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AULA DE REVISÃO PARA A AV1 Disciplina: Direito Processual Civil II Docente: Ana Ketsia B. M. Pinheiro Faculdade Estácio de Sá - FAL FASE POSTULATÓRIA: Vai do ajuizamento da ação até a apresentação de resposta pelo réu, com atos de conteúdo postulatório. Inicia-se com a petição inicial até a resposta do réu (contestação, reconvenção) Modificação do Pedido Novo CPC, art. 329. O autor poderá: I - até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir, independentemente de consentimento do réu; II - até o saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir, com consentimento do réu, assegurado o contraditório mediante a possibilidade de manifestação deste no prazo mínimo de 15 (quinze) dias, facultado o requerimento de prova suplementar. DA IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO Novo CPC, art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar: I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça; II - acórdão proferido pelo STF ou pelo STJ em julgamento de recursos repetitivos; III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local. Audiência de Conciliação no NCPC: Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima de 30 dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 dias de antecedência. § 1o O conciliador ou mediador, onde houver, atuará necessariamente na audiência de conciliação ou de mediação. § 2o Poderá haver mais de uma sessão destinada à conciliação e à mediação, não podendo exceder a 2 meses da data de realização da primeira sessão, desde que necessárias à composição das partes. § 3o A intimação do autor para a audiência será feita na pessoa de seu advogado. § 4o A audiência não será realizada: I - se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual; II - quando não se admitir a autocomposição. § 5o O autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse na autocomposição, e o réu deverá fazê-lo, por petição, apresentada com 10 (dez) dias de antecedência, contados da data da audiência. § 6o Havendo litisconsórcio, o desinteresse na realização da audiência deve ser manifestado por todos os litisconsortes. § 7o A audiência de conciliação ou de mediação pode realizar-se por meio eletrônico, nos termos da lei. § 8o O não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência de conciliação é considerado ato atentatório à dignidade da justiça e será sancionado com multa de até dois por cento da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da União ou do Estado. § 9o As partes devem estar acompanhadas por seus advogados ou defensores públicos. § 10. A parte poderá constituir representante, por meio de procuração específica, com poderes para negociar e transigir. Na audiência de conciliação ou mediação - prevista no NCPC para ocorrer antes da resposta do réu - o não comparecimento deste gera revelia automática? Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15 (quinze) dias, cujo termo inicial será a data: I - da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver autocomposição; DA RESPOSTA DO RÉU Regularmente citado, o réu deverá oferecer sua resposta. Nessa fase, o réu poderá tomar três atitudes: 1. Manter-se Inerte 2. Reconhecer a Procedência do Pedido do Autor 3. Responder à Demanda Por meio da contestação, exceção e reconvenção. Prazo para Resposta do Réu Regra geral: 15 dias (NCPC, art. 297) Em algumas hipóteses, entretanto, a lei permite o prazo em dobro (ex.: Fazenda Pública, NCPC, art. 183, litisconsórcio passivo em que os litisconsortes estiverem representados por patronos diferentes, de escritórios diferentes, segundo NCPC, art. 229). Esta regra de prazo não se aplica ao processo eletrônico! Espécies de Respostas 1. Contestação Classificação das defesas A defesa pode ser: defesa de mérito (substancial) e defesa processual (preliminar). Onde estão situadas, no CPC, as matérias que devem ser arguidas em defesa processual? Conteúdo da Contestação a) Regra da eventualidade Novo CPC, art. 336. Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir. b) Regra da impugnação específica Os fatos que não forem impugnados serão considerados verdadeiros. Art. 341. Incumbe também ao réu manifestar-se precisamente sobre as alegações de fato constantes da petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não impugnadas, salvo se: I - não for admissível, a seu respeito, a confissão; II - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considerar da substância do ato; 2. Reconvenção Visa garantir que o réu deduza uma pretensão de mérito em face do autor. É verdadeira ação do réu contra o autor. Pode ser ajuizada contra terceiro? Art. 343. Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa. § 3o A reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro. • A reconvenção não substitui a contestação (NCPC, art. 343, § 6º). • Sendo a reconvenção uma outra ação, a extinção do processo sem julgamento do mérito, no que se relaciona ao pedido do autor, em nada afeta a relação processual decorrente do pedido reconvencional (art. 343, § 2º). Revelia (ou contumácia) A revelia é o fenômeno processual que acarreta a presunção relativa de veracidade dos fatos apresentados pelo autor. Uma vez decretada a revelia presume-se a confissão ficta do réu. IMPORTANTE! No rito comum a revelia é a ausência de contestação no prazo de 15 dias (NCPC, art. 335), conforme se depreende do art. 344 do NCPC. Já no rito sumaríssimo (Juizados Especiais Cíveis), a revelia se caracteriza pela ausência do réu em qualquer audiência, na forma do art. 20 da Lei 9.099/95. Efeitos da Revelia Uma vez decretada a revelia pelo juiz, esta produzirá efeitos dentro do processo. Os efeitos da revelia são classificados em materiais e processuais: a) Os efeitos materiais (NCPC, art. 344), que estão diretamente relacionados ao direito material objeto do processo, dizem respeito à confissão ficta. Importante destacar que a presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor é relativa pois admite conclusões outras de acordo com a prova dos autos. b) os efeitos processuais dizem respeito à repercussão da revelia no âmbito processual. O primeiro diz respeito a ausência de intimação do réu para os demais atos da demanda (art. 346 do NCPC); O segundo efeito processual é a possibilidade de julgamento antecipado da lide na forma do art. 355, II, do NCPC. Revelia relevante e irrelevante Quando a decretação da revelia produzir normalmente seus efeitos processuais e materiais, ela é chamada de relevante. No entanto o CPC enumera alguns casos em que, diante da importância do direito material deduzido no processo, mesmo ocorrendo a revelia e sua decretação pelo juiz esta não produzirá nenhum efeito. Esta revelia é denominada de irrelevante As hipóteses de reveliairrelevante estão enumeradas no art. 345 do NCPC: • Os casos de pluralidade de réu em que um deles contesta a ação; • O caso dos direitos indisponíveis; • Quando falta instrumento público indispensável à prova do ato alegado na inicial, como a ausência de escritura de compra e venda quando se discute a propriedade. Questão: A presunção de veracidade, decorrente da revelia é absoluta e insuperável? Quais as matérias do art. 337 do NCPC, que o juiz poderá conhecer de ofício? § 5o Excetuadas a convenção de arbitragem e a incompetência relativa, o juiz conhecerá de ofício das matérias enumeradas neste artigo. Importante!!! NCPC, art. 337, § 6o A ausência de alegação da existência de convenção de arbitragem, na forma prevista neste Capítulo, implica aceitação da jurisdição estatal e renúncia ao juízo arbitral. Passada a fase inicial (postulatória), passa-se à fase seguinte (FASE DE SANEAMENTOOU ORDINATÓRIA) PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES São medidas que o juiz, eventualmente, deve tomar logo após a resposta do réu e que se destinam a encerrar a fase postulatória e a preparar a fase saneadora. Quais são essas providências? ordenará que o autor especifique as provas que pretenda produzir, se ainda não as tiver indicado (NCPC, art. 348); Determinará a ouvida do autor (Réplica do Autor), em 15 dias, sobre fato impeditivo, modificativo ou extintivo de seu direito, invocado pelo réu na contestação (NCPC, art. 350); Determinará a ouvida do autor (Réplica do Autor) em 15 dias, sobre as preliminares do art. 337, quando arguidas pelo réu, podendo o autor produzir provas (NCPC, art. 351; ou Mandará suprir em prazo nunca superior a 30 dias as irregularidades ou nulidades sanáveis que encontrar (NCPC, art. 352). Revelia e provas Da falta de contestação há um salto da fase postulatória para a fase decisória, e o juiz fica autorizado a proferir o julgamento antecipado da lide (NCPC, art.355). Mas há casos em que, mesmo sem a resposta do réu, o autor não se desobriga de provar os fatos jurídicos que servem de base à sua pretensão. Quando isto se dá o juiz, após o prazo de contestação, profere despacho mandando que o autor especifique as provas que pretende produzir na audiência (NCPC, art. 348). Ônus da Prova Novo CPC, art. 373. O ônus da prova incumbe: I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. § 1o Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. § 2o A decisão prevista no § 1o deste artigo não pode gerar situação em que a desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil. § 3o A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por convenção das partes, salvo quando: I - recair sobre direito indisponível da parte; II - tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito. § 4o A convenção de que trata o § 3o pode ser celebrada antes ou durante o processo. Distribuição dinâmica do ônus da prova no Novo CPC Dentre as novidades trazidas pelo NCPC no campo das provas cíveis, importantíssima é a consagração da teoria da distribuição dinâmica do ônus da prova, agora positivada no artigo 373, §1º do Novo Código. Segundo essa teoria, o ônus da prova incumbe a quem tem melhores condições de produzi-la, diante das circunstâncias fáticas presentes no caso concreto. Não se trata, porém, de algo novo no ordenamento jurídico brasileiro. O Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/90) indicou expressamente como direito básico do consumidor a “facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências” (artigo 6º, inciso VIII).
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