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Psicologia Aplicada ao Direito Profª. Drª.: Cleide Bernardes A FAMÍLIA CAPÍTULO 3 A FAMÍLIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES • Origem histórica: A família é o primeiro grupo ao qual o ser humano pertence. O sentimento de família como nós o conhecemos surge no séc. XVI. As famílias antigas enviavam as crianças para aprender ofícios; o objetivo principal da família era a manutenção dos bens. A FAMÍLIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES • Família patriarcal: na civilização romana antiga, o parentesco não era o único modo de pertencimento a uma família. • o PATRIARCA centralizava o poder e tinha direito sobre os parentes criados e demais agregados que viviam em sua propriedade. A FAMÍLIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES • O CASAMENTO foi instituído pela Igreja como lugar legítimo para a sexualidade, que voltado para a procriação. • Ao final do séc. XVII a procriação é regulamentada nos limites da vida conjugal. • No séc. XIX diminui a repressão sobre a vida individual, surge uma ênfase ao conceito de felicidade. Reforço do INDIVIDUALISMO A FAMÍLIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES • Reforço do INDIVIDUALISMO: afirmação e a liberdade de um indivíduo frente ao grupo, a sociedade e o Estado. • O exercício da liberdade individual implica necessariamente na possibilidade de fazer escolhas e se responsabilizar por elas. A FAMÍLIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES • O declínio do patriarcado: ( final do séc. XIX) surge um novo tipo de família vinculada pelo AFETO, o espaço privado passa a ser um território feminino enquanto o espaço público é um território masculino. A FAMÍLIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES • A família como base da sociedade: é na família que são transmitidos os valores morais de uma sociedade. • Garantia da ordem, formação educacional, perpetuação de costumes. A FAMÍLIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES • Constituição de identidade e limites: • Atualmente existe maior ênfase para a autonomia dos cônjuges; • valorização de espaços individuais e fragilizar espaços conjugais; • imposição social de ideais de sucesso. A FAMÍLIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES • As idealizações de felicidade começam a se romper; • A inserção da mulher no mercado de trabalho; • As possibilidades de controle da natalidade; • A diminuição da supremacia do homem; • A regulamentação do divórcio. A FAMÍLIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES • O conceito de modernidade líquida: • na modernidade a sociedade era sólida, tinha ideais definidos • hoje há um impulso na busca de prazer e poder, levando ao consumismo, uma modernidade líquida. Zigmund Bauman A FAMÍLIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES • A nova dinâmica dos laços familiares ganhou mobilidade e flexibilidade. • paralelamente ao aumento da autonomia, encontramos a solidão como uma das características marcantes da contemporaneidade. TIPOS DE FAMÍLIA • Família nuclear: ( ou tradicional) • O casamento formal, heterossexual, com fins de constituição de família. TIPOS DE FAMÍLIA • Família monoparental : • Apenas um dos cônjuges arca com a responsabilidade de criar o filho. • quando o pai não reconhece o filho, morte , abandono, separação. • geralmente são famílias beneficiadas por uma rede de apoio. TIPOS DE FAMÍLIA • Família recomposta: • Define-se pela presença de filhos de uniões anteriores, de um ou de outro cônjuge. Além disso, podem existir filhos oriundos da relação atual. Não existe um padrão. TIPOS DE FAMÍLIA • Família homoafetiva: • Colocam em questão o modelo tradicional fundado na reprodução biológica e na heterossexualidade do casal. • A homoparentalidade levantou questões a respeito do exercício das funções parentais com base no gênero. TIPOS DE FAMÍLIA • A opção por não constituir família • o casamento contemporâneo não envolve necessariamente o projeto de filiação e descendência. • preconceito contra mulheres que optam por não ter filhos. A CONSTRUÇÃO DA PARENTALIDADE • O mito do amor materno Elizabeth Badinter A CONSTRUÇÃO DA PARENTALIDADE • A filiação não está apoiada apenas na realidade genética, ele deve ser fundada no desejo e na disponibilidade de assumir a função parental. • Não basta ser genitor ou genitora, há um trabalho psicológico a ser feito para alguém tornar-se pai e mãe: são os chamados laços afetivos. CONJUGALIDADE VERSUS PARENTALIDADE • Separações e recasamentos • O fracasso conjugal dos pais não deve impedir que se continue a assegurar conjuntamente as funções parentais. • Os laços conjugais se rompem, mas permanece a necessidade de respeitar os laços parentais. • Os ex-cônjuges devem permanecer pais, de comum acordo. CONJUGALIDADE VERSUS PARENTALIDADE • O: princípio constitucional do melhor interesse da criança: • Consiste em favorecer a realização pessoal da criança, independente da relação biológica que tenha com os pais. • ( artigo 227 da Constituição) é dever da família e do Estado o direito a vida, liberdade e segurança. CONJUGALIDADE VERSUS PARENTALIDADE • Estatuto da criança e do adolescente (ECA) • Regulamenta o artigo 227 e exige a reformulação de condutas cristalizadas em todos os seguimentos sociais. • amplia os direitos da infância e da adolescência. GUARDA COMPARTILHADA • A lei 11.698/2008 estabelece uma nova compreensão do modelo de família e permite repensar os papéis do pai e da mãe na criação dos filhos. • responsabilização conjunta. ALIENAÇÃO PARENTAL • A lei n. 12.318/2010 descreve a alienação parental como a interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente, promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou outros que tenham a guarda (repudiar um genitor, impedir a manutenção de vínculos). FORMAS DE ALIENAÇÃO PARENTAL 1. Realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no exercício da paternidade ou maternidade; 2. Dificultar o exercício da autoridade parental; 3. Dificultar contato de criança ou adolescente com genitor; 4. Dificultar o exercício do direito regulamentado de convivência familiar; 5. Omitir deliberadamente ao genitor informações pessoais relevantes sobre a criança ou adolescente, inclusive escolares, médicas e alterações de endereço; 6. Apresentar falsa denúncia contra genitor, contra familiares deste ou contra avós, para dificultar a convivência deles com a criança ou adolescente; 7. Mudar o domicilio para local distante sem justificativa, visando dificultar a convivência da criança ou adolescente com o outro genitor, com familiares deste ou com avós.
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