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Gestão de Contratos

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Gestão de Contratos
Aula 1 – 66,7
Introdução
O Direito Contemporâneo considera contrato como instrumento que possui uma função social e econômica bem definidas. Não é ele uma ferramenta que cuide de algo abstrato, mas, ao contrário, considera as diferenças e as diversas necessidades das partes contratantes. Com o advento dos contratos de adesão, que têm cada vez mais repercussão nos dias atuais, as relações reguladas por eles precisam ser bem definidas, e qualquer alteração resulta em modificação de sua interpretação.
O Direito evolui com o tempo e tal fato faz com que a renovação dos estudos jurídicos seja algo necessário. Essas renovações servem para mantê-lo atualizado, de acordo com a realidade em que se vive.
Há os subsídios trazidos pela: Sociologia, Política e Economia
Sendo o contrato o principal instrumento jurídico e também a mais comum e mais importante fonte de obrigações, devido às suas múltiplas formas e repercussões no mundo jurídico, achamos importante conceituar o que seja o contrato. 
Mas falar de um conceito para o que seja contrato é tarefa complexa, e ele sofre variações de acordo com o tempo e o contexto em que ele esteja inserido.
Orlando Gomes nos ensina que “o contrato é uma espécie de negócio jurídico que se distingue, na formação, por exigir a presença de pelo menos duas partes. Contrato é, portanto, negócio jurídico bilateral ou plurilateral.”
Podemos afirmar que houve diversos fatores que concorreram para a modificação do conceito de contrato, se compararmos os tempos do Liberalismo e a contemporaneidade, a qual fez surgir uma nova teoria geral para os contratos.
A palavra contrato pode ser empregada em dois sentidos:
Amplo - Refere-se a todo negócio jurídico que se forma pelo concurso de vontades.
Restrito - Refere-se a todo negócio Jurídico que gera efeitos jurídicos, independente de manifestação de vontade das partes, pois encontram-se previstos em lei. Ex: Modificação, Extinção, etc.
>> Contrato também pode se referir ao instrumento em que o negócio jurídico se formaliza, podendo ser uma escritura pública, um escrito particular ou ainda um recibo.
Quanto às concepções de contrato, em relação ao seu conteúdo, temos duas posições antagônicas:
CONCEPÇÃO SUBJETIVA - Com relação ao conteúdo do contrato, diz que ele é fonte de relações jurídicas e seu conteúdo é composto pelos direitos e obrigações das partes.
CONCEPÇÃO OBJETIVA - Considera o conteúdo do contrato como sendo composto por preceitos. Suas disposições têm substância normativa e visam vincular a conduta das partes. É fonte de norma jurídica, ao lado da lei e da sentença.
O contrato pressupõe declarações de vontade que têm de ser coincidentes. A vontade de uma das partes sempre precede a outra.  
Parte que propõe algo (proposta ou oferta) – Proponente ou Policitante
Parte que faz a aceitação daquilo que foi proposto – Aceitante ou Oblato
O contrato escrito é composto por duas partes:
Preâmbulo - No preâmbulo mencionam-se a qualidade das partes, o objeto do contrato e as razões que determinaram a sua proposição ou o objetivo dos contratantes.
Contexto - No contexto encontramos as cláusulas contratuais.
Manifestações de vontade
As declarações podem se dar das seguintes formas:
Verbal, escrita ou simbólica (declaração mímica e a declaração por sinais)
Direta ou indireta
Expressa, tácita ou presumida
Resilição, rescisão e distrato
Resilir um contrato é, tecnicamente, cortar o vínculo contratual entre as partes devido a várias causas específicas. É a dissolução do contrato por simples declaração de vontade de uma ou das duas partes contratantes.
Rescindir um contrato é dissolvê-lo, rompê-lo devido a uma lesão.
O distrato consiste de uma resilição bilateral, ou seja, as próprias partes contratantes deliberam dissolvê-lo mediante negócio extintivo. Por meio do distrato as partes rompem o vínculo contratual, extinguindo a relação jurídica.
Cessação de contratos e seus efeitos
Em princípio, a morte de uma das partes não constitui causa para dissolução de contrato. A regra mors omnia solvit não se aplica no direito contratual. Isso só ocorre nos contratos intuitu personae. Nos demais casos, as obrigações do contrato transmitem-se aos herdeiros do de cujus. Os efeitos da morte sobre o contrato não se reduzem à sua extinção ou à substituição da parte por seus sucessores. Estes podem resilir o contrato, pedir a restituição da coisa ou ainda exercer direitos especiais contra a outra parte.
Aula 2 – 100,0
Uma boa gestão de contratos assegura, dentre outras coisas:
O bom funcionamento da dinâmica da empresa;
A redução de desperdícios e de tempo para realizar ações necessárias na empresa;
A satisfação dos clientes;
A boa organização de todos os processos que fazem com que a “engrenagem“ da empresa seja acionada sem grandes problemas.
Para estes são sempre pensadas soluções para tais percalços de ordem organizacional. Esse gerenciamento de ações e de seus instrumentos legais, os contratos, se mostra cada vez mais importante para o bom desenvolvimento e funcionamento empresarial.
Porque controlar os contratos
As empresas utilizam o contrato para fundamentar suas relações comerciais, e por isso, precisam ter controle total₁ de seu teor, assim como também de todas as ações que se achem por ele reguladas.
A necessidade de um aprimoramento das atividades e obrigações de uma empresa para com seus clientes e mercado fez com que a gestão de contratos passasse a ser considerada com uma abrangência corporativa, envolvendo todos os funcionários nela inseridos, deixando, assim, de ser considerada como um tipo de gerenciamento meramente departamental.
Todos dentro da empresa devem estar envolvidos nesse processo organizacional, a fim de fazerem com que aquilo que regem esteja em conformidade com o que o cliente espera.
Porque controlar os contratos
Uma nova disciplina de negócios foi criada com a divulgação de um relatório, em 2005, pelo Aberdeen Group, o qual indicava a gestão do ciclo de vida dos contratos empresariais, conhecida como CLM (Contract Lifecycle Management).
A definição para CLM é a de que tal termo se refere à gestão da criação do contrato, a execução e a análise do mesmo como sendo um processo sistemático e conectado, para o propósito de maximizar a performance operacional e financeira, além de também minimizar riscos para a empresa.
Apesar de algumas empresas ainda desconhecerem a abordagem dessa nova gestão, parece-nos que sua observância deva ser feita com brevidade, haja vista os resultados benéficos trazidos pela adoção da mesma.
Mas por que é tão importante controlar os contratos? - A resposta é simples: eles envolvem capital e risco, logo, seu controle diz respeito à vida financeira da empresa e também à sua visibilidade perante o mercado e seus clientes.
A gestão de contratos começou a ser discutida nos Estados Unidos na última década do século passado.
No Brasil é algo bem recente e seus primeiros registros datam de 2006.
1 - Falar da importância de tal controle é algo que já começava a ser discutido desde a última metade do século passado. Com o movimento crescente de melhoria dos processos dentro de grandes organizações, pudemos observar que algumas empresas americanas começaram a implantar novos modelos de gestão de contratos empresariais, com foco na melhoria de performance, na redução de riscos e no aumento de conformidades.
A preocupação de alguns profissionais e empresas brasileiras com a melhoria da gestão de contratos fez surgir a Associação Nacional de Gestores de Contratações – ANGC
Duas pesquisas foram feitas pela ANGC até o momento, apontando itens importantes com informações acerca do que ocorre nas empresas:
Na primeira descobriu-se, dentre outras informações, que mais de 90% das empresas usam e-mail para fazer sua gestão de contratos, e que os dois principais desafios dos gestores se concentram no controle de prazos para contratação e integração das partes envolvidas. Além disso, verificou-seque as atividades administrativas do contrato ocupam cerca de 10% do tempo de sua vigência.
A segunda pesquisa conduzida pela ANGC focou empresas que responderam sobre seus contratos de TI e apontou como principais desafios o controle de SLA, sendo que:
34% dessas empresas não faz qualquer controle dos SLAs de seus contratos.
Mais de 75% delas não utiliza nenhuma metodologia para fazer a gestão de seus contratos.
Quando nos referimos à gestão de contratos precisamos lembrar da real motivação que faz com que as empresas avaliem as melhorias conseguidas através dessa forma de gerenciamento de ações. Tal gestão se traduz em práticas ou fatores de desempenho que podem ser encontrados em companhias líderes de mercado com padrão mundial.
Um dos modelos de gestão mais utilizados é o CLM – Contract Lifecycle Management, o qual tem seus processos de negócios e indicadores referenciados no CMBOK – NCMA.
Precisamos considerar o fato de que as empresas que decidem utilizar tais métodos modernos de gestão, tal como o método de Gestão Total de Qualidade (TQM – Total Quality Management), assim o fazem por saber que melhorias significativas em seus processos gerenciais aplicados em diversas áreas e departamentos que as compõem são, de fato, auferidos. Há credibilidade comprovada em sua adoção.
Modelos de Gestão
Surgem, no entanto, questões importantes no que diz respeito à conscientização e consequente convencimento de todas as empresas acerca do fato de que a gestão precisa acompanhar o dinamismo da vida atual:
Como fazer com que as empresas se conscientizem e mudem as práticas utilizadas atualmente para outras mais novas e mais eficazes?
Como trabalhar tal conscientização no sentido de manter os processos internos da empresa adequados ao novo ambiente externo que tem um dinamismo constante?
Como entender e explorar as novas possibilidades organizacionais trazidas pela evolução da Tecnologia da Informação - TI?
Estudiosos da Administração criaram modelos e métodos para que tal conscientização e implementação de um modelo de gestão atual por parte das empresas possa acontecer. A apresentação dos mesmos é feita com formatação de um desenho, o qual mostra a estruturação dos processos organizacionais.
Listamos a seguir os sete itens que integram a estrutura de um processo bem desenhado e seus correspondentes objetivos:
Atores - Regras necessárias para executar as atividades descritas no processo.
Critérios de Entrada - Condições que precisam ser atendidas antes que as atividades do processo se iniciem.
Entrada - Documentos ou produtos que precisam estar disponíveis ou referenciados antes que as atividades do processo possam ter início (incluem-se aqui os contratos).
Passos - Sequência passo a passo do processo.
Saídas - Documentos ou produtos que serão produzidos pelas atividades do processo.
Critérios de Saída - Condições que existirão, tão logo o processo seja concluído.
Medições - Qualquer medição que precisa ser coletada, uma vez que o processo seja completado.
Frameworks de trabalho
Um processo de gestão deve ser retratado de forma objetiva e concreta. No entanto, ele deve ter uma certa flexibilidade, a fim de que a cultura e os valores corporativos sejam mantidos.
Como já mencionamos anteriormente, tais modelos se baseiam em compilações feitas de outros processos de gestão que tenham registrado as melhores práticas e melhores resultados e, por isso, tornaram-se referências a serem seguidas. 
Essas melhores práticas geram, dentro de cada área específica, o que chamamos de frameworks de trabalho.
E por que devemos estudar esses frameworks quando falamos de gestão de contratos? - A resposta é simples: em geral, todos esses frameworks abordam o tema de contratos, que está sempre relacionado às atividades empresariais.
Como exemplos de framework podemos citar:
PMBOK – Project Management Base of Knowledge, destinado à área de Gestão de Projetos.
CMMI – Capability Maturity Model Integration, direcionado para fomentar o sucesso da gestão de Projetos no desenvolvimento de sistemas de informação;
ITIL – Information Technology Infrastructure Library, desenhado para atender a requisição de melhores práticas para gestão de operações e serviços de TI.
CMBOK - Contract Management Base of Knowledge, voltado especificamente para a gestão de contratos.
CLM - Metodologia de gestão que trata do ciclo de vida dos contratos
É importante lembrar que, para melhorar o controle e o resultado de contratos de acordo com as novas dinâmicas empresariais, o gestor precisa repensar o modo como trabalha com tais documentos, desde o momento de sua criação, evoluindo para a fase de assinatura e culminando na fase de sua execução. 
O CLM envolve todo tipo de contrato, seja ele referente à aquisição, comercial, propriedade intelectual e outros. É claro que tal abrangência engloba os três tipos básicos de contratos mais usados em ambiente público ou privado, a saber:
o contrato de preço fixo
o de custo reembolsável
o de tempo e material
Quantas e quais são as fases que compõem o ciclo de vida dos contratos?
FASE FORMAL - Abrange o período de sua requisição até a sua assinatura.
FASE DE EXECUÇÃO - Se dá após a assinatura do contrato até o seu encerramento.
Quantas e quais as etapas envolvidas nessas duas fases de vida do contrato?
Definição - Trata das políticas da contratação, documentos constitucionais, alçadas e demais elementos que influenciam a criação do contrato.
Pré-contratação - Aqui são tratados os elementos preliminares ao contrato, tais como, requisição de produto/serviço, pesquisa de mercado, seleção do tipo de contrato e definição de estratégia de aquisição.
Contratação - Abrange atividades voltadas para se chegar à assinatura do contrato (preparação de requisições, avaliação de propostas, negociação, escolha de fornecedor, etc.
Pré-execução - Fase em que se dá a assinatura do contrato e aviso aos outros participantes sobre seu fechamento.
Execução - Consiste das atividades de administração do contrato para garantir sua performance e conclusão bem-sucedida.
Gestão bem-sucedida
Se o modelo de gestão, que segue um framework de trabalho, e que está relacionado às capacidades organizacionais, for aplicado, os resultados de negócios serão bem-sucedidos para fornecedores e vendedores de produtos, serviços e soluções integradas.
Aula 3 – 66,7
Gestão de contratos (parte 2)
Falar a respeito de gestão de contratos implica muito mais do que o conhecimento acerca de suas vantagens. É preciso saber que ferramentas podem ser utilizadas para fazer tal gerenciamento de forma eficaz, e isso vai depender das reais necessidades da empresa, além de lembrar que o trabalho em equipe é algo de extrema importância para se obter sucesso nos negócios empreendidos. Ademais, o trabalho oferecido deve ser feito de forma rápida e eficiente.
Esse trabalho em conjunto ilustra a comunicação de processos que é determinante entre diversos setores internos da empresa, assim como também envolve terceirizados, notadamente na área de TI, que têm cada vez mais importância em termos de gestão eficiente. Esse serviço terceirizado contribui com sua expertise para a feitura de tarefas que demandam conhecimento especializado acerca de tarefas específicas para se obter melhoria de produtos / serviços oferecidos aos clientes, além de facilitar a forma de sua gestão.
Observar o mercado e as necessidades dos clientes, planejar, executar, gerenciar e monitorar são ações que demandam do gestor constante atualização, não somente de necessidades, mas também acerca de formas como tal trabalho pode ser feito de maneira mais organizada, rápida e eficiente.
A escolha da ferramenta adequada vai variar de acordo com a necessidade e o orçamento que a empresa dispõe para fazer tal controle e gestão. A necessidade e o orçamento da empresa determinam as ferramentas utilizadas, a fim de que não haja redundância ou falta de integração entre elas.
Dentre as possíveis ferramentas ourecursos utilizados, destacamos três:
A guarda física de documentos - A guarda física de documentos objetiva manter contratos e outros documentos armazenados em conformidade com a legislação vigente e as políticas da empresa, além de permitir a utilização de recursos internos ou externos. Parece difícil de acreditar, mas, no Brasil, de acordo com o observado pela primeira pesquisa feita pela ANGC, são poucas as empresas que se preocupam com tal tipo de controle. De modo geral, tais documentos ficam guardados nas gavetas dos gestores, o que se mostra como uma prática que deve ser melhorada. É aconselhável que todos os profissionais envolvidos com contratos na empresa tenham visibilidade de seu portfólio de contratos, a fim de que possam acompanhar a gestão dos mesmos, assim como também saber sobre os possíveis riscos a eles associados.
O Sistema GED (Gerenciamento eletrônico de documento) - O Gerenciamento Eletrônico de Documentos permite acesso a documentos no formato digital e as empresas de guarda física de documentos costumam fornecer esse recurso. A Microsoft oferece um programa chamado SharePoint, o qual apresenta funcionalidades de workflow adicional.
O Sistema SCG (Sistema de Gestão de contratos) - O Sistema de Gestão e Contratos permite controlá-los desde o momento de sua criação até o recebimento/pagamento, demanda integração entre os sistemas da empresa e utiliza recursos como catalogação, controle de atividades / eventos e controle de acessos autorizados para permitir a aplicação de melhores práticas de gestão.
(SGC) pode ser considerado como aquele que permite um maior controle de documentos, além de proporcionar fácil localização e acesso por pesquisa despersonalizada (independe de uma pessoa específica), assim como também oferece rápido acesso a trilhas de auditoria. 
As principais ferramentas utilizadas para uma melhor gestão de contratos são as seguintes:
Interface Não transacional - Business Intelligence – BI , datawarehouse e Intranet.
Interface Transacional - ERP, BD Corporativo, Workflow, BD Eventos, BD Catálogo de Documentos e Gestão de Contratos.
É importante lembrar que quando o modelo CLM é aplicado na empresa, esta precisa ter todos os seus processos de negócios documentados e os Sistemas de Gestão utilizados devem apresentar total aderência a esses processos.
Outro ponto importante a ser destacado refere-se à colaboração que deve existir entre as várias áreas e profissionais que têm envolvimento com os contratos da empresa, além da conscientização acerca de suas responsabilidades. 
É preciso que tais agentes tenham ferramentas adequadas para fazer com que tal interação aconteça, de preferência com antecedência programada, o que pode acelerar o processo de negociação, ajudando a melhorar os níveis de fechamento de negócios na empresa.
Dependendo do Sistema adotado, o conhecimento acerca de eventos ou tarefas a serem executadas permite um controle real dos mesmos, promovendo maior eficácia às suas atribuições.
Automação de processos – Workflow
Para que a gestão de contrato seja eficiente é preciso criar um sistema onde tenhamos atividades pré-definidas e departamentos envolvidos.
Tal prática faz com que todas as partes que têm participação no negócio tenham visibilidade acerca de tudo o que ocorre nesse processo, e, em consequência, haja uma melhoria considerável no tipo de atividade que seja proposta.
O registro de ocorrências feito acerca de tais eventos tem muita importância, uma vez que auxilia todos aqueles envolvidos no contrato para consulta e futuras negociações
Podemos citar como exemplo para ilustrar tal workflow a elaboração de RFx para aquisição de produto / serviço.
Nesse caso, a empresa precisa observar duas fases bem definidas (Planejamento da Contratação e Preparação para a Aquisição), cujos processos estão especificados em Gerência de Aquisições, antes de proceder à assinatura do contrato.
As descrições detalhadas sobre o conjunto de processos são encontradas no PMBOK, que gerencia projetos.
Toda essa organização sistematizada ocorre antes da assinatura do contrato e traz inúmeros benefícios para a empresa:
Definição mais precisa acerca do produto / serviço a ser adquirido.
Evitando desgastes internos e externos com vendedores envolvidos, além de evitar retrabalho, que atrasa o bom andamento do processo.
Redução no tempo de aquisição e assinatura do contrato.
Permitindo o cumprimento de cronogramas de trabalho.
Dicas práticas para uma boa gestão de contratos na empresa
Utilize cláusulas contratuais de avaliação de condições de preço no mercado para evitar que ocorram mudanças indesejáveis de preços em contratos de longa duração.
Utilize contratos de curta duração (de 6 meses a um ano), pois eles motivam o aumento da performance contratual baseada em competição mais frequente.
Assuma um compromisso com um Programa de Desenvolvimento Profissional para Gestão de Contratos, pois tal prática requer colaboradores treinados, experientes e profissionais.
Crie uma Metodologia de Gestão de Contratos que descreva um processo lógico, organizado e flexível, pela qual a empresa compra ou vende produtos / serviços. Detalhe as etapas requisitadas, as regras e as responsabilidades de todos os envolvidos.
Utilize um sistema de Gestão de Contratos para, dentre outras coisas, reduzir o ciclo de tempo em seus processos de compra, cortar custos, aumentar produtividade e melhorar o serviço oferecido ao cliente.
Simplifique os padrões de Termos e Condições Contratuais. Use textos menos longos, com linguagem clara, concisa e de fácil entendimento, para que as partes envolvidas no contrato o entendam sem problemas. Lembre-se de que um contrato difícil de entender pode, muitas vezes, ser empecilho para obter uma negociação bem-sucedida.
Desenvolva e mantenha uma Central de Conhecimento de Gerenciamento de Contratos, que pode incluir uma base de dados que seja fácil de usar e que esteja ao alcance de todas as pessoas. Tal base de dados deve estar focada nos grupos de interesse da empresa a fim de compartilhar informações e conceitos com os colegas.
Para contratos de aquisição e comerciais, quando se fala em vendas, é preciso que haja profissionais gestores de contratos, que são experts no assunto.
Já para aquisição, é de extrema importância ter processos que comuniquem suas necessidades, selecionem fontes corretas, negociem um contrato bem-sucedido e confirmem a entrega no tempo correto. Grupos de trabalho são essenciais para o sucesso do negócio.
Aula 4 – 100,0
Contratos na Administração Pública
Contrato é “todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação utilizada.
O contrato administrativo é aquele firmado entre a Administração Pública e o particular, com a finalidade de regular a consecução de ações que apresentem objetivos de interesse público nas condições estabelecidas pela própria Administração.
Tais contratos são regulados pelas cláusulas e preceitos de direito público, e, de forma supletiva, também poderão ser a eles aplicados os princípios da teoria geral dos contratos e as disposições de direito privado.
Obrigatoriedade no contrato da Administração Pública
Se observam a concorrência, a tomada de preços e as dispensas e inexigibilidades, tem a Administração Pública a obrigatoriedade de firmar contratos para serviços prestados por terceiros;
O contrato passa a ser facultativo, podendo ser substituído por uma carta contrato, uma nota de empenho de despesa, uma autorização de compra ou uma ordem de execução de serviço;
O contrato é dispensável: nos casos de compra com entrega imediata e integral em que não resultem obrigações futuras, inclusive assistência técnica. Nesse caso, a Administração Pública é que decide qual dentre os documentos citados acima vai substituir o contrato.
Os contratos administrativos têmcomo partes integrantes:
O edital;
O projeto ou termo de referência;
Memórias / cálculos;
Planilhas de custos;
Cronogramas;
Normas internas, que poderão ser expedidas pelos órgãos administrativos e publicadas na Imprensa Oficial.
É importante destacar que as cláusulas que constam do contrato devem ser claras, objetivas, devendo definir o objeto, os direitos, as obrigações, as responsabilidades das partes contratantes, os encargos, e observando, de modo especial, as cláusulas necessárias e acessórias.
Cláusulas Necessárias - Também chamadas de essenciais, são aquelas que definem o objeto e estabelecem as condições para sua execução, enquanto as cláusulas acessórias, também chamadas de secundárias, são aquelas que podem ser omitidas do contrato sem invalidá-lo.
Cláusulas Exorbitantes - São aquelas que, de acordo com a Lei 8.666/93, excedem do direito comum para consignar uma vantagem ou uma restrição à Administração ou ao contratado. De acordo com Hely Lopes Meirelles, tal tipo de cláusula é absolutamente válida no contrato administrativo. Como exemplos podemos citar as cláusulas que possibilitam a alteração e a rescisão unilateral do contrato, dentre outras.
Modificação unilateral dos contratos administrativos / Modificação do contrato de acordo entre as partes
Modificação Qualitativa - Quando há modificação do projeto ou das especificações, com a finalidade de melhor adequação técnica de acordo com seus objetivos, ou seja, há uma modificação qualitativa, podendo também ocorrer variações de quantidade.
Modificação Quantitativa - Quando há alteração de valor contratual decorrente de acréscimos ou diminuições quantitativas do objeto.
Rescisão de contrato
A professora Maria Sylvia Di Pietro divide as hipóteses em que a Administração Pública pode rescindir unilateralmente o contrato em quatro grupos distintos.
1º Grupo - Se refere às situações relacionadas, dentre outras, à inexecução do contrato, à lentidão do seu cumprimento, a atrasos injustificados e paralisações atribuídas ao contratado.
2º Grupo - Refere-se à situações decorrentes de circunstâncias que afetam a pessoa do contratado, tais como: a decretação de falência ou a instauração de insolvência civil; a dissolução da sociedade ou o falecimento do contratado; e a alteração social ou a modificação da finalidade ou da estrutura da empresa, que prejudique a execução do contrato
3º Grupo - Refere-se a razões de interesse público, de alta relevância e amplo conhecimento, justificadas e determinadas pela máxima autoridade administrativa a que está subordinado o contratante.
4 Grupo - Advém da ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regularmente comprovada e que impede a execução do contrato.
Sanções Administrativas - Sanções somente são possíveis após a abertura de processo administrativo e depois de garantir prévia defesa à outra parte, e estão previstas nos artigos 86 a 88 da Lei 8.666/93, assim como também no artigo sétimo da Lei 10.520/02, no artigo 14, parágrafo único do Decreto 3.555/00 e artigos 21, parágrafo terceiro, e artigo 28, parágrafo único do Decreto 5.450/05.
Tais sanções compreendem:
• Advertência: Nos casos de advertência, multa e suspensão temporária, tem competência para aplicar as sanções administrativas a autoridade competente (ordenador de despesa) ou a quem ele delegar.
• Multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato;
• Suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a Administração por prazo de até dois anos;
• Declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública enquanto perdurarem os motivos da punição.
Já no caso de declaração de inidoneidade, a competência para aplicar as sanções é única e exclusivamente da autoridade máxima da instituição, como por exemplo o Ministro de Estado ou o Secretário Estadual ou Municipal.
Duração de contratos
Corresponde à vigência dos respectivos créditos orçamentários, significando que terão vigência dentro do período de exercício financeiro, de 1º de janeiro a 31 de dezembro, obedecendo ao princípio da anualidade a que é submetido o orçamento público.
É importante ressaltar que não é possível haver um contrato administrativo com prazo de vigência indeterminado
É possível haver prorrogação de contratos administrativos, de acordo com o artigo 57, inciso II da lei 8666/93
Prevê-se tal prorrogação quando se trata de projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas no Plano Plurianual, e caso haja interesse da Administração para assim fazê-lo, desde que a possibilidade de prorrogação tenha sido prevista no ato convocatório.
Também é possível prorrogar o contrato quando este se referir à prestação de serviços a serem executados de forma contínua, e que poderão ter sua duração prorrogada, com vistas à obtenção de preços e condições mais favoráveis para a Administração, limitada a sessenta meses.
A prorrogação do contrato também é possível quando há a referência de aluguel de equipamentos e a utilização de programas de informática, podendo se estender até o prazo máximo de 48 meses após o início da vigência do contrato.
So é possível a prorrogação de contratos administrativos se:
O contrato de serviços continuados poderá, em caráter excepcional, ser prorrogado por até mais doze meses após uma primeira prorrogação de 60 meses, se devidamente justificado e mediante autorização superior. 
Mas isso só é possível se ficar comprovado que tal necessidade de prorrogação não se deu devido à falta de planejamento ou desídia administrativa.
É necessária a demonstração de que todas as providências necessárias foram tomadas com prazo suficiente para a realização da licitação, antes do término da vigência do contrato que se encontra em vigor.
E o que vem a ser contrato emergencial?
Esse é um tipo de contrato administrativo que dispensa licitação, por se tratar de uma medida que tem de ser tomada rapidamente devido à falta de cobertura contratual dos serviços, de forma abrupta, serviços esses essenciais para o órgão e que demandam continuidade.
Tal situação decorre da falta de acompanhamento do gestor/fiscal ou por razões da empresa contratada.
Alterando contratos
Aditivo – Apostilamento
Quando há alteração unilateral do contrato em que haja aumento de encargos do contratado, a Administração deverá restabelecer o equilíbrio econômico-financeiro inicial através de aditamento, de acordo com o que dispõe o artigo 65, parágrafo 6º da Lei de Licitações.
Parágrafo 8 artigo 65 - Nos é ensinado que “a variação do valor contratual para fazer face ao reajuste de preços previstos no próprio contrato, as atualizações, compensações ou penalizações financeiras decorrentes das condições de pagamento nele previstas, bem como o empenho de dotações orçamentárias suplementares até o limite de seu valor corrigido, não caracterizam alteração do mesmo, podendo ser registrados por simples apostila, dispensando a celebração de aditamento.”
É importante ressaltar que toda a prorrogação de prazo contratual tem que ser justificada por escrito, além de ser autorizada pela autoridade competente para celebrar tal documento.
Gestão e fiscalização de contratos
Fiscalizar significa velar por, vigiar, examinar, observar, sindicar, censurar os atos de outrem. 
Já o verbo gerir tem o significado de gerenciar, administrar negócios.
Embora tenham significados distintos, as atribuições de gestor e fiscalizador se confundem na Gestão de Contratos na Administração Pública, e acabam por concentrar as duas funções em uma só pessoa.
No entanto, o Decreto 5.50/05, em seu parágrafo segundo, traz, de forma diferenciada, os procedimentos de gerenciamento e fiscalização, no termo de referência.
Segundo tal documento, o Gestor de Contratos é um Administrador e assume a responsabilidade da gestão do contrato solidariamente com o Ordenador de Despesas, o qual, de acordo com o artigo 80 doDecreto-lei 200/67, é o responsável pelos atos de gestão orçamentária, financeira, contábil e patrimonial, podendo responder civil e penalmente, de acordo com o que dispõe a Lei Orgânica 8.443/92 do TCU.
Aula 5 – 50,0
Contrato de compra e venda
O contrato de compra e venda tem importância social bastante significativa uma vez que se refere a um instrumento de circulação de bens e é um dos tipos de contrato mais frequentes em nossa sociedade.  Por meio dele:
Se obriga a transferir a propriedade de uma coisa à outra parte contratante
Recebe, em contraprestação, determinada quantia em dinheiro ou valor fiduciário equivalente
Vendedor – Alienante / comprador – adquirente
A finalidade específica de tal tipo de contrato é a alienação de um bem.
A compra e venda pode ter como objeto: uma coisa ou um direto nesse caso chamado de cessão 
Características do contrato de compra e venda
Bilateral - É bilateral porque nasce do acordo de vontades das partes que o integram e que têm, em consequência, obrigações específicas para o vendedor, a de entregar a coisa com o ânimo de transferir-lhe a propriedade, e para o comprador há a obrigação de pagar o preço pela coisa.
Simplesmente consensual - É simplesmente consensual porque nele basta o acordo de vontades sobre a coisa e o preço para que se torne perfeito e acabado. Não é necessária a entrega da coisa para sua perfeição. De acordo com Orlando Gomes, desse tipo de contrato deriva apenas a obrigação de entregar a coisa a que se refere tal contrato.
Oneroso - Diz-se que o contrato de compra e venda é oneroso pois ambas as partes que o integram visam obter uma vantagem patrimonial. O vendedor perde a coisa mas tem como proveito o recebimento do preço, e o comprador paga o preço estipulado mas recebe a coisa a que se refere tal contrato e por qual pagou.
De execução instantânea ou diferida - É contrato instantâneo, pois pode ter execução instantânea ou imediata, que é única, ocorrendo de uma só vez, com o cumprimento das obrigações se verificando imediatamente após sua perfeição ou pode ter execução diferida, quando as partes estipulam o parcelamento do valor da prestação ou adiem para momento futuro a execução do contrato.
Comutativo - Esse tipo de contrato pode ser comutativo porque, além da equivalência entre o sacrifício e o proveito que ambas as partes contratantes experimentam, há a necessidade de haver a certeza com relação à prestação a que se comprometem as partes. Uma (a do vendedor) corresponde à outra (a do comprador), sem que qualquer das duas possa falhar, não importando se tais prestações equivalham objetivamente.
Aleatório - Pode, ainda, ser aleatório, quando admite-se que uma das prestações pode falhar, havendo, assim, a chance de ganho ou perda para cada uma das partes. São três as situações em que o contrato pode ser aleatório: quando se referir a coisas futuras, cujo risco de virem a não existir seja assumido pelo comprador (emptio spei); ou quando as coisas futuras têm risco de existir em qualquer quantidade, e tem a responsabilidade assumida pelo comprador (emptio rei speratae), ou ainda quando se referem a coisas existentes, mas que estejam expostas a riscos, os quais são assumidos pelo comprador.  
Pode-se ainda dizer que o contrato de compra e venda é solene, quando a venda tem por objeto um bem imóvel de certo valor, venda esta que só pode ser realizada mediante escritura pública.
Esse é o único caso em que o contrato de compra e venda requer forma especial para sua perfeição. 
Distinções entre o contrato de venda e o contrato de locação
Quando a transferência do domínio é diferida para data afastada, depois que o preço tenha sido pago por anuidade
Quando a transferência do domino recai numa coisa que é fruto ou produto de outra coisa 
No primeiro caso, apesar de a aparência ser de locação, temos contrato de venda, pois neste há a intenção de transferir a propriedade da coisa, o que não ocorre com a locação. 
No segundo caso, a distinção é mais difícil, principalmente quando o contrato concede o direito de perceber frutos. No entanto, se é assegurado o direito de extrair produtos, tem-se um caso de contrato de venda ou inominado, embora a utilização da coisa tenha sido concedida mediante locação.
Distinção entre o contrato de venda e o de empreitada - Na empreitada, o empreiteiro fornece os materiais. Se o preço dos materiais é superior ao valor do trabalho, o contrato será de venda. Se inferior, será de empreitada. Por exemplo, se o proprietário de um terreno se obriga a transferir sua propriedade depois de nele haver construído como é o caso da incorporação de edifícios de apartamentos, ter-se-á contrato de venda.
	
Distinções entre o contrato de venda e o contrato de locação - As doações modais que têm encargos excessivamente onerosos equivalem-se à venda. No entanto, se o encargo for estabelecido em favor de terceiro ter-se-á um contrato de doação.
Distinção entre a compra e venda e a dação em pagamento - Apesar de a dação em pagamento ser regida pelas mesmas regras da compra e venda, com ela não se confundem, uma vez que ela supõe, necessariamente, uma obrigação preexistente, o que não ocorre na compra e venda.
Distinção entre a permuta ou troca e a compra e venda - Na troca ou permuta a contraprestação é composta por um outro bem, e na compra e venda ela é composta por dinheiro (podendo ser composta também por dinheiro, em maior quantidade, e um outro bem).
Capacidade e legitimação para firmar contratos de compra e venda
A capacidade para o vendedor refere-se à sua capacidade, à sua possibilidade de alienar o bem, enquanto a capacidade do comprador refere-se à sua capacidade, possibilidade de se obrigar. (artigo 104, I do Código Civil)
NÃO TÊM legitimidade para serem compradores, ainda que em hasta pública, em contrato de compra e venda, sob pena de nulidade do contrato: 
Os tutores, os curadores, os testamenteiros e os administradores, com referência aos bens confiados à sua guarda e administração; os juízes, os auxiliares da Justiça, sobre bens litigados em juízo; os empregados públicos, com referência a bens que estejam sob sua administração direta ou indireta, e os leiloeiros e seus prepostos, com relação aos bens de cuja venda estejam eles encarregados. (artigo 497 do Código Civil)
NÃO TÊM legitimidade para serem vendedores em um contrato de compra e venda, na venda de imóveis, sob pena de anulabilidade deste contrato, o: 
- Ascendente
- Falido
- Condômino de coisa indivisível
- Marido sem outorga uxória
- A mulher sem autorização do marido
Elementos essenciais do contrato de compra e venda – O Bem, O Preço e O Consenso entre as partes contratantes 
Obrigação das partes
Vendedor - A obrigação principal do vendedor é a de entregar o bem, transferindo ao comprador a sua propriedade, garantindo-lhe a utilidade do bem e a real e efetiva disponibilidade sobre o mesmo. A entrega do bem (tradição) pode ser efetiva ou simbólica (entrega documental).
Comprador - A obrigação do comprador é a de pagar o preço, o que, geralmente, ocorre após o recebimento do bem. Tal pagamento também pode se dar antes do recebimento do bem, que, no caso de não ser a ele entregue, dá o direito de restituição do preço pago.
Riscos
Quando o vendedor não pode cumprir sua obrigação devido à força maior, fica-se na dúvida em saber se o comprador é obrigado ou não a pagar o preço. Os riscos a que nos referimos dizem respeito a determinar a parte que deve suportar as consequências de um caso fortuito.  
A regra geral é: os riscos correm por conta do vendedor quanto à coisa e por conta do comprador quanto ao preço. No entanto, tais disposições legais não são imperativas, podendo as partes adotarem outra regra.
Direito Pátrio - Estatui que, até o momento da tradição do bem, tais riscos correm por conta do vendedor. Desse modo, se o bem perece em razão de caso fortuito, antes de realizada a tradição, o vendedor perde o direito de exigir opagamento do preço. Se já o tiver recebido, deve restituí-lo.
No entanto, os riscos correm por conta do comprador se:
O bem tiver perecido depois que o mesmo tiver sido posto à sua disposição;
Estiver o comprador em mora de receber o bem;
Se o bem for expedido para lugar diverso, por ordem do comprador, a partir do momento da entrega de tal bem para o transportador.
Modalidades especiais de venda
Bens Imóveis - Destacam-se a venda ad corpus, a venda ad mensuram, a venda de coisa exclusiva e a venda de fração de condomínio.
Bens Móveis - Destacam-se as que se realizam à vista de amostras, protótipos ou modelos e a de venda contra documentos. Destacam-se ainda as vendas puras, as condicionais, as a prazo, as que se dão à prestações, entre outras.
Venda Ad Corpus - A venda ad corpus é a que se faz sem a determinação da área do imóvel, ou estipulação do preço por medida de extensão. O bem é vendido como corpo certo, individualizado por suas características e confrontações.
O comprador não tem nenhuma pretensão se as dimensões do imóvel forem inferiores às que ele havia presumido.
Venda Ad Mensuram - Já na venda ad mensuram, a determinação da área do imóvel é elemento determinante da fixação do preço, explícita ou implicitamente.  A área é condição do preço quando este se estipula por medida de extensão.
Deve haver exatidão com respeito às dimensões declaradas na escritura.
Venda de coisa indivisível - No que se refere à venda de coisa indivisível da parte ideal na fração de condômino, deve este oferecê-la aos outros condôminos, antes de fazê-lo a terceiros.
Venda de bens móveis - Com respeito à venda de bens móveis por meio de vista de amostras, protótipos ou modelos, deve o bem ter rigorosa conformidade com eles.
Venda Condicional - Deve-se observar o tipo de condição nela presente.
Venda Suspensiva - A propriedade da coisa só se transmite ao comprador quando ela for verificada.
Venda Resolutiva - O vendedor readquire a propriedade da coisa e fica obrigado a restituir o preço ao comprador quando tal condição for implementada.
Venda que se dá por meio de documentos - Outro tipo de venda bastante interessante é o que se dá por meio de (sobre) documentos. 
Nesta a tradição do bem é substituída pela entrega de documentos que comprovem a existência da mercadoria.O vendedor cumpre com sua obrigação principal quando entrega ao comprador os documentos (artigo 529 do Código Civil). 
Estando em ordem os documentos, o comprador não pode negar o pagamento.
Esta modalidade de contrato é muito comum nos contratos internacionais de importação e exportação, pois facilita muito o comércio à distância.
Aula 6 – 100,0
Contrato de Locação
O contrato nasce quando alguém cede a outra pessoa o uso e gozo de uma coisa infungível, por tempo determinado ou não, mediante uma retribuição.
O Código Civil regula o contrato de locação de coisas, do artigo 565 ao 578, porém, determina em seu artigo 2.036, que a locação de prédio urbano continua a ser regida por lei especial que estiver em vigor. 
Tínhamos a Lei 8.245, de 18 de outubro de 1991, lei esta que foi substituída pela Lei 12.112, de 9 de dezembro de 2009 e que começou a vigorar em 25 de janeiro de 2010.
“Locação é o contrato pelo qual uma das partes se obriga, mediante contraprestação em dinheiro, a conceder à outra, temporariamente, o uso e gozo de coisa não-fungível. ”
Locator – Ou Senhorio, a parte que concede o uso e gozo da coisa.
Locatário – ou inquilino, A parte que recebe a coisa.
Aluguel - A retribuição pelo uso e gozo da coisa.3
Conceituação e características
O contrato de locação é sinalagmático, simplesmente consensual, oneroso, comutativo, impessoal e de duração.
Sinalagmático - É sinalagmático porque, para o locatário, há o direito de uso e gozo da coisa e a obrigação de pagar o aluguel, da mesma forma que, para o locador, há o direito de receber o aluguel e a correspondente obrigação de proporcionar e assegurar o uso e gozo da coisa locada.
Consensual - O contrato de locação é consensual, pois resulta da vontade das partes.
Oneroso - porque ao uso e gozo da coisa deve corresponder, necessariamente, certa retribuição. Se a concessão da coisa fosse gratuita, ter-se-ia caso de comodato.
Impessoal - É impessoal, e, assim sendo, a morte de qualquer dos contratantes não o extingue, logo, admite cessão.
Duração - É contrato de duração, pois sua execução prolonga-se necessariamente no tempo, pertencendo, para alguns estudiosos, à subespécie dos contratos de trato sucessivo, e para outros, aos contratos de execução continuada. 
Para Orlando Gomes, trata-se de contrato de execução continuada, pois seu objeto é único, apesar de haver a obrigação de o locatário pagar a locação por meio de prestações periodicamente repetidas.
A coisa a ser locada deve ser infungível, isto é, não pode ser substituída por outra, mesmo que seja da mesma espécie, qualidade ou quantidade. A coisa deve ser fungível, pois o locatário é obrigado a devolver ao locador a coisa que recebeu para uso e gozo.
Pode ser coisa móvel ou imóvel, podendo ser alugada no todo ou em partes, desde que seu uso assim o permita.
Objeto do contrato de locação
A coisa locada não precisa ser de propriedade do locador, e este tipo de contrato não implica em transferência de domínio;
Coisas que pertençam, em comum, a diversas pessoas também podem ser objeto de locação, desde que os condôminos resolvam alugá-las por deliberação de maioria absoluta;
Alguns direitos também podem ser objeto de locação, tais como o usufruto;
O objeto da prestação do locatário é, geralmente, uma soma em dinheiro, mas nada obsta que este também possa ser composto por outras coisas ou mesmo um serviço prestado pelo locatário.
Modalidades de contrato de locação
Quando a locação tem por objeto um bem imóvel, é importante distinguir a locação de prédios urbanos e prédios rústicos. Tal distinção não é pacífica e existem três critérios diferentes para ela:
Localização, Estado do prédio, Destinação econômica do prédio
De acordo com o critério da localização, consideram-se urbanos os prédios situados no perímetro da cidade, edificados ou não. 
Já de acordo com o critério do estado, deve considerar-se o terreno onde houver construção, seja qual for sua localização. De acordo com o terceiro critério, levam-se em conta as terras que se destinam à edificação para moradia ou instalação de casas comerciais ou residenciais.
A locação predial urbana acha-se, atualmente, regulada pela
Lei 12.112/2009 e a locação de imóveis rurais tem sua disciplina nos artigos 92 a 95 do Estatuto da Terra. 
No Código Civil, artigos 565 a 578, vemos as regras gerais da locação, aplicadas prioritariamente às modalidades de locação não reguladas por meio de legislação específica, a saber, locações de vagas autônomas de garagem e espaços para estacionamento de veículos, espaços destinados à publicidade e de apart-hotéis, hotéis-residência e equiparados, além de locação para bens móveis em geral.
São tais disposições aplicadas, supletivamente, às modalidades de locação regidas por lei especial, bem como por analogia, aos contratos atípicos que possuem elementos próprios do contrato de locação, tais como o leasing e o contrato de utilização de unidade comercial em shopping center.
Obrigações
Obrigações do locador: 
Entregar ao locatário a coisa locada em estado de servir ao uso a que se destina - fazer reparos necessários, os reparos de urgência e os extraordinários e pagar pelas benfeitorias necessárias;
Assegurar ao locatário o uso pacífico da coisa locada, dando-lhe garantia contra turbações de terceiros, quer de direito ou de fato;
Na locação predial urbana, cabe-lhe pagar os impostos incidentes no imóvel, taxas e despesas de intermediação ou administração imobiliária - as taxas e impostos podem ser transferidos, contratualmente, para o locatário.
Obrigações do locatário:
Pagar pontualmente o aluguel;
Usar a coisa como bom pai de família, como se sua fosse;
Restituir a coisa,quando findo o contrato, no mesmo estado em que a recebeu;
Pagar as despesas provenientes de limpeza, força, luz, água, saneamento e condomínio.
Sanções
No caso de uma das partes contratantes não cumprir obrigação oriunda do contrato de locação, o credor pode optar por uma das sanções abaixo:
Resolução do contrato;
Execução compulsória;
Perdas e danos;
Suspensão do pagamento de aluguéis;
Redução proporcional dos aluguéis;
Despejo do locatário;
Realização das garantias - caução, fiança ou seguro de fiança locatícia.
Trata-se de contrato temporário. O uso da coisa pode ser por tempo determinado ou indeterminado.
Na locação por tempo determinado, as partes fixam sua duração, estipulando termo final. Nesse caso, permite-se a renovação, que se for mediante aditamento ao contrato, será expressa.
Caso não haja renovação decorrente do comportamento das partes, que continuam a cumprir suas obrigações como se o prazo não tenha se esgotado, há aí uma recondução tácita, cujo efeito principal é o de converter tal contrato em contrato por tempo indeterminado.
Havendo prazo estipulado, nenhuma das partes pode desvincular-se antes que se esgote. Nesse caso, a resilição sujeita o autor da mesma ao pagamento de perdas e danos.
Riscos
O locador suporta os riscos no caso de perecimento da coisa por força maior ou caso fortuito.
A destruição da coisa pode ser:
Total - Se for destruição total, o contrato se dissolve.
Parcial - Se tiver ocorrido destruição parcial, a  coisa, ainda que parcialmente destruída, pode interessar ao locatário, e, nesse caso, o locador pode vir a reduzir-lhe, proporcionalmente, o aluguel.
	
No caso de incêndio do prédio, caso não seja provado que ele tenha sido originado por caso fortuito, vício de construção ou propagação de fogo originado em outro prédio, a responsabilidade recai sobre o locatário. A este cabe o ônus de provar que não teve culpa pelo incêndio. 
Se provada a não-culpa do locatário, o locador suporta tal prejuízo.
Quando se trata de incêndio em prédio, caso provem que não têm culpa, a responsabilidade recai na figura dos inquilinos, na proporção da parte que cada um ocupa.Se provado que a culpa pelo mesmo é de um só morador, cabe a esta total responsabilidade pelo mesmo.
Cessação do contrato de locação
A locação cessa pelos modos e causas que extinguem os contratos em geral. No entanto, existem algumas particularidades, dentre as quais destacamos a presença do poder público através do obrigatório e geral poder de apreciação do juiz na resolução do contrato.
Denúncia - É quando a resolução do contrato de locação por iniciativa do locador só se consuma em execução da sentença proferida na ação de despejo que tem de propor se o inquilino infringe obrigação legal ou contratual, ou se o interesse do locador tem respaldo na lei, contemplado que se ache na enumeração taxativa dos casos de rescisão e retomada - artigos sétimo, oitavo, nono, 47 e 53 da Lei 8.245/91.
Retomada do imóvel - É quando o direito do inquilino sucumbe diante da necessidade do locador, como no caso deste precisar do imóvel para morar ou para reconstruí-lo.
Rescisão - Já a rescisão ocorre quando o locatário infringe o contrato ou viola preceito legal atinente ao conteúdo ou à causa da relação locativa.
A rescisão tem cabimento quando se configura justa causa e a mais frequente das causas costuma ser o atraso no pagamento do aluguel.
O contrato de locação também pode cessar através de: Distrato, Perecimento da coisa, Expiração do prazo contratual, quando a lei não impõe prorrogação
Quando o locatário que exerce atividade mercantil ou industrial e explora, a pelo menos três anos, o mesmo ramo de comércio ou indústria, e se contratou a locação pelo prazo mínimo de cinco anos, tem ele o direito de renovar, pelo mesmo prazo, tal contrato, sem que a renovação possa ser obstada pelo locador. A finalidade de tal garantia é tutelar o fundo de comércio criado pelo locatário.
O contrato de locação pode ser totalmente cedido, mas necessita para tal, do consentimento escrito do locador. 
Se isso ocorre, o cessionário toma a posição contratual do cedente, que desaparece, saindo da relação contratual isento de toda a responsabilidade. Seus direitos e obrigações transmitem-se ao cessionário.
A sublocação é contrato derivado, e não liberta o locatário, o qual continua responsável pela conservação do imóvel e pagamento do aluguel.
A sublocação é permitida se não for expressamente proibida. A sublocação, total ou parcial, de prédio urbano é proibida, a menos que haja consentimento por escrito do locador.
Despejo
O despejo se faz através de ação judicial, que é própria da locação, e tem eficácia executiva contemporânea à sentença. O despejo é um procedimento necessário para as seguintes situações
Para a rescisão do contrato ou retomada do imóvel locado;
o caso de o locatário não restituir ao cessar a locação;
No caso de o locatário infringir cláusula contratual ou prescrição legal.
A sentença resolve o contrato, mas o despejo é necessário para se obter a desocupação do imóvel.
A pessoa que alugou o imóvel, seu proprietário ou não, é quem tem legitimação ativa para intentar ação de despejo.
Tem legitimação passiva o locatário ou quem esteja ocupando o prédio em seu lugar, tal como o cessionário ou o sublocatário.
O despejo não se realiza se o locatário estiver gravemente enfermo ou se a sentença tiver reconhecido a retenção por benfeitorias, até que o locatário seja indenizado.
A desocupação do prédio deve ser feita, de modo geral, no prazo de trinta dias, assinado em juízo, podendo ser aumentado para até um ano, se tratar de hospital ou escola.
A justificativa para haver retomada do imóvel por parte do locador deve ser sincera e legítima, caso contrário, tal retomante pode ter que pagar ao ex-locatário a multa que for arbitrada pelo juiz, que pode chegar até o limite de vinte e quatro meses de aluguel.
Nova Lei do inquilinato
Prazo do contrato - Foi mantido o prazo de 30 meses, prazo esse que pode ser menor ou maior.
Renovação de contrato - Quando encerrado o prazo estipulado, as partes ficam livres para deixar ou pedir o imóvel, conforme disposto no Código Civil. O inquilino só pode permanecer no imóvel se cobrir a oferta.
Retomada do imóvel - Durante o prazo estipulado para a duração do contrato, não pode o locador reaver o imóvel alugado.
Rescisão contratual - É oneroso porque ao uso e gozo da coisa deve corresponder, necessariamente, certa retribuição. 
Se a concessão da coisa fosse gratuita, ter-se-ia caso de comodato.
Disputa judicial - O juíz fixará valor de aluguel provisório limitado a 80% do montante corrente.
Aula 7 – 83,3
Contrato de Doação
Muitas pessoas podem vir a pensar que doação é ato jurídico que tem o poder de transmitir a propriedade de um bem para a pessoa que esteja sendo por ela beneficiada. No entanto, o mero contrato de doação não possui tal efeito. Ele é, simplesmente, um contrato translativo de domínio de um bem que esteja sendo doado. Sua feitura só é possível se vier a acontecer entre pessoas vivas, diferentemente do que ocorre no testamento. Outro ponto importante a lembrar acerca do contrato de doação é o fato de que para que ele seja efetivado é necessário o aceite do beneficiário, vindo tal aceitação só ser dispensada se aquele a quem se queira doar algo seja pessoa absolutamente incapaz.
De acordo com o que nos ensina Orlando Gomes, doação é o tipo de contrato pelo qual uma das partes se obriga a transferir gratuitamente um bem de sua propriedade para patrimônio da outra, que se enriquece na medida em que aquela empobrece.
A doação é contrato unilateral, simplesmente consensual e é gratuito.
Doador – Comete a liberdade de doar / Donatário - beneficiário recebedor da doação
A Natureza jurídica da doação é, indubitavelmente, para o Direito Moderno, um tipo de contrato, apesar de ter que observar algumas regras aplicadas aos testamentos.
Em suaformulação é indispensável que haja o acordo de duas vontades, e só tem efeito se o donatário a aceita, de forma tácita ou expressa.
No entanto, existem alguns atos jurídicos que se constituem de verdadeira doação, apesar de independer de consentimento do donatário. São eles:
• A liberação de um devedor resultante de prescrição que o credor deixa correr voluntariamente.
• Os gastos feitos por conta de outra pessoa, sem a intenção de os reclamar.
• A liberação de um devedor em consequência de pagamento, novação ou fiança, quando a exoneração se verifica com o objetivo de presentear o devedor.
É indispensável o consentimento do beneficiado para que haja doação, só havendo uma hipótese em que ele é dispensável – quando se tratar de donatário absolutamente incapaz, no caso de doação pura, não dispensando, porém, a aceitação pelo representante legal de tal donatário.
Pode um donatário não aceitar a doação? SIM!!!
Como se trata de contrato benéfico, ele somente deixa de ser efetivado se houver repulsa explícita por parte do pretenso donatário.
O contrato de doação só produz efeitos obrigacionais. Por meio dele não se transmite a propriedade do bem. Isso só ocorre quando há a tradição, se o bem for móvel, e por transcrição, caso o bem seja imóvel.  
O contrato de doação é apenas contrato translativo de domínio. 
O doador se obriga a transferir de seu patrimônio bens para o patrimônio do donatário, mas este só adquire a propriedade do bem doado com a sua tradição ou a transcrição.
Elementos característicos
As condições para que o negócio jurídico seja uma doação são:
• Ele tem que se verificar entre pessoas vivas, o que o diferencia do testamento;
• Uma de suas partes enriquece (o donatário), enquanto a outra parte empobrece (o doador) elemento objetivo;
• O doador manifesta a vontade de querer enriquecer o donatário às suas expensas – elemento subjetivo.
Pressupostos e requisitos
O doador precisa ter o poder de disposição para assumir a obrigação de alienar o bem doado.
Com relação ao donatário, e como tal tipo de contrato está na categoria de benéfico, ele não precisa ter a capacidade de fato para aceitar a doação, embora se suponha necessário o consentimento de seu representante legal.
Podem aceitar a doação os incapazes e até o nascituro, mas a aceitação deve ser declarada por aquele a quem incumbe curar de seus interesses (pais ou seus representantes legais).
Não têm legitimação para doar os tutores e curadores a seus pupilos e curatelados  e nem o cônjuge adúltero a seu cúmplice. Neste último caso, tal doação pode ser anulada pelo cônjuge prejudicado ou seus herdeiros necessários. 
Aos tutores e curadores não é permitida a doação dos bens que administram, nem aceitar doações de seus tutelados e curatelados.
Formas e espécies de doação
O objeto da doação pode consistir de coisas que estão presentes no comércio – bens móveis e imóveis, corpóreos e incorpóreos, presentes e futuros, direitos reais e pessoais e vantagens de qualquer espécie.
Doações Nulas
As doações são consideradas nulas nos seguintes casos:
O bem a ser doado deve pertencer ao doador no momento em que o doa.
A doação de todos os bens, sem reserva da parte ou renda suficiente para a subsistência do doador.
A doação da parte excedente do que poderia dispor o doador em testamento, no momento em que faz a doação.
Formas e espécies de doação
As doações podem se dar de forma:
Verbal – Só admitida em doações de coisas móveis de pouco valor. Neste caso, é seguida, imediatamente, de sua tradição, sendo, então, chamada de doação manual.
Por Instrumento particular
Por meio de escrita pública – no caso de bens imóveis de certo valor.
Natureza jurídica da doação
Pura – A doação pura é a mais simples e comum. É aquela que se faz por espírito de liberalidade, sem subordinação a qualquer acontecimento futuro e incerto. Nela não há limitações ao direito do donatário.
Condicional – A doação condicional é a que depende do acontecimento futuro e incerto para ser eficaz
Modal – A doação modal impõe ao donatário encargos ou obrigações.
Remuneratória – A doação remuneratória é a que se faz para recompensar serviços prestados ao doador, que não podem ser cobrados.
Mista – A doação mista é uma venda a preço irrisório, mas na verdade, o doador quer, de fato, doar o bem.
Com cláusula de reversão - Aquela doação que tem cláusulas de reversão estipula que o bem doado voltará ao patrimônio do doador se o donatário falecer antes dele.
A obrigação fundamental que se origina do contrato de doação é a de que deve haver a efetiva entrega do bem ao donatário com o ânimo de lhe transferir a propriedade. O doador, depois de concluído o contrato, não pode desfazer o seu ato de liberalidade, a seu arbítrio. 
Como se trata de contrato benéfico, o doador não está sujeito à evicção (exceto no caso de doação para casamento com certa e determinada pessoa, quando não haja cláusula isentando-o de tal responsabilidade), assim como também não tem o doador a obrigação de pagar juros moratórios se retarda a entrega do bem doado ao donatário, e nem responde ele pelos vícios redibitórios do bem.
Revogação e extinção
A doação pura é revogável por ingratidão do donatário. 
O Código Civil, em seus artigos 555 a 561, enumera os casos em que se configura a ingratidão. São eles:
• Atentado à vida do doador intentado pelo donatário;
• Se o donatário comete homicídio doloso contra o doador;
• Se há ofensa física, injúria grave ou calúnia feita pelo donatário ao doador;
• Se o donatário se recusa a prestar alimentos ao doador, quando podia tê-lo feito.
A revogação da doação precisa ser feita através de ação judicial, que deve ser ajuizada dentro de um ano, contado de quando lhe chegue ao conhecimento o fato que a autorize e a autoria do donatário. O direito de propor tal ação é personalíssimo, não se transmite aos herdeiros. No entanto, se o doador vier a falecer após ter iniciado tal ação, os herdeiros podem prosseguir com a ação até o final.
Não são revogadas por ingratidão:
• As doações remuneratórias.
• As doações modais cujo encargo já tenha sido cumprido.
• As que se fizeram em cumprimento de obrigação natural.
• As feitas para determinado casamento.
É inadmissível a modificação do contrato de doação que já tenha sido executado com o registro do imóvel doado, fato este necessário à produção do efeito translativo.
Exclui-se também a revogação se o doador tiver perdoado o donatário.
Aula 8 – 83,3
Contrato de troca ou permuta
Introdução
Sabemos que, historicamente, a prática da troca, ou escambo, precede o uso comum da compra e venda. Ele é o mais antigo dos contratos por representar na história dos povos a possibilidade de acesso a outros bens e utilidades sem exigência da força física ou luta corporal. 
Antes da economia monetária, na época das sociedades primitivas, o escambo era o instrumento jurídico da circulação de bens. Era a única forma de promover-se a circulação de bens, justificando-se como sendo útil instrumento econômico para fomento das necessidades humanas naquela época. No entanto, com o passar do tempo, sua importância foi sendo reduzida, dando lugar à nova prática da compra e venda de bens.
Na permuta, um dos contratantes promete uma coisa em troca de outra. Nela não há preço, e é irrelevante que as coisas permutadas tenham valores desiguais.
As partes que participam da permuta são denominadas PERMUTANTES.
Por meio do contrato de troca, um dos sujeitos que dele participam se obriga a transferir a outrem a propriedade de uma coisa, recebendo, via de regra, não uma quantia em dinheiro, mas uma outra coisa, cuja propriedade este outro promete, por sua vez, transferir-lhe.
Este contrato está disciplinado no artigo 533 do Código Civil. 
Qualificação do contrato de troca ou permuta
Quando um dos contratantes promete uma coisa em troca de outra, não há dúvidas em se afirmar que se trata de um contrato de trocaou permuta.
No entanto, quando a prestação de um dos contratantes consiste parte em dinheiro e parte em outra coisa, surge dúvida quanto à qualificação de tal contrato, podendo ser de troca/ permuta ou de compra e venda.
Há dois critérios que podem ser usados par resolver a situação:
Objetivo - De acordo com o critério objetivo, considera-se como compra e venda se a parte em dinheiro for superior à outra parte. Caso contrário, será qualificado como contrato de troca ou permuta. 
Subjetivo - Já pelo critério subjetivo, de acordo com o que nos ensina Orlando Gomes, o que conta é a intenção das partes sobre o conteúdo objetivo do contrato, pouco importando a qualificação que lhe deem os contratantes.
Caracterização do contrato de troca ou permuta
Trata-se de um contrato bilateral, oneroso, comutativo e simplesmente consensual. 
Esta última característica não tem entendimento unânime por parte dos estudiosos do Direito.
No Direito moderno há as legislações que admitem a transferência da propriedade por efeito direto e imediato dos contratos, as quais consideram a troca como contrato de efeitos reais, e há as que não atribuem ao contrato efeito translativo de domínio, tratando-o como contrato de efeitos obrigacionais. Quanto à forma, a troca é contrato solene.
ATENÇÃO - Se as coisas permutadas forem imóveis de valor superior ao estipulado na lei, o contrato deve ser celebrado por meio de escritura pública.
Se os imóveis estiverem em circunscrições diferentes, a transcrição deve se realizar nos registros correspondentes à situação de cada um, logo, há dupla transcrição.
Objeto do contrato de troca ou permuta
Coisas e direitos podem ser objetos de troca. Neste contrato, não é necessário que os bens sejam de igual espécie.
Então, pode-se trocar um imóvel por uma coisa móvel, ou um bem por um direito?
Como você já deve ter imaginado, a resposta é sim. A coisa a ser trocada também não precisa ser corpo certo, mas precisa ser determinável. Elas também não precisam ter valores iguais. A desigualdade somente desfigura a permuta quando o contratante que dá coisa de menor valor e completa sua prestação com dinheiro e o complemento é mais valioso. Aí passa-se a ter um caso de compra e venda.
Objetos de troca devem ser dois bens. Se em vez de uma coisa, um dos contratantes presta um fato, como por exemplo, se contrai a obrigação de executar determinado serviço, aí não teremos um caso de troca ou permuta.
Disposições comuns à troca e a compra e venda
Em virtude da analogia entre a troca e a compra e venda, as legislações prescrevem que a elas se apliquem as mesmas regras. 
Os permutantes, assim como o vendedor, têm as mesmas obrigações em relação à garantia de evicção. Cada um deles também responde pelo defeito oculto da coisa, e podem sofrer os efeitos da sentença proferida na ação estimatória.
Em relação aos riscos - Sabemos que, até o momento da tradição, os riscos da coisa correm por conta do vendedor, o que também se aplica aos permutantes, visto que cada qual se obriga a entregar determinada coisa.
Em relação às proibições - As proibições de compra e de venda também vigoram para a permuta, embora não se justifiquem, podendo haver troca de valores iguais entre ascendente e descendente.
Disposições próprias da troca
Enquanto na compra e venda as despesas da escritura ficam a cargo do comprador, e na tradição, ficam a cargo do vendedor, na troca, cada um dos contratantes deve pagar por metade dessas despesas. Nada impede, portanto, que, na compra e venda, as despesas sejam divididas, e que, na troca, um dos permutastes se obrigue a satisfazê-la integralmente.
Com relação ao pagamento do imposto de transmissão da propriedade, cada contratante paga metade do tributo devido. Se os valores são desiguais, o contratante que adquire a propriedade do bem de maior valor paga sobre a diferença.
Nos contratos entre ascendente e descendente, pode haver permuta de bens, independentemente do consentimento dos outros descendentes. Nesse caso, exige-se apenas que a troca seja de bens do mesmo valor. Se forem valores desiguais, dependerá do consentimento expresso dos outros descendentes e do cônjuge do permutante. Se isso não ocorre, tal contrato é anulável.
Aula 9 – 66,7
Contratos bancários
Introdução
Os contratos bancários, com os quais todos temos contato em nosso dia a dia, apresentam características especiais das atividades bancárias, que são:
Conceituação
Contratos bancários - São negócios jurídicos que têm como uma das partes uma empresa autorizada a exercer atividades próprias dos bancos.
Se tais negócios jurídicos são estipulados sem a participação de um banco, eles entram em seus esquemas típicos, com exceção de alguns que, pela substância econômica, somente se configuram como operação bancária específica. 
Os procedimentos contratuais comuns sofrem algumas modificações de aspecto técnico quando são inseridos na atividade própria dos bancos. Essas modificações determinam alterações em sua disciplina, sendo os procedimentos regulados, de forma específica, por um direito especial, que os agrupa sob a denominação de contratos bancários.
Se tiverem função creditícia, os negócios realizados pelos bancos, durante o exercício de sua atividade mercantil, são chamados de:
Operações bancárias
Elas podem ser principais, também chamadas de típicas, ou acessórias. Estas não dependem das outras. Existem sobre si mesmas, e recebem tal denominação porque não constituem a principal atividade dos bancos, sob o ponto de vista da função econômica que exercem.
As operações típicas realizam-se para o cumprimento da função creditícia dos bancos. Elas dividem-se em:
Depósito bancário
Trata-se de uma operação bancária típica. Representa, ao lado da conta corrente, os maiores lucros para tais instituições. Nele o correntista ou terceiro entrega certos valores monetários ao banco, que deverá restituir o equivalente ao favorecido.
O banco tem pleno gozo do valor que recebeu em depósito. Para tal instituição, o depósito representa uma rentável fonte de numerário, permitindo que os bancos realizem descontos, empréstimos, abertura de crédito e todas as demais operações ativas.
Características do contrato:
Abertura de Crédito
Através deste tipo de contrato, o banco se obriga a colocar à disposição do cliente determinada soma para ser utilizada, mediante saque único ou repetido. Esse tipo de contrato é também conhecido como contrato de outorga de crédito ou contrato de financiamento.
As partes contratantes são:
Crediador - Bancos ou instituições financeiras autorizadas pelo Banco Central
Creditado - Cliente Bancário
Tal contrato subdivide-se em simples ou em conta corrente.
A natureza jurídica deste contrato é figura autônoma, ou seja, ele é um contrato atípico.
Desconto
Este é o contrato pelo qual os bancos pagam a seu correntista um valor em título a vencer, deduzindo deste os juros e as despesas de tal operação.
Como suas principais características podemos citar:
Tem natureza creditícia;
Através dele o banco adquire a propriedade do título;
É um contrato real, sendo necessária, para seu aperfeiçoamento, a entrega do título e a contraprestação, que é a entrega do valor adiantado pelo banco;
É um contrato bilateral, pois o banco obriga-se a adiantar o valor do título, e o descontário (cliente) obriga-se a restituir o valor adiantado em caso de não adimplemento pelo devedor do título (o banco não se responsabiliza pelo não pagamento do mesmo);
É oneroso, pois sempre há cobrança de juros, comissões e outras despesas.
Caso haja inadimplemento, comprovado através de protesto do título, o banco pode entrar com uma ação de execução contra o devedor do título (terceiro).
Contrato de conta corrente
Este contrato é também chamado de conta corrente imprópria, conta de gestão ou conta corrente de correspondência.
Trata-se de um contrato por meio do qual o correntista vincula o banco ao recebimento de valores remetidospelo próprio correntista ou por terceiros, bem como ao cumprimento das ordens de pagamento do correntista até o limite de dinheiro depositado na conta ou até o limite do crédito convencionado.
É operação bancária típica que, ora será passiva – quando o saldo do cliente for positivo, ora será ativa – quando tal saldo for negativo.
No contrato de conta corrente, o banco assume a posição de devedor, pois é obrigado a realizar por conta do cliente, como pagamentos. Através desse contrato o banco presta serviços de caixa, e também administra ingressos (depósitos) e egressos (saques, pagamentos) da conta de seu correntista.
É um contrato bilateral, consensual, de execução continuada e oneroso.
Tais contratos podem variar segundo a provisão e a titularidade.
Quanto à provisão, podem ser:
Conta corrente a descoberto - Ocorre quando há um limite de crédito colocado à disposição do cliente pelo banco, pressupõe um contrato de abertura de crédito.
Conta corrente com provisão - Ocorre quando o cliente deve realizar anteriormente um depósito e só utilizará os serviços de caixa prestados pelo banco até o montante desse valor.
Quanto à titularidade, podem ser:
Conta unipessoal - Quando tem somente um titular.
Conta conjunta - Quando há mais de um titular e pode ser predeterminado pelas partes a obrigatoriedade de apenas um deles ou de todos, especificados nominalmente, movimentarem a conta. Na ausência, a regra é a de que a movimentação será realizada por todos em conjunto.
Conta corrente fragmentada - Também tem pluralidade de sujeitos, e todos podem sacar, independentemente da autorização dos demais, até uma quantia pré-determinada. O que exceder dependerá da assinatura de todos os titulares.
Conta conjunta solidária - Também tem uma pluralidade de titulares, os quais podem movimentar a conta livremente, e todos são coobrigados solidariamente.
Extinção de contrato e Fechamento de conta corrente
Ambos contratos são coisas diferentes. Muitas pessoas desconhecem tal diferença.
O fechamento de uma conta, tem como efeito a liquidação do saldo, que pode ocorrer no curso do contrato sem acarretar a cessação do mesmo.
De acordo com Orlando Gomes, tal contrato pode ser extinto por meio de distrato ou denúncia. A resilição unilateral ocorre mediante simples comunicação de uma parte à outra, de efeito imediato, ou consistente em aviso prévio, se o contrato é por tempo indeterminado, não importando a imediata exigibilidade do saldo. Ao devedor concede a lei prazo para liquidá-lo.
A morte e a falência do correntista também determinam a extinção do contrato, mas, neste último, o banco tem direito a se habilitar ao recebimento do saldo.
Crédito Confirmado
Neste tipo de contrato, o banco obriga-se a pagar a determinada pessoa quantia sacada por um cliente nos limites do crédito que lhe abriu.
Ao terceiro, a quem deve ser paga, declara o banco a existência do crédito, confirmando-o. Da confirmação nasce para o banco a obrigação de manter o crédito à disposição da pessoa a quem o confirmou. Tal crédito permanece bloqueado até sua utilização.
A obrigação contraída pelo banco resulta, assim, de ordem irrevogável de pagamento. Por isso, o crédito confirmado pelo banco é irrevogável.
Financiamento
Trata-se de operação bancária pela qual o banco adianta para o cliente recurso necessário a certo empreendimento, reservando-se a faculdade de receber de devedores do financiado os créditos que este lhe concedeu ou caucionou.
Pelo fato de se substituir a este na relação com terceiro, não perde o banco as ações que contra ele pode propor para recebimento integral do que adiantou. Se terceiros devedores não pagam, o banco se voltará contra o financiado.
Em geral, o financiamento conjuga-se a outro contrato.
Aceite Bancário
Este tipo de contrato é instrumento jurídico que favorece a mobilização de capitais, a importação de mercadorias e a movimentação do mercado de valores. Quando há abertura de crédito, pode o banco cobrar, além da comissão de crédito, uma comissão de aceite, a título de remuneração do risco a que se expõe.
O aceite bancário permite:
• Obtenção de fundos em praça estrangeira;
• Facilita a produção;
• Facilita a distribuição de bens de consumo e de bens duráveis;
Em resumo: o aceite bancário desempenha relevante função de ordem econômica e financeira. Aos próprios bancos presta auxílio considerável porque lhes possibilita atenderem a clientela sem imobilizarem
Ele é considerado operação de abertura de crédito, mas, quando o banco o dá, não põe fundos à disposição do cliente. Obriga-se somente a pagar ao credor, como se avalista fosse, sendo indiferente que o devedor possua, ou não, no vencimento, a disponibilidade necessária ao pagamento.
Contrato de custódia ou guarda de valores
Tal contrato é também conhecido como contrato de cofres fortes, cofres de aluguel ou caixas-fortes.
Por meio dele, o banco oferece a seu cliente compartimento vazio de seu caixa forte, para que possa guardar pertences de valor, mediante remuneração estipulada no contrato. Trata-se de uma função acessória do banco.
Tal sistema se mostra bastante confiável, uma vez que tais cofres possuem mecanismos de proteção extremamente seguros. São construídos em blocos metálicos ou cimento armado, e são imunes a incêndios, inundações e arrombamentos.
É contrato de tipo misto, uma vez que nele coexistem elementos de locação, prestação de serviços e depósito. É contrato bilateral e oneroso
Os bancos têm como obrigações:
• Permitir o uso do cofre em perfeita condição mediante a entrega da chave ao cliente;
• Assegurar ao usuário exclusividade de acesso ao cofre;
• Custódia, que compreende a conservação e defesa dos cofres.
O usuário tem as seguintes obrigações:
• Pagar a remuneração estipulada em contrato;
• Utilizar o cofre de acordo com as normas internas do banco;
• Apresentar o cartão de identificação ao usar o cofre;
• Devolver ao banco as chaves ao término do contrato.
Aula 10 - 83,3
	Contratos eletrônicos
	
O desenvolvimento do comércio eletrônico é uma realidade indubitável nos dias atuais, mas ele traz consigo uma série de situações que, do ponto de vista jurídico, devem ser observadas com muito cuidado, uma vez que ainda não existe uma lei específica para regulá-lo em nosso país. Os contratos firmados por meio da Internet têm os mesmos efeitos e criam as mesmas obrigações dos contratos tradicionais.
Apesar de já existirem alguns projetos de lei para regulá-los em nosso país, por enquanto, os princípios que o regem são, por meio da analogia e integração, os mencionados no Código Civil, e, quando o negócio jurídico se referir a contrato de consumo, aplicam-se as normas do Código de Defesa do Consumidor.
Como sua utilização é cada vez mais frequente, e como alguns riscos que possam vir a prejudicar qualquer das partes contratantes são possíveis nesse tipo de contratação, vemos que o princípio da boa-fé objetiva tem cada vez mais importância nessa esfera jurídica, portanto, sua observação e estudo devem ser uma constante quando nos referimos a contratos eletrônicos.
Você sabe qual o conceito de contrato eletrônico?
Oliver Iteanu - Diz que o contrato eletrônico é o encontro de uma oferta de bens ou serviços que se exprime de modo audiovisual através de uma rede internacional de telecomunicações e de uma aceitação suscetível de manifestar-se por meio da interatividade.
Semy Glanz - Se refere àquele que é celebrado por meio de programas de computador ou de aparelhos com tais programas, e que dispensam assinatura ou exigem assinatura codificada ou senha.
Sheila Leal - Para ela, eletrônico é o meio utilizado pelas partes para formalizar o contrato dito eletrônico, no qual o computador é utilizado como meio de manifestação e de instrumentalização da vontade das partes.
Contratos concluídos por computador e contratos executados pelo computador
Contratos eletrônicos em sentido escrito
São aqueles que, de acordo com

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