Privado I Questões de Prova Av. 2 Maurício Requião

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RESOLUÇÃO DE PROVA 
IED PRIVADO I – AVALIAÇÃO 2 
 
 
Questão 01 
Lucas, morador do bairro de Itapuã, foi convidado para fazer parte da Associação de Moradores 
de Itapuã. A pessoa que lhe fez o convite, o explicou que, na verdade, ele era obrigado a 
participar da dita associação por conta de ser morador do bairro. Explicou ainda que a 
associação de tempos em tempos fazia arrecadações para arrecadar fundos, mas que nada 
desse lucro seria revertido para Lucas. Por fim, lhe disse que Lucas teria alguns direitos por 
passar a fazer parte da associação, mas que nem todos os associados tinham exatamente 
os mesmo direitos. 
Lucas então o procurou enquanto advogado para que lhe esclarecesse não só sobre 
o que é uma associação, como também quanto aos pontos que lhe foram ditos. [10 linhas] 
 
Resposta Proposta 
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Associação consiste em uma pessoa jurídica de direito privado constituída pela reunião de 
pessoas que se organizam para fins não econômicos. 
A liberdade associativa estabelece que é plena a liberdade de se associar para fins lícitos e, 
ainda, que ninguém pode ser compelido a se associar ou a se manter associado. Então, 
Lucas não é obrigado a se associar. As arrecadações são uma das fontes de manutenção da 
associação, não havendo qualquer ilegalidade nesse tipo de cobrança. O que é vedado é 
auferir receitas e revertê-las para os associados. Assim, nada será revertido para Lucas ou 
qualquer outro associado. Por fim, em regra, os direitos dos associados são iguais, mas o 
estatuto pode conferir vantagens especiais para determinadas categorias de associados, 
a exemplo dos associados-remidos que não pagam as contribuições mensais. 
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Questão 02 
 
Murilo se programou mal do ponto de vista econômico e se encontra com R$100.000,00 (cem 
mil reais) de dívidas. Por outro lado, possui apenas uma caderneta de poupança no valor de 
R$25.000,00 (vinte e cinco mil reais) e uma pequena casa onde mora, no valor de 
R$80.000,00 (oitenta mil reais). Saliente-se ainda que no momento Murilo trabalha e recebe 
mensalmente R$1.000,00 (mil reais), que são suficientes para o seu sustento. Os seus 
credores pretendem que sua caderneta de poupança e a casa sejam penhorados para que se 
possa pagar a dívida existente. É possível? 
 
Resposta Proposta 
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Entendo que é possível penhorar a poupança, mas não é possível penhorar a casa. Explico. O 
imóvel residencial da entidade familiar – conceito que se estende a quem vive sozinho –, bem 
como as construções, plantações e benfeitorias, são impenhoráveis, por definição legal, e não 
respondem por qualquer tipo de dívida contraída pelos seus membros. A casa e a remuneração 
do salário de Murilo não poderão ser penhorados, porque estão protegidos pela lei dos bens de 
família, que assegura sua impenhorabilidade, alicerçada pela Teoria do Patrimônio Mínimo, 
que pressupõe que as pessoas necessitam de um mínimo de bens para assegurar sua proteção 
e a dignidade da pessoa humana. 
Já a poupança pode ser penhorada, porque o salário garante o sustento e, juntamente com a 
casa, assegura o mínimo para a sobrevivência digna. 
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 IED PRIVADO I – AVALIAÇÃO 2 
 
 
Questão 03 
Bruno mora com sua esposa e filhos em Salvador. Trabalha, entretanto, como pecuarista, sendo 
dono de uma fazenda na cidade de Itapetinga. Nesta fazenda ele vendeu dois bois para Geraldo, 
também pecuarista. Posteriormente, o comprador descobriu que os bois estavam doentes já 
quando vendidos e ingressou com ação contra Bruno na própria cidade de Itapetinga. Está ele 
correto quanto ao local de ingresso da ação? E se houvesse no contrato uma cláusula 
estipulando que qualquer ação deveria ser proposta em Salvador, seria essa cláusula válida? 
 
Resposta Proposta 
Geraldo está correto em ingressar com a ação em Itapetinga, uma vez que o Código Civil prevê 
a possibilidade da pluralidade de domicílios, estabelecendo que se a pessoa exercitar profissão 
em lugares diversos, cada um deles se constituirá domicílio para as relações que lhe 
corresponderem. Além disso, a ação proposta por Geraldo guarda relação com a atividade 
profissional desenvolvida por Bruno em Itapetinga. 
A cláusula que estabelece que qualquer ação deveria ser proposta em Salvador também é 
válida, uma vez que os contratantes podem fixar, para determinado contrato específico, um 
domicílio especial, contratual ou de eleição, diverso do domicílio geral. Apenas seria inválido se 
houvesse desequilíbrio de força, já que a lei veda o estabelecimento de domicílio especial pela 
parte mais forte na relação, para proteger a parte hipossuficiente da relação. 
 
Questão 04 
 
 
Resposta Proposta 
Associação é pessoa jurídica de direito privado constituída pela reunião de pessoas que se 
organizam para fins não comerciais. Com base na acepção negativa da liberdade associativa, 
ninguém pode ser compelido a se associar ou se manter associado. Sobre os direitos do 
associado, em regra, são iguais para todos os associados. Contudo, o estatuto pode versar 
sobre vantagens especiais a determinadas categorias de associados (p.e: associado-remido). 
 
Questão 05 
 
Resposta Proposta 
Domicílio é definido pelo local onde uma pessoa estabelece sua residência (elemento objetivo) com ânimo 
permanente (elemento subjetivo). É possível os contratantes estabelecerem um domicílio especial 
(contratual ou por eleição) diverso do geral. Para tanto, devem fazer constar no contrato, por escrito. Por 
outro lado, não seria possível uma empresa, parte mais forte na relação jurídica do direito do consumidor, 
definir domicílio especial, medida que protege interesses do consumidor hipossuficiente. 
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 IED PRIVADO I – AVALIAÇÃO 2 
 
 
 
Questão 06 
 
Resposta Proposta 
Apenas o ar-condicionado deve ser mantido no carro, uma vez que se enquadra no conceito de 
parte integrante por estar unido ao bem principal, formando um todo, sem existência material 
própria. O aparelho de som, nesse caso, é uma pertença. Nesse caso, os negócios jurídicos 
relativos ao bem principal não o abrange, salvo pela manifestação de vontade, que não foi o 
caso. 
 
Questão 07 
 
Resposta proposta 
 
Para tomar posse provisória dos bens do ausente, o herdeiro terá que oferecer garantias, 
mediante hipoteca ou penhor equivalente ao seu quinhão da herança. Oferecendo garantias, o 
sobrinho toma a posse provisória, e tem direito a 50% dos frutos dos bens, devendo capitalizar 
os demais 50% para eventual retorno do ausente. Se não oferecer, não terá a posse provisória 
(administração fica com curador), mas poderá requerer metade dos frutos a que teria direito 
normalmente.