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Resumo de Toda a Filosofia do Ensino Médio

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Resumo Filosofia
Mitos (cosmogonia):
- Unificava as Pólis apesar de suas diferenças.
- Deuses semelhantes aos homens.
- Função propedêutica. 
Filosofia = amor à sabedoria na busca pela elaboração de um discurso racional (logos).
Causas para o surgimento da filosofia na Grécia Antiga:
- Pólis democrática com debates entres os cidadãos na Ágora.
- “Ócio produtivo” proporcionado pela escravidão.
- Visão antropocêntrica da cultura.
- Interação com outros povos mediante o comércio marítimo.
Sofistas: Relativismo - não existia uma verdade, Protágoras afirmava: “homem é a medida de todas as coisas”. Visavam ao lucro, por isso trocavam o discurso conforme seus ouvintes.
Pré-socráticos (cosmologia): eram estudiosos da natureza (physis), buscavam por um elemento primordial (aché) a partir do qual se explicaria todas as coisas:
- Tales de Mileto – Água
- Anaximandro – Ápeiron (o infinito, o indeterminado)
- Pitágoras – Números
Discussão de Base Ontológica (essência do ser) em oposição:
- Heráclito – Transformação
- Parmênides – Unidade inabalável
Sócrates: Condenado à morte por corromper a juventude negando a existência dos deuses.
- Crítica aos sofistas
- Defesa da busca da verdade por meio do reconhecimento da ignorância - "conhece-te a ti mesmo", “Só sei uma coisa. E é que nada sei”
- Questionamento das convicções sociais, em discussões, por meio da ironia, com o objetivo de derrubar preconceitos e formar, nas pessoas, novas ideias (maiêutica).
Platão: Dualismo, todavia o mundo das ideias sobrepunha-se ao sensível:
- Mundo Inteligível (das ideias). Por meio da conversão do sensível ao inteligível (Mito da Caverna) através da dialética, seria possível recuperar as verdades que estão pré-estabelecidas dentro de nós (inatismo), evento chamado de reminiscência (lembrança).
- Mundo Sensível: opinião, mundo enganoso gerado por nossos sentidos (dentro da caverna).
Mundo Sensível (opinião) 2- Reminiscência (filosofia) 3- Mundo das Ideias (verdade)
- Defende os filósofos como governantes: todas as pessoas deveriam estudar e fazer testes, os homens que passassem em todos eles estariam prontos para governar, os que não, seriam, conforme seus desempenhos, agricultores, comerciantes, militares, etc.
Aristóteles: Crítico de Platão. Racionalismo. “Se Platão propõe a existência de dois mundos e que é possível passar de um para outro, ele admite que ambos têm intersecções, e, nesse caso, não se tratam de dois mundos – e a teoria platônica cai por terra. De maneira oposta, se não existirem relações entre os dois mundos, torna-se impossível passar de um para o outro”.
- A sensação não é a mentira, como dizia Platão. É a partir das experiências que estabelecemos relações entre os dados sensoriais e aquilo que está na memória e, assim, elaboramos conclusões, podendo-se chegar à episteme (conhecimento).
- Elogio da mediocridade, moderação.
- Disse que “o homem é um animal político”, isto é, um ser que, por ter o discurso racional (logos), só pode ser compreendido dentro da comunidade: “uma andorinha não faz verão”.
	Platão exaltando o mundo das ideias e Aristóteles o mundo sensível.
Helenismo: marcado pela miscigenação de povos (gregos, egípcios, persas, hebreus, mesopotâmicos e hindus) após vários conflitos. Com isso, essa corrente preocupa-se centralmente com a ética, aqui entendida como a “arte de viver”. A partir daí, deixa-se de lado a política e procura-se alcançar a felicidade por meio da ataraxia (paz).
Estoicismo (Sêneca, Epiteto, Marco Aurélio):
- A felicidade está no conhecimento adquirido por meio da contemplação do mundo.
- Determinismo cósmico: Para cultivar a ataraxia, deve-se preocupar-se apenas com o que se pode modificar, usando, para tanto, a ética.
Epicurismo: o homem age eticamente ao dar vazão a seus desejos e necessidades naturais de forma moderada, é isso que lhe garante a ataraxia, porque “aprender e gozar andam juntos”.
Ceticismo (Pirro): a melhor maneira de obter a ataraxia é por meio da suspensão de todo o juízo quando se estiver diante da impossibilidade de obter alguma certeza.
Cinismo (Antístenes): desprezo a quaisquer convenções e obrigações da sociedade.
Filosofia Medieval: período marcado pela fusão das culturas bárbara e romana, buscava conciliar a fé e a razão sem torna-las opostos, ou seja, unindo-as.
Patrística (Platão): A verdadeira sabedoria e felicidade não se encontram neste mundo (defesa do mundo das ideias). Para alcançá-la, a Teoria da Iluminação de Santo Agostinho diz que todos possuem uma centelha divina (inatismo) que nos permite entender as verdades eternas (reminiscência), mas, para isso, não basta a razão, é mister entregar-se à Deus, ou seja, a fé precede a razão. A ruindade do mundo não foi criada por Deus, ela é a ausência dele.
Escolástica (Aristóteles): São Tomás de Aquino tenta comprovar a existência de Deus por meio da razão na Teoria do Primeiro Motor, ou seja, Deus é causa primeira para todas as coisas e movimentos. Defendia a monarquia, desde que subordinada à Igreja, para unir a sociedade em torno de um único governante e guia-la ao bem comum. A razão precede a fé.
Renascimento: Transição do feudalismo para o capitalismo, do poder da nobreza para a burguesia. Absolutismo. Expansão Ultramarina. Antropocentrismo. Resgate do mundo clássico, mas, desta vez, sem uma visão cristã.
Maquiavel: Divide a ética em duas: a cristã e a política, a segunda inclui, se for necessário para o governante, ser mau com o objetivo de contornar as implicações do fato de os homens serem naturalmente maus e guiados por interesses. Assim, para esse governante, é melhor ser temido do que amado. Logo, a corrupção de um Estado é fruto da corrupção dos súditos.
Descarte (Platão): As verdades residem em nossa consciência. Para obter alguma certeza criou a Dúvida Cartesiana (racionalismo) para contornar a ilusão dos sentidos, a confusão entre o mundo externo e os sonhos e o gênio maligno (demônio enganador dos homens). “Penso, logo existo”, o pensamento seriam ideias inatas (nascimento), adventícias (sensível) e factícias (inteligível). Prova a existência de Deus e do mundo por meio das ideias inatas na medida em que, se o homem possui o ideal de perfeição, então Deus o teria colocado nele.
Francis Bacon (Aristóteles): Visava a uma reforma filosófica que garantisse o progresso das ciências contra a escolástica, assim, fez do empirismo e o método indutivo uma ponte para o verdadeiro saber e denominou de ídolos os preconceitos que conduziriam ao erro. Ex.: Id. da Tribo – natureza humana, da Caverna – indivíduo, do Foro – sociedade, do Teatro – doutrinas.
Thomas Hobbes: O homem tem desejo pelo poder e é movido por interesses. Defende o absolutismo em um contrato social como forma de cessar o estado de natureza caótico e o medo do homem (o homem é o lobo do homem) protegendo seus súditos. Ao perder a liberdade política, ganha-se outras liberdades.
Iluminismo: Levar a razão, a luz, onde haveria a ignorância, as trevas. A luz representava a filosofia, e as trevas, o que chamaram de “Antigo Regime”, permeado pelo dogmatismo, pelo autoritarismo, pelo mercantilismo e pela sociedade de privilégios sociais. Chamar o mundo de “Antigo” expressava uma vontade de mudá-lo, trazer à tona a autonomia do indivíduo, a saída da menoridade. Precursão de pensamentos liberais burgueses capitalistas.
Voltaire: Liberalismo burguês. Crítico da Igreja Católica e da Monarquia Francesa. “Acreditem em Deus, mas não nos padres”. “Não concordo com uma palavra do que dizeis, mas defenderei até a morte o direito de dizê-la”. Defesa de reis filósofos: despotismo esclarecido.
Montesquieu: Define leis como decorrência da realidade social e histórica de um povo que mantem um sentido, um “espírito”. “Todo homem que tem poder é tentado a abusar dele, por isso, é preciso que, pela disposição das coisas, o poder freie o poder” o que o leva a propor a tripartição dos poderes: Executivo (governo), Legislativo (lei) e Judiciário (tribunal).
David Hume: Empirismo exacerbado. Inspiração doceticismo: suspeitava do “óbvio” pois, segundo ele, todo pensamento se inicia com as sensações (tábula rasa), e elas seriam os únicos fatos comprováveis. Porém, a partir delas, construiríamos sofismas (“raciocínio enganoso”), porque nosso conhecimento não estaria na razão, mas, sim, no hábito, na repetição. Por consequência, a ciência é resultado de indução; não havendo conhecimento certo e definitivo tudo vira uma questão de probabilidade.
Rosseau: Crítica à propriedade privada. Em seu Estado de Natureza, o homem seria livre e virtuoso (“bom selvagem”), não havendo bem ou mal, pois a moral é uma convenção social. A passagem desse Estado para a sociedade acabou por distanciar o homem de sua essência, o condenando a todos os tipos de inveja, cobiça e horrores. Para solucionar isso, Rosseau propôs a democracia, em prol da vontade geral do povo, por meio de um Contrato Social.
John Locke (Aristóteles): Empirista (tábula rasa). Estado de Natureza do homem é de perfeita liberdade, sendo todos os homens iguais em poder e capazes de gozar dos chamados Direitos Naturais: vida, liberdade, igualdade e propriedade privada. O governo surge para garantir os direitos naturais, todavia, caso contrário, uma vez que todo poder político emana do povo, a revolução armada é legitima (liberalismo político).
Kant: O mundo real, que Kant chama de o mundo dos númenos (coisa em si) é inalcançável. O conhecimento não é o real, mas sim o objeto interpretado pelo pensamento aliado a formas e conceitos a priori. Conciliou e superou o debate entre o empirismo e o racionalismo.
Contemporaneidade: marcada pelas revoluções Francesa e Industrial.
Marx: Um conceito fundamental do marxismo é o materialismo histórico-dialético. As relações de produção econômica formam a infraestrutura da sociedade e, sobre essa base, ergue-se a superestrutura - formas do Estado e da consciência social (religião, leis, política, moral etc.). Ou seja, é a partir do contexto econômico que se pode entender a sociedade. Segundo Marx, as transformações da sociedade aconteceriam devido às lutas entre as diferentes classes sociais. Lei da Negação da Negação: tese, antítese, síntese.
Nietzsche (“ceticismo”): Niilismo refere-se ao vazio de nossos valores e conceitos – nossos ídolos. A história da filosofia é a história do triunfo da razão contra a “afirmação da vida”. Contribuindo igualmente para isso, os cristãos defendem uma “moral de rebanho” (ou “dos escravos” – sentido psicológico) contra uma “moral dos senhores”, de tal forma que a primeira, diferentemente da segunda, nega o desejo. Assim, a mediocridade do rebanho venceu, todavia, para Nietzche, a moral cristã é hostil à vida na medida em que sufoca nosso impulso criativo insaciável. “Permanecei fiéis à Terra e não acrediteis no que vos falam de esperanças supraterrestres! Envenenadores são eles”. Então, para evitar a domesticação do homem e o cerceamento da criatividade, como proposta de intervenção, Nietzsche propõe a investigação da origem dos valores, em vez de simplesmente aceitá-los. Com isso, descobre que os valores do mundo estão baseados em nada – niilismo (“a morte de Deus”).
Schopenhauer (“cinismo”, “kant”): Tudo o que existe para mim é o que eu percebo a partir de formas a priori de consciência (tempo, espaço etc.), pois o real é impenetrável ao nosso conhecimento, o qual atinge apenas representações que se interpõem entre nós e o real.
Vontade é o fundamento do querer viver, o homem não é um ser unificado e racional, que age conforme os interesses, mas um ser fragmentado e passional, que age influenciado por forças que fogem de seu controle, mas estamos a todo momento buscando realizar essa Vontade que é insaciável: “o desejo, por sua natureza, é dor: sua realização traz rapidamente a saciedade e a sua posse mata todo o encanto”. Em contrapartida, se matássemos toda a nossa vontade, nosso destino seria inevitavelmente o tédio. Eis a condição trágica da vida humana, definitivamente, o homem não nasceu para ser feliz.
Como solução, Schopenhauer propõe a arte e a experiência estética como uma maneira de mitigarmos o sofrimento: na música se ouve a vontade, a essência da vida, se expressando - “A música é a vitória do sentimento sobre o conhecimento”. Além disso, inspirado na ideia oriental do nirvana, Schopenhauer prevê a força da intelectualidade para amainar a Vontade, negando o querer, neutralizando os desejos: “Sem a negação completa do querer, não há salvação verdadeira, libertação efetiva da vida e da dor”.
Sartre: Existir e refletir são a mesma coisa, porém, a consciência humana não tem uma finalidade a priori para sua vida. Portanto, o que resta ao homem é sua liberdade. Então, é durante a própria existência que o homem define, de alguma forma, o que ele é: “a existência precede a essência”. Dessa forma, por conseguinte, a angústia vem da própria consciência da liberdade e da responsabilidade em usá-la de forma adequada: “O homem está condenado a ser livre”. Sartre chama de má-fé a atitude daqueles que, renunciando à própria liberdade, não são sujeitos, mas objeto da própria vida (Igreja, tradição, costume).

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