Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
AN02FREV001/REV 4.0 1 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA Portal Educação CURSO DE GESTÃO DE OBRAS Aluno: EaD - Educação a DistânciaPortal Educação AN02FREV001/REV 4.0 2 CURSO DE GESTÃO DE OBRAS MÓDULO I Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. AN02FREV001/REV 4.0 3 SUMÁRIO MÓDULO I 1 COORDENAÇÃO DOS PROJETOS DE ARQUITETURA E ENGENHARIA 2 ESTRUTURAS DE COORDENAÇÃO 3 ESTUDO PRELIMINAR 4 O ANTEPROJETO 5 O PROJETO EXECUTIVO MÓDULO II 6 CANTEIRO DE OBRAS 7 ASPECTOS A SEREM CONSIDERADOS NA IMPLANTAÇÃO 8 INSTALAÇÕES DE INFRAESTRUTURA 8.1 ÁREAS DE VIVÊNCIA 8.2 ARMAZENAMENTO E ESTOCAGEM DE MATERIAIS 8.3 CENTRAL DE CARPINTARIA 8.4 FORNECIMENTO DE ÁGUA 8.5 ESGOTO DA OBRA 8.6 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS 8.7 CAMINHOS PARA VEÍCULOS E PEDESTRES DENTRO DO CANTEIRO 9 EQUIPAMENTOS DE TRANSPORTE 9.1 TRANSPORTE POR BOMBAS DE CONCRETO 9.2 TRANSPORTE POR ELEVADORES DE OBRA 10 INSTALAÇÕES DE SEGURANÇA 10.1 INSTALAÇÕES DE PROTEÇÃO DO TRABALHO 10.2 PROTEÇÃO DAS VIAS PÚBLICAS DE TRÁFEGO 10.3 PROTEÇÃO CONTRA EMISSÕES 10.4 PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO AN02FREV001/REV 4.0 4 10.5 SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA NO CANTEIRO DE OBRAS MÓDULO III 11 PLANEJAMENTO DA OBRA 12 PLANEJAMENTO PRÉVIO DA EXECUÇÃO 12.1 POSIÇÃO DA EQUIPE DO PLANEJAMENTO PRÉVIO NO ORGANOGRAMA DA EMPRESA 13 ESTRUTURA FUNCIONAL E TAREFAS DO PLANEJAMENTO PRÉVIO 13.1 REGISTRO DE DADOS DO PROJETO 13.2 ESTRUTURA DE DECOMPOSIÇÃO DO TRABALHO 13.3 SELEÇÃO DOS MÉTODOS DE EXECUÇÃO 13.4 COMPARAÇÃO COM BASE NOS CUSTOS 13.5 PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES DA OBRA 14 FORMAÇÃO DE EQUIPES DE TRABALHO 14.1 EQUIPES MISTAS 14.2 EQUIPES ESPECIALIZADAS 14.3 MÉTODOS DE PLANEJAMENTO 14.4 PRODUÇÃO EM SEQUÊNCIA 14.5 PRODUÇÃO SIMULTÂNEA 14.6 CRONOGRAMA 14.7 ADAPTAÇÕES DURANTE O PERÍODO DE EXECUÇÃO 14.8 INDICES DE PRODUTIVIDADE E DE RENDIMENTO 14. 9 PLANEJAMENTO DOS RECURSOS 14.10 PLANEJAMENTO DA MÃO-DE-OBRA 14.11 PLANEJAMENTO DOS RECURSOS OPERACIONAIS 14.12 PLANEJAMENTO DA DISPONIBILIZAÇÃO DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO 14.13 PLANEJAMENTO DOS SERVIÇOS DE EMPREITEIRAS 14.14 UTILIZAÇÃO DE SOFTWARES NO PLANEJAMENTO DA OBRA 15 PROCEDIMENTOS DE EXECUÇÃO DE SERVIÇOS E AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA EXECUÇÃO AN02FREV001/REV 4.0 5 16 MÉTODOS PARA O LEVANTAMENTO DE TEMPOS IMPRODUTIVOS 16.1 MÉTODOS SIMPLES E INFORMAIS 16.2 MÉTODOS PARA AUMENTAR A EFICIÊNCIA MÓDULO IV 17 ORÇAMENTO 17.1 DEFINIÇÃO SINTÉTICA DE ORÇAMENTO 17.2 PROJETO 17.3 CADERNO DE ENCARGOS 17.4 MEDIÇÃO 17.5 QUANTIFICAÇÃO 17.6 MEMÓRIA DESCRITIVA 17.7 SERVIÇO SIMPLES 17.8 SERVIÇO COMPOSTO 17.9 MAPA DE TRABALHOS 17.10 MÃO-DE-OBRA 17.11 MATERIAIS(INSUMOS) 17.12 COMPOSIÇÃO DE CUSTOS 17.13 PREÇO DE VENDA 18 TIPOS DE ORÇAMENTOS 18.1 ORÇAMENTO PARA A PROPOSTA 18.2 ORÇAMENTO PARA O CONTRATO 18.3 ORÇAMENTO PARA A EXECUÇÃO 18.4 ORÇAMENTO DOS SERVIÇOS SUPLEMENTARES 18.5 ORÇAMENTO POSTERIOR À EXECUÇÃO 19 PARTES QUE COMPÕEM O ORÇAMENTO 19.1 ESTIMATIVA 19.2 ESPECIFICAÇÃO 19.3 TEMPORALIDADE 19.4 CONCEITOS FUNDAMENTAIS 19.5 ANÁLISE DAS CONDICIONANTES DE UM TRABALHO AN02FREV001/REV 4.0 6 19.6 LEITURA E INTERPRETAÇÃO DO PROJETO E CADERNO DE ENCARGOS 19.7 ANÁLISE DO EDITAL 19.8 VISITA TÉCNICA 20 COMPOSIÇÃO DE CUSTOS 20.1 PREÇO DE VENDA (UNITÁRIO) DE SERVIÇOS 20.2 COMPOSIÇÕES UNITÁRIAS DE CUSTOS DE SERVIÇOS 20.3 OBTENÇÃO DAS COMPOSIÇÕES 21 SEQUÊNCIA DOS PROCEDIMENTOS NA ELABORAÇÃO DE UM ORÇAMENTO 22 RESUMO GERAL DOS PROCEDIMENTOS DA ORÇAMENTAÇÃO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AN02FREV001/REV 4.0 7 MÓDULO I 1 COORDENAÇÃO DOS PROJETOS DE ARQUITETURA E ENGENHARIA FIGURA 1 – PROJETO DE ENGENHARIA FONTE: Disponível em:<http://www.sparta.srv.br/Sparta_engenharia_port.htm>. Acesso em: 23 jan. 2013. A coordenação dos projetos de Arquitetura e Engenharia é definida nas etapas iniciais de um empreendimento e se caracterizam por um grande volume de informações reunidas que irão servir como parâmetro na elaboração da gestão e da evolução do planejamento. As características ou diretrizes dos projetos têm por finalidade relacionar previamente os elementos decisórios conforme o interesse do cliente, orientados e compilados tecnicamente por um gestor da obra, bem como definido no processo de desenvolvimento dos trabalhos a serem desenvolvidos. AN02FREV001/REV 4.0 8 O gerenciamento de projetos é a aplicação dos conhecimentos, habilidades, ferramentas e técnicas nas atividades de um projeto, objetivando atender ou exceder as necessidades e expectativas do cliente e de nossa empresa, naquele projeto (PARTICELLI, 2002). Segundo Nocera (2006), um projeto é constituído por cinco fases distintas, que compõem o ciclo de vida do mesmo, que são: Iniciação, planejamento, controle, execução e finalização. Em cada etapa de um projeto se ramificam outras etapas e procedimentos necessários para a administração apropriada de uma obra. FIGURA 2 - PROJETOS DE OBRAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL FONTE: Disponível em: <http://www.ficope.pt/index.php?id=6>. Acesso em 23 jan. 2013. Em cada fase é exposta a sua função, relevância no processo e o modelo prático de formulário para o devido acompanhamento, sendo aplicado a cada processo no modelo de gerenciamento OPCA, ou seja, Organização, Planejamento, Controle e Aperfeiçoamento das atividades. Essa forma pretende demonstrar a maneira simples e eficaz de controlar a execução e o andamento de uma obra, obtendo resultados significativos, como maiores lucros nos empreendimentos (NOCERA, 2006). AN02FREV001/REV 4.0 9 O plano de gerenciamento de projetos é a base principal para o sucesso do empreendimento. A partir das ideias iniciais, a equipe deverá expor e registrar o escopo do projeto de forma a caracterizá-lo da melhor maneira. Os objetivos de um projeto determinado pelo cliente devem ser claros. Para definir os limites do projeto, devem-se relacionar de forma organizada todos os itens que o compõem. FIGURA 3 - PROJETO DE OBRA DE CONSTRUÇÃO CIVIL FONTE: Disponível em: <http://www.sinfic.pt/autodesk/displayconteudo.do2?numero=34433>. Acesso em: 23 jan. 2013. O gerenciamento de projetos é um processo contínuo e dinâmico durante toda a sua execução e se desenvolve de acordo com um trabalho em equipe, sendo de extrema importância a existência do fator humano e técnico. O trabalho de coordenação na elaboração de projetos constitui-se em uma tarefa complexa cuja eficiência dependerá a qualidade do projeto resultante, justificando-se, portanto, a adoção de procedimentos metodologicamente AN02FREV001/REV 4.0 10 estabelecidos, que visem orientar simultaneamente os vários profissionais, estabelecendo um adequado fluxo de informações entre eles, além de conduziras decisões a serem tomadas no desenvolvimento do projeto. (THOMAZ, 2001). Para a execução do planejamento de projetos, precisam-se considerar os fatores espaço e tempo, prevendo as possíveis interferências que podem existir entre as diversas atividades no decorrer da obra. Um ponto importante no planejamento consiste em organizar claramente o conteúdo de um projeto, com todos os seus elementos como memórias de cálculo, estudo de materiais e mão de obra. A gestão dos projetos é a aplicação de habilidades e técnicas na elaboração e controle de atividades relacionadas para atingir um conjunto de objetivos predefinidos. Um bom gestor de projetos procura atingir metas estabelecidas dentro do prazo, custo e qualidade esperados. As vantagens de um projeto bem gerenciado resumem-se na execução não ter diferenças significativas do estudo e do planejamento original (PRADO, 2001). O gerenciador ou gestor de obras é o profissional centralizador do processo, e deve ser capacitado para integrar os projetos, traduzir os anseios do empreendedor e coordenar a equipe de projetistas. Segundo Prado (2001), o gestor de obras deve possuir as seguintes características: Possuir nível técnico; Ter conhecimento de técnicas de liderança; Ter conhecimento técnico e experiência nas áreas envolvidas (etapas de projetos, execução de obras, cronograma de obras, custos); Ter conhecimento da normativa institucional (normas municipais, normas técnicas, legislação pertinente, etc.); Ter conhecimento das diretrizes dos projetos a serem empregadas. AN02FREV001/REV 4.0 11 FIGURA 4 - GESTOR DE OBRA DE CONSTRUÇÃO CIVIL FONTE: Disponível em: <http://www.fatectatuape.com.br/site_novo/home.php>. Acesso em: 22 jan. 2013. 2 ESTRUTURAS DE COORDENAÇÃO Na maioria das empresas construtoras a atividade de compatibilização de projetos acontece apenas na fase de elaboração dos projetos executivos, porque a falta de análise desses elementos acarretam alterações onerosas e podem comprometer a qualidade do empreendimento. AN02FREV001/REV 4.0 12 FIGURA 5 - COORDENAÇÃO DE UMA OBRA DE CONSTRUÇÃO CIVIL FONTE: Diponível em: <http://www.agconstructionllc.com/>. Acesso em: 17 jan. 2013. O processo de coordenação de projetos apresenta, na maior parte dos casos, a seguinte estrutura: Projeto Arquitetônico; Estrutural; Elétrico; Hidráulico; Outros projetos. Para melhorar a estrutura de planejamento é recomendável iniciar a coordenação dos projetos na fase de estudo preliminar com a inclusão de diversos fatores como custos, fornecedores e equipes de trabalho, coordenados da seguinte forma: AN02FREV001/REV 4.0 13 Coordenação das equipes de projeto e execução em fases de estudo preliminar e anteprojeto FONTE: (GEHBAUER, 2002). A coordenação entre a equipe de projeto e a equipe de gerenciamento deve ser feita, de preferência, pelo gerente da obra (técnico, engenheiro ou arquiteto) que, para desempenhar corretamente suas funções, deve estar envolvido no empreendimento desde o seu início. Para o desenvolvimento de uma cultura de equipe, é importante estruturar uma organização de tal forma que proporcione eficiência tanto no processo de decisão como no processo de execução. No processo de decisão, devem ser consideradas as experiências do maior número possível de pessoas. Para isso, pode ser necessário que os membros de uma equipe busquem opiniões dentro de suas próprias equipes, antes que uma decisão seja tomada. Projetos: - Arquitetônico - Estrutural - Elétrico - Hidráulico - Outros Execução: - Gerente de obra - Mestre de obra Reuniões periódicas de coordenação Decisões: - Equipe própria - Fornecedores - Tecnologia - Custos Otimização - Informação - Custos - Materiais - Recursos - Tempo - Métodos Resultados AN02FREV001/REV 4.0 14 O tempo gasto nessas reuniões antes do trabalho, na busca de soluções otimizadas é um bom investimento, uma vez que é comprovado ao longo do tempo ser mais econômico realizar alterações na fase de planejamento do que durante a execução da obra. Para um correto funcionamento do processo de comunicação é necessário limitar o tamanho do grupo. O tamanho ideal é em torno de 5 a 9 participantes; sendo no máximo 12 participantes, sendo um o coordenador. Na fase de execução, entretanto, tal procedimento não é viável, pois despende muito tempo. Nessa fase não se aplica discussões sobre questões básicas e, assim que uma decisão for tomada, as pessoas envolvidas devem seguir fielmente o procedimento determinado. A estrutura organizacional hierárquica passa a ser mais adequada segundo o esquema a seguir: FIGURA 6 - EXEMPLO DE ESTRUTURA HIERÁRQUICA DE ORGANIZAÇÃO PARA O PROCESSO DE EXECUÇÃO FONTE: (GEHBAUER, 2002). As etapas e todas as fases de um projeto podem ser representadas por um fluxograma geral. Nele estão definidos também os momentos em que as reuniões de coordenação são fundamentais para o prosseguimento dos trabalhos de planejamento. AN02FREV001/REV 4.0 15 FIGURA 7 - EXEMPLO DE FLUXOGRAMA DE UM CICLO COMPLETO DE UMA OBRA DE CONSTRUÇÃO FONTE: (COSTA, 1995). AN02FREV001/REV 4.0 16 As principais fases de uma obra que devem ser analisadas em um fluxograma pelo gestor de obra são: A preparação do empreendimento; A elaboração do projeto; A preparação para execução; A execução; A entrega da obra. Segundo Costa (1995), a compatibilização é a atividade de gerenciar e integrar projetos correlatos, visando um perfeito ajuste entre os mesmos e conduzindo para a obtenção dos padrões de controle de qualidade total de uma determinada obra. O objetivo da compatibilização de projetos consiste em eliminar ou minimizar os conflitos entre especialidades em uma obra, simplificando a execução e otimizando a utilização de materiais e da mão de obra, bem como a subsequente manutenção. A compatibilidade é definida como atributo do projeto, cujos componentes dos sistemas, ocupam espaços que não conflitam entre si e, além disso, os dados compartilhados tenham consistência e confiabilidade até o final do processo de projeto e obra (GRAZIANO, 2003). O Projeto é definido como descrição gráfica e escrita das propriedades de um serviço ou obra de Engenharia ou Arquitetura, definindo seus atributos técnicos, econômicos, legais e financeiros (NBR-5674 - 1999); uma atividade criativa, intelectual, baseada em conhecimentos técnicos e na experiência possibilitando um processo de otimização (GRAZIANO, 2003). A compatibilização de projetos é a atividade que torna os projetos compatíveis, proporcionando encontrar soluções integradas entre as diversas áreas de um empreendimento. AN02FREV001/REV 4.0 17 Segundo Picchi (1993), a compatibilização de projetos compreende a atividade de sobrepor os vários projetos e identificar as interferências, bem como programar reuniões, entre os diversos projetistas e a coordenação, com o objetivo de resolver interferências que tenham sido detectadas. Para Rodríguez e Heineck (2001), a compatibilização deve acontecer em cada uma das seguintes etapas do projeto: estudos preliminares, anteprojeto, projetos legais e projetoexecutivo, indo de uma integração geral das soluções até as verificações de interferências geométricas das mesmas. FIGURA 8 - COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS DE OBRAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL FONTE: Disponível em: <http://www.intland.com/blog/customer-story-managing-a-construction-project- with-codebeamer/>. Acesso em: 17 jan. 2013. 3 ESTUDO PRELIMINAR O estudo preliminar corresponde à etapa inicial do planejamento de uma obra, neste momento faz-se necessário efetuar verificações detalhadas do empreendimento. AN02FREV001/REV 4.0 18 A análise da viabilidade técnica e econômica da construção, que vai desde a escolha do local a estudos geotécnicos e topográficos, para verificar se há alguma interferência significativa que possa vir a trazer problemas futuros. De acordo com GEHBAUER (2002), o planejamento deve ser desenvolvido de forma acentuada, desde os primeiros estudos que envolvem o empreendimento, procurando-se as melhores alternativas para orientar as decisões. Além das características reais de cada projeto, devem ser discutidos no planejamento do estudo preliminar: • Escopo dos serviços; • Local de execução dos serviços, facilidades e dificuldades dos locais; • Prazos de mobilização, de execução dos serviços, e desmobilização; • Documentos integrantes do pedido (projetos, especificações, planilhas de quantidades, etc.); • Atribuições e responsabilidades da contratada – relativas à execução dos serviços, a mão de obra, fornecimento de materiais e equipamentos; • Atribuições e responsabilidades da contratante; • Sistema de contratação e pagamento; • Reajuste de preços; • Critério de medição dos serviços executados; • Critério de aceitação dos serviços; • Considerações sobre serviços extracontratuais; • Cláusulas relativas à multa; • Critérios de garantia dos serviços; Na fase de estudo preliminar é definida a geometria do edifício e do sistema construtivo a ser empregado. Nesta definição são verificados os principais fatores condicionantes relacionados com o terreno, função do edifício e plástica desejada. As informações obtidas nesta fase são a base para a verificação da viabilidade de desenvolvimento do projeto, tanto para a organização como para o cliente. AN02FREV001/REV 4.0 19 O sistema construtivo, que caracterizará o edifício, é o ponto de partida para a definição de vários outros aspectos técnicos como o sistema estrutural, os materiais e os métodos de execução a serem empregados. FIGURA 9 - SISTEMAS CONSTRUTIVOS MAIS COMUNS FONTE: (GEHBAUER, 2002). 4 O ANTEPROJETO Nessa fase já devem estar definidas as soluções de projeto e desenvolvidos detalhes básicos de execução de diversos trabalhos como estrutura, cobertura, fachada e acabamentos que têm influência direta na execução da obra. Para isso, é AN02FREV001/REV 4.0 20 indispensável um trabalho conjunto dos arquitetos com os projetistas de instalações prediais, e também com o calculista e a construtora. Com base no anteprojeto arquitetônico, os projetistas das instalações prediais complementarão e aperfeiçoarão os seus projetos e, da mesma forma, os engenheiros responsáveis pela estrutura e pela fundação irão definir, dimensionar e posicionar os elementos estruturais da construção. Cabe ao arquiteto, nessa e em outras fases, a tarefa fundamental em verificar todos os trabalhos realizados pelos projetistas técnicos e pelo calculista, coordenando- os, conferindo eventuais incompatibilidades entre eles e efetuar, se necessário, alterações nos projetos, para corrigi-los. Para que possa realizar este trabalho com maior segurança e rapidez, é necessária a presença dos representantes das diversas áreas nas reuniões de coordenação dos projetos. FIGURA 10 - DEFINIÇÕES DO ANTEPROJETO FONTE: Disponível em: <http://www6.montgomerycountymd.gov/mcgtmpl.asp?url=/content/dgs/dbdc/index.asp> Acesso em: 17 jan. 2013. AN02FREV001/REV 4.0 21 As soluções propostas podem ser defendidas e analisadas em conjunto, abreviando o período de reavaliações e alterações dos projetos. Em projetos de maior complexidade, é conveniente integrar no planejamento já nesta fase, a empresa construtora ou as empreiteiras, aproveitando sua maior experiência e know-how, no que diz respeito à possibilidade de execução do projeto. O trabalho deve ser coordenado para que não haja perda ou desvio de informações. É fundamental também que estas informações fluam com rapidez dentro de toda a equipe de planejamento e, para que tudo isso funcione, é indispensável a figura do gerente de projeto que, como foi visto, faz a ligação entre a equipe de projeto, construtora, empreiteiras e fornecedores. FIGURA 11 - PROJETOS DE DIVERSAS ESPECIALIDADES DE UM EMPREENDIMENTO FONTE: Disponível em: <http://www6.montgomerycountymd.gov/mcgtmpl.asp?url=/content/dgs/dbdc/index.asp>. Acesso em: 17 jan. 2013. AN02FREV001/REV 4.0 22 Tendo sido implementado o anteprojeto, torna-se possível a elaboração de um memorial descritivo, contendo todos os elementos do projeto a executar, sendo que cada ambiente será identificado individualmente, com suas respectivas características. FIGURA 12 - EXEMPLO DE UM MEMORIAL DESCRITIVO FONTE: (GEHBAUER, 2002). Na fase do anteprojeto devem-se realizar inúmeras pesquisas de mercado, na busca de materiais, produtos e soluções técnicas, que garantam a maior qualidade, conforto, funcionalidade e qualidade estética, dentro dos padrões predefinidos para o empreendimento em estudo. As pesquisas realizadas consideram os aspectos de acústica (proteção e isolamento), o isolamento térmico, a impermeabilização e a qualidade das instalações hidráulica, elétrica, solução na proteção contra descargas elétricas, etc. As escolhas são na maioria das vezes, acompanhadas por técnicos das respectivas áreas. AN02FREV001/REV 4.0 23 5 O PROJETO EXECUTIVO O projeto executivo consiste em um conjunto de desenhos e informações desenvolvidos a partir do anteprojeto arquitetônico, do pré-dimensionamento estrutural, dos anteprojetos de instalações prediais e da definição dos elementos principais do acabamento. Eles apresentam um nível de detalhamento muito maior e devem estar aptos a servir como diretriz para a execução da obra. É ideal dar-se início ao projeto executivo depois que o alvará para a construção tenha sido concedido. Porém, devido aos prazos que se impõem esta regra nem sempre é praticável, e muitas vezes o projeto executivo é iniciado com base na documentação do anteprojeto ou do projeto legal ainda não aprovado. Descrição de um projeto executivo A primeira etapa do projeto executivo consiste na transposição das medidas dos anteprojetos arquitetônico e estrutural para uma escala maior e mais detalhada. As instalações prediais são incluídas neste projeto apenas os shafts e as caixas dos elevadores com suas respectivas dimensões. AN02FREV001/REV 4.0 24 FIGURA 13 - PROJETO EXECUTIVO FONTE: Disponível em: <http://manuelgpereira.blogspot.pt/2011/09/sustentabilidade-desde-o- projeto.html>. Acesso em: 17 jan. 2013. O projeto executivo, elaborado neste nível, é entregue ao calculista e aos projetistas das instalações prediais do edifício. Com base nele, o calculista elabora o primeiro projeto estrutural executivo, em que são posicionados, numeradose pré- dimensionados todos os elementos estruturais do edifício, sejam estes de aço, concreto, alvenaria ou outro material. Paralelamente, é feita uma cotação detalhada de todo o Projeto Executivo, que inclui o dimensionamento estrutural feito pelo calculista. Os projetistas complementares incluem no projeto executivo, os vazios e furos que devem ser previstos nos elementos estruturais, para a passagem de tubulações e eletrodutos. Eles definem também, de acordo com a necessidade, a posição de guias ou chumbadores, que devem ser colocados no interior dos elementos de concreto para a ancoragem de equipamentos pesados das instalações prediais ou do acabamento. AN02FREV001/REV 4.0 25 FIGURA 14 - PROJETO DE OBRA FONTE: Disponível em: <http://vidadeumaprojetista.blogspot.pt/2011/06/e-o-fim-dos-projetistas.html>. Acesso em: 17 jan. 2013. Nessa fase de projeto, devem estar definidos o posicionamento e as dimensões de todos os grandes equipamentos que fazem parte das instalações prediais da edificação, para que eles sejam considerados no cálculo estrutural. Todos esses dados são inseridos no Projeto Executivo, em um processo em que o projeto circula entre os especialistas das diversas áreas, seguindo uma sequência lógica, que deve ser de preferência: ventilação/condicionamento de ar central, hidrossanitário, calefação, sprinkler e elétrico; em função do grau de influência destas instalações na estrutura e também da flexibilidade destas em relação às alterações propostas pela compatibilização. Principalmente nessa fase, o coordenador de projetos, ou compatibilizador, tem que assumir a importante tarefa de conciliar os desejos e as necessidades dos calculistas, dos demais projetistas, da construtora e do cliente; buscando soluções para AN02FREV001/REV 4.0 26 os conflitos de interesses desses, geralmente relacionados com custos, facilidade de execução e qualidade. FIGURA 15 - COORDENADOR DE PROJETOS FONTE: Disponível em: http://jobsearch.about.com/od/best-jobs/ss/Top-10-Best-Jobs_8.htm>. Acesso em: 17 jan. 2013. A coordenação desta equipe de profissionais e as soluções encontradas nas reuniões de compatibilização resultam no Projeto Executivo em fase de execução. Nele ficam definidos, com exatidão, o posicionamento e dimensão das aberturas e furos na estrutura e nas paredes da edificação, previstos para a passagem de elementos das instalações prediais. Outros projetistas complementares (exemplo: impermeabilização, acústica) irão também determinar alguns parâmetros de execução, que resultarão em dados que devem ser incluídos no projeto. Isso torna clara a necessidade de coordenação do projeto estrutural, dos projetos de instalações prediais e do acabamento, durante a elaboração do projeto arquitetônico executivo. AN02FREV001/REV 4.0 27 São processos que seguem paralelos, em uma constante troca de informações, sendo que, ao contrário do que ocorre habitualmente, os projetos de instalações prediais e de acabamento devem ser concluídos antes do projeto arquitetônico executivo, para que possam ser incorporados a este. FIGURA 16 - TROCA DE INFORMAÇÕES ENTRE TÉCNICOS EM UMA OBRA FONTE: Disponível em: <http://www.opus- group.com/IntegratedServices/ConstructionProjectManagement> Acesso em: 17 jan. 2013. A partir dos dados do projeto executivo, dos detalhes da obra bruta e dos elementos estruturais pré-moldados, o calculista elabora um novo projeto estrutural, que passa a conter, também, todos os vazados e furos para a passagem das instalações, todos os elementos pré-moldados e de ancoragem, assim como suas dimensões. A fase de elaboração do projeto executivo é encerrada com o levantamento de quantitativos, que é uma listagem de todos os materiais a serem utilizados na obra AN02FREV001/REV 4.0 28 bruta e no acabamento, com as respectivas quantidades. Para a elaboração desta lista, parte-se da documentação definitiva do projeto, corrigida e atualizada. FIGURA 17 - APRESENTAÇÃO DE ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO FONTE: Disponível em: <http://www.maventraining.co.uk/engineering-and-construction-case-study/>. Acesso em: 17 jan. 2013. Recomendações para uma coordenação eficiente dos projetos executivos Na fase de projeto executivo devem ser tomadas as decisões que têm influência significativa sobre os custos de execução da obra. Entretanto, a possibilidade de alterar os custos, no sentido de reduzi-los, diminui consideravelmente à medida que se finaliza a fase de planejamento. Depois de iniciada a obra, deve-se evitar alterações no projeto executivo. Recomenda-se que as tarefas de coordenação, necessárias para um bom planejamento, sejam assumidas pelas próprias construtoras. Elas possuem as AN02FREV001/REV 4.0 29 condições necessárias para a realização destas tarefas, uma vez que realizam seus próprios empreendimentos e dispõem, assim, de dados concretos sobre os recursos disponíveis, além de conhecerem bem as características e condicionantes dos empreendimentos a serem realizados. A coordenação dos projetos implica uma constante troca de informações entre arquitetos, engenheiros, calculistas, projetistas técnicos e a empresa de construção. Essa troca de informações deve ser garantida por meio de reuniões regulares de compatibilização. O intervalo entre as reuniões, assim como a escolha dos participantes, dependem do estágio em que se encontra o projeto. Nessas ocasiões, deve-se dar especial atenção à fixação de prazos e à definição dos responsáveis pelas diferentes tarefas, para que o planejamento tenha um desenvolvimento ininterrupto e controlável. Os resultados destas reuniões devem ser registrados em atas, que a seguir serão distribuídas não apenas aos participantes das reuniões, mas a todos os envolvidos na execução do projeto. Nestas reuniões é frequente a necessidade de elaborar croquis e alterar desenhos apresentados, para que as propostas e decisões sobre a forma de executar determinadas partes da obra sejam mais bem compreendidas pelos envolvidos (GEHBAUER, 2002). AN02FREV001/REV 4.0 30 FIGURA 18 - EXEMPLO DE UM FORMULÁRIO SIMPLIFICADO PARA UMA ATA DE REUNIÃO DE OBRA FONTE: (GEHBAUER, 2002). AN02FREV001/REV 4.0 31 FIGURA 19 - EXEMPLO DE CROQUI UTILIZADO EM REUNIÕES DE PROJETO FONTE: Disponível em: <http://construcaoedesign.com/category/desenho/>. Acesso em: 19 jan. 2013. Esses desenhos e alterações devem ser documentados e fazem parte da ata da reunião. Para maior controle de informações, recomenda-se fazer um arquivo que contenha todos os detalhes da obra, apontando sua localização dentro do projeto executivo, o desenhista responsável, data de elaboração e, se for o caso, código da ata de reunião em que foi elaborado ou alterado. Tais detalhes devem estar presentes no escritório e no canteiro de obras, com a antecedência necessária para a preparação da execução. FIM DO MÓDULO I
Compartilhar