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Aluna: Lorrane Barbosa Bardasson
Revisão de Constitucional para a AV2
INTERVENÇÃO FEDERAL/ESTADUAL:
PREVISTA NOS ARTIGOS.34 AO 36 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
A intervenção é autorizada para repelir invasão estrangeira e para impedir que o mau uso da autonomia pelos Estados-Membros resulte na invasão de um Estado em outro; na perturbação da ordem pública; na corrupção do Poder Público estadual; no desrespeito da autonomia municipal
A UNIÃO VAI REALIZAR INTERVENÇÃO EM ALGUÉM INFERIOR A ELA. ESTADO MEMBRO, DF, OU AINDA EM MUNICÍPIO LOCALIZADO EM TERRITÓRIO FEDERAL.
A intervenção  Federal ocorre por meio de DECRETO do chefe do poder executivo.
Fundamento:  inciso XI do Artigo 84 da Constituição Federal:
“Compete privativamente ao Presidente da República:
X – decretar e executar a intervenção federal”;
1- INTERVENÇÃO FEDERAL COMUM:
FUNDAMENTO ESTÁ NO ARTIGO 34 DA CF. É AQUELA REALMENTE POSSÍVEL DE EXECUÇÃO. PODE ACONTECER NA PRÁTICA.
É A INTERVENÇÃO FEDERAL REALIZADA NOS ESTADO MEMBROS OU NO DISTRITO FEDERAL. SÃO UNIDADES QUE EXISTEM.
DOUTRINA DIVIDE A INTERVENÇÃO FEDERAL COMUM EM:
INTERVENÇÃO FEDERAL DE OFÍCIO:
Presidente da República toma a iniciativa de realizar a intervenção.
Quais situações autorizam esta intervenção?
Hipóteses dos incisos I, II, III E V DO ARTIGO 34.
1.2- INTERVENÇÃO FEDERAL POR SOLICITAÇÃO DOS PODERES:
QUEM PODE SOLICITAR: PODER EXECUTIVO, LEGISLATIVO, JUDICIÁRIO.
FUNDAMENTAÇÃO: ARTIGO 34, INCISO IV da CF.
“IV – garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação”;
Executivo, legislativo e judiciário vão solicitar a intervenção federal. Se houver coação no poder legislativo e executivo, o presidente da assembléia legislativa ou da câmara legislativa no caso do DF, e o governador de estado ou do DF, respectivamente, podem solicitar DIRETAMENTE ao Presidente da República a intervenção federal.
OBSERVAÇÃO: Se o poder judiciário estiver coagido (NÃO CONSEGUE FAZER VALER SUAS DECISÕES JUDICIAIS), NÃO PODE
PEDIR DIRETAMENTE PARA O PRESIDENTE. Deve solicitar, enviar um ofíco ao STF que, por sua vez, deverá requisitar intervenção federal.
RESUMINDO: O JUDICIÁRIO VAI SOLICITAR AO STF, que vai fazer um julgamento e se for o caso, vai requisitar a intervenção federal.
O presidente é obrigado a realizar a intervenção federal? Sim, se não realizar, comete crime de responsabilidade, passível de processo de impeachment.
1.3. INTERVENÇÃO POR REQUISIÇÃO JUDICIAL:
OCORRE QUANDO HÁ VIOLAÇÃO DOS INCISOS VI E VII DO ARTIGO 34 DA CF.
CHAMADOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS SENSÍVEIS:
“Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
VI – prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;
VII – assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)”. OBS: HIPÓTESE DE A AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE INTERVENTIVA FEDERAL.
QUAIS TRIBUNAIS PODEM REQUISITAR A INTERVENÇÃO FEDERAL?
STF, STJ E TSE. 36, INCISO II.
2-INTERVENÇÃO FEDERAL ANÔMALA OU INCOMUM: 
NOME DADO PELA DOUTRINA. TEM PREVISÃO EXPRESSA NA CF, PORÉM NÃO É POSSÍVEL REALIZAR NO DIA DIA PORQUE NÃO EXISTE MAIS TERRITÓRIOS FEDERAIS.
MAIS SE VOLTAREM A EXISTIR, PODERÁ SER FEITA, PORÉM SERÁ INTERVENÇÃO FEDERAL COMUM.
FUNDAMENTAÇÃO: ARTIGO 35 PARTE FINAL. ESTÁ PREVISTA NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, PORÉM NÃO
TEM EXECUÇÃO, NÃO TEM EFETIVIDADE. NÃO CONSEGUE SER REALIZADA NO PLANO FÁTICO.
EX: INTERVENÇÃO DA UNIÃO EM MUNICÍPIO LOCALIZADO EM TERRITÓRIO FEDERAL.
3- INTERVENÇÃO ESTADUAL: HIPÓTESE DO ARTIGO 35, PRIMEIRA PARTE DA CF.
INTERVENÇÃO DOS ESTADOS NOS MUNICÍPIOS.
“Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em Território
Federal, exceto quando:
I – deixar de ser paga, sem motivo de força maior,
por dois anos consecutivos, a dívida fundada;
II – não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;
IV – o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar
a observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a
execução de lei, de ordem ou de decisão judicial. (IV- HIPÓTESE DE ADIN INTERVENTIVA ESTADUAL. Governador vai intervir por meio de decreto)”.
A CONSTITUIÇÃO FEDERAL não faz menção a intervenção distrital e municipal, mesmo porque no DF não tem municípios.
Existe controle político sobre a intervenção federal?
Sim. É feito pelo poder legislativo. Fundamento: Artigo 36, £ 1º:
“§ 1º – O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução e que, se couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembléia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas”
RESUMINDO: 
INT. FEDERAL: CONTROLE: CONGRESSO NACIONAL
INT. ESTADUAL: CONTROLE: ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA RESPECTIVA.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA DEVE CONSULTAR OS CONSELHOS DA REPÚBLICA E DE DEFESA NACIONAL E DEPOIS QUE OUVIR, ELE VAI DECRETAR, E ESTE DECRETO VAI SER SUBMETIDO AO CONGRESSO NACIONAL.
IMPORTANTE: EMBORA O PRESIDENTE CONSULTE OS CONSELHOS, ESTA AUTORIZAÇÃO NÃO É PRÉVIA. 
A AUTORIZAÇÃO PRÉVIA DE ATO DO PODER EXECUTIVO PELO CONGRESSO NACIONAL OCORRE SOMENTE PARA A DECRETAÇÃO DO ESTADO DE SÍTIO.
FUNDAMENTAÇÃO DO ESTADO DE SÍTIO: 137 AO 139 DA CF.
OBSERVAÇÃO IMPORTANTÍSSIMA:
SE FOR INTERVENÇÃO FEDERAL POR REQUISIÇÃO JUDICIAL, NÃO EXISTE CONTROLE POLÍTICO FEITO PELO CONGRESSO NACIONAL. PRESIDENTE DA REPÚBLICA DECRETA A INTERVENÇÃO NOS TERMOS DA DECISÃO JUDICIAL. NÃO PRECISA OUVIR OS DOIS CONSELHOS (CONSELHOS DA REPÚBLICA E DE DEFESA NACIONAL).
Processo legislativo brasileiro
Por Diogo Cysne
Processo legislativo é o conjunto de exigências e procedimentos para a elaboração das leis, sendo responsabilidade do Poder Legislativo. No Brasil, embora o Executivo e o Judiciário também possam, excepcionalmente, redigir leis, a palavra final cabe sempre ao Congresso Nacional, sede federal do Legislativo, estando suas principais normas descritas na Seção VIII, Título IV da Constituição Federal. Nela, mencionam-se sete tipos de legislação: leis ordinárias, complementares e delegadas, emendas constitucionais, medidas provisórias, decretos legislativos e resoluções.
Leis ordinárias e complementares
Leis ordinárias são as normas jurídicas com as regras mais gerais e abstratas - ou seja, as leis mais comuns -, enquanto leis complementares procuram reforçar a matéria constitucional; seu caráter, pois, é de complemento à Constituição. Além de seus processos serem bem similares, ambas podem ser propostas por qualquer membro ou comissão do Congresso Nacional; pelo Presidente da República; pelo Supremo Tribunal Federal (STF); pelos Tribunais Superiores; pelo Procurador-Geral da República; e pelos cidadãos.
Quando nasce no Congresso, o Projeto de Lei (PLO) vai para a comissões técnica competente da casa originária (Câmara dos Deputados, com 35 comissões, ou Senado, com 11); quando vindo de algum membro externo ao Congresso, o PL é apresentado à Câmara. Se a comissão entender que o projeto é constitucional, legal e útil à sociedade, ele o envia para votação em plenário, onde a aprovação depende de maioria simples, ou seja, no mínimo 50% dos votos dos congressistas presentes.
Em caso de rejeição, o projeto é arquivado. Em aprovação, ele segue para a outra Casa do Congresso (Casa revisora): a Câmara envia o projeto para o Senado e vice-versa. Se a Casa revisora aprovar apenas partes do PLO, ela o emenda e devolve para reavaliação da Casa inicial, que pode aprovar o novo texto ou rejeitá-lo. Se a aprovada (maioriasimples) pela Casa revisora, a lei é enviada para sanção ou veto presidencial.
Se o Presidente não se pronunciar em até 15 dias do seu recebimento, considera-se a lei sancionada, seguindo-se sua promulgação (torna-se válida, oficial). Em caso de veto, porém, ambas as Casas se reúnem para apreciá-lo, sendo que um veto só é derrubado com maioria absoluta de votos, ou seja, no mínimo metade de todos os congressistas, não só os presentes. Derrubado o veto, segue a lei à promulgação (prazo de 48 horas; se o Presidente não promulgá-la, o Presidente do Senado deve fazê-lo); se mantido, ela é arquivada.
Com projetos de lei complementar, a única diferença é que, no lugar de maioria simples, as votações são por maioria absoluta. A Constituição estabelece limites para a proposição de leis por não congressistas, sendo estes mais rigorosos com projetos de lei de iniciativa popular (PLPs), que precisam do apoio de 1% dos eleitores, distribuídos em ao menos cinco Estados, com um mínimo de 0,33% de apoio em cada Estado.
Emendas constitucionais
A Constituição brasileira é um documento rígido, que não pode ser facilmente alterado. Como Lei Máxima da nação, modificações em seu texto devem ser consideradas com extremo cuidado, visto que repercutirão em toda a legislação subordinada. Sendo este o propósito das emendas, seu processo exige grande consenso entre os parlamentares.
Emendas podem ser propostas pelo Presidente da República, por metade das Assembleias Legislativas do país ou por, no mínimo, um terço dos membros de qualquer Casa do Congresso. Além de não poder ser realizadas durante intervenção federal e estado de emergência ou sítio, elas não podem prejudicar a federação, o voto, a separação de poderes e os direitos e garantias individuais - as chamadas cláusulas pétreas da Constituição.
Feita a proposta, cada Casa do Congresso deve discuti-la e votá-la em dois turnos, havendo aprovação somente com mais de 60% dos votos em ambas. Se rejeitada, a matéria da proposta não pode ser repetida na mesma sessão legislativa; ou seja, uma "nova tentativa" ocorre só no ano seguinte.
Leis delegadas
Exclusivas do Presidente da República, essas leis só são possíveis com a concessão do Congresso, que delega seus poderes de legislação. Para promulgá-las, o Presidente primeiro envia uma solicitação ao Congresso. Esta pode ser aprovada por maioria simples em sessão conjunta ou separada das Casas, tornando-se, neste caso, uma resolução que estipula as condições para o uso dos poderes delegados. Uma delegação típica é quando o Congresso permite ao Presidente elaborar e promulgar leis sem sua apreciação. Quando a lei, mesmo delegada, precisa ser remetida ao Congresso, caracteriza-se uma delegação atípica.
Medidas provisórias
Outro recurso exclusivo do Presidente, essas são instrumentos com força de lei para situações de grande urgência. Sua vigência é imediata, mas temporária (60 dias, prorrogáveis por outros sessenta), e depende de aprovação pelo Congresso para ser efetivada como lei.
Se não averiguadas após 45 dias de sua instauração, as MP's trancam todas as pautas da Casa em que se encontram. O processo é similar ao de uma lei ordinária, sendo primeiro avaliadas por uma comissão mista, depois votadas em plenário e, se aprovadas, votadas em plenário da outra casa. As aprovações requerem maioria simples dos votos, e rejeição em qualquer etapa resulta em arquivamento. Se uma MP for aprovada com emendas, o Presidente pode vetá-la parcial ou integralmente, fazendo-a retornar ao Congresso para reapreciação. Já a rejeição pelo Congresso deve ser acompanhada por um decreto legislativo regulamentando os efeitos da MP durante sua vigência.
Decretos legislativos e resoluções
São medidas normativas com força análoga à de lei dentro do Poder Legislativo, sendo que os decretos legislativos tratam das atribuições exclusivas do Congresso e as resoluções, das competências privativas de cada Casa. Assim, os efeitos dos decretos repercutem fora do âmbito congressional, enquanto os efeitos das resoluções são quase sempre internos.
Decretos legislativos dependem de aprovação por maioria simples em cada Casa, enquanto resoluções seguem os regimentos internos tanto do Congresso quanto de suas Casas, a depender de quem as propõe. O processo independe de sanção presidencial; uma vez aprovados, ambos seguem para promulgação pelo Presidente do Senado. Vale notar que decretos legislativos não são decretos (atribuição do Poder Executivo) nem decretos-lei, pois sua força não é legal per se
PODER EXECUTIVO
1. NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
O Poder Executivo exerce funções típicas como a prática de atos de chefia de Estado, chefia de governo e atos de administração, bem como funções atípicas legisla através de medida provisória e julga, no contencioso administrativo, exercido em caso de defesa de multa de trânsito e etc.
2. PRESIDENCIALISMO VS PARLAMENTARISMO
No sistema presidencialista (criação norte-americana), as funções de Chefe de Estado e Chefe de Governo encontram-se nas mãos de uma única pessoa, qual seja, o Presidente da República.
No sistema parlamentarista (influência inglesa), a função de Chefe de Estado pode ser exercida pelo Presidente da República (República Parlamentarista) ou Monarca (Monarquia Parlamentarista) e a função de Chefe de Governo, pelo Primeiro-Ministro, chefiando o gabinete.
3. PODER EXECUTIVO NA CF/88
3.1 O exercício do Poder Executivo no Brasil
Em âmbito federal, o Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, que acumula as funções de Chefe de Estado e Chefe de Governo, sendo auxiliado pelos Ministros de Estado.
Em âmbito estadual, o Poder Executivo é exercido pelo Governador de Estado e seu vice, auxiliado pelos Secretários de Estado. Os subsídios do Governador, Vice-Governador e Secretários de Estado será fixado em lei de iniciativa da Assembleia Legislativa.
Em âmbito distrital, o Poder Executivo é exercido pelo Governador do Distrito Federal e seu vice.
Em âmbito municipal, o Poder Executivo é exercido pelo Prefeito e seu vice.
Em âmbito dos Territórios Federais, o Poder Executivo é exercido pelo Governador e seu vice, nomeados pelo Presidente da República, após aprovação do Senado Federal.
3.2 Atribuições do Presidente da República
Competências privativas: Art. 84 da CFRB/88; (Rol exemplificativo)
O Presidente da República poderá delegar as competências previstas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, do art. 84 aos Ministros de Estado, ao PGR ou ao AGU.
3.3 Condições de Elegibilidade
São condições de elegibilidade para o cargo de Presidente e Vice-Presidente da República: (1) Ser brasileiro nato; (2) Pleno exercício dos direitos políticos; (3) Alistamento eleitoral; (4) Domicílio eleitoral na circunscrição; (5) Filiação partidária; (6) Ter no mínimo 35 anos; (7) Não ser inalistável, nem analfabeto; (8) Não estar inelegível.
3.4 Processo Eleitoral
A data da eleição será no primeiro domingo do mês de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver. Não haverá segundo turno se um dos candidatos tiver obtido a maioria absoluta dos votos, não computados os nulos e os em branco.
3.5 Posse e Mandato
O mandato do Presidente da República é de 4 anos, permitida a reeleição para um único período subsequente, tendo início em 1º de janeiro do ano subsequente a eleição em que foi eleito.
3.6 Impedimento e Vacância
Segundo o art. 79, será sucedido no caso de vaga (definitiva – ex: morte, cassação e renúncia) pelo Vice-Presidente, ou substituído no caso de impedimento (temporário – ex: doença e férias).
Se Presidente e Vice-Presidente da República estiverem impedidos ou em caso de vacância, serão sucessivamente chamados: (1) o Presidente da Câmara dos Deputados; (2) o Presidente do Senado Federal e (3) o Presidente do STF. (Sempre em caráter temporário)
No âmbito estadual, em caso de vacância do Governador do Estado e não assunção pelo Vice, serão chamados: (1) o Presidente da Assembleia Legislativa; (2) o Presidentedo TJ local.
No âmbito do DF, em caso de vacância do Governador do DF e não assunção pelo Vice, serão chamados: (1) o Presidente da Câmara Legislativa; (2) o Presidente do TJ do DF e Territórios.
No âmbito municipal, em caso de vacância do Prefeito e não assunção pelo Vice, serão chamados: (1) o Presidente da Câmara Municipal; (2) em muitos casos, há a inclusão do Vice-Presidente da Câmara Municipal.
3.7 Mandato-tampão: eleição direta ou indireta
Duas regras devem ser observadas no caso de substituição pelos substitutos legais ou eventuais (excluído o Vice-Presidente da República): (1) Vacância de ambos os cargos (Presidente e Vice) nos 2 primeiros anos do mandato: Realizar-se-á eleições diretas, 90 dias depois da abertura da última vaga; (2) Vacância nos últimos 2 cargos: Realizar-se-á eleições indiretas, pelo Congresso Nacional, 30 dias depois de aberta a última vaga.
4. MINISTROS DE ESTADO
Os Ministros de Estado são meros auxiliares administrativos do Presidente da República, que os nomeia, podendo ser exonerados a qualquer tempo, ad nutum, não tendo qualquer estabilidade. São requisitos para assumir o cargo: (1) Ser brasileiro nato ou naturalizado, exceto o Ministro de Defesa (nato); (3) Estar em pleno exercício dos direitos políticos e (3) ter mais de 21 anos de idade. São atribuições dos Ministros de Estado as previstas no art. 87, parágrafo único, entre outras.
Nos crimes de responsabilidade praticados pelos Ministros de Estado sem conexão com o Presidente da República e nos crimes comuns, serão estes processados e julgados perante o STF. Na hipótese de crime de responsabilidade conexo com o Presidente da República, serão julgados perante o Senado Federal.
5. CONSELHO DA REPÚBLICA (Lei n. 8.041/90)
É o órgão superior de consulta do Presidente da República e suas manifestações não terão caráter vinculatório aos atos e decisões tomadas pelo Presidente da República, sendo presidido por este. Compete a este conselho se pronunciar sobre a intervenção federal, o estado de defesa e o estado de sítio, bem como sobre a defesa das instituições democráticas.
6. CONSELHO DE DEFESA NACIONAL (Lei n. 8.183/91)
É órgão de consulta do Presidente da República para assuntos relacionados à soberania nacional e defesa do Estado democrático. Cabe a este: (1) Opinar sobre a declaração de guerra e celebração de paz; (2) A decretação do estado de sítio, defesa e intervenção federal; (3) propor os critérios para utilização das áreas indispensáveis à segurança nacional; (4) estudar e propor medidas para assegurar a independência nacional e a defesa do Estado democrático.
7. CRIMES DE RESPONSABILIDADE
Os detentores de altos cargos públicos poderão praticar além dos crimes comuns, os crimes de responsabilidade, vale dizer, infrações de natureza político-administrativa, submetendo-se ao processo de impeachment. Além do Presidente da República, também poderão ser responsabilizados e destituídos dos seus cargos através do processo de impeachment: (1) o Vice-Presidente da República; (2) os Ministros de Estados, em crimes de responsabilidade conexos com o Presidente da República; (3) os Ministros do STF; (4) os membros do CNJ e do CNMP; (5) o PGJ e o AGU; (7) Governadores de Estado; (8) os Prefeitos.
7.1 Procedimento de Impeachment para o Presidente da República
O procedimento é bifásico, a primeira fase é chamada de juízo de admissibilidade do processo, tramitando na Câmara dos Deputados e a segunda fase é denominada de julgamento, no Senado Federal.
Na primeira fase, a Câmara dos Deputados declarará procedente (2/3 de seus membros) ou não a acusação, que poderá ser formalizada por qualquer cidadão em pleno gozo de seus direito políticos, admitindo o processo e julgamento pelo Senado Federal.
Na segunda fase, com a autorização da Câmara dos Deputados, o Senado deverá instaurar o processo sob a presidência do Presidente do STF, assegurando ao acusado (Presidente da República) o contraditório e a ampla defesa, podendo, ao final, ser condenado ou absolvido do crime de responsabilidade.
Instaurado o processo, o Presidente ficará suspenso por 180 dias, voltando as suas funções no término do prazo, caso o julgamento não esteja concluído. A sentença condenatória se dará por resolução do Senado Federal (2/3 dos seus membros), limitando-se a condenação à perda do cargo e inabilitação para o exercício de qualquer função pública por 8 anos, sem prejuízo de outras sanções cabíveis. Observa-se que o judiciário não poderá rever a decisão do legislativo.
8. CRIMES COMUNS
Entende-se por crime comum todas as modalidades de infrações penais, estendendo-se aos delitos eleitorais, alcançando até mesmo os crimes contra a vida e as próprias contravenções penais.
Nos crimes comuns praticados pelo Presidente da República também haverá um controle político administrativo pela Câmara dos Deputados que autorizará ou não o recebimento da denúncia ou queixa crime pelo STF, através do voto de 2/3 dos seus membros. A denúncia será oferecida pelo Procurador Geral da República e a queixa-crime pelo ofendido. Recebida a denúncia ou a queixa o Presidente da República ficará suspenso por 180 dias de suas funções. O Presidente da República só poderá ir preso após a sentença penal condenatória.
8.1 Imunidade presidencial (irresponsabilidade penal relativa)
O Presidente da República durante a vigência de seu mandato, não poderá ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções (art. 84, §4º), ou seja, as infrações penais cometidas antes ou durante o mandato sem relação com suas funções presidenciais, a persecução penal ficará provisoriamente suspensa, inclusive a prescrição. Pelas infrações de natureza civil, tributária, política, administrativa poderá ser responsabilizado.
A imunidade presidencial e a imunidade formal relativa à prisão só cabe ao Presidente da República, não se estendendo aos Governadores de Estado e aos Prefeitos.
Não obstante, deverá haver autorização do Legislativo (2/3 dos membros da Câmara dos Deputados) para instauração de inquérito policial e processo contra o Presidente da República, o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado, não se estendendo esta regra aos Governadores e nem aos Prefeitos.
10. COMPETÊNCIAS PRIVATIVAS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Segundo o art. 84 da CF/88, são competências privativas do Presidente da República:
a) nomear e exonerar os Ministros de Estado;
b) exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração federal;
c) iniciar o processo legislativo;
d) sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução;
e) vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
f) dispor sobre a organização e o funcionamento da administração federal;
g) dispor, mediante decreto, sobre a organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos e extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; (DELEGÁVEL)
h) manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos;
i) celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional;
j) decretar o estado de defesa e o estado de sítio;
k) decretar e executar a intervenção federal;
l) remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo a situação do País e solicitando as providências que julgar necessárias;
m) conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei; (DELEGÁVEL)
n) exercer o comando supremo das Forças Armadas, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos;
o) exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos;
p) nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministrosdo Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o presidente e os diretores do banco central e outros servidores, quando determinado em lei;
q) nomear os Ministros do Tribunal de Contas da União;
r) nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o Advogado-Geral da União;
s) nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII;
t) convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional;
u) declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional;
v) celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional;
x) conferir condecorações e distinções honoríficas;
z) permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente;
a1) enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nesta Constituição;
b1) prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior;
c1) prover (DELEGÁVEL ATÉ ESTA PARTE) e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei;
d1) editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62;
e1) exercer outras atribuições previstas nesta Constituição
Garantias da magistratura
Vitaliciedade - Significa que o magistrado, depois de transcorrido o período de dois anos desde sua assunção ao cargo com o correspondente exercício, somente o perderá em decorrência de sentença judicial transitada em julgado, em processo adequado onde lhe seja assegurado o direito de ampla defesa e de contraditório. A vitaliciedade não se confunde com a estabilidade comum do servidor público. A estabilidade do funcionário público, diferentemente da do juiz, é no serviço, e não no cargo. 
Inamovibilidade - Significa que o magistrado não pode ser removido de sua sede de atividade para outra sem o seu prévio consentimento, salvo em decorrência de incontestável interesse público, mediante voto de dois terços do tribunal, e de igual modo assegurada ampla defesa. Tal garantia abrange, inclusive, a possibilidade de recusar promoção na carreira, quando referida benesse camuflar uma manobra contra o juiz.
Irredutibilidade de vencimentos - É a terceira garantia que a Constituição oferece ao magistrado. Com efeito, a mera hipótese de o magistrado sofrer redução em seu salário em decorrência de algum ato judicial implicaria em motivo de inibição no exercício da judicatura
O Poder Executivo e as peculiaridades do cargo de Presidente da República
Poder Executivo
O Poder Executivo é independente e autônomo, assim como os Poderes Legislativo e Judiciário, e tem como função principal administrar a coisa pública, por meio de atos de chefia de Estado, chefia de Governo e de Administração.
Na chefia de Estado, o Poder Executivo representa a soberania do Estado no cenário internacional. Pelos atos de chefia de Governo, o Executivo cuida da vida política interna, em atividade voltada à operacionalização das políticas públicas consagradas no ordenamento. Por fim, no exercício da chefia da Administração, o Executivo presta os serviços públicos à população.
Sistema de Governo
O Sistema de Governo é o modo como se relacionam o Poder Executivo e o Poder Legislativo. São dois os sistemas de Governo mais comuns: o Presidencialismo em que a chefia é una, ou seja, o Presidente da República exerce, de forma simultânea, a chefia de Estado e a chefia de Governo; e o Parlamentarismo em que a chefia é dual, o chefe de governo é o Primeiro-Ministro, o qual é membro do Parlamento/Legislativo e o chefe de Estado é o Monarca ou o Presidente (a depender da forma de Governo adotada, Monarquia ou República).
O Brasil já adotou o sistema parlamentarista em duas oportunidades, sendo a primeira durante a Monarquia (Constituição de 1824); e a segunda no período entre a promulgação da Emenda Constitucional 04 (02 de setembro de 1961), até sua revogação pela Emenda Constitucional 06 (23 de janeiro de 1963) durante o governo do João Goulart.
Atualmente, o Brasil adota o sistema presidencialista.
Exercício do Poder Executivo
Conforme determina o artigo 76 da Constituição Federal, o Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos Ministros de Estado.
A iniciativa de lei para criação e extinção de Ministérios é privativa do Presidente (art. 61, § 1º, II, e, CF). De acordo com o artigo 84, I, da Constituição é o Presidente que nomeia e exonera livremente os Ministros de Estado (isto é, independentemente de motivação ou de prévia aprovação do Senado Federal).
Requisitos de Elegibilidade para Presidente da República
Para ser Presidente da República, é necessário preencher os requisitos de elegibilidade previstos no artigo 14, § 3º, da Constituição Federal, sendo estes:
Alistabilidade: que é o ato de se alistar como eleitor para o exercício da capacidade eleitoral ativa (votar), que é pressuposto para o exercício da capacidade eleitoral passiva (receber votos);
Nacionalidade: é necessário ser brasileiro nato (art. 12, § 3º, CF);
Idade mínima: 35 anos (segundo o artigo 11, § 2º, do Código Eleitoral, a idade mínima deve ser comprovada na data da posse, e não na data da eleição);
Domicílio eleitoral no País: é a circunscrição eleitoral para o Presidente;
Filiação partidária: pelo menos 01 (um) ano (não há, no Brasil, candidatura avulsa - sem filiação partidária);
Pleno exercício dos direitos políticos: não incidência do artigo 15 da Constituição Federal, ou das inelegibilidades.
No que tange ao Vice-Presidente, este também possui significativa importância no estudo do Poder Executivo, especialmente porque, conforme o artigo 77, § 1º, da Constituição Federal, a eleição do Presidente implica a do Vice que com ele tenha sido registrado; ademais, de acordo com o artigo 79, da Constituição Federal, em caso de impedimento (que é uma situação temporária, como a que ocorre em caso de doença ou viagem) o Vice substituirá o Presidente e, no caso de vacância (que é uma situação definitiva, ex.: renúncia, morte, condenação) o Vice sucederá o Presidente.
Eleição do Presidente da República
A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República realizar-se-á, simultaneamente, no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno (se houver), do ano anterior ao do término do mandato presidencial vigente.*
O Presidente da República será eleito pelo sistema eleitoral majoritárioabsoluto, ou seja, será eleito o candidato que obtiver a maioria absoluta dos votos válidos, isto é, são descontados os votos nulos e os em branco. Se esta maioria não tiver sido obtida em 1º turno, deve ser obtida em 2º turno.
Posse e mandato do Presidente da República
A posse do Presidente da República ocorre no dia primeiro de janeiro do ano subsequente ao da eleição, em sessão de posse realizada no Congresso Nacional.
Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Presidente ou o Vice-Presidente, salvo motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago.
Licença do Presidente da República
O Presidente e o Vice não podem se ausentar do país, por período superior a 15 (quinze) dias, sem autorização do Congresso Nacional, se isso ocorrer, essa ausência será interpretada como renúncia ao cargo (art. 83, CF).
Impedimento e Vacância Presidencial
Impedimento é a impossibilidade temporária de se exercer a função, a qual gera substituição. Ex.: doença, viagem, suspensão das funções.
Vacância é uma situação definitiva, a qual gera sucessão. Ex.: morte, renúncia, perda do cargo.
O Vice-Presidente, nos termos do artigo 79, da Constituição Federal, é o substituto e o sucessornatural do Presidente da República. Por outro lado, quando o Vice está impedido ou deixa o cargo vago, o Presidente governa sozinho.
Havendo impedimento dos cargos de Presidente e Vice-Presidente, convoca-se a linha sucessória presidencial do artigo 80, da Constituição Federal.
Porém, se os dois cargos ficarem vagos em definitivo (dupla vacância), ocorrem novas eleições, que poderão ser de dois tipos. Se os dois cargos ficarem vagos nos dois primeiros anos do mandato presidencial, ocorrerão Eleições Diretas (art. 81, caput, CF), em até 90 (noventa) dias (voto do povo). Se os dois cargos ficarem vagos nos dois últimos anos do mandato presidencial, ocorrerão Eleições Indiretas (art. 81, § 1º, CF), em até 30 (trinta) dias (realizada pelo Congresso Nacional). Em ambos os casos, os eleitos cumprirão o chamado “mandato-tampão” (art. 81, § 2º, CF), ou seja, apenas concluirão o período de seu antecessor.
Há grande divergência doutrinária a respeito de quem poderia concorrer nas eleições indiretas, sendo que ainda não há lei regulamentando. Segundo a doutrina majoritária, qualquer cidadão que cumpra os requisitos de elegibilidade do artigo 14, § 3º da Constituição Federal poderia se candidatar.
Imunidades do Presidente da República
O Presidente da República não possui imunidade material, ao contrário dos membros do Poder Legislativo Federal, os quais, conforme o artigo 53 da Constituição Federal, não podem ser responsabilizados, tanto na esfera cível como na penal, por suas opiniões, palavras e votos.
Por outro lado, o Presidente foi contemplado por um conjunto de prerrogativas formais, as quais se referem à prisão, ao processo e à chamada “irresponsabilidade penal relativa ou temporária”.
É importante ressaltar que imunidades não são vantagens pessoais, mas prerrogativas vinculadas ao cargo. As prerrogativas são irrenunciáveis, e acompanham o ocupante do cargo enquanto estiver no seu exercício.
Imunidade Formal em relação à prisão ( Ar. 86, § 3º, CF)
O Presidente da República, nas infrações penais comuns, não poderá ser submetido a qualquer modalidade de prisão processual (flagrante, preventiva e provisória), antes de prolatada a sentença condenatória pelo Supremo Tribunal Federal.
Apesar da Constituição Federal exigir somente “sentença condenatória”, a doutrina dominante entende que também deve ser definitiva (trânsito em julgado).
Cláusula de Irresponsabilidade Penal Relativa ou Temporária (Art. 86, § 4º, CF)
Na vigência do mandato, o Presidente só pode ser responsabilizado por atos praticados no exercício da função ou em razão dela.
Por outro lado, se o ato é estranho ao exercício funcional, a responsabilização só ocorrerá após o término do mandato, na justiça comum (instâncias ordinárias), em virtude do encerramento do foro especial por prerrogativa de função. Nestes casos, a prescrição ficará suspensa durante o mandato.
Imunidade Forma em relação ao processo ou autorização (Art. 51, I, E ART. 86, CF)
O Presidente só poderá ser processado, tanto pela prática de crime comum, quanto pela prática de crime de responsabilidade, se houver autorização por dois terços dos membros da Câmara dos Deputados.
A Câmara dos Deputados faz o juízo de admissibilidade político da acusação (não é jurídico). O que se defende com esta norma é a estabilidade constitucional do País.
O Supremo Tribunal Federal determinou que já existe direito de defesa durante o juízo de admissibilidade na Câmara dos Deputados.
O juízo autorizativo da Câmara dos Deputados vincula o Senado Federal, que deverá instaurar o processo para apuração de crimes de responsabilidade. Por outro lado, no caso dos crimes comuns, o juízo autorizativo da Câmara dos Deputados não vincula o Supremo Tribunal Federal, que ainda fará um novo juízo de admissibilidade para decidir se recebe ou não a peça acusatória, que é a denúncia apresentada pelo Procurador Geral da República, ou a queixa-crime apresentada pelo ofendido ou seu representante legal.
O princípio que justifica a tese da vinculação do juízo autorizativo da Câmara dos Deputados é o da Separação de Poderes. Assim, o Senado Federal, que também é parte do Legislativo, fica vinculado; e o Supremo Tribunal Federal, que é parte do Judiciário, tem autonomia em relação àquela.
Não é a autorização dada pela Câmara dos Deputados que inicia a suspensão presidencial, a qual será de, no máximo, 180 (cento e oitenta) dias. A suspensão começa com a instauração do processo no Senado Federal, ou o recebimento da denúncia ou queixa-crime nos crimes comuns pelo Supremo Tribunal Federal (art. 86, § 1º e § 2º, CF).
A responsabilização do Presidente da República por Crime de Responsabilidade
O processo pelos crimes de responsabilidade também é conhecido como Processo de Impedimento ou Impeachment.
Crime de responsabilidade trata-se de infração político-administrativa, ou seja, apesar de possuir essa terminologia, não está previsto no Código Penal, logo, não é crime propriamente dito. As condutas estão previstas de forma genérica no artigo 85 da Constituição Federal.
Após a autorização da Câmara dos Deputados, o processamento e julgamento serão remetidos para o Senado Federal, mas o Presidente do Supremo Tribunal Federal presidirá a sessão de julgamento (não vota, apenas preside).
Instaurado o processo no Senado Federal, o Presidente ficará suspenso de suas funções pelo prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias. Se este prazo vencer, ele retoma as funções, sem prejuízo da sequência do processo.
A Comissão Processante é criada pelo Senado Federal, formada por um quarto dos Senadores e tem a função de instruir o processo (diligências, oitiva, etc.).
O Presidente do Senado, após a instrução, marcará data e hora para o julgamento, comunicando ao Presidente do Supremo Tribunal Federal.
O Senado Federal só poderá condenar o Presidente por dois terços dos seus membros.
As penas podem ser a perda do cargo; e a inabilitação por oito anos para o exercício de funções públicas (não só cargos eletivos).
Cumpre destacar que, segundo o Supremo Tribunal Federal, o Senado Federal é a instância única e originária para o processamento e julgamento dos crimes de responsabilidade. Por isso, de sua decisão não cabe recurso para o Supremo Tribunal Federal para a análise do mérito. A Corte só pode ser acionada para avaliar o respeito ao procedimento e aos princípios constitucionais.
A responsabilização do Presidente da República por crime comum
Crime comum é qualquer tipo de infração penal, das contravenções penais aos crimes dolosos contra a vida, incluindo os crimes eleitorais.
Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe, nas infrações penais comuns, processar e julgar, originariamente o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República.
De acordo com o artigo 86, § 1º, I, da Constituição Federal, se nas infrações penais comuns a denúncia ou queixa-crime for recebida pelo Supremo Tribunal Federal, o Presidente ficará suspenso de suas atribuições por 180 (cento e oitenta) dias.
A condenação precisa ser prolatada pela maioria absoluta dos membros do Supremo Tribunal Federal.
As penas serão aquelas previstas, em abstrato, no Código Penal. Há, no entanto, uma consequência reflexa da condenação inserida no artigo 15, III, da Constituição Federal, qual seja, a suspensão dos direitos políticos. Segundo a doutrina dominante, se os direitos políticos ficam suspensos, ocorre a perda do cargo. A perda do cargo não é pena do crime comum, mas consequência da suspensão dos direitos políticos. A Constituição Federal não admite a cassação de direitos políticos, que é a retirada arbitrária dos direitos políticos motivada ideologicamente, sem o devido processo legal (art. 15, CF). É permitida a privação dos direitos políticos, a qual é um gênero, possuindo como espécies a perda (art. 15, I, CF) e a suspensão (art. 15, II, III, IV, CF).
Por fim, ainda sobre a perda de cargo político decorrentede condenação por crime comum, mesmo que se trate de casos do Legislativo, o entendimento do Supremo Tribunal Federal mudou recentemente. Na Ação Penal 470(mensalão), o Supremo Tribunal Federal entendeu, por cinco votos a quatro, que a condenação criminal dos parlamentares gera a perda automática do mandato, devendo a Casa Legislativa apenas declará-la. Nesse caso, o Supremo entendeu que deve ser aplicado o artigo 15, III c/c artigo 55, IV e § 3º, ambos da Constituição Federal:
Constituição Federal, 1988.
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: [...]; III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; [...].
Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador: [...]; IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos; [...].
§ 3º - Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.
No entanto, na primeira quinzena de agosto de 2013, na Ação Penal 565, o Supremo Tribunal Federal, por maioria de seis votos a quatro, determinou que a condenação criminal não ensejará a perda automática do mandato parlamentar, devendo a Casa Legislativa decidir, por maioria absoluta, se haverá ou não a perda. Nesse caso, o Supremo entendeu que deve ser aplicado o artigo 55, VI c/c § 2º, da Constituição Federal.
Constituição Federal, 1988.
Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador: [...]; IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos; [...].
§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.
* O primeiro turno das eleições ocorre sempre no primeiro domingo de outubro e o segundo turno sempre ocorre no último domingo de outubro. Isso significa que a antinomia entre o caput do artigo 77 da Constituição Federal e seu parágrafo terceiro é resolvida em favor do caput.

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