Buscar

AULA 6

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

AULA 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 DIREITO PROCESSUAL 
AMBIENTAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Alexandre Pontes Batista 
 
 
 
 
 
02 
INTRODUÇÃO 
 
 Olá! Vamos estudar agora mais um tema! Você vai ver que a Ação Popular 
é uma garantia fundamental prevista no art. 5º, LXXIII, da CRFB, que visa 
proteger, entre outros, o direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado. A Ação Popular regida pela Lei n° 4.717/65 é uma medida judicial, 
onde qualquer cidadão pode requerer a proteção de um bem metaindividual. Em 
sede de ação popular não pode ser discutido direito individual. A Ação Popular é 
uma ação coletiva. 
Vamos estudar a questão da legitimidade ativa do autor popular, de acordo 
com o art. 5º, LXXIII da CRFB, qualquer CIDADÃO é parte legítima para ajuizar 
uma Ação Popular. Devemos destacar que o cidadão com 16 anos de idade com 
capacidade eleitoral ativa, nos termos do art. 14, §1º, II "c" da CRFB, é parte 
legítima para propor a Ação Popular. Quando do ajuizamento da ação, a parte 
deverá provar a condição de cidadão, assim, a prova da cidadania, para ingresso 
em juízo, será feita com o título eleitoral ou com documento que a ele corresponda. 
Você vai perceber que de acordo com os arts. 1º e 6º da LAP, serão 
legitimados passivos as pessoas jurídicas de direito público ou de direito privado; 
as autoridades, funcionários ou administradores que houverem autorizado, 
aprovado, ratificado ou praticado o ato impugnado, ou que, por omissão, tiverem 
dado oportunidade à lesão; e os beneficiários diretos do ato. 
Vamos estudar também o objeto da Ação Popular, ela pode ser ajuizada 
para anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado 
participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico 
e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e 
do ônus da sucumbência. 
No material on-line você vai poder assistir ao vídeo do Professor Alexandre 
apresentando tudo o que veremos neste tema. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
03 
PROBLEMATIZAÇÃO 
O prefeito da cidade X determinou o desmatamento de parte de uma área 
de proteção ambiental. Tendo conhecimento do ato lesivo, Senhor "A" pretende 
adotar alguma medida judicial para acabar com o desmatamento da área. 
Qual a medida mais adequada para proteger o meio ambiente? 
Não respondam agora. Com o estudo do tema vamos achar a melhor 
solução lá no final! 
 
 
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS 
Lá no material on-line o Professor Alexandre vai explicar tudo sobre a Ação 
Popular. Não deixe de assistir. 
A ação popular é uma garantia fundamental, prevista no art. 5º, LXXIII, da 
CRFB que visa proteger, entre outros, o direito fundamental ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado. Ela é um instrumento para o exercício da democracia 
participativa. O parágrafo único do art. 1º da CRFB estabelece que todo o poder 
emana do povo, e que pode ser exercido diretamente. Assim, a ação popular 
possibilita ao cidadão, de forma direta, requerer a anulação de ato lesivo ao 
patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade 
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. 
Destaca-se que a Ação Popular regida pela Lei n° 4.717/65 é uma medida 
judicial onde qualquer cidadão pode requerer a proteção de um bem metaindividual. 
Em sede de ação popular não pode ser discutido direito individual, a Ação Popular é 
uma ação coletiva. 
Vejamos o seguinte informativo do STJ: 
A ação popular é o instrumento jurídico que qualquer cidadão pode 
utilizar para impugnar atos omissivos ou comissivos que possam 
causar dano ao meio ambiente. Assim, pode ser proposta para que 
o Estado promova condições para a melhoria da coleta de esgoto 
de uma penitenciária com a finalidade de que cesse o despejo de 
poluentes em um córrego, de modo a evitar dano ao meio ambiente. 
Se o juiz entender suficientes as provas trazidas aos autos, pode 
dispensar a prova pericial, mesmo que requerida pelas partes. 
Precedente citado: REsp 539.203-RS, DJ 29/8/2003. REsp 
889.766-SP, Rel. Min. Castro Meira, julgado em 4/10/2007. 
 
 
 
 
04 
Acesse o link a seguir pelo material on-line e leia o artigo “Fundamentos 
constitucionais do processo ambiental - A ação popular na defesa do meio ambiente”. 
http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI60554,71043-
Fundamentos+constitucionais+do+processo+ambiental+A+acao+popular+na CCDD 
– Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 
 
LEGITIMIDADADE ATIVA 
De acordo com o art. 5º, LXXIII da CRFB, qualquer cidadão é parte legítima 
para ajuizar uma Ação Popular. Devemos destacar que o cidadão com 16 anos de 
idade com capacidade eleitoral ativa, nos termos do art. 14, §1º, II "c" da CRFB, é 
parte legítima para propor a Ação Popular. 
De acordo com art. 15, III da CRFB, ocorrerá a suspensão de direitos políticos, 
nos casos de condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus 
efeitos (trata-se de suspensão porque a privação dos direitos políticos vigora apenas 
enquanto incidentes os efeitos da condenação). Assim, a pessoa condenada não 
poderá ajuizar a Ação Popular enquanto estiver com os direitos políticos suspensos. 
Quando do ajuizamento da ação, a parte deverá provar a condição de cidadão, 
assim, a prova da cidadania, para ingresso em juízo, será feita com o título eleitoral, 
ou com documento que a ele corresponda. 
Uma parte da doutrina entende que não é somente o cidadão brasileiro que 
poderá ajuizar uma Ação Popular Ambiental, mas toda e qualquer pessoa que se sinta 
lesada pelo ato que violar o direito ao meio ambiente equilibrado. Nesse sentido, 
vejamos os ensinamentos de Fiorillo (2013): 
 
Com isso, denota-se que o destinatário do meio ambiente 
ecologicamente equilibrado é toda a coletividade — brasileiros e 
estrangeiros aqui residentes —, independente da condição de 
eleitor, de modo que, no tocante à proteção dos bens e valores 
ambientais, o art. 1º, § 3º, da Lei n. 4.717/65 não foi recepcionado 
pela Constituição Federal de 1988. 
(...) 
Assim, em sede de ação popular ambiental, a legitimação ativa não 
se restringe ao conceito de cidadão encartado na Lei n. 4.717/65, 
cabendo esse instrumento a todos aqueles que são passíveis de 
sofrer os danos e lesões ao meio ambiente, quais sejam, brasileiros 
e estrangeiros residentes no País. 
 
 
 
 
 
05 
Devemos nesse ponto, citar o seguinte julgado do Superior Tribunal de 
Justiça: 
Legitimidade Ativa. Prova da Cidadania. Informativo nº 0476 
Período: 6 a 10 de junho de 2011. Segunda Turma. 
AÇÃO POPULAR. LEGITIMIDADE. CIDADÃO. ELEITOR. A ação 
popular em questão foi ajuizada por cidadão residente no município 
em que também é eleitor. Sucede que os fatos a serem apurados 
na ação aconteceram em outro município. Vem daí a discussão 
sobre sua legitimidade ad causam a pretexto de violação dos arts. 
1º, caput e § 3º, da Lei n. 4.717/1965 e 42, parágrafo único, do 
Código Eleitoral. Nesse contexto, é certo que o art. 5º, LXXIII, da 
CF/1988 reconhece a legitimidade ativa do cidadão e não do eleitor 
para propor a ação popular e que os referidos dispositivos da Lei n. 
4.717/1965 apenas definem ser a cidadania para esse fim provada 
mediante o título de eleitor. Então, a condição de eleitor é, tão 
somente, meio de prova da cidadania, essa sim relevante para a 
definição da legitimidade, mostrando-se desinfluente para tal 
desiderato o domicílio eleitoral do autor da ação, que condiz mesmo 
com a necessidade de organização e fiscalização eleitorais. Já o 
citadodispositivo do Código Eleitoral traz requisito de exercício da 
cidadania em determinada circunscrição eleitoral, o que não tem a 
ver com a sua prova. Dessarte, conclui-se que, se for eleitor, é 
cidadão para fins de ajuizamento da ação popular. REsp 1.242.800-
MS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 7/6/2011. 
 
O cidadão pode ser o autor da ação popular, mas se ele não possuir 
capacidade postulatória, deverá ser representado por um advogado regularmente 
inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, nos termos do art. 103 do Novo Código 
de Processo Civil. 
De acordo com o § 5º, do art. 6º, da LAP (Lei da Ação Popular), qualquer 
cidadão tem a faculdade de se habilitar como litisconsorte ou assistente do autor da 
ação popular. 
 
LEGITIMIDADE PASSIVA 
Acesse o material on-line e confira a explicação do Professor Alexandre sobre 
as questões controvertidas sobre a legitimidade ativa e passiva. 
Possui legitimidade para figurar no polo passivo da Ação Popular: União; 
Distrito Federal; Estados; Municípios; entidades autárquicas; sociedades de 
economia mista; sociedades mútuas de seguro nas quais a União represente os 
segurados ausentes, empresas públicas, de serviços sociais autônomos, instituições 
 
 
06 
ou fundações cuja criação ou custeio o tesouro público tenha concorrido ou concorra 
com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual; empresas 
incorporadas ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados e dos 
Municípios; quaisquer pessoas jurídicas ou entidades subvencionadas pelos cofres 
públicos. 
Assim, de acordo com os arts. 1º e 6º da LAP, serão legitimados passivos as 
pessoas jurídicas de direito público ou de direito privado; as autoridades, funcionários 
ou administradores que houverem autorizado, aprovado, ratificado ou praticado o ato 
impugnado, ou que, por omissão, tiverem dado oportunidade à lesão; e os 
beneficiários diretos do ato. 
Nesse ponto devemos destacar o teor do §3º, do art. 6º, da LAP, que autoriza 
o sujeito passivo pessoa jurídica de direito público ou de direito privado, abster-se de 
contestar o pedido, ou atuar ao lado do autor, quando tal ação seja mais benéfica ao 
interesse público. 
 
OBJETO 
De acordo com a CRFB, a Ação Popular pode ser ajuizada para anular ato 
lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade 
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, 
salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência. 
De acordo com o art. 2º da Lei n° 4.717/65 o ato público será considerado 
ilegal quando estiver eivado de: 
 incompetência; 
 vício de forma; 
 ilegalidade do objeto; 
 inexistência dos motivos; 
 desvio de finalidade. 
 
O pedido na Ação Popular será de uma condenação em uma obrigação de 
pagar; de fazer; de não fazer; de entregar coisa certa. Ressalte-se que, de acordo 
com a doutrina, ato lesivo contra o meio ambiente não precisa de comprovação, pois 
a lesividade é presumida. 
Para Andrade (2014), a análise inicial da presença do interesse de agir é feita 
in statu assertionis, ou seja, a partir da simples leitura da argumentação fática exposta 
na petição inicial. Se, em tese, os fatos tais como noticiados no vestibular importaram 
ou poderão importar lesão a bem defensável por meio da ação popular, e o pedido é 
adequado para defendê-lo, está presente o interesse de agir. 
 
 
07 
Embora seja prescindível a existência atual do dano, bastando o risco de que 
ele venha a ocorrer, é indispensável a existência, no mínimo, de um ato capaz de 
gerar o dano. Em outras palavras, como a ação popular deve sempre veicular um 
pedido declaratório de nulidade ou anulatório de um ato, não haverá interesse de agir 
se ainda não existe um ato a ser invalidado. O que não se exige é que o ato já tenha 
produzido algum dano, bastando o risco de dano. Se o ato lesivo ainda não foi 
praticado, mas houver risco de que venha a ser, nada obsta que um dos entes 
legitimados proponha uma ação civil pública visando a evitá-lo. Na ação popular, 
contudo, isso não será possível. 
Nesse ponto, devemos citar o seguinte julgado do STJ que trata de uma ação 
popular visando anular ato lesivo ao meio ambiente: 
ADMINISTRATIVO. AÇÃO POPULAR. INTERESSE DE AGIR. 
PROVA PERICIAL. DESNECESSIDADE. MATÉRIA 
CONSTITUCIONAL. (...) 3. A ação popular pode ser ajuizada por 
qualquer cidadão que tenha por objetivo anular judicialmente atos 
lesivos ou ilegais aos interesses garantidos constitucionalmente, 
quais sejam, ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado 
participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao 
patrimônio histórico e cultural. 4. A ação popular é o instrumento 
jurídico que deve ser utilizado para impugnar atos administrativos 
omissivos ou comissivos que possam causar danos ao meio 
ambiente. 5. Pode ser proposta ação popular ante a omissão do 
Estado em promover condições de melhoria na coleta do esgoto da 
Penitenciária Presidente Bernardes, de modo a que cesse o 
despejo de elementos poluentes no córrego Guarucaia (obrigação 
de não fazer), a fim de evitar danos ao meio ambiente. (...). 7. 
Recurso especial conhecido em parte e não provido. (STJ. REsp 
889766/SP. Rel. Ministro CASTRO MEIRA. Publ. DJ 18/1 0/2007 p. 
333). 
 
De acordo com o STJ não é presumida a lesividade do ato impugnado via a 
Ação Popular, sendo ônus do autor comprovar a potencialidade lesiva do ato. Por sua 
vez, o Supremo Tribunal Federal, no ano de 2015, julgou desnecessidade de 
comprovação da existência da lesividade do ato impugnado. 
Segue o link de uma notícia que trata do julgamento do Supremo Tribunal 
Federal, acesse pelo material on-line. 
http://www.conjur.com.br/2015-set-05/acao-popular-independe-comprovacao-
prejuizo-reafirma-stf 
Em razão da controvérsia existente sobre o assunto, cabe aqui mencionar a 
doutrina de Andrade (2014): 
 
 
08 
Portanto, atualmente, continua pacífico que a lesividade de um ato 
ao patrimônio público, à moralidade administrativa ou ao meio 
ambiente é um pressuposto necessário da ação popular. No tocante 
à ilegalidade do ato, há dois entendimentos. Filiamo-nos à segunda 
corrente (para quem a ilegalidade não é imprescindível), pois nos 
parece ser a que extrai maior efetividade das inovações trazidas 
pela atual Constituição, seja no sentido de conferir maior proteção 
ao meio ambiente e à probidade administrativa, seja de permitir uma 
maior participação popular na vida política. 
 
FINALIDADE DA AÇÃO POPULAR 
A Ação popular pode ter a finalidade Preventiva, Repressiva ou Supletiva. Ela 
pode visar a prevenção da ocorrência de um dano ambiental. Assim, havendo a 
necessidade de se requerer uma tutela ambiental provisória, baseada na necessidade 
urgente de se tutelar o meio ambiente, essa tutela será requerida ao juízo competente 
para conhecer do pedido principal, nos termos do art. 299 do NCPC. 
A Ação Popular repressiva busca anular o ato lesivo ao meio ambiente. Já a 
supletiva tem como escopo obrigar o sujeito passivo a agir quando tiver omissa e essa 
omissão puder causar um dano ao meio ambiente. CCDD – Centro de Criação e 
Desenvolvimento Dialógico 9 
 
COMPETÊNCIA 
Para a definição do órgão competente, primeiramente deve ser apurado se a 
competência é do STF ou do STJ. Após, deve ser verificado se o juízo competente 
compõe alguma das Justiças Especializadas (Militar, Eleitoral ou Trabalhista). Não 
sendo de competência de nenhuma delas, verifica-se se a competência é da Justiça 
Federal, e, após, a competência da Justiça Estadual ou Distrital. 
Via de regra,a Ação Popular de cunho ambiental será proposta perante a 
Justiça Estadual ou Distrital. Para a verificação da competência da Justiça Federal 
devem ser seguidas as regras do art. 109 da CRFB. Mas, nos incisos do art. 109 não 
existe referência da questão ambiental. 
A justiça federal será competente nos seguintes casos: 
1. COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA PESSOA. Art. 109, I, da CRFB - Nas 
causas em que a União, o MPF, entidade autárquica ou empresa 
pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, 
assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de 
trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho. 
 
 
09 
2. COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA. Art. 109, III, da CRFB - 
Nas causas fundadas em tratados ou convenções internacionais. Art. 
109, V - Nas causas relativas a direitos humanos. Art. 109, XI da CRFB, 
e nas causas em que há disputa sobre direitos indígenas (CF, art. 109, 
XI). 
 
Sobre o tema é importante citar os ensinamentos de Andrade (2014): 
 
O que a LAP diz Como fica diante da atual CF 
Competência para “causas da União” 
estaria ditada pela “organização 
judiciária de cada Estado” (art. 5.º, 
caput, da LAP). 
Competência da Justiça Federal é 
dada pelo art. 109 da CF. 
O mero interesse patrimonial da 
União, ou o fato de a União ser 
acionista ou subvencionar entidade 
cujo ato é impugnado são 
determinantes para fixar a 
competência da Justiça Federal (art. 
5.º, caput e § 1.º, da LAP) 
Os fatores apontados no quadro ao 
lado não são determinantes para fixar 
a competência da Justiça Federal: é 
mister que a União seja parte, 
assistente ou oponente e tenha 
interesse jurídico (art. 109, I, da CF), 
ou estejam presentes outras hipóteses 
do art. 109 da CF 
O serviço estatal descentralizado, com 
personalidade e orçamento 
independente, bem como a entidade 
de direito privado que tenha 
competência para receber e aplicar 
contribuições parafiscais são 
equiparadas a autarquias para os fins 
da LAP (art. 20 da LAP) 
A equiparação feita pelo art. 20 da 
LAP, embora permita a incidência da 
LAP para impugnar os atos lesivos à 
moralidade administrativa ou 
patrimônio de tais entidades, não as 
torna autarquias federais para o fim de 
fixar a competência da Justiça Federal 
determinada no art. 109 da CF 
 
PROCEDIMENTO 
Você sabe quais são os aspectos práticos do procedimento da ação 
popular? Para te ajudar, o Professor Alexandre vai explicar sobre isso no vídeo 
com acesso pelo material on-line. Confira! 
São requisitos para a viabilidade da ação popular: 
 O autor deve ser cidadão. 
 O ato comissivo ou omisso impugnado deve ser ilegal. 
 O direito tutelado tem que ser metaindividual. 
 Tem que comprovar a lesividade ao patrimônio público à moralidade 
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. 
 
 
 
010 
A petição inicial deve ser instruída com documentos que comprovem a 
ocorrência ou a potencialidade de ocorrência do dano ambiental. O autor popular, 
quando não tiver a posse dos documentos necessários, poderá requerer às 
entidades listada no caput do art. 1º da Lei n° 4.717/65 os documentos que 
entender necessários, bastando para isso indicar a finalidade destes. 
Nesse sentido, também temos as seguintes normas constitucionais do art. 
5º: 
 XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações 
de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas 
no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo 
seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. 
 XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento 
de taxas: a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou 
contra ilegalidade ou abuso de poder; b) a obtenção de certidões em repartições 
públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse 
pessoal. 
 
A Lei n °12.527/2011 (lei de acesso à informação) preconiza que: 
 
Art. 7o: O acesso à informação de que trata esta Lei compreende, 
entre outros, os direitos de obter: (...) II - informação contida em 
registros ou documentos, produzidos ou acumulados por seus 
órgãos ou entidades, recolhidos ou não a arquivos públicos; III - 
informação produzida ou custodiada por pessoa física ou entidade 
privada decorrente de qualquer vínculo com seus órgãos ou 
entidades, mesmo que esse vínculo já tenha cessado. 
 
Sobre a utilização da lei de acesso à informação a fim de se obter 
documentos para instruir a petição inicial da Ação Popular, segue o link de uma 
notícia pertinente. Acesse pelo material on-line: 
http://www.conjur.com.br/2012-mai-22/juiz-manda-autor-acao-popular-usar-lei-
acesso-buscar-dados 
A ação seguirá o rito ordinário, com algumas modificações. Entre elas, 
devemos destacar as seguintes: 
a. Ao despachar a inicial, o juiz ordenará: a) além da citação dos réus, a 
intimação do representante do Ministério Público; b) a requisição, às entidades 
 
 
011 
indicadas na petição inicial, dos documentos que tiverem sido referidos pelo autor 
(art. 1º, § 6º), bem como a de outros que se lhe afigurem necessários ao 
esclarecimento dos fatos, ficando prazos de 15 (quinze) a 30 (trinta) dias para o 
atendimento. 
b. O prazo para contestar é de 20 (vinte) dias, prorrogáveis por mais 20 
(vinte), a requerimento do interessado, desde que seja particularmente difícil a 
produção de prova documental. 
c. O prazo para contestar será comum a todos os interessados, correndo 
da entrega em cartório do mandado cumprido, ou, quando for o caso, do decurso 
do prazo assinado em edital. 
 
SENTENÇA 
A sentença na Ação Popular deve seguir as regras previstas nos artigos 489 a 
495 do Novo Código de Processo Civil. 
Na Ação Popular a sentença que julgar procedente o pedido e decretar a 
invalidade do ato impugnado, condenará ao pagamento de perdas e danos os 
responsáveis pela sua prática e os beneficiários dele, ressalvada a ação regressiva 
contra os funcionários causadores de dano, quando incorrerem em culpa. Assim, em 
sede de Ação Popular, mostra-se viável a reparação dos danos ambientais cometidos 
em razão do ato impugnado. 
De acordo com o art. 18 da LAP, a sentença terá eficácia de coisa julgada 
oponível erga omnes, exceto no caso de haver sido a ação julgada improcedente por 
deficiência de prova, quando qualquer cidadão poderá intentar outra ação com 
idêntico fundamento, valendo-se de nova prova. 
Qualquer cidadão e o órgão do Ministério Público poderão recorrer das 
sentenças e decisões proferidas contra o autor da demanda. 
Devemos destacar o teor do: 
Art. 19 da LAP: A sentença que concluir pela carência ou pela 
improcedência da ação está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não 
produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal; da que 
julgar a ação procedente caberá apelação, com efeito suspensivo. 
 
O Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do AgRg no REsp 1.151.540, 
julgado em 20.06.2013, assim decidiu: 
 
(...) a Lei 4.717/1965 deve ser interpretada de forma a possibilitar, 
por meio de Ação Popular, a mais ampla proteção aos bens e 
direitos associados ao patrimônio público, em suas várias 
 
 
012 
dimensões (cofres públicos, meio ambiente, moralidade 
administrativa, patrimônio artístico, estético, histórico e turístico) 
(REsp 453.136/PR, Relator Ministro Herman Benjamin, Segunda 
Turma, DJe 14.12.2009). O fato de a Lei Municipal n. 4.437/1996, 
logo após a sua edição, ter ido [sic] revogada pela Lei Municipal n. 
4.466/1996 não ostenta a propriedade de exaurir o objeto da ação 
popular. Deveras, o autor popular pretendea recomposição do dano 
ambiental e o embargo definitivo da obra de terraplanagem, além 
da invalidação da Lei Municipal posteriormente revogada. Logo, o 
processamento da ação popular é medida que se impõe. 
 
Com base nisso, leia o artigo Sentença em ação popular ambiental pode gerar 
mais malefícios do que benefícios a seguir para aprimorar mais seus conhecimentos. 
http://www.conjur.com.br/2015-out-05/gabriel-wedy-sentenca-acao-ambiental-gerar-
maleficios CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 14 
 
PRESCRIÇÃO 
O art. 21 da LAP determina que a Ação Popular prescreve em 5 (cinco) 
anos. Mas a Ação Popular Ambiental é imprescritível. O Superior Tribunal de 
Justiça entende que o direito à reparação do meio ambiente é imprescritível em 
razão da imensa potencialidade lesiva do dano ambiental 
Ressalve-se, porém, a pretensão à reparação do dano ambiental, 
que é imprescritível, seja porque se trata de direito fundamental e 
essencial à vida humana digna e saudável, seja porque não assiste 
apenas às gerações presentes, como também às futuras (que não 
poderiam ser prejudicadas pela inércia das gerações presentes), 
seja porque sua inclusão dentre os bens passíveis de defesa via 
ação popular deu-se pela Constituição Federal de 1988, que não o 
submeteu a prazo prescricional. (ANDRADE, 2014). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
013 
REVENDO A PROBLEMATIZAÇÃO 
Agora que você já viu todo o conteúdo teórico, vamos retomar o problema exposto 
lá no início do nosso estudo. E então, qual a medida mais adequada para o Senhor 
“A” tomar a fim de proteger o meio ambiente? 
a. Senhor "A", por ser cidadão e por estar quite com suas obrigações 
eleitorais, ajuíza uma ação popular. 
b. Senhor "A" impetra um Mandado de Segurança Coletivo em face do 
ato do prefeito que determinou o desmatamento para proteger o 
direito metaindividual ao meio ambiente equilibrado. 
c. Senhor "A" propõe, através de um advogado regularmente inscrito 
na OAB, uma Ação Popular visando responsabilizar os protagonistas 
dos danos morais e patrimoniais causados ao meio ambiente. 
 
Para consultar o feedback de cada uma das alternativas, acesse o material on-line. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
014 
SÍNTESE 
Chegamos ao final de mais um tema. 
Dentre tantas coisas que vimos aqui, aprendemos que a Ação Popular é 
um instrumento para o exercício da democracia participativa. Sobre a legitimidade 
ativa vimos que o cidadão pode ser o autor da ação popular, mas se ele não 
possuir capacidade postulatória, deverá ser representado por um advogado 
regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, nos termos do art. 103 
do Novo Código de Processo Civil. Vimos ainda, que de acordo com a SÚMULA 
365 do Supremo Tribunal Federal, pessoa jurídica não tem legitimidade para 
propor ação popular. 
Estudamos que o sujeito passivo pessoa jurídica de direito público ou de 
direito privado, pode abster-se de contestar o pedido, ou atuar ao lado do autor, 
quando tal ação for mais benéfica ao interesse público. 
A Ação popular pode ter a finalidade preventiva, repressiva ou supletiva. 
Via de regra, a Ação Popular de cunho ambiental será proposta perante a Justiça 
Estadual ou Distrital, e para a verificação da competência da Justiça Federal 
devem ser seguidas as regras do art. 109 da CRFB. 
Estudamos que a petição inicial deve ser instruída com documentos que 
comprovem a ocorrência ou a potencialidade de ocorrência do dano ambiental. O 
autor popular quando não tiver a posse dos documentos necessários poderá 
requerer às entidades listada no caput do art. 1º da Lei n° 4.717/65, os 
documentos que entender necessários, bastando para isso indicar qual será a 
finalidade. O título de eleitor também deve estar acostado à petição inicial. 
De acordo com o art. 18 da LAP, a sentença terá eficácia de coisa julgada 
oponível erga omnes, exceto no caso de haver sido a ação julgada improcedente 
por deficiência de prova, quando qualquer cidadão poderá intentar outra ação com 
idêntico fundamento, valendo-se de nova prova. 
Qualquer cidadão ou órgão do Ministério Público poderá recorrer das 
sentenças e decisões proferidas contra o autor da demanda. 
Para você relembrar tudo o que vimos aqui, acesse o material on-line e 
assista ao vídeo do Professor Alexandre recapitulando nosso estudo. Até a 
próxima! 
 
 
 
 
 
 
 
015 
REFERÊNCIAS 
AMADO, Frederico Augusto Di Trindade. Direito ambiental esquematizado /– 
5.ª ed. – Rio de Janeiro: Forense; São Paul: MÉTODO, 2014. 
ANDRADE, Adriano. MASSON, Cleber. ANDRADE, Landolfo. Interesses difusos 
e coletivos esquematizado – 4. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; 
São Paulo: MÉTODO, 2014. 
ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito Ambiental. -12 ed. – Rio de Janeiro: Lumem 
Juris, 2010. 
BECK, Ulrich, Sociedade de risco: rumo a uma outra modernidade. São Paulo: 
Ed. 34, 2010. 
CANÁRIO Pedro. Autor de ação deve usar Lei de Acesso para obter dados. 
Disponível em: < http://www.conjur.com.br/2012-mai-22/juiz-manda-autor-acao-
popular-usar-lei-acesso-buscar-dados> . Acesso em: 5 jan. 2017. 
DIDIER JR., Fredie. BRAGA, Paulo Sarna. OLIVEIRA. Rafael Alexandria de. 
Curso de Direito Processual Civil: teoria da prova, direito probatório, ações 
probatórias, decisão, precedente, coisa julgada e antecipação dos efeitos da 
tutela. Volume 2. 10ª ed. Salvador: Ed. Jus Podivm, 2015. 
DIDIER JR., Fredie. ZANETI JR, Hermes. Curso de Direito Processual Civil: 
processo coletivo. Volume 4. 9ª ed. Salvador: Ed. Jus Podivm, 2014. 
FIORILLO, Celso Antonio Pacheco. Curso de direito ambiental brasileiro — 14. 
ed. rev., ampl. e atual. em face da Rio+20 e do novo “Código” Florestal — São 
Paulo: Saraiva, 2013. 
GAJARDONI, Fernando da Fonseca. Direitos difusos e coletivos II. São Paulo: 
Saraiva, 2012. 
LEONEL, Thais. Fundamentos constitucionais do processo ambiental - A 
ação popular na defesa do meio ambiente. Disponível em: < 
http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI60554,71043-
Fundamentos+constitucionais+do+processo+ambiental+A+acao+popular+na> . 
Acesso em: 5 jan. 2017. 
MAZZILLI, Hugo Nigro. A defesa dos interesses difusos em juízo. 20. Ed. Rev., 
ampl. e atual. – São Paulo: Saraiva, 2007. 
MARINONI, Luiz Guilherme. ARENHART, Sergio Cruz. MITIDIERO, Daniel. Novo 
Curso de Processo Civil. Volume 1. Revista dos Tribunais. São Paulo. 2015. 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 19 
 
 
 
016 
NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Ações constitucionais. – 2. ed. rev., atual. 
e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2013. 
NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de processo coletivo, volume 
único. 2. ed., rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2014. 
NEVES, Daniel Amorim Assumpção. TARTUCE, Flávio. Manual de direito do 
consumidor: direito material e processual– 3. ed. – Rio de Janeiro: Forense: São 
Paulo: MÉTODO, 2014. 
PIETRO, Maria Sylvia Zanella Di. Direito administrativo. São Paulo: Atlas, 2003. 
SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 17. ed. São 
Paulo, 2000 
THOMÉ, Romeu. Manual de Direito Ambiental. 5ª edição. São Paulo: 
JusPodivm, 2015. 
WEDY, Gabriel. Sentença em ação popular ambiental pode gerar mais 
malefícios do que benefícios. Disponível em: http://www.conjur.com.br/2015-
out-05/gabriel-wedy-sentenca-acao-ambiental-gerar-maleficios> . Acesso em: 5 
jan. 2017.

Outros materiais