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Biotécnicas aplicadas à reprodução animal 02

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vopoderesultardaimagempoucodetalhada
dosistemagenitalno iníciodagestaçãoou
devidoanãoqualificaçãoeinexperiênciado
profissional.
DosagensHormonais
A mensuraçãodehormôniosesteróides,
dentreelesosulfatodeestronaeaprogestero-
na,emmomentosestratégicosapósacobrição
ouinseminaçãoartificialéumbommétodode
diagnósticoprecocedegestaçãona espécie
caprina(Murray& Newstead,1988;Refstal
etal., 1991).Entretanto,essatécnicarequer
equipamentossofisticadosepessoaldeeleva-
daqualificaçãotécnica.
A técnicaderadioimunoensaio(RIE) tem
permitidoodesenvolvimentodetestessensí-
veisparadetectaresseshormôniosnosangue,
leiteeurina.O sulfatodeestronaéproduzi-
dopelaplacentadacabraepodeserdetectado
40a50diasapósacobriçãoouinseminação
artificial(Refstaletal.,1991).O testepositivo
indicaa existênciade,pelomenos,um feto
viável.Murray& Newstead(1988)utilizaram
o enzimoimunoensaio(ELISA) paramensu-
rara concentraçãodesulfatodeestronano
leitecomoauxiliarnodiagnósticodegestação
naespéciecaprina.O testeapresentouuma
acuráciade82%e83%paradiagnosticarges-
taçãopositivaenegativa,respectivamente.
A mensuraçãoda concentraçãodepro-
gesteronanosangueenoleiteéusadacomo
métododediagnósticodegestaçãonacabra.
A concentraçãodeprogesteronaplasmática
podeseravaliada19a23diasapósacobri-
çãoouinseminaçãoartificialcomumaeleva-
daacurácia(ThimonieretaI.,1977;Murray
& Newstead,1988).ThibieretaI. (1982)
quantificaramaprogesteronaplasmáticaem
267cabrasderaçasleiteirasno21Q e22Qdia
pós-cobriçãoeencontraramumaacuráciade
86%e 100%,paragestaçãopositivaenegati-
va,respectivamente.A concentraçãodepro-
gesteronanoleite,emgeral,refleteaconcen-
20
traçãoplasmática;todavia,deacordocom
diversosautores(Holdworth& Davies,
1979;ThibieretaI.,1982;Murray& News-
tead,1988)a concentraçãonoleiteémais
elevada.Aconcentraçãodeprogesteronano
leiteigualousuperiora 10nglml,entreo
22Qe2~ diapós-cobriçãoouinseminação
artificiaCéconsideradacomoresultadoposi-
tivoparagestação.A acuráciadessemétodo
é de86%paradetectargestaçãopositivae
100%paranegativa(Holdsworth& Davies,
1979).Étambémrelatadoqueasconcentra-
çõesplasmáticasdeprogesteronatendema
sermaisprecisasqueno leite(Bretzlaffet
aI.,1989).Apesardadeterminaçãodapro-
gesteronanoplasmaounoleitenaespécie
caprinaser100%seguraparadiagnosticar
gestaçãonegativa,deve-seconsiderarquea
presençadeprogesteronaelevadanessesflui-
dossomenteindicaaexistênciadecorpolú-
teofuncional.Condiçãoessa,tambémpre-
senteemcasosdehidrometra,piometra,ma-
ceraçãoemumificaçãofetal,oquepodelevar
aumdiagnósticofalsopositivo.
PalpaçãoReto-abdominal
A técnicadapalpaçãoreto-abdominalpara
o diagnósticodegestaçãoemcabrasfoides-
critaporOttetalo(1981).As cabrassãodei-
xadasemjejumpor 12horasantesdoexame,
oqualérealizadoemumamacadecontenção
utilizadaparalaparotomia.Umasoluçãolu-
brificanteéinjetadalentamentenoretoeum
bastãodeplásticomedindo1,5x 50cm,com
a pontaarredondada,é colocadono retoa
umaprofundidadede30a35cm.A mãolivre
dooperadorécolocadasobreoabdomepos-
teriorenquantoo bastãoémanipuladocom
aoutramão.O bastãoémovidoparacimae
parabaixo,dadireitaparaaesquerda,atéque
umobstáculoésentidoepalpadocontraapa-
redeabdominal(Figura2.4);casocontrário,
decide-sepelodiagnósticodegestaçãonega-
tivo.O métodoapresenta97%deacuráciaaos
60diasapósacobriçãoouainseminaçãoarti-
ficiai.A palpaçãoreto-abdominaléumméto-
dosimples,rápido,precisoebarato;noentan-
to,oprocedimentoenvolveumpoucoderis-
co.Traumaretal,abortoemortedamatrize
do(s)feto(s)têmsidodescritosseguidosao
exame(Memon& Ott,1980;Ottetal.,1981).
Figura2.4 Diagnósticodegestaçãoemcabraspor
paipoçãoreto-abdominal.
Radiografia
Naespéciecaprinaessatécnicapodeser
usadaparadetectara gestaçãoeo número
defetoscomumaacuráciade90%aos58
diasapósacobriçãoouinseminaçãoartifi-
cial(Barker& Cawley,1967).O esqueleto
fetalé quasesemprerádio-opacoapós65
diasdagestação.O aumentodoútero,su-
gestivodegestação,podeserobservadobem
maisprecocemente,masnãopodeserdife-
renciadodeumahidrometraoupiometra.
Paraseevitararepetiçãodeexames,suge-
re-serealizarumsóexameaos70diasapós
acobriçãoouinseminaçãoartificial,permi-
tindo100%deacurácianodiagnósticode
gestaçãoe contagemdonúmerodefetos.
Entretanto,a técnicanãoépráticaparase
examinarumgrandenúmerodecabras,ge-
ralmenteo seuusonocampoéimpossibili-
tadoedispendioso.
BiópsiaVaginal
A avaliaçãohistológicadebiópsiavaginal
temsidoutilizadacomométododediagnós-
tico de gestaçãoempequenosruminantes,
sobretudoemovelhas(Ishwar,1995).Ascé-
lulasenúcleosoriundosdamucosavaginal
defêmeasgestantestêmametadedotama-
nhodaquelasnãogestantes,sendopoligonais
edeformaescamosaedispostasemdezou
maiscamadas.A mucosavaginaldecabras
gestantestempoucascamadasdecélulase,
geralmente,essasapresentam-secolunares
edeformacuboidal.Asamostrasparabióp-
siadevem,preferentemente,sercolhidasda
porçãocranialdavagina.No entanto,opro-
cedimentonãoépráticoparausonocampo
devidoaotempodespendido,requerpessoal
de elevadaqualificaçãotécnicae os gastos
na obtenção,processamentoe examepro-
priamenteditosãoelevados.Recentemente,
Raposoetai. (2000),trabalhandocomca-
bras da raça Saanen,não recomendaram
essemétodoparao diagnósticoprecoceda
gestaçãoemcaprinos.
Laparotomia
O úteropodeserfacilmentepalpadoatra-
vésdeumapequenaincisãonaparedeabdo-
minale umaincisãoparamedianaventrale
cranialao úbereé realizadaparapermitira
entradadedoisdedos.O úterocomparedes
finas,dilatadoecontendofluidoé indicador
positivodegestação.O procedimentodeveser
omaisassépticopossívelparaseevitarconta-
minaçãoseguidadeinfecção.
A palpaçãodiretadoúteroresultaemuma
acuráciapróximade100%emcabrasaos42
diasde gestação(Smith,1980).Ainda,em
consonânciacom o mesmoautor,entrea
quartaequintasemanasapósa cobriçãoou
a inseminaçãoartificialos cornosuterinos
21
mostram-sebastantedistendidosedurantea
sextasemanaoscornosestãocom5a 10em
dediâmetroeoscotilédonestomam-sefacil-
mentepalpáveis.Entretanto,Mani et aI.
(1993)descrevemqueonúmerodeplacen-
tomasutilizadospelofetoéfIXadoemtomo
do3Ü2diaapósafecundaçãoapesardopeso
totaldosplacentomasaumentaratéaos90
diasdagestação.
Paipoção Abdominal
A palpaçãoabdominalpodeserutilizada
emcabrascomgestaçãoavançadae torna-
sedemaisfácil realizaçãoà medidaquea
gestaçãoavança.Essatécnicaé tambémde
maisfácilexecuçãoemanimaismagrosque
emobesos.a úterogestanteou o fetopo-
dem,algumasvezes,serempalpadosatravés
daparedeabdominalrelaxadacolocando-se
asmãosemcadaladodoabdômenparapres-
sioná-Iooulevantá-lo.a fetopodeserfacil-
mentetocadonoflancodireitoduranteoúlti-
momêsdegestação.Naexecuçãodessatéc-
nicaéaconselhadorealizarumjejumalimen-
tarehídricopor,nomínimo,12horasantes
250
200
t 150=.'-'
o
<r:100
~
50
o
1 3 75
doexamea fimdeobter-semaiorfacilidade
duranteaoperação.
Detecção de Proteínas Específicas da Gestação
A ProteínaAssociadaà Gestação(PAG)
foiinicialmentedescritaembovinoscomosen-
doumantígenoplacentáriopresentenosex-
tratoscotiledonáriosedetectávelnosorosan-
guíneo(Zolietal.,1991).Posteriormente,an-
tígenossorologicamentesemelhantestambém
foramencontradosnosorodeovinos(Ranilla
etal.,1994)ecaprinos(Benitezartiz, 1992),
sendodeinteressepelapossibilidadedesua
determinaçãonosorosanguíneoservircomo
métodoalternativodediagnósticoprecocede
gestaçãoemruminantes.DeacordocomSou-
saetaI. (1999),os perfisde PAG emraças
nativasdoNordestedoBrasil,comoaCanin-
déeMoxotó,aumentamsignificativamentea
partirdaterceirasemana,sendomaiselevados
nasétimasemanadegestação.Essesautores
tambémverificaramumefeitodonúmerode
fetossobreasconcentraçõesplasmáticasde
PAG (Figura2.5).Emadição,naraçaPardo
AlpinaexploradanoSudestedoBrasil,osper-
-1 feto
--r:r 2-3fetos
9 13 1711 15 19 21
SemmasdeGestação
Figura2.5. NíveisdePAGemcabrasda raçaMoxotódurantea gestaçãode umouváriosfetos(AdaptadodeSousa
et01.1999).
22
fisdePAG apresentamcurvasemelhanteà
descritaparaasnativasdo Nordestebrasi-
1eiro(Batalha,1998).Ressalta-setambémapossibilidadedesetrabalharcomdetermi-
naçõespelosmétodoshomólogo(hmPAG-
RIA) eheterólogo(htPAG-RIA), nessecaso
usando-seanticorposdeorigemovina.En-
tretanto,registra-sequeaeficáciadeambos
osmétodosé semelhante.
ConsideraçõesFinais
A caprinocultura,nosúltimosanos,soli-
dificousuacondiçãodeatividadelucrativa
dosetorprimário.Estacondiçãoimplicana
modernizaçãodastécnicasutilizadaspelos
produtores,sobretudoaquelasligadasao
manejoreprodutivo,taiscomoo diagnósti-
coprecocedegestação.
A dosagemdeprogesteronaou PAG
continuanecessitandodecondiçõeslabora-
toriaisexcessivamentedispendiosas.Noen-
tanto,a ultra-sonografia(scanB) vemse
sobressaindopelasimplicidadeeeficáciano
diagnósticodegestação,sendoo custodo
aparelhosuaprincipaldesvantagem.
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1fu
,/ Capítulo3 '",'ii
Controle ido Estro e da'.OvulaçãoI ,
er(t,Bovinos e Ovipos
, iii
José Carlos Ferru9~mMoraes,Carlos.J6séHoffdeSouza,
Pauk\BayardDiasGo,rçalves
Bases Fisiológicas
Asfêmeasruminantesdomésticassãopo-
liéstricas,apresentandoestroemintervalosre-
gularesde21diasnavacae 17diasnaovellia.
Duranteo cicloestralocorreumacadeiade
eventosqueserepetematéoimpedimentoda
luteólisepelagestação(nasovelliastambém
podeserporocasiãodoanestroestacionalque
serádiscutidoposteriormente).Navacaena
ovelha,oprocessodefoliculogênese(cresci-
mento/maturaçãofolicular)teminíciocoma
formaçãodosfolículosdurantea vidafetal,
ouseja,aonascimentoaterneiraoucordeira
játemdeterminadoonúmerodefolículospri-
mordiaisnassuasgônadas.A maioriadesses
folículosduranteoseucrescimentovãosede-
generarnoprocessoconhecidoporatresiafo-
licular,enquanto,apenasumaminoriavai
completarsuamaturaçãoe ovular.As di-
versasetapasda foliculogênesepodemser
divididasdeacordocomas características
fisiológicasdecadagrupodefolículos nas
seguintescategorias:folículosprimordiais,
comprometidos(tambémdenominadosde
ativados)querecebemadenominaçãopelo
fatodeestaremcomprometidoscomo cres-
cimentoe nãomaisvoltarema queiescên-
cia,sensíveisagonadotrofinas,dependentes
degonadotrofinase ovulatórios.
Osfolículosprimordiaiscompõemoesto-
quedefolículosformadosduranteafasefetal
e quevãosedesenvolverduranteavidare-
produtivadafêmea.Essesfolículosemesta-
doquiescentesãocaracterizadosporumoó-
citonaprófasedaprimeiradivisãomeiótica,
semzonapelúcida,rodeadoporalgumascé-
lulas da pré-granulosae envolvidaspela
membranabasal (vanWezel & Rodgers,
1996).Os folículosnesseestádionão têm
suprimentosangüíneopróprioe,dessafor-
ma,recebemnutrientespordifusão(Hirsch-
field,1991).Osditosfolículosativados,após
reiniciarseudesenvolvimento,estãocompro-
metidosa crescer,resultandoematresiaou
oVulação.O mecanismodeterminanteda
passagemdo estádiodefolículoprimordial
paraodefolículoprimário,noqualascélulas
dagranulosacrescemesemultiplicam,não
étotalmenteconhecido,masacredita-seque
esseocorrasemaparticipaçãodegonadotro-
finas.Existemevidênciasdequefatoresde
crescimentoestãoenvolvidosnodesenvolvi-
mentodefolículosprimordiaiseprimários.Recentemente,resultadosobtidosemani-
maisdelaboratóriosugeremquefatoresco-
mooKL (kitligand),bFGF (basicfibroblast
growth factor), MI S (MullerianInhibitin
25
Substance;DurlingeretaI., 1999)e NGF
(NerveGrowthFactor,DissenetaI.,2001)
participamda regulaçãodo reinício do
desenvolvimentode folículosprimordiais
(Parrot & Skinner, 1999;Nilsson et aI.,
2001).Essasevidências,associadasaresulta-
dosanterioresquedemonstraramapresença
debFGF emoócitosdefolículosprimários
eprimordiaisdeanimaisdediversasespécies,
incluindoa bovina(vanWezel& Rodgers,
1996),solidificama açãodessesfatoresde
crescimentonoiníciodafoliculogênese.Pro-
vavelmente,a interaçãodediversosfatores
decrescimentosejaresponsávelpelorecruta-
mentodefolículoprimordialatéaexpressão
de mRNA parareceptorde FSH e conse-
qüentedependênciadegonadotrofinaspara
continuaroseudesenvolvimento.Fatoresde
crescimento,comoo fatordecrescimentoe
diferenciação9 (GDF-9) eo GDF-9b, tam-
bémconhecidocomomorphogeneticprotein
(BMP) 15 (GallowayetaI.,2000) sãoex-
pressosemoócitosa partirdefolículospri-
máriosesãoessenciaisparacontinuarode-
senvolvimentoa partirdefolículosecundá-
rio.Assimsendo,essesestudosdemonstram
queo desenvolvimentofolicularinicialéem
decorrênciadeumaseqüênciadediferentes
fatoresdecrescimentoespecíficosparacada
estádioda foliculogênese.Os sinaisiniciais
doreiníciododesenvolvimentofolicularsão
a síntesedeRNA e proliferaçãodascélulas
dagranulosa,seguidasdeaumentodetama-
nhodooócito.Subseqüentemente,ascélulas
datecaevolvemascélulasvizinhasdoestro-
maovarIano.
Na ovelhaadulta,a qualquermomento,
existematé400folículospré-antraisativados.
Eles variamem diâmetrode 0,03 mm a
O,1mmepodemconteraté5 milcélulasda
granulosanomaiordiâmetro(Cahill& Mau-
leon,1980;Cahill,1981).Nessaespécie,os
folículosresponsivosa gonadotrofinasvari-
amentreO,1a2,5mmesãoconhecidoscomo
26
folículospré-antraistardiosoupequenosfo-
lículosantrais.Elespossuemreceptorespara
FSH nascélulasdagranulosaereceptoresde
LH nascélulasdateca,entretanto,o suporte
degonadotrofinasnãoéessencialparao seu
desenvolvimento(Cahill,1981;McNattyet
aI.,1990).Ascélulasdagranulosaoriginadas
defolículoscomdiâmetromaiorque0,1mm
podemgerarrespostadesegundomensagei-
ro (AMP cíclico) quandoestimuladaspor
FSH in vitro(McNattyetal., 1992).
A medidaqueos folículoscrescem,au-
mentaarespostaagonadotrofinas,eelespas-
sama secretarprogesteronae andrógenos
quandocultivadosin vitro(McNattyet aI.,
1986).Entretanto,elesnãosecretamvolumes
detectáveisdeestradiolinvitroatéqueatinjam
diâmetromaiorque0,3mm(McNattyetaI.,
1992;McNattyetal.,1986).Emborafolículos
porvoltadoestádiodeformaçãodoantrote-
nhamopotencialdesintetizartodososprinci-
paishormôniosesteróidesovarianos,eleso
fazememquantidadesbastantepequenas,e,
portanto,odesenvolvimentofolicularprecoce
provavelmenteocorreindependentedeeste-
róidesendógenos(EckeryetaI.,1996).
A formaçãodefluídoquepreencheaca-
vidadeantralocorreemfolículoscomdiâme-
tro ao redor0,2-0,4mm (Turnbullet aI.,
1977,Cahill,1981).Logo apósa formação
doantro,osfolículosentramemrápidope-
ríododecrescimento,marcadoporaltaproli-
feraçãocelular(granulosaeteca),emconse-
qüênciadoselevadosíndicesmitóticosobser-
vadosemfolículosentre0,7e 1,5mm,decli-
nandoquandoessesatingemdiâmetromaior
que2,2mm.Temsidoestimadoquenaove-
lhaumfolículolevaaproximadamente5dias
paracrescerde0,5a 2,2mmemdiâmetro
(TurnbulletaI., 1977).
Na ovelhaadulta,o tempoparaqueum
folículoevoluaatéoestádioantralfoiestima-
do em 130dias (estimativapor histologia;
Cahill,1981).Essaestimativafoi recente-
menteconfirmadainvivoemovelhasquere-
ceberamimplanteautógenodeovário(Gos-
denetaI.,1994).Apósaformaçãodoantro,
avelocidadedocrescimentofolicularaumen-
ta,tendosidoestimadoquesãonecessários
entre34-43diasparaumfolículoalcançaro
tamanhode5mmemdiâmetro(Cahil,1981;
TurnbulletaI.,1977).Atresiaprecoceérara-
menteobservadaemfolículoscomdiâmetro
menorque1mm,enquantoqueamaiorinci-
dênciadeatresiaocorrequandoosfolículos
têmdiâmetroentre1,5e 2,5mm.
O requerimentode gonadotrofinaspara
crescimentofolicularacimade 2,5 mm em
diâmetro,temsido demonstradoemvárias
circunstânciastaiscomo:apóshipofisectomia
(DufouretaI.,1979),imunizaçãoativacon-
traGnRH (HormônioLiberadordeGonado-
trofinas;McNeillyetaI.,1986)einfusãocrô-
nicadeagonistasdeGnRH (McNeillyetal.,
1987).Dasgonadotrofinas,somenteo FSH
temsidoobservadocomocapazdeestimular
desenvolvimentofolicular,enquantoquea
presençadeLH nãoécapazdesuportarde-
senvolvimentodefolículosatéo estádiopré-
ovulatório(Campbelletal., 1995).
A necessidadeagudadeFSH nosfolícu-
losdependentesdegonadotrofinaséacarac-
terísticaquedistingueosfolículosresponsi-
vosa gonadotrofinasdosfolículosovulató-
rios.EssadependênciadeFSH tambémtor-
na essaclassede folículosparticularmente
susceptívelàatresia(Scaramuzzietal.,1993).
Duranteesseestádio,osfolículossobreviven-
tesdobramseutamanhoem aproximada-
mente4 dias.Essecrescimentorápidoem
volumeé devidoquasequeexclusivamente
àacumulaçãodefluidofolicular,jáqueataxa
deproliferaçãocelulardeclinaprogressiva-
menteapósodiâmetrode3,5mm(Cahill&
Mauléon,1980;TurnbulletaI., 1977).Si-
multâneoaodeclíniodaproliferaçãocelular,
ascélulasdagranulosaedatecasediferen-
ciam,oqueserefletenoaumentoderespon-
sividadeao FSH medidopelaproduçãode
cAMP pelascélulasdagranulosa.O cAMP
aumenta2-10vezes,enquantoofolículopro-
gridede2,5para6,0mmemdiâmetro(Hen-
dersonetaI., 1987).
Osfolículosestrogênicostambémsãode-
signadoscomodominantespelasuahabilida-
dederesistirà atresiaepassaraosestádios
finaisdematuração(Driancourt,1994).Es-
sesfolículostêmopotencialdesetornarem
ovulatóriosquandoexpostosaumambiente
endócrinoadequado,especialmentenapre-
sençadeumpadrãopulsátildeLH comalta
freqüência.A principalcaracterísticadessa
classedefolículoséumamaioratividadedas
proteasesespecíficasparaIGFBP-4 (proteí-
nasligadorasdefatordecrescimentoseme-
lhantea insulina-4),doquenossubordina-
dos, liberandoIGF o que,provavelmente,
potencializeoupermitaa açãodasgonado-
trofinasemestimularo crescimentoe dife-
renciaçãofolicular,resultandonoestabeleci-
mentoda dominância(Rivera& Fortune,
2001;RiveraetaI.,2001).Na fasefinalde
desenvolvimentofolicular,apósadominân-
cia, é observadaa expressãode receptores
de LH na camadade célulasda granulosa
(Webb& England,1982;Evans& Fortune,
1997).O folículodominantesecretamais
que80%doestradioletambéméresponsável
por 55% da inibinaliberadana circulação
(Campbellet aI., 1991a).As mudançasda
arquiteturaintracelulardessesfolículostam-
bémrefletemaaltacapacidadedeprodução
de hormônios,já queelesapresentamtrês
vezesmaisáreaderetículoendoplasmático
liso,aumentodecincovezesnaáreadosiste-
madeGolgieo dobrodemembranasmito-
condriais,quandocomparadocomfolículos
antraispequenos(McNattyetaI.,1992).
O estroéumcomplexodesinaisfisiológi-
cosecomportamentaisqueocorrelogoantes
daovulação.A duraçãodoestrovariade24-
48horasnaovelhaede12-24horasnavaca.
27
Os sinaisdeestrosão:a fêmeafica imóvel
quandomontada,vulvaedemaciada,mucosa
vaginalhiperêmica,descargademucovagi-
nalclaroeelástico,inserçãodacaudaarre-
piada,inquietude,formaçãodegrupo,lordo-
seealgumasvezesreduçãodoconsumoali-
mentarenaproduçãodeleite.Muitosdesses
sinaistambémpodemestarpresentesnopró-
estro,porissoosintomadafêmeaficarimó-
velquandomontadaéo maiscaracterístico
econfiáveldaocorrênciadeestro.Essessi-
naissãoinduzidospelaelevadaconcentração
deestradiolnacirculação,provenientedofo-
lículopré-ovulatório,queatuaemcentrosce-
rebrais(principalmentehipotalâmicos)eme-
dulares.A açãodoestradiolépotencializada
pelapré-exposiçãoàprogesterona,fatoesse,
queélógicoenãotrazmaioresconseqüên-
ciasquandoemumcicloestralnormal,mas
quetemimplicaçõesnainduçãodeestro,no-
tadamenteemperíodosdeanestro.
O picodeLH, queiniciasíncronocomo
começodoestro,resultaemdoisfenômenos
independentes:a luteinizaçãodascamadas
celularesdaparedefolicular(granulosaete-ca)e rupturado folículoovulatório(domi-
nante,maduro),culminandocomovulação
eposteriorformaçãodocorpolúteo.O pro-
cessodeluteinizaçãoresultaemmudanças
estruturaise funcionais.Ocorrerupturada
membranabasal,quenofolículoseparaaca-
madadatecadagranulosa(avascular),ede-
terminamudançasbioquímicasfazendoque
umaestruturaquesecretapredominante-
menteandrógenos(teca)eestrógenos(gra-
nulosa)passea secretarprogesterona.
A ovulaçãonos mamíferosé similarao
processoinflamatórioe ocorreduranteos
primeirosestádiosdoprocessodeluteiniza-
çãoqueéiniciadopelopicodegonadotrofi-
nasorigináriodahipófise.Emboraoproces-
sodeluteinizaçãonãonecessitedaovulação,
o processoovulatórioéparteintegrantedos
estádiosiniciaisda luteinização.Durantea
28
ovulação,os folículospré-ovulatóriostor-
nam-sehiperêmicosdentrodepoucashoras
do picodegonadotrofinas.Essahiperemia
éprovavelmentemediadaporagentesvasoa-
tivostaiscomo:histamina,quininaseprodu-
tosmetabólicosdalipogenasedoácidoarac-
dônico.Nesteperíodo,tambémaumentam
os níveisde proteasese metaloproteinases
comoativadordeplasminogênio,calicreína
e colagenase.Tambémocorreaumentode
permeabilidadedoscapilaresdatecaqueleva
aaumentodovolumefolicular,acompanha-
do dedissociaçãodos fibroblastosdateca.
Esseafrouxamentodotecidodoápicedofo-
lículo,aliadoà açãodasproteinases,espe-
cialmentea colagenase,levaà formaçãodo
estigmaovulatório,quenomomentodaovu-
laçãotemaproximadamente20%daespes-
suradaparededo folículo.À medidaqueo
processoovulatórioprossegue,as camadas
dagranulosaedatecaserompemeooócito,
então,éliberadoparasercaptadopeloovidu-
to atravésdapressãonegativageradapelos
movimentosciliares.
Apósaluteinização,asestruturasquean-
tesformavamofolículo,sofremgrandesalte-
raçõesmorfológicas,marcadaspelaintensa
angiogênese,proliferaçãode célulasfibro-
blásticasehipertrofiadascélulasluteínicas.
As célulasesteroidogênicas,entretanto,não
proliferamapósaovulação,portantoaquali-
dadedafunçãolúteadependedoestadodo
folículoqueaoriginou.As célulasdagranu-
losadãoorigemàs célulasluteaisgrandes,
e,asdateca,àscélulasluteaispequenas.Ca-
dalinhagemmantémantígenosdemembra-
naespecíficos,queindicama suaorigem,e
tendemadesaparecercomodecorrerdages-
tação.As célulasgrandestêmformatoarre-
dondadooupoliédricoe,alémdepossuírem
característicasesteroidogênicas,também
possuemgrânulossecretáriospróximosà
membrana,quesãoconstituídosderelaxina
entreoutroshormônios.Ascélulaspequenas
sãomenoresque20 ~m,têmformatoirre-
gularenumerosasgotículasdelipídiosno ci-
toplasma,masnãoapresentamgrânulosse-
cretórios.Ambasascélulasconstituemapro-
ximadamente50%do volumedo corpolú-
teo,sendoo restanteformadopor vasose
célulasfibroblásticas.
O corpolúteocomeçaaseorganizarem
seguidadaovulação,masnosruminanteso
corpolúteosó começaa funcionarapós 1
ou2 dias,comfunçãoplenaapós5 dias.As
variaçõesdasconcentraçõesdeprogesterona
duranteafaseluteínicarefletemossucessivos
estádiosdecrescimento,manutençãoe re-
gressãodocorpolúteo.A funcionalidadedo
corpolúteodosruminantes(medidopelase-
creçãodeprogesterona)éreguladapor LH
provenientedahipófiseanterior.Apósaliga-
çãodeLH aoseureceptor,esseinduzaati-
vaçãodaadenilciclaseesubseqüenteaumen-
todosníveisdecAMPoA presençadecAMP
estimulaa esteroidogêneseempoucosmi-
nutos,facilitandoo transportedecolesterol
paradentrodacélulaedomeiointracelular
paradentrodamitocôndria,resultandoem
aceleraçãoda conversãode colesterolem
pregnenolonapelaaçãodaenzimaclivado-
ra decadeialateral,localizadanamembra-
nainternadamitocôndria.A açãodoLH (via
cAMP) é deaumentara concentraçãodas
enzimasesteroidogênicas.
A regressãodocorpolúteonosruminantes
nãopodeseratribuídaàquedanosestímulos
luteotróficos(especialmenteLH), massimda
presençadeumfatorluteolítico,aprostaglan-
dinaFp (PGFp.).A PGF2<1éproduzidapelo
endométriodurantetodoo cicloestral,mas
suaconcentraçãomáximaéatingidanomo-
mentodaluteólisedecadaespécie.Durante
esseperíodo,a secreçãodePGF2<1épulsátil
narazãode3a4pulsospordiaeestáestabe-
lecidoquesãonecessárioscercade5 pulsos
paraqueocorraluteólisecompleta.A PGFp
éextremamentesensívelàoxidaçãoqueacon-
tecedurantesuapassagempelospulmões.
Dessaforma,aprostaglandinaativachegaaos
ováriospelomecanismodecontracorrente
queoperatransferindoa prostaglandinada
veiauterovarianaparaaartériaovariana,evi-
tandoqueohormôniosejainativado.Embora
os mecanismosdeluteólisee daatuaçãoda
PGF2<1naregressãodoCL nãoestejamtotal-
menteelucidados,háevidênciasdequeain-
voluçãoestruturaldocorpolúteoémediada
por apoptose(JuengeletaI., 1993;Rueda
etaI.,1995;Ruedaetal.,1997;McCormack
etal., 1998;GaytanetaI., 1998).Recente-
mente,foi demonstradoque a caspase-3
(consideradoexecutorprimáriodeapoptose)
nãoestáenvolvidana inibiçãodasíntesede
esteróidedurantea luteólise,maséessencial
paraqueocorraaregressãonormaldocorpo
lúteo(Carambulaetal.,2001).Aluteólisepo-
deserinduzidacomumaaplicaçãoúnicade
análogosdaPGF2<1somenteapartirdoquinto
dia do ciclo.A hipóteseparaa PGF2<1não
atuarlogoapósaovulaçãoeradequeháuma
deficiênciaemnúmeroouafinidadederecep-
toresà prostaglandina.No entanto,foi de-
monstradoquereceptorescomaltaafinidade
pelaPGF2<1estãopresentesemcorposlúteos
dois diasapósa ovulação(Wiltbanketal.,
1995)eque,múltiplasaplicaçõesdePGF2<1,
duranteasfasesiniciaisdaformaçãodocorpo
lúteocausaluteóliseemalgunsanimais(para
revisão,Mapletoftetal.,2000).A luteólisepo-
deserbloqueadanaturalmentepelaaçãode
umaproteínaproduzidapeloconceptocha-
madatrofoblastina(tambémchamadadeoTP
oumaisrecentementeinterferon't)queépro-
duzidaduranteoperíodopróximoà implan-
taçãodo embriãonos dias 15a 25 apósa
ovulaçãoefecundação.
A hipófiseanteriorsecretaduasgonado-
trofmas,FSH eLH. Ambassãoglicoproteí-
nasheterodiméricascompostasdeumasub-
unidadealfacomumeumasub-unidadebeta
queéhormônioespecífica(Gray,1988).A
29
sínteseesecreçãodesseshormôniosestásob
controleprimáriodoGnRH, o qualéregula-
doporsistemasaminérgicosedeneuromo-
dulação(Clarke,1996).Adicionalmente,a
secreçãodegonadotrofinaspodesermodu-
ladapelaaçãodiretadepeptídioseesteróides
gonadaisnahipófise,queatuamregulando
a expressãodereceptoresparaGnRH oua
transcriçãoetraduçãodosgenesdasgona-
dotrofinas(HaisenlederetaI.,1994;Brooks
& Mcneilly,1996).Emboraambasasgona-
dotrofinassejamproduzidasnomesmotipo
celular(gonadotrofo),elassãosecretadasde
maneiradistinta.O LH ésecretadodeforma
pulsátilemrespostaaaumentosdeionsde
cálciointracelular(Ca2+),quesãogerados
pelaligaçãodoGnRH aoseureceptorespe-
cíficono gonadotrofo.O FSH é secretado
demaneiraconstitutiva,ouseja,amaiorpar-
tedohormônioéliberadonamesmaveloci-
dadeemqueéproduzido,emboraumape-
quenaparcelapossaserarmazenadaparaser
liberadaemrespostaaoGnRH (Farnworth,
1995).Menosde 10%do conteúdodeLH
dahipófiseéliberadonumperíodode24ho-
rascomparadocom60-80%deliberaçãodo
conteúdodeFSH nomesmoperíodo(Mc-
Neilly,1988).
As gonadotrofinasagemnassuascélulas
alvoatravésdereceptoreshormônioespecífi-
conasuperfíciecelular.Essesreceptoressão
caracterizadospor umaporçãoextracelular
comumaregiãoterminal-Nqueéresponsá-
velpelaligaçãocomohormôniodesetedo-
míniostransmembranaqueancoramo re-
ceptorna superfícieda membranae uma
porçãointracelularqueestaacopladaàpro-
teína-Gparaativarasinalizaçãointracelular
(segundosmensageiros).A regiãointracelu-
larterminal-Cnãoénecessáriaparaligação
dohormônioaoreceptor,masestáenvolvida
nareciclagemdoreceptor(Catt,1996a).A
ligaçãodagonadotrofinaaoseureceptorati-
vaasproteína-Gassociadas,promovendoa
30
conversãodeGDP emGTp,o qualseligaà
subunidadealfada proteína-G,estimulan-
do a adenil ciclasea gerar AMP cíclico
(cAMP). O AMP cíclicopor suavezaciona
umacascatadefosforilaçãonasquinasesde-
pendentesdecAMP (PK-A). Dessaforma,
aativaçãodaPK-A controlamúltiplosaspec-
tosdafunçãocelularatravésdafosforilação
desubstratosprotéicos.Umavezqueainte-
raçãoreceptor-ligandotenhaseestabelecido,
ocomplexoéinternalizadoporendocitosee
degradadopeloslisossomas.Entãoorecep-
tor é recicladodevoltaà membranacelular
porexocitose(Catt,1996b).
A secreçãode FSH, emboracontrolada
porGnRH, parecesercontínuaenãoaguda-
menteresponsivaaospulsosde GnRH, re-
sultandonumpadrãonãopulsátildesecre-
çãoquandomedidonacirculaçãoperiférica
(Figura3.1).A secreçãotônicadeFSH está
sobcontrolede feedbacknegativode dois
hormôniosgonadais,estradioleinibina(Mar-
tinetal., 1988)quediminuematranscrição
demRNAnaglândulapituitária(Bister& Pa-
quay,1983;Miller& Miller, 1996).A secre-
çãodeFSH exibevariaçõescíclicasdurante
o cicloestral(Campbelletal.,1991b;Ginther
etal., 1995)queestãorelacionadascomo
desenvolvimentoeinvoluçãodefolículosdo-
minantes(SouzaetaI., 1998).
A secreçãodeLH éimediatamenteregu-
ladapelaliberaçãopulsátildoGnRH hipota-
lâmiconacirculaçãoporta,queresultanum
pulsodeLH correspondenteliberadopelahi-
pófiseanterior(Clarke& Cummins,1982).
A regulaçãodasecreçãodeLH pelofeedback
ovarianoédevidaàaçãodosesteróidespro-
gesteronae estradiol(Martin etaI., 1988).
A importânciadecadahormônionocontrole
do LH variadeacordocoma fasedo ciclo
estrale épocado ano (estacionalidade,na
ovelha;Goodman,1994).Brevemente,du-
ranteoanestroestacionaldaovelha,somente
apresençadeestradiolécapazdereduzira

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