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ENF. ESP. TAILMA LINO O Ministério da Saúde, em 1984 incluiu o planejamento familiar entre uma de suas ações, tornando-se um direito legal do cidadão, com elaboração do Programa da Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM). Em 1996 foi sancionada a Lei 9.263, que regulamenta o Planejamento Familiar. Em 2007 a Política Nacional de Planejamento Familiar surgiu com a ampliação das ações acerca do oferecimento de métodos contraceptivos gratuitos, para o homem e a mulher em idade reprodutiva. O planejamento familiar pode ser definido como um conjunto de ações de regulação da fecundidade que garanta o direito à limitação ou o aumento da prole. Dessa forma dá ao casal a oportunidade de obter recursos para a escolha do momento da concepção ou da anticoncepção, por meio de diferentes métodos. A atuação dos profissionais de saúde na assistência à anticoncepção envolve, necessariamente, três tipos de atividades: Atividades educativas Devem ser desenvolvidas com o objetivo de oferecer à clientela os conhecimentos necessários para a escolha e posterior utilização do método anticoncepcional mais adequado. Devem ser preferencialmente realizadas em grupo, precedendo a primeira consulta, e devem ser sempre reforçadas pela ação educativa individual. Aconselhamento Identificação e acolhimento da demanda do indivíduo ou casal, entendida como suas necessidades, dúvidas, preocupações, medos e angústias entre outras, relacionadas às questões de planejamento familiar e prevenção das DST/AIDS Atividades clínicas As atividades clínicas devem ser realizadas levando-se em conta que todo e qualquer contato que a mulher venha a ter com os serviços de saúde deve ser utilizado em benefício da promoção, proteção e recuperação da sua saúde. Após as atividades educativas realizar a consulta individual incluindo: a anamnese; exame físico geral e ginecológico (orientação do auto-exame de mamas e preventivo). Os métodos comportamentais de planejamento familiar são técnicas para obter ou evitar a gravidez mediante a auto- observação de sinais e sintomas que ocorrem no organismo feminino ao longo do ciclo menstrual. Baseando-se na identificação do período fértil da mulher, o casal pode concentrar as relações sexuais nesta fase, caso deseje obter uma gravidez, ou abster-se de ter relações sexuais, caso deseje espaçar ou evitar a gravidez. Tem taxa de falha de 20 %. MÉTODO OGINO-KNAUS ( Tabelinha) MÉTODO DA TEMPERATURA BASAL CORPORAL MÉTODO DO MUCO CERVICAL OU BILLINGS MÉTODO SINTO-TÉRMICO Este método baseia-se no fato de que o pós-ovulatório é relativamente constante, com a ovulação ocorrendo entre 11 a 16 dias antes do início da próxima menstruação. O cálculo do período fértil da mulher é feito mediante a análise de seu padrão menstrual prévio. Se caso a mulher quiser usar este método deve ser orientada a registrar o primeiro dia de cada menstruação de pelo menos 6 meses seguidos. a) Verificar a duração de cada ciclo, contando desde o primeiro dia da menstruação (primeiro dia do ciclo) até o dia que antecede a menstruação seguinte (último dia do ciclo). b) Verificar o ciclo mais curto e o mais longo (no exemplo, 25 e 34 dias, respectivamente). c) Calcular a diferença entre eles . Se a diferença entre o ciclo mais longo e o mais curto for de 10 dias ou mais, a mulher não deve usar este método. d) Determinar a duração do período fértil da seguinte maneira: Subtraindo-se 18 (dezoito) do ciclo mais curto, obtém-se o dia do início do período fértil. Subtraindo-se 11 (onze) do ciclo mais longo, obtém-se o dia do fim do período fértil. No exemplo: Início do período fértil = 25 – 18 = 7° dia Fim do período fértil = 34 – 11 = 23° dia Neste exemplo, o período fértil determinado foi do 7° ao 23° dia do ciclo menstrual(ambos os dias, inclusive), com uma duração de 17 dias. e) Para evitar a gravidez orientar a mulher e/ou casal para abster-se de relações sexuais com contato genital durante o período fértil (no exemplo acima, do 7° ao 23° dia). ORIENTAÇÕES Elaborar com a mulher e/ou orientá-la para fazer o cálculo de sua tabela, sempre com base nos 6 a 12 ciclos mais recentes, sempre marcando no calendário. Orientar a mulher e/ou casal para abster-se de relações sexuais com contato genital no período fértil, lembrando que a eficácia do método depende da participação de ambos. Alertar a usuária para o fato de que cada mulher tem um padrão menstrual próprio e que os cálculos devem ser individualizados, portanto a tabela de uma mulher não serve para outra. Recomendar especial atenção a fatores que possam alterar o ciclo menstrual (doenças, stress, depressão, mudança de ritmo de trabalho, entre outros). Considerar o oferecimento do preservativo masculino ou feminino para uso associado ao método, com vista a dupla proteção do indivíduo ou casal. Para evitar a gravidez, na ocorrência de coito no período fértil, sem uso de camisinha, a usuária deve ser orientada para o uso de anticoncepção de emergência. Este método fundamenta-se nas alterações da temperatura basal (temperatura do corpo em repouso) que ocorrem na mulher ao longo do ciclo menstrual. Antes da ovulação, a temperatura basal corporal permanece num determinado nível baixo; após a ovulação, ela se eleva ligeiramente, permanecendo nesse novo nível até a próxima menstruação. Este aumento de temperatura é resultado da elevação dos níveis de progesterona (efeito termogênico). O método permite, portanto, por meio da mensuração diária da temperatura basal, a determinação da fase fértil. 1) A partir do primeiro dia do ciclo menstrual, verificar diariamente a temperatura basal, pela manhã, antes de realizar qualquer atividade ou após um período de repouso de no mínimo 5 horas; 2) Verificar a temperatura por 5 minutos; Normalmente as temperaturas se elevam (0,3 a 0,8°C) 1 ou 2 dias após a ovulação e permanece assim por volta de 2 semanas. A mulher deve ser abster-se das relações sexuais, desde o início da menstruação, até 3 dias depois da elevação da temperatura. ORIENTAÇÕES Explicar minuciosamente e discutir com a mulher a técnica de uso do método. Solicitar que a mulher elabore o registro da temperatura basal durante um ciclo, abstendo-se de relações sexuais sem proteção. Recomendar especial atenção a fatores que possam influir nos valores da temperatura basal, solicitando à mulher que anote sua ocorrência. Considerar o oferecimento do preservativo masculino ou feminino para uso associado ao método, com vista à dupla proteção do indivíduo ou casal. Para evitar a gravidez, na ocorrência de coito no período fértil, a usuária deve ser orientada para o uso de anticoncepção de emergência. Este método baseia-se na identificação do período fértil por meio da auto-observação das características do muco cervical e da sensação por ele provocada na vulva. O muco cervical é uma secreção produzida no colo do útero que por ação hormonal apresenta transformações características ao longo do ciclo menstrual, possibilitando a identificação do processo de ovulação O muco cervical, no início do ciclo, é espesso, grumoso, dificultando a ascensão dos espermatozóides pelo canal cervical, sob ação estrogênica, produz, na vulva, uma sensação de umidade e lubrificação, indicando o tempo da fertilidade, momento em que os espermatozóides têm maior facilidade de penetração no colo uterino. Nessa fase, o muco é transparente, elástico, escorregadio e fluido, semelhante à clara de ovo. FASE PRÉ-OVULATÓRIA Ao término da menstruação,pode começar uma fase seca ou com secreção igual e contínua na aparência e na sensação dura, em geral, dois, três, ou mais dias. O casal pode ter relações sexuais nos dias da fase seca, em noites alternadas (para que o sêmen não prejudique a observação do muco cervical). FASE OVULATÓRIA O muco que inicialmente é esbranquiçado, turvo e pegajoso, vai se tornando a cada dia mais elástico e lubrificante, semelhante à clara de ovo, podendo-se puxá-lo em fio – este é o período favorável para a penetração dos espermatozóides no canal cervical. O casal deve abster-se de relações sexuais, quando não deseja a gravidez. O último dia de sensação vulvar de umidade lubrificante chama-se Ápice. FASE PÓS-OVULATÓRIA Na 4ª noite após o dia Ápice a mulher entra no período de infertilidade, que dura mais ou menos duas semanas. Nesse período, o casal pode ter relações sexuais pois os indicadores do período fértil (muco e ovulação) já ocorreram. Este método baseia-se na combinação de múltiplos indicadores da ovulação, com a finalidade de determinar o período fértil com maior precisão e confiabilidade. Fundamentalmente, ele combina a observação dos sinais e sintomas relacionados à temperatura basal corporal e ao muco-cervical, associada ainda a parâmetros subjetivos (físicos e ou psicológicos) indicadores de possível ovulação. Sinais subjetivos Dor abdominal. Sensação de peso nas mamas, mamas inchadas ou doloridas. Variações de humor e/ou da libido. Outros sintomas e sinais (enxaqueca, náuseas, acne, aumento de apetite, ganho de peso, sensação de distensão abdominal). Não existem condições clínicas que restrinjam o uso dos métodos comportamentais. Entretanto, existem condições ou obstáculos que podem afetar a função ovariana ou a regularidade dos ciclos menstruais e/ou alterar os sinais e sintomas de fertilidade, que dificultam a aprendizagem ou o uso desses métodos e nenhum deles protegem contra as IST´S. São métodos que colocam obstáculos mecânicos ou químicos à penetração dos espermatozóides no canal cervical. Os métodos de barreira disponíveis em nosso meio são: PRESERVATIVOS (condons ou camisinhas), masculinos e femininos; DIAFRAGMA; ESPERMATICIDAS QUÍMICOS. PRESERVATIVO MASCULINO Consiste em um envoltório de látex, poliuretano ou silicone, que recobre o pênis durante o ato sexual e retém o esperma por ocasião da ejaculação impedindo o contato com a vagina, assim como impede que os microorganismos da vagina entrem em contato com o pênis ou vice-versa. É um método que, além de evitar a gravidez, reduz o risco de transmissão do HIV e de outros agentes sexualmente transmissíveis. Recomendar a guarda dos preservativos em lugar fresco, seco e de fácil acesso ao casal, observando-se a integridade da embalagem, bem como o prazo de validade. Devem ser usados apenas lubrificantes a base de água, pois o uso de lubrificantes oleosos (como vaselina ou óleos alimentares) danifica o látex, aumentando o risco de ruptura; a maioria dos preservativos são fabricados com lubrificantes. O preservativo feminino é um tubo de poliuretano com uma extremidade fechada e a outra aberta, acoplado a dois anéis flexíveis também de poliuretano. O primeiro, que fica solto dentro do tubo, serve para ajudar na inserção e na fixação de preservativo no interior da vagina. O segundo anel constitui o reforço externo do preservativo que, quando corretamente colocado, cobre parte da vulva. O produto já vem lubrificado e deve ser usado uma única vez. O poliuretano, por ser mais resistente do que o látex, pode ser usado com vários tipos de lubrificantes. É um método anticoncepcional de uso feminino que consiste num anel flexível, coberto no centro com uma delgada membrana de látex ou silicone em forma de cúpula que se coloca na vagina cobrindo completamente o colo uterino e a parte superior da vagina, impedindo a penetração dos espermatozóides no útero e trompas. A vida média útil do diafragma é em torno de 3 anos, se observadas as recomendações do produto. O diafragma pode ser colocado antes da relação sexual (minutos ou horas) ou utilizado de forma contínua. Nesta última modalidade, é aconselhável retirar diafragma uma vez ao dia, lavá-lo e imediatamente recolocá-lo. Durante a menstruação, o diafragma deve ser retirado, evitando, assim, a possibilidade de acúmulo de sangue na vagina/útero reduzindo o risco de infecção genital. Usar o diafragma todas as vezes que mantiver relações sexuais, independente do período do mês. Urinar e lavar as mãos antes de colocar o diafragma. Antes de cada uso, examinar cuidadosamente o diafragma contra a luz, para assegurar-se da inexistência de defeitos ou furos. ORIENTAÇÕES Em caso de uso com geleia espermaticida, aplicá-la dentro da parte côncava do diafragma (mais ou menos uma colher das de chá) O diafragma não deve ser retirado antes de um período de 6 horas após a última relação sexual, e deve-se evitar duchas vaginais durante esse período (não pode ultrapassar as 24 horas). Remover o diafragma colocando o dedo indicador por trás da sua borda anterior e puxando o para baixo e para fora. Após o uso, lavar o diafragma com água e sabão neutro, enxaguar bem, secar e guardar no estojo próprio. Sendo o diafragma feito de látex, é importante salpicá-lo com amido de milho (o uso de talcos perfumados pode danificar o diafragma e ser prejudicial ao colo uterino e à vagina, além de propiciar alergias). São substâncias químicas que recobrem a vagina e o colo do útero, impedindo a penetração dos espermatozóides no canal cervical e, bioquimicamente, imobilizando ou destruindo os espermatozóides. O produto espermaticida a base de nonoxinol-9 (N-9) a 2% é o mais amplamente utilizado no Brasil e no mundo. Entretanto, o seu uso pode aumentar o risco de transmissão sexual do HIV e outras DST. A razão deste risco pelo no fato do N-9 provocar lesões (fissuras/microfissuras) na mucosa vaginal e retal, dependendo da freqüência de uso e do volume aplicado. Os anticoncepcionais hormonais orais, também chamados de pílulas anticoncepcionais são esteróides utilizados isoladamente ou em associação com a finalidade básica de impedir a concepção. Classificam-se em combinadas e apenas com progestogênio ou minipílulas; as primeiras compõem-se de um estrogênio associado a um progestogênio, enquanto a minipílula é constituída por progestogênio isolado. ANTICONCEPCIONAIS HORMONAIS ORAIS COMBINADOS São componentes que contêm dois hormônios sintéticos, o estrogênio e progestogênio, semelhantes aos produzidos pelo ovário da mulher. As pílulas combinadas atuam basicamente por meio da inibição da ovulação, além de provocar alterações nas características físico-químicas do endométrio e do muco cervical. 1) No primeiro mês de uso, ingerir o 1° comprimido no 1° dia do ciclo menstrual ou, no máximo, até o 5° dia. 2) A seguir, a usuária deve ingerir um comprimido por dia até o término da cartela, preferencialmente no mesmo horário. É importante orientar a usuária para verificar a cartela todas as manhãs no sentido de certificar-se do seu uso no dia anterior. 3)Ao final da cartela (21 dias), fazer pausa de 7 dias e iniciar nova cartela, independentemente, do dia de início do fluxo menstrual. 4)Caso não ocorra a menstruação no intervalo entre as cartelas, a usuária deve iniciar uma nova cartela e procurar o serviço de saúde para descartar a hipótese de gravidez. 5) Não há necessidade de interromper o uso do método para descanso, pois não existe amparo científico que o justifique,sendo causa frequente de ocorrência de gestações. ORIENTAÇÕES 6) Nos casos de vômitos e/ou diarréias, com duração de dois ou mais dias, as relações sexuais devem ser evitadas ou o uso de métodos de barreira devem ser instituídos, pois existem possibilidades da não-absorção dos esteróides da pílula, com consequente perda da ação anticonceptiva. 7) Em caso de esquecimento de uso da pílula, a usuária deve ser orientada: No caso de esquecimento de uso de uma pílula, a mesma deve ser ingerida imediatamente e a pílula regular no horário habitual ou ainda a ingestão das duas pílulas no mesmo horário. No caso de esquecimento de duas ou mais pílulas, a usuária pode continuar a tomar a pílula mas deve utilizar, também, um método de barreira ou pode ser orientada a interromper a anticoncepção hormonal oral até a próxima menstruação. Na ocorrência de coito desprotegido, nesse período, orientar a mulher para o uso de anticoncepção de emergência. INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA Certas drogas são capazes de reduzir a eficácia anticonceptiva da pílula, principalmente nos tratamentos prolongados. Nesses casos, deve-se indicar métodos alternativos. Como por exemplo os antiretrovirais (ARV) Efavirenz e Nevirapina (não-nucleosídeos) e os Nelfinavir e Ritonavir (inibidores da protease) utilizados no tratamento disponíveis para o controle da infecção pelo HIV, anticonvulsivantes como Carbamazepina e Barbitúricos, antibióticos como a rifampicina. COMPLICAÇÕES Acidente vascular cerebral, infarto do miocárdio, trombose venosa profunda e todas essas complicações acontecem com maior frequência em fumantes de qualquer faixa etária. ANTICONCEPCIONAIS HORMONAIS ORAIS APENAS DE PROGESTOGÊNIO São comprimidos que contêm uma dose muito baixa de progestogênio, que promove o espessamento do muco cervical, dificultando a penetração dos espermatozóides, e inibe a ovulação em aproximadamente metade dos ciclos menstruais. Durante a lactação, quando usados de forma correta e consistente, os anticoncepcionais orais de progestogênio têm uma taxa de falha de 0,5%. INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA Pode haver infecção com rifampicina, griseofulvina e antinconvulsivante (fenitoína, carbamazepina, barbituratos, primidona), que são medicamentos indutores de enzimas hepáticas e reduzem a eficácia da minipílula. ORIENTAÇÕES 1) Nas lactantes, o uso deve ser iniciado após 6 semanas do parto e nas não-lactantes, seu uso é contínuo após o término da cartela (35 comprimidos). 2) É de particular importância ser tomada em horário habitual. 3) A usuária deve ser alertada sobre as possíveis alterações no padrão menstrual (intervalo, duração e sangramentos intermenstruais). 4) Em caso de vômito dentro de uma hora após tomar a pílula, orientar a mulher para ingerir outra pílula (de outra cartela). 5) Em caso de diarréia grave ou vômitos durante mais de 24 horas, orientar a mulher para continuar o uso da pílula se for possível, usar o preservativo (masculino ou feminino) ou evitar relações sexuais . São anticoncepcionais hormonais que contêm progestogênio ou associação de estrogênios e progestogênios, para administração parenteral (I.M), com doses hormonais de longa duração. Com progestogênio isolado. Consiste na administração de progestogênio isolado, via parenteral (I.M), como obtenção de efeito anticonceptivo por períodos de 3 meses. Combinado Os anticoncepcionais injetáveis combinados contêm uma associação de estrogênio e progestogênio, para uso parenteral (I.M), mensal. ANTICONCEPCIONAIS HORMONAIS INJETÁVEIS COM PROGESTOGÊNIO ISOLADO O anticoncepcional hormonal injetável, aprovado para uso no Brasil, é um derivado da 17 alfahidroxiprogesterona, para administração intramuscular profunda. Além de inibirem a ovulação, aumentam a viscosidade do muco cervical dificultando a passagem dos espermatozóides. No primeiro ano de uso, a taxa de falha deste método é de 0,3%, com injeções regulares a cada três meses. Em média o retorno à fertilidade pode levar 4 meses após o término do efeito 1) A droga é apresentada sob forma de ampola com 150 mg de acetato de medroxiprogesterona em 1 ml. Deve ser aplicada nos primeiros cinco a sete dias do ciclo menstrual, na região glútea (profundamente), para permitir a formação do depósito. Não se deve massagear o local após a injeção. 2) Nas situações de pós-parto, nas não-lactantes (mulheres portadoras do HIV ou com outra condição que contra indique a lactação), preferencialmente deve ser usado na alta hospitalar ou a partir dos 60 dias, na visita do puerpério. Nos casos de abortamento, pode ser iniciado imediatamente. ORIENTAÇÕES 3) Deve-se repetir a injeção a cada intervalo definido, podendo ser feita até, no máximo, quinze dias após a data estipulada, para não aumentar o risco de falha. 4) Antes da aplicação, agitar bem a ampola para homogeneizar a suspensão e administrar a dose adequada. ANTICONCEPCIONAIS HORMONAIS INJETÁVEIS COMBINADOS As diferentes formulações dos anticoncepcionais hormonais injetáveis combinados contêm um éster de estrogênio natural, o estradiol, e um progestogênio sintético. Inibem a ovulação e tornam o muco cervical espesso, impedindo a passagem dos espermatozóides. Não há demora na recuperação da fertilidade, geralmente o retorno é imediato. ORIENTAÇÕES 1) A primeira injeção deve ser feita até o 5º dia do início da menstruação. As aplicações subseqüentes devem ocorrer a cada 30 dias, mais ou menos 3 dias, independentemente da menstruação. 2) Deve-se aplicar por via intramuscular profunda, abstendo-se de massagem ou calor local para evitar difusão do material injetado. 3) É obrigatório o uso de seringas de pequeno volume e agulhas estéreis e descartáveis, agitando-se bem a ampola do anticoncepcional e aspirando-se todo o conteúdo para a administração da dose adequada. 4) Se houver atraso de mais de três dias para a nova injeção, a mulher deve ser orientada para o uso do preservativo, espermaticida ou evitar relações sexuais até a próxima injeção. 5) É recomendável o uso da anticoncepção de emergência na ocorrência de coito desprotegido quando houver atraso em mais de 3 dias na administração da injeção. Os dispositivos intra-uterinos são artefatos de polietileno aos quais podem ser adicionados cobre ou hormônios que, inseridos na cavidade uterina, exercem sua função contraceptiva. Atuam impedindo a fecundação porque tornam mais difícil a passagem do espermatozóide pelo trato reprodutivo feminino, reduzindo a possibilidade de fertilização do óvulo. Para a Organização Mundial da Saúde, o DIU interfere nas diferentes etapas do processo reprodutivo que ocorrem previamente à fertilização. O DIU com levonorgestrel causa supressão dos receptores de estradiol no endométrio, atrofia endometrial e inibição da passagem do espermatozóide através da cavidade uterina As concentrações de cobre e de levonorgestrel no trato genital superior caem rapidamente após a remoção do DIU e a recuperação da fertilidade é imediata TIPOS E MODELOS DIU com Cobre: é feito de polietileno e revestido com filamentos e/ou anéis de cobre. DIU que libera hormônio: é feito de polietileno e libera, continuamente, pequenas quantidades de levonorgestrel. ORIENTAÇÕES O DIU pode ser inserido a qualquer momento durante o ciclo menstrual, desde que haja certeza de que a mulher não esteja grávida, que ela não tenha mal formação uterina e não existam sinais de infecção. DIU deve ser inserido, preferencialmente, durante a menstruação devidoà: Se o sangramento é menstrual, a possibilidade de gravidez fica descartada. A inserção é mais fácil pela dilatação do canal cervical. Qualquer sangramento causado pela inserção não incomodará tanto a mulher. A inserção pode causar menos dor. O DIU pode ser inserido logo após o parto, em até 48 horas após o parto. Passado este período deve-se aguardar, pelo menos, 4 semanas. Após aborto espontâneo ou induzido , imediatamente, se não houver infecção. Não se deve recusar ou adiar desnecessariamente a remoção de um DIU quando amulher a solicita, seja qual for a razão do pedido. Esterilização é um método contraceptivo cirúrgico, definitivo, que pode ser realizado na mulher por meio da ligadura das trompas (laqueadura ou ligadura tubária) e no homem, através da ligadura dos canais deferentes (vasectomia). Consiste, no homem, em impedir a presença dos espermatozóides no ejaculado, por meio da obstrução dos canais deferentes. Na mulher, em evitar a fecundação mediante impedimento de encontro dos gametas, devido à obstrução das trompas. LAQUEADURA TUBÁRIA Procedimento cirúrgico realizado na mulher por meio da ligadura das trompas, evita a fecundação mediante impedimento de encontro dos gametas, devido à obstrução das trompas. A recanalização tubária é possível por microcirurgia. Porém apenas 50% das mulheres submetidas a laqueadura tubária apresentam condições técnicas para recanalização. A Lei do Planejamento Familiar só permite realizar a ligadura de trompas e a vasectomia voluntárias nas seguintes condições: 1. Em homens e mulheres com capacidade civil plena e maiores de 25 anos de idade, ou pelo menos com dois filhos vivos, desde que observado o prazo mínimo de 60 dias entre a manifestação da vontade e o ato cirúrgico. 2. Nos casos em que há risco de vida para mulher ou riscos para a saúde da mulher ou do futuro bebê. A Lei do Planejamento Familiar proíbe a realização da ligadura de trompas durante o período de parto ou aborto, exceto nos casos de comprovada necessidade. Esses momentos não são os mais adequados para a realização dessa cirurgia. VASECTOMIA Nessa cirurgia, os canais deferentes são cortados e amarrados, cauterizados, ou fechados com grampos. É uma cirurgia simples, que pode ser feita em ambulatório, com anestesia local e o homem não precisa ficar internado. O efeito da vasectomia não é imediato. Nas primeiras ejaculações depois da vasectomia, ainda existem espermatozóides no esperma ejaculado Até que o espermograma seja negativo, o homem ou a mulher devem usar algum método para evitar a gravidez. A vasectomia não altera a vida sexual do homem. O desejo e a potência sexual continuam iguais ao que eram antes da cirurgia. A anticoncepção de emergência é um uso alternativo da anticoncepção hormonal oral para evitar uma gravidez depois da relação sexual (tomada antes de completar 72 horas após a relação sexual desprotegida). É também conhecida como anticoncepção pós-coital ou pílula do dia seguinte. Atua basicamente inibindo adiando a ovulação, interferindo na capacitação espermática e possivelmente na maturação do oocito. Além disso, pode interferir na produção hormonal normal após ovulação, mas possível que atue também de outras formas. Não interrompe uma gravidez em andamento. Não deve ser utilizada de rotina como método anticoncepcional, mas apenas em situações de emergência. Previne a gravidez em aproximadamente 3/4 dos casos que, de outra maneira. Pode ser usada nas seguintes situações: relação sexual sem uso de nenhum método anticoncepcional; rompimento da camisinha; em caso de deslocamento do diafragma, ou retirada antes de 6 horas após a última relação sexual; em caso de DIU sair do lugar ou se expulso; falha no coito interrompido, com ejaculação na vagina ou na vulva. uso incorreto do método da tabela ou do muco cervical esquecimento de tomar pílulas ou injetáveis; nos casos de estupro. A dupla proteção é dada pelo uso combinado da camisinha masculina ou feminina com outro método anticoncepcional, com a finalidade de promover, ao mesmo tempo, a prevenção da gravidez e a prevenção da contaminação pelo HIV/AIDS e por outras doenças sexualmente transmissíveis. A camisinha masculina ou feminina são os únicos métodos que protegem da contaminação pelo HIV/AIDS e por outras doenças sexualmente transmissíveis, ao mesmo tempo em que protegem da gravidez.
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