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O PAPEL DO ORIENTADOR EDUCACIONAL DIANTE DAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NO AMBIENTE ESCOLAR

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O PAPEL DO ORIENTADOR EDUCACIONAL DIANTE DAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NO AMBIENTE ESCOLAR
RESUMO: Este trabalho vem apresentar uma abordagem para analisar o papel do orientador educacional diante das atitudes que será tomada referente às dificuldades de aprendizagem no ambiente escolar, como o orientador poderá ajudar e desenvolver trabalhos no que se refere a ensino-aprendizagem dos alunos junto com o professor. O objetivo de falar deste tema vem com isso buscar, apresentar e desenvolver alternativas de como o orientador poderá ajudar no dia a dia da sala de aula, junto com as dificuldades dos alunos e professores, como também nos problemas escola e comunidade/família, usando o diálogo como a ferramenta principal, sendo esta uma ajudar a mais ao professor diante das dificuldades dos alunos na aprendizagem, descobrir os motivos e as intervenções, agir para melhorar.
PALAVRAS-CHAVE: Orientação; Aprendizagem; Dificuldades; Alunos; Diálogo.
1 INTRODUÇÃO:
Quem é o orientador educacional? O Orientador Educacional é o mediador da escola. Ele é o elo entre educadores, pais e estudantes, esse profissional atua para administrar diferentes pontos de vista que acontecem no ambiente escolar, atuando nos problemas de dificuldades de aprendizagem e conflitos decorrentes entre alunos, professores e escola.
O que ele faz? Ele contribui para o desenvolvimento pessoal do aluno.
Ajuda a escola a organizar e realizar a proposta pedagógica. Também trabalha em parceria com o professor para compreender o comportamento dos alunos e analisa e estuda como agir de maneira adequada em relação a eles e em seus conflitos e dificuldades. Ouve, dialoga e dá orientações.
O Orientador Educacional atual em todos os segmentos da escola, mas seu principal público alvo é o aluno. Seus objetivos são em compreender suas dificuldades, analisando a realidade de cada aluno, para poder posteriormente ajudá-lo no que for necessário e no que for possível. Sabemos que estamos em um tempo em que temos dificuldade de fazer com que nossas aulas sejam atrativas, interessantes, pois a tecnologia está em toda parte e muitas vezes as atividades/aulas perdem o interesse e a motivação para o estudo diminui, mas temos muitas outras interferências no aprendizado, além desses, sendo os problemas de saúde, psicológicos e muitos outros que vamos falar depois.
O professor deve de várias maneiras buscar instigar o interesse do aluno, propondo-lhe questões que a ajudem a consolidar as ideias que já possui e a construir novas hipóteses, o estímulo constante a novas descobertas, de modo que aquilo que foi aprendido na escola possa ter significado fora dela. Este processo de estimulação ao qual o professor precisa atentar-se representa, o reconhecimento das singularidades que compõem o processo e aprendizagem de cada criança, adequando estes modos de aprender aos recursos e estratégias pedagógicas disponibilizadas, bem como criando novas situações significativas que favoreçam a aprendizagem de determinado conceito.
Ao desenvolver este trabalho sobre O papel do Orientador Educacional diante das dificuldades de aprendizagem no ambiente escolar tem o objetivo de diagnosticar as dificuldades encontradas neste processo e ao mesmo tempo criar habilidades cognitivas, motoras, a atenção, o entrosamento, o respeito entre as diferenças e muitos outros.
A realização desse trabalho, esse estudo interessa porque é preciso discutir os problemas de aprendizagem dos alunos, suas causas e a atuação dos profissionais nesta área, como também os métodos usados para melhorar e obter resultados desse tema que é de muita importância para todos os envolvidos no ambiente escolar. Além disso, estudar os melhores métodos, formas de trabalho, os melhores resultados, aqueles que tiveram melhor aceitação nos alunos com dificuldades. Por isso esse trabalho mostra-se importante. A escola deve criar meios para facilitar o trabalho do Orientador Educacional, sendo ele sempre o elo, o mediador dos problemas de aprendizagem x aprendizagem, das conversas ou dependendo do caso, no aumento e desenvolvimento diário, utilizando sempre o diálogo como principal ferramenta.
O método escolhido nesta pesquisa será o deduzido, através de pesquisa bibliográfica, também em revistas, artigos e sites especializadas em educação, além da observação e conversa com professores. No desenvolvimento deste artigo falarei sobre a importância do trabalho de um Orientador Educacional em uma escola. O desenvolvimento das reflexões sobre a atuação deste profissional junto à gestão escolar, professores, alunos e a comunidade escolar.
DESENVOLVIMENTO:
1.1 - O trabalho do professor somando com o trabalho do orientador.
O presente tema vem adordar o trabalho do Orientador Educacional em relação a dificuldades de aprendizagem e somando ao trabalho do professor, sendo o que cabe a eles observar e estar atento e orientando em relação as condições para que ocorra a aprendizagem dos alunos. Quando ocorrer de juntos, o Professor e o Orientador perceber que algum aluno tem certa dificuldade de aprendizagem, depois que o professor fez todas as alternativas possíveis para ajudá-lo e ainda não teve muitos avanços, passa-se ao trabalho em equipe, onde o orientador será solicitador para fazer um levantamento da história de vida deste alunos, da família, da comunidade onde mora, ouvir este aluno, sendo que o diálogo será peça importante, fundamental para levantar todos os dados para que não seja feito um diagnóstico errado ou superficial, que poderá causar prejuízos a vida escolar deste aluno. O Orientador criará um elo de confiança com o aluno para obter todas as informações. Para que este diagnóstico seja mais preciso poderá ser necessário mais profissionais, como na área da saúde, onde foge da visão do Orientador. Assim, para que este trabalho seja realizado de forma coerente com a realidade do aluno, é preciso sempre saber ouvir sem julgar, frente à queixa dos professores a respeito da criança em questão. Fazendo calmamente um levantamento, detalhado do histórico desse aluno em questão, para então proceder, interferir e ajudar no que for necessário e possível e junto com os demais “diagnósticos” tomar as providências cabíveis.
1.2 - Qual a função do Orientador Educacional
A Orientação Educacional é uma das funções mais importantes na área de atuação do Pedagogo. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9.394/96 estabelece que a formação dos Orientadores Educacionais deva acontecer em Cursos de Especialização, Pós Graduação na área da Educação. É nesta área que acontece às estratégicas da organização escolar, onde a ação do Orientador Educacional visa uma plena interação do aluno com o espaço escolar, sempre com o apoio da família e da comunidade.
A aproximação dos pais na escola é muito importante para o bom desempenho na vidaescolar do seu filho. Os pais e a escola devem trabalhar juntos. A participação dos pais é indispensável para o desenvolvimento e a formação de um aluno futuramente responsável e seguro em suas decisões. Por isso se faz necessário que a família procure acompanhar o desenvolvimento da criança em todo o seu processo de aprendizagem, tanto em casa quanto nas atividades na escola.
Queremos despertar na família o comprometimento, onde nasça um hábito de visitar a escola, para conversar sobre o aluno, suas dificuldades e também suas facilidades, fazer visita na sala de aula, participar de reuniões sempre que convocados, conversar com os professores, e atividades extracurriculares, demonstrando interesse, participação, nas atividades tanto feitas na escola quanto o que são levadas para fazer em casa, acompanhar nas lições de casa, ajudar na leitura ou pedir para que eles leiam conversar sempre com os filhos sobre os assuntos da escola, verificar se o material esta completo, zelar pelo cumprimento das regras da escola. Construindo assim um vínculo de amor e compromisso entre a escola e a família.
A função do Orientador Educacional não deve ser confundida com a função do supervisor escolarou com a função do psicopedagogo escolar, pois são funções diferentes, mas cada um desses profissionais dando o seu apoio para a educação e para o desenvolvimento escolar do aluno. O Orientador Educacional usará do diálogo no seu ambiente de trabalho, na organização
escolar, também irá intermediar conflitos escolares, auxiliar o corpo docente em relação às dificuldades de aprendizagem escolar, quando houver casos que necessitam de intervenção e de ajuda.
As funções específicas do cargo de Orientador Educacional são regulamentadas pelo Decreto Federal número 72.846, de 26 de setembro de 1973, que apresenta as atribuições privativas desse profissional, o decreto nos diz:
Art. 8º São atribuições privativas do Orientador Educacional:
a) Planejar e coordenar a implantação e funcionamento do Serviço de Orientação Educacional em nível de:
1 - Escola;
2 - Comunidade.
b) Planejar e coordenar a implantação e funcionamento do Serviço de Orientação Educacional dos órgãos do Serviço Público Federal, Municipal e Autárquico; das Sociedades de Economia Mista Empresas Estatais, Paraestatais e Privadas.
c) Coordenar a orientação vocacional do educando, incorporando-o ao processo educativo global.
d) Coordenar o processo de sondagem de interesses, aptidões e habilidades do educando.
e) Coordenar o processo de informação educacional e profissional com vista à orientação vocacional.
f) Sistematizar o processo de intercâmbio das informações necessárias ao conhecimento global do educando.
g) Sistematizar o processo de acompanhamento dos alunos, encaminhando a outros especialistas aqueles que exigirem assistência especial.
h) Coordenar o acompanhamento pós-escolar.
i) Ministrar disciplinas de Teoria e Prática da Orientação Educacional, satisfeitas as exigências da legislação específica do ensino.
j) Supervisionar estágios na área da Orientação Educacional.
l) Emitir pareceres sobre matéria concernente à Orientação Educacional." 
1.3 - O que faz o orientador educacional no seu dia a dia de trabalho
Vimos acima às funções do Orientador Educacional conforme nos diz a lei/decreto, mas também é importante ressaltar o seu trabalho do dia a dia, usando palavras mais simples e a real atuação, sendo que:
- Orienta os alunos em seu desenvolvimento pessoal, preocupando-se com a formação de seus valores, atitudes, emoções e sentimentos;
- Orienta, ouve e dialoga com alunos, professores, gestores e responsáveis e com a comunidade;
- Participa da organização e da realização do projeto político-pedagógico e da proposta pedagógica da escola;
- Ajuda o professor a compreender o comportamento dos alunos e a agir de maneira adequada em relação a eles;
- Ajuda o professor a lidar com as dificuldades de aprendizagem dos alunos;
- Ajudam a mediar conflitos entre alunos, professores e outros membros da comunidade;
- Conhece a legislação educacional do país;
- Circula pela escola e convive com os estudantes.
O trabalho do Orientador Educacional é amplo e muito importante, ele está sempre em contato com todos os segmentos da escola e principalmente precisa conhecer a realidade de cada aluno e da comunidade em que a escola esta inserida. Sabemos que muitos conflitos que chegam e que acontecem na escola vêm de fora, sendo da família, das pessoas de convivência e da comunidade onde mora.
[...] as relações entre o sujeito e o seu meio consistem numa interação radical, de modo tal que a consciência não começa pelo conhecimento dos objetos nem pelo da atividade do sujeito, mas por um estado indiferenciado; e é desse estado que derivam dois movimentos complementares, um de incorporação das coisas ao sujeito, o outro de acomodação às próprias coisas. (PIAGET, 1978a, p. 386)
Piaget nos coloca essa afirmação, a existência das relações entre sujeito e o seu meio, como uma interação, com uma noção de consciência, incorporando com meio ao sujeito e o sujeito com o meio. Sendo que o meio muda e se transforma com o sujeito, assim também acontece com o sujeito. Sendo que tudo o que acontece na escola se reflete na sociedade, assim como tudo o que acontece na sociedade, família, se reflete na escola, positivamente ou muitas
vezes negativamente. Nós Orientadores e Professores estudamos e trabalhamos para saber contornar essas atitudes.
Celso Antunes (2001) argumenta da seguinte forma:
Um professor que adora o que faz que se empolga com o que ensina, que se mostra sedutor em relação aos saberes de sua disciplina, que apresenta seu tema sempre em situações de desafios, estimulantes, intrigantes, sempre possui chances maiores de obter reciprocidade do que quem a desenvolve com inevitável tédio da vida, da profissão, das relações humanas, da turma....
Celso Antunes nos diz tudo, se o professor gosta do que faz, e faz com amor e dedicação, os alunos aprenderão com mais facilidade, respeitando sempre as individualidades de cada um e ajudando-o.
Hoje em uma nova visão de Educação, com toda essa tecnologia, essa informatização, as redes sociais presentes nas escolas, nas salas de aula, o papel do Orientador Educacional vem ajudar muito, com sua ação mediadora, para que essas novas tecnologias possam somar na aprendizagem e não atrapalhar. Sendo que o trabalho em equipe é fundamental, todos deverão assumir e discutir juntos com a gestão escolar todos esses avanços para somar no ensino aprendizagem. Tecnologias, mais estudos, somando a aprendizagem.
1.4 - Fatores de interferem no processo de ensino aprendizagem
Existem muitos fatores que podem interferir no processo de ensino aprendizagem dos alunos como também sabemos que tudo se reflete na escola, os problemas e as dificuldades vividas pelos discentes fora da dela podem vir a interferir na aprendizagem dos mesmos, como também fatores referente à cultura da família, da comunidade.
Também é necessário ter certo conhecimento para saber distinguir as causas de uma situação de não aprendizagem de algum aluno, analisar essa dificuldade, observar como isto está ocorrendo e o tempo que isto ocorre, se é por causa de uma dificuldade de aprendizagem específica do aluno. Ainda deve-se considerar o contexto social e familiar do educando. Depois disto podem-se tomar as melhores atitudes para que o aluno tenha a possibilidade de aprender.
Além destas tantas temos ainda muitos fatores que interferem no ensino aprendizagem relacionadas à saúde da criança com casos específicos de alunos com problemas de surdez, que não fala ou não escuta como também problemas físicos e psicológicos que retardam o desenvolvimento do educando e a construção de sua aprendizagem.
Depois de esgotadas todas as possibilidades de ação pedagógica do professor da gestão escolar e do Orientador Educacional diante das dificuldades encontradas pelo aluno, é preciso investigar mais profundamente outros fatores que podem contribuir para o fracasso escolar.
Muitas vezes é um método errado de trabalho ou também a idade da criança fora da ideal para a série/ano que retarda a aprendizagem. Mas muitas vezes necessitarão de diagnóstico e intervenção de outros profissionais, como psicólogos, psicopedagogos, médicos e até psiquiatras para ter um diagnóstico mais detalhado e mais eficiente. As ações tomadas por esses profissionais devem ser tomadas junto, somando com o trabalho do professor e do Orientador Educacional.
Ensinar exige segurança, competência profissional e generosidade. O professor que não leva a sério sua formação, que não estuda que não se esforça para estar a altura de sua tarefa não tem força moral para coordenar as atividades da sua classe. (Freire,Paulo,2010p.114)
Paulo Freire nos diz tudo, pois o professor deve estar em constante estudo, à procura sempre se aprendizado e novas formas de ensinar, pois sabemos que cada pessoa e ou aluno aprende de um jeito, cada aluno é único e se tiver alguma dificuldade precisará de mais esforço e dedicação do professor.
Algumas causas específicas também de dificuldade de aprendizagem que necessitam de mais profissionais para um diagnóstico preciso:
- na leitura (dislexia)
- naortografia (disortografia)
- na grafia (disgrafia)
- na matemática (discalculia)
- transtornos
Temos muitas áreas de dificuldades de aprendizagem, mas as que mais aparecem nas crianças são: leitura, linguagem, atenção e coordenação motora. O diagnóstico adequado e rápido é essencial e fundamental para o crescimento da aprendizagem do aluno.
A dislexia pode ocorrer em maior ou menor grau, o que definirá o curso das dificuldades de aprendizagem da leitura que, se forem razoavelmente leves, poderá ser superado com intervenção profissional adequada e no momento certo, até mesmo sem seqüelas. Ao contrário, se forem mais graves, podem persistir em níveis mais ou menos acentuados por toda vida do indivíduo, mesmo com intervenção e tratamento adequado. Vigotsky defende a educação inclusiva e acessibilidade para todos. Devido ao processo criativo que envolve o domínio da natureza, o emprego de instrumentos diversos, o homem pode
ter uma ação planejada tendo ou não deficiência. Para atender em sala de aula os alunos, se planeja para todos, cada um na sua individualidade. Também quando serão avaliados, todos os alunos de acordo com o seu crescimento, evolução, aprendizado.
Para ele a criança inicia seu aprendizado muito antes de chegar à escola, vem com uma bagagem de casa, um conhecimento, sendo que o aprendizado escolar vai introduzir elementos novos no seu desenvolvimento, na sua aprendizagem. A aprendizagem é um processo contínuo, que acontece gradualmente. Por isso Vigotsky afirma que:
aquilo que é zona de desenvolvimento proximal hoje será o nível de desenvolvimento real
amanhã – ou seja, aquilo que uma criança pode fazer com assistência hoje, ela será capaz
de fazer sozinha amanhã” (VIGOTSKY, 1984, p. 98).
1.5 - O Orientador Educacional e a comunidade escolar
Na escola, o Orientador Educacional é um dos membros da equipe gestora, ao lado do diretor e do coordenador pedagógico ou demais integrantes da gestão. Ele é o principal responsável pelo desenvolvimento pessoal de cada aluno o que dialoga com eles, o que está mais em contato além do professor, dando suporte a sua formação de futuro cidadão, fazendo uma reflexão sobre valores morais e éticos e à resolução de conflitos existentes.
Outro ponto seria trabalhar em sala de aula a valorização da cultura local, costumes, culinária, música, língua, produção, comércio; Trabalhar com um olhar crítico, fazendo com que os alunos comparem e construam as suas opiniões em relações a esses conteúdos e também aos demais aprendendo a valorizar a cultura e a diversidade de culturas. Sendo o ponto mais importante salientar que cada pessoa tem seu costume, cultura, e que somos todos diferentes, trabalhando as diferenças e os valores.
A Orientação Educacional deve trabalhar nas escolas o aprendizado, onde o erro seja um processo do aprendizado, pois isso também tem a ver com a cultura de cada aluno.
Ao lado do professor, esse profissional zela pelo bom processo de aprendizagem e formação dos estudantes com auxílio ao docente na compreensão e ajuda aos comportamentos das crianças. As crianças que vivem conflitos são as que mais necessitam de ajuda, atenção, acompanhamento, aí entra o papel da escola, dos profissionais da Educação. Esses alunos muitas vezes são os que mais dão “problema”, por serem alunos com comportamentos agressivos, com muitas dificuldades de aprendizagem e algumas vezes são deixados de lado, ignorado, com isso o problema só vem a aumentar.
As trocas de relação de uma criança com a outra são fundamentais para o crescimento como pessoa. Estes processos comunicativos, expressivos acontecem com trocas de relação, como a imitação entre elas, expressa seus desejos de participar e até de se diferenciar dos outros constituindo seu jeito próprio (WALLON).
Desse modo a criança cresce intelectualmente, de desenvolve com o convívio com o outro, com as suas diferenças, aprendendo a conviver com as diferenças suas e as dos outros. Também aprende respeitar a opinião e a vez do outro. Com isso desenvolve e aprende a viver em sociedade e não só em família, vê que existe outros costumes que ali na escola todos são diferentes, mas também todos são iguais perante as regras e normas.
As dificuldades de aprendizagem é uma questão que sempre causou preocupação aos educadores e pesquisadores que certos alunos apresentam em sala de aula, onde além dos já citados acima também a os que se negam a realizar suas atividades, e outros que, por motivos banais, falam mal e agridem os colegas. Com tudo isso o papel da Orientação Educacional, frente a estas e as outras questões que levam ao fracasso escolar, vem sendo um trabalho árduo e contínuo com base nas diferentes teorias, vão sendo buscadas novas técnicas para melhorar as conseqüências ao processo de ensino-aprendizagem do aluno.
1.6 - O papel da afetividade na aprendizagem
O processo de ensino aprendizagem é composto por fases, etapas, se aprende
gradualmente e a relação entre aluno e professor é fundamental e pode fazer com que esse aprendizado se acelere e seja mais prazeroso, alegre e divertido, sendo um fator determinante no desenvolvimento escolar de cada aluno. Todas as pessoas gostam e necessitam de compreensão, acolhimento, mas a afetividade entre professor e aluno, vem para somar, pois, aluno que recebe o afeto, que é tratado com carinho, aprende mais e mais rápido.
O que é a afetividade? O dicionário nos diz que afetividade:
— Refere-se à capacidade, à disposição do ser humano de ser afetado pelo mundo externo/interno por sensações ligadas a tonalidades agradáveis ou desagradáveis;
— Ser afetado é reagir com atividades interno/externas que a situação desperta;
— A teoria aponta três momentos marcantes, sucessivos na evolução da afetividade: emoção, sentimento e paixão;
— Os três resultam de fatores orgânicos e sociais, e correspondem a configurações diferentes;
— Na emoção, há o predomínio da ativação fisiológica, no sentimento, da ativação representacional, na paixão, da ativação do autocontrole.
O professor e o aluno convivem com vários meios, entre eles a escola, onde a escola é um meio fundamental para o crescimento e o desenvolvimento dos mesmos, onde convivem grupos diferentes, pessoas com costumes diferentes e ambos são afetados um pelo outro e todos modificam o ambiente, neste caso a escola onde estão inseridos.
Todos nós temos necessidades de afeto, de relações afetivas, que nos tratas com afetividade, com tudo isso o aluno que convive e estuda em um ambiente com afeto, aprende mais e melhor, pois o afeto nos deixa acolhidos nos faz sentirmos bem recebidos e importantes naquele local. A aprendizagem acontece naturalmente.
Segundo Henri Wallon, que vem nos trazer e iluminar a questão da afetividade no processo ensino-aprendizagem decorre de várias razões. Sendo que a sua teoria psicogenética nos traz uma importante contribuição para podermos compreender o processo de desenvolvimento e para o processo de ensino-aprendizagem. Ele dá subsídios para nós compreender a relação do aluno com o professor e a interação entre eles.
Também nos relata para focalizar o meio, a questão do desenvolvimento no contexto no qual está inserido, e na escola como um meio fundamental para o desenvolvimento de ambos, professor e aluno. Embora não sendo um pedagogo, toda a sua obra fala de elementos que permitem elaborar uma proposta de educação.
A teoria de desenvolvimento de Henri Wallon é um instrumento que pode ampliar a compreensão de cada professor sobre as possibilidades e atitudes para que o aluno evolua no processo ensino-aprendizagem e fornecer elementos para uma reflexão do ensino, isso pode criar intencionalmente condições para favorecer esse processo, precisando de mudanças ou não, uma auto-avaliação. Podendo proporcionar a aprendizagem de novos comportamentos, novas idéias, novos valores. Na medida em que a teoria de desenvolvimento descreve características de cada estágio, está também oferecendo elementos para uma reflexão para tornar o processo ensino-aprendizagem mais produtivo, propiciandoao professor pontos de referência para orientar e testar novas idéia e atividades adequadas aos alunos que realmente tem em sua sala de aula.
A identificação das características de cada estágio pelo professor permitirá que ele planeje atividades que promovam um entrosamento mais produtivo, conforme se apresentem em seus alunos, e as atividades propostas.
Afirma Wallon: Estas revoluções de idade para idade não são improvisadas por cada indivíduo. São a própria razão da infância, que tende para a edificação do adulto como exemplar da espécie.
Estão inscritas, no momento oportuno, no desenvolvimento que conduz a esse objetivo. As incitações do meio são sem dúvidas indispensáveis para que elas se manifestem e quanto mais se eleva o nível da função, mais ela sofre as determinações dele: quantas e quantas atividades técnicas ou intelectuais são à imagem da linguagem, que para cada um é a do meio!... (Wallon, 1995, p. 210)
Nessa citação, Wallon nos coloca a questão do desenvolvimento no contexto do qual o indivíduo está inserido, seu meio e a realização do potencial herdado geneticamente pelo indivíduo vai depender das condições do meio, que podem modificar com o tempo, com a convivência com outras pessoas.
Estamos falando em efetividade e o afeto também deve estar inserido nas relações de trabalho de um Orientador Educacional, onde o diálogo juntando com o afeto ficarão mais fáceis o trabalho com os alunos, pois muitos são carentes dele.
Sabemos que a criança/aluno que se sente amada, aceita, respeitada, valorizada adquire com mais facilidade autonomia e confiança e aprende a auto-valorização e importância que tem na escola, na sociedade. Com o diálogo e o afeto se aprende mais é o que nos diz Silva e Schneider: A criança que se sente amada, aceita, valorizada e respeitada adquire autonomia e confiança e aprende a amar, desenvolvendo um sentimento de auto-valorização eimportância. A auto-estima é algo que se aprende: se uma criança tiver uma opinião positiva sobre si mesma e sobre os outros, terá maiores condições de aprender. Nesse ponto, o papel do educador é fundamental, sendo seu desempenho um bloco de construção da afetividade na criança. (SILVA e SCHNEIDER, 2007, p. 86)
A escola se preocupa com a aprendizagem de seus alunos, como também o professor que é o responsável direto desse processo, por isso busca-se ajuda e parcerias, uma equipe pra que isso aconteça o mais breve possível, num processo contínuo a na fase certa de cada aluno.
Sabemos que tudo o que é aprendido de forma prazerosa, de uma maneira em que os alunos gostem se aprende melhor. O respeito entre todos, equipe gestora, alunos e professores é um fator muito importante, respeitando as opiniões, diferenças. Este comportamento entre a gestão se reflete nos alunos, pois respeito gera respeito, amor gera amor e uma convivência harmoniosa
garante sucesso na escola e na aprendizagem dos alunos.
CONCLUSÃO:
A construção do estudo foi feito na observação da prática nas escolas como também lendo materiais e artigos sobre o assunto, também conversando com as professoras, vendo o que elas achavam sobre o papel do Orientador Educacional trabalhando junto às dificuldades de aprendizagem dos alunos em sala de aula, os ambientes físicos e também a aceitação dos alunos. Na busca e na leitura sobre o assunto consegui perceber que trabalhar em equipe, buscando sempre o diálogo com os professores e demais profissionais que atuam ajudando nesse processo faz com que as crianças aprendem com mais facilidade, em ambiente de respeito e afeto, onde se sentem importantes e valorizados. Podendo ser na sala de aula como fora dela, no pátio, na pracinha. Percebi também como é bem aceita a conversa com outros profissionais, O Orientador Educacional, nos problemas existentes nas aulas, na escola como fora dela.
Os pontos positivos que eu observei foi que sempre é bem aceita a ajuda de profissionais tanto pelos professores, gestores, como também os alunos aceitam e gostam, pois muitos esperam e querem ajuda. O uso do Diálogo deixa tudo mais fácil de ser resolvido, sendo que o intermediador, o elo, O Orientador Educacional, entre os alunos/os problemas com a busca por resolver, sendo que buscará conhecer cada história, cada aluno, cada realidade da escola e das famílias.
Os pontos negativos são quando o professor convive com muitos alunos com dificuldades de aprendizagem e não consegue muita ajuda, não tem profissionais na área, ou depender de ajuda de fora, de outras secretarias, pois a demanda é bastante extensa, então o próprio professor procura meios de ajudar este aluno, buscando conversar com outros professores, com a família, tentando compreender os motivos e buscando soluções para melhorar, ajudando o aluno a aprender. São muitos os motivos de aprendizagem, como também tem alunos que não sabem se comportar em uma aula, então o professor tem que exigir o uso das regras e trabalhar o comportamento.
Também há casos em que alguns pais delegam a escola à educação geral dos filhos, livrando-se assim da função fundamental da família que também tem o seu papel de educar, esse papel não pode ficar como compromisso da escola. Sendo assim promover o envolvimento dos pais na escola, se encarando como parceiros de caminhada, atuando juntas como agentes facilitadoras do desenvolvimento pleno do educando.
Quando acontece isso entra o trabalho do Orientador Educacional tendo a necessidade de dialogas com maior clareza sobre a responsabilidade da escola na formação do cidadão e acontece o debate entre pedagogos e outros profissionais, porque está havendo uma transferência de papéis e funções que são próprios da família para a escola essa questão apresenta hoje um dos maiores problemas, a falta de tempo para conviver, interagir, dialogar, enfim, a educação acaba sendo um jogo de transferência de responsabilidade entre a família e a escola. Esse problema também acarreta muito trabalho entre todos da equipe gestora.
A escola deve ter uma relação muito boa com a comunidade escolar, com isso terá um bom desempenho, onde gestão, pais e alunos ganham com tudo isso, também tem apoio da Orientação Educacional, Supervisora de Ensino, Psicóloga, Secretário Municipal, etc. Uma gestão democrática que busca apoio quando necessário para resolver os problemas e melhorar a vida escolar dos alunos. Sendo que tudo isso gera uma boa relação entre família e escola e um
bom rendimento escolar, diminuindo as dificuldades de aprendizagem existentes na escola.
O tema Dificuldades de aprendizagem é o assunto sem fim, com muitas opiniões e muito amplo, onde sempre haverá questões, pesquisas sobre o assunto, dificuldades sempre iremos encontrar, pois o novo trás incertezas e medos, mas é um caminho encantador que torna tudo mais prazeroso e divertido.
Uma frase que nos diz muita coisa e devemos levar para a nossa vida toda. Segundo Paulo Freire “Eu gostaria de ser lembrado como alguém que amou o mundo, as pessoas, os bichos, as árvores, a terra, a água, a vida.” (Paulo Freire)
O que aprendi é tudo isso e muito mais, para almejarmos o sucesso é necessário o empenho de todos, valorizando cada um a sua função a sua ideia, a sua opinião e a sua importância, pois em um grupo todos devem ser valorizados e todos tem a sua devida importância.
Tiba (2002, p.183) afirma que “[...] quando a escola o pai e a mãe falam a mesma língua e têm valores semelhantes, a criança aprende sem grandes conflitos e não joga a escola contra os pais e vice-versa [...]”.
Para refletirmos: “sabemos que ao tratar a questão dos problemas de aprendizagem escolar temos que considerar as dificuldades da criança na escola e as dificuldades da escola com as crianças, visto que essas duas dimensões devem ser analisadas reciprocamente (BOSSA, 2000,p.16)
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
ANTUNES, Celso - Jogos para a estimulação das múltiplas inteligências. Pesquisas na internet.
CARNEIRO E SILVA, Jamile B. e SCHNEIDER, Ernani José. Aspectos socioafetivos do processo de ensino e aprendizagem. Revista de divulgação técnico-científicado ICPG, Vol. 3 n. 11 - jul.-dez./2007 ISSN 1807-2836. Disponível em: Disponível em:<http://www.scribd.com>. Acesso em: 15 out. 2009.
FREIRE, Paulo - Pedagogia da autonomia: Paz e Terra. SP 1996.
PIAGET, Jean. Epistemologia genética. Tradução de Álvaro Cabral. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
TIBA, Içami. Disciplina, Limite na medida certa. 41ª ed. São Paulo: Gente, 1996. 240p.
VYGOTSKY, Lev S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984.
WALLON, Henri. (1941-1995). A evolução psicológica da criança. Lisboa, Edições 70. E também (1959-1975). Psicologia e educação da infância. Lisboa, Estampa.
WALLON, Henri, Uma Concepção Dialética do Desenvolvimento Infantil.

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