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Direitos Sociais, Nacionalidade, Direitos Políticos e Partidos Políticos

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D. Constitucional p/PC-DF 
Profa. Nádia Carolina – Aula 02 
 
Profa. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 74 
AULA 02: Direitos Sociais. Nacionalidade. Direitos 
Políticos. Partidos Políticos. 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
1 – Direitos Sociais 1-21 
2 - Nacionalidade 22-32 
3 – Direitos Políticos 33-56 
4 – Partidos Políticos 57-62 
5 - Lista de questões 63-71 
6 - Gabarito 72-74 
Direitos Sociais 
I. As Gerações dos Direitos e Garantias Fundamentais 
Iniciaremos nossos comentários com a classificação dos direitos e 
garantias fundamentais. Esses direitos, segundo a doutrina, se dividem em: 
 Direitos de primeira geração: relacionam-se com a liberdade, visando à 
proteção dos indivíduos perante o Estado. São as chamadas liberdades-
negativas, por limitarem o poder estatal. Fazem parte desses direitos a 
liberdade de expressão, a liberdade de consciência e o direito à propriedade 
privada, dentre outros. Também incluem os direitos políticos, que permitem ao 
indivíduo participar da vontade do Estado. 
 Direitos de segunda geração: relacionam-se com o ideal de igualdade. 
São os direitos sociais, culturais e econômicos bem como os direitos coletivos 
ou de coletividade. Em regra, exigem do Estado prestações sociais, como 
saúde, educação, trabalho, previdência social, entre outras. A liberdade, aqui, 
aparece de forma positiva, em que se exige do Estado uma ação perante os 
indivíduos. 
 Direitos de terceira geração: estão associados ao princípio da 
fraternidade. Incluem o direito ao desenvolvimento, à paz, ao meio 
ambiente, à propriedade sobre o patrimônio comum da humanidade e à 
comunicação. 
Parte da doutrina considera, ainda, a existência de direitos de quarta 
geração. Esses incluiriam: o direito à democracia, o direito à informação e o 
direito ao pluralismo. Desses direitos dependeria a concretização de uma 
“civitas máxima”, uma sociedade sem fronteiras e universal. 
Os direitos sociais, como vimos, pertencem à segunda geração. Por esse 
motivo, exigem do Estado prestações positivas. Veja como isso foi cobrado 
pelo Cespe: 
1 (Cespe/2012/TER-RJ) As normas que tratam de direitos sociais 
são de eficácia limitada, ou seja, de aplicabilidade mediata, já que, 
para que se efetivem de maneira adequada, se devem cumprir 
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exigências como prestações positivas por parte do Estado, gastos 
orçamentários e mediação do legislador. 
Comentários: 
 
De fato, as normas que tratam de direitos sociais são de eficácia limitada e 
aplicabilidade mediata. Questão correta. 
II. Conceito 
 Dando continuidade à nossa aula, que tal lermos juntos o art. 6º da 
Constituição? 
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a 
alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a 
previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a 
assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. 
 Esse artigo trata dos direitos sociais, que são prestações positivas 
(ações) realizadas pelo Estado para melhorar a qualidade de vida dos 
hipossuficientes, ou seja, dos mais necessitados. Segundo Alexandre de 
Moraes, esses direitos constituem normas de ordem pública, com a 
característica de imperativas, sendo invioláveis, portanto, pela vontade das 
partes da relação trabalhista. 
 A alimentação foi incluída no rol de direitos sociais pela Emenda 
Constitucional no 64/2010. O objetivo dessa inclusão foi o fortalecimento das 
políticas públicas de segurança alimentar, em consonância com vários tratados 
internacionais dos quais o Brasil é signatário. 
 Vejamos como isso foi cobrado em prova: 
2 (Cespe/2012/TRE-RJ) A alimentação tem, no ordenamento 
jurídico nacional, o estatuto de direito fundamental, o que obriga o 
Estado a garantir a segurança alimentar de toda a população. 
Comentários: 
De fato, trata-se de direito fundamental, conforme dispõe o art. 6º da 
Constituição Federal. Questão correta. 
III. O Papel do Judiciário na Proteção dos Direitos Sociais 
Os direitos sociais são indispensáveis para que a realização da dignidade 
da pessoa humana. Assim, o “mínimo existencial” referente a cada um desses 
direitos deve ser objeto de proteção judicial. 
Nesse sentido, entende o STF que “embora inquestionável que resida, 
primariamente, nos Poderes Legislativo e Executivo, a prerrogativa de formular 
e executar políticas públicas, revela-se possível, no entanto, ao Poder 
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Judiciário, ainda que em bases excepcionais, determinar, especialmente nas 
hipóteses de políticas públicas definidas pela própria Constituição, sejam estas 
implementadas, sempre que os órgãos estatais competentes, por 
descumprirem os encargos político-jurídicos que sobre eles incidem em caráter 
impositivo, vierem a comprometer, com a sua omissão, a eficácia e a 
integridade de direitos sociais e culturais impregnados de estatura 
constitucional. (...)A intervenção do Poder Judiciário, em tema de 
implementação de políticas governamentais previstas e determinadas no 
texto constitucional, notadamente na área da educação infantil, objetiva 
neutralizar os efeitos lesivos e perversos, que, provocados pela omissão 
estatal, nada mais traduzem senão inaceitável insulto a direitos básicos que a 
própria Constituição da República assegura à generalidade das pessoas.”1 
IV. Os Direitos Sociais e a Reserva do Possível 
A teoria da reserva do possível serve para determinar os limites em que 
o Estado deixa de ser obrigado a dar efetividade aos direitos sociais. Segundo 
ela, a efetivação dos direitos sociais encontra dois limites: a suficiência de 
recursos públicos e a previsão orçamentária da respectiva despesa. 
 Assim, trata-se de uma teoria que afasta a aptidão do Poder Judiciário de 
intervir na garantia da efetivação de direitos sociais. Para que esse limite à 
ação do Judiciário seja válido, entretanto, é necessária a comprovação da 
ausência de recursos orçamentários suficientes para a implementação da ação 
estatal. 
 É importante destacar que a reserva do possível tem sido 
paulatinamente abandonada pelo STF, em seus julgados. A Corte Suprema, 
quando da análise de situações em que o Estado descumpriu uma obrigação de 
efetivar uma prestação positiva, tem exigido, para fazer uso da reserva do 
possível, não só a confirmação da inexistência de recursos, mas também a 
denominada exaustão orçamentária. 
 E o que é exaustão orçamentária? É a situação em que inexistem 
recursos suficientes para que a Administração cumpra determinada decisão 
judicial. É a famosa “falta de verbas”. 
 
3 (Cespe/2010/DPU) Os direitos sociais são exemplos típicos de 
direitos de 2.ª geração. 
 
1 STF, ARE 639337 SP, DJe-177 DIVULG 14-09-2011 PUBLIC 15-09-2011 
EMENT VOL-02587-01 PP-00125 
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Comentários: 
 
 Os direitos sociais, como dissemos, são exemplos de direitos de segunda 
geração, relacionando-se com o ideal de igualdade. Questão correta. 
4 (Cespe/2010/DPU) Os direitos sociais são exemplos de 
liberdades negativas. 
Comentários: 
 
 Os direitos sociais são exemplos de liberdades positivas, pois exigem do 
Estado uma ação em prol dos indivíduos. Questão incorreta. 
5 (Cespe/2012/TRE-RJ) Entre osdireitos sociais garantidos na CF 
se incluem o direito à alimentação e o direito ao trabalho. 
Comentários: 
 É o que dispõe o art. 6º da Constituição Federal. Questão correta. 
 
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V. O Art. 7º da Constituição Federal 
 No art. 7º da Constituição, são enumerados os direitos sociais individuais 
dos trabalhadores. Leia-o atentamente, pois ele costuma ser cobrado em sua 
literalidade. 
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além 
de outros que visem à melhoria de sua condição social: 
 Note que a Constituição, no caput do art. 7º, equipara os direitos do 
trabalhador rural aos do trabalhador urbano. 
I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária 
ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que 
preverá indenização compensatória, dentre outros direitos; 
 Segundo o ADCT (Ato das Disposições Constitucionais Transitórias), art. 
10, até a promulgação dessa lei complementar essa indenização ficará restrita 
a 40% sobre os depósitos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), 
realizados em favor do empregado. Além disso, ficará vedada a dispensa 
arbitrária ou sem justa causa: 
 Do empregado eleito para cargo de direção de comissões internas de 
prevenção de acidentes, desde o registro de sua candidatura até um ano 
após o final de seu mandato; 
 Da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco 
meses após o parto. 
Questão de prova: 
6 (Cespe/2010/Abin) Para aprovação de lei que preveja 
indenização compensatória como meio de proteção contra a 
despedida arbitrária ou sem justa causa, exige-se quórum de votação 
de maioria simples, conforme determina a CF. 
Comentários: 
Segundo a Constituição, a regulamentação da despedida arbitrária ou sem 
justa causa cabe à lei complementar, que preverá indenização 
compensatória, dentre outros direitos (art. 7o, I, CF). Questão incorreta. 
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego 
involuntário; 
 Note que o seguro-desemprego só é devido no caso de desemprego 
involuntário. 
 III - fundo de garantia do tempo de serviço; 
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 Destaca-se, no que se refere a esse inciso, que o FGTS não é direito dos 
servidores públicos estatutários. 
IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente 
unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais 
básicas e às de sua família com moradia, alimentação, 
educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e 
previdência social, com reajustes periódicos que lhe 
preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação 
para qualquer fim; 
 Observe que o salário mínimo é fixado em lei formal, é único em todo o 
território nacional e não pode sofrer vinculação, ou seja, servir como 
indexador, para qualquer fim. Essa vedação à vinculação, assim como a 
garantia de reajustes periódicos, visa a resguardar o seu poder aquisitivo. 
V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade 
do trabalho; 
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em 
convenção ou acordo coletivo; 
 Ressalta-se, quanto a esse dispositivo, que há uma hipótese excepcional 
em que é possível a redução do salário: a determinação dessa medida em 
convenção ou acordo coletivo. Essa flexibilidade se deve ao fato de que muitas 
vezes é mais benéfico para uma categoria aceitar uma redução salarial (numa 
crise econômica, por exemplo), que arcar com um grande aumento do 
desemprego. 
 Questão de prova: 
7 (Cespe/2012/TRE-RJ) A CF garante ao trabalhador a 
irredutibilidade salarial, o que impede que o empregador diminua, por 
ato unilateral ou por acordo individual, o valor do salário do 
trabalhador. A redução salarial só será possível se estiver prevista em 
convenção ou acordo coletivo. 
Comentários: 
É o que determina o art. 7º, VI, da Constituição. Questão correta. 
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os 
que percebem remuneração variável; 
VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração 
integral ou no valor da aposentadoria; 
IX - remuneração do trabalho noturno superior à do 
diurno; 
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 X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime 
sua retenção dolosa; 
XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da 
remuneração, e, excepcionalmente, participação na 
gestão da empresa, conforme definido em lei; 
XII - salário-família pago em razão do dependente do 
trabalhador de baixa renda nos termos da lei; 
 Note que o benefício do salário-família só é devido ao trabalhador de 
baixa renda, em razão de seu dependente (filho menor, por exemplo), sendo 
os critérios para seu recebimento definidos em lei formal. 
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas 
diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a 
compensação de horários e a redução da jornada, 
mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; 
 A regra é a prestação de trabalho por até 8 horas diárias e 44 semanais. 
Caso haja necessidade de maior dedicação ao labor, haverá pagamento de 
hora-extra, nos termos do inciso XVI, que veremos a seguir. Também pode, 
excepcionalmente, haver redução da jornada de trabalho, mediante acordo ou 
convenção coletiva. 
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em 
turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação 
coletiva; 
 O trabalho prestado em turnos ininterruptos de revezamento é 
aquele prestado por trabalhadores que se revezam nos postos de trabalho nos 
horários diurno e noturno, com freqüência diária, semanal ou mensal. Nesse 
caso, devido ao grande desgaste para a saúde do trabalhador, a Constituição 
prevê uma jornada de seis horas. Note que esta poderá, excepcionalmente, ser 
aumentada, em caso de negociação coletiva 
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos 
domingos; 
Atente para a palavra preferencialmente. Não há obrigação de 
concessão desse repouso no domingo: ele pode acontecer em qualquer outro 
dia da semana. 
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no 
mínimo, em cinquenta por cento à do normal; 
 Note a expressão no mínimo. Uma questão de concurso que disser que 
essa remuneração é necessariamente 50% superior à do serviço normal estará 
errada. 
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XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, 
um terço a mais do que o salário normal; 
 Da mesma forma que no inciso superior, a Constituição estabelece um 
piso para o adicional de férias. Este poderá ser maior. 
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do 
salário, com a duração de cento e vinte dias; 
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei; 
A licença-paternidade é benefício que até hoje não foi regulamentado 
pela legislação infraconstitucional, continuando em vigor o mandamento 
previsto no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT). 
Entretanto, o ADCT, em seu art. 10, § 1º, determina que "até que lei venha a 
disciplinar o disposto no art. 7º, XIX da Constituição, o prazo da licença-
parternidade a que se refere o inciso é de cinco dias". 
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante 
incentivosespecíficos, nos termos da lei; 
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no 
mínimo de trinta dias, nos termos da lei; 
 Veja que o aviso prévio poderá ser maior que 30 dias. A Constituição 
apenas estabelece um limite mínimo para esse direito. 
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de 
normas de saúde, higiene e segurança; 
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, 
insalubres ou perigosas, na forma da lei; 
XXIV - aposentadoria; 
 XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o 
nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-
escolas; 
 Atente para o limite de 5 anos. Ele tem sido bastante cobrado nos 
concursos. 
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de 
trabalho; 
XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei; 
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do 
empregador, sem excluir a indenização a que este está 
obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa; 
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 Observe que, mesmo pagando seguro contra acidentes de trabalho, o 
empregador continua sujeito à indenização caso estes ocorram. Entretanto, é 
necessário que haja dolo ou culpa. 
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de 
trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os 
trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos 
após a extinção do contrato de trabalho; 
 Esse inciso precisa ser analisado com atenção. Inicialmente, verifique 
que, tanto para o trabalhador urbano quanto para o rural, há possibilidade de 
se requererem créditos relativos aos últimos cinco anos do contrato de 
trabalho. Entretanto, desfeito o vínculo laboral, o trabalhador terá apenas dois 
anos para reclamar tais créditos na Justiça. Nesse caso, entretanto, a cada dia 
de inércia, perderá um dia de direito. Se entrar com uma ação trabalhista no 
último dia do prazo de dois anos, só poderá reaver os créditos referentes aos 
três últimos anos do contrato de trabalho, por exemplo. 
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de 
funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, 
cor ou estado civil; 
XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a 
salário e critérios de admissão do trabalhador portador de 
deficiência; 
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, 
técnico e intelectual ou entre os profissionais 
respectivos; 
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou 
insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a 
menores de dezesseis anos, salvo na condição de 
aprendiz, a partir de quatorze anos; 
 “Dissecando-se” o artigo, temos que: 
 A idade mínima para se trabalhar é aos dezesseis anos; 
 Há, entretanto, uma exceção a esse limite mínimo de idade: pode-se 
trabalhar a partir dos quatorze anos de idade, na condição de aprendiz; 
 Os menores de dezoito anos jamais poderão exercer trabalho noturno, 
perigoso ou insalubre. 
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com 
vínculo empregatício permanente e o trabalhador 
avulso. 
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 Esse dispositivo tem importância imensa quando do estudo da 
Seguridade Social. Por enquanto, apenas memorize-o. 
 O parágrafo único do art. 7º da Constituição sofreu importantes 
modificações no ano de 2013, por meio de emenda constitucional que 
assegurou importantes direitos trabalhistas aos empregados domésticos. Veja: 
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos 
trabalhadores domésticos os direitos previstos nos incisos IV, 
VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, 
XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições 
estabelecidas em lei e observada a simplificação do 
cumprimento das obrigações tributárias, principais e 
acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas 
peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e 
XXVIII, bem como a sua integração à previdência social. 
 Na tabela abaixo, relaciono todos os direitos dos domésticos e destaco, 
em negrito, tudo aquilo que resulta de previsão da EC no 72/2013: 
Direitos do 
doméstico 
 
Salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz 
de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua 
família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, 
vestuário, higiene, transporte e previdência social, com 
reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, 
sendo vedada sua vinculação para qualquer fim. 
Irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou 
acordo coletivo. 
Garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os 
que percebem remuneração variável (direito assegurado 
após a EC no 72/2013). 
Proteção do salário na forma da lei, constituindo crime 
sua retenção dolosa (direito assegurado após a EC no 
72/2013). 
Décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou 
no valor da aposentadoria. 
Duração do trabalho normal não superior a oito horas 
diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a 
compensação de horários e a redução da jornada, 
mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho 
(direito assegurado após a EC no 72/2013). 
Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos 
domingos. 
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Remuneração do serviço extraordinário superior, no 
mínimo, em cinquenta por cento à do normal (direito 
assegurado após a EC no 72/2013). 
Gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço 
a mais do que o salário normal. 
Licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com 
a duração de cento e vinte dias. 
Licença-paternidade, nos termos fixados em lei. 
Aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no 
mínimo de trinta dias, nos termos da lei. 
Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de 
normas de saúde, higiene e segurança (direito 
assegurado após a EC no 72/2013). 
Aposentadoria. 
Reconhecimento das convenções e acordos coletivos de 
trabalho (direito assegurado após a EC no 72/2013). 
Proibição de diferença de salários, de exercício de 
funções e de critério de admissão por motivo de sexo, 
idade, cor ou estado civil (direito assegurado após a EC 
no 72/2013). 
Proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e 
critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência 
(direito assegurado após a EC no 72/2013). 
Proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a 
menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de 
dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir 
de quatorze anos (direito assegurado após a EC no 
72/2013). 
Integração à previdência social. 
Relação de emprego protegida contra despedida 
arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei 
complementar, que preverá indenização compensatória, 
dentre outros direitos (direito assegurado após a EC no 
72/2013). 
Seguro-desemprego, em caso de desemprego 
involuntário (direito assegurado após a EC no 72/2013). 
Fundo de garantia do tempo de serviço (direito 
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assegurado após a EC no 72/2013). 
Remuneração do trabalho noturno superior à do diurno (direitoassegurado após a EC no 72/2013). 
Salário-família pago em razão do dependente do 
trabalhador de baixa renda nos termos da lei (direito 
assegurado após a EC no 72/2013). 
Assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o 
nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e 
pré-escolas (direito assegurado após a EC no 72/2013). 
Seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do 
empregador, sem excluir a indenização a que este está 
obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa (direito 
assegurado após a EC no 72/2013). 
 Outro ponto importante é que alguns dos direitos previstos pela EC no 
72/2013 precisam de regulamentação para que possam ser usufruídos. São 
eles: 
 Relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa 
causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização 
compensatória, dentre outros direitos; 
 Seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; 
 Fundo de garantia do tempo de serviço; 
 Remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; 
 Salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa 
renda nos termos da lei; 
 Assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 
(cinco) anos de idade em creches e pré-escolas; 
 Seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem 
excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou 
culpa. 
Não custa sistematizar tudo isso em outra tabela, para melhor 
compreensão: 
Direitos assegurados aos 
domésticos por normas 
originárias da Constituição 
Direitos assegurados aos domésticos pela PEC 
no 72/2013 
 Salário mínimo, fixado 
em lei, nacionalmente 
unificado, capaz de atender a 
suas necessidades vitais 
básicas e às de sua família 
com moradia, alimentação, 
educação, saúde, lazer, 
De exercício imediato: 
 
 Garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, 
para os que percebem remuneração variável; 
 Proteção do salário na forma da lei, 
constituindo crime sua retenção dolosa; 
 Duração do trabalho normal não superior a oito 
horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada 
a compensação de horários e a redução da jornada, 
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vestuário, higiene, transporte 
e previdência social, com 
reajustes periódicos que lhe 
preservem o poder aquisitivo, 
sendo vedada sua vinculação 
para qualquer fim; 
 Irredutibilidade do 
salário, salvo o disposto em 
convenção ou acordo coletivo; 
 Décimo terceiro salário 
com base na remuneração 
integral ou no valor da 
aposentadoria; 
 Repouso semanal 
remunerado, 
preferencialmente aos 
domingos; 
 Gozo de férias anuais 
remuneradas com, pelo 
menos, um terço a mais do 
que o salário normal; 
 Licença à gestante, sem 
prejuízo do emprego e do 
salário, com a duração de 
cento e vinte dias; 
 Licença-paternidade, 
nos termos fixados em lei; 
 Aviso prévio 
proporcional ao tempo de 
serviço, sendo no mínimo de 
trinta dias, nos termos da lei; 
 Aposentadoria; 
 Integração à 
previdência social. 
mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; 
 Remuneração do serviço extraordinário 
superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do 
normal; 
 Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por 
meio de normas de saúde, higiene e segurança; 
 Reconhecimento das convenções e acordos 
coletivos de trabalho; 
 Proibição de diferença de salários, de exercício 
de funções e de critério de admissão por motivo de 
sexo, idade, cor ou estado civil; 
 Proibição de qualquer discriminação no tocante 
a salário e critérios de admissão do trabalhador 
portador de deficiência; 
 Proibição de trabalho noturno, perigoso ou 
insalubre a menores de dezoito e de qualquer 
trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na 
condição de aprendiz, a partir de quatorze anos. 
Direitos de exercício condicionado à obediência 
à regulamentação legal 
 
 Relação de emprego protegida contra 
despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos 
de lei complementar, que preverá indenização 
compensatória, dentre outros direitos; 
 Seguro-desemprego, em caso de desemprego 
involuntário; 
 Fundo de garantia do tempo de serviço; 
 Remuneração do trabalho noturno superior à 
do diurno; 
 Salário-família pago em razão do dependente 
do trabalhador de baixa renda nos termos da lei; 
 Assistência gratuita aos filhos e dependentes 
desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em 
creches e pré-escolas; 
 Seguro contra acidentes de trabalho, a cargo 
do empregador, sem excluir a indenização a que este 
está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa. 
Como poucos direitos listados nos incisos do art. 7º da Constituição 
ficaram “de fora”, ou seja, poucos não foram atribuídos aos domésticos, acho 
interessante lista-los abaixo, para que você não caia em eventuais 
“pegadinhas” de prova: 
Direitos que não foram, 
atribuídos, pela CF/88, 
aos domésticos 
 Piso salarial proporcional à extensão 
e à complexidade do trabalho; 
 Participação nos lucros, ou resultados, 
desvinculada da remuneração, e, 
excepcionalmente, participação na 
gestão da empresa, conforme definido 
em lei; 
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 Jornada de seis horas para o trabalho 
realizado em turnos ininterruptos de 
revezamento, salvo negociação coletiva; 
 Proteção do mercado de trabalho da 
mulher, mediante incentivos 
específicos, nos termos da lei; 
 Adicional de remuneração para as 
atividades penosas, insalubres ou 
perigosas, na forma da lei; 
 Proteção em face da automação, na 
forma da lei; 
 Ação, quanto aos créditos 
resultantes das relações de trabalho, 
com prazo prescricional de cinco 
anos para os trabalhadores urbanos 
e rurais, até o limite de dois anos 
após a extinção do contrato de 
trabalho; 
 Proibição de distinção entre trabalho 
manual, técnico e intelectual ou 
entre os profissionais respectivos; 
 igualdade de direitos entre o trabalhador 
com vínculo empregatício permanente e 
o trabalhador avulso. 
 Obviamente, alguns desses direitos não foram previstos para o 
doméstico pelas próprias características do trabalho. Não faria sentido, por 
exemplo, prever uma “participação nos lucros”, já que não trabalham em uma 
pessoa jurídica. De todo modo, peço que preste atenção na lista acima, com 
destaque para aquilo que deixei em negrito, combinado? 
 Apesar dessa aparente falta de isonomia, é importante que você atente 
para um detalhe: a Constituição Federal prevê, sim, a igualdade de direitos 
entre domésticos e demais trabalhadores, urbanos e rurais. Nos termos da PEC 
no 72/2013, diz-se que esta “altera a redação do parágrafo único do art. 7º da 
Constituição Federal para estabelecer a igualdade de direitos trabalhistas 
entre os trabalhadores domésticos e os demais trabalhadores urbanos 
e rurais”. 
 Resolvamos, agora, algumas questões... 
 
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8 (Cespe/2012/TJ-AC) Os direitos sociais elencados no texto 
constitucional são integralmente assegurados aos trabalhadores 
urbanos, rurais e domésticos. 
Comentários: 
 Nem todos os direitos assegurados aos trabalhadores urbanos e rurais 
são assegurados aos domésticos. Apenas aqueles previstos no parágrafo único 
do art. 7º o são. Questãoincorreta. 
9 (Cespe/2012/Câmara dos Deputados) Ao trabalhador doméstico 
são garantidos todos os direitos previstos no art. 7º da CF. 
Comentários: 
Questão praticamente idêntica à anterior. Nem todos os direitos 
assegurados aos trabalhadores urbanos e rurais são assegurados aos 
domésticos. Apenas aqueles previstos no parágrafo único do art. 7º o são. 
Questão incorreta. 
10 (Cespe/2010/Prefeitura de Boa Vista) Tanto o trabalhador 
urbano quanto o trabalhador rural têm direito a assistência gratuita 
para seus filhos e dependentes, em creches e pré-escolas até 
determinada idade. 
Comentários: 
 Segundo o art. 7º, XXV, da Constituição, é assegurado aos trabalhadores 
urbanos e rurais a assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o 
nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas. Questão 
correta. 
11 (Cespe/2010/TRE-MT) A CF assegura ao trabalhador assistência 
gratuita aos seus filhos e dependentes desde o nascimento até seis 
anos de idade em creches e pré-escolas. 
Comentários: 
 Cuidado com a “pegadinha”! De acordo com o art. 7º, XXV, da 
Constituição, é assegurado aos trabalhadores urbanos e rurais a assistência 
gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de 
idade em creches e pré-escolas. Questão incorreta. 
12 (Cespe/2010/TRE-MT) A licença-paternidade é benefício que até 
hoje não foi regulamentado pela legislação infraconstitucional, 
continuando em vigor o mandamento previsto no Ato das Disposições 
Constitucionais Transitórias, que fixou o prazo de sete dias corridos 
para sua concessão. 
Comentários: 
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A licença-paternidade é benefício que até hoje não foi regulamentado 
pela legislação infraconstitucional, continuando em vigor o mandamento 
previsto no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT). 
Entretanto, o ADCT, em seu art. 10, § 1º, determina que "até que lei venha a 
disciplinar o disposto no art. 7º, XIX da Constituição, o prazo da licença-
paternidade a que se refere o inciso é de cinco dias". Questão incorreta. 
13 (Cespe/2010/TRE-MT) A CF elevou o décimo terceiro salário a 
nível constitucional, colocando-o na base da remuneração integral, 
para o trabalhador na ativa, e do valor da aposentadoria, para o 
aposentado. 
Comentários: 
 De fato, a Constituição garante aos trabalhadores urbanos e rurais o 
décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da 
aposentadoria (art. 7º, VIII, CF). Questão correta. 
14 (Cespe/2010/TRE-MT) O salário mínimo pode ser fixado tanto 
por lei em sentido formal quanto por decreto legislativo, com vigência 
em todo o território nacional, que consubstancia a participação do 
Congresso Nacional na definição do montante devido à 
contraprestação de um serviço. 
Comentários: 
 Nada disso! De acordo com o art. 7º, IV, da Constituição Federal, o 
salário-mínimo deverá ser fixado somente em lei. Questão incorreta. 
15 (Cespe/2009/TCE-RN) A CF insere, entre os direitos dos 
trabalhadores urbanos e rurais, a igualdade de direitos entre o 
trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador 
avulso. 
Comentários: 
 É o que se observa no art. 7º, XXXIV, da Carta Magna. Questão correta. 
16 (Cespe/2009/TRE-MG) Não constitui direito social dos 
trabalhadores urbanos e rurais a garantia de salário, nunca inferior ao 
mínimo, para os que percebem remuneração variável. 
Comentários: 
 A Constituição assegura, sim, a trabalhadores urbanos e rurais a 
garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem 
remuneração variável (art. 7º, VII, CF). Questão incorreta. 
17 (Cespe/2009/TRE-MG) Não constitui direito social dos 
trabalhadores urbanos e rurais o seguro contra acidentes de trabalho, 
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a cargo do empregador, excluindo-se a indenização a que este está 
obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa. 
Comentários: 
 Segundo a Constituição da República, é direito dos trabalhadores 
urbanos e rurais o seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do 
empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando 
incorrer em dolo ou culpa; (art. 7º, XXVIII). Portanto, a previsão do 
enunciado, de fato, não constitui direito social dos trabalhadores urbanos e 
rurais. Questão correta. 
18 (Cespe/2009/TRE-MG) Não constitui direito social dos 
trabalhadores urbanos e rurais a irredutibilidade do salário, salvo o 
disposto em convenção ou acordo coletivo. 
Comentários: 
 A Constituição assegura, sim, aos trabalhadores urbanos e rurais, a 
irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo 
(art. 7º, VI, CF). Questão incorreta. 
19 (Cespe/2009/Banco Central) É direito social dos trabalhadores 
urbanos e rurais a jornada de sete horas para o trabalho realizado em 
turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva. 
Comentários: 
 Cuidado com a “pegadinha”! A Constituição Federal assegura aos 
trabalhadores urbanos e rurais jornada de seis horas para o trabalho realizado 
em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva (art. 7º, 
XIV, CF). Questão incorreta. 
20 (Cespe/2012/Câmara dos Deputados) A CF assegura 
expressamente a igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo 
empregatício permanente e o trabalhador avulso. 
Comentários: 
É o que está previsto no art. 7º, XXXIV, da Constituição. Questão 
correta. 
21 (Cespe/2012/Câmara dos Deputados) O direito de ação, quanto a 
créditos resultantes das relações de trabalho, prescreve em cinco anos 
após a extinção do contrato de trabalho, para os trabalhadores 
urbanos, e em dois anos, para os trabalhadores rurais. 
Comentários: 
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Segundo o art. 7º, XXIX, da Constituição, o prazo prescricional é de 
cinco anos tanto para trabalhadores urbanos quanto para rurais, até o limite 
de dois anos após a extinção do contrato de trabalho. Questão incorreta. 
 
 
 
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VI. Direitos sociais coletivos dos trabalhadores 
 Em seus arts. 8º a 11, a Constituição enumera vários direitos coletivos 
dos trabalhadores. Que tal lermos esses dispositivos juntos, fazendo os 
apontamentos necessários para gabaritar as questões de prova a eles 
referentes? 
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado 
o seguinte: 
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a 
fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão 
competente, vedadas ao Poder Público a interferência e 
a intervenção na organização sindical; 
 Note que esse dispositivo estabelece que a fundação de sindicato 
independe de autorização (nem lei poderá exigir isso), mas que é necessário 
registro no órgão competente. Veda, também, a interferência do Poder Público 
nos sindicatos, fortalecendo a liberdade sindical. 
II - é vedada a criação de mais de uma organização 
sindical, em qualquer grau, representativa de categoria 
profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será 
definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, 
não podendo ser inferior à área de um Município; 
 Tem-se, aqui, a defesada unicidade da organização sindical. Assim, 
não podem coexistir mais de um sindicato da mesma categoria profissional 
(trabalhadores) ou econômica (empregadores), dentro de uma idêntica base 
territorial. Em caso de conflito, a solução dar-se-á pela anterioridade, ou seja, 
a categoria será representada ela entidade que primeiro realizou seu registro 
no órgão competente. 
 Questão de prova: 
22 (Cespe/2012/TJ-AC) Em decorrência do princípio da unicidade 
sindical, é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em 
qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, 
na mesma base territorial, que não pode ser inferior à área de um 
município. 
Comentários: 
É o que determina o art. 8º, inciso II, da Constituição. Questão correta. 
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses 
coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões 
judiciais ou administrativas; 
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 Destaca-se que o STF, com base nos incisos acima, entende que o 
sindicato pode atuar na defesa de todos os direitos individuais e coletivos dos 
integrantes da categoria que representa. Exemplo: o sindicato dos Auditores 
da Receita Federal poderá atuar na defesa judicial ou administrativa de um 
único membro acusado de acesso imotivado aos sistemas do órgão. 
IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se 
tratando de categoria profissional, será descontada em folha, 
para custeio do sistema confederativo da representação 
sindical respectiva, independentemente da contribuição 
prevista em lei; 
A contribuição confederativa possui caráter facultativo e seus 
valores são fixados em assembleia pelos filiados da entidade associativa, 
enquanto que a contribuição sindical é exigida de todos os integrantes da 
categoria econômica ou profissional, independentemente de serem 
sindicalizados ou não, orientando-se pelos princípios estabelecidos no Direito 
Tributário. Trata-se de tributo fixado no artigo 149 da Constituição Federal, 
de cobrança compulsória2. 
Para melhor fixação das duas possíveis contribuições a serem fixadas por 
sindicato, veja o quadro abaixo: 
 
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a 
sindicato; 
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas 
negociações coletivas de trabalho; 
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado 
nas organizações sindicais; 
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a 
partir do registro da candidatura a cargo de direção ou 
representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, 
até um ano após o final do mandato, salvo se cometer 
falta grave nos termos da lei. 
 Atente para os prazos. Caso um membro do sindicato se candidate a 
cargo de direção ou representação sindical, não poderá ser dispensado a partir 
do registro de sua candidatura. Se eleito (mesmo suplente), não poderá ser 
 
2 STF, RE 534829 MT, DJe-158, 24/08/2009. 
Contribuição confederativa 
• É facultativa; 
• Fixada pela assembleia geral 
Contribuição sindical 
• É obrigatória; 
• Fixada em lei; 
• Natureza de tributo 
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dispensado até um ano depois de findo o mandato, exceto se cometer falta 
grave, nos termos da lei. 
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à 
organização de sindicatos rurais e de colônias de pescadores, 
atendidas as condições que a lei estabelecer. 
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos 
trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo 
e sobre os interesses que devam por meio dele 
defender. 
§ 1º - A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e 
disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da 
comunidade. 
§ 2º - Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas 
da lei. 
 O art. 9º da CF assegura aos trabalhadores o direito de greve. 
Entretanto, determina que tal direito não é absoluto, uma vez que as 
necessidades inadiáveis da comunidade deverão ser atendidas e aqueles que 
abusarem do direito ficarão sujeitos a penas fixadas em lei. 
Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e 
empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que 
seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto 
de discussão e deliberação. 
Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é 
assegurada a eleição de um representante destes com a 
finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto 
com os empregadores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Nacionalidade 
 Os arts. 12 e 13 da Constituição, de que trataremos a seguir, 
relacionam-se à nacionalidade. 
 “E o que é nacionalidade, professora?” 
 É o vínculo jurídico e político existente entre a pessoa (nacional) e a 
nação. Esta, por sua vez, é o grupo humano fixado em um território cujos 
membros se sentem parte de uma unidade (apresentam consciência de sua 
nacionalidade), tendo em comum laços históricos, culturais, econômicos e 
linguísticos. 
 Há dois tipos de nacionalidade: a primária (originária) e a secundária 
(adquirida). A primeira resulta do nascimento, sendo estabelecida por critérios 
sanguíneos ou territoriais. Já a segunda depende de ato volitivo (da vontade), 
praticado depois do nascimento (em regra, pela naturalização). 
 Como dissemos, a nacionalidade primária pode ser estabelecida tanto 
pela origem sanguínea da pessoa (“ius sanguinis”) quanto pela origem 
territorial (“ius soli”). Pelo primeiro critério, é nacional todo aquele filho de 
nacionais, independentemente de onde tenha nascido. Já pelo segundo, é 
nacional quem nasce no território do Estado que o adota, independentemente 
da origem sanguínea dos seus pais. 
 
 A Constituição Brasileira, como você verá a seguir, adotou em regra o 
“ius soli”. Há, entretanto, exceções, nas quais predomina o “ius sanguinis”. 
 Vamos à análise do art. 12 da CF? 
 No inciso I do artigo 12, tem-se as hipóteses de aquisição originária da 
nacionalidade. Tente memorizá-las, caro (a) aluno (a), pois são cobradas nos 
concursos em sua literalidade. 
NACIONALIDADE 
PRIMÁRIA 
(ORIGINÁRIA) 
NASCIMENTO 
“IUS SOLI” (REGRA) 
OU “IUS SANGUINIS” 
(EXCEÇÃO) 
SECUNDÁRIA 
(ADQUIRIDA OU 
DERIVADA) 
ATO VOLITIVO 
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Art. 12. São brasileiros: 
I - natos: 
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de 
pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço 
de seu país; 
 Veja que a Constituição adota, nessa hipótese, o critério “ius soli”, 
considerando nato qualquer pessoa nascida em território nacional, mesmo que 
de pais estrangeiros. Entretanto, há uma exceção: se o nascido no Brasil for 
filho de estrangeiros a serviço de seu país, não será brasileiro nato. 
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe 
brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da 
República Federativa do Brasil; 
 Adota-se, nessa hipótese, o “ius sanguinis”, com um requisito 
adicional: o fato de qualquer um dos pais (ou ambos) estar a serviço da 
República Federativa do Brasil, o que significaqualquer serviço prestado por 
órgão ou entidade da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos 
Municípios. 
 Questão de prova: 
23 (Cespe/2012/TJ-RR) Suponha que Jean tenha nascido na França 
quando sua mãe, diplomata brasileira de carreira, morava naquele 
país em razão de missão oficial. Nessa hipótese, segundo a CF, Jean 
será automaticamente considerado brasileiro naturalizado, com todos 
os direitos e deveres previstos no ordenamento jurídico brasileiro. 
Comentários: 
Nesse caso, Jean será automaticamente considerado brasileiro nato, com 
base no art. 12, I, “b”, da Constituição Federal. Questão incorreta. 
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe 
brasileira, desde que sejam registrados em repartição 
brasileira competente ou venham a residir na República 
Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois 
de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; 
 Nessa alínea “c” do inciso I, verifica-se a existência de duas 
possibilidades distintas de aquisição de nacionalidade daquele que tem pai ou 
mãe brasileira: 
 Registro em repartição brasileira competente; 
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 Residência no território brasileiro e, uma vez adquirida a maioridade, a 
opção expressa pela nacionalidade brasileira. É a chamada nacionalidade 
potestativa, por depender da vontade da pessoa. 
 “Puxa, Nádia! E se o menor filho de pai ou mãe brasileira (ou ambos) 
vier a residir no Brasil? Não será brasileiro nato não?” 
 Excelente pergunta! Nesse caso, o menor será considerado, sim, 
brasileiro nato. Entretanto, a aquisição definitiva de sua nacionalidade 
dependerá de sua manifestação após a maioridade. Uma vez esta tendo sido 
atingida, a opção passa a ser condição suspensiva da nacionalidade brasileira. 
Entenda que, sendo condição suspensiva, a opção pela nacionalidade 
brasileira paralisa os efeitos desta até sua implementação. 
Questão de prova: 
24 (Cespe/2013/TRF 2ª Região) Com a Emenda Constitucional n.º 
54/2007, passaram a ser considerados brasileiros natos os nascidos 
no estrangeiro, de pai e mãe brasileiros, desde que sejam registrados 
em repartição brasileira competente ou venham a residir no Brasil 
após atingir a maioridade. 
Comentários: 
Não basta vir a residir no Brasil após a maturidade. É necessário que haja a 
opção expressa pela nacionalidade brasileira. Questão incorreta. 
 Dando continuidade à análise do art. 12, que tal verificarmos as 
condições para a aquisição secundária da nacionalidade? Observe que esta 
sempre se dará por manifestação do interessado (ou seja, sempre será 
expressa), mediante naturalização. 
Art. 12. São brasileiros: 
(...) 
II - naturalizados: 
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade 
brasileira, exigidas aos originários de países de língua 
portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e 
idoneidade moral; 
 Tem-se, aqui, a naturalização ordinária, concedida aos estrangeiros 
que cumpram os requisitos descritos em lei. No caso daqueles originários de 
países de língua portuguesa, o processo de naturalização é facilitado, sendo 
apenas exigidos dois requisitos: residência no Brasil por um ano ininterrupto 
e idoneidade moral. Entretanto, o mero cumprimento dos requisitos não 
assegura ao estrangeiro a nacionalidade brasileira. A concessão desta é ato 
discricionário do Chefe do Poder Executivo, ou seja, depende de uma análise 
quanto à conveniência e à oportunidade por parte deste. 
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b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na 
República Federativa do Brasil há mais de quinze anos 
ininterruptos e sem condenação penal, desde que 
requeiram a nacionalidade brasileira. 
 Nessa alínea, há previsão da naturalização extraordinária, que 
depende de três requisitos: 
 Residência ininterrupta no Brasil por mais de quinze anos; 
 Ausência de condenação penal; 
 Requerimento do interessado. 
 Ao contrário do que ocorre na naturalização ordinária, o interessado tem 
direito subjetivo à nacionalidade brasileira. Portanto, esta não pode ser 
negada pelo Chefe do Executivo. 
 Por fim, é importante destacar entendimento do STF no sentido de que 
não se revela possível, em nosso sistema jurídico-constitucional, a aquisição 
da nacionalidade brasileira jure matrimonii, vale dizer, como efeito direto e 
imediato resultante do casamento civil”3. Isso porque tal hipótese não foi 
contemplada pela Constituição. 
 Esquematizando: 
Brasileiros 
natos 
Os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de 
pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de 
seu país (critério “ius soli”) 
Os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe 
brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da 
República Federativa do Brasil (critério “ius sanguinis”) 
Os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe 
brasileira, desde que sejam registrados em repartição 
brasileira competente ou venham a residir na República 
Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois 
de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira 
(nacionalidade potestativa) 
Brasileiros 
naturalizados 
Os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade 
brasileira, exigidas aos originários de países de língua 
portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e 
idoneidade moral (naturalização ordinária – concessão 
ato discricionário do Presidente da República) 
Os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na 
República Federativa do Brasil há mais de quinze anos 
ininterruptos e sem condenação penal, desde que 
requeiram a nacionalidade brasileira (naturalização 
extraordinária – concessão é direito subjetivo do 
interessado) 
 
3 Ext 1.121, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 18-12-2009, Plenário, DJE de 25-6-2010. 
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Questão de prova: 
25 (Cespe/2013/TRF 2ª Região) Serão considerados brasileiros 
naturalizados os estrangeiros de qualquer nacionalidade residentes no 
Brasil há mais de quinze anos ininterruptos, mas, com relação aos 
originários de países de língua portuguesa, a CF prevê somente que 
tenham residência permanente no país como condição para adquirir a 
nacionalidade brasileira. 
Comentários: 
A Constituição Federal prevê que serão considerados brasileiros naturalizados 
os estrangeiros de qualquer nacionalidade residentes no Brasil há mais de 
quinze anos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade 
brasileira. Não basta, portanto, ter residido no nosso país por mais de quinze 
anos para adquirir a nacionalidade brasileira. Também no caso de originários 
de países de língua portuguesa, não basta a residência permanente no Brasil 
por um ano ininterrupto (prazo mínimo que o enunciado nem mencionou!). 
Exige-se, também, idoneidade moral. Questão incorreta. 
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, 
se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão 
atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos 
previstos nesta Constituição. 
 Não temos, no parágrafo acima, uma hipótese de naturalização: o 
português residente no Brasil continuará sendo português. O que se tem é 
uma previsão de se estender, a ele, os direitos inerentes ao brasileiro 
naturalizado,se atendidas duas condições: reciprocidade no ordenamento 
jurídico português e residência permanente no Brasil. 
§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros 
natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta 
Constituição. 
 Só a Constituição pode estabelecer distinção entre brasileiros natos e 
naturalizados, jamais a lei! Uma dessas distinções diz respeito à ocupação de 
alguns cargos, conforme veremos a seguir. 
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos: 
I - de Presidente e Vice-Presidente da República; 
II - de Presidente da Câmara dos Deputados; 
III - de Presidente do Senado Federal; 
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; 
V - da carreira diplomática; 
VI - de oficial das Forças Armadas; 
VII - de Ministro de Estado da Defesa. 
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 Essa lista é taxativa, caro (a) aluno (a)! Quem não está na lista não 
precisa ser brasileiro nato para assumir o cargo. 
 Como decorar a lista? Achando a lógica dela! Vamos à explicação... 
 O legislador constituinte buscou assegurar que Presidente da República 
fosse brasileiro nato para garantir a soberania nacional. Ou seja, para garantir 
que o Chefe do Executivo não usaria o cargo para servir a interesses de outros 
Estados. Para isso, também só permitiu a brasileiros natos o acesso a cargos 
que podem suceder o Presidente: Vice-Presidente da República, Presidente da 
Câmara dos Deputados, Presidente do Senado Federal e Ministro do Supremo 
Tribunal Federal. 
 Também em nome da defesa da soberania nacional, nosso constituinte 
restringiu o acesso à carreira diplomática. Isso porque o diplomata representa 
o Brasil em outros Estados, e poderia mais facilmente sucumbir aos interesses 
destes se fosse naturalizado. Seria difícil para um argentino naturalizado 
brasileiro celebrar um tratado que favorecesse o Brasil em detrimento da 
Argentina, por exemplo. 
 A explicação para o acesso somente de brasileiros natos aos dois últimos 
cargos é ainda mais óbvia! Somente o nato pode ser oficial das Forças 
Armadas ou Ministro do Estado da Defesa. Isso para diminuir o risco de os 
ocupantes desses cargos favorecerem qualquer outra nação em caso de 
guerra. Imagine as Forças Armadas pedirem a um naturalizado que 
bombardeie a terra em que nasceu! Dificilmente a ordem seria acatada, não é 
mesmo? E o Ministro da Defesa? Como planejaria usar as Forças Armadas 
brasileiras contra seus próprios conterrâneos? Seu julgamento certamente 
ficaria comprometido, com graves danos à segurança do Brasil... 
 Vejamos como isso tem sido cobrado em prova: 
26 (Cespe/2012/TJ-AC) O cargo de ministro de Estado das Relações 
Exteriores e o de ministro da Defesa são privativos de brasileiros 
natos. 
Comentários: 
O cargo de Ministro das Relações Exteriores não é privativo de brasileiro nato. 
Questão incorreta. 
27 (Cespe/2013/TRE-MS) O brasileiro naturalizado não pode 
ocupar o cargo de deputado federal, privativo de brasileiro nato. 
Comentários: 
O cargo de deputado federal não é privativo de brasileiro nato. Segundo o § 
3º do art. 12 da Constituição, são privativos de brasileiro nato os cargos: 
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 De Presidente e Vice-Presidente da República; 
 De Presidente da Câmara dos Deputados; 
 De Presidente do Senado Federal; 
 De Ministro do Supremo Tribunal Federal; 
 Da carreira diplomática; 
 De oficial das Forças Armadas; 
 De Ministro de Estado da Defesa. 
Questão incorreta. 
 Agora que já sabemos tudo sobre a aquisição da nacionalidade, que tal 
analisarmos as hipóteses em que esta pode ser perdida? 
4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro 
que: 
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, 
em virtude de atividade nociva ao interesse nacional; 
II - adquirir outra nacionalidade, salvo no casos: 
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei 
estrangeira; 
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, 
ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como 
condição para permanência em seu território ou para o 
exercício de direitos civis; 
 Verifica-se que a perda da nacionalidade pode se dar por sentença 
judicial (se for praticada atividade nociva ao interesse nacional) ou por 
aquisição de outra nacionalidade. Entretanto, no último caso, a nacionalidade 
brasileira não será perdida se for reconhecida pela lei estrangeira ou se a 
naturalização for condição imposta pela lei estrangeira para que o brasileiro 
possa permanecer no território estrangeiro ou lá exercer direitos civis. Nessas 
hipóteses excepcionais, o indivíduo terá dupla nacionalidade: a brasileira e a 
estrangeira. 
 A perda da nacionalidade tem caráter personalíssimo. Não se estende a 
ascendentes ou descendentes, limitando-se à pessoa em questão. Veja como 
isso já foi cobrado em prova: 
28 (Cespe/2012/TRE-RJ) Os efeitos jurídicos de sentença 
transitada em julgado que trate da perda da nacionalidade brasileira 
não são personalíssimos, podendo-se estender, portanto, a terceiros. 
Comentários: 
Os efeitos jurídicos da perda de nacionalidade são, sim, personalíssimos. Não 
se estendem a terceiros. Questão incorreta. 
 
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 Só para cobrirmos qualquer surpresa na prova, peço que leia o art. 13, 
transcrito a seguir: 
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República 
Federativa do Brasil. 
§ 1º - São símbolos da República Federativa do Brasil a 
bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais. 
§ 2º - Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 
poderão ter símbolos próprios. 
 
29 (Cespe/2010/TRT 21ª Região) Segundo estipula a CF, na parte 
em que trata dos direitos de nacionalidade, é privativo de brasileiro 
nato o exercício do cargo de ministro de Estado. 
Comentários: 
 Segundo a CF/88. São privativos de brasileiro nato os seguintes cargos: 
 
 Questão incorreta. 
30 (Cespe/2009/MPE-RN) Os cargos de deputado federal e senador 
da República são privativos de brasileiros natos. 
Comentários: 
C
A
R
G
O
S
 P
R
I
V
A
T
I
V
O
S
 
D
E
 B
R
A
S
I
L
E
I
R
O
 N
A
T
O
 
PRESIDENTE E VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA 
PRESIDENTE DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 
PRESIDENTE DO SENADO FEDERAL 
MINISTRO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL 
CARREIRA DIPLOMÁTICA 
OFICIAL DAS FORÇAS ARMADAS 
MINISTRO DE ESTADO DA DEFESA 
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 Nenhum desses cargos consta da lista do art. 12, § 3º, da Constituição. 
Portanto, não se trata de cargos privativos de brasileiros natos. Questão 
incorreta. 
31 (Cespe/2010/MPE-SE) Os estrangeiros originários de países de 
língua portuguesa adquirirão a nacionalidade brasileira se mantiverem 
residência contínua no território nacional pelo prazo mínimo de quatro 
anos, imediatamente anteriores ao pedido de naturalização. 
Comentários: 
 Os estrangeiros originários de países de língua portuguesa adquirem 
nacionalidade brasileira cumprida a exigência de residência por um ano 
ininterrupto e idoneidade moral (art. 12, II, “a”, CF). Questão incorreta. 
32 (Cespe/2010/TCE-BA) Somente o brasileiro naturalizadopode 
perder sua nacionalidade em virtude de atividade nociva ao interesse 
nacional. 
Comentários: 
 É verdade! Trata-se, nesse caso, de cancelamento de naturalização (art. 
12, § 4º, I, CF). Questão correta. 
33 (Cespe/2010/TRT 21ª Região) Os nascidos no estrangeiro de pai 
brasileiro ou de mãe brasileira somente podem ser considerados 
brasileiros natos se, após registrados em repartição brasileira 
competente, vierem a residir no Brasil e optarem pela nacionalidade 
brasileira. 
Comentários: 
 Reza o art. 12, I, “c”, da Carta Magna, que será considerado brasileiro 
nato o nascido no estrangeiro de pai brasileiro ou mãe brasileira se: 
 For registrado na repartição brasileira competente OU 
 Vier a residir na República Federativa do Brasil e optar, a qualquer 
tempo, pela nacionalidade brasileira. 
Trata-se, portanto, de duas hipóteses distintas. No segundo primeiro 
caso, não há necessidade de o brasileiro nato vir a residir no Brasil e optar pela 
nacionalidade brasileira. Questão incorreta. 
34 (Cespe/2010/TRE-MT) A legislação infraconstitucional não 
poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, 
de modo que, em virtude do princípio da igualdade, as únicas 
hipóteses de tratamento diferenciado são as que constam 
expressamente do texto constitucional. 
Comentários: 
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É isso mesmo! De acordo com o § 2º do art. 12 da Constituição, a lei não 
poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos 
casos previstos nesta Constituição. Questão correta. 
35 (Cespe/2010/TRE-MT) A naturalização é um direito público 
subjetivo que constitui ato administrativo de caráter vinculado, uma 
vez que o chefe do Poder Executivo encontra-se obrigado a concedê-la, 
desde que sejam atendidos os requisitos legais e constitucionais para 
sua obtenção. 
Comentários: 
 Isso só ocorre na naturalização extraordinária (art. 12, II, “b”, CF). A 
naturalização ordinária é ato discricionário, comportando análise quanto à sua 
conveniência e oportunidade (art. 12, II, “a”, CF). Questão incorreta. 
36 (Cespe/2010/TRE-MT) Aos portugueses com residência 
permanente no Brasil, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, 
serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro nato. 
Comentários: 
Preste atenção neste detalhe: aos portugueses com residência 
permanente no Brasil, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão 
atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro naturalizado (art. 12, § 1º, CF). 
Questão incorreta. 
37 (Cespe/2009/Banco Central) A perda da nacionalidade brasileira 
pode decorrer de ato do ministro da Justiça ou de decisão judicial e 
tem como consequência o retorno do indivíduo à situação de 
estrangeiro. 
Comentários: 
A perda da nacionalidade pode se dar por sentença judicial (se for 
praticada atividade nociva ao interesse nacional) ou por aquisição de outra 
nacionalidade. (art. 12, § 4º, CF). Questão incorreta. 
38 (Cespe/2009/OAB) Em nenhuma hipótese, brasileiro nato perde 
a nacionalidade brasileira. 
Comentários: 
 É possível que o brasileiro nato perca sua nacionalidade caso adquira 
outra nacionalidade, ressalvados os seguintes casos: 
 Reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; 
 Imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro 
residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu 
território ou para o exercício de direitos civis. 
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 Questão incorreta. 
39 (Cespe/2009/ANATEL) Mário, casado com Ângela, é analista 
administrativo da ANATEL e esteve a serviço dessa agência em Paris 
nos meses de outubro e novembro de 2008, quando, nesse período, 
nasceu seu filho Lúcio, em hospital de Brasília. Caso Lúcio tivesse 
nascido em Paris, ele não poderia ocupar os cargos de ministro do 
Supremo Tribunal Federal e de oficial das Forças Armadas, haja vista 
que esses cargos são privativos de nascidos no Brasil. 
Comentários: 
 Ainda que Lúcio tivesse nascido em Paris, seria brasileiro nato, por incidir 
na hipótese do art. 12, I, “b”, da Constituição Federal. Por isso, poderá, sim, 
ocupar esses cargos, que são privativos de brasileiro nato. Questão incorreta. 
40 (Cespe/2010/INSS) O filho do embaixador da China no Brasil, 
caso nasça em território nacional, é considerado brasileiro nato. 
Comentários: 
 Veja o que determina a Constituição: 
Art. 12. São brasileiros: 
I - natos: 
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de 
pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço 
de seu país; 
Como o pai, que é chinês, está a serviço da China, o filho do embaixador 
não é brasileiro nato. Questão incorreta. 
41 (Cespe/2012/Câmara dos Deputados) As distinções entre 
brasileiros natos e naturalizados, além das constantes na CF, devem 
ser previstas em lei complementar. 
Comentários: 
Somente a Constituição pode estabelecer distinção entre brasileiros 
natos e naturalizados. Veja o que determina o § 2º do art. 12 da Constituição: 
§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros 
natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta 
Constituição. 
Questão incorreta. 
 
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Direitos Políticos 
Para iniciarmos nosso estudo sobre os direitos políticos, nada melhor que 
defini-los, não é mesmo? 
 Os direitos políticos são aqueles que garantem a participação no 
processo político e nos órgãos governamentais, por meio das diversas formas 
de sufrágio: direito de voto, direito à elegibilidade, direito à participação 
popular etc. 
 “Nádia, e o que significa sufrágio? Sempre achei que fosse sinônimo de 
voto...” 
 Não confunda os conceitos, meu aluno (ou minha aluna). O sufrágio é a 
capacidade de votar e ser votado, a essência dos direitos políticos. De acordo 
com a doutrina, o sufrágio pode ser de dois tipos: 
 Universal: quando o direito de votar é concedido a todos os nacionais, 
independentemente de condições econômicas, culturais, sociais ou outras 
condições especiais; 
 Restrito (qualificativo): quando o direito de votar depende do 
preenchimento de algumas condições especiais, sendo atribuído a apenas uma 
parcela dos nacionais. O sufrágio restrito pode ser censitário, quando 
depender do preenchimento de condições econômicas (renda, bens, etc.) ou 
capacitário, quando exigir que o indivíduo apresente alguma característica 
especial (ser alfabetizado, por exemplo). 
O sufrágio apresenta dois aspectos: a capacidade eleitoral ativa e a 
capacidade eleitoral passiva. 
 
A primeira – ativa - representa o direito de votar e de alistar-se como 
eleitor (alistabilidade). A segunda – passiva - compreende o direito de ser 
votado e eleger-se para um cargo político (elegibilidade). 
Os direitos políticos são, portanto, instrumentos de exercício da 
soberania popular, característica dos regimes democráticos. Esses regimes 
podem ser de três diferentes espécies: 
 Democracia direta: é aquela em que o povo exerce o poder diretamente, 
sem intermediários ou representantes; 
Capacidade 
eleitoral 
ativa 
Capacidade 
eleitoral 
passiva 
Sufrágio 
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 Democracia representativa ou indireta: é aquela em que o povo elege 
representantes4 que, em seu nome, governam o país; 
 Democracia semidireta ou participativa: é aquela em que o povo tanto 
exerce o poder diretamente quanto por meio de representantes. Trata-se de 
um sistema híbrido, com características tanto da democracia direta quanto da 
indireta. É adotada no Brasil. 
 Feitas essas observações, que tal a leitura do art. 14 da Constituição? 
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio 
universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para 
todos, e, nos termos da lei, mediante: 
I - plebiscito; 
II - referendo; 
III - iniciativa popular. 
 Como você percebeu, lendo o “caput” desse artigo, nossa Constituição 
consagra o sufrágio universal, assegurando o direito de votar a todos os 
nacionais, independentemente de qualquer requisito. Além disso, note que os 
direitos políticos expressamente consignados na Constituição compreendem o 
direito ao sufrágio; o direito ao voto nas eleições, plebiscitos e referendos e o 
direito à iniciativa popular de lei. 
 “O que são plebiscito e referendo, professora?” 
 Tanto o plebiscito quanto o referendo são formas de consulta ao povo 
sobre matéria de grande relevância. A diferença entre esses institutos reside 
no momento da consulta. Enquanto no plebiscito a consulta se dá previamente 
à edição do ato legislativo ou administrativo, que retratará a decisão popular, 
no referendo ela ocorre posteriormente, cabendo ao povo ratificar (confirmar) 
ou rejeitar o ato. 
 Questão de prova: 
42 (Cespe/2013/TRE-MS) O plebiscito e o referendo são formas de 
exercício indireto da soberania popular. A participação popular, em 
ambos os casos, faz-se posteriormente à promulgação da lei. 
Comentários: 
Trata-se de formas de exercício direto da soberania popular. No referendo, 
 
4 Na representação, o representante exerce um mandato e não fica vinculado à vontade do 
povo (mandato livre), diferentemente do que ocorre no mandato imperativo, em que o 
representante se vincula à vontade dos representados, sendo apenas um veículo de 
transmissão desta. Além disso, ele não representa apenas os seus eleitores, mas toda a 
população de um território (mandato geral). 
 
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faz-se posteriormente à promulgação da lei; no plebiscito, previamente. 
Questão incorreta. 
i. Capacidade eleitoral ativa 
Como vimos, a capacidade eleitoral ativa é aquela que assegura ao 
nacional o direito de votar nas eleições, plebiscitos e referendos. Falando nisso, 
você sabe a diferença entre plebiscito e referendo? 
 No Brasil esta é adquirida mediante alistamento eleitoral, a pedido do 
interessado. É com o alistamento que se adquire, portanto, a capacidade de 
votar. 
 Questão de prova: 
43 (Cespe/2013/TRF 2ª Região/Juiz) No Brasil, o alistamento 
eleitoral depende da iniciativa do nacional que preencha os requisitos 
constitucionais e legais exigidos, não havendo inscrição de ofício por 
parte da autoridade judicial eleitoral. 
Comentários: 
O alistamento eleitoral, no Brasil, se dá somente a pedido do interessado. 
Questão correta. 
 Além da capacidade de votar, a qualidade de eleitor dá, ao nacional, a 
condição de cidadão, tornando-o apto a exercer vários direitos políticos, mas 
nem todos. Para fruir de todos os direitos políticos, é necessário o 
preenchimento de outras condições. Assim, com o alistamento o cidadão 
garante seu direito de votar, mas não o de ser votado, uma vez que o 
alistamento é apenas uma das condições da elegibilidade. 
Art. 14, §1º - O alistamento eleitoral e o voto são: 
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos; 
II - facultativos para: 
a) os analfabetos; 
b) os maiores de setenta anos; 
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. 
 Memorize isto: o alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios para os 
maiores de 18 anos e facultativos para os analfabetos, os maiores de 70 anos 
e aqueles entre 16 e 18 anos. E a quem é vedado o alistamento? A resposta é 
dada pelo art. 14, §2º da CF: 
§ 2º - Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros 
e, durante o período do serviço militar obrigatório, os 
conscritos. 
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 No que concerne ao art. 14, § 1º, I, da Carta Magna, destaca-se a 
posição do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) acerca da obrigatoriedade do voto 
dos portadores de deficiência grave, cuja natureza e situação impossibilite ou 
torne extremamente oneroso o exercício de suas obrigações eleitorais. Nesse 
sentido, a Corte observou a existência de “lacuna”, e não, silêncio, da 
Constituição. Assinalou que o legislador constitucional, ao facultar o voto aos 
maiores de setenta anos, certamente atentou para as prováveis limitações 
físicas decorrentes de sua idade. 
 Nesse sentido, o Tribunal Superior Eleitoral apontou que pessoas com 
deficiências graves, como os tetraplégicos e os deficientes visuais inabilitados 
para a leitura em braile, por exemplo, poderiam se encontrar em situação até 
mais onerosa que a dos idosos. Assim, o próprio art. 5º, § 2º, da Constituição 
Federal autorizaria a interpretação que legitimava a extensão do direito 
reconhecido aos idosos e aos portadores de deficiência grave. Com esses 
fundamentos, expediu-se a Resolução no 21.920/2004, que eximiu de sanção 
“pessoa portadora de deficiência que torne impossível ou demasiadamente 
oneroso o cumprimento das obrigações eleitorais, relativamente ao 
alistamento e ao exercício do voto”. 
 Outra questão relevante analisada pelo TSE, que deu origem à Resolução 
no 20.806/2001 diz respeito à exigência de comprovação de quitação do 
serviço militar para fins de alistamento dos indígenas. Constatando lacuna na 
legislação, o Tribunal considerou que somente os índios integrados (excluídos 
os isolados e os em via de integração) seriam obrigados a tal comprovação. 
No que se refere ao § 2º do art. 14 da CF/88, como você viu, o 
alistamento é vedado aos estrangeiros e aos conscritos. Para seu melhor 
entendimento (e memorização), esclareço que conscrito é, em linhas gerais, o 
brasileiro que compõe a classe de nascidos entre 1º de janeiro e 31 de 
dezembro de um mesmo ano, chamada para a seleção, tendo em vista a 
prestação do serviço militar inicial obrigatório. Além disso, o TSE considera 
conscritos os médicos, dentistas, farmacêuticos e veterinários que prestam 
serviço militar obrigatório.5 
 Esquematizando: 
 
5 Resolução do TSE no 15.850/89. 
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44 (Cespe/2010/TRE-BA) A participação indireta do povo no poder 
ocorre com a representação. Nesta, o representante exerce um 
mandato e não fica vinculado à vontade dos representados. Além 
disso, o eleito não representa apenas os seus eleitores, mas toda a 
população de um território. Desse modo, o mandato é considerado 
livre e geral. 
Comentários: 
 É isso mesmo! O mandato é considerado livre porque o representante 
tem total liberdade, não estando vinculado à vontade do eleitor. Esse tipo de 
mandato se contrapõe ao mandato imperativo, em que o representante se 
vincula à vontade do representado. Além disso, é considerado geral porque o 
representante representa

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