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A seguridade social brasileira após a constituição de 1988

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Universidade Federal de Juiz de Fora
Faculdade de Serviço Social
Avaliação 6º P – Noturno
Gabriela Lourenço de Sá Reis
______________________________________________________________________
Discorra sobre a seguridade social brasileira após a constituição de 1988, caracterizando-a brevemente nos governos Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma.
R: O Brasil construiu um sistema de proteção social mais amplo da América Latina. Essa construção foi sinalizada pelas contradições do desenvolvimento capitalista retardatário, periférico e dependente. A Seguridade Social apresentada na Constituição de 1988 foi resultado das lutas dos trabalhadores e dos movimentos sociais que reivindicavam a reestruturação no tratamento às políticas sociais, principalmente as políticas de saúde, Previdência e Assistência Social. A constituição de 1988 estabeleceu que a saúde fosse parte da seguridade social (art. 194), um “conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade destinado a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social". Entre as reivindicações destaca-se: sistema de saúde universal, gratuito, políticas de assistência que não se assemelhassem as práticas assistencialistas focalizadas e residuais, que não houve sucesso algum na apresentação no enfrentamento das questões sociais postas, e um avanço na cobertura da previdência social. O contexto exposto na constituição de 88 apresentou uma mudança no que diz respeito às políticas sociais, numa perspectiva de direito. Porém após a promulgação da lei era nítida a percepção de que poucos esforços foram realizados para a efetivação da nova política.
Embora a estrutura da seguridade brasileira pós-1988 tenha sido orientada pelo conteúdo daquelas que moldam o estado de bem estar nos países desenvolvidos, às características do mercado de trabalho, o empobrecimento da população, a concentração de renda e as fragilidades do processo de publicização do estado permitem estabelecer que no Brasil a adoção da concepção de seguridade social não se traduziu num contexto universal no sentido de garantir acesso aos benefícios sociais (MOTA, 2006).
Ao contrário, após a promulgação da Seguridade Social na carta magna ela passa a ser negada pelo governo em detrimento das prescrições neoliberais e de um conjunto de mudanças macroestruturais, nesse momento a classes dominantes começam a sua ofensiva contra a seguridade social universal, iniciando sua reforma, coagindo os projetos sociais dos trabalhadores, através da força, e também confundindo seus referenciais.
Na metade dos anos 90, esgotava-se o otimismo que prevalecia no primeiro ciclo reformista dos programas sociais, isso acontecia no mesmo momento em que medidas e inovações institucionais eram implementadas. Por razões como o fracasso de planos sucessivos de estabilização e a crescente instabilidade inflacionária, revelava o modo patrimonial de defesa da velha riqueza sobre formas de novos benefícios para que já fossem beneficiados.
Um desequilíbrio nas contas da Previdência é um fato relevante no momento do anúncio do Plano Real, em fins de 1993. A reforma da Previdência, que contribui para a redução do déficit público, é considerada fundamental para o êxito do programa de estabilização. Justificavam que, na ausência da reforma, a confiança dos organismos financeiros internacionais na efetividade do ajuste econômico empreendido pelo governo seria colocada em questão. A reforma realizada pelo governo Fernando Henrique Cardoso aconteceu em duas fases. A primeira envolvia mudanças no texto constitucional. O governo em 1995 encaminhou ao Congresso Nacional a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) n° 33/95, alterando os regimes de previdência tanto dos trabalhadores do setor privado quanto dos servidores públicos. E a segunda consistiu na edição de medidas provisórias e de ampla legislação complementar. O objetivo da reforma é a mudança nas condições de acesso à aposentadoria. O principal critério passa a ser o tempo de contribuição para a Previdência, em substituição ao tempo de serviço, e é extinta a aposentadoria proporcional. A reforma trouxe grandes perdas para o calculo das aposentadorias, tanto no que diz respeito à média dos maiores salários de contribuição quanto à função do fator previdenciário, Além disso, a reforma da Previdência Social, que colocava, inclusive, "o fim do direito à assistência social com a volta dos auxílios sociais" (FALEIROS, 2000, p.52), foi rejeitada pelo parlamento, mas depois de quatro anos de resistência da base do governo e dos grupos sindicais entre outros, foi aprovado o regulamento da previdência social, com 381 artigos, levando as modificações introduzidas pela Emenda Constitucional nº20.
É conhecido o processo que levou o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o seu partido a assumirem posições distantes das bandeiras históricas desse grupo. No caso da Previdência Social, o governo deu continuidade a reformar antes iniciada pelo FHC. Assim, já em abril de 2003, o governo Lula enviou ao Congresso a PEC n° 40/ 03. Deixando nítida a importância que atribuía a uma nova rodada na reforma da Previdência, o presidente jogou toda a sua força política na aprovação da proposta, que, diferentemente do que acontecera no governo do FHC, tramitou num curto espaço de tempo. 
A Reforma da Previdência permite que se transfira para o setor privado, via fundos de pensão, uma fatia significativa das aposentadorias do funcionalismo público. Era exatamente isso o que o mercado queria, antes derrotados nas votações da reforma promovida por FHC. A reforma esta voltada para os regimes de previdência dos trabalhadores do setor público, que na avaliação do governo, esse seria o principal responsável pelos déficits do sistema previdenciário. A reforma não atinge o RGPS, pois alega que sua sustentabilidade econômico-financeira, medida pelos déficits projetados, estaria assegurada (ANDRADE, 2003).
Os objetivos permanecem os mesmo do que o governo anterior: a convergência de regras dos diferentes regimes previdenciários. Destacamos os principais pontos da reforma:
• elimina o direito dos servidores públicos à integralidade; 
• põe fim à paridade entre os reajustes dos servidores ativos e dos inativos; 
• estabelece teto para o valor dos benefícios para os servidores;
• estabelece um redutor para o valor das novas pensões; 
 • introduz a taxação dos servidores inativos e dos pensionistas, com a mesma alíquota dos servidores ativos, ressalvado um limite mínimo de isenção
A reforma da Previdência do governo Lula envolveu uma segunda Emenda Constitucional. A nova emenda “flexibiliza” algumas das regras de transição que haviam sido estabelecidas na EC n° 41/03, além disso, eleva o limite de isenção no cálculo da contribuição previdenciária de portadores de doença incapacitante.
 
Escolha dois dos temas apresentados nos seminários (“Assistencialização”, Reforma do estado, terceiro Setor, orçamento Público, Transferência de Renda, Pobreza) e os explique, utilizando-se dos textos antes sugeridos, a fim de sustentar a argumentação.
R: No Brasil a pobreza sempre foi “tratada” de forma repressora, individualizante e culpabilizadora. Ela nunca foi pensada levando em questão seus determinantes socioeconômicos, e sim como se o fato de ser pobre seja culpa do individuo, desconsiderando o fato de alguns elementos como a relação entre capital x trabalho seja um determinante no surgimento da questão social.
A partir de 1930, as cidades do Brasil começam a receber muitos trabalhadores vindos do interior na procura de empregos. Esse fato contribuiu com a expansão da questão social e com a intensificação por parte do Estado na procura de respostas para esse fenômeno.
O Estado Passa agir com o autoritarismo em relação às expressões da questão social, através do modelo de seguro social irá contemplar os trabalhadores e seus familiares que estão inseridos no processo produtivo aplicados pelo governo.
No Brasil, a pobreza foi e é uma questão preocupante,pelas condições e relações de exploração e de opressão que nos foram impostas, gerando uma grande dificuldade aos explorados de lutar contra essa forma desigual e injusta de dominação. 
As novas relações sociais no Brasil neoliberal aumentam a pobreza já existente, e a falta de condições básicas de vida. No texto constitucional de 1988, um grande debate se deu nesse caldo de resistência e luta por direitos por parte dos movimentos sociais e populares, o que gerou entre outras coisas, direito universal e indispensável ao desenvolvimento humano, individual e coletivo.
As políticas sociais, em um contexto neoliberal, foca no "mínimo social", a parcela extremamente pobre da população, fica longe da concepção de Seguridade apresentada na Constituição, e o entendimento da pobreza enquanto falta de capacidade. O combate a pobreza apresenta caráter estratégico, a implantação da Seguridade Social vem como uma rede de proteção da pobreza, sua implantação tardia destrói seu caráter intersetorial que deveria ter com as demais políticas públicas.
Apesar de ter apresentado oscilações ao longo da história, a pobreza e a desigualdade ainda se destacam como um problema social e político no Brasil. Desse modo, há modelos de superação da pobreza e extrema pobreza. Mas, deve-se destacar que ainda há muito que fazer no combate a pobreza e a desigualdade no país e no mundo sendo este um dos impasses ao desenvolvimento econômico e social. 
 Os programas de transferência de renda apresentados vem sendo implementados no Brasil desde 1995, sendo considerado heterogêneo e específico, um fato que contribui para isso é a implementação pelo município, estado e âmbito federal. Sendo modificado posteriormente no governo Lula com a proposta de unificação dos programas. 
A transferência de renda é entendida como uma política pública, um direito e não um favor assim como é visto pelos usuários, essa transferência acontece diretamente para as famílias. Os trabalhadores que antes não tinham o acesso ao sistema de proteção social começaram a ter. O programa de transferência de renda tem o caráter complementar às outras políticas públicas como da educação, saúde, trabalho. A idéia é que essa política tem condições de auxiliar na efetivação das outras políticas, contribuindo para a diminuição da pobreza. 
A população pobre necessita de um mínimo para sua sobrevivência, a desigualdade social criada pela produção faz com que o Estado repare as distorções e atue na distribuição de bens e serviços sociais dando garantia digna a toda população. 
Os programas de transferência de renda começaram a ser implantados no final dos anos 80 e início da década de 90. Somente após da experiência mexicana os demais países começaram se estimular tornando o modelo como referência. Governantes de 189 países firmaram um compromisso de cumprir as metas de Desenvolvimento do Milênio que seriam cumpridas até 2015, com o objetivo de diminuir a pobreza, melhorando a saúde e promovendo a paz.
Para que os países pudessem receber o financiamento dos Organismos internacionais e alivio da dívida externa, eles devem elaborar o Documento Estratégia da Luta contra Pobreza (DELP), que se torna a base para assistência pelo Banco Mundial e FMI e, o Documento País, por parte do BID.
 Em 2000 começa a intensificar a criação de novos programas de transferência de renda e também de recuperação dos já existentes. Entres os derradeiros programas nacionais de transferência de renda, ganham destaque: O programam Beca Alimentaria da Veneza em 1989, O Programa de Auxílio à família (PRAF) em Honduras em 1990; O Programa de Educação, Saúde Alimentação em 1997. Destaca-se a existência de experiências municipais e estaduais.
Os programas de transferência de renda desenvolvidos no Brasil, México, Argentina, Equador e Honduras, ganham relevância por algumas de suas características, fundamentos, critérios de acessibilidade e formas de participação, gestão, controle e impactos.
Programas de Transferência de renda:
Programa Brasileiro, Bolsa Família (PBF), com o vínculo à Presidência da República e atualmente ao Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, tem o objetivo de unir os procedimentos de gestão e execução das ações de transferência de renda, e incluído na unificação os Programas Nacionais de Renda Mínima com vinculo na Educação (Bolsa escola) PNAA, renda mínima vinculada a Saúde (Bolsa Alimentação e Auxilio Gás). O PBF faz parte da estratégia de combate à pobreza chamada FOME ZERO e é um programa de transferência de renda relativa às áreas de saúde e educação, dirigido às famílias em situação de pobreza e extrema pobreza, com registro no Cadastro Único para Programas Sociais.
Programa mexicano de Desenvolvimento Humano Oportunidades faz parte da estratégia social CONTIGO com o objetivo de articular os programas sociais que já existem para superara a pobreza do país. Oferece ajuda financeira as mulheres, mães de família, bolsas escolares para crianças e jovens, fundo de poupança para jovens concluintes da educação média superior, material escolar, serviços médicos e educativos.
Programa argentino Jefes de Hogar, se origina a partir de uma crise institucional econômica e social que se destacou no final de 2001. O programa destinado às mulheres e homes chefes de família, que possuíam filhos de até dezoito anos ou com qualquer idade, desde que possuíssem residência fixa no país. 
Programa de Honduras, Programa de Auxílio à Família (PRAF), implementado pelo Governo desde 1990, para compensar a perda do poder de compra da população mais pobre, causado pelos ajustes econômicos. Posteriormente o programa é reformulado, passando a ser chamado de PRAF II, com o objetivo de corrigir os problemas da focalização e avaliação. Direcionam-se agora as comunidades mais vulneráveis a riscos.
Programa do Equador, Bono de Desenvolvimento Humano (BDH), com seu nascimento através do Programa Bono Solidariedade, em setembro de 1998, o Bono solidário com se transforma em Bono de desenvolvimento Humano (BDH), designado as mães, com um filho com idade de até 16 anos e que faça parte a Agenda Social para diminuir a pobreza, “JUNTOS PODEMOS”. Foi com a criação da Pensão Assistencial para idosos e pessoas com deficiência, como um subcomponente do BDH que o órgão passa a ser recém-criado Ministério de Inclusão Econômica e Social.
Para ter acesso aos programas de Transferência de renda é preciso preencher algumas características:
Os critérios de seletividade: focalização geográfica, focalização de indivíduos e famílias extremamente pobres com valor de renda per capita mínimo estabelecido, também contando com filhos menores de 18 anos, deficiência, e idosos. A grande exceção é a Argentina, que não emprega o critério de renda per capita e sim de desemprego.
Os Objetivos: Os objetivos do PTR em Honduras, Equador e Argentina é de compensar a perda do poder de compra, sendo implementando em momento de crise econômica. Já o Brasil e o México, além de compensar essa perda do poder de compra, tiveram como objetivo a geração da intersetorialidade e complementaridade entre as políticas públicas, principalmente no caso mexicano com um desenvolvimento domiciliar focado na educação, saúde e alimentação. 
Benefícios e condicionalidades: Existe uma grane distinção de um país para outro, porém, todos se vinculam a transferência monetária à educação também é comum a todos menos a Argentina a participação em atividades de saúde e educação. A Argentina optou por uma condicionalidade mais peculiar, como a participação de quatro a seis horas em educação forma, cursos de capacitação incorporação em atividades produtivas ou serviços comunitários. 
Valores dos benefícios: Variam de US$ 3 a US$ 170, com as particularidades adotadas por cada país, tais como no Brasil, por exemplo, que com benefício básico para a família em geral e variável, que acrescenta valor para cada criança e adolescente de até quinze anos na família, variando de US$9 a US$57.
Forma de entrega do benéfico: O Brasil foi primeirona utilização do cartão eletrônico seguido da Argentina, os outros países utilizam-se da rede bancária ou alguma empresa estatal. A entrega é feita a mulher para recebimento do benefício, com intuito de lhe empoderar e ganhar maior reconhecimento, 
Mecanismos de controle sociais e democráticos: É importante destacar a importância da participação da sociedade civil, com a criação de comitês, conselhos e associações para controle dos programas sociais, como por exemplo, no Brasil o Conselho Gestor Interministerial do Programa Bolsa Família.
Para ser incluído em quaisquer Programas de Transferência de Renda a pessoa deve se cadastrar no CADASTRO ÚNICO.
Articulando com os programas de Transferência de Renda vale destacar outro trabalho apresentado em sala, cujo tema é a Pobreza.
 
Bibliografia: 
 “Assistencialização” – A. E. Mota – O Mito da Assistência Social
 Reforma do Estado – E. Behring – O Brasil em Contra-reforma
 Terceiro Setor – C. Montaño – Terceiro Setor e Questão Social
 Orçamento Público – E. Salvador – Fundo Público e Seguridade Social; E. Behring – Polícia Social: Fundamentos e História
 Transferência de Renda – M. O.S.Silva; M.C.Yasbcek, G. di Giovani, A Política Social Brasileira no Século XXI
 Pobreza – A.P. Mauriel – Pobreza, Seguridade e Assistência Social: desafios da política social brasileira

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