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Aula 3 Civil II (alterada)

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DIREITO CIVIL II - Obrigações
Obrigações de DAR
Professor: Alexandre Bento
alexalbuquerque@hotmail.com
OBRIGAÇÃO DE DAR
	
Conceito: “É aquela cuja prestação consiste na entrega de uma coisa móvel ou imóvel, seja para constituir um direito real, seja somente para facultar o uso, ou, ainda, a simples detenção, seja, finalmente, para restituí-la ao seu dono.” Clovis
A obrigação de dar é uma obrigação positiva, que consiste na prestação, na entrega de uma coisa, ”seja para lhe transferir a propriedade, seja para lhe ceder a posse, seja para restituí-la”. (GOMES, 2007, p.47)
O devedor se vincula ao credor, ao estar obrigado a lhe entregar uma coisa, como em um contrato de compra e venda.
Objeto – bem determinado/determinável específico/a especificar individualizado/a individualizar (art. 104 do CC)
MOMENTO - Tradição 
 			REAL – SIMBÓLICA - FICTA
OBRIGAÇÃO DE DAR
	
Tradição
Real: quando a coisa for realmente entregue a outra pessoa. Se perfaz no ato do cumprimento da obrigação. Por exemplo: quando a pessoa vai até uma loja, e compra um sapato, e este é entregue à compradora. 	 
Simbólica: quando um ato simbolizar a entrega da coisa. 
Ficta:  a pessoa que já tinha a posse direta da coisa torna-se proprietário. Exemplo: depositário fiel, que é possuidor direto da coisa, torna-se proprietário.
OBRIGAÇÃO DE DAR
	
4. Tipos:
DAR COISA CERTA (entregar) – 
Objeto determinado e individualizado.
Vínculo jurídico pelo qual o devedor se compromete a entregar ao credor determinado bem móvel ou imóvel, perfeitamente individualizado.
O credor não é obrigado a receber algo diferente do pactuado, mesmo que melhor.
Obs: Pacta sunt servanda – 313 CC (o acordo tem que ser cumprido)
	
a1) Regra Geral – art. 233:
“Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso. “
	Observar as PERTENÇAS – 93 e 94, CC (Pertença não é acessório, é item utilizado para aformosear o bem) 
DAR COISA CERTA:
a2) Casos de PERDA ANTES DA TRADIÇÃO:
“Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos.”
	- Sem culpa  Resolve-se
	- Com culpa  Equivalente + PD
RES PERIT DOMINO: coisa perece para o dono 
RESOLVE-SE: volta ao estado pré-inicial)
a3) Deterioração da coisa – 235/236
 “Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu.
Art. 236. Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenização das perdas e danos.”	
Sem culpa – resolve-se ou recebe abatido valor
Com culpa – Equivalente + PD ou recebe + PD
a4) Melhoramentos/Acrescidos – 237:
Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá o devedor resolver a obrigação.
Parágrafo único. Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os pendentes.
 - Exemplos: Fazenda / Gado / Avulsão
O melhoramento é do devedor, salvo se estipulado em contrário no contrato. O devedor pode exigir recompensa pelo melhoramento. O credor tem que pagar pelo melhoramento, do contrário, o devedor poderá Resolver a relação.
b) RESTITUIR COISA CERTA – 238 e segs
Obrigação na qual o bem que o devedor deve entregar ao credor é de propriedade deste. 
A coisa pertence ao credor, apenas sua posse é que foi transferida ao devedor.
Exemplos: 
	
	Inquilino Comodatário depositário
IMPORTANTE:
RES PERIT DOMINO
b2) Propriedade e devolução
RESTITUIR COISA CERTA 
 
NO CASO DE PERDA:
1. SEM CULPA – 238: “Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda.”
Exceções: 
Responsabiliza-se: Quando o devedor se responsabilizou antes. (“Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado.”
Perda na mora: Quando o devedor está em atraso. “Art. 399. O devedor em mora responde pela impossibilidade da prestação, embora essa impossibilidade resulte de caso fortuito ou de força maior, se estes ocorrerem durante o atraso; salvo se provar isenção de culpa, ou que o dano sobreviria ainda quando a obrigação fosse oportunamente desempenhada.”
Comodato: Quando, correndo risco o bem do credor, o devedor salva o seu, em vez do bem daquele. “Art. 583. Se, correndo risco o objeto do comodato juntamente com outros do comodatário, antepuser este a salvação dos seus abandonando o do comodante, responderá pelo dano ocorrido, ainda que se possa atribuir a caso fortuito, ou força maior.”
RESTITUIR COISA CERTA 
 
NO CASO DE PERDA
2. COM CULPA – 239: 
“Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, mais perdas e danos.”
		EQUIVALENTE + PERDAS E DANOS
RESTITUIR COISA CERTA 
3. DETERIORAÇÃO (desgaste/perda parcial)
“Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o credor, tal qual se ache, sem direito a indenização; se por culpa do devedor, observar-se-á o disposto no art. 239.”
Sem culpa – 240, caput – desgaste natural: credor recebe a coisa sem direito a indenização
Com culpa – 240, in fine – Remissão ao 239: Credor recebe o equivalente + PD
RESTITUIR COISA CERTA 
4. MELHORA – ACRESCIDO – FRUTOS
“Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acréscimo à coisa, sem despesa ou trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de indenização.
Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o devedor trabalho ou dispêndio, o caso se regulará pelas normas deste Código atinentes às benfeitorias realizadas pelo possuidor de boa-fé ou de má-fé.
Parágrafo único. Quanto aos frutos percebidos, observar-se-á, do mesmo modo, o disposto neste Código, acerca do possuidor de boa-fé ou de má-fé.”
Sem despesa/trabalho (241) – Credor recebe sem obrigação de indenizar. Ex: Recall
Com despesa/trabalho (242) – Devedor tem direito a indenização.
Obs: 
	-Frutos (1214/1215)
	-Regras da boa-fé: Úteis / necessárias / voluptuárias (1219/1222)
c) Pecuniárias
As obrigações pecuniárias são obrigações de dar coisa certa, porque envolvem obrigação de entregar dinheiro. Diferenciam-se das dívidas de valor porque nestas o dinheiro apenas representa o valor da obrigação; enquanto naquelas o objeto da prestação é o próprio dinheiro.
Regras Aplicadas:
Vencimento, em moeda e valor nominal(nominalismo) – 315
 Correção monetária e Cláusula de escala móvel, cláusula escalar (ou de escalonamento), cláusula número-índice ou critério de atualização monetária para combater os efeitos da desvalorização monetária (art. 316, CC)
3. Possibilidade de aplicação da teoria da imprevisão – 317: Se o contrato se tornar excessivamento oneroso, pode-se rever o contrato.
4. Cláusula ouro – 318: proibido pagamento em ouro em moeda estrangeira
CASO CONCRETO
	Ana Maria, produtora rural do oeste de São Paulo, firmou com Pedro Augusto a obrigação de entregar dez sacas de café Catauí, tipo exportação que estavam armazenadas em seu galpão ao final do mês de abril. Para tanto, Pedro adiantou a quantia de R$7.000,00 (sete mil reais). Ocorre que antes do termo fixado, uma chuva torrencial destruiu o galpão com as sacas destinadas ao credor. Sem saber o que fazer, Pedro que é novo no ramo do comércio de café, procura você, seu(sua) sobrinho(a), estudante de Direito da Estácio de Sá e pergunta: a) Que tipo de negócio jurídico
fizera com Ana Maria?
	b) Nesse caso, existe alguma maneira de ele reaver o prejuízo sofrido? Qual a base jurídica disso?

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