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massal>3;motilidadeprogressivaindi- vidual>3 e <15%dealteraçõesmor- fológicas),segundoNunesetalo(1997). Colheitae manipulaçãodo sêmen O sêmenpodeserprocessadodediferen- tesmaneiras,podendoserusado: a) fresco,puroou diluído; b) resfriado;ou c) congelado. SegundoNunesetaI. (1997),o sêmen frescoe resfriadoapresentafertilidademais elevada;ocongeladopreserva-seporumpe- .ríododetempoindefinido,semantidoem nitrogêniolíquidoàtemperaturade-196°C eédemaioraplicabilidade,quandocompa- radoaosêmenresfriadoa 4°C,cujaviabili- dademáximaéde48horas.Produtodaeja- culaçãonormaldeumreprodutor,o sêmen écompostodeespermatozóides,produzidos nostestículos,eumafraçãolíquida,produ- zidapelasglândulasacessóriasdoaparelho genitalmasculino.Os espermatozóidessão ascélulasresponsáveispelafecundaçãodos óvulosnasfêmeas.Na colheitadosêmende bodes,utiliza-sea vaginaartificial,instru- mentoquesimulaascondiçõesdepressãoe temperaturadasvaginasnaturais.A vagina artificialpodeserconstituídaporumtubode PVC rígido,umtuboelásticodeborrachae umatorneira,porondedevepassaraáguaà 40°C. Na extremidadedestaestrutura,aco- pIa-seumcopodecolheitagraduadoemdé- cimosdemilímetros(Figura7.2). Figura7.2.Vaginaartificialacopladaa copocoletar 118 O atodecolhero sêmenésimples:segu- ra-sea fêmeaemestronaturalou induzido, apresentando-aaomacho.Quandoesteefe- tuarosalto,segura-seoprepúciocomamão, desviandoo pênisparadentrodavaginaar- tificial.A ejaculaçãoéquaseinstantânea.O materialcolhidodeveserprotegidoda luz solardireta,dapoeira,daagitaçãoedemu- dançasbruscasdetemperatura. Avaliaçãodo sêmen O sêmendeveseravaliadodeacordocom asseguintescaracterísticas: . volume:variade0,5a2,0ml; . cor:deveseramarelada,desprezando- seosêmencomcoloraçãoavermelhada oucomcordechocolate,indicandopre- sençadesangueoupus; . aspecto:variandodeleitosoacremoso, desprezando-seosêmenaquosooutur- vo,indicativodepequenonúmerode espermatozóides; . concentração:determinadanoespectro- fotômetroounomicroscópiosegundo atécnicaempregadaemhematimetria; significaaquantidadedeespermatozói- desemcadamililitrodesêmen.Ovalor normalestáemtornode3bilhões/ml; . Turbilhonamento(motilidademassal): movimentodamassadeespermatozói- desnoplasmaseminal.Assemelha-seàs ondasdomarepoderecebernotasde O(semmovimento)a 5 (movimentos muitofortes) .Motilidadeindividualprogressiva:movi- mentoemflechadecadaespermatozói- de(escaladeOa5).Paraainseminação artificialdevemserutilizadossomente ejaculadosqueapresentaremvalores paramotilidadeigualousuperiora 3; . Morfologiaespermática:aporçãodees- permatozóidespatológicos(semcauda, comcaudadupla,comduplacabeça,etc.) dentrodapopulaçãoespermática,não devendoultrapassaros15%. Diluiçãodosêmen Apósa etapadeavaliaçãoeconsideran- do-seteraamostradosêmenboaqualidade, passa-seà fasedediluição,a qualdeveter concentraçãofinal,paracadadose,deapro- ximadamente200milhõesdeespermatozói- desporml.Casonãosedisponhamdemeios paradeterminar,comeficácia,talconcentra- ção,procede-seuma diluiçãopráticacom umapartedesêmenparanovepartesdo di- luente,istoé,para1,5ml desêmen,adicio- nam-se13,5mldodiluente,obtendo-se15ml desêmendiluído,quantidadesuficientepara inseminar30fêmeas,jáqueseutiliza0,5ml dasoluçãopor inseminação. Escolhadodiluente Umbomdiluentedeveseratóxicopara osespermatozóides;terpHepressãoosmó- ticacompatíveiscomasobrevivênciaesper- mática;serdebaixocustoe preparofácil. Dentreosváriosdiluentes,destacam-se: a) Diluenteparasêmencongelado(-196°C): Leitedesnatado 20g Glicose 388mg Águabidestilada 200ml PenicilinaG sádica 200.000U.I. Sulfatodeestreptomicina 100mg b) Diluenteparasêmenresfriado(4°C): Águadecocofiltrada 50ml Águabidestilada 25ml Soluçãodecitratodesódioa 5%25ml O cocoutilizadodeveter,aproximada- mente,seismesesdematuração,ouseja, apresentar-senoiníciodaformaçãodaca- madatipo"gel".Antesdeserutilizada,de- ve-seprocederàfiltragemdaáguadecoco emfiltrodepapel(Salgueiro,2000). Envasamento Apósadiluição,osêmendeveseracondi- cionadodemaneiraapermitiraaplicaçãofácil erápida.Porisso,sãoenvasadosem"palhe- tas"de 0,5 ml, paraposteriorrefrigeração ou congelação.No envase,procedimento simples,segura-seapalhetapelaporçãosu- perior(extremidadefechada),insere-seaex- tremidadeopostanosêmendiluídoeenche- seapalheta,poraspiração.A seguir,bate-se suavemente,a fim deformarumapequena bolhadear nasuaporçãoterminal,preen- chendo,esseespaço,commassademodelar, álcoolpolivinílicoouselarcomseladoraelé- trica.Por ocasiãodainseminação,remove- seesselacre,cortando-ocomumatesoura. As dosesdevemseridentificadas,principal- mentequandosãoutilizadossêmenderepro- dutoresdistintos.A identificaçãomínimade- vecontera raça,o nomeou númerodore- produtor,a dataea horado envasamento. Resfriamentodo sêmencaprinodiluídoem águadecoco A águadecoco,porserpobreemfosfoli- pídios,apresentou-secomoumdiluentefa- vorável,possibilitandoumexcelentecompor- tamentodo sêmencaprino,tantoin vitro quantoinvivo.A tecnologiadosêmencapri- no resfriadoe diluídoemáguadecocoou leitemostrou-seeficientenoprocessodedi- fusãogenéticadereprodutoresdaraçaSaa- nen.O maiortempodesobrevivênciadosê- mendessesreprodutoresemáguadecoco permitiu,atravésdeumbaixocustoeconô- mico,aumentaraprodutividadeleiteiradas cabrasnativasemcertasregiõesdoNordeste brasileiro. A águadecocoapresentaresultadossatis- fatórioscom o sêmendiluídoe resfriadoa 4°C. No entanto,paraa congelação,os re- sultadosnãosãodesejáveis,poisa presença defosfolipídiosé necessáriaparaa criopre- servaçãodascélulasespermáticas,principal- menteàtemperaturaabaixodeO°C,havendo anecessidadedaadiçãodecertaquantidade de fosfolipídios,apósa lavagemdo plasma seminal,possibilitando,umaboacriopreser- 119 vaçãodomaterialespermáticoeviabilizan- do,dessaforma,o sêmencaprino,tantoin vitroquantoinvivoapósacongelação. Tratamentodo sêmenapósa colheita Apósacolheita,avaliam-seovolume(ml), aconcentraçãoespermática(109sptz/ml)e turbilhonamento(motilidademassal-escore deOa5).O volumeédeterminadoporobser- vaçãodiretaatravésdecopocoletorgradua- doeaconcentraçãoespermáticaporespec- trofotometriautilizando-se5 mldeumaso- luçãosalinaformolizadaa 0,1%e 50 I.Lide espermapuro.O númerototaldeesperma- tozóidesnoejaculadoédeterminadomulti- plicando-seovolumepelonúmerodeesper- matozóidesindicadospo~mlatravésdatra- mitânciadecadaanimal.O turbilhonamento édeterminadopor observaçãodeumagota deespermapuro,emmicroscopiaótica(au- mentode 1OOX). ~ Preparaçãoda soluçãoa basede água de coco (100mil Utiliza-se50%deáguadecocofiltrada, 25%deáguabidestiladae25%desoluçãode citratodesódioa 5%.O cocoaserutilizado deveter,aproximadamente,de4 a 6 meses dematuração,ouseja,apresentar-senoinício daformaçãodacamadatipo"gel".A ftltração deveráserrealizadaemftltrodepapel. A águabidestiladaseráutilizadaparabai- xara osmolaridadepara300miliosmolese ocitratodesódioa5%paraelevaropH para 6,2a6,8,sendooscitadosvalorescompatí- veisparao sêmencaprino(Nunes& Com- barnous,1995). ~ Adiçãode gemade ovo Acrescenta-se2,5%degemadeovoàso- luçãoa basedeáguade coco,ou seja,em umasoluçãode 100ml, retira-se2,5mlda soluçãoedescarta-se,emseguida,adiciona- se2,5mldegemadeovoàsolução.A gema 120 deovo,porserricaemfosfolipídeos,protege os espermatozóidesdo choquetérmicoem temperaturasabaixodeO°C (Mies Filhoet aI.,1982). ~ Usodo glicerol O gliceroléutilizadocomocrioprotetor emumaporcentagemde 7%em 100mlda soluçãofinal.Paraaadiçãodoglicerol,sepa- ra-seasoluçãode 100ml,já adicionadada gemadeovo,emdoisrecipientesde50 ml. A primeirasoluçãoserádenominadadefra- çãoA eterá0%deglicerol,sendoacondicio- nadaemumbanho-mariaaumatemperatu- ra constantede 37°C.À segundasolução, acrescentar14%deglicerol,ouseja,descar- ta-se7 ml da soluçãoe acrescenta-se7 ml deglicerol.Talsoluçãoserádenominadade fraçãoB edeveráserlevadaaofreezerpara queatinjaa temperaturade4°C. ~ PrimeiradiluiçãoRealizadanaproporçãode1partedesê- menpara4,5 partesda fraçãoA, ou seja, 1ml desêmenpara4,5ml da fraçãoA. Avaliaçãoda motilidadeindividualpro- gressiva(MIP) edapercentagemdeesper- matozóidesmóveis Apósaprimeiradiluição,osêmenéincu- badoa37°Cembanho-maria,sendoentão avaliadasamotilidadeindividualprogressiva (MIP) eapercentagemdeespermatozóides móveis(% sptzmóveis)estimadasemmi- croscopiaótica(aumentode400X),porexa- mesubjetivodeumagotadesêmendiluído eavaliadoentrelâminae lamínula. ~ Resfriamentodo sêmen Ocorredeformaprogressiva,nageladeira enãonofreezer,ondepermanecepor45mi- nutos,aproximadamente,dentrodeum bé- querouumcopodevidrocontendoágua,até atingira temperaturade 12°C.Atingidaesta temperatura,transporta-seo sêmenparao freezer,atéatingira temperaturade4°C. ~ Segundadiluiçãoou glicerolização A glicerolizaçãorealiza-seem3etapasque constamdeadição,acada5minutos,deuma parcelada fraçãoB, duplicandoo volumee reduzindoaprimeiradiluiçãopelametade. ~ Examepós-glicerolização Antesdeenvasar,avalia-seamotilidade individualprogressivaeaporcentagemdees- permatozóidesvivos,atravésdemicroscópio óticonoaumentode400x. ~ Envasamentoe Congelação Depoisdeenvasadosempalhetasefecha- doscomálcoolpolivinílicooumassademo- delaratóxica,sãolevadosa um isoporcom rampasuspensaa 3 cmdabaseparaqueas palhetasrecebamsomenteosvaporesdeni- trogêniolíquido,atéatingiratemperaturade - 60°C.Decorridos5 minutos,transfere-se parabotijõesdenitrogêniolíquidoa- 196°C, ondeserãoarmazenados. Avaliaçãodo sêmenapósa descongelação Decorridos15diasapósacongelação,re- tiram-sedobotijãoamostrasaleatóriasdepa- lhetasparaadescongelação.Aspalhetassão imersasembanho-mariaaumatemperatura de37°C,durante1minuto.Descongeladas asamostras,avaliam-se,novamente,amoti- lidadeprogressivaindividualeapercentagem deespermatozóidesvivosemcadadiluente e,ainda,asalteraçõesmorfológicas. ~ Avaliaçãodas alteraçõesmorfológicas Efetuam-se"esfregaços"desêmendecada amostradescongelada,utilizando-seumaso- luçãodecoloraçãocompostadeeosinaa 1%, denigrosinaa3%edecitratodesódioa 3% (Colas,1980).Emcada"esfregaço"sãoava- liadas150células,observando-seosdefeitos decabeça,daspeçasintermediárias,dasgotas citoplasmáticasproximaledistaledoflagelo, atravésdemicroscópioótico,utilizandoocu- larde 10%eobjetivadeimersão(100%). No queserefereàmorfologiadoesper- matozóide,Arbeiter(1964)detectou15,5% deespermatozóidesmorfologicamenteanor- mais,apóso examede 144ejaculadospro- venientesdenoveanimaissadios.A freqüên- cia entrediferentesalteraçõesclassificadas emseisgruposéaltamentesignificativa(Ta- bela7.2). Tabela7.2. Freqüênciadeanomaliasmorfolágicosdosespermatozái- desde bodescomumquadroespermáticonormal. Alterações Portesuperiordocabeça Cabeça Peçointermediário Flogelo Estruturasduplosoumúltiplos Fonte:Arbeiter,1964. % 3,00 0,74 3,00 6,5 0,01 Principaisresultadosreferenteà utilizaçãoda água de cocoe seu princípioativo (IAA) na inseminaçãoartificial em caprinoso Sobaformadegeleestabilizada,aágua decocotemmostradoexcelentesresultados noaumentodastaxasdeparição,noíndice deprolificidadeenafertilidade.Osresulta- dosobservadoscomcabrasinseminadascom sêmendiluídoemáguadecocoxleiteestão ilustradosabaixo(Tabela7.3). Tabela7.3. Fertilidadedecobrasinseminadascomsêmendiluídoem águade cocoe leite. Porõmetros Águodecoco Leite Fertilidade aos 60 dias Taxo de ponção Taxo de prolificidode Proporção de fêmeas Proporção de mochos Fonte: Nunes, 1998. 85%(136) 60%(96) 110%(105) 43%(45) 57%(60) 88%(194) 68%(150) 180%(266) 72%(194) 28%(72) Toniolli& Mesquita(1990),trabalhando comsêmensuínodiluídoemáguadecoco, obtiveramtaxadepariçãosuperioraoBTS, 121 alémdeummelhorcomportamentodo sê- meninvitrocomrelaçãoàmotilidade.Refe- renteahumanos,amotilidadeepercentagem deespermatozóidesmóveisdosêmendiluído emáguadecocoou 1M foramestatistica- mentesuperioresaosdosdiluentesconven- cionais.Montezumaet aI. (1974)realizou testedetermo-resistênciaa 37°Cno sêmen caninodiluídoemáguadecocoeobservou queamotilidadeeporcentagemdeesperma- tozóidesmóveisforamsuperioresàquelas obtidascomodiluenteàbasedeleitedesna- tado,sobretudoaofinaldotempodeincuba- çãode 120minutos. Resultadossuperiores(p<O,OS)emto- dosostemposdeincubaçãoparaaáguade cococomodiluente,emrelaçãoaoleite,fo- ramencontradosnasavaliaçõesdaspercen- tagensdeespermatozóidesmóveisedamo- tilidadeprogressivadosêmenovinoincubado a 15°Cdurante24horas(Tabela7.4). Tabela7.4. Percentagemde espermatozóidesmóveise motilidade progressivado sêmenovinodiluídoemáguadecoco e no leite,incubadasa 15QC. Avaliaçãoinvitroe invivodosêmendeovinos, caprinose humanosadicionadode IAA Cruz(1994)trabalhandocomsêmenovi- nodiluídoemáguadecocoeno1M econ- servadopor48horasa4°C,observoutaxas depariçãode42%para1M, 22%paraaágua decocoe0%parao leite,lactoseegemade ovo (Cruz, 1994). 122 Na espéciehumana,realizaram-seen- saiospreliminarescomsêmendeindivíduos oligospérmicos,incubadosà temperatura ambienteediluídoem1M ediluenteMene- zo,sendoobservadaamotilidade(velocidade retilíneadoespermatozóide)duranteumpe- ríodode20horas,emambososdiluentes.A açãodo1M namenordosagem,ouseja,fan- togramas(1019IM/rnl desêmen)foi signi- ficativamentesuperioremrelaçãoàs doses crescentesde1M e,ainda,emcomparação como diluenteMenezo. Na Índia,foramisoladaseidentificadas, naáguadecoco,assubstânciaspromotoras docrescimentorevelandováriascitocininas endógenase,ainda,traçosdezeatinaeribo- sídeo.O endospermalíquido,concomitan- temente,mostroua presençade 1M e de duasgiberelinas. Dix& VanStanden(1982)identificaram naáguadecocoassubstâncias"giberielin- like",queconstituemastermolábeis,"asamá- naseascitocininas,fatoresativosqueserela- cionamcomfatoresestabilizadoresdecalor, já queosníveisdecitocininasconhecidase presentesnaáguadecoco,sãoelevados. A comparaçãoda motilidadeindividual progressivados espermatozóidescaprinos diluídosemáguadecocoin naturacomeste diluenteacrescidode 10ng/mldezeatinae comO,OSng/mlde1M, evidencioumelhor comportamentocomaadiçãode1M (Tabela 7.5).No queserefereaocomportamentoin vivodo 1M, a melhorfertilidadedo sêmen semprefoialcançadacomasmenoresdoses. Tabela7.5. Motilidadeindividualprogressivadosêmendecoprinosdiluído emáguadecocoinnaturaeacrescidadezeatinae1M. Tempode incubação (minutos) 5 30 60 90 120 Diluenteáguodecoco(motilidade- média:t DP) innatura1OngdeZeatina/ml0,05ngdeIM/ml 45.7:t19,832,8:t12,7 23,6:t24,5 42,8:t21,130,°:t16,0 60,°:t25,0 35.7:t12,9 27,1:t8,08 54,3:t23,0 40,°:t13,027,1:t11,7 47,1:t21,8 37,8:t19,2 25,°:t14,2 35,8:t15,7 Fonte:Salles,1989. Tempodeincubação Águodecoco Leite (horas) (%sptzmóveis) (%sptzmóveis) -motilidade- -motilidade- 2 85-4,5 80-4,5 4 80-4,5 70-4,0 6 70-4,0 60-3,5 8 60-4,0 50-3,0 24 50-3,0 3°-2,0 Fonte:Nunes,1998. Diantedosresultadosalcançados,pode- seconcluirqueaáguadecocoinnatura,des- dequecorrigidosaosmolaridadeeopH para o sêmenda espécierespectiva,constitui-se emumdiluenteeficiente,comumarelação custo-benefíciofavorávelaosprogramasde inseminaçãoartificial.Alémdisso,a fração ativadaáguadecococontendoasubstância IAA apresentaefeitopotencializador,incre- mentandoamotilidadein vitrodeesperma- tozóidesdecaprinos,ovinose suínos,com correlaçõespositivassobrea fertilidadedos rebanhosdasreferidasespécies. ConsideraçõesFinais A seleçãodereprodutorescaprinospo- derácontribuircomaelevaçãodastaxasde crescimentodeanimaisjovensecomame- lhoriadaeficiênciareprodutivaedomaterial genéticodosrebanhos,umavezque,além decontribuircommetadedo patrimônio genéticoparaa progênie,aindasepode aplicarnelesumapressãodeseleçãomaior doquenasfêmeas. A identificaçãodaidadeemqueseinicia apuberdade,nomachocaprino,permiteao produtoradotartécnicasdemanejoreprodu- tivo,noquedizrespeitoàcastração,àépoca daseparaçãodosanimaisporsexoeàsele-çãoprecocedeanimaisdestinadosàrepro- dução,contribuindoparareduzirointervalo entregeraçõeseconseqüentementepermi- tindoomelhoramentogenéticomaisrápido dorebanho. Umaavaliaçãodamorfologiadostestícu- los,incluindoasmedidasdecircunferência escrotal,permiteaoscriadoresaescolhade melhoresanimaisjovensdestinadosàrepro- dução,devidoà altacorrelaçãoentreessas característicascomaproduçãototaldesê- meneo desempenhoreprodutivo. Váriossãoospesquisadoresquetêmcon- centradoseusestudosnodesenvolvimentode técnicasquepermitamamáximaexploração do potencialreprodutivodeanimaisdealto padrãogenético.A sincronizaçãodoestro,a inseminaçãoartificial(comautilizaçãodesê- menfresco,resfriadooucongelado)eatrans- ferênciadeembriões,sãoexemplosdebiotéc- nicasjáutilizadasemnívelprático.Outraste- rãosuaaplicabilidadenofuturo,comoéoca- so dafecundação"in vitro",dasexagem,da clonagemedatransferênciadegenes.A bio- técnicadeisolamento,criopreservaçãoeculti- vodefolículosovarianospré-antrais(FOPA), recentementedesenvolvida,eatecnologiade beneficiamentodosêmendiluídoemáguade coco,tambémpoderãocontribuirdemaneira significativaparaaconservaçãoemultiplica- çãodeanimaisdealtalinhagem,bemcomo aquelesemviadeextinção. O usodediluentespobresemfosfolipí- diospodecontribuirparaabiotecnologiade criopreservaçãodo espermacaprino,supri- mindoosprocessosdelavagenspelosquaiso sêmendeverápassarantesdeserdiluídonos diluentesconvencionais. 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Postnatalgrowthand histologicaldevelopmentofreproductiveor- gansinthemalegoat.AmJ Anat,v.95,pA01- 432,1954. 125 Capítulo 8 Transferênciae Criopreservação de EmbriõesBovinosHorst-DieterReichenbach,MarcosAntônio Lemos de Oliveira, Paulo Fernandesde Lima,Antônio Santanados SantosFilho, Joaquim Corrêa de Oliveira Andrade Introdução A transferênciadeembriões(TE) éuma biotécnicaquepermiterecolherembriõesde umafêmeadoadorae transferi-Iosparafê- measreceptorascomafinalidadedecomple- taremoperíododegestação.Apesardospro- cedimentossofisticadosnecessáriosparasua implementação,aTE éumabiotécnicamun- dialmentedifundida.Suaimportânciabásica paraaproduçãoanimalconsistenapossibili- dadedeumafêmeaproduzirumnúmerode descendentesmuitosuperiorao queseria possívelobterfisiologicamentedurantesua vidareprodutiva.Alémdeequacionarproble- masrelativosaquestõesdeordemgenéticae sanitária,contribuiparaampliaros conhe- cimentosdefisiologia,patologiaeendocri- nologiadecorrentesda relaçãoentreem- brião,orgãosgenitaisinternosesistemaner- vosocentral. A TE forneceabasetécnicaparaviabilizar a implementaçãodebiotécnicasafins,como aproduçãodeclonesedeanimaistransgêni- cosoParao melhoramentozootécnico,elaé um importanteinstrumentoporqueacelera econferemaiorprecisãonoprocessodese- leçãoanimal.Alémdisso,aTE podeserem- pregadaparaobterdescendentesdeanimais comdistúrbiosreprodutivosadquiridossem caracterizaçãogenética,impedindo,emalguns casos,o descarteprecocedefêmeasgene- ticamentesuperiores. Estecapítulotempor objetivoprincipal apresentarosdiferentesmétodose técnicas empregadasnaTE debovinosdeformapor- menorizadaedeabordar,paramelhorcom- preensãodoconteúdotemático,assuntosre- lativosà fisiologiae ao controlebiotécnico docicloestraledaovulação,bemcomocon- cernentesaosprocessosdefecundaçãoede desenvolvimentoembrionário.Ao término destecapítuloecomtodososassuntosdiscu- tidos,espera-seter repassadoinformações atualizadasquepermitamo leitoradquirir nãosomenteos conhecimentosespecíficos daTE embovinos,masdeterproporcionado umavisãotécnicaconsistentesobreopoten- cialdeutilizaçãodestabiotécnicaemprolda melhoriadosrebanhos,especialmentequan- doutilizadaemconjuntocomasbiotécnicas afinsaquiapresentadas. Histórico A idéiadefazerumafêmeaconceberum embriãocolhidodeoutradamesmaespécie ébastanteantigaeoscoelhosforamosani- 127 maisselecionadosporHeape(1890)pararea- lizaraprimeiratransferência.Naespéciebovi- na,aprimeiraTE foi realizadaaindaname- tadedoúltimoséculoporWilletetalo(1951). Emtermoscomerciais,aTE embovinos teveinícionosEstadosUnidosdaAmérica duranteadécadade70.Nessaépoca,osem- briõesaindaeramcolhidosatravésdelaparo- tomiamedianasobanestesiageralinalatória, fatoquelimitavaadifusãodessabiotécnica. Aindanametadedosanos70enabuscade alcançarresultadossemelhantesaosobtidos como métodocirúrgico,técnicosdevários laboratóriosdesenvolveramométododeco- lheitanão cirúrgica,masapesardisso, a transferênciacontinuavasendorealizada atravésdalaparotomiadoflancosobaneste- sialocal.Comonessamesmadécada,outros pesquisadoresviabilizarama colheitae a transferênciaunicamenteporviatranscervi- cal,essemétodonãocirúrgicotornou-seum marconahistóriadaTE embovinosdevido asuaexeqüibilidadetersidobastantesimpli- ficada,fatoquedinamizouacomercialização deembriões. A criaçãodaSociedadeInternacionalde Transferênciade Embriões(IETS) no ano de 1974,emDenver-Colorado/EUA,pro- porcionougrandedifusãodessabiotécnica embovinos,especialmenteapartirde 1978 como lançamentodosanaisda IETS que permitiumaiordivulgaçãoeacessodasino- vaçõestecnológicasemoutroscontinentes. A necessidadedemelhoraproveitaraca- pacidadeprodutivadeanimaisgeneticamente superioresmotivouospesquisadoresadesen- volveremmétodosparasuperovularfêmeas buscandoobterumelevadonúmerodeem- briõesemummesmocicloestral.Esseméto- dopermiteumaproveitamentomaisracional do potencialdeumafêmeaproduzirmuito maisdescendentesdoqueseriapossívelatra- vésdosprocessosfisiológicosdereprodução. Comoo númerodefêmeasreceptorasnem 128 sempreeracompatívelcomaquantidadede embriõesdisponíveisparatransferência,criou- seaexpectativadeseconservarosembriões excedentesparamaximizaraeficiênciadessa biotécnica,fatoquemotivouo nascimento do primeiroprodutooriginadode embrião congelado,segundorelatode Wilmut & Rowson(1973). No Brasil,aprimeiratentativadesetrans- ferirembriõesbovinosdatadoanode1977, quandoumconvênioexistenteentrea Uni- versidadeFederaldeSantaMariaeaEscola de MedicinaVeterináriade Hannoverpro- porcionouavindadoProfessorJ.Hahn,en- tãoresponsávelpelostrabalhosdeTE naClí- nicadeGinecologiaeObstetríciadareferida escolaalemã.Todavia,somentea partirda décadade80équeessabiotécnicaembovi- nosfoirealmentedifundida.O marcoimpor- tantenoBrasilfoiacriação,em1985,daSo- ciedadeBrasileiradeTransferênciadeEm- briões,atualmentedenominadade Socie- dadeBrasileiradeTecnologiade Embriões (SBTE), quevemproporcionado,aolongo dosanos,eventostécnico-científicosvisando respaldarosprofissionaisdaárea. Bases Fisiológicas da Transferência de Embriões AspectosFisiológicosdo ciclo Estral Na espéciebovina,aatividadesexualdas fêmeasteminício quandoalcançama pu- berdadeeatingemdesenvolvimentocorpo- ral correspondenteaospadrõesdaraça.Os bovinos,classificadoscomopoliéstricoscon- tínuosporexibirematividadesexualdurante todosos mesesdo ano, quandomantidos emcondiçõesambientaisadequadasapre- sentamcicloestralcomduraçãoaproxima- dade 21 dias,sendoconstituídodasfases deproestro(3dias),estrooufaseestrogêni- calproliferativa(:t 18horas),metaestro(2 a3dias)ediestroou faseluteínica/secretó- ria (:t 14dias). A fisiologiado cicloestralé complexae dependedaperfeitainteraçãoentreosistema nervosocentral(hipotálamoehipófise)eos órgãosgenitais(úteroeovários).O hipotála- mo,estruturalocalizadacentralmentenabase docérebro,possuiagrupamentosneuronais (núcleos)responsáveispelasecreçãodehor- môniospeptídicos,osquais,atravésdosaxô- ruosdosneurôniosoudosistemaporta-hipo- talâmico-hipofisáriosãocarreados,deforma pulsátil,atéahipófiseparacontrolaraativida- dedessaglândula.No casodoseventosrepro- dutivos,osfatoresliberadoresdegonadotro- finas(GnRH), ligam-seareceptoresespecífi- cosnosgonadotrofosdaadeno-hipófisepara darinícioasÚlteseealiberação,tambémpul- sátil,doshormôniosdenaturezaglicoprotéi- ca,denominadoshormôniofolículoestimu- lante(FSH) ehormônioluteinizante(LH). AlgunsfatoresintrÚlsecoseextrínsecosin- fluenciamnocontroledasecreçãodeGnRH. Intrinsecamente,oshormôniosesteróidesdo ováriosãoestrógenoeprogesterona,conhe- cidosporexerceremaçãodestacadanasÚltese dasneurosecreçõeshipotalâmicasedasgona- dotrofinasadeno-hipofisárias.A progesterona, queexerceefeitomoduladorsobreohipotála- mo,diminuia freqüênciadepulsodeGnRH atravésdo mecanismoderetroalimentação negativa,enquantoqueaaçãoestrogênicava- riadeacordocomaconcentraçãodeproges- terona.Duranteafaseluteínica,oestrógeno, emaçãosinérgicacomaprogesterona,depri- measecreçãodeGnRH, masduranteafase pré-ovulatóriados folículosovarianos,esse esteróide,pormeioderetroalimentaçãoposi- tiva,determinaoaumentodafreqüênciapul- sátildeGnRH e daondapré-ovulatóriade LH. Dentreosfatoresextrínsecosqueinter- feremnasÚltesedeGnRH, oestadonutricio- naldoanimal,atemperaturaambiente,o fo- toperíodoconformea regiãogeográfica,a épocado ano,o manejodo rebanho,situa- çõesdeestresse,oestímulodaamamentação emvacasdecorteeosferomôniosmasculi- nossãoosdemaiorimportância.A nutrição em conjuntocoma condiçãocorporalde- sempenhampapelrelevantena secreçãode GnRH e, por conseguinte,na fisiologiada reprodução.O estímulodaamamentaçãoem vacasdecorteresultanaproduçãodeopiói- des endógenosque inibema secreçãode GnRH pelosneurônioshipotalâmicos. A açãodoGnRH sobreaadeno-hipófise podesertambéminfluenciadapor hormô- nios específicosproduzidospelosfolículos ovarianos.Atéo presente,o hormôniomais interessanteé a inibinaque,seletivamente, suprimeasecreçãodeFSH seminterferirna deLH. Por outrolado,a ativinaestimulaa secreçãodeFSH eo balançoentreessesfa- torespodedeterminara taxadesecreçãode FSH.O LH, comoanteriormentecomenta- do,ésecretadodeformapulsátileafreqüên- ciadessespulsosé reguladapeloGnRH e, conseqüentemente,pelasecreçãodeproges- teronadurantea faseluteínica,pelobalanço energéticonegativoduranteo pós-partoe peloestímulodaamamentação.A liberação deFSH éreguladapeloestrógenoe inibina (videCapítulo3).Apesardasgonadotrofinas hipofisáriasatuaremdemodosinérgico,de- sempenhamfunçõesdiferenciadas.Enquan- too FSH temafunçãodeatuarsobreospe- quenosfolículosovarianosestimulandoode- senvolvimentoatéoestádiodefolículodomi- nante,o LH atuanofinaldamaturaçãodesse folículodominanteestimulandoaprodução de estrógenoe induzindoa ovulação,além deestimularasecreçãodeprogesteronapelo corpolúteo.No casodafêmeanãotersido naturalmenteouartificialmenteinseminada duranteo estro,o úteronãorecebeo sinal trofoblásticodo embriãoe emdecorrência de ser estimuladopelaocitocinasecretada pelocorpolúteo,liberaaprostaglandinaque promoveráalisedessecorpolúteo,porvolta do 17°ou 18°diadociclo,permitindoaocor- rênciadeum novocicloestral. 129 Superovulação Logo apóso nascimento,os ováriosde umafêmeabovinacontêmmilharesdefolícu- los,entretanto,muitopoucosdesenvolvem, maturameovulamduranteavidareprodutiva. Osdemaispermanecememumpoolnoesta- dodelemrgiae,porummecanismoaindades- conhecido,sãorecrutadosem grupospara iniciaro desenvolvimento.Do grupodefolí- culosqueiniciamaemergênciadaonda,um delesé selecionado,torna-sedominantee continuadesenvolvendo,enquantoosoutros regridemetornam-seatrésicos.Picosnacon- centraçãodeFSH coincidemcomaemergên- ciadaondafolicular,enquantoqueomomen- todadivergênciadataxadecrescimentodos folículosdominantesesubordinadosencon- tra-serelacionadocomodecréscimodacon- centraçãodessehormôniogonadotrófico. Nos bovinos,o desenvolvimentofolicular apresentaa particularidadede, na maioria dosanimais,consistirdeduasoudetrêson- dasde crescimento,(SantosFilho et aI., 2001),sendocada ondaformadaporum grupodefolículoscomdiâmetromaiorou iguala4 mm.Ressalta-sequeaemergência daterceiraondafolicularestáassociadacom umafaseluteínicamaisprolongada. O aproveitamentomaisracionaldesses folículosquesetornariamatrésicospodeser obtidoatravésdasuperovulação.A superovu- laçãopodeserdefinida,portanto,comoum métododeestimulardiversosfolículosterciá- riosdesenvolverematéo estádiodepré-ovu- lação,comsubseqüenteovulação.O trata- mentosuperovulatórioobjetivasupriradefi- ciênciadaconcentraçãode FSH antesque o folículodominantepromovaa reduçãoda concentraçãoendógenadessagonadotrofi- na. Dessemodo,os efeitosda dominância folicularsãoneutralizados,adivergênciaim- pedidae o desenvolvimentosimultâneode váriosfolículoscomcaracterísticasfisiológi- cassemelhantesdaquelesselecionadospara ovularem,torna-sepossível.O processode 130 seleçãodofolículodominantenãoestátotal- menteesclarecido,entretanto,sabe-sequeo desenvolvimentodessetipodefolículoinibe o crescimentodossubordinadosdeformas passivaeativa.A inibiçãopassivaocorreatra- vésdadiminuiçãodaconcentraçãodeFSH atéalcançarvaloresincompatíveiscomama- nutençãodosfolículossubordinadoseaativa pormeiodasecreçãodesubstânciascapazes dediminuira sensibilidadedessesfolículos àaçãodasgonadotrofinas.O recrutamento defolículosemrespostaaotratamentosupe- rovulatórioapósaremoçãodofolículodomi- nante,evidenciaqueapresençadessesfoncu- los inibea respostaao FSH exógeno(para maioresdetalhesvideCapítulo3). Emboraexistamalternativasdeutilização degonadotrofinasquepromovemasupero- vulação(gonadotrofinacoriônicaeqüina- eCG,gonadotrofmadamenopausahumana- hMG eFSH), aaltavariabilidadederesposta àsuperovulaçãodecorrentedediversosfato- res,imprecisãonograudesincroniaovaria- na,atividadebiológicaedosedagonadotrofi- nautilizada,idadeeraçada doadora,além defatoresindividuais,éumaspectoquein- terfereelimitaaeficiênciadaTE naespécie bovina.Porisso,outrosfatoresquetambém exerceminfluênciasobreaTE devemsercui- dadosamentecontrolados.É importantefri- sarqueasuperovulaçãodeveseriniciadano momentodaemergênciada ondafolicular, sejaespontâneaouinduzida,porqueanimais comfolículossensíveisaaçãodoFSH, nor- malmenteapresentammaiorcapacidadede produzirembriões.Issoéexplicadoemfun- çãodequenesseperíodo,apresençadeum folículodominanteinfluenciarianegativamen- tesobreasuperovulação.Outraconsideração importanteequemerecedestaqueéquedu- rantea superovulaçãoocorreumamudança bruscado perfil hormonaldas doadoras. Observa-seumaelevaçãodaconcentraçãode hormônioestrogênicoresponsável,provavel- mente,pelapresençadefolículosanovulató- riosepeloaumentodahipermotilidadedotra- togenitalqueaceleraotransportedasestrutu- rasembrionáriasparaoambienteuterino,fato quecomprometea qualidadedosembriões. Oscomentáriossobreosprotocolosdesupe- rovulaçãoestãocontidosno itemtratamento hormonaldasdoadorase receptoras. Fecundaçãoe DesenvolvimentoEmbrionário Nestecapítulo,asetapasqueresultamna fecundaçãodosgametasserãocomentadasde modosuperficial,tendoemvistaquenoCa- pítulo10 foi assuntodetalhadamenteabor- dado.Os espermatozóidesaoseremdeposi- tadosnotratogenitaldasfêmeasbovinas,se- jamnavaginaapósamontanaturalounoú- tero(nacérvice,nocorpoounocornouteri- no)depoisdaIA, necessitamsertransporta- dosatéoterçosuperiordooviduto,maispre- cisamentenaampola,parainteragircomos oócitosliberadosdosfolículosovarianos.Além disso,necessitamdeumprévioperíodopara quemodificaçõesbioquímicase estruturais lhesconfiramhabilidadede fecundar(ca- pacitaçãoespermática)osgametasfemininos. A capacitaçãoespermática,processode ativaçãoenzimáticaquetornaosespermato- zóidescapazesdesofrerreaçãoacrossômi- ca,nãoé espécie-específicoporqueoócitos de umaespéciepodemserfecundadosem outra.A capacitaçãoconsistenaremoçãode substânciasabsorvidasou incorporadasà membranaplasmáticado espermatozóide contidasnoplasmaseminal(proteínasegli- coproteínas,bemcomoespermina),no au- mentogradualdaentradadecálcioparain- crementara atividadeflagelar(importante parao transporteespermáticodo istmoaté ampolado ovidutoe paraa penetraçãodo espermatozóidenazonapelúcida-ZP)e na reaçãoacrossômicaqueocorreapósoesper- matozóideentraremcontatocomaZP. Em conseqüênciadasmodificaçõesque os espermatozóidesexperimentamno trato genitaldafêmeabovina,a deposiçãodo sê- menanteriormenteaoeventodaovulaçãoé defundamentalimportânciaparaosíndices defecundaçãoseremmaximizados.Conside- randoqueosespermatozóides,aocontrário dosoócitos(20a24horas),preservamaca- pacidadefecundantenotratogenitalfeminino porperíodomaislongo(24a48horas),que asfêmeasovulam10a 12horasapósotérmi- nodoestro(fasedemetaestro)equeosoóci- tos,naetapademetáfase11,devemserfecun- dadosapós6horasdaovulação,érecomen- dadoqueainseminação(naturalouartificial) sejarealizadaantesdaovulaçãoparaqueos espermatozóidescompletemo processoda capacitaçãoantesdachegadadooócito. Ao alcançaremooócitonaampoladoovi- duto,osespermatozóidesencontramacoro- naradiataea ZP quesãobarreirascapazes deimpedirapenetraçãonooócito.Nessemo- mento,váriosespermatozóidescircundama coronaradiatana tentativadepenetrarno oócito e essapressãoestimulaa fusãoda membranaplasmáticacoma membranaex- ternadoacrossoma.Nospontosdefusãodas membranassurgemorifíciosporondesãoli- beradasasenzimasdo acrossomaresponsá- veispelapenetraçãodoespermatozóide.O co- nhecimentoatualsugerequeasenzimascon- tidasnoacrossomaou aderidasàsuamem- branaatuamsinergicamenteduranteapene- traçãonooócito,bemcomoapontaahipera- tivaçãoespermáticacomofundamentalnesse processo.ApósafUturadaZP eapenetração doespermatozóide,elaéprontamenteresta- belecida,impedindoapolispermia. No espaçoperivitelino,afusãodoesper- matozóidecoma membranaplasmáticado oócitoresultanasuaativaçãoparareiniciar ameioseeliberaro segundocorpúsculopo- lar.A partirdessemomento,ooócitofecun- dadoédenominadodezigotoqueémorfolo- gicamentecaracterizadopelaspresençasdos pronúcleosmasculinoefeminino,sendoo fe- mininoformadoaotérminodamaturaçãonu-cleareomasculinoresultantedadesconden- 131 saçãodo espermatozóide.Essespronúcleos sãohaplóidesporpossuíremmetadedoscro- mossomospresentesnasfuturascélulasdi- plóidesdoembrião.Na etapafinaldafecun- dação,ocorreaproximaçãodospronúcleos, desintegraçãodasmembranasnuclearese combinaçãodoscromossomos,eventoconhe- cidoporsingamia.Em seguida,têminícioas divisõesmitóticas(clivagem)comconseqüen- tedesenvolvimentoembrionário,ressaltando- sequetodasascélulasembrionáriassãodi- plóides,denominadasdeblastômeros. As clivagenscelularessão síncronase obedecemaplanospré-estabelecidos,detal modoqueapóso términodecadaclivagem ocorreumaduplicaçãodonúmerodeblastô- meros.Todavia,durantea primeirasemana dodesenvolvimentonãoocorreaumentodo diâmetroembrionário,umavezqueovolume dosblastômerosdiminui,praticamentepela metadeapósasclivagense,aomesmotem- po,ocorreaumentogradualdaforçadecoe- sãointercelular.Até o estádioembrionário de16células,essaforçadecoesãoaindanão é intensa,permitindoumaboa separação mecânicadecadablastômeroemexperimen- toscomembriõesnessafasededesenvolvi- mento.Nas próximasclivagens,a forçade coesãointercelular,poraumentarsignificati- vamente,contribuiparao processodecom- pactaçãoembrionáriacom a conseqüente formaçãodamórulainicial.Esseestádioem- brionárioé constituídode 13a maisde32 blastômeros,sendonecessários4 a 5 dias parasuaformação.À medidaqueocorrem divisõescelularessubseqüentes,a coesão intercelularéintensificada,tomandoamassa celularaindamaiscompactaparaoriginaro estádiodemórulacompacta.Nestafasede desenvolvimentodo embrião,o isolamento mecânicodosblastômerostoma-seextrema- mentedifícilemdecorrênciadaintensaforça decoesãointercelular. Coma contínuadivisãoeespecialização dascélulasdamórulacompactada,temori- 132 gemoblastocistoinicial,oqualéconstituído por doistiposcelularesdistintos.As células poliédricasdoembrioblastosãoresponsáveis pelaformaçãodo futuro feto e as células extremamenteplanasdotrofoblastoorigina- rãoapartefetaldaplacentadaespéciebovi- na.Outracaracterísticaimportantedoblas- tocistoinicialéa formaçãogradualdeuma cavidadedenominadade blastocele.O de- senvolvimentodessablastoceleemconjunto comaproliferaçãodosblastômerosdetermi- namo aumentodo diâmetroembrionárioe a diminuiçãodo espaçoperivitelino.Como conseqüênciadesuaexpansãoedevidoasua elasticidade,a ZP toma-sedelgadae sofre aumentodatensãosuperficial,culminando como seurompimentoeeclosãodamassa celularembrionária.Nesseestádiodedesen- volvimento,oembriãoédenominadoinicial- mentedeblastocistoemeclosãoeaoserlibe- radoda ZP rompidapassaa ser chamado deblastocistoeclodido.A expansãoeaeclo- são embrionáriapermitemuma avaliação morfológicasimplesdavitalidadeedaviabi- lidadedeembriõesemcultivo.Todavia,devi- doàproteçãomecânicaebiológicaoferecida pelaZP intacta,recomenda-se,paraarotina daTE embovinos,autilizaçãodeembriões emestádiosqueantecedama eclosãoem- brionária.Apósaeclosão,oembriãoemcres- cimentocontínuoédenominadoblastocisto eclodido/expandido,oqualinicialmentepos- suiumaformaesféricaepor aumentarseu tamanhoem direçãolongitudinal,assume umaformatubular,processoesseresultante damultiplicaçãodascélulasdo trofoblasto. Nessemomentopode-se,comcertafacilida- de, observára massacompactae bemcir- cunscritadeembrioblastosqueselocalizam, aproximadamente,nocentrodotubotrofo- blástico.As principaiscaracterísticasdode- senvolvimentoembrionárioencontram-se resumidosnatabela8.1ena figura8.1. Código2 2-células (dia2) Código2 4-células (dia3) Código3 Mórulainicial (dia5- 6) Código4 Mórula (dia6) Código6 Blastocisto (dia7- 8) Código8 Blastocisto eclodido (dia9) Código7 Blastocisto expandido (dia8- 9) Pró-núcleos espermatozóide Código5 Blastocistoinicial (dia7) Código9 Blastocistoeclodidol expandido (dia9- 10) Figura 8.1. Representaçãoesquemáticadosestádiosdedesenvolvimentoembrionárioembovinos,considerando-seos códigos recomendados pela IETS (1998) 133 Definições Transferênciade Embriões O termoTE englobao conjuntodeativi- dadesnecessáriasparaaretiradadeembriões do úterodefêmeasdoadorase a posterior deposiçãodessesembriõesno úterodefê- measdenominadasreceptoras(Figura8.2). Principais etapasdaTE embovinos: . Seleçãozootécnicadasdoadoraseava- liaçãoclínico-ginecológicadasdoadoras e dasreceptoras; 134 . Tratamentohormonalparasuperovular asdoadorasesincronizaro cicloestral dasdoadorase dasreceptoras; . Observaçãodoestrodasdoadorase das receptorasquantoaregularidadee in- tensidade; . IA dasdoadoras; . Colheitae tratamentodosembriões; Define-setratamentodeembriõescomo sendoqualquertipodemanipulaçãoexecuta- danoestádioinicialdodesenvolvimentoem- Tabela8.1.Principaiscaracterísticasmorfológicasdeembriõesbovinos. Estádio Códigoda Númerode Diâmetro IETS células (mm) CaracterísTIcasprincipais Oócito 1 1 0,14-0,17 Esférico. Restos de célulos do granuloso podem estar presentes. ligoto 1 0,14-0,17 Esférico,semelhantea umoócitonamicroscopiacomum,alémdeapresentar ospronúcleoseoscorpúsculospolares. 2a12células 2 2-12 0,14-0,17 Blastâmerosesféricasouovais.Aforçodecoesãoe oscontatosintercelulo- ressãofracos,masapresentamexcelentevisuolizaçõodecadablastâmero. Mórulo Estádiodecompactaçãogradual.Nodecorrerdodesenvolvimento,o forço decoesãoe oscontatosintercelularesvãosendointensificados. Móruloinicial 3 13:t-32 0,14-0,17 Iníciodacompoctoção.Blostômerosarredondados,boovisuolizoçãode cadoblostômero. MórulaCompacta 4 32:t64 0,14-0,17 Términodacompadação.Aforçadecaesõoeoscontatosintercelulares sãobemintensos,apresentamboavisuolizoçõodosblostômeros periféricos,osuperfíciedomossaembrionáriaapresentoelevoções convexas,típicose semelhantesàsdeumaamora. Blostocisto Diferenciaçãocelularemembrioblastosetrofoblastas.Formaçãoda blastocele.Volumevariável.Atenção:devidoaumadiminuição passageirodovolumedoblostocele,osblostocistospodemestar temporariamentecolabados. BlastocistoInicial 5 64:t130 0,14-0,17 Semelhonieomórulo,todavia,compequenoblostocele,geralmente excêntricaecomformatoachatado.Espaçoperivitelinopresente. Blastocisto 6 130:t 200 0,14-0,17 BlastoceleníTIda,espaçoperivitelinopresente.Embrioblastofacilmente identificável. BlostocistoExpandido 7 +200 0,18-0,22 BlastoceleníTIdo,espaçoperiveTIlinonãomaisvisível.Embrioblostoescuro edefácilidenTIficação.TrafoblostosniTIdamenteachatados. BlastacistaEclodido 8 +200:t800 0,18-0,22 Farmoesférica.AusênciodoZP(rompida).Embrioblastoetrofoblastos níTIdos.Blastocelepossuiumgrandevolume. Blostocisto 9 +200:t800 0,20-0,80 Fonmatubulor.Ausênciodozr Fácildiferenciaçãomorfológicadoscélulas EclodidojExpandido comummicroscópio.Massocompactadeembrioblostos,bemníTIdano centrodotubotrofoblástico. DiaO o o o Dia 11 Dia 14 Dia 16 DiaO o o o Dia 7 - v.t VI Doadora Transferênciadeembriões [Jk".~""'. "'C""" ..;.i...~"L'...,:ccL.L;::;;~'0'~j;,.~;...,11[j]I ~ Estro ( , I I~ Sincronização de cio " . { , Aplicação única de PMSG Superovulação ; ou 8 aplicações de FSH Luteólise de manhãe de tarde (ProstaglandinaFa) . emintervalosde12horas ~~~~inaçãoartificial ~0T\ (2-3inseminações emintervalosde8-12horas) Colheita e transferêncian dos embriões IL\-' Figuro 8.2. Principaisetapas do TE em bovinos. Receptaras ((~ ~if I::",'.~~:::JZJ~ ~~ W ((~ ~~ ~~~ brionárionoexteriordoorganismomaterno necessáriaparaodesenvolvimentonolabora- tório(desenvolvimentoinvitro). Principaistratamentosembrionários:.Avaliaçãodo desenvolvimentoedavita- lidadedosembriõesduranteo cultivo ouco-cultivoinvitro;.Preservaçãodosembriõestantoporpe- ríodoscurtosdecultivoquantoporperío- dosmaisprolongadosdepreservação, sejaporresfriamentoouporcongelação emnitrogêniolíquido (N2) a -196°C (criopreservação); . Todotipoderetiradadecélulasembrio- nárias,isoladasouemgrupos,tantopara diagnósticospré-implantativos(pré-de-terminaçãodosexo)quantoparaapro- duçãodeanimaisgeneticamenteidênti- cos,sejapelométododabipartiçãoem- brionária(clonagemporbipartição)ou pelométododatransferênciadenúcleos celulares(clonagemportransferênciade núcleosdecélulasembrionárias). .. Deposiçãodosembriõescolhidose tratadosno úterodasreceptorase .. Diagnósticodegestaçãonasreceptoras. Biotécnicas Afins da TE Denominam-sebiotécnicasrelacionadasà TE, astécnicasembiologiaereproduçãoani- malquesãoexecutadascomestruturasem- brionáriascolhidasde doadorasou obtidas atravésdabiotécnicadeproduçãoinvitroque envolveumoumaistratamentosembrionários eatransferênciadasmesmasparareceptoras objetivandoaobtençãodedescendentescom característicasgenéticasdesejadas. Define-secomoproduçãoinvitrodeem- briões,abiotécnicaqueproduzembriõesem condiçõesartificiais.Osoócitossãosubmeti- dosàmaturaçãoefecundaçãoeosembriões sãocultivadosatéestádiosdedesenvolvimen- toembrionáriopassíveisdetransferênciapa- raasreceptoras.A produçãoin vitrodeem- briõesé assuntotratadono Capítulo10. 136 As principaisbiotécnicasassociadasàTE debovinosencontram-seresumidasnafigura 8.3.A clonagemportransferênciadenúcleos, apunçãofoliculartransvaginal,aproduçãoin vitrodeembriõese a produçãodeanimais transgênicossãoassuntostratadosemcapítu- losespecíficos. Criopreservaçãode Embriões A criopreservaçãode embriõesé uma técnicadeconservaçãoemN2 quepropicia aviabilidadedosembriõesporlongoperíodo. O termocongelaçãoéadotadoparaastécni- casondeocorrecristalização(formaçãode cristaisde gelo)parcialou totaldosmeios decriopreservação.Poroutrolado,o termo vitrificaçãoéempregadoparaastécnicasem queosmeiosdecriopreservaçãosofremuma passagemdiretado estadolíquidoparaum estadovitrificadoe amorfo,semquehaja umacristalizaçãodomeio.Essapossibilidade édecorrentedassoluçõescrioprotetorasse- remdealtograudeviscosidadeedarápida velocidadedecongelaçãoporimersãodireta dessassoluçõesnoN2,apartirdatemperatu- ra ambiente. Principaisetapasda criopreservaçãode embriõesbovinossão: .. Seleçãomorfológicadosembriõesvisan- do identificaraquelesque,potencial- mente,deverãosobreviveraosprocessos de congelaçãoou devitrificaçãoe de descongelação; ..Adiçãodoscrioprotetores,envasamen- todosembriõesemrecipientesadequa- dos,geralmentepalhetas,eanotaçãodos dadosreferentesaoembriãosobreasu- perfíciedapalhetaou sobrea peçaou pontadeplásticoqueobliteraapalheta hermeticamente; .. Exposiçãodessaspalhetasàscurvasde congelaçãoparaumadiminuiçãogra- dualdatemperaturaouquedaimediata datemperaturanoprocessodevitrifica- ção.As curvasdecongelaçãopodem serobtidascomequipamentoapropria- do,geralmenteaparelhosdecongelação computadorizadosquepermitemcon- tro1arareduçãodatemperatura.Avitri- ficaçãoocorreporimersãodiretadas palhetasnoN2semnecessidadedecon- troledatemperatura; . Imersãodaspalhetascontendoosem- briõesnoN2aofinaldoperíododecon- gelaçãoprogramado.A temperaturano momentodaimersãodaspalhetasvaria geralmenteentre-28°C e-35°C e . Armazenamentodaspalhetasemraques pré-congeladas,dispostasembotijãode N2. Figura 8.3. TE e biotécnicasassociadas(modificadode NIEMANN & MEINECKE, 19931. Utilizaçãode Embriõesparao Diagnóstico Pré-Implantativo(DPI) O diagnósticopré-implantativo(DPI) é abiotécnicaquetornapossívelumaanálise genéticade célulasdeembriõesqueseen- contramnosestádiosiniciaisdodesenvolvi- mento,antesdasuatransferênciaeimplanta- çãonoúterodasreceptoras.Condiçãofun- damentalparaaexecuçãodoDPI éaretirada depelomenosumaou,preferencialmente,de algumascélulasdoembriãoduranteafasede cultivoin vitrocomauxíliodeequipamento demicromanipulação(Figura8.4).O exem- ploclássicodeDPI emembriõesbovinoséa análisedoscromossomassexuais,visandoa pré-determinaçãodosexoeaverificação,an- 137 , t ,Transferência+- de, Embriões , t Bipartiçãoi4....".....""..r;;."", embrionária t), Pipeta de Fixação doembrião1)Penetração BlastômeroPipeta-/ de~ '-- InJeçao 2)Retirada ~ " , - (, Figura 8.4. Equipamentonecessárioporao DPIemembriõesmostrandoa retiradade umblastõmeroatravésda ZP com auxílio de pipetasde vidro (esquemático). tesdatransferênciaparareceptoras,seoem- briãoéportadordealgumaanomaliagenéti- caou deaberraçõescromossômica. Principaisetapasdo DPI: . Seleçãomorfológicadosembriõesvi- sandoidentificaraquelesque,poten- cialmente,sobreviverãoaoprocessode retiradadealgumasdesuascélulas; . Fixaçãodoembriãoeretiradamecânica dascélulassobummicroscópiocomau- xI1iodeeq~ipamentodemicromanipu- laçãoe . Análisedascélulasobtidas(entreo pe- ríododeretiradadascélulaseobtenção dosresultadoslaboratoriais,osembriões permanecememcultivoinvitro)emde- corrênciadequesomenteos embriões livresdeanomaliasou comascaracte- rísticasgenéticasdesejadasserãoposte- riormentetransferidosparareceptoras. 138 Bipartiçõo de Embriões A bipartiçãodeembriõesé abiotécnica atravésdaqual,comequipamentodemicro- manipulaçãoapropriado,umembriãoemes- tádioinicialdedesenvolvimentoémecanica- mentedividido,preferencialmente,emduas partespraticamenteiguais.Abipartiçãoem- brionáriaéaformamaissimplesparaprodu- zirdonesanimais(Figura8.5). Denomina-sedone,umconjuntodein- divíduosgeneticamenteiguais.O menor donepossívelécompostodedoisgêmeos idênticos.Essesgêmeospodemocorrerna naturezadeformaespontâneaou serem produzidosemlaboratóriocomauxI1iodas técnicasdabipartiçãodeembriõesouainda atravésdatransferênciadenúcleoscelula- res,quepermiteaproduçãodedonescom ummaiornúmerodeindivíduosidênticos (videCapítulo13). ~/ - Biparti2ãi~ . ".. " ,.,. , .,." . .., ' , ' "e~'L-.. " Metadesembrionárias [; Figura8.5. Bipartiçãoembrionária(esquemático)e umgrupo de paresde gêmeos idênticosobtidosapós a bipartição de embriõesadquiridos de uma única colheita de uma doadora da raça Fleckvieh Principaisetapasdatécnicadebipartição embrionária: . Seleçãomorfológicadosembriõesvi- sandoidentificaraquelesque,poten- cialmente,sobreviverãoaoprocessode bipartição; . Fixaçãodoembriãoebipartiçãosobmi- croscópiocomauxíliodeequipamento demicromanipulaçãoe . Transferênciaimediatadasmetades embrionáriasparareceptoraspodendo- se,antesdatransferência,recolocarca- dametadeembrionárianointeriordaZP comafmalidadedefornecerumamaior proteçãomecânicaàsmetadesembrio- nárias.Alémdissoedispondodeboas condiçõeslaboratoriais,pode-se,opta- tivamente,cultivarin vitroas metades obtidasporalgumashorasobjetivando uma melhoravaliaçãoda viabilidade embrionáriaantesdatransferência. Importância da Transferência de Embriões A TE ofereceumasériedevantagenspara aseleçãozootécnicacomconseqüentereflexo sobreaproduçãoanimal,existindo,porisso, umasériedeaplicaçõesdeimportânciazoo- técnica,biotécnicaecomercial(Figura8.6). Controleda Transmissãode Doenças Infecto-Contagiosas A TE permiteaintroduçãodematerialge- néticonosplantéisdealtovalorzootécnicoe comercialsemoferecermaiorriscodeconta- minaçãodorebanhoporenfermidadesinfec- to-contagiosas,quandocomparadacomoris- co impostopelaaquisiçãode animais.Do pontodevistadobemestaranimal,aadoção dessabiotécnicapossibilitadiminuiro trans- portedeanimais,evitandoquesejamexpos- tosa possíveissituaçõesdeestressedurante o seudeslocamentopor grandesdistâncias, 139 j)fJ;J f/fW:. I. Diagnóstico ~-. pré-implantativo(DPI),2.Cultivoinvitro, 3.Bipartiçãoembrionária paraa produçãode gêmeos J idênticos, ), Figura8.6 - Importânciazootécnica,biotécnicae comercialda TE. bemcomoqueessacondiçãodeestresseatue sobreo sistemaimunológicodos animais, tomando-osmaissusceptíveisaosefeitosdos agentesinfecciososqueestão,eventualmen- te,disseminadosnosrebanhosdedestino. Poroutrolado,asmedidaspreventivasde higiene (limpezae esterilização)com os equipamentos,com os meiosde cultivoe comassoluçõescrioprotetorasutilizadosno 140 manuseiodosembriõesdevemserrigorosa- menteimplementadas,conformerecomen-daçãodaIETS, paraevitaradisseminação dedoençasinfecciosasentrerebanhosou paísesatravésdaprópriaTE. No comércio comembriões,sejanacionalouinternacio- nal,somentedevemseradquiridosouven- didosembriõescomZP intactaemdecor- rênciadapossibilidadedessaestruturacon~ feririmunidadecontraamaioriadosagen- tesinfecciosos,viraisoubacterianos.É im- portanteressaltarqueosembriõesdevemser tratadosdeacordocomoprotocolodema- nuseiosanitáriodaIETS, noqualestáin- cluídotratamentodedescontaminaçãoda superfíciedaZP.ApesardessaZPservirtanto debarreiramecânicaquantofisiológica, sabe-sequealgunspatógenos,mesmonão penetrandoatravésdaZp,podemestarfir- mementeaderidosàsuasuperfícieexterna. Pararemoverou inativara maioriadesses agentespatógenos,osembriõessãoinicial- mentesubmetidosa diversaslavagensem meiodecultivo.Emseguida,osembriõessão tratadosemmeiocontendotripsina,haven- doanecessidadedelavagensposterioresem meiodeculturasemessaenzimavisandoa suaneutralização. A tripsinaéumaenzimaeficazparainati- var vírusenvelopados,comoos agentesda .rinotraqueíteinfecciosabovina,todavia,éde menoreficiêncianocontrolededoençascau- sadaspor vírusnãoenvelopados,comoos agentesdapestesuínaafricana(DNA vírus) edadoençavesiculardossuínos(RNAvírus). No manualdaIETS encontra-seumresumo dasprincipaisenfermidadesinfecciosaspara asquaisháum riscodetransmissãoatravés daTE. Essasenfermidades,classificadasem 4 categoriasdeinteresseparaa TE debovi- nos,encontram-senatabela8.2. Tabela 8.2. ClassificaçãodasdaençasinfectO1:ontagiasasde bavinasem categoriasconformeo riscode transmissãoatravésda TE (Manualda IET5, 3'edição,1998). Categoria Critérios de Classificoção Existe suficiente evidência que o risco de transmissão é desprezível, desde que a manipulação e o tratamento sanitório dos embriões sejam adequodos. 2 Existe evidêncio substancial que o risco de transmissão é desprezível, desde que a manipulaçõo e o tratamento sanitório dos embriões sejam adequados. Todavia, os dados disponíveis são ainda insuficientes poro uma conclusõo definitiva. Existe evidência preliminar que o risco de transmissão é desprezível, desde que a manipulação e o tratamento sonitório dos embriões sejam adequodos. Todavia, são necessáriosdados adicionais tanto invitroquantoinvivo para consubstanciar os resultadasexistentes. Enfermidades ou agentes infecciosossobre os quais foramrealizadosinvestigaçõespreliminaresou esses trabalhos estõo em andamento. 3 4 EnfermidadeouAgenteInfeccioso leucosebovinaenzoótico Febreaftoso Bluetongue(línguaazul) Brucellaabortus Rinotraqueíteinfecciosabovina Nãohánenhumaenfermidadeouagenteinfeccioso parabovinosnessacotegoria. Pestebovina Diarréio bovina a vírus Haemophilussomnus Ak.aoonevirus Estomatitevesicular Chlamydiapsittaci Ureaplosmo - Mycoplasma spp Enterovírus Herpesvírusbovino-4 Mycobacterium paratuberculosis Vírus da parainfluenza -3 Agente da encefalopatia Espongiforme bovina 141 Natentativadeimpediratransmissãode agentesinfecciosos,aIETS recomendalavar osembriõescomZP intacta,pelomenos,10 vezesantesde qualquerprocedimentode criopreservação,manipulaçãooudetransfe- rência.Duranteaslavagens,éimportanteve- rificarquecadabanhosubseqüentedeveper- mitirumfatordediluiçãodaordemde1:100 emrelaçãoaobanhoprecedente.Outrame- didapreventivarecomendadaéa adiçãode antibióticosdelargoespectroaosmeiosde colheita,cultivo,criopreservaçãoe transfe- rência.O sorosangüíneoutilizadonosmeios decultivodeveserprocedentederebanhos commanejosanitárioconhecidoou serad- quiridode laboratórioidôneo.Alémdisso, osequipamentoseinstrumentosnãodescar- táveis,utilizadosnoestábulodecolheitaeto- domaterialdelaboratóriodevemseradequa- damenteesterilizados. MelhoramentoZootécnicoe ProduçãoAnimal A TE éumabiotécnicadegrandepoten- cialparaaseleçãoeaproliferaçãodeanimais geneticamentesuperiores.Em bovinos,dos aproximadamente200.000oócitosprimários presentesnosováriosdeumafêmeanomo- mentodeseunascimento,muitopoucosirão, por viafisiológicae reprodutivanatural,re- sultarnumacr.ia,principalmentedevidoali- mitaçõesdecaráterbiológico(intervaloentre partosprolongado,gestaçãosimples,rara- mentegemelar),ambiental(enfermidadesdas articulações,doscascosedo úbere,alémde disfunçõesdo metabolismoe degenerações hepáticas)eeconômico(nívelequalidadeda produção). Nosrebanhosleiteiros,onúmerodedes- cendentesé muitopequenoemvirtudedo descarteprecocedeanimais.Na maioriados paíseseuropeussãoobtidos4a6descenden- tesporvacanossistemasintensivosdepro- duçãodeleite.O desenvolvimentodométo- dodesuperovulaçãoeoaprimoramentodas 142 técnicasde colheitae de transferênciatêm proporcionado,numperíodorelativamente curto(1 a 3 anos),significativoaumentoda relaçãofêmea/descendente.Existeapossibili- dadedonúmerodecriasporfêmeaser3a5 vezesmaiordoqueaverificadapormeioda reproduçãonatural,ressaltando-seque,emal- gunscasos,essarelaçãopodeseraté8vezes maior.É precisoregistrarqueanteriormente àTE, aúnicapossibilidadedeaumentarartifi- cialmenteonúmerodedescendenteserautili- zarosêmendeumreprodutorgeneticamente superioratravésdaIA.Apósodomíniodabio- técnicadeTE, a utilizaçãoracionalizadado potencialfemininoaumentouconsideravel- mentearelaçãofêmea/descendentenospro- gramasdemelhoramentoanimal. Alémdemaximizarautilizaçãodopoten- cialgenéticodasfêmeas,aTE possibilitauma reduçãodointervaloentregerações,redução essaquepodeserobtidaatravésdaprodução de, pelomenos,um descendentefeminino comembriõesdacolheitadenovilhasprove- nientesdeacasalamentosselecionados.Após umbomresultadodecolheitaetransferência, essasnovilhaspodemserinseminadasegerar asuaprópriacria.Atravésdoaumentodave- locidadedeseleção,atécnicapermitequede- terminadosobjetivosdosprogramasdeme- lhoramentoanimalsejamatingidoscommaior eficiência.A integraçãodaTE comprogramas convencionaisdemelhoramento,alémdepro- porcionartaxadereproduçãomaiselevada, permitequeosobjetivosdessesprogramasse- jamatingidoscommaiorvelocidade.Segundo Brem(1997),oaumentodoíndicereproduti- vodecorrentedaTE possibilita: . Seleçãomorfológicadosembriõesvi- sandoidentificaraquelesque,poten- cialmente,sobreviverãoaoprocessode bipartição;. Aceleraromelhoramentoanimalinten- sificandoaseleçãodasmãesdostouros utilizadosparaareprodução,tantoem rebanhosdeleitequantodecorte; . Aceleraro melhoramentoanimalem sistemasfechadosdecriação,tantopa- rarebanhosdeleitequantodecorte; . Aumentaraeficiênciaemprogramasde núcleosdemelhoramentoanimal; . Proliferarrapidamenteosanimaisde raçasexóticaseosanimaiscommuta- çõespositivasraras; . Aumentarataxadegêmeos; . Melhoraraspossibilidadesdeexecução dosprogramasdecruzamento,tantoem rebanhosdeleitequantodecorte; . Realizar,commaiorsegurançaerepre- sentatividade,ostestesdeprogêniecom asfêmeasemelhoraraavaliaçãozoo- técnicadedeterminadasfamíliasporin- termédiodetestescomirmãos; . Reduziro intervaloentregerações; . Maximizaradeterminaçãoeocontrole dosexo; . Calcularestimativamenteos efeitos maternos; . Simplificaraimportaçãoeexportação dematerialgenético; . Oferecercondiçõesbásicasenecessárias paraodesenvolvimentoeparaaexecu- çãodebiotécnicasassociadasàTE. Paraamaioriadasraçasdeleiteexistem programasconvencionaisdemelhoramento animal,nosquaisa IA éaúnicabiotécnica utilizada.Nessesprogramas,asIA ocorrem exclusivamentecomsêmendetourosprove- nientesdeacasalamentosplanejados,sendo quetodos,anteriormentealiberaçãodosê- menparausonaIA,sãosubmetidosaseleção emetapascomduraçãomédiade5a6anos. A associaçãoentreaIAeaTE podeacelerar aexecuçãodessesprogramasemelhorarsua eficiência,cujapossibilidadedeintensifica- çãoévariávelconformeosresultadosdeme- lhoramentoatéentãoobtidos.Quantomaior a eficiênciado programaconvencionalde melhoramento,menorseráa possibilidade dejustificaressaassociação,todavia,apesar doscustosadicionaisqueaTE proporciona, devidoseraindaumabiotécnicadispendiosa,suaintroduçãonessetipo deprogramade melhoramentoébenéficaemtermoseconô- micos.A principalvantagemzootécnicade aliarambasbiotécnicasconsistenapossibili- dadedereduzirsignificativamenteonúmero de matrizesparaprocriaremtouros,sendo necessárioparatal,obterummaiornúmero dedescentesparacadamãeselecionadacom auxíliodaTE. Esseprocedimento,alémde contribuirparaintensificaroprocessodese- leçãogenética,permitereduziro intervalo entregerações.Em programasdemelhora- mentoanimalquevisamaseleçãodetouros paraousonaIA,busca-seobter,dasmelho- resmatrizes,onascimentodemachosdeex- celentepotencialgenéticoporintermédiode acasalamentosselecionados.Todavia,apro- babilidadedessamatrizgerarummachopara o programaé semprede 50%.No casode nascerumafêmea,o retardoparaseuapro- veitamentono programaseriade,no míni- mo, 12meses,tempomédionecessáriopara queelavenhaparirmaisumavez.ComaTE, apossibilidadedeseobter,numcurtoespaço detempo,onascimentodeváriosmachosde umamatrizselecionadaémuitogrande.Por isso,éumatécnicadegrandeinteressepara programasdemelhoramentoanimalporper- mitirumadiminuiçãosignificativado inter- valoentregeraçõese,porconseguinte,acele- rar o processodeseleção. O melhoramentozootécnicoderaçaslei- teirasquepodeserimplementadoatravésde programasconvencionaisintroduzindoaTE, variade 5% a 19%.Pararaçasde corte,a taxademelhoramentopodeserdeaté33% eparaasdeaptidãomistavariaentre5%e 14%.Essescálculosforamefetuadospordi- ferentesautorescomo respaldodemodelos estatísticosexperimentais,sendoqueos re- sultadosvariam,principalmente,deacordo comosresultadosesperadosdacolheitaeda 143
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