social e escrita em linguagem expressiva.
Segundo a definição da AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATIONS (2000, p 31): “Dislexia é um transtorno específico no aprendizado da leitura, cuja característica principal é o rendimento escolar abaixo do esperado para a idade cronológica, potencial intelectual e escolaridade do indivíduo” que nesta condição, não consegue realizar no ato da leitura a decodificação e a compreensão do que é lido de forma integrada entre os dois processos. O disléxico tem dificuldade em construir um significado para as palavras e expressões lidas e buscar em vivências anteriores o conhecimento que já possui a respeito do assunto.
Percebe-se que alunos portadores da dislexia, além de sofrerem com o rendimento escolar baixo, também enfrentam com problemas sociais e emocionais. Tem dificuldades em lembrar o nome de letras, números e cores, trocam os fonemas, se confundem na hora de fazer cálculos entre outros fatores que contribuem para o baixo rendimento na sala de aula.
Tomando como base essa preocupação consciente, o educador-alfabetizador busca efetivar seu trabalho valendo-se de uma ação psicopedagógica com enfoque no desenvolvimento e construção da linguagem. O processo de ensino/aprendizagem da Alfabetização deve ser organizado de modo que a leitura e a escrita sejam desenvolvidas numa linguagem real, natural, e vivenciado. A assimilação do código linguístico não será uma atividade de mãos e dedos, mas sim uma atividade de pensamento, uma forma complexa de construção de relações. Dessa forma, faz-se necessário que o sistema escolar encontre o caminho para a diversidade, engajando as crianças no mundo das diferenças, preparando-os para serem legítimos cidadãos.
Diante do contexto, o presente artigo tem como objetivo discutir um assunto que causa grande preocupação no que se refere à Educação Escolar no mundo, a dislexia. Ela é um dos sérios problemas dentro do sistema de ensino-aprendizagem que interfere a capacidade de leitura, de entendimento das palavras, da escrita, a soletração, bem como a compreensão e interpretação de textos e de atividades que envolvem o raciocínio lógico.
Além disso, o estudo ainda objetiva compreender a concepção da psicopedagogia bem como dos profissionais da área no que se refere à forma de lidar com as dificuldades e com os distúrbios de aprendizagem de seus pacientes, como exercem seus ofícios e quais as estratégias que utilizam diante das dificuldades encontradas, além das estratégias utilizadas para desenvolver o plano de trabalho psicopedagógico com alunos dislexos. 
O estudo justifica-se no sentido de divulgar as elucidações que estão presentes no segmento educacional, e, como objetivo central descrever a dislexia, sintomas, causas, diagnósticos e as possibilidades de intervenções pelos profissionais da educação.
A metodologia utilizada consiste na revisão bibliográfica qualitativa por esta permitir síntese da história da dislexia, bem como, buscas em sites por textos em diversas bases de dados de domínio público, além de demais gêneros, dos quais foram produzidos em pesquisas prévias, destacando conceitos, procedimentos, discussões e conclusões relevantes para a realização deste trabalho. 
O corpo do estudo está estruturado em três seções, a primeira trata da evolução da Psicopedagogia analisada como uma ciência, a segunda discute a dislexia e a importância do profissional e por fim, a terceira seção traz propostas de intervenção para a temática. 
1. A EVOLUÇÃO DA PSICOPEDAGOGIA ANALISADA COMO UMA CIÊNCIA.
A Psicopedagogia é a ciência que analisa a forma com a qual os indivíduos constroem e modelam o conhecimento. Ela procura descobrir como ocorre o processo de construção do conhecimento nas pessoas. Assim, ela se busca identificar os pontos que possam, porventura, estar travando essa aprendizagem; atuar de maneira preventiva para evitá-los e, ainda, propiciar estratégias e ferramentas que possibilitem facilitar esse aprendizado, buscando na psicologia, psicanálise, psicolinguística, neurologia, psicomotricidade, fonoaudiologia, psiquiatria, entre outros, o conhecimento necessário para aprender como se dá o processo de aprendizagem nos indivíduos.
De acordo com as teóricas SILVANA MARTINES E SILVIA FELIZARDO (1994, p 08) a Psicopedagogia é: “o campo do saber que se constrói a partir de dois saberes e práticas: a pedagogia e a psicologia”. Porém, vale salientar que é preciso desfazer o equívoco de que a psicopedagogia é a fusão da pedagogia com a psicologia, ou vice-versa. Ela vai além dos conhecimentos específicos de ambas as áreas, como foi dito anteriormente.
Partindo para os primórdios, os primeiros registros que dizem respeito à psicopedagogia propriamente dita, têm suas primárias originárias na França, em meados dos anos quarenta, Período em que a Europa se investia em estudos que visavam à comprobatória da possível influencia orgânica no comprometimento escolar. A Europa e a América em percurso da guerra mundial ofereciam homens feridos para estudos, principalmente aqueles que tinham suas funções, cerebrais e motoras afetadas com a guerra. 
Segundo os estudos de GRIZ (2007, p. 20), os primeiros teóricos que pesquisaram os problemas de aprendizagem são originários da Europa do século XIX. Quem primeiro se deteve no estudo desses problemas foram os filósofos, os médicos e os educadores.
Logo, O primeiro núcleo psicopedagógico, foi criado em 1964, o qual propunha o trabalho de um médico juntamentecom o pedagogo. Unindo os ambos profissionais em um só, com o objetivo de buscar o melhor diagnostico para o individuo com problemas de atraso de aprendizagem, comportamental na escola. Facilitando aos pais que encaminhassem seus filhos a um profissional especialista, ao invés de um profissional comum, com uma consulta simples, por volta dos anos 60 às clinicas de atendimento psicopedagógico proliferaram, em reflexo a o bom trabalho desenvolvido conquistou a confiança e credibilidade dos pais, pois desenvolviam um trabalho dentro das perspectivas apresentadas pelos profissionais da educação, pais e relatos das crianças. Com o tempo a psicopedagogia passou a ter caráter clinico, isso ocorreu por volta do ano 67, o que levou para uma nova caminhada com outra visão dos alunos até então considerados problemáticos. 
BOSSA (1994, p. 07), por sua vez, afirma que a Psicopedagogia “surgiu pela necessidade de solucionar as questões dos problemas de aprendizagem.” No final da década de 70, surgiram os primeiros cursos de especialização em Psicopedagogia no Brasil, idealizados para complementar a formação dos psicólogos e de educadores que buscavam soluções para esses problemas.
No Brasil, O movimento da Psicopedagogia remete ao período militar e seu histórico a influência argentina. O período ditatorial é marcado por práticas de repressão à liberdade de expressão onde diversos intelectuais eram vistos como inimigos políticos cujo destino era a prisão, a morte ou o exílio. É nesse contexto que a Psicopedagogia ganha espaço no cenário brasileiro trazida pelos exilados argentinos enquanto prática gestada no silêncio e isolamento, na impossibilidade de expressão do pensamento, na fala ou na escrita.
A Argentina importou o modelo da França e o Brasil por sua vez adotou a metodologia argentina, talvez pela proximidade dos dois países ou talvez pela facilidade de ter em nosso território profissionais em psicopedagogia com grande conhecimento na área como Sara Paín, Alicia Fernández, Marina Muller e Jorge Visca.
Na Argentina por meados dos anos 70, foram vinculado centro psicopedagógicos as escolas públicas. Os centros eram compostos de profissionais formados que trabalhavam de forma interdisciplinar, os quais analisavam os casos e interviam conforme a necessidade de cada um. Com o decorrer do tempo surgiram clinicas particulares, transformando a intervenção psicopedagogia em uma atividade única e necessário para as causas orgânicas dos indivíduos. 
RUZZI (2007, p. 23), também salienta que o processo histórico da Psicopedagogia no Brasil encontra seu lugar somente no final da década de 70 e início da década de 80, juntamente com os profissionais que atuavam com problemas de aprendizagem, principalmente nas áreas de leitura e escrita. Nessa época, a expressiva demanda pela Psicopedagogia foi provocada em virtude do elevado índice de evasão escolar e repetência, principalmente na escola pública. 
Em meados dos anos 80, iniciam-se as atividades na Associação de Psicopedagogia de São Paulo que em 1988, transforma se na Associação Brasileira de psicopedagogia. 
 Na visão de BEYER (2007, p. 33), foi nos anos 90, que estes cursos proliferaram tendo nas Regiões Sul e Sudeste a maior demanda de especialização e trabalhos realizados.
Na região Sul do país que houve grande influência americana no trabalho do psicopedagogo, o qual reflete até nos dias atuais. Alguns dos pioneiros no Brasil foram Jorge Visca, Alicia Fernandez, Quiroz, Sara Pain, Jacob Feldmann, Ana Maria Muniz, foi a partir deles que a psicopedagogia passou a ter importância para a educação Brasileira. 
2. UM BREVE PANORAMA SOBRE A DISLEXIA E A IMPORTÂNCIA DOS PROFISSIONAIS DA ÁREA
O termo dislexia origina-se do grego dys-, que significa: dificuldade, e -lexia que significa: palavra, sendo assim, dislexia = dificuldade com a palavra. Sabe-se que a dislexia caracteriza-se como um déficit de origem neurológico que afeta diretamente a aprendizagem da leitura, ocasionando um rendimento escolar que se situa inferior ao esperado em relação à idade cronológica, ao potencial intelectual e à escolaridade do indivíduo. Diante desta situação, cabe ao psicopedagogo buscar embasamento nos diversos teóricos, visando maior compreensão do distúrbio de dislexia, Buscando, sobretudo, técnicas e estratégias de trabalho que propicie minimizar a problemática cotidiana da vida do portador de dislexia. Esse profissional tem como campo de atuação a Educação no processo de ensino/aprendizagem preventivo e terapêutico. Por trabalho com foco multidisciplinar permite-lhe levantar hipóteses e variáveis na análise das dificuldades de aprendizado escolar. Cabe ao gestor escolar com auxilio do psicopedagogo desenvolver programa e ações facilitadoras de aprendizagem que o aluno disléxico. 
É neste sentido que o conhecimento psicopedagógico auxilia na construção do projeto político pedagógico e de projetos educacionais e contribui para a melhoria do sistema de ensino aprendizagem, trazendo perguntas e respostas que permite reconstruir e reconstruir a educação a partir de uma visão multifocal considerando a influência do meio-família, escola e sociedade no seu desenvolvimento, utilizando procedimentos próprios da psicopedagogia.
Diante da afirmativa acima emerge a necessidade de articulação de: escola inclusiva no atendimento ao sujeito portador de necessidade especial, em particular, dislexia. A escola precisa trabalhar a formação continuada de professores; currículo flexível que atenda as necessidades do portador de dislexia; metodologias e técnicas que favoreça a aprendizagem de aluno portador de dislexia.
2.1 DIAGNÓSTICO E CONCEPÇÃO DO PSICOPEDAGOGO SOBRE DISLEXIA
A maioria dos casos de dislexia é diagnosticada nas escolas, a identificação ocorre quando o aluno inicia o seu aprendizado, pois nesse momento a dificuldade é evidenciada pelo desenvolvimento desacelerado, a desconcentração e dificuldade de fala e compreensão. Dessa forma, destaca-se aqui a importância do diagnóstico precoce, contudo a formação dos profissionais da educação e o currículo escolar nem sempre está pronto para receber essa criança e diagnosticar o seu problema, quanto mais intervir e trabalhar metodologias as quais auxiliem nessa jornada. Essa afirma fica evidente, quando analisamos as propostas curriculares, que contem objetivos propostos e organização voltados a crianças consideradas “normais”, isso sem citar a metodologia avaliativa.
Segundo FREITAS (2006, p. 20) “a psicopedagogia entende a dislexia como um distúrbio do processo de aprendizagem, principalmente no período da aquisição da leitura e da expressão escrita”.
Para GONÇALVES (2006, p. 13) “os adjetivos mais comuns que são nomeados os disléxicos são: preguiçoso, desligado e desorganizado, fazendo parte de seu dia-a-dia e marcando a sua vida“.
É importante frisar que dificuldades na leitura e na escrita, letra ruim, trocam de letras, lentidões caracterizam esse distúrbio de aprendizagem. São crianças inteligentes que não são providas de habilidades específicas de leitura e escrita, porém são ótimas na oralidade, no esporte e em várias atividades no contexto escolar.
2.2 A ATUAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO
 	É notório que as escolas têm dificuldades em promover a aprendizagem de crianças com dificuldades e distúrbios de aprendizagem e que o psicopedagogo institucional é um profissional preparado para amparar este tipo de instituição em relação à diversidade dos alunos, com isso iremos analisar como o psicopedagogo consegue interferir nesta realidade, que a escola não conseguiu melhorar. O papel do psicopedagogo é atuar, focando sempre a aprendizagem do aluno e não o problema dele, talvez este seja o erro das instituições de ensino ao tentar intervir nos problemas dos seus alunos.
O trabalho de um psicopedagogo, portanto, está diretamente relacionado com o processo de ensino-aprendizagem, no qual estão envolvidos: o professor e o aluno, uma vez que há muitos alunos com problemas de aprendizagem e, para isso existe o psicopedagogo: paraauxiliar o processo de aprendizagem do aluno e para orientar o professor de como fazê-lo da melhor forma. 
Para SILVEIRA (2015, P. 04): “o quadro educacional contemporâneo permite constatar um crescente número de alunos que são encaminhados pelas escolas para avaliação especializada por não estarem acompanhando o conteúdo escolar”.
 	Sendo assim, é um fato considerável as crianças não acompanharem os estudos, seja na escola, ou em casa, e isso é cada vez mais comum no contexto escolar. É neste momento que o psicopedagogo (institucional ou clínico) irá realizar seu trabalho da melhor forma possível, atendendo aos alunos ou professores.
Ainda de acordo com SILVEIRA (2015, P. 17): “A psicopedagogia educacional objetiva que todos profissionais de educação, considerando diretores, professores e coordenadores pedagógicos repensem o papel da escola frente às dificuldades da criança”.
 Essa afirmação nos mostra mais uma vez que, para que o aluno aprenda é necessário que se faça um trabalho psicopedagógico com toda a equipe que o cerca, tanto de prevenção quanto de tratamento. O psicopedagogo, por sua vez, irá se embasar nas teorias de Piaget, Vygotsky e Freud, por exemplo, para fundamentar o seu ato profissional. Esses teóricos têm muito a nos ensinar, pois nos ajudaram a entender o funcionamento do desenvolvimento do ser humano. Obviamente que cada estudioso contribuiu com suas teorias, mas sempre visando explicar como o ser humano se desenvolve e como ele adquire conhecimento. Já Piaget tem muito a contribuir com o trabalho do psicopedagogo devido ao seu estudo epistemológico e genético, que identificam em qual estágio do desenvolvimento humano a criança se encontra.
            Com relação ao papel da Psicopedagogia SENA E SOARES (2012, P.1) definem da melhor forma: “O papel da Psicopedagogia e da Educação é o de instituir caminhos entre os opostos que liguem o saber e o não saber e estas ações devem acontecer no âmbito do indivíduo, do grupo, da instituição e da comunidade.” Com essa definição fica mais claro o papel do psicopedagogo na instituição escolar, podendo nos auxiliar na tomada de decisões no decorrer da carreira. Com essa definição e com a ajuda de nomes importantes da Psicologia e da Pedagogia é que se pode construir o fazer psicopedagógico.
O papel do psicopedagogo, portanto, é de extrema importância para que este aluno se desenvolva nos estudos, pois ele é um dos profissionais capacitados na prevenção e no tratamento destes problemas de aprendizagem. O professor, por sua vez, não está preparado para enfrentar casos como este. Os cursos de formação de professores deveriam ocupar-se, de uma forma abrangente, esses distúrbios, para o professor ao menos saber do que se trata, também, porque às vezes, ele é o único que mais convive com a criança, e que pode notar algum problema, e encaminhar para o profissional adequado.
3. INTERVENÇÕES E ESTRATÉGIAS PSICOPEDAGÓGICAS EM CRIANÇAS PORTADORAS DA DISLEXIA
No ambiente escolar, faz-se necessária uma intervenção direta nas habilidades de leitura, associada a atividades relacionadas ao processamento fonológico da linguagem. No entanto, para GARCIA (2013, p. 8,): “todas as atividades de estimulação da linguagem escrita devem ser realizadas de forma lúdica, através de jogos e brincadeiras, para que a criança sinta prazer em ler e escrever”.
Com relação às propostas de ações pedagógicas CAPRETZ (2012, p. 17) sugere que “o professor ou o psicopedagogo ensine o disléxico a resumir o conteúdo das aulas para facilitar seu aprendizado”. Dessa forma ele nos sugere que o professor permita o uso de calculadora e gravadores de som durante as aulas para que o aluno possa melhor memorizar a aula e a matéria; aconselha que o aluno não faça longas cópias da lousa, pois isso não o estimula; e que haja menos deveres de casa envolvendo leitura, pois sozinho, dificilmente o aluno com dislexia irá conseguir ler com êxito. Estas dicas são fundamentais que o psicopedagogo transmita ao professor para que faça parte do trabalho em conjunto dele.
      A intervenção psicopedagógica, antes de ser aplicada deve ser planejada, assim como todo trabalho. Faz parte da intervenção psicopedagógica estratégias e metodologias próprias para cada caso e para cada pessoa. No caso dos disléxicos não é diferente, o psicopedagogo deve planejar meios pelo qual ele irá promover a aprendizagem do aluno, 
	A melhor maneira de se trabalhar com um disléxico é explorando a aprendizagem multissensorial com o lúdico, ou seja, utilizando outros canais que não sejam a visão, como por exemplo, caminhar com a criança sobre uma letra, deixá-la interagir com a caixa tátil, fazer gelatina na forma das letras, fazer uma sopa de letras, vendar a criança para ela tentar descobrir com o dedo a forma de alguma letra ou palavra, colar barbante ou feijão em cima da letra etc. Todas essas sugestões são formas lúdicas, pois o trabalho do psicopedagogo é e deve ser lúdico para que a criança se desenvolva com outros meios sensoriais. Obviamente não é possível, também, fazer apenas estas opções apresentadas, o ideal é mesclar sempre, para que aos poucos a criança seja introduzida no mundo das letras sem notar. Mas de início é muito recomendado pela autora “sair do papel” e alternar atividades com massinhas e com a oralidade, por exemplo.
	 É comum prestarmos mais atenção às dificuldades, pois elas saltam aos olhos com muito mais evidências que as potencialidades. Podemos começar a pensar sobre a dificuldade de aprendizagem pelos acertos dos alunos. Assim, experimentando alguns sucessos, podemos abrir uma porta para a construção de um vínculo positivo com as demais áreas da aprendizagem que nosso aluno necessita aprimorar. Vamos descobrir os talentos dos nossos alunos e nos concentrar neles! .
 
 3.1 ESTRATÉGIAS DE INTERVENÇÃO REALIZADAS PELO PSICOPEDAGOGO 
 
	O profissional psicopedagogo tem de começar uma suspeita de dislexia, mesmo se ele tiver certeza do diagnóstico, ele não deve diagnosticar. O que ele deve fazer é promover a aprendizagem da criança com dislexia, por meio de métodos e estratégias próprias para cada caso. Mas como este profissional poderá ajudar o disléxico? Primeiramente é preciso conhecer o seu paciente, após o primeiro contato é necessário criar uma ligação entre a família, a escola e os especialistas, com o objetivo de avaliar os avanços, as dificuldades e as estratégias que serão utilizadas pelas pessoas que o cercam, a fim de proporcionar melhorias na parte acadêmica, social e familiar da vida da criança.
	É fundamental saber, também, que um dos profissionais que mais auxiliam os disléxicos a desenvolverem a parte fonológica no cérebro são os fonoaudiólogos, com isso, na suspeita de uma dislexia é sempre bom encaminhar a criança a um fonoaudiólogo, e também a um psicólogo. Mas apenas estes dois profissionais não são suficientes, o ideal é no mínimo termos o fonoaudiólogo, o psicólogo e o psicopedagogo.
	 Para complementar, Garcia (2012, p. 05) afirma que:
Fonoaudiólogos e psicopedagogos como mais habilitados na intervenção precoce em crianças que apresentam distúrbios de aprendizagem, pois possuem formação mais profunda e específica que a de outros educadores em relação à fundamentação teórica das dificuldades de aprendizagem, a aceitação das novas ideias pragmáticas e funcionais da linguagem.
	 Existem diferentes maneiras de se trabalhar com um indivíduo disléxico, e como este é o foco principal deste trabalho, segue a listagem de dicas básicas para isso, que NASCIMENTO, SANTANA E BARBOSA (2014, p. 04) sugerem:
Adequar o material pedagógico, de forma que atenda suas necessidades e valorize seus aspectos fortes;
Permitir o uso de gravadores, uma vez que o disléxico não consegue ouvir e escrever ao mesmo tempo, proporcionando maior segurança e tranquilidade no momento de realizar a lição de casa;
Utilizar-se de apoio visual como um suporte para leitura e atividades;
Ensinar a sintetizar por meio de palavras ou desenhos o conteúdo que lhe foi exposto;
Asavaliações devem ser feitas oralmente, sempre que possível (esta estratégia serve para todos os níveis de ensino);
Prever mais tempo, tanto para a execução de tarefas, atividades e avaliações, pois o disléxico precisa da mais tempo para acessar a informação armazenada, uma vez que a capacidade para o aprendizado está intacta – este recurso não é opcional, faz parte de seus direitos;
Procurar um local tranquilo para que ele consiga fazer as avaliações, pois qualquer barulho poderá distraí-lo, interferindo em seu desempenho.
É importante que as crianças sejam expostas com mais intensidade à leitura para armazenar as formas ortográficas das palavras.
	Com os disléxicos, o ideal é sempre estimular a linguagem oral e também trabalhar interpretação de textos. Mesclar os dois é um ótimo meio. Mostrar que os textos possuem começo, meio e fim são ótimos para que os auxilie a formar sequências, já que isso é algo difícil para eles.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
	Conclui-se que a dislexia é tida como um tipo de transtorno que provoca dificuldades na aprendizagem da leitura e escrita, produzidas em bases neurológicas, além de fatores genéticos ou adquiridos. Não se caracterizando como uma doença no meio científico. A história da Psicopedagogia, embora recente, contribui muito com pesquisas que envolvem o tema. E nessa perspectiva a psicopedagogia como área interdisciplinar é de fundamental importância na transição apoiando e auxiliando na transição, na integração e nas modificações do cotidiano e na prática pedagógica, levando aos  professores incorporarem novas tecnologias e técnicas de trabalho em grupo, tornando-as mais dinâmicas, interessantes e motivadoras.
	Por ser a dislexia é identificada geralmente na fase da alfabetização, a  ciência está contribuindo muito para que se possa fazer o diagnóstico mais precoce, mesmo antes da criança ir para a escola. É dentro desse contexto que a atuação psicopedagógica nas instituições de ensino é importante principalmente na prevenção de problemas e distúrbios de aprendizagem, pois uma vez que se previne não há a necessidade de tratar, o que facilita muito o processo de ensino-aprendizagem na escola. Dessa forma, para que haja um trabalho psicopedagógico que se aproxime ao máximo da necessidade do aluno disléxico, é importante que o educador tenha os conhecimentos essenciais para os diagnósticos, para que os diferentes tipos de transtornos de aprendizagem possam ser trabalhados estrategicamente e que a construção do conhecimento também seja motivada precocemente, subsidiando progressos efusivos do educando e na relação de seus familiares.
	É fator de estudos científicos que quanto mais cedo for diagnosticada a Dislexia, maiores serão os resultados eficazes dos tratamentos e das estratégias de ações voltadas para este indivíduo. Mesmo com dificuldades de aprendizagem de escrita e de leitura, os disléxicos apresentam um grau de inteligência normal ou até mesmo acima da média.
	Fica evidente que cabe ao educador e equipe psicopedagógica apresentar intervenções que criem situações desafiadoras provocando o interesse pela aprendizagem, esboçando também a oportunidade do desenvolvimento da autonomia do aluno, sua independência e estímulo para a busca de resolução de problema e que saiba lidar com as possibilidades de frustração.
	O lúdico, a brincadeira, os jogos educativos podem ser um instrumento de valia para propiciar ao disléxico uma abordagem mais agradável na busca de superações, na melhora do rendimento escolar, o desenvolvimento da abstração, da criatividade e imaginação, destacando o fator de desenvolvimento da autoestima e do bom equilíbrio emocional e de sociabilidade.
	Outro fator de registro é a necessidade da relação afetiva, do desvelo, do cuidado, da boa vontade do professor para que as práticas educativas resultem em efeitos positivos, tendo como ponto de apoio, o respeito e a aceitação da criança como um ser em construção, e, que por fatores inerentes à natureza da criança, necessita de uma atenção mais apurada pelo profissional.
	Por fim, nota-se que a prática psicopedagógica envolve, acima de tudo: amor à profissão, assim como, promover a criatividade para poder auxiliar um paciente (seja disléxico, ou não) em determinado aprendizado, de diversas maneiras para que se alcance os objetivos, logo, o trabalho em conjunto com eficiência acrescenta saberes aos alunos que apresentam o distúrbio da dislexia de forma saudável e natural de forma continuada, através de rotinas disciplinadas. Tendo a consciência que o êxito em um bom trabalho nos traz satisfação pessoal, como também a todos os demais envolvidos no contexto escolar e familiar.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, Marina Silva Cavalcante. Rodrigues. A Dislexia em nova perspectiva. Disponível em: http://www.hebron.com.br Acesso em 14 de setembro de 2011.
BACHA, Stella Maris Cortez; FINOCCHIO, Ana Lúcia Ferra. RIBEIRO, Mônica Scharth. As hipóteses diagnósticas nos casos de dificuldades escolares: experiência em equipe multiprofissional. 2011.
 BEYER, Anna Maria Nascimento. Psicopedagogia Institucional, p. 1- 39, 2012. Disponível em: <www.anhanguera.edu.br/cead>. Acesso em: 10 dez. 2007.
BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Lei 9.394, de 23 de dezembro de 1996. Fixa as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília: Ministério da Educação e Cultura. 1996.
CAPRETZ, Nancy. Problemas e Distúrbios da Aprendizagem. Departamento de Pós-Graduação e Extensão. Valinhos, SP: Anhanguera Educacional, 2012. Disponível em: <http://anhanguera.com>. Acesso em: 13 dez. 2012.
 FREITAS, Silvia S. S. de. A importância do psicopedagogo frente às dificuldades de aprendizagem. Nov 2006. Disponível em: <http://www.abpp.com.br/artigos/62.htm>. Acesso em: 21 dez. 2006.
FREITAS, Tânia Maria de Campos. Dislexia: Uma visão psicopedagógica. Disponível em: http://www.dislexia.org.br/11/fev/2009 Acesso: maio/2011.
FUNDAÇÃO BRASILEIRA DE DISLEXIA. Dislexia. Disponível em: http://www.dislexia.com.br Acesso em: 07/outubro/2011.
GARCIA, J. J. de Oliveira. Dislexia e inclusão escolar. Disponível em: http://www.sobrei.org.br Acesso em 15 de novembro 2012.
GONÇALVES, Fabrícia B.; CRENITTE, Patrícia Abreu Pinheiro; CIASCA, Sylvia Maria. Distúrbio de aprendizagem na Visão do professor. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/psicoped/v24n75/v24n75a03.pdf Acesso: Maio/2006.
 GONÇALVES; Ana Paula Menossi - Avaliação e Intervenção Psicopedagógica Institucional - Departamento de Extensão e Pós-Graduação. Valinhos, SP: Anhanguera Educacional, 2012. Disponível em: <www.anhanguera.com>. Acesso em: 11 dez. 2012.
GRIZ, Alberico Cony. Introdução a psicopedagogia. Disponível em:http://www.ajes.edu.br/arquivos/20101104095641.pdf Acesso: Junho/2007.
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