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1 Ministério da Educação UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Câmpus Londrina EQUAÇÕES DIFERENCIAIS ORDINÁRIAS Regina Sayuri Kainuma Yamada 2 Equações Diferenciais Ordinárias Lineares de Ordem Superior Definição: Uma equação diferencial de n-ésima ordem da forma: 1 2 1 2 1 01 2 ( ) ( ) ... ( ) ( ) 0 n n n nn n d y d y d y dy a x a x a x a x a x y dx dx dx dx . (1) onde 0 1, ,..., na a a são chamados de coeficientes é denominada homogênea, enquanto, 1 2 1 2 1 01 2 ( ) ( ) ... ( ) ( ) ( ) n n n nn n d y d y d y dy a x a x a x a x a x y g x dx dx dx dx (2) com ( ) 0g x é denominada não-homogênea. Os dois próximos conceitos são básicos para o estudo de equações diferenciais lineares. Definição: (Dependência Linear e Independência Linear) Dizemos que um conjunto de funções 1 2( ), ( ),..., ( )nf x f x f x é linearmente dependente (LD) em um intervalo I se existem constantes 1 2, ,..., nc c c não todas nulas, tais que 1 1 2 2( ) ( ) ... ( ) 0n nc f x c f x c f x para todo x no intervalo. Caso contrário, dizemos que um conjunto de funções 1 2( ), ( ),..., ( )nf x f x f x é linearmente independente (LI). 3 Solução Geral para Equações Homogêneas Teorema 01: Se 1 2( ), ( ),..., ( )ny x y x y x são soluções para a equação diferencial linear de n-ésima ordem homogênea (1) em um intervalo I. Então a combinação linear 1 1 2 2( ) ( ) ( ) ... ( )n ny x c y x c y x c y x em que ic s são constantes arbitrárias, é também uma solução no intervalo. Demonstração: Teorema 02: A equação diferencial homogênea ordinária: 1 2 1 2 1 01 2 ( ) ( ) ... ( ) ( ) 0 n n n nn n d y d y d y dy a x a x a x a x a x y dx dx dx dx sempre possui n soluções linearmente independentes (LI) e a sua solução geral é a combinação linear dessas n soluções, na forma: 1 1 2 2( ) ( ) ( ) ... ( )n ny x c y x c y x c y x onde 1 2, ,..., nc c c são constantes. Um modo de se verificar se as soluções 1 2( ), ( ),..., ( )ny x y x y x são linearmente independentes é calcular o seu Wronskiano. 4 Definição: Sejam 1 2( ), ( ),..., ( )ny x y x y x , n soluções para a equação diferencial linear homogênea (1). O determinante 1 2 1 2 1 2 1 2 ( 1) ( 1) ( 1) 1 2 y . . . y y . . . y y ( , ,..., ) . . . . y . . . y n n n n n n n n y y y yW y y y y é denominado Wronskiano dessas soluções. Teorema 03: Sejam 1 2( ), ( ),..., ( )ny x y x y x , n soluções para a equação diferencial linear homogênea de n-ésima ordem (1) em um intervalo I. Então, o conjunto de soluções é linearmente independente em I se e somente se 1 2( , ,..., ) 0nW y y y para todo x no intervalo. Neste caso, podemos afirmar que a combinação linear das soluções é a solução geral. Exemplo 01: Verificar se 9 0y y possui as soluções 3 1 xy e e 3 2 xy e . Encontre a solução geral para a equação. Exemplo 02: Verifique que as funções 1 xy e e 2 2 xy e e 3 3 xy e satisfazem como solução para equação 6 11 6 0y y y y e encontre a solução geral. 5 Equações Diferenciais Homogêneas com Coeficientes Constantes Apesar da aparente simplicidade, não há um modo geral de resolução da equação diferencial 1 2 1 2 1 01 2 ( ) ( ) ... ( ) ( ) 0 n n n nn n d y d y d y dy a x a x a x a x a x y dx dx dx dx . Existem apenas casos particulares, desenvolvidos para serem usados em situações específicas. Um desses casos ocorre quando os coeficientes ia da equação diferencial em tela são na verdade constantes numéricas e não funções de x. Definição: As equações diferenciais homogêneas com coeficiente constantes são as equações diferenciais escritas na forma: 1 2 1 2 1 01 2 ... 0 n n n nn n d y d y d y dy a a a a a y dx dx dx dx (3) onde 0 1, ,..., na a a são constantes reais. O fato interessante, é que todas as soluções para (3) são funções exponenciais ou construídas a partir de funções exponenciais. Por exemplo, vimos que a equação linear de primeira ordem 0 dy ay dx , onde a é uma constante qualquer tem solução exponencial 1 axy C e em , . Vamos começar considerando o caso especial da equação de segunda ordem. 6 Equação diferencial homogênea de segunda ordem com coeficientes constantes Seja 0ay by cy (4) onde , ,a b c são constantes arbitrários, uma equação homogênea de segunda ordem com coeficientes constantes. Se tentarmos uma solução da forma xy e , então xy e e 2 xy e . Assim, substituindo na equação diferencial (3) fica: 2 2 0 0 x x x x a e b e ce e a b c Como 0xe , para todo x real 2 0a b c (5) que é um polinômio de grau 2, denominado equação característica ou equação auxiliar da equação diferencial (4). Assim, consideramos três casos: raízes reais e distintas, raízes reais e repetidas e raízes complexas. Caso 1: Raízes Reais e Distintas Se a equação característica possui duas raízes reais distintas 1 e 2 , encontramos duas soluções 1 1 xy e e 2 2 xy e linearmente independentes (LI), ou seja, 1 2 1 2 1 2 2 1 1 2 0 x x x x x e e W e e e para todo valor real de x . Portanto, a solução geral para (4) é 1 2 1 2( ) x xy x C e C e 7 Exemplo 03: Resolva as seguintes equações diferenciais: 1. 5 6 0y y y R: 2 3 1 2( ) x xy x C e C e 2. 7 12 0y y y R: 3 4 1 2( ) x xy x C e C e Agora, se 1 e 2 são reais e iguais ( 1 2 ), então temos apenas uma única solução 1 1 xy e . Nesse caso, vamos construir uma segunda solução a partir de uma solução conhecida. Construindo uma segunda solução a partir de uma solução conhecida Vamos considerar a equação diferencial homogênea de segunda ordem 2 1 0 0a x y a x y a x y (6) Suponha que 1y x seja uma solução não trivial para a equação (6) e seja 2 0a x . Dividindo a equação (6) por 2a x , esta toma a forma padrão 0y P x y Q x y (7) onde 1 2 a x P x a x e 0 2 a x Q x a x são funções contínuas em algum intervalo I. Se definirmos 1y u x y x , segue-se que 81 1 1 1 1 1 1 11 12 y u y u y y u y u y u y u y u y u y u y Substituindo na equação (7), obteremos 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 2 2 2 zero y P y Q y u y u y u y P u y u y Qu y u y P y Q y u y Py u y u y Py u y Isso implica que devemos ter 1 1 12 0u y u y Py Fazendo u w , temos 1 1 12 0w y w y Py uma equação linear e separável em w . Assim, 1 1 1 1 1 2 1 2 1 2 ln 2ln ln ln ydw w P dx y y dw dx Pdx w y w y Pdx K w y Pdx K 9 2 1 2 1 1 1 1 2 1 1 2 1 ln , onde , pois Pdx K Pdx Pdx w y Pdx K w y K e K e e w K y e u K u w y Integrando novamente 1 22 1 Pdx e u K dx K y Logo, 1 1 2 1 1 1 2 12 2 1 1 P x dx P x dx y u x y x e e K dx K y x K y x dx K y x y x y x ou seja, 1 1 2 12 1 P x dx e y K y x dx K y x y x Fazendo 2 0K e 1 1K , temos a segunda solução para a equação (7) 2 1 2 1 P x dx e y x y x dx y x (8) 10 As soluções 1y x e 2 1 2 1 P x dx e y x y x dx y x são linearmente independente, pois 1 1 2 1 1 1 2 11 0 Pdx Pdx Pdx Pdx e y y dx y W e e e y y dx yy para todo x real. Portanto, a solução geral da equação (7) é 1 1 2 2y x C y x C y x onde, 2 1 2 1 P x dx e y x y x dx y x . Voltando para o caso 2 da equação característica da equação (4). Caso 2: Raízes Reais e Iguais Quando 1 2 , obtemos somente uma única solução 1 1 xy e . Vamos encontrar a segunda solução da equação 0ay by cy . Se 0a , então 0y P x y Q x y onde b P x a e c Q x a e a segunda solução é dada por 1 1 1 1 2 2 2 b b dx x a a x x x x e e y x e dx e dx e e (9) 11 Da equação característica 2 0a b c , a soma das raízes é dada por 1 2 b a e como 1 2 , então 1 2 b a , ou seja 12 b a Logo, a segunda solução torna-se 1 1 1 1 1 2 2 2 x x x x x e y x e dx e dx xe e Isto é, 12 xy x xe Portanto, a solução geral para equação (4) é 1 1 1 2( ) x xy x C e C xe Exemplo 04: Resolva as seguintes equações diferenciais: 1. 10 25 0y y y R: 5 5 1 2( ) x xy x C e C xe 2. 4 4 0y y y R: 2 2 1 2( ) x xy x C e C xe 3. 6 9 0y y y R: 3 3 1 2( ) x xy x C e C xe 12 Caso 3: Raízes Complexas Conjugadas Se 1 e 2 são complexas, então podemos escrever 1 i e 2 i , em que e 0 são reais. Como 1 2 , então pelo Caso 1, a solução geral é 1 2( ) i x i x y x C e C e Utilizando as relações de Euller cos sen e cos seni x i xe x i x e x i x e somando e depois subtraindo essas duas equações, obtemos 2cos 2 sen i x i x i x i x e e x e e i x Como 1 2( ) i x i x y x C e C e é uma solução para (4) para qualquer escolha das constantes 1C e 2C , então fazendo 1 2 1C C e 1 1C , 2 1C temos duas soluções 1 2 ( ) 2 cos ( ) 2 i x i x x i x i x x i x i x x i x i x x y x e e e e e e x y x e e e e e ie sen x respectivamente. Pelo Teorema 01, as funções 1 2 ( ) cos ( ) x x y x e x y x e sen x continuam sendo soluções da equação (4) e 13 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 cos cos cos cos cos cos cos 0 x x x x x x x x x x x x e x e sen x W e x e sen x e sen x e x e x sen x e x e x sen x e sen x e x sen x e Portanto, a solução geral é 1 2 1 2 ( ) cos .[ .cos .sen ] x x x y x C e x C e sen x e C x C x Exemplo 05: Resolva as seguintes equações diferenciais: 1. 0y y R: 1 2( ) cos( ) ( )y x C x C sen x 2. 6 25 0y y y R: 3 1 2( ) cos(4 ) (4 ) xy x e C x C sen x 14 Resumo Seja 0ay by cy , onde , ,a b c são constantes arbitrários, uma equação homogênea de segunda ordem com coeficientes constantes. Se a solução da equação é da forma xy e , então temos a equação característica 2 0a b c . Temos três casos: Caso 1: 1 2 Solução Geral: 1 2 1 2( ) x xy x C e C e Caso 2: 1 2 Solução Geral: 1 1 1 2( ) x xy x C e C xe Caso 3: 1 i e 2 i Solução Geral: 1 2( ) .[ .cos .sen ] xy x e C x C x Exemplo 06: Resolva o problema de valor inicial. 4 13 0, 0 1, 0 2y y y y y R: 2 4cos3 3 3 xy e x sen x Exemplo 07: Resolva o problema de valor inicial. 21,01,054 yyyyy Equações de ordem superior No caso geral, para resolver uma equação diferencial de n-ésima ordem 1 2 1 2 1 01 2 ... 0 n n n nn n d y d y d y dy a a a a a y dx dx dx dx 15 em que os 0 1, ,..., na a a são constantes arbitrários, devemos resolver uma equação polinomial de grau n 1 2 1 2 1 0... 0 n n n na a a a a Se todas as raízes da equação característica são reais e distintas, então a equação geral é 1 2 1 2( ) nxx x ny x C e C e C e K Como encontrar as raízes das equações características de grau maior que 2 Primeiro método: “Adivinhe” a primeira raiz da equação característica. A melhor escolha é 1 1, 2, 3 . Após ter encontrado a raiz, sabemos pelo teorema de fatoração que 1 é um fator do polinômio (equação característica). Dividindo o polinômio por 1 , ou utilizando o método do Briot-Ruffini, obtemos a fatoração 1 21 2 1 0 1... n n n na a a a a Q Exemplo 08: Resolva as seguintes equações diferenciais. 1. 3 4 0y y y R: 2 2 1 2 3 x x xy C e C e C xe 2. 4 0 d y y dx R: 1 2 3 4( ) cos( ) ( ) x xy x C x C sen x C e C e 3. 4 2 4 2 2 0 d y d y y dx dx R: 1 2 3 4cos cosy C x C senx C x x C x senx 16 4. 3 4 12 0y y y y R: 2 3 2 1 2 3( ) x x xy x C e C e C e Segundo método: Quando não é possível de encontrar as raízes, encontre as raízes racionais da seguinte forma: Se 1 p q é uma raiz racional, onde p e q são primos entre si, de uma equação característica 1 2 1 2 1 0... 0 n n n na a a a a então p é um fator de 0a e q é um fator de na . Logo, para determinar se uma equação característica possui raízes racionais, primeiro encontre os fatores (múltiplos) de 0a e na , e construímos uma lista de todas as possíveis raízes racionais que são as razões entre cada fator de 0a e cada fator de na . Testamos cada um desses números pelo método de Briott-Ruffini e se o número 1 testado é uma raiz da equação, então 1 é um fator do polinômio. Exemplo 09: Resolva 3 5 10 4 0y y y y R: 31 2 3cos 3 3x xy C e e C x C sen x 17 Equações Diferenciais Não Homogêneas com Coeficientes Constantes Como já apresentado, as equações diferenciais lineares não homogênea com coeficientes constantes são aquelas da forma: 1 2 1 2 1 01 2 ... ( ) n n n nn n d y d y d y dy a a a a a y g x dx dx dx dx (1) onde 0 1, ,..., na a a são constantes reais. A solução geral deste tipo de equação é dada por: c py y y (2) onde cy é a solução complementar (solução da equação diferencial homogênea) e py é a solução particular (solução da equação diferencial não homogênea). Derivando (2) até a ordem da equação diferencial (1), obtemos: pc dydydy dx dx dx 222 2 2 2 . . . . . . . . . pc nnn pc n n n d yd yd y dx dx dx d yd yd y dx dx dx Substituindo esses valores em (1), tem-se: 18 1 1 1 0 1 01 1 ... ... ( ) n n n n p p c c n n p n n cn n n n d y d y d y d y a a a y a a a y g x dx dx dx dx (3) Como py é a solução particular da equação dada, o primeiro termo de (3) satisfará a equação: 1 1 01 ... ( ) n n p p n n pn n d y d y a a a y g x dx dx (4) E, consequentemente: 1 1 01 ... 0 n n c c n n cn n d y d y a a a y dx dx (5) Esta é, de fato, uma equação diferencial linear homogênea, cuja solução corresponde à função complementar da equação não homogênea dada. Então, para resolver a equação diferencial com coeficientes constantes, equação (1), podemos resolver a parte homogênea, cy , pelo método dos coeficientes constantes (já discutido), e somá-la com a solução particular py . Mas como se determina a solução particular? Existem dois métodos, que serão discutidos posteriormente. 19 MÉTODO DOS COEFICIENTES A DETERMINAR OU INDETERMINADO (ou MÉTODO DE DESCARTES) Agora estamos interessados em determinar as soluções particulares da equação diferencial não homogênea de segunda ordem com coeficientes constantes: ( )a y b y c y g x onde , ,a b c são constantes. Um dos métodos para determinar py é o dos coeficientes a determinar. Esse método funciona para poucos casos específicos: ele se limita a equações lineares não-homogêneas que tem coeficientes constantes e em que ( )g x é uma constante k, uma função polinomial, uma função exponencial, uma função cosseno e seno, ou somas e produtos dessas funções. Pelo (4), temos que ( )p p pa y b y c y g x então parece razoável supor então que py tem a mesma forma que ( )g x . Exemplo 01: Resolva as seguintes equações diferenciais: 1. 25 6 2 1y y y x R: 2 2 3 1 2 5 5 ( ) 3 9 27 x x xy x C e C e x 2. 7 12 3 xy y y e R: 3 4 1 2 3 ( ) 20 x x xy x C e C e e 3. 4 3 3 (2 )y y y sen x R: 31 2 3 ( ) (2 ) 8cos(2 ) 65 x xy x C e C e sen x x 20 Tentativas para encontrar soluções particulares ( )g x Forma de py 2 1x 23x x 3x 4 xe 31 xe 2xxe 25 1 xx e 3 4sen x cos 2x 2 4x sen x 2 cos3xe x 43 xxe senx A Ax B 2Ax Bx C 3 2Ax Bx Cx D xAe 3xA Be 2xAx B e 2 xAx Bx C e 4 cos 4Asen x B x 2 cos 2Asen x B x 2 24 cos 4Ax Bx C sen x Dx Ex F x 2 22 cos 2x xAe sen x Be x 4 4 cosx xAx B e senx Cx D e x Exemplo 02: Resolva as seguintes equações diferenciais. 1. 22 3 4 5 6 xy y y x xe R: 3 2 1 2 4 23 4 ( ) 2 3 9 3 x x xy x C e C e x x e 21 2. 44 3 xy y e R: 4 1 2 3 ( ) cos(2 ) (2 ) 20 xy x C x C sen x e 3. 27 10 8 xy y y e R: 2 5 2 1 2 8 ( ) 3 x x xy x C e C e xe 4. 2 xy y y e R: 2 1 2 1 ( ) 2 x x xy x C e C xe x e 5. 4 ( )y y sen x R: 1 2( ) cos( ) ( ) 2 cos( )y x C x C sen x x x Exemplo 03: Resolva o problema de valor inicial 4 10 , 0, 2y y x senx y y R: 9 cos 7 4 5 cosy x senx x x x Equações de Ordem Superior Exemplo 04: Resolva as seguintes equações diferenciais. 1. 4 1 3y y x R: 2 2 2 1 2 3 3 ( ) 8 4 x x xy x C C e C e x 22 2. 22 3 2 1y y x x R: 4 3 2 2 1 2 3 3 ( ) 8 12 8 x x xy x C C x C e x 3. (4) 4 8 (4 )y y sen x R: 2 2 1 2 3 4 1 ( ) (4 ) 40 x xy x C C x C e C e sen x 4. 4 12 (2 )y y sen x R: 2 2 1 2 3 3 ( ) cos(2 ) 4 x xy x C C e C e x Exemplo 05: Determine a forma de uma solução particular. 1. 38 25 5 7x xy y y x e e R: 3 2 xpy Ax Bx Cx D e 2. 2 69 14 3 5 2 7 xy y y x sen x xe R: 2 6cos2 2 xpy Ax Bx C D x Esen x Fx G e 3. 4 1 xy y e R: 3 x py Ax Bxe 23 MÉTODO DA VARIAÇÃO DOS PARÂMETROS (MÉTODO DE LAGRANGE)Vimos que o método de coeficientes indeterminados é um procedimento simples para determinar uma solução particular quando a equação tem coeficientes constantes e o termo não homogêneo é do tipo especial. Agora será apresentado um método mais geral, denominado variação de parâmetros para encontrar uma solução particular. Para calcular uma solução particular py pelo método da variação dos parâmetros ou método de Lagrange, utilizaremos uma equação diferencial linear não homogênea de 2ª ordem 2 1 0 ( )a x y a x y a x y g x na forma padrão: ( )y P x y Q x y f x (6) e considera-se a solução homogêneas de uma solução particular expressa por: 1 1 2 2( ) ( )cy c y x c y x com 1c e 2c constantes arbitrárias e 1( )y x e 2( )y x são linearmente independentes (LI). O método da variação dos parâmetros consiste em substituir as constantes 1c e 2c pelas funções 1( )u x e 2 ( )u x , para formar uma solução particular na forma: 1 1 2 2( ) ( ) ( ) ( )py u x y x u x y x (7) que seja solução da equação diferencial não homogênea. Como 1( )u x e 2 ( )u x constituem parâmetros que podem ser modificados, portanto, aos quais serão impostas restrições. Derivando (7), tem-se: 24 1 1 1 1 2 2 2 2( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )py u x y x u x y x u x y x u x y x Agora, supondo-se (condição imposta) de modo a simplificar a derivada: 1 1 2 2( ) ( ) ( ) ( ) 0u x y x u x y x (8) Com esta condição, a derivada fica: 1 1 2 2( ) ( ) ( ) ( )py u x y x u x y x (9) e a derivada segunda fica: 1 1 1 1 2 2 2 2( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )py u x y x u x y x u x y x u x y x (10) Substituindo as expressões (7), (9) e (10) em (6): 1 1 1 1 2 2 2 2 1 1 2 2 1 1 2 2 ( )u y u y u y u y P x u y u y Q x u y u y f x Evidenciando 1( )u x e 2 ( )u x : 1 1 1 1 2 2 2 2 1 1 2 2 ( )u y P x y Q x y u y P x y Q x y u y u y f x onde os coeficientes de 1( )u x e 2 ( )u x são nulos, uma vez que 1( )y x e 2( )y x são soluções da equação característica (solução homogênea), ou seja, são soluções de (6) para ( ) 0g x . Assim: 1 1 2 2 ( )u y u y f x (11) Dessa forma, as equações (8) e (11) formam o sistema de condicionamento: 25 1 1 2 2 1 1 2 2 0 ( ) u y u y u y u y f x Pela Regra de Cramer, o determinante desse sistema será o Wronskiano das funções 1( )y x e 2( )y x , que por hipótese, é diferente de zero 0W , que pode ser expressa em termos de determinantes: 1 1 W u W e 2 2 W u W em que: 1 2 1 2 y y W y y 2 1 2 0 ( ) y W f x y 1 2 1 0 ( ) y W y f x Exemplo 06: Resolva as seguintes equações diferenciais: 1. 24 4 ( 1) xy y y x e R: 3 2 2 2 2 1 2( ) 6 2 x x xx xy x C e C xe e 2. 4 36 cossec(3 )y y x R: 1 2 1 1 ( ) cos(3 ) (3 ) cos(3 ) (3 ) ln( (3 )) 12 36 y x C x C sen x x x sen x sen x 3. ( )y y tg x R: 1 2( ) cos( ) ( ) cos( ) ln(sec( ) ( ))y x C x C sen x x x tg x 4. 3 2 2xy y y xe x R: 2 2 1 2 3 ( ) 2 2 x x xxy x C e C e x e x 26 EQUAÇÃO DIFERENCIAL DE CAUCHY-EULER Definição: A equação diferencial: 1 2 1 2 1 2 1 01 2 ... ( ) n n n n n nn n d y d y d y dy a x a x a x a x a y g x dx dx dx dx (1) é denominada equação de Cauchy-Euler. A característica desse tipo de equação diferencial é que o grau de cada coeficiente monomial coincide com a ordem de derivação. Assim: k k k d y x dx (2) Para efeitos de discussão, vamos resolver o caso da equação homogênea de 2ª ordem, que é: 2 2 2 0 d y dy ax bx cy dx dx (3) A solução para equações de ordem superior é análoga. Ainda, podemos resolver a equação não homogênea: 2 2 2 ( ) d y dy ax bx cy g x dx dx (4) pelo método da variação dos parâmetros, uma vez determinada a solução homogênea ( )cy x . 27 Propomos uma solução da forma my x , em que m deve ser determinado e que 0,x . Para encontrar solução para ,0x fazemos a substituição t x na equação diferencial. A 1ª e 2ª derivadas são, respectivamente: 1mdy mx dx e 2 2 2 ( 1) m d y m m x dx Conseqüentemente, a equação diferencial, torna-se: 2 2 2 2 2 1 0 ( 1) 0 ( 1) 0 ( 1) 0 m m m m m m m d y dy ax bx cy dx dx ax m m x bxmx cx am m x bmx cx x am m bm c ou simplesmente: 2 ( ) 0mx am b a m c Logo, my x será uma solução para a equação diferencial quando m for uma solução para a equação característica: 2 ( ) 0am b a m c (5) Há três casos distintos a serem considerados, dependendo das raízes dessa equação quadrática, a saber: raízes reais e distintas, reais e iguais ou complexas. No último caso, as raízes são conjugadas. 28 Caso 1: Raízes Reais e Distintas: 1 2m m Se 1m e 2m são raízes reais e distintas de (5), então: 1 1 my x e 2 2 my x que são soluções linearmente independentes, pois 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 1 1 2 1 2 1 1 1 1 2 0 m m m m m m m m m m x x W m x m x m m x m x m x e a solução geral é: 1 2 1 2( ) m my x C x C x Exemplo 01:Resolva a equação diferencial: 1. 2 2 4 0x y xy y R: 1 4 1 2( )y x C x C x 2. 2 43 3 2 xx y xy y x e R: 31 2( ) 2 2 xy x C x C x xe x Caso 2: Raízes Reais e Iguais: 1 2m m Se 1m e 2m são raízes reais e iguais, temos uma única solução 1 1 my x . Vamos encontrar a segunda solução pela fórmula: 29 2 1 2 1 P x dx e y x y x dx y x Transformando a equação (4) na forma padrão, temos 2 2 d y dy P x Q x y f x dx dx onde b P x ax , 2 c Q x ax e 2 ( )g x f x ax . Assim, 1 1 1 1 1 1 1 1 ln ln 2 2 2 2 2 b a b b dx x x b aax a m m m m m m m m e e e x y x x dx x dx x dx x dx x x x x Como 1m e 2m são raízes reais e iguais e 1 2 b a m m a então 1 12 2 b a a b m m a a Logo, 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 1 2 1 ln b a b a b a b a m m m m m a b b a a bm a a m x x x x y x x dx x dx x dx x dx x dx x xx xx x x Temos 11 my x x e 12 ln( ) my x x x duas soluções linearmente independentes, pois 30 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 1 2 1 2 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 ln ln ln 0 ln m m m m m m m m m x x x W m x x x m x x x m x m x x x e a solução geral é: 1 1 1 2( ) ln( ) m my x C x C x x Para equações de ordem superior, se m for uma raiz de multiplicidade k, então pode ser mostrado que: 2 1 , ln( ), ln( ) ,..., ln( ) km m m mx x x x x x x são soluções linearmente independentes. A solução geral para a equação diferencial deve portanto conter uma combinação linear dessas k soluções. Exemplo 02: Resolva as seguintes equações diferenciais: 1. 24 8 0x y xy y R: 1 1 2 2 1 2( ) ln( )y x C x C x x 2. 2 ln( )x y xy y x R: 1 2( ) ln( ) ln( ) 2y x C x C x x x 31 Caso 3: Raízes Complexas Se as raízes de (5) são complexas, podemos interpretar 1m i , e como as raízes surgem em pares conjugados; assim, a outra raiz é 2m i . Duas soluções LI são ( )ix e ( )ix , e a solução geral (complexa) é : ( ) ( ) 1 2 i iy C x C x ou simplesmente como: 1 2 i iy x C x C x Mas, como no caso de equações diferenciais com coeficientes constantes, quando as raízes da equação auxiliar são complexas, queremos escrever a solução em termos de funções reais somente. Utilizando as relações de Euler lnln cos( ln ) sen( ln ) i x xi xx e e x i x , logo, podemos escrever a solução geral como: 1 2[ cos( ln ) sen( ln )]y x C x C x Exemplo 03: Resolva a equação diferencial: 1. 2 3 3 0, 1 1, 1 5x y xy y y y R: 1( ) cos( 2 ln( )) 2 2 ( 2 ln( ))y x x x sen x 32 Equação de ordem superior Exemplo 04: Resolva as seguintes equações diferenciais: 1. 3 25 7 8 0x y x y xy y R: 2 1 2 3( ) cos(2ln( )) (2ln( ))y x C x C x C sen x 2. 3 0x y xy y R: 3. 3 2 3 2 3 2 2 4 4 0 d y d y dy x x x y dx dx dx R: 4. 3 2 3 2 3 3 2 3 6 6 3 ln d y d y dy x x x y x dx dx dx R:
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