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APOSTILA DE PROCESSO PENAL I PRINCIPIOS FONTES OUTROS E INQUERITO POLICIAL

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CURSO DE DIREITO
PROCESSO PENAL I
PROFESSOR : RENÉ ALMEIDA
PROCESSO PENAL I
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
1. DIREITO PROCESSUAL PENAL
1.1. Conceito, evolução e finalidade
1.2. Características
1.3. Princípios e garantias
1.4. Fontes
2. LEI PROCESSUAL PENAL
2.1. Interpretação e aplicação
2.2. Lei processual no tempo
2.3. Lei processual no espaço
3. SISTEMAS PROCESSUAIS
3.1. Sistema Inquisitivo
3.2. Sistema Acusatório
3.3. Sistema Misto
4. INQUÉRITO POLICIAL
4.1. Conceito e finalidade
4.2. Natureza jurídica
4.3. Características
4.4. Valor probante ou probatório
4.5. Procedimentos e prazos
4.6. Encerramento, arquivamento e desarquivamento
6. AÇÃO PENAL
6.1. Conceito, características, classificação, condições e pressupostos
6.2. Princípios
6.3. A ação pública incondicionada
6.4. A ação pública condicionada
6.5. A ação privada
7. DENÚNCIA E QUEIXA
7.1. Conceito, finalidade, características e prazos
7.2. Recebimento, aditamento e rejeição
8. AÇÃO CIVIL “EX DELICTO”
9. JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA
10. QUESTÕES E PROCESSOS INCIDENTES
11. SUJEITOS PROCESSUAIS
REFERÊNCIAS BÁSICAS
● NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Processo Penal e Execução Penal. 3 ed. São Paulo: RT, 2007.
● OLIVEIRA, Eugênio Pacelli. Curso de Processo Penal. 10 ed. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2008.
● TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Processo Penal. Vols. 1 e 2. São Paulo: Saraiva, 2007.
● ALMEIDA, Joaquim Canuto Mendes de. Princípios Fundamentais do Processo Penal. São Paulo: RT, 1973.
● BRASIL, Código de processo penal. 48.ed.São Paulo: Saraiva. 2008.
● JARDIM, Afrânio Silva. Bases Constitucionais para um Processo Penal Democrático in Direito Processual Penal. 7 ed, Rio de Janeiro, Forense, 1999.
● CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal. 12 ed. São Paulo: Saraiva, 2005. 
● CARNELUTTI, Francesco. As misérias do processo penal. São Paulo, Edicamp, 2001.
● MIRABETE, Júlio Fabbrini. Processo Penal. São Paulo: Atlas. 
● MOREIRA, Rômulo de Andrade. Direito Processual Penal. Rio de Janeiro: Forense, 2003._________. Direito Processual Penal. Salvador: Podivm, 2007.
● RANGEL, Paulo. Direito Processual Penal. 11 ed. Rio de Janeiro, Lumen Júris, 2006.
● TAVORA, Nestor & ALENCAR, Rosmar A.R.C de. Curso de Direito Processual Penal. Salvador: Podivm, 2009. 
CONCEITO
Direito Processual Penal é o conjunto de princípios e normas que disciplinam a composição das lides penais, por meio da aplicação do Direito Penal objetivo.
Na definição de José Frederico Marques, “é o conjunto de princípios e normas que regulam a aplicação jurisdicional do Direito Penal, bem como as atividades persecutórias da Polícia Judiciária, e a estruturação dos órgãos da função jurisdicional e respectivos auxiliares” (Elementos de direito processual penal, 2. ed., Forense, v. 1, p.20). 
CONTEUDO DO PROCESSO PENAL
A Finalidade do Processo Penal: são duas as finalidades clássicas do processo penal, a finalidade imediata ou direta e a finalidade mediata ou indireta.
■ Finalidade imediata ou direta: numa visão clássica, necessidade de que o processo penal, na pratica, faça valer o direito de punir do Estado (jus puniendi). Ademais, essa finalidade clássica deve ser acrescentada a função de proteção dos direitos fundamentais do cidadão contra a força muitas vezes opressora do Estado aplicada na persecução penal.
■ Finalidade mediata ou indireta: que é a “proteção da sociedade, a paz social, a defesa dos interesses jurídicos, a convivência harmônica das pessoas no território da nação” (MIRABETE, 2004, p. 43)
O processo compreende:
● Instauração de uma relação jurídica processual triangularizada pelo juiz (sujeito imparcial a quem compete a solução da lide) e pelas partes (acusação no polo ativo e defesa no polo passivo)
● A realização de uma sequência ordenada de atos, chamadas de procedimentos, art. 394 do CPP a qual abrange, necessariamente, a formulação de uma acusação (pública ou privada) o exercício do direito de defesa, a produção das provas requeridas pelos polos acusatórios e defensivo e a decisão final.
CARACTERÍSTICAS
Autonomia: o direito processual não é submisso ao direito material, isto porque tem princípios e regras próprias.
 b) Instrumentalidade: é o meio para fazer atuar o direito material penal, consubstanciado o caminho a ser seguido para a obtenção de um provimento jurisdicional válido.
 c) Normatividade:é uma disciplina normativa, de caráter dogmático, inclusive com codificação própria (Código de Processo Penal: Dec-Lei nº 3.689/41)
PRINCÍPIOS PROCESSUAIS PENAIS E CONSTITUCIONAIS
● PRINCÍPIO DA VERDADE REAL: no processo penal, devem ser realizadas as diligências necessárias e adotadas todas as providências cabíveis para tentar descobrir como os fatos realmente se passaram, de forma que o jus puniendi seja exercido com efetividade em relação àquele que praticou ou concorreu para a infração penal. O juiz tem o dever de investigar como os fatos se passaram na realidade, não se conformando com a verdade formal constante dos autos. (Art. 156, II do CPP, Lei nº 11.690/2008). Art. 5.º, LXIII, da CF e do art. 186 do CPP.
● PRINCÍPIO NE PROCEDAT JUDEX EX OFFICIO OU DA INICIATIVA DAS PARTES: O juiz não pode dar início ao processo sem a aprovação da parte. Cabe ao Ministério Público promover privativamente a ação penal pública (CF, 129, I) e ao ofendido, a ação penal privada, inclusive a subsidiária da pública (CPP, arts. 29 e 30; CF, art. 5º, LXI). Neste contexto, os artigos 26 e 531, CPP, não foram recepcionados pela Constituição de 1988, não se admitindo mais que nas contravenções penais a ação penal tenha início por portaria baixada pelo delegado ou magistrado (chamava de judicialiforme).
● PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL: Consiste em assegurar à pessoa o direito de não ser privada de sua liberdade e de seus bens, sem a garantia de um processo desenvolvido na forma que estabelece a lei. O art. 5º, inc. LIV da CF assegura que “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal”.
● VEDAÇÃO À UTILIZAÇÃO DE PROVAS ILÍCITAS: São aquelas que afrontam direta ou indiretamente garantias tuteladas pela Constituição Federal, não poderão, em regra, ser utilizadas no processo criminal como fator de convicção do juiz. Constituem uma limitação de natureza constitucional (art. 5º., LVI) ao sistema do livre convencimento estabelecido no ar. 155 do CPP, segundo o qual o juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial. Ver art. 157 do CPP.
PROVAS ILÍCITAS: aquelas produzidas com violação a regras do direito material. 
Ex. confissão obtida mediante tortura (viola a dignidade e integridade da pessoa humana).
PROVAS ILEGÍTIMAS: são aquelas produzidas com violação a regras do direito processual. Ex. ordem judicial que autoriza a quebra do sigilo bancário de alguém sem a devida fundamentação (viola a regra prevista no art. 93, IX, da CF/88 de que todas as decisões judiciais devem ser fundamentadas).
● PROVAS ILÍCITAS POR DERIVAÇÃO OU ILICITUDE POR DERIVAÇÃO: São aquelas provas ilícitas que contaminam as outras provas que dela se originam.
Atualmente, o STF adota a Teoria dos Frutos da Árvore Envenenada (“FruitsofthePoisonoustree”), segundo a qual uma prova ilícita contamina as outras que dela originarem.
Ex. uma confissão obtida mediante tortura (prova ilícita) na qual o agente, depois de torturado, delata os seus comparsas que, então, são presos pela policia. Nesse caso, tais prisões deverão ser relaxada uma vez que somente foram possíveis graças à confissão obtida mediante tortura. (a prisão será uma prova ilícita derivada)
O § 1° do art. 157 do CPP “São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras”. A parte final do § 1° significa que uma prova ilícita por derivação deixa de ser ilícita caso demostrada a existência de outras provas licitas que permitam a obtençãodessa primeira prova.
OBS: Ressalte-se, por fim, que a jurisprudência brasileira começa a reconhecer a teoria da proporcionalidade (ou teoria da razoabilidade ou teoria do interesse predominante) na apreciação da prova ilícita, admitindo excepcionalmente a utilização desta última em benefício dos direitos do réu inocente que produziu tal prova para a sua absolvição (pro reo), (GRINOVER; GOMES FILHO; FERNANDES, 2009). Ex. art. 233, parágrafo único do CPP.
● PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA OU DE NÃO CULPABILIDADE OU ESTADO DE INOCÊNCIA: Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória (art. 5º, LVII, CF). O reconhecimento da autoria de uma infração criminal pressupõe sentença condenatória transitada e julgado.
PRINCIPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA –(art. 5º, LVII, CF)
Imagine a seguinte situação hipotética:
João foi condenado a uma pena de 8 anos de reclusão, tendo sido a ele assegurado na sentença o direito de recorrer em liberdade.
O réu interpôs apelação e depois de algum tempo o Tribunal de Justiça manteve a condenação.
Contra esse acórdão, João interpôs, simultaneamente, recurso especial e extraordinário.
João, que passou todo o processo em liberdade, deverá aguardar o julgamento dos recursos especial e extraordinário preso ou solto? É possível executar provisoriamente a condenação enquanto se aguarda o julgamento dos recursos especial e extraordinário? É possível que o réu condenado em 2ª instância seja obrigado a iniciar o cumprimento da pena mesmo sem ter havido ainda o trânsito em julgado?
● PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE DE MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS: As decisões judiciais precisam sempre ser motivadas (Art. 93,IX, da CF; art. 381 do CPP). É atributo constitucional-processual que possibilita às partes a impugnação das decisões tomadas no âmbito do Poder Judiciário, conferindo, ainda, à sociedade a garantia de que essas deliberações não resultam de posturas arbitrárias, mas sim de um julgamento imparcial, realizado de acordo com a lei. 
● Princípio da igualdade processual ou da paridade das armas – por conditio (art. 5º, caput, CF)
Decorre do mandamento de que todos são iguais perante a lei, art. 5º caput, CF, adaptado ao Processo Penal. As partes devem ter, em juízo, as mesmas oportunidades de fazer valer suas razões e ser tratados igualitariamente, na medida de suas igualdades, e desigualmente, na proporção de suas desigualdades.
● PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE: Previsto expressamente no art. 93, IX, 1ª parte, da CF e no art. 792, caput, do CPP, representa o dever que assiste ao Estado de atribuir transparência a seus atos, reforçando, com isso, as garantias da independência, imparcialidade e responsabilidade do juiz.
Na definição Julio Fabbrini Mirabete, “os direitos de assistência, pelo público em geral, dos atos processuais, a narração dos atos processuais e a reprodução de seus termos pelos meios de comunicação e a consulta dos autos e obtenção de cópias, extratos e certidões de quaisquer deles” (Código de Processo Penal, 11. ed. São Paulo: atlas, 2003. pg. 1841).
Essa garantia não é absoluta, exceçõeschamada publicidade restrita– CF, art. 5º., inciso X e inciso LX, no CPP, art. 201 § 6º e art. 485 § 2º, art. 793 § 1º. Legislação especial Lei 9.296/1996, art. 1º e mais recente Lei 12.015/2009, art. 234-B, do CP.
● PRINCÍPIO DA IMPARCIALIDADE DO JUIZ: Significa que o magistrado, situando-se no vértice da relação processual triangular entre ele, acusação e a defesa, deve possuir capacidade objetiva para solucionar a demanda, vale dizer, julgar de forma absolutamente neutra, vinculando-se apenas às regras legais e ao resultado da análise das provas do processo. O juiz interessado deve ser afastado, e os permissivos legais para tanto se encontram no artigo 254 do CPP (hipóteses de suspeição) e no art. 252 (hipótese de impedimentos). Reconhecida exofficio pelo juiz.
● PRINCÍPIO DA ISONOMIA PROCESSUAL: As partes em juízo, devem contar com as mesmas oportunidades e ser tratados de forma igualitária. É o desdobramento do princípio da garantia constitucional assegurada pela CF, no art. 5º., caput, ao dispor que todas as pessoas serão iguais perante a lei em direitos e obrigações.
● PRINCÍPIO DE QUE NINGUÉM ESTÁ OBRIGADO A PRODUZIR PROVA CONTRA SI MESMO OU DA NÃO AUTOINCRIMINAÇÃO (nemotenetur se detegere)
Trata-se de princípio constitucional implícito que decorre dos seguintes princípios constitucionais expressos: presunção de inocência (art 5°, LVll, CF); ampla defesa (art. 5°, LV, CF); direito ao silêncio (art. 5°, LXlll, CF). É princípio que se encontra expressamente previsto no art. 80 do Pacto de São José da Costa Rica, de 22 de novembro de 1969, incorporado ao ordenamento jurídico brasileiro pelo Decreto n° 678, de 6 de novembro de 1992, e que tem status supralegal, conforme entendimento do STF exarado nos julgamentos do RE n° 466.343/SP e HC n° 87-585/TO (Informativo n° 531).
Considera-se que o Estado é infinitamente superior ao réu no processo penal, não necessitando, portanto, de sua ajuda na atividade persecutória, sob pena de se decretar a falência de seus órgãos.
Por força deste princípio é que a doutrina e a jurisprudência do STF e do STJ majoritárias vêm considerando que o acusado não está obrigado a participar de atividades probatórias que impliquem em intervenções corporais, como realização de exames de DNA, grafotécnico ou de bafômetro - este último frequentemente utilizado para a constatação do crime de embriaguez ao volante previsto no art. 306
da Lei n° 9.503/97 (Código de Trânsito Brasileiro)
● PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO ou BILATERALIDADE DA AUDIÊNCIA:Trata-se do direito assegurado às partes de serem cientificadas de todos os atos e fatos havidos no curso do processo, podendo manifestar-se a respeito e produzir as provas necessárias antes de ser proferida a decisão jurisdicional. Art. 5º., LV, da CF, no CPP, art. 409e art. 479.
● PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA:
Implica o dever de o Estado proporcionar a todo acusado a mais completa defesa, seja pessoal (autodefesa, promovida pelo próprio réu, geralmente durante o seu interrogatório, sendo ela dispensável, até porque o acusado pode se calar ou até mentir, em conformidade art. 5º LVIII, CF.
Obs: a disponibilidade da autodefesa NÃOautoriza que o réu minta ou se cale sobre a sua qualificação pessoal, art. 187, § 1º CPP. Em se recusando a fornecer sua qualificação, o réu poderá praticar o crime de contravenção penal, art. 68 da Lei de Contravenções Penais. Outrossim, se o réu atribui a si mesmo outra identidade, pode cometer o crime definido no artigo 307 do CP, falsa identidade), seja técnica (efetuada por defensor técnico, bacharel em direito, sendo ela indisponível – art. 263, caput, CPP) e (CF, art. 5º, LV), e o de prestar assistência jurídica integral e gratuita aos necessitados (CF, art. 5º, LXXIV), no CPP, após ouvir a acusação arts. 402, 403, e 534.
● PRINCÍPIO DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO:Assegura a possibilidade de revisão das decisões judiciais, através do sistema recursal, onde as decisões do juízo a quo podem ser reapreciada pelos tribunais. Decorre da própria estrutura atribuída ao Poder Judiciário, incumbindo-se a Constituição, nos arts. 102, II e III, 105, II e III, 108, II, de outorga competência recursal aos diversos tribunais do pais. Sumula 347 STJ. “o conhecimento de recurso de apelação do réu independe de sua prisão”.
●PRINCIPIO DA PLENITUDE DA DEFESA (ART. 5º XXXVIII, ALÍNEA “A”, CF)
É aplicado especificamente para o Tribunal do Júri. Permitindo-se que o réu no Tribunal de Júri, se utilize de todos os meios lícitos de defesa, ainda que não previsto no ordenamento jurídico. “na possibilidade não só da utilização de argumentos técnicos, mas também de natureza sentimental (chorar), social e até mesmo de politica criminal, no intuito de convencer os jurados”. (TÁVORA, ALENCAR, 2009, p.675)
● PRINCIPIO DO JUIZ NATURAL: Consagra que ninguém será processado nem sentenciado se não pela autoridade competente, art.5º., LIII, da CF. E a vedação constitucional à criação de juízos ou tribunais de exceção (art. 5º, inc. XXXVII da CF) Em outras palavras, tal princípio impede a criação casuística de tribunais pós-fato, para apreciar um determinado caso.
● PRINCÍPIO DO PROMOTOR NATURAL: Também deflui da regra constante do art. 5º, LIII, da CF, e significa que ninguém será processado senão pelo órgão do Ministério Público, dotado de amplas garantias pessoais e institucionais, de absoluta independência e liberdade de convicção e com atribuições previamente fixadas e conhecidas.O STF, em plenário vedou a designação casuística de promotor (HC 67.759/RJ, rel. Min. Celso de Mello).
● PRINCIPIO DA OBRIGATORIEDADE DA AÇÃO PENAL OU LEGALIDADE PROCESSUAL:Os órgão aos quais é atribuída a persecução penal não possuem poderes discricionários para agir em determinadas situações segundo critérios de conveniência e oportunidade. A autoridade policial é obrigado a instaurar o inquérito policial sempre que tomar conhecimento da ocorrência de um crime. Também o Ministério Público esta obrigado ao ajuizamento da ação pública quando dispuser dos elementos necessários a essa finalidade.
● PRINCÍPIO DA OFICIALIDADE: os órgão incumbidos da persecução penal devem proceder exofficio, não devendo aguardar provocação de quem quer que seja, ressalvados os casos de ação penal privada e de ação penal pública condicionada à representação do ofendido (CPP, arts. 5º, §§ 4º e 5º, e 24).
● PRINCÍPIOS DA ECONOMIA PROCESSUAL, CELERIDADE PROCESSUAL E DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO (art. 5°, LXXVlll, CF)
Com a redação dada pela Emenda Constitucional n° 45/04, e encontrado também no art. 62 da Lei n° 9.099/95, incumbe ao Estado dar a resposta jurisdicional no menor tempo e custo possíveis. A esse respeito, convém destacar que a duração razoável do processo é "um interesse - e também um direito - de todos, ou seja, do acusado, do ofendido, do Estado e da própria coletividade" (BEDÊ JÚNIOR; SENNA, 2009, p. 255).
● PRINCÍPIO DA OFICIOCIDADE: os órgão incumbidos da persecução penal devem proceder exofficio, não devendo aguardar provocação de quem quer que seja, ressalvados os casos de ação penal privada e de ação penal pública condicionada à representação do ofendido (arts. 5º, § 4º, e art. 24 do CPP).
● PRINCÍPIO DO IMPULSO OFICIAL: uma vez instaurado o processo criminal, o juiz, de oficio, ao encerrar cada etapa procedimental, deve determinar que se passe à seguinte, sem que,para esse fim, seja necessário requerimento das partes. Justifica-se o principio na circunstância de que ao Estado compete o jus puniendi, que o seu interesse em exercê-lo independe de ser titular da ação penal o Ministério Público ou o particular.
● PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE: A autoridade policial não pode determinar o arquivamento do inquérito policial (CPP, art. 17) e o Ministério Público não pode desistir da ação penal pública, nem de recurso interposto (CPP, arts. 42 e 576). Exceção, mais uma vez, nos crimes de ação penal de iniciativa privada, em que se admite o perdão, a perempção e a desistência, dada a disponibilidade sobre o conteúdo do processo.
● PRINCÍPIO DA AUTORITARIEDADE: Os órgãos de investigação e processante devem ser autoridades públicas (delegados de polícia e promotor de justiça)
● PRINCÍPIOS DA VEDAÇÃO DA DUPLA PUNIÇÃO E DO DUPLO PROCESSO PELO MESMO FATO (ne bis in idem)
Impede que a pessoa seja processada e condenada duas vezes pelo mesmo fato. Implica ainda na proibição de o agente ser processado novamente pelo mesmo fato quando já foi absolvido com sentença transitada em julgado.
Este princípio está previsto expressamente no art. 8º, 4, do Pacto de São José da Costa Rica, que tem status supralegal no Brasil, STF, RE nº 466.343/SP e HC nº 87.585/TO. (Informativo nº 531).
● PRINCÍPIO DA IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ: Consiste na vinculação obrigatória do juiz aos processos cuja instrução tivesse iniciado, de sorte que não poderia o feito ser sentenciado por magistrado distinto. Esta consagrado em nível infraconstitucional pela Lei 11.719/2008 ao CPP, no art, 399, § 2º., estabelecendo que o juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença.
● PRINCÍPIO DO IN DUBIO PRO REO OU FAVOR REI: A dúvida sempre beneficia o acusado. Se houver duas interpretações, deve-se optar pela mais benéfica; na dúvida, absolve-se o réu, por insuficiência de provas; só a defesa possui certos recursos, como os embargos infringentes; só cabe ação rescisória penal em favor do réu (revisão criminal). O juiz absolverá o réu quando não houver provas suficientes para a condenação, art. 386, VII do CPP.
Obs.: na decisão de pronúncia, adota-se o in dubio pro societate.
FONTES
Conceito:Entende-se a origem e a forma como se exteriorizam as normas, os preceitos e os princípios jurídicos que informam o processo penal e cuja observância é condição para seu desenvolvimento regular. Classificam-se em fontes materiais (são aquelas que criam o direito) e fontes formais (são aquelas que revelam o direito).
● Fontes materiais ou fontes substanciais ou fontes de produção: É o Estado. Compete privativamente à União legislar sobre direito processual (CF, art. 22, I). Lei complementar federal pode autorizar os Estados a legislar em processo penal, sobre questões especificas de interesse local (art. 22, parágrafo único, da CF). A União, os Estados e o Distrito Federal possuem competência concorrente para legislar sobre criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas (art. 24, I, e §§ 1º e 2º, da CF). Sobre procedimento em matéria processual, a competência para legislar é concorrente entre a União, os Estados e o Distrito Federal, conforme o inciso XI do art. 24 da CF.
● Fonte formal ou fonte de revelação de cognição ou de classificação: Traduzem as formas pelas quais o direito se exterioriza.
▪ Fontes formais imediatas ou diretas: São as leis em sentido amplo, abrangendo o texto constitucional, a legislação infraconstitucional (leis ordinárias, complementares etc.), e os tratados, as convenções e regras de direito internacional / § 3º do art. 5º da CF-EC nº 45/2004). O art. 103-A da CF, diz que o STF, poderá de oficio ou por provocação, mediante decisão de 2/3 de seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que a partir da sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos.
▪ Fontes formais mediatas ou indiretas: compreendem-se os princípios gerais do direito, a analogia, os costumes, a doutrina, e a jurisprudência. 
A doutrina: consiste na opinião manifestada pelos operadores do direito ou estudiosos sobre determinado tema.
Os princípios gerais de direito: exteriorizam-se, muitas vezes, por meio dos brocardos jurídicos, “o direito não socorre a quem dormem”; “o réu não poderá ser obrigado à auto-incriminação”; “o juiz conhece o direito”, enfim apesar de não estarem escrita informam o sistema jurídico.
A analogia: consiste em estender a um caso não previsto aquilo que o legislador previu para outro caso,desde que em igualdade de condições. Sumula 696 do STF.
Os costumes: são regras de conduta reiterada, às quais se agrega uma consciência de obrigatoriedade.
A jurisprudência: é o entendimento consubstanciado em decisões judiciais reiteradas sobre um determinado assunto.
A depender dos princípios que venham a informá-lo, o processo penal materializa-se em inquisitivo, acusatório e misto. É o que Tourinho Filho enquadra como tipos de processo.
SISTEMA PROCESSUAIS PENAIS
● SISTEMA INQUISITIVO:Típico dos sistemas ditatoriais é o que concentra em figura única (juiz) as funções de acusar, defender e julgar. Não há contraditório ou ampla defesa. O procedimento é escrito e sigiloso. O julgador inicia de oficio a persecução, colhe as provas e profere decisão. O réu, mero figurante, submeter-se ao processo numa condição de absoluta sujeição, sendo em verdade mais um objeto da persecução do que sujeito de direitos. (Adepto-DenilsonFeitosa / art. 5º., II; art. 156; art. 311do CPP)
● SISTEMA ACUSATÓRIO: É o adotado no Brasil. Tem por características fundamentais: separação entre as funções de acusar, defender e julgar, conferidas a personagens distintos. Os princípios do contraditório, da ampla defesa e da publicidade regem todo processo; o órgão julgador é dotado de imparcialidade; o sistema de apreciação das provas é o do livre convencimento motivado. É de se destacar que a existência do inquérito policial não descaracteriza o sistema acusatório, pois se trata de uma fase pré-processual, que visa dar embasamento à formação da opinio delicti pelo titular da ação penal, onde não há partes, contraditório ou ampla defesa. Contudo, essa regra de ser o inquérito puramente inquisitivo deve ser aplicada com cautela, máxime quando se está diante de produção de provas que não seja passível de ratificação em juízo. (Art. 93, IX; art. 5º., LIV; LV; LVII da CF).
Sistema Acusatório Puro – em que o juiz depende das partes para agir.
Sistema Acusatório Impuro – aquele em que o juiz não depende das partes para agir. Ex. art. 156 do CPP, o juiz pode interferir na produção da prova.
● SISTEMA MISTO: Aquele que abrange duas fases processuais distintas: uma, a fase inquisitiva, destituída de contraditório, publicidade e ampla defesa, na qual são realizadas uma investigação preliminar e uma instrução preparatória, sob o comando do juiz; e outra, a fase do julgamento, em que são asseguradas ao acusado todas as garantias do processo acusatório, em especial a isonomia processual, o direito de manifestar-se a defesa depois da acusação e a publicidade.
LEI PROCESSUAL PENAL: EFICÁCIA NO TEMPO E NO ESPAÇO
LEI PROCESSUAL PENAL NO ESPAÇO
No que se refere à aplicação da lei processual penal no espaço, vale o princípio da Territorialidade Absoluta, ou seja, a lei processual penal nacional se aplica exclusivamente aos processos e julgamentos ocorridos no território brasileiro.
Diferencia-se, portanto, da lei penal, uma vez que, para esta, o princípio da territorialidade relativa, sendo possível sua aplicação, em alguns casos, aos crimes ocorridos fora do território brasileiro (vide os casos de extraterritorialidade descritos no art. 7° do CP).
FIQUEM ATENTO: enquanto a lei penal pode ser aplicada a crimes cometidos fora do território nacional (extraterritorialidade), a lei processual penal só vale dentro dos limites territoriais brasileiros. Para processos que tramitem no exterior, aplica-se a lei do pais em que os atos estão sendo praticados.
O art. 1º do CPP O PRINCIPIO DA TERRITORIALIDADEcomo regra geral de solução de conflitos:
Art. 1o O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Código, ressalvados:
I - Os tratados, as convenções e regras de direito internacional;
Esses firmados pelo Brasil, mediante aprovação por decreto legislativo e promulgação por Decreto Presidencial, afastam a jurisdição ainda que o fato tenha ocorrido no território nacional, de modo que o infrator será julgado em seu pais de origem. Ex. quando o delito é praticado por agentes diplomáticos e, em certos casos, por agentes consulares.
● Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas (aprovada pelo Decreto Legislativo n. 103/64 e promulgada pelo Decreto. 56.435/65)
De acordo com o art. 31, § 1°, os agentes diplomáticos gozam de imunidade de jurisdição penal no Estado acreditado (onde exercem suas atividades), não estando, isentos da jurisdição do Estado acreditante (pais que representam).
Obs: art. 37 da Convenção, estabelece que o corpo técnico e administrativo também gozam desta imunidade desde que o fato ocorra no desempenho das funções.
● Convenção de Viena sobre Relações Consulares (aprovada Decreto Legislativo n. 106/67 e promulgada pelo Decreto n. 61.078/67)
Art. 43, tópico 1 da Convenção, os funcionários e empregados consulares possuem imunidade, desde que referente a atos criminosos no exercício das funções consulares.
● Tribunal Penal Internacional (Decreto Legislativo n. 112/2002, promulgada Decreto 4388/02)
Art. 5°, § 4° da CF/88, prevê que o Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional…, ainda que o delito tenha ocorrido no território brasileiro, havendo denuncia no TPI, o agente poderá ser entregue à jurisdição estrangeira. (Crimes de genocídio; crimes contra a humanidade; crimes de guerra; crimes de agressão).
II - As prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade (Constituição, arts. 86, 89, § 2o, e 100); 
São crimes de natureza politica-administrativa e não aos delitos comuns. O julgamento dessas infrações não é feito pelo Poder Judiciário e sim pelo Legislativo e as consequências são perda do cargo, a cassação do mandato, a suspensão dos direitos políticos. (Art. 52, I,CF.)
III - Os processos da competência da Justiça Militar;
Os processos de competência da Justiça Militar, isto é, os crimes militares, seguem os ditames do Código de Processo Penal Militar – CPPM (Decreto-Lei n. 1002/69), e não da legislação processual comum.
IV - Os processos da competência do tribunal especial (Constituição, art.122, n.17);
A Constituição mencionada é a de 1937 e o tribunal especial referido julga os delitos políticos ou contra a economia popular por meio do chamado Tribunal de Segurança Nacional (Lei n. 244/36). Esse dispositivo deixou de ser aplicado porque o art. 5°, XXXVII, da CF/88 veda os tribunais de exceção. Os crimes políticos são da competência da Justiça Federal (art.109, IV, CF/88) e os crimes contra a economia popular são da Justiça Estadual.
 V - Os processos por crimes de imprensa.
O STF, ao julgar a Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF nº 130-7/DF), declarou que essa lei não foi recepcionada pela CF/88. Os crimes de imprensa é apurado pelo Código Penal.
Parágrafo único.  Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos processos referidos nos incisos IV e V, quando as leis especiais que os regulam não dispuserem de modo diverso.
LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO
De acordo com o art. 2º do CPP, “a lei processual penal será aplicada desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior.”
Diferente do Direito Penal que adota o princípio da retroatividade da lei mais benéfica (art. 5°, XL, CF/88), no que se refere à lei processual penal, vale o princípio da Aplicação Imediata, ou seja, para ela vale a regra do tempus regitactum (o ato processual será disciplinado pela lei que estiver em vigor no dia que ele for praticado). 
A lei processual penal não retroage, alcançando apenas os atos praticados após sua entrada em vigor.
É preciso que fique claro, que os atos processuais praticados sob a vigência da lei anterior (atos já consumados sob a égide da lei antiga) permanecem válidos, conforme o já mencionado art. 2° do CPP. Já os atos iniciados sob a vigência da lei antiga, mas que ainda se encontram em desenvolvimento quanto da vigência da nova lei processual, serão atingidos pela nova legislação. Como a lei processual penal tem aplicação imediata, sua aplicação independe do fato de ser mais benéfica ou gravosa ao agente.
FIQUEM ATENTO: a lei penal não retroage, salvo para beneficiar o acusado (art. 5°, XL, CF/88), aplicando-se assim a regra da retroatividade mais benéfica. Já a lei processual penal tem aplicação imediata, não retroagindo nem para melhorar, nem para piorar a situação do réu (art. 2°, CPP).
Como diferenciar, no entanto, uma norma penal de outra processual penal?
A norma penal afeta a pretensão punitiva ou executória do Estado, criando-a, extinguindo-a, aumentando-a ou diminuindo-a. Ex. lei que cria uma nova infração ou a extingue.
A norma processual penal refere-se à técnica procedimental, não refletindo na pretensão punitiva ou executória do Estado. Ex. normas relativas às formas de citação, intimação, ou notificação, fiança. Liberdade provisória etc.
Ex. Supressão do protesto por novo júri(inserido pelas alterações da Lei n° 11.689/08, art. 4°.)
O entendimento jurisprudencial(STJ – RHC – 26.033/RO – 2009), dispõe que, se o julgamento pelo júri ocorrer à partir de 09 de agosto de 2008 (vigência da Lei n. 11.689/08) não mais será cabível o protesto ainda que o crime tenha sido praticado em data anterior.
INTERPRETAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL
 Interpretação é a atividade que consiste em extrair da norma seu exato alcance real significado. Deve buscar a vontade da lei, não importando vontade de quem fez.
● Quanto ao sujeito que a elabora:
Autentica ou legislativa: feita pelo próprio órgão encarregado da elaboração do texto. Pode ser contextual (feita pelo próprio texto interpretado) ou posterior (quando feita após a entrada em vigor da lei). Ex. art.327 do CP, conceito de funcionário público.
Doutrinário ou cientifico: feita pelos estudiosos do direito. Ex. Artigos cientifico - doutrinários.
Judicial ou jurisprudencial: feita pelos órgãos jurisdicional
● Quanto aos meios empregados:
Interpretação gramatical, literal ou sintática: considera a letra fria da lei, vale dizer, o sentido literal dos termos incorporados ao texto legal
Interpretação teleológica ou lógica: busca-se a vontade da lei, atendendo-se aos seus fins e à sua posição dentro do ordenamento jurídico. Ex. art. 109 IX da CF, “crimes cometidos a bordo de navio”.
● Quanto ao resultado:
a) Interpretação declarativa: busca corresponder o sentido das palavras expressas no texto interpretado com a vontade da lei, evitando restringir-lhes ou aumentar-lhe o significado. Ex. art. 141, III, do CP, “varias pessoas”, possui o sentido de “mais de duas pessoas”.
b) Interpretação restritiva: Ocorre quando o intérprete conclui que a letra escrita da lei foi além de sua vontade, impondo-se, pois, restringir-lhe o alcance até que se consiga chegar ao sentido real. Ex. o art. 806, § 2º, do CPP determina que a falta de preparo importará em deserção do recurso interposto.
c) Interpretação extensiva: Ocorre quando o intérprete detecta que a letra escrita da lei encontra-se aquém de sua vontade, impondo-se, se assim, estender-lhe o alcance para que se possa chegar ao verdadeiro significado. Ex. art. 581 do CPP elenca as hipóteses de cabimento do recurso em sentido estrito.
d) Interpretação progressiva (adaptativa ou evolutiva): É aquela que, ao longo do tempo, adapta-se às mudanças político-sociais e às necessidades do presente. Ex. art. 68 do CPP. (Defensor Público na comarca)
INQUÉRITO POLICIAL
۷ Conceito;
۷ Natureza jurídica;
۷ Finalidade do Inquérito Policial;
۷ Destinação;
۷ Características;
۷ Formas de instauração do Inquérito Policial;
۷ Diligências Investigatórias;
۷ Indiciamento;
۷ Incomunicabilidade do indiciado preso;
۷ Prazo para conclusão do inquérito;
۷ Arquivamento do Inquérito Policial;
۷ Recursos cabíveis.
CONCEITO
“Inquérito Policial é, pois, o conjunto de diligências realizadas pela Polícia Judiciária para a apuração de uma infração penal e sua autoria, a fim de que o titular da ação penal possa ingressar em juízo”. (Fernando da Costa Tourinho Filho. Processo Penal, 17ª ed., p. 109).
“O inquérito policial é uma peça escrita, preparatória da ação penal, de natureza inquisitiva”. (Vicente Greco Filho. Manual de Processo Penal, 3ª ed., p. 81)
“Inquérito Policial é todo procedimento policial destinado a reunir os elementos necessários à apuração da pratica de uma infração penal e de sua autoria. Trata-se de uma instrução provisória, preparativa, informativa, em que se colhem elementos por vezes difíceis de obter na instrução judiciária, como auto de flagrante, exames periciais, etc”. (Julio Fabbrini Mirabete. Processo Penal, 7ª ed., p.78).
TERMO CIRCUNSTANCIADO
OBS
: 
Inquérito Policial X Termo Circunstanciado 
– art. 69, Lei 9.099/95
Art. 69 – 
a autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao juizado, com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos exames periciais necessários.
O IP não é o único procedimento investigatório. A Lei 9.099/95 traz 
o termo circunstanciado
, que é utilizado para as infrações de menor potencial ofensivo. Então, nem todo crime é investigado por IP.
A infração de menor potencial ofensivo 
(
IMPO
) compreende as contravenções penais e os crimes com pena máxima não superior a 2 anos, cumulada ou não com multa, submetidos ou não a procedimento especial, ressalvadas as hipóteses envolvendo violência doméstica e familiar contra mulher.
obs
: nos termos do 
art. 41 da Lei Maria da Penha
, 
n° 11.340/06, 
todas infrações que envolva violência
 
doméstica ou familiar contra mulher se apuram mediante 
inquérito policial
, ainda que a pena não seja superior a 02 anos.
Esse termo circunstanciado nada mais é senão um boletim de ocorrência, simplificando-se toda a formalidade do inquérito policial. (Art. 69 e 77, § 1º da lei), Lavrado pela autoridade policial (delegado de polícia), no qual constará uma narração dos fatos, bem como a indicação da vítima, do autor do fato e das testemunham número máximo de três seguindo em anexo um boletim médico ou prova equivalente, quando necessário comprovar a materialidade delitiva (dispensando o laudo de exame de corpo de delito). Será encaminhado ao Juizado de Pequenas Causas Criminais. Não haverá prisão em flagrante, quando o autor assumir o compromisso de comparecer ao juizado, ficando proibida a lavratura do auto de prisão em flagrante, independente do pagamento de fiança. (Art. 69, parágrafo único da lei).
Será cabível em relação às infrações de menor potencial ofensivo, que são:
● Contravenções (Decreto-Lei nº 3688/41);
● Crimes cuja pena máxima não seja superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa, sujeitos ou não a procedimento especial. Ex. desacato.
POLÍCIA JUDICIÁRIA E POLÍCIA ADMINISTRATIVA
● Polícia Administrativa ou de Segurança
De caráter eminentemente preventivo, com o seu papel ostensivo de atuação, impedir a ocorrência de infrações. No exercício dessa função, atua a polícia com discricionariedade e independente de autorização judicial. Ex: Policia Militar dos Estados.
● Polícia Judiciária (art.4º. Do CPP)
De atuação repressiva, age após a ocorrência de infração, visando angariar elementos para apuração da autoria e constatação da materialidade delitiva possibilitando assim a instauração de ação penal pelo MP (persecução penal) contra os respectivos autores. Ex: Policia Federal (art.144 § 1º, IV da CF) e Policia Civil (art. 144, § 4º).
Policia Judiciária X Policia Investigativa
● Polícia Judiciária – é a polícia quando atua auxiliando o Poder Judiciário no cumprimento de suas ordens. Quando a Policia Civil cumpre mandado de Juiz, atua como polícia judiciária.
● Policia Investigativa – por seu turno, é a polícia quando atua na apuração de infrações penais e de sua autoria. Art. 144, § 1º da CF.
■ Atribuição da polícia investigativa – Geralmente, sabe-se qual a polícia investigativa dependendo da competência para processar o delito.
a) Justiça Militar da União → quem investiga é as Forças Armadas, por meio do IPM, um Oficial designado para conduzir o IPM.
b) Justiça Militar Estadual → quem investiga é a própria PM, através do IPM.
c) Justiça Federal/Eleitoral → pelo menos em tese, a competência é da policia federal.
d) Justiça Estadual → quem investiga é a Policia Civil.
Atente: A Policia Federal também pode investigar crime da competência da Justiça Estadual. As atribuições da Policia Federal não são idênticas a competência da Justiça Federal, estas atribuições são mais ampla. Art. 144, § 1º, inciso I.
Lei nº 10.446/2002. Dispõe sobre infrações penais de repercussão interestadual ou internacional que exigem repressão uniforme, para os fins do disposto no inciso I do § 1o do art. 144 da Constituição. Ex. quadrilha que clonam cartão de credito em vários Estados.
NATUREZA JURÍDICA
Procedimento administrativo, pré-processual, portanto, não se trata de processo.
ExplicaRogério Sanches:” também por se tratar de um procedimento administrativo é que se entende que eventuais vícios nesta fase não afetam a ação penal, gerando efeitos apenas no âmbito do inquérito policial.Desse modo se, por exemplo, na prisão em flagrante não se expedir nota de culpa, a consequência será o relaxamento da prisão com a liberação do preso, não evitando, contudo, que venha a ser processado mais à frente.”
FINALIDADE
Reunir provas da materialidade e indícios de autoria de certa infração.
DESTINAÇÃO
Destina-se a servir de base para uma futura ação penal (art. 12, CPP)
Art. 12 O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra.
VALOR PROBATÓRIO- O IP possui um valor probatório relativo, uma vez que reúne as evidencias mínimas que permitirão uma acusação formal. Assim, suas conclusões devem ser corroboradas na fase judicial, já que o IP não tem contraditório ou ampla defesa.
LOCAL POR ONDE DEVE TRAMITAR O INQUÉRITO
O local onde deve ser instaurado e de transmissão do inquérito policial é o mesmo onde deve ser instaurado a ação penal, de acordo coma as regras de competência dos arts. 69 e seguintes do CPP. Ex, se um roubo for cometido na comarca de Lauro de Freitas, o IP, deve tramitar nesta comarca. Ademais, se o IP for instaurado por engano em local diverso daquele que ocorreu a infração penal deve ser encaminhado para prosseguimento na comarca correta.
As autoridade policiais não exercem jurisdição, porque são destituído do poder de julgar, inerente aos juízes de direito. O limite das atividades das autoridades policiais se dá nas respectivas circunscrições (é o território dentro do qual as autoridades policiais e seus agentes desempenham suas atividades). Art. 4° do CPP.
SUSPEIÇÃO DA AUTORIDADE POLICIAL
A luz do artigo 107 do CPP não poderá opor exceção de suspeição às autoridades policiais nos autos do inquérito, mas deverão elas declarar-se suspeitas, quando ocorrer motivo legal. Caso a autoridade não o faça caberá à parte interessada pleitear o afastamento do delegado considerado suspeito ao Delegado Geral, e não ao juiz em razão da regra do artigo 107.
CARACTERÍSTICAS
● ESCRITO – não existe inquérito oral (art. 9, CPP)
Art. 9. Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.
Obs.é possível gravar as investigações e os atos do inquérito – art. 405, § 1º do CPP, aplicando analogicamente ao inquérito, de modo a ser possível sim que se grave peças do inquérito.
● INSTRUMENTAL – é o instrumento utilizado pelo Estado para reunir prova e materialidade e indícios de autoria.
● OBRIGATORIO – havendo um mínimo de elementos o delegado deve instaurar o IP.
● DISPENSAVEL – quando o MP contar com provas autônomas poderá dispensar o IP. (art. 39, § 5°, CPP).
Art. 39. (...)
§ 5º O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a representação forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia.
Foi publicada uma importantíssima novidade legislativa.
Trata-se da 
Lei nº 13.245/2016
, que altera o 
art. 7º do Estatuto da OAB 
(Lei nº 8.906/94).
O 
art. 7º 
traz um rol de direitos que são conferidos aos advogados. 
A Lei nº 13.245/2016 altera o inciso XIV e acrescenta o inciso XXI 
a este artigo.
"Em qualquer instituição responsável por conduzir investigação“
Na época em que o Estatuto da OAB foi editado, em 1994, as investigações de crimes no Brasil eram conduzidas quase que unicamente pelas Polícias.
Ao longo dos anos, esta realidade foi se alterando. Outros órgãos começaram a realizar, de forma mais intensa e frequente, investigações de infrações penais. Nesse sentido, podemos citar o Ministério Público, as Comissões Parlamentares de Inquérito, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAFI), a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), entre outros.
Desse modo, o texto do 
inciso XIV
, ao falar apenas em 
"repartição policial" 
e em 
"inquérito", 
ficou desatualizado.
A alteração, teve como objetivo deixar expresso que os advogados possuem direito de examinar os autos dos procedimentos de investigação em qualquer instituição (e não apenas na Polícia).
No âmbito do 
Ministério Público
, por exemplo, a investigação é denominada 
"procedimento de investigação criminal"(PIC).
"Em meio físico ou digital"
O advogado, além de ter acesso aos autos, tem direito de tirar cópias e realizar apontamentos (anotações). Isso pode ser feito tanto em meio físico como digital. É o caso, por exemplo, de um advogado que utiliza scanner portátil ou tira fotos, com seu celular, dos autos do procedimento.
Ex
. O telefone do investigado, com autorização judicial
Durante os atos praticados, além de estar presente, o advogado tem o direito de:
• 
apresentar razões 
(argumentar e defender seu ponto de vista sobre algo que vá ser decidido pela autoridade policial ou sobre alguma diligência que precise ser tomada); e
• 
apresentar quesitos 
(formular perguntas ao investigado, às testemunhas, aos informantes, ao ofendido, ao perito etc.).
As razões e os quesitos poderão ser formulados durante o interrogatório e o depoimento ou, então, por escrito, durante o curso do procedimento de investigação, como no caso de um requerimento de diligência ou da formulação de quesitos a serem respondidos pelo perito.
Sanção em caso de descumprimento do inciso XXI
O inciso XXI prevê que, se for negado o direito de o advogado participar do interrogatório ou depoimento, haverá nulidade absoluta desses atos e, por consequência, nulidade também de todas as "provas" que, direta ou indiretamente, decorrerem deles.
Ex
: o Delegado não permitiu que o advogado participasse do depoimento de uma testemunha do inquérito policial. Durante o depoimento, a testemunha revela que viu o investigado, no dia do crime, em um determinado endereço. A partir desse depoimento, a autoridade policial pede a realização de uma busca e apreensão no local e ali descobre a arma utilizada pelo investigado no crime, além de objetos pessoais a ele pertencentes. Pela redação do inciso XXI, haveria nulidade absoluta da oitiva da testemunha e também das "provas" obtidas com a busca e apreensão, uma vez que tal diligência foi decorrente das informações passadas pela testemunha.
Para que o advogado participe do interrogatório e dos depoimentos, assistindo ao seu cliente, é necessário procuração?
SIM. O próprio Estatuto da OAB afirma que “o advogado postula, em juízo ou fora dele, fazendo prova do mandato” (art. 5º). Contudo, se o advogado comparece ao ato sem procuração, poderão ser adotadas duas soluções:
• Caso o investigado esteja presente, ele poderá conferir uma procuração apud acta, ou seja, ele poderá indicar que aquele é realmente seu advogado, registrando-se isso no termo. Aplica-se aqui, por analogia, o art. 266 do CPP (Art. 266.  A constituição de defensor independerá de instrumento de mandato, se o acusado o indicar por ocasião do interrogatório.);
• Se o investigado não estiver presente, deve o Delegado ou a autoridade que conduz a investigação permitir a participação do advogado, determinando, no entanto, ao causídico que apresente a procuração no prazo de 15 dias, prorrogável por igual período, nos termos do § 1º do art. 5º do Estatuto da OAB.
Obs.
: Quando ocorre 
quebra de sigilo de dados e telefônicos 
o advogado só poderá ter acesso aos autos mediante procuração. (art. 7º, § 10, do Estatuto da OAB).
Obs.
: Foco na vitima, pode o juiz decretar o segredo de justiça da investigação na expectativa de que informação do IP não sejam compartilhada com a imprensa, preservando a vitima ou seus sucessores nos seguintes bens jurídicos: 
vida privada, intimidade, família
.
● INFORMATIVO– Visa a colheita de elementos de informação relativos à autoria e materialidade do crime. Justamente por isso, o seu valor probatório é relativo, haja vistaque os elementos de informação não são colhidos sobre a égide do contraditório e ampla defesa, nem tampouco perante um juiz de direito.
■ Elementos de informação – são aqueles colhidos na fase investigatória. Essa fase investigatória se caracteriza por ser uma fase inquisitorial, onde não há contraditório e ampla defesa. Assim, tais elementos prestam-se para fundamentação de medidas cautelares (prender temporariamente), bem como para formação da opinio delicti.
■ Provas – por seu turno, pelo menos em regra, é produzida na fase judicial. É produzida no sistema acusatório, em que há partes definidas: acusador, acusado e juiz. Há o contraditório e ampla defesa.
Pergunta:se – qual é o valor probatório dos elementos de informação?
 Art. 5º, LV, dispõe que “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”.
 Para os Tribunais, elementos de informação, isoladamente considerados, NÃO podem fundamentar uma condenação. Porém, não devem ser desprezados, podendo-se somar a prova colhida em juízo, servindo como mais um fator na formação da convicção do juiz. STF. RE (Recurso Extraordinário) 287658 e REAgR. (Agravo Regimental) 425734.
Art. 155. CPP -  O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. 
OBS:
a) Provas cautelares →São aquelas em que existe um risco de desaparecimento do objeto em virtude do decurso do tempo. Ex. Interceptação telefônica Busca e apreensão (uma arma que está guardada em casa, drogas guardadas, mercadorias guardadas).
b) Provas não repetíveis → São aquelas colhidas na fase investigatória, porque não podem ser produzidas novamente no curso do processo. Ex. exame de corpo de delito de local de crime.
 c) Provas antecipadas → Em razão de sua urgência e relevância são produzidas antes de seu momento processual oportuno, e até mesmo antes de iniciado o processo. Ex. art. 225 do CPP. (Na presença do juiz, contraditório real)
Art. 225.  Se qualquer testemunha houver de ausentar-se, ou, por enfermidade ou por velhice, inspirar receio de que ao tempo da instrução criminal já não exista, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, tomar-lhe antecipadamente o depoimento. 
● SIGILOSO– não há publicidade, visto que é necessário para a eficiência da investigação. No entanto, poderá tomar parte do inquérito o Juiz, Promotor e Advogado. (Art. 20, CPP).
Art. 20 A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.
Art. 7º São direitos do advogado:
XIV - examinar em qualquer repartição policial, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de inquérito, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos;
 Segundo a jurisprudência dos Tribunais Superiores, o advogado tem direito a vista das informações já divulgadas no inquérito, mas não das diligências em andamento. STF, HC 82.354 e HC 90.232.
Obs: Quando o Delegado de Polícia recusa ao advogado (prerrogativa) o direito de acesso aos autos do IP, o remédio adequado para afastar o ato ilegal é o Mandado de Segurança.
 Para o STF, sempre que puder resultar, prejuízo à liberdade de locomoção do cliente, será cabível o Habeas Corpus.
Obs: Quando ocorre quebra de sigilo de dados telefônicos o advogado só poderá ter acesso aos autos mediante procuração.
● INQUISITIVO – não há contraditório e ampla defesa em sede do IP. Porque não existe lide, partes, logo não há conflito de interesses.
● INDISPONIBILIDADE – o delegado não pode arquivar inquérito policial (art. 17, CPP).
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.
● DISCRICIONARIEDADE– o delegado conduz as investigações da forma que entende mais eficiente, não atende a um rito sequencial vinculatório de diligências (art. 14, CPP).
Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.
● OFICIALIDADE – o delegado de polícia é autoridade que preside o inquérito policial, constitui-se em órgão oficial do Estado (art.144, §4° da CF).
● OFICIOSIDADE– havendo crime de ação penal incondicionada, a autoridade policial deve atuar de oficio, instaurando o inquérito e apurando os fatos. (art. 5º., I, CPP).
● TEMPORÁRIO – com a garantia da razoável duração do IP, não pode ser por prazo indeterminado.
FORMAS DE INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO
۷Requisição: exigência para a realização de algo, fundamentada em lei. Não se confunde com ordem, pois nem o representante do MP, nem tampouco o juiz, são superiores hierárquicos do delegado de polícia. (Princípio da obrigatoriedade da ação penal pública) 
۷Requerimento: Solicitação, passível de indeferimento, daí porque não possui a mesma força de uma requisição.
CRIME DE AÇÃO PENAL PRIVADA:Requerimento do ofendido e representante legal. (Art. 5º, § 5º CPP)
CRIME DE AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA: Representação do ofendido e Requisição do Ministro da Justiça. (Art. 5º, § 4º, CPP)
AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA:(art. 5º. I, II, §1º, 2º)
3.1 - De Ofício; é instaurado por portaria (art. 5º I)
3.2 - Mediante requisição da autoridade judiciária ou do ministério público;
(Art.5º, II)
3.3 - A requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo;
Neste caso, a peça inaugural poderá ser a própria petição da vítima ou portaria do delegado.
Art. 5º. (...)
§ 2º Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia.
3.4 - Flagrante;
3.5 - Noticia oferecida por qualquer do povo. É conhecida como Delatio Criminis.a)delação simples (mero aviso de crime, sem qualquer solicitação), b)delação postulatória(se dá a notícia do fato e se pede a instauração do inquérito) c)delatiocriminis anônima (Disque Denúncia - antes de instaurar o inquérito deve verificar a veracidade da notícia/STF HC 84.827 e STJ 64.096. (Art. 5º, § 3º CPP).
NOTITIA CRIMINIS
É o conhecimento pela autoridade, espontânea ou provocado, de um fato delituoso.
● COGNIÇÃO IMEDIATA/DIRETA/ NÃO QUALIFICADA (ESPONTÂNEA): A autoridade policial toma conhecimento de fato delituoso por meio de suas atividades rotineiras jornais.
● COGNIÇÃO MEDIATA/INDIRETA/QUALIFICADA (PROVOCADO): A autoridade policial toma conhecimento do fato por expediente escrito. Ocorre quando a própria vítima provoca a atuação da autoridade policial, bem como quando o promotor requisita sua atuação.
Obs: Delatio criminis: é a denominação dada à comunicação feita por qualquer pessoa do povo à autoridade policial (ou membro do MP ou Juiz) acerca da ocorrência de infração penal que caiba ação penal pública incondicionada (art. 5º, § 3º do CPP). Pode ser feita oralmente ou por escrito.
● COGNIÇÃO COERCITIVA: A autoridade policial toma conhecimento do fato pela apresentação do indivíduo preso em flagrante. 
PROCEDIMENTOS INVESTIGATIVOS (art. 6° do CPP)
Art. 6° - Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá: 
I - Dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais; 
O dispositivo trata da preservação do local do crime, cuja finalidade é evitar que alterações feitas pelos autores do delito ou por populares possam prejudicar a realização da perícia.
Justamente a fim de garantir a preservação do local do crime, o CP considera crime de fraude processual a conduta de “inovar artificiosamente, na pendencia de processo civil ou administrativo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito”.
II - Apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritoscriminais;         
Ex. a arma usada no roubo ou homicídio, o automóvel objeto de receptação, a chave falsa utilizada no furto, documentos em geral que possam servir de prova da infração penal.
III - Colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;
Trata-se de permissão genérica dada pela lei à autoridade, no sentido de admitir que produza qualquer prova que entenda pertinente, mesmo que não elencada expressamente nos demais incisos. Ex. ouvir testemunhas, realizar a avaliação de objetos, representar pela interpretação telefônica, quebra de sigilo bancário ou telefônico (Psiu- doutores e doutoras a lei não permite a produção de provas ilícitas ou obtidas com abuso de poder).
Obs: se a testemunha for notificada e não comparecer, poderá ser determinada sua condução coercitiva (art. 218, CPP), ela tem o direito de ser ouvida onde reside.
IV - Ouvir o ofendido; 
É uma providência muito importante, pois, na maioria dos casos, é a vitima quem pode prestar os esclarecimentos mais importantes em relação à autoria do ilícito penal e as circunstâncias. 
Obs: se o ofendido for regularmente notificado e não comparecer poderá ser conduzido a delegacia art. 201 § 1° do CPP).
V - Ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III (do interrogatório do acusado) do Título Vll(da prova), deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura;
O inciso se refere-se ao interrogatório do indiciado (pessoa a quem se atribui a autoria do delito na fase do IP). O art. 5°, LXIII da CF/88 garante ao indiciado o direito de permanecer calado durante o interrogatório.
Não esquecer que o termo de interrogatório deve ser assinado por duas testemunhas que presenciou a leitura da peça. 
Obs: com o objetivo de garantir a providência da qualificação do indiciado, art. 260, CPP, admite a sua condução coercitiva expedido o mandado pela própria autoridade policial.
VI - Proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;
Pode ser feita pela vítima ou testemunha que presenciou a infração penal. O reconhecimento é um ato passivo, de modo que o indiciado não pode se recusar a dele participar. (Art. 226 a 228)
Obs: doutores veja bem, não se cogita em produzir prova contra si mesmo, principio que só é aplicável nos procedimentos ativos (prerrogativas de não fornecer material grafotécnico para perícia comparativa de escrita ou invasivos (negar-se a fornecer amostra de sangue etc).
Reconhecimento de objetos. Ex. arma de fogo utilizada no roubo ou em homicídio, faca usada em uma tentativa de homicídio, pedaço de pau usado em crime de lesão corporal etc.
Reconhecimento de objeto material da infração. Ex. vítima de furto chamada a reconhecer objetos encontrados em poder do suposto furtador para que diga se os objetos são os que lhe foram subtraído.
A acareação é o confronto entre duas pessoas que prestaram depoimentos divergentes em aspectos considerados relevantes pela autoridade. Previsto nos arts. 229 e 230, CPP.
Obs: A lei prevê também a possibilidade de acareação entre o indiciado e testemunhas ou com a vítima, contudo, o acusado tem o direito de permanecer calado.
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias;
O exame de corpo deito, nos termos do art. 158, CPP, é indispensável para a prova da materialidade dos delitos que deixam vestígios. A sua ausência é causa de nulidade de ação (art. 564, III, b, CPP).
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes;
Atualmente é a Lei n. 12.037/09 que regulamenta a matéria, estabelecendo quais documentos se prestam à identificação civil (art. 2°):
I – carteira de identidade;
II – carteira de trabalho;
III – carteira profissional;
IV – passaporte;
V – carteira de identificação funcional;
VI – outro documento público que permita a identificação do indiciado.
A referida lei, permite, em seu art. 3°, que a identificação criminal seja levada a efeito mesmo que haja apresentação de um daqueles documentos, quando:
I – o documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação;
II – o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado;
III – o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações conflitantes entre si;
IV – a identificação criminal for essencial às investigações policiais, segundo despacho da autoridade judiciária competente, que decidirá de ofício ou mediante representação da autoridade policial, do Ministério Público ou da defesa;
V – constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações;
VI – o estado de conservação ou a distância temporal ou da localidade da expedição do documento apresentado impossibilite a completa identificação dos caracteres essenciais.
Parágrafo único. As cópias dos documentos apresentados deverão ser juntadas aos autos do inquérito, ou outra forma de investigação, ainda que consideradas insuficientes para identificar o indiciado.
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter.
É importante para o juiz tenha elementos para aplicar a pena-base do réu, art. 59 do CP.
Lei 12.654, de 28 maio de 2012
, 
art. 5º da Lei 12.037/09,
 foi acrescido um parágrafo, autorizando, nas hipóteses do art. 3º, inc. IV (essencial para a investigação criminal), 
a coleta de material biológico para a obtenção do perfil genético do investigado
.
“Art. 5o 
……………………………………………………………..
Parágrafo único
. Na hipótese do inciso IV do art. 3o, a identificação criminal poderá incluir a coleta de material biológico para a obtenção do perfil genético.”
O espírito que norteou a nova lei certamente foi o de que a identificação papiloscópica (ou mesma a fotográfica) nem sempre é certa, única e inconfundível, podendo ser modificada ou apagada por meio de cirurgia ou ação do tempo (idade). Criou-se, então, a possibilidade de a autoridade se valer da genética forense, área que trata da utilização dos conhecimentos e das técnicas de genética e de biologia molecular no auxílio à justiça.
REPRODUÇÃO SIMULADA DOS FATOS
O artigo 7° do CPP permite que a autoridade policial proceda à reprodução simulada dos fatos com a finalidade de verificar a possibilidade de ter a infração sido praticada de determinada forma. É a chamada RECONSTITUIÇÃO do crime, da qual o indiciado NÃOé obrigado a participar. 
O ato deve ser documentado por fotografias.A reconstituição somente pode ser feita se não for ofensiva à moralidade e à ordem pública.
INDICIAMENTO
Indiciar é atribuir à autoria de uma infração penal a uma pessoa. Porém existem exceções. Membros do Ministério Público e Magistrado não poderão ser indiciados.
Art. 33. São prerrogativas do magistrado: 
Parágrafo único. Quando, no curso de investigação, houver indício da prática de crime por parte do magistrado, a autoridade policial, civil ou militar, remeterá os respectivos autos ao Tribunal ou Órgão Especial competente para o julgamento, a fim de que prossiga na investigação.
Art. 18. São prerrogativas dos membros do Ministério Público da União:
Parágrafo único. Quando, no curso de investigação, houver indício da prática de infração penal por membro do Ministério Público da União, a autoridade policial, civil ou militar, remeterá imediatamente os autos ao Procurador-Geral da República, que designará membro do Ministério Público para prosseguimento da apuração do fato. O mesmo será aplicável aos membros dos Ministérios Públicos Estaduais.
INCOMUNICABILIDADE DO INDICIADO PRESO (art. 21, do CPP)
Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho nos autos e somente será permitida quandoo interesse da sociedade ou a conveniência da investigação o exigir. ( Não foi recepcionado pela nova ordem constitucional ).
Art. 5º. (...)
 LXII da CF. “A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada”.
Art. 136. (...) CF
§ 3º. Na vigência do estado de defesa: 
IV – é vedada a incomunicabilidade do preso.
■
ELEMENTO INFORMATIVO QUANTO A AUTORIA E MATERIALIDADE
FUMAÇA DO COMETIMENTO DO DELITO – 
FUMUS COMISSI DELICTI
■
O INDICIAMENTO NÃO PODE SER REQUISITADO PELO JUIZ E NEM PELO MP
INCOMUNICABILIDADE DO INDICIADO PRESO (art. 21, do CPP)
Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho nos autos e somente será permitida quando o interesse da sociedade ou a conveniência da investigação o exigir. ( Não foi recepcionado pela nova ordem constitucional ).
Art. 5º. (...)
 LXII da CF. “A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada”.
Art. 136. (...) CF
§ 3º. Na vigência do estado de defesa: 
IV – é vedada a incomunicabilidade do preso.
Assim, como se trata de norma mais recente e de maior hierarquia, é a que deve prevalecer. Apenas para fazer menção, o art. 306 do CPP, determinada pela lei 12.403/2011. (Ler o artigo)
OUTRAS FUNÇÕES DA AUTORIDADE POLICIAL DURANTE O INQUÉRITO POLICIAL 
De acordo com o art. 13 do CPP, o delegado de polícia possui outras funções durante o tramitar do inquérito policial:
I - fornece
r
 às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução e julgamento dos processos;
II - realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público;
III - cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autoridades judiciárias;
IV - representar acerca da prisão preventiva.
Outrossim, no próprio Código e em leis especiais, existem várias outras atividades que podem ser realizadas pela autoridade policial tais como: arbitrar fiança nos delitos punidos com pena máxima não superior a 04 anos 
(art.332,CPP), 
representar ao juiz para instauração de incidente de insanidade mental 
(art. 149, § 1°, CPP), 
lavrar termo circunstanciado 
(art. 69 da Lei n. 
9099/95), 
representar acerca da decretação da prisão temporária 
(art. 2° da Lei n. 7.960/89
), interceptação telefônica 
(art. 3°, I, da Lei n. 9.296/96).
PRAZO PARA CONCLUSÃO DO INQUÉRITO
	CPP
	Réu preso/Regra
	10 dias
	CPP
	Réu solto/Regra
	30 dias
	CPPM
	Réu preso
	20 dias
	CPPM
	Réu solto
	40 dias
	Justiça Federal
	Réu preso
	15 dias
Pode ser dobrado
	Justiça Federal
	Réu solto
	30 dias
Pode ser dobrado
	Nova Lei de Drogas
	Réu preso
	30 dias
Admite-se uma prorrogação
	Nova Lei de Drogas
	Réu solto
	90 dias
Admite-se uma prorrogação
	Crimes Contra a Economia Popular
	Réu solto/preso
	10 dias
CONCLUSÃO DO IP (art. 10, § 1° do CPP)
Neste momento, determina o CPP que a autoridade policial faça minucioso relatório do que houver apurado, encaminhando, a seguir, os autos de procedimento a juízo (art. 10, § 1º, CPP) juntamente com os instrumentos e objetos que interessarem à prova (art. 11 do CPP).
No relatório, a autoridade policial deverá limitar-se a declinar as providencias realizadas, resumir os depoimentos prestados e as versões da vítima e do investigado, mencionar o resultado das diligencias perpetradas durante as investigações, indicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas e a partir de tudo isso, expor o seu entendimento acerca da tipicidade do delito investigado, de sua autoria e materialidade.
Em nenhuma hipótese será licito ao delegado examinar ou tecer considerações no relatório acerca de aspectos relativos à ilicitude da conduta ou à culpabilidade do indiciado. O relatório é o momento adequado para que o delegado de policia proceda à classificação do crime.
Art. 10, (...)
§ 1º A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará os autos ao juiz competente. (Tem Estados-membros, que o TJ determina que o inquérito seja remetido as Centrais de Inquérito do Ministério Público).
Algumas são as possibilidades que abrem ao Promotor de Justiça:
Oferecimento de denúncia;
b) Requerimento de diligencias;
Art. 16
. 
do CPP
.  O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito à autoridade policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento da denúncia.
Obs
: caso o juiz indefira o pedido de devolução dos autos à autoridade policial, abre-se duas possibilidades: 
1) 
Correição Parcial 
2) 
Requisição direta do MP à autoridade policial (melhor posição)
c) 
Arquivamento do IP
;
d) 
Alegação de incompetência do juízo, requerendo a remessa dos autos ao juízo competente; 
ocorre quando o MP concluir que o juízo perante o qual atua não tem competência para o julgamento do feito.(Conflito positivo ou conflito negativo). Art. 102, I, o, da CF. 
Ex
. moeda falsa
e) 
Suscitar conflito de competência ou conflito de atribuição. 
Nesse caso, já houve previa manifestação de outro órgão jurisdicional no sentido da incompetência
 (
entre órgãos do MP). 102, I, f da CF. VISTA AO MINISTÉRIO PÚBLICO
ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL
Tal providencia só cabe ao juiz, a requerimento do MP (CPP, art. 28), que é o exclusivo titular da ação penal pública (CF,art. 129, I). O juiz jamais poderá determinar o arquivamento do inquérito, sem previa manifestação do MP; se o fizer, da decisão caberá correição parcial).
Se o juiz discordar do pedido de arquivamento do representante ministerial, deverá remeter os autos ao procurador-geral de justiça, o qual poderá oferecer denúncia, designar outro promotor para fazê-lo, ou insistir no arquivamento, quando, então, estará o juiz obrigado a atendê-lo (CPP, art. 28).
Súmula 524 do STF, dispondo que “arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento do promotor de justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem novas provas”.
Fundamentos (hipóteses) de acordo com a doutrina o inquérito policial poderá ser arquivado de acordo com os seguintes fundamentos:
Atipicidade; (STF/HC-84.812) em hipóteses de manifesta atipicidade da conduta é possível à impetração de HC pleiteando o trancamento da ação penal.
Excludente da ilicitude;
Excludente de culpabilidade;
Causa extinta da punibilidade;
Ausência de elementos informativos quanto à autoria e materialidade.
Obs: Na hipótese de arquivamento por falta de provas a decisão só faz coisa julgada formal. Ou seja, poderá reabrir o processo (STF – HC 80.560 e HC 85.156).
Procedimento do arquivamento
Arquivamento na Justiça Estadual Discordando o Juiz, ele remeterá os autos ao Procurador de Justiça, eis as possibilidades: (Art. 28 do CPP).
Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.
۷ Oferecer a denúncia;
۷ Requisitar diligências;
۷ Designar outro membro do MP para oferecer a denúncia;
۷ Insistir do pedido de arquivamento (nesse caso o Juiz estará obrigado a arquivar).
b)Arquivamento na Justiça Federal / Militar da União Discordando o Juiz, os autos serão remetidos à câmara de coordenação e revisão, seja ela do MPF, MPM, ou do MPDFT.
Obs: A manifestação da câmara é meramente opinativa, ou seja, quem decidirá é o PGR.
c)Arquivamento na Justiça Eleitoral (Art. 357, § 1º da Lei 4.737/65) “Código Eleitoral”.
Art. 357. Verificada a infração penal, o Ministério Público oferecerá a denúncia dentro do prazo de dez dias. 
§ 1º Se o órgão do MinistérioPúblico, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento da comunicação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa da comunicação ao Procurador Regional, e este oferecerá a denúncia, designará outro promotor para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender. 
Ou seja, discordando o Juiz do pedido de arquivamento fará remessa dos autos ao Procurador-regional eleitoral (é um Procurador da República que atua perante os tribunais).
d)Arquivamento na Justiça Militar da União (Art. 14, I, c, da Lei 8.457/92).
Art. 14. Compete ao Juiz-Auditor Corregedor: 
I – proceder às correições: 
c) nos autos de inquérito mandados arquivar pelo Juiz-Auditor, representando ao Tribunal, mediante despacho fundamentado, desde que entenda existente indícios de crime e de autoria.
Ou seja, se o Juiz auditor deferir o pedido de arquivamento formulado pelo MPM, discordando o Juiz auditor-corregedor poderá representar ao STM. Se o STM julgar procedente este pedido remete os autos a câmara de coordenação e revisão do MPM (para manifestação opinativa e posteriormente ao Procurador-geral da Justiça Militar).
e)Arquivamento implícito O inquérito policial traz dois indiciados, o MP oferece denúncia contra um, não denunciando e nem pedindo arquivamento contra o outro. Será que nesse caso ocorreu um arquivamento implícito?Resposta: Doutrina e Jurisprudência não admitem o arquivamento implícito, pois, toda a decisão do MP deve ser fundamentada.
f)Arquivamento indireto o MP pede a remessa dos autos à Justiça competente e o Juiz discorda. Nesse caso aplica-se por analogia o art. 28 do CPP. Ex. crime de competência da justiça federal – moeda falsa.
RECURSOS CABÍVEIS:
Em regra, a decisão de arquivamento é irrecorrível, ou seja, não cabe recurso. No entanto, existem exceções:
● Crime contra a economia popular caberá o recurso de oficio. (art. 7º, da Lei 1.521/51).
● Juiz que arquiva inquérito de oficio caberá correição parcial.

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