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modelo de parecer juridico usucapião

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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ª VARA CÍVEL E DE ACIDENTES DE TRABALHO DA COMARCA DE MANAUS-AM
EDUARDO MAIA DE SOUSA, brasileiro, solteiro, engenheiro, portador da cédula de identidade nº 1520843-5 SSP/AM e inscrito no CPF sob nº 659.843.822-53, residente e domiciliado nesta cidade, na Rua Amazonas, casa 36, Bairro: Betânia, CEP: 69073-310, com endereço eletrônico xxxxx, vem, por meio de seu procurador infra-assinado propor a presente
 
AÇÃO DE USUCAPIÃO ORDINÁRIA
 
 
em face de xxxxxxxxxxxxx, residente e domiciliado na XXXXXXXXX, nº XXXX, Bairro XXXXXXX, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:
I – DOS FATOS
O imóvel, objeto da usucapião, pertence ao pai do Requerente, Sr. Lusevaldo Araújo de Souza há 16 (dezesseis) anos, e vem mantendo a posse de forma mansa e pacífica, contínua, sem oposição e com "animus domini", sobre uma área de terreno rural, situada na AV. Margarita, nº 4774, Bairro Monte das Oliveiras, medindo 30 metros de frente, por 90 metros de profundidade, com cadastro de IPTU nº 409414.
O referido imóvel ficou pertencendo ao pai do Requerente, através de contrato de compromisso de compra e venda de terreno registrado em cartório (Doc. 01).
Na qual no dia xxxxxx, foi criada a empresa Metalúrgica Maia LTDA inscrita no CPNJ sob o nº 34.575.126/0001-06, tento como representante legal o pai do Requerente. E desde então, o Sr. Lusevaldo, encontra-se na posse mansa, pacífica e ininterrupta da área usucapida, consistente de: um lote de terreno localizado na AV. Margarita, nº 4774, Bairro Monte das Oliveiras, medindo 30 metros de frente, por 90 metros de profundidade, com cadastro de IPTU nº 409414 e com isso vinha mantendo sua atividade econômica no imóvel e arcando com todas as despesas para manutenção deste. (Doc. 02)
Contudo, o Sr. Lusevaldo pela idade xxx anos, decidiu se aposentar e deixar o imóvel para seu filho ora Requerente, e em Janeiro de 2012 assinaram um contrato de transferência de posse e benfeitorias de imóvel urbano ........ (Doc. 03)
E desde a assinatura do referido contrato, o Requerente vem realizando as mesmas atividades que o pai elaborava, fazendo uso de toda a estrutura deixada por este.
Com confinantes do lado leste a empresa ETAM e do lado oeste terras de Simplício Ferreira Lima
Ainda é válido mencionar que o Requerente paga todos os impostos incidentes sobre o imóvel e cuida da manutenção.
Assim, está perfeitamente configurado todos os requisitos legais da USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA prevista na nossa legislação civil, razão pela qual, o Requerente busca através do Poder Judiciário para que, ao final da presente ação, seja a ele declarado o domínio sobre o imóvel, regularizando a propriedade através do procedimento da usucapião. 
II – DO SUPORTE JURÍDICO
Usucapião é modo originário de aquisição de propriedade; é propriedade de um bem de posse não reclamada. Assim, a posse deve ser mansa e pacífica, por um determinado tempo, preenchendo as exigências previstas na lei.
Assegura o art. 1.238 do CC que adquirirá a propriedade do imóvel aquele que possuir, de forma, mansa, pacífica e ininterrupta, determinado imóvel pelo prazo de 15 anos. 
 
São requisitos da usucapião extraordinária: a posse mansa, pacífica e contínua (posse qualificada); o decurso do prazo de 15 (quinze) anos ou de 10 (dez) anos no caso do usucapiente ter estabelecido a sua moradia ou se tiver realizado obras ou serviços de caráter produtivo.
A posse apta a conduzir a usucapião deve ser ininterrupta, o que significa dizer que deve ser contínua, constante, além de não poder ser contestada, caracterizando sua mansidão e pacificidade.
Nas palavras de Caio Mário da Silva Pereira (2008, p. 120), “o possuidor não pode possuir a coisa a intervalos, intermitentemente, nem tê-la maculada de vícios ou defeitos”
Maria Helena Diniz (2011, p. 161) disserta sobre a necessidade de pacificidade e a imprescindibilidade da ausência de interrupção, assim dispondo:
“A posse deve ser mansa e pacífica, isto é, exercida sem contestação de quem tenha legitimo interesse, ou melhor, do proprietário contra quem se pretende usucapir. Se a posse for perturbada pelo proprietário, que se mantém solerte na defesa de seu domínio, falta um requisito para a usucapião. Para que se configure a usucapião é mister a atividade singular do possuidor e a passividade geral do proprietário e de terceiros, ante aquela situação individual. Precisa ser ela contínua, ou seja, exercida sem intermitência ou intervalos.”
Importante mencionar que embora não seja apreciada a existência de justo título e boa-fé por parte do possuidor, este deve ter animus domini, ou seja, cuidar da coisa como animus de dono, como se fosse sua. Nesse sentido aponta a jurisprudência do TJ/MG:
“APELAÇÃO CÍVEL - USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIO – PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS LEGAIS - INOCORRÊNCIA - A aquisição do imóvel pela prescrição aquisitiva reclama a conjugação de três elementos fundamentais, que são a posse, o tempo e a coisa hábil. Os três requisitos se somam para que seja alcançada a pretensão do usucapião extraordinário; ausente qualquer deles, a pretensão torna-se inalcançável. - Na ação de usucapião extraordinário, cabe ao autor produzir a prova de sua posse prolongada, ininterrupta, mansa e pacífica, como também do animus domini, sob pena de não se lhe declarar o domínio da terra a que pretende. (Número do processo: 0000.00.493493-2/000 1 Relator: OSMANDO ALMEIDA Data do acordão:   23/05/2006 Data da publicação: 10/06/2006)”
AGRAVO DE INSTRUMENTO. BEM ADQUIRIDO POR CONTRATO PARTICULAR DE COMPRA E VENDA. USUCAPIÃO OU AÇÃO DE ADJUDICAÇÃO. LIBERDADE DE ESCOLHA DA PARTE AUTORA. RECURSO PROVIDO. 1. A usucapião consiste no modo originário de aquisição de propriedade, pelo qual a pessoa que exerce a posse do imóvel, por certo prazo previsto em Lei, adquire-lhe o domínio, desde que sua posse tenha satisfeito certos requisitos, quais sejam, posse mansa e pacífica, ininterrupta, sem oposição alguma do titular do domínio e com o animus domini. Já a adjudicação compulsória é o procedimento adequado ao compromissário comprador do bem imóvel contra o proprietário, visando à substituição da vontade individual, na relação obrigacional recusada pelo devedor pela declaração judicial (art. 1.418 do CC/02). Ambas as ações, portanto, têm como consequência acarretar o registro do imóvel em nome da parte autora. 2. Apesar da ação de adjudicação ser, em tese, um meio processual mais simples, célere e econômico para a obtenção do domínio, a escolha pela ação a ser proposta é da parte, já que disso não se originará prejuízo algum a terceiros. As partes têm plena liberdade de limitar a atuação do juiz aos fatos e aos pedidos que entendam necessários para compor a lide. 3. O fato de os agravantes terem adquirido o bem por meio de contrato particular de compra e venda com permuta somado à possibilidade de ingressarem com ação diversa para a obtenção do mesmo resultado não constituem óbice à propositura da ação de usucapião, nos termos do art. 1.242 e seguintes, do Código Civil. 4. O instrumento de promessa de compra e venda insere-se na categoria de justo título apto a ensejar a declaração de usucapião ordinária. Tal entendimento agarra-se no valor que o próprio Tribunal - E, de resto, a legislação civil - Está conferindo à promessa de compra e venda. Se a jurisprudência tem conferido ao promitente comprador o direito à adjudicação compulsória do imóvel independentemente de registro (Súmula n. 239) e, quando registrado, o compromisso de compra e venda foi erigido à seleta categoria de direito real pelo Código Civil de 2002 (art. 1.225, inciso VII), nada mais lógico do que considerá-lo também como "justo título" apto a ensejar a aquisição da propriedade por usucapião. A própria Lei presume a boa-fé, em sendo reconhecido o justo título do possuidor, nos termos do que dispõe o art. 1.201, parágrafo único, do Código Civil de 2002: "O possuidor com justo título tem por si a presunção de boa-fé, salvo prova em contrário,ou quando a Lei expressamente não admite esta presunção". Precedentes do C. STJ. 5. O direito reclamado através da adjudicação compulsória é de propriedade, sendo imprescritível, cabe aos agravantes a escolha da ação a ser proposta, não cabendo ao magistrado limitar o direito de ação deles. Assim, eleito o rito de usucapião pelos agravantes, para consagrar a propriedade do imóvel, rito que também demanda a comprovação de posse, através da complexa instrução do feito, conclui-se que a decisão agravada viola o direito de ação, estabelecido no art. 5º, inc. XXXV, da CF/88 e art. 3º do CPC. 6. Recurso provido para revogar a decisão agravada. (TJES; AI 0039946-20.2014.8.08.0024; Primeira Câmara Cível; Rel. Des. Fabio Clem de Oliveira; Julg. 14/04/2015; DJES 27/04/2015)
E para o requisito de usucapião extraordinária com caráter produtivo, decidem os tribunais:
“TJ-RS - Apelação Cível AC 70055602387 RS (TJ-RS) Data de publicação: 07/10/2013 Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA. CAMPING. OBRAS DE CARÁTER PRODUTIVO. PROVAS SUFICIENTES PARA DEMONSTRAR OS REQUISITOS DA USUCAPIÃO. SENTENÇA REFORMADA. De conformidade com o art. 1.238 do Código Civil , parágrafo único, de 2002, que trata da usucapião extraordinária, aquele que, por dez anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, estabelecendo lá sua moradia ou realizado obras ou serviços se caráter produtivo, adquire-lhe a propriedade. No caso dos autos, restam comprovados os requisitos ensejadores à usucapião extraordinária previstos no art. 1.238 , parágrafo único , do CC/2002 , como a realização de obras no local explorado como atividade de camping, razão pela qual deve ser julgado procedente o pedido em favor do autor. Indiscutível que a exploração da área por meio de camping demonstra a destinação de caráter produtivo da mesma, porquanto os rendimentos daquela atividade auxilia os autores no seu sustento familiar. Sentença reformada para fins de reconhecer o domínio em favor dos apelantes. DERAM PROVIMENTO AO APELO. (Apelação Cível Nº 70055602387, Décima Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Eduardo João Lima Costa, Julgado em 24/09/2013)”
DOS PEDIDOS 
Ante o exposto, pede que seja julgada totalmente procedente a presente ação, concedendo ao Requerente o domínio útil do imóvel em questão. Para tanto requer: 
a) Seja decretada a TOTAL PROCEDÊNCIA da ação para nomear como proprietária à Requerente do imóvel usucapiendo. 
b) Que seja citada a Requerida, que ainda aparece no registro como proprietária do imóvel litigioso para contestar a presente ação. 
c) Que sejam citados todos os confinantes, conforme as especificações já citadas. 
d) Que sejam intimados, por via postal, os representantes da Fazenda Pública da União, Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios para que manifestem eventuais interesses na causa. 
e) Que a sentença seja transcrita no registro de imóveis, mediante mandado, por constituir esta, título hábil para o respectivo registro junto ao Cartório de Registro de Imóveis. 
f) A parte Autora opta pela não realização de audiência de conciliação ou de mediação, com fulcro no art. 319, VII, do NCPC. 
Pretende o Autor provar suas argumentações fáticas, documentalmente, apresentando desde já os documentos acostados à peça exordial, protestando pela produção das demais provas que eventualmente se fizerem necessárias no curso da lide. 
Para efeitos meramente fiscais dá-se à causa o valor de R$40.000,00 (quarenta mil reais) para fins meramente fiscais. 
Termos em que pede deferimento.
Manaus, 30 de novembro de 2016.
MILTON ANTONIO RIVERA REYES 
ADVOGADO OAB/AM 9.851
AGRAVO DE INSTRUMENTO. BEM ADQUIRIDO POR CONTRATO PARTICULAR DE COMPRA E VENDA. USUCAPIÃO OU AÇÃO DE ADJUDICAÇÃO. LIBERDADE DE ESCOLHA DA PARTE AUTORA. RECURSO PROVIDO. 1. A usucapião consiste no modo originário de aquisição de propriedade, pelo qual a pessoa que exerce a posse do imóvel, por certo prazo previsto em Lei, adquire-lhe o domínio, desde que sua posse tenha satisfeito certos requisitos, quais sejam, posse mansa e pacífica, ininterrupta, sem oposição alguma do titular do domínio e com o animus domini. Já a adjudicação compulsória é o procedimento adequado ao compromissário comprador do bem imóvel contra o proprietário, visando à substituição da vontade individual, na relação obrigacional recusada pelo devedor pela declaração judicial (art. 1.418 do CC/02). Ambas as ações, portanto, têm como consequência acarretar o registro do imóvel em nome da parte autora. 2. Apesar da ação de adjudicação ser, em tese, um meio processual mais simples, célere e econômico para a obtenção do domínio, a escolha pela ação a ser proposta é da parte, já que disso não se originará prejuízo algum a terceiros. As partes têm plena liberdade de limitar a atuação do juiz aos fatos e aos pedidos que entendam necessários para compor a lide. 3. O fato de os agravantes terem adquirido o bem por meio de contrato particular de compra e venda com permuta somado à possibilidade de ingressarem com ação diversa para a obtenção do mesmo resultado não constituem óbice à propositura da ação de usucapião, nos termos do art. 1.242 e seguintes, do Código Civil. 4. O instrumento de promessa de compra e venda insere-se na categoria de justo título apto a ensejar a declaração de usucapião ordinária. Tal entendimento agarra-se no valor que o próprio Tribunal - E, de resto, a legislação civil - Está conferindo à promessa de compra e venda. Se a jurisprudência tem conferido ao promitente comprador o direito à adjudicação compulsória do imóvel independentemente de registro (Súmula n. 239) e, quando registrado, o compromisso de compra e venda foi erigido à seleta categoria de direito real pelo Código Civil de 2002 (art. 1.225, inciso VII), nada mais lógico do que considerá-lo também como "justo título" apto a ensejar a aquisição da propriedade por usucapião. A própria Lei presume a boa-fé, em sendo reconhecido o justo título do possuidor, nos termos do que dispõe o art. 1.201, parágrafo único, do Código Civil de 2002: "O possuidor com justo título tem por si a presunção de boa-fé, salvo prova em contrário, ou quando a Lei expressamente não admite esta presunção". Precedentes do C. STJ. 5. O direito reclamado através da adjudicação compulsória é de propriedade, sendo imprescritível, cabe aos agravantes a escolha da ação a ser proposta, não cabendo ao magistrado limitar o direito de ação deles. Assim, eleito o rito de usucapião pelos agravantes, para consagrar a propriedade do imóvel, rito que também demanda a comprovação de posse, através da complexa instrução do feito, conclui-se que a decisão agravada viola o direito de ação, estabelecido no art. 5º, inc. XXXV, da CF/88 e art. 3º do CPC. 6. Recurso provido para revogar a decisão agravada. (TJES; AI 0039946-20.2014.8.08.0024; Primeira Câmara Cível; Rel. Des. Fabio Clem de Oliveira; Julg. 14/04/2015; DJES 27/04/2015)

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