Buscar

Gestão de obras_Mod 04

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 41 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 41 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 41 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

AN02FREV001/REV 4.0 
 130 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
GESTÃO DE OBRAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a DistânciaPortal Educação 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 131 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
GESTÃO DE OBRAS 
 
 
 
 
MÓDULO IV 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição 
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido 
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 132 
 
 
MÓDULO IV 
 
 
17 ORÇAMENTO 
 
 
A importância da realização de um orçamento preciso corresponde a 
possibilidade direta de uma empresa obter lucro ou prejuízo em uma obra, 
principalmente quando faltam critérios técnicos e econômicos mínimos para a sua 
elaboração. 
Pelo fato de ser uma das principais responsabilidades quanto ao sucesso ou 
fracasso de um projeto, o orçamento deve ser desenvolvido de forma bastante 
criteriosa. 
 
 
FIGURA 76 - ORÇAMENTO 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.ondepoupar.com/wp-
content/uploads/2012/01/or%C3%A7amento-familiar.jpg> 
Acesso em: 23 jan. 2013. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 133 
 
 
Em uma visão tradicional, um orçamento é uma previsão ou estimativa do 
custo de uma obra. O custo total da obra é o valor que corresponde à soma de todos 
os gastos necessários para a sua execução. 
Um orçamento corresponde a uma avaliação, previsão ou estimativa do 
custo de obra ou de serviço a ser executado, por meio de quantificação de insumos, 
mão de obra ou equipamentos relacionados à obra, o tempo de duração do 
empreendimento e como consequência, será obtido o preço da obra (GONZÁLEZ, 
2007). 
Na participação de uma concorrência, o preço proposto pelo construtor não 
deve ser nem tão baixo a ponto de não permitir lucro, nem tão alto a ponto de não 
ser competitivo na disputa com os demais proponentes. 
Há sempre a possibilidade de duas ou mais empresas chegarem a 
orçamentos distintos, porque distintos são os processos teóricos utilizados, a 
metodologia de execução proposta para a obra, as produtividades adotadas para as 
equipes de campo e os preços coletados, dentre outros fatores. 
O que é importante destacar é que o orçamento deve refletir as premissas 
da construtora, constituindo-se em uma meta a ser buscada pela empresa. 
Os documentos integrantes do estudo do orçamento servem como 
importante fonte de informação para a preparação, organização e execução dos 
trabalhos. Muitas vezes o volume de informações para um determinado caso pode 
ser bastante complexo, exigindo o registro de uma série de informações interligadas, 
que fazem parte de todo o processo de execução até entrega do trabalho. 
Os orçamentos são as formas de saber quanto custa uma obra ou projeto. 
Tem o mesmo sentido de previsão, sendo o ato de estimar uma situação futura, com 
base em uma análise presente, com o objetivo de alcançar uma nova situação 
projetada. 
No caso da Construção Civil, uma obra é uma atividade econômica, na qual 
o aspecto custo possui especial importância. O orçamento possui uma proposta do 
custo de uma obra, apresentada por uma empresa para a prestação de um serviço 
solicitado. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 134 
 
 
Para entendimento geral de todos os passos que se deve percorrer para o 
desenvolvimento de um orçamento, deve-se ter em conta uma série de aspectos, 
conforme o fluxograma apresentado abaixo. 
 
 
FIGURA 76 - FLUXOGRAMA PARA ELABORAÇÃO DE UM ORÇAMENTO 
 
FONTE: (MATTOS, 2006). 
 
 
17.1 DEFINIÇÃO SINTÉTICA DE ORÇAMENTO 
 
 
É a completa discriminação dos custos e serviços para a realização de uma 
obra de Construção Civil. 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 135 
 
Os principais elementos de um orçamento (TISAKA, 2006) são: 
 
 Projeto; 
 Caderno de encargos; 
 Medição; 
 Quantificação; 
 Memória descritiva; 
 Serviço simples; 
 Serviço composto; 
 Mapa de Trabalhos; 
 Mão de obra; 
 Materiais (insumos); 
 Composição de custos; 
 Composição de preços; 
 Preço de venda. 
 
 
17.2 PROJETO 
 
 
Definição do plano geral para edificar, incluindo a informação específica para 
a concretização. 
 
 
17.3 CADERNO DE ENCARGOS 
 
 
Documento de um projeto no qual se enumera as obrigações das partes e 
condições técnicas para a execução da obra. 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 136 
 
 
17.4 MEDIÇÃO 
 
 
Determinar quantidades de material, mão de obra e máquinas a aplicar em 
uma determinada obra. A medição gera documento em que constam os materiais e 
serviços necessários para um trabalho e que servem para fazer o estudo do 
orçamento. 
 
 
17.5 QUANTIFICAÇÃO 
 
 
É a etapa em orçamentação em que são levantadas as quantidades de 
serviços de obra a executar, por meio do registro da medição. 
 
 
17.6 MEMÓRIA DESCRITIVA 
 
 
Documento que contém todas as explicações detalhadas, apresentando as 
justificações e soluções para a execução de uma determinada construção. 
 
 
17.7 SERVIÇO SIMPLES 
 
 
É o serviço realizado apenas a partir de insumos e ferramentas básicas, com 
o emprego de mão de obra auxiliar. 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 137 
 
 
17.8 SERVIÇO COMPOSTO 
 
 
É o serviço realizado a partir de insumos diversos, com o emprego de 
técnica e equipamentos especiais. 
 
 
17.9 MAPA DE TRABALHOS 
 
 
É a peça gráfica em que o orçamento é apresentado. É construído pela 
relação dos serviços da obra com as respectivas quantidades, custos unitários e 
totalizações por grupos de serviços afins ou correlatos. 
 
 
17.10 MÃO DE OBRA 
 
 
É o trabalho humano que é empregado na construção. 
 
 
17.11 MATERIAIS(INSUMOS) 
 
 
São os componentes utilizados na realização física dos diversos serviços. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 138 
 
 
17.12 COMPOSIÇÃO DE CUSTOS 
 
 
É a discriminação das quantidades de insumos e respectivos preços 
necessários à realização de um serviço, cuja soma define um custo para o serviço. 
 
 
17.13 PREÇO DE VENDA 
 
 
É a composição de custos acrescida da taxa de BDI – Benefícios e 
Despesas Indiretas, que contempla os serviços realizados pelo construtor que não 
fazem parte da obra em si, o emprego do capital, os riscos e o lucro. 
 
 
18 TIPOS DE ORÇAMENTOS 
 
 
A orçamentação de uma obra pode ser dividida em duas etapas, sendo 
estas: 
• cálculos de custo prévios; 
• cálculos de custo posteriores à execução. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 139 
 
 
FIGURA 77 - CÁLCULO DE CUSTOS 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.waterburyct.org/content/458/2987/default.aspx>. 
Acesso em 24 jan. 2013. 
 
 
Nos cálculos de custo prévios, os custos de produção são determinados, 
baseando-se em valores provenientes de projetos semelhantes já executados ou em 
valores estimados. 
Os cálculos de custo prévios são feitos em uma sequência cronológica que 
irá definir os procedimentos necessários em cada etapa. Assim, o orçamento prévio 
pode ser classificado, segundo suas etapas, em: 
 Orçamentopara a proposta; 
 Orçamento para o contrato; 
 Orçamento para a execução; 
 Orçamento dos serviços suplementares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 140 
 
 
18.1 ORÇAMENTO PARA A PROPOSTA 
 
 
O orçamento para a proposta é feito durante a preparação da proposta. Sua 
finalidade é levantar os custos dos serviços necessários, para que a proposta seja 
feita. 
Para fazer esses cálculos, o orçamentista parte dos dados contidos no 
caderno de encargos, no qual estão descritos todos os serviços a serem executados 
pela empresa construtora. 
Para realizar o levantamento o orçamentista dos custos de execução, é 
necessário estudar com exatidão o conteúdo da documentação do empreendimento 
em concorrência e ter conhecimento profundo do processo de execução descrito. 
Sugere-se, também, o envolvimento de outros profissionais no caso de 
informações importantes, em especial a presença do futuro responsável pela 
execução da obra. 
Normalmente, há diversos métodos de execução que podem ser 
empregados em uma construção. 
A escolha dos métodos ideais de trabalho é de grande importância para a 
rentabilidade da construção. 
Esta escolha está diretamente relacionada com os materiais a serem 
utilizados e também com os recursos, tempo e espaço disponíveis para a obra. 
Após a escolha dos métodos de execução mais adequados, deve ser feita 
pelo orçamentista uma avaliação destes métodos relativamente à sua viabilidade 
econômica. A seguir, deve ser feito um levantamento dos custos que provavelmente 
ocorrerão, e este deve ser tão preciso quanto possível nesta fase. 
Para realizar esse levantamento o orçamentista precisa de toda a 
documentação do projeto (caderno de encargos com as quantidades dos serviços a 
serem executados). 
A partir das quantidades dos serviços, ele faz um levantamento dos 
materiais de construção necessários e seus componentes, como por exemplo; 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 141 
concreto (m3), alvenaria (m2), fôrmas (m2), aço para as armaduras (t), movimentação 
de terra (m3) e outros. 
Depois disso, precisam ser determinados os índices de produtividade para 
os serviços, a serem executados conforme os métodos predefinidos. 
O índice de produtividade (lp) é um valor numérico que representa o tempo 
de trabalho em horas (h), gasto por um operário (H), para produzir uma unidade de 
serviço (GEHBAUER, 2002).. 
 
Ip = tempo gasto / unidade produzida (Hh / unid) 
Ip: índice e produtividade 
Hh: Homem x hora 
 
Os índices de produtividade e de rendimento podem ser obtidos em algumas 
publicações do setor da construção. 
Outra forma de obter esses dados é utilizar os cálculos posteriores à 
execução, realizados pela própria empresa construtora para projetos semelhantes já 
concluídos. Nesse caso, o orçamentista irá basear-se principalmente em sua própria 
experiência e em valores obtidos das apropriações de dados dos canteiros de obras. 
Usando-se índices de rendimento e produtividade, pode ser estabelecida a 
quantidade de horas de trabalho que serão gastas pelos operários ou grupo de 
produção (máquinas e homens - no caso de trabalho mecanizado), para cada 
serviço a ser executado. Isto é feito multiplicando-se o índice de produtividade (de 
um trabalhador) pelas quantidades dos itens correspondentes. 
No caso de grupos de trabalho, as quantidades deste determinado item são 
divididas pelo índice de rendimento deste grupo. 
 
Tempo gasto (homens x horas) = índice de produtividade x quantidade de produção (Hh) 
ou 
Tempo gasto pelo grupo = quantidade de produção / índice de rendimento (h) 
 
Por meio da multiplicação do tempo gasto pelos custos relativos a cada hora 
de trabalho de um trabalhador ou de uma equipe de trabalho, determina-se uma 
parte do custo final de cada composição, no cálculo de custos para a proposta. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 142 
 
 
O cálculo de custos para a proposta é de grande importância para que uma 
empresa receba o encargo de executar um empreendimento. 
Na concorrência com outras empresas, o orçamento apresentado deve ser 
convincente e realista, para que o cliente possa aceitá-lo. 
Como a obtenção de contratos de construção é o objetivo de uma empresa, 
estes cálculos devem ser feitos de forma cuidadosa e exata. 
 
 
18.2 ORÇAMENTO PARA O CONTRATO 
 
 
Após a escolha de uma das propostas, já na fase de negociações entre 
cliente e construtora sobre o orçamento proposto, é feito um segundo cálculo antes 
do fechamento do contrato. 
Normalmente é feito aqui um controle dos cálculos de custos com o objetivo 
de levantar possíveis erros. Durante estas negociações, fica estabelecido até que 
ponto a empresa construtora pode ou quer garantir ao cliente um desconto no preço, 
para que se feche o contrato. 
De um modo geral, nesta fase do empreendimento o cliente deseja fazer 
alterações no projeto, acarretando com isto, alterações também no cálculo de custos 
feito para a proposta. Estas alterações decorrem, geralmente, da continuação do 
planejamento do empreendimento, durante a fase de contratação. 
Assim, pode ser também objeto de discussão o volume dos serviços a serem 
executados e os prazos de construção. 
O cliente pode desejar serviços extras, alternativas de execução, ou eliminar 
alguns dos serviços propostos inicialmente. Também são estabelecidas nesta fase 
cláusulas reajustáveis relativas aos preços de execução. 
Nessas cláusulas são apresentados os índices para correção dos custos dos 
serviços quando ocorre, por exemplo, aumento dos custos salariais ou de materiais, 
durante o prazo de validade do contrato e esses não corresponde mais aos valores 
considerados na orçamentação feita para a proposta. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 143 
 
Depois do esclarecimento das preferências do cliente é estabelecido entre 
cliente e empresa construtora um acordo sobre o orçamento e os serviços a serem 
realizados, ocorre então o fechamento do contrato. Nesse processo, os valores 
resultantes das negociações são transferidos para o orçamento da proposta e 
estabelecidos contratualmente. 
 
 
18.3 ORÇAMENTO PARA A EXECUÇÃO 
 
 
Após o fechamento do contrato, a empresa contratada dá início ao 
planejamento prévio da execução. 
O objetivo do planejamento prévio é otimizar o processo de execução da 
obra e obter o maior rendimento econômico possível. Para isso, são estudadas 
detalhadamente as condições do canteiro de obras, os métodos de execução que 
podem ser empregados, a utilização de máquinas e equipamentos, o planejamento 
da mão de obra, a aquisição de materiais, dentre outros. 
Geralmente, os valores de custos obtidos nesta fase de planejamento são 
diferentes daqueles encontrados nos cálculos para a proposta e para o contrato. 
A causa disso está no fato de que, quando a empresa faz o cálculo de 
custos para uma proposta, ela não pode ter ainda a certeza de que ganhará a 
concorrência. Assim, não é economicamente viável para ela fazer nesta fase um 
planejamento dos trabalhos de obra tão detalhado, como o que deve ser feito 
durante o planejamento da execução. 
É importante mencionar que os custos decorrentes da preparação de uma 
proposta podem variar de 0,1% até 1,0% do orçamento apresentado na proposta, 
dependendo da complexidade do projeto e do grau de detalhamento com que foi 
elaborada a documentação da licitação. 
Além disso, os serviços considerados no cálculo de custos para a proposta 
podem ser alterados de tal forma durante a fase de negociações que, ao planejar a 
obra, a equipe de planejamento considere mais favorável à utilização de métodos de 
execução diferentesdaqueles propostos inicialmente. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 144 
Essas alterações feitas depois de fechado o contrato, acarretarão, 
naturalmente, diferenças nos custos de execução. 
O objetivo do cálculo de custos para a execução é manter as alterações que 
implicam em custos, dentro dos limites estabelecidos pelo orçamento do contrato, 
fixando como referência os valores aí determinados. Assim, o cálculo de custos para 
a execução é uma evolução dos cálculos de custos para a proposta e para o 
contrato. 
No entanto, ele está vinculado aos valores para os custos e prazos que 
foram determinados nestes orçamentos. 
Os valores indicados pelo cálculo de custos da execução passam a ser, 
também, um instrumento de controle da execução. Por meio de comparações entre 
o planejado e o realizado, podem ser detectados desvios com relação ao 
planejamento, e ações corretivas podem ser introduzidas. 
O cálculo de custos para a execução indica valores que servem como 
referência também na contratação dos serviços de empreiteiras. 
Se observarmos o caso de uma construtora, que desenvolve seus próprios 
empreendimentos pode-se constatar que existem, também neste caso, os três níveis 
de orçamentação: 
• A estimativa de custos, feita com base nas medidas do anteprojeto; 
• Uma orçamentação mais precisa, realizada após a elaboração dos 
projetos executivos detalhados de arquitetura e engenharia; 
• Um cálculo preciso dos custos de execução, quando já foram definidos 
pelo planejamento prévio o cronograma da obra, e também os métodos de 
execução, materiais, fornecedores e empreiteiras. 
 
Estes três níveis de orçamentação são importantes também para a 
construtora que realiza seus próprios empreendimentos, para que ela possa fazer 
um planejamento realista dos recursos próprios a serem utilizados e do 
financiamento para a realização do empreendimento, se necessário. Além disso, o 
controle de custos, feito posteriormente à execução, só é possível quando foi feito 
um orçamento preciso durante o planejamento, pois controle de custos significa 
comparar o custo planejado com o realizado. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 145 
 
 
18.4 ORÇAMENTO DOS SERVIÇOS SUPLEMENTARES 
 
 
Frequentemente, durante a execução da obra, o cliente deseja que sejam 
realizados serviços além daqueles estabelecidos no contrato, e que logicamente não 
foram incluídos neste orçamento, já que até então eram desconhecidos. Por isso, 
devem ser apresentadas ao cliente, se possível antes do início da execução destes 
serviços extras, as chamadas propostas para serviços suplementares que geram os 
aditamentos contratuais (GEHBAUER, 2002). 
A remuneração por tais serviços é feita baseando-se nos princípios usados no 
levantamento de custos dos serviços contratados. 
A construtora que realiza apenas seus próprios empreendimentos também 
precisa calcular estes custos, quando for necessário executar serviços 
suplementares em seus empreendimentos, pois estes serviços irão alterar o total 
dos custos anteriormente calculados. 
 
 
18.5 ORÇAMENTO POSTERIOR À EXECUÇÃO 
 
 
Os cálculos posteriores à execução são feitos com o objetivo de comparar o 
custo planejado, determinado pelo planejamento prévio, com o custo real, obtido na 
execução da obra. 
Essa comparação entre custo real e planejado deve ser feita em relação 
àqueles tipos de custos mais representativos, como por exemplo: custos salariais, 
custos de materiais ou de serviços terceirizados e, obviamente, em relação ao custo 
total da obra. 
O cálculo de custos posterior à execução permite verificar as quantidades 
estipuladas durante a realização do orçamento prévio. Por meio dele, pode ser 
constatado até que ponto foi realista as suposições consideradas durante o 
planejamento prévio, relativamente aos índices de produtividade e rendimento. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 146 
Também devem ser comparadas as quantidades dos diversos materiais de 
construção consumidos com as quantidades planejadas. 
A partir destes cálculos posteriores à execução, serão apropriados novos 
índices que serão aplicados em futuros orçamentos de empreendimentos 
semelhantes. 
Para que os cálculos posteriores à execução sejam realizados, é necessário 
que o orçamento passe por todas as etapas precedentes, ou seja, que o orçamento 
para a proposta seja transformado em orçamento para o contrato, e que este evolua 
para o cálculo dos custos de execução. 
Outro fator indispensável é que os grupos de custos definidos no orçamento 
para a execução sejam os mesmos usados na contabilidade da obra. 
Por meio da elaboração sistemática e consequente de cálculos posteriores 
de seus projetos, a empresa irá adquirir, com o decorrer do tempo, dados e índices 
cada vez mais precisos. 
Com isso ela pode fazer, em concorrências futuras, propostas cada vez 
melhores e mais próximas da realidade, o que lhe garante certa vantagem em 
relação às empresas concorrentes. 
Mais uma vez, deve-se salientar que mesmo a construtora, que executa 
seus próprios empreendimentos, deve fazer um orçamento posterior à execução 
para que ela possa registrar os custos reais ocorridos na realização do 
empreendimento e utilizá-los novamente em futuros orçamentos. O orçamento 
posterior à execução é, enfim, o resultado do controle de custos (comparação 
previsto/realizado) que deve ser feito durante a execução dos trabalhos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 147 
 
 
19 PARTES QUE COMPÕEM O ORÇAMENTO 
 
 
O princípio básico utilizado neste método de orçamentação é de que todos 
os custos decorrentes da execução de um produto devem ser incluídos nos cálculos 
do custo final desta produção (GEHBAUER, 2002). 
Essa fase é de grande importância nos cálculos de uma construção, pois as 
quantidades descritas no caderno de encargos ou na lista dos serviços a serem 
realizados, geralmente não coincidem com aquelas que foram realmente 
empregadas na execução dos serviços. 
É necessário que os custos dos serviços realizados sejam ordenados o mais 
exatamente possível de acordo com a sua origem, para que, no caso de desvios em 
relação às quantidades/custos calculados, todos os custos ocorridos possam ser 
controlados. 
A organização dos elementos que fazem parte de um orçamento, não pode 
ser analisada apenas como uma listagem de números que foram retiradas de um 
livro ou de um manual. 
 
Os principais atributos de um orçamento (MATTOS, 2006) são: 
 Estimativa; 
 Especificação; 
 Temporalidade. 
 
 
19.1 ESTIMATIVA 
 
 
A estimativa é um atributo que se baseia em previsões, possibilitando obter 
levantamentos mais aproximados. Deve-se procurar analisar todas as variáveis 
envolvidas, para cada serviço a ser realizado. Um orçamento não tem a necessidade 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 148 
de ser por obrigação exato, contudo pretende-se que seja o mais preciso possível, 
com análise dos seus elementos procurando minimizar a margem de erro. 
 
Em um orçamento a estimativa está contida em diversos itens: 
 Mão de obra 
• Relacionada com a produtividade das equipes envolvidas, afetando a 
composição de custo diretamente. 
 
• Encargos sociais e trabalhistas 
Os encargos sociais e trabalhistas que estão relacionados com a mão de 
obra, leva em conta diversas premissas, tais como histórico de acidentes do 
trabalho, média da rotatividade para o cálculo do aviso prévio, as faltas justificadas 
entre outros elementos a partir de dados estatísticos. 
 
 Material 
• Preço dos materiais 
Possibilidade de variação dos preços dos materiais orçamentados,modificando os valores previstos para a execução do trabalho. 
 
• Impostos 
Os impostos incluídos no preço do orçamento na compra dos insumos podem 
variar durante a realização da obra. 
 
• Perda 
Consideração do desperdício de material por trabalho realizado. Em casos 
práticos diversos fabricantes recomendam uma perda específica que deve ser 
considerada no cálculo orçamentado. 
 
• Reaproveitamento 
Representa a possibilidade de utilização de vezes de um mesmo material, 
como por exemplo, as formas para os elementos de concreto armado. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 149 
 
 Equipamento 
• Custo horário 
Consideração da vida útil, custo de manutenção e operação; 
 
• Produtividade 
Consideração da produtividade específica de um equipamento mediante ao 
tipo de trabalho a ser executado de forma a obter o melhor índice possível referente 
à execução do trabalho. 
 
 
 Custos indiretos 
• Pessoal 
Os custos com salários, encargos sociais das equipes técnica, administrativa 
e de apoio. 
 
• Despesas gerais 
As contas de água, luz, telefone, aluguel de equipamentos gerais (grua, 
andaimes), seguros, fretes, etc. 
 
 Imprevistos 
• Normalmente deve-se incluir um percentual ao orçamento, devido aos 
possíveis imprevistos que um serviço pode apresentar quando executado. São 
custos que não são previsíveis e que podem causar retrabalho por intervenientes 
diversos como condições atmosféricas ou má qualidade da execução. 
 
 
19.2 ESPECIFICAÇÃO 
 
 
A especificação para um orçamento de uma determinada obra é diferente do 
orçamento de uma obra com as mesmas características que serão realizadas em 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 150 
outro local distante, pois pode necessitar diferentes custos de mobilização dos 
funcionários e de toda a estrutura de uma empresa. 
Um orçamento não pode ser considerado padrão para representar um 
serviço, apesar da importância da experiência anterior, deve-se ter em causa as 
condições específicas de cada caso. 
 
 
Na maioria dos casos o orçamento está diretamente ligado a: 
• Empresa 
O orçamento representa a imagem e a política de uma empresa, na forma 
de apresentação do quadro técnico, no padrão de qualidade do seu canteiro de 
obras, na quantidade de viaturas e equipamentos disponíveis para o trabalho, na 
quantidade de terceirização dos diversos serviços, etc. 
 
• Condições locais 
As condições locais compreendem o tipo de clima, relevo, vegetação, 
profundidade do lençol freático, tipo de solo, condições das vias de acesso, distância 
aos fornecedores de insumos, qualidade dos subempreiteiros da região, diferentes 
taxas de impostos regionais, etc. 
 
 
19.3 TEMPORALIDADE 
 
 
A temporalidade diz respeito ao orçamento apresentado a um determinado 
tempo e que pode sofrer com o tempo alterações em sua estrutura e base de 
cálculo, principalmente com a variação dos preços dos insumos, sendo necessária a 
realização de uma atualização. 
 
As causas das variações dizem respeito principalmente à: 
• Diferença do custo dos insumos com certo tempo; 
• Modificação de impostos e encargos sociais e trabalhistas; 
• Evolução dos métodos construtivos orçamentados; 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 151 
 
• Cenários financeiros e gerenciais diferentes. 
Os diferentes cenários podem justificar a terceirização, delegação de tarefas, 
condições de capital de giro, necessidade de empréstimo, etc. 
A organização de orçamentos para obras de Construção Civil pode ter 
enfoques distintos, quando analisado sob o prisma do cliente e proprietário da obra 
ou pelo construtor (MATTOS, 2006). 
Do ponto de vista do cliente e proprietário da obra, o orçamento é a 
descrição de todos os serviços, devidamente quantificados e multiplicados pelos 
respectivos preços unitários, cuja somatória define o preço total, ou seja, seu 
desembolso. 
Alguns pontos apresentados em um orçamento, não são uma preocupação 
imediata do proprietário, como a cotação de materiais, percentual de perdas e 
produtividade de equipes. De uma maneira geral estará mais preocupado com o 
montante do empreendimento e como esse montante será desembolsado ao longo 
do tempo. 
Do ponto de vista do construtor, o orçamento é a descrição de todos os 
materiais, devidamente quantificados e multiplicados pelos respectivos custos 
unitários, acrescidos das despesas indiretas, cuja somatória define o custo total, ou 
seja, o desembolso do construtor, mais o lucro e os impostos, gerando então o preço 
total, que é quanto irá receber (TISAKA, 2006). 
Para o construtor, o orçamento encerra em seu contexto todas as premissas 
que passam a ser metas de desempenho durante a obra. O preço de venda dos 
serviços é fixo, o custo é variável e precisa ser monitorado em função dessas metas. 
 
 
19.4 CONCEITOS FUNDAMENTAIS 
 
 
Para a estruturação de um orçamento destinado a obras de Construção 
Civil, devem-se considerar alguns conceitos fundamentais que compõem o mesmo. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 152 
 
O orçamento engloba três grandes etapas de trabalho: 
• Estudo das condicionantes de um trabalho; 
• Composição de custos; 
• Determinação do preço. 
 
 
19.5 ANÁLISE DAS CONDICIONANTES DE UM TRABALHO 
 
 
Toda a análise para a orçamentação de um trabalho é feita inicialmente com 
a verificação dos possíveis elementos disponibilizados pelo cliente e que servem de 
ponto de partida para a execução de um orçamento. 
Em muitos casos é apresentado um projeto e um caderno de encargos que 
apresentam diversas especificações técnicas de como executar os diversos 
trabalhos, estes elementos permitem a quantificação dos tipos de serviço e 
determinam o tipo de estrutura necessária para a realização do mesmo. 
 
Em uma fase de análise dos elementos de um trabalho, torna-se conhecida 
as condições da obra, possibilitando a realização dos seguintes passos: 
 
 
19.6 LEITURA E INTERPRETAÇÃO DO PROJETO E CADERNO DE ENCARGOS 
 
 
A obtenção dos elementos necessários para a execução do orçamento, por 
meio dos documentos apresentados pelo cliente, como o projeto e o caderno de 
encargos depende da forma de análise do orçamentista, que devido a sua maior ou 
menor experiência em casos anteriores e similares, consegue avaliar a melhor forma 
de execução. 
As especificações do caderno de encargos são os documentos que trazem 
as informações de natureza mais qualitativa do que quantitativa. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 153 
 
Os cadernos de encargos contêm: 
 
• Descrição da qualidade dos materiais a serem utilizados; 
• Padrões de acabamento exigidos; 
• Tolerâncias dimensionais dos elementos estruturais; 
• Critério de aceitação dos insumos; 
• Tipo e quantidade de ensaios a serem realizados para uso dos mesmos; 
• Resistência do concreto e argamassa. 
 
 
19.7 ANÁLISE DO EDITAL 
 
 
Um edital corresponde ao documento que descreve uma licitação, tendo as 
suas regras e condições indicadas, para ser aberta uma concorrência, e 
corresponde ao principal documento da fase de uma licitação. 
 
Devem-se analisar com critério os elementos do edital, para que se possam 
utilizar estas informações na elaboração do orçamento: 
 
• Prazo da obra; 
• Prazos contratuais; 
• Penalidade por atraso da obra ou prêmio por antecipação; 
• Critérios de medição, pagamento e reajustamento; 
• Regime de preços (unitário, global, por administração); 
• Limitação de horários de trabalho; 
• Critérios de participação na licitação (capital social da empresa, etc.); 
• Habilitação técnica requerida com relaçãoà empresa e responsável 
técnico; 
• Documentação requerida; 
• Seguros necessários; 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 154 
• Facilidades disponibilizadas pelo contratante (instalações de água, 
energia, etc.). 
 
 
19.8 VISITA TÉCNICA 
 
 
Uma visita técnica ao local da obra em edital é necessária para o 
levantamento de possíveis dúvidas e possibilita obter as características reais que 
muitas vezes são omitidas nos documentos do edital. 
Um relatório fotográfico é sempre recomendável para que se possa avaliar o 
estado atual e o que se pretende, bem como verificar todas as condições da região. 
Em algumas ocasiões a visita técnica é a única forma de se obter as 
informações necessárias para a realização de um orçamento. 
 
 
20 COMPOSIÇÃO DE CUSTOS 
 
 
Segundo Mattos (2006), a composição de custos de uma obra deve ser 
realizada tendo em conta os seguintes elementos: 
 
• Análise detalhada dos materiais e serviços; 
• Contendo a descrição e a quantificação dos materiais e serviços 
possibilitando o planejamento das compras e identificação dos fornecedores; 
• Definição de índices para acompanhamento dos trabalhos a realizar; 
• Dimensionamento de equipes; 
• Capacidade de revisão de valores e índices 
• Realização de simulações; 
• Considerar diversos cenários de orçamento com diferentes 
metodologias construtivas, produtividades, jornadas de trabalho, lucratividade, etc.; 
• Geração de cronogramas físico e financeiro; 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 155 
• O cronograma físico retrata a evolução dos serviços ao longo do 
tempo. O cronograma financeiro quantifica mensalmente os custos e receitas desses 
mesmos serviços, é a distribuição temporal dos valores; 
• Análise da viabilidade econômico-financeira. 
 
 
Os orçamentos possuem mapas de trabalhos e devem ser apresentados da 
seguinte forma: 
1. Dividir os trabalhos (ou projeto) em capítulos; 
2. Para cada capítulo devem-se individualizar as tarefas; 
3. Conferir as tarefas; verificar se estão todas consideradas; (um 
orçamento antigo semelhante pode ajudar); 
4. Medir quantidades sobre peças desenhadas definindo previamente a 
unidade de medição. 
 
 
20.1 PREÇO DE VENDA (UNITÁRIO) DE SERVIÇOS 
 
 
O preço de venda de um serviço é o preço calculado por uma empresa para 
venda do trabalho em questão. 
No estudo do preço de venda devem-se considerar os custos da empresa 
para a execução do trabalho. Esses custos são definidos por meio de composições 
unitárias de custos de serviços. 
 
Para o cálculo de preços de venda deve-se criar a decomposição em 
capítulos de um mapa de trabalhos, conforme o exemplo a seguir de um edifício 
corrente: 
Capítulo 1 - Demolições 
Capítulo 2 - Terraplanagem 
Capítulo 3 - Fundações e estruturas 
Capítulo 4 - Construção civil 
4.1 - Alvenarias 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 156 
4.2 - Revestimento exterior - fachadas 
4.3 - Revestimentos interior - tetos 
4.4 - Revestimento interior - paredes 
4.5 - Revestimento interior - pavimentos 
4.6 - Coberturas e impermeabilizações 
4.7 - Carpintaria 
4.8 - Serralharia 
4.9 - Pinturas 
4.10 - Vidros 
4.11 - Diversos 
Capítulo 5 - Instalações Hidráulicas 
Capítulo 6 - Instalações Elétricas 
Capítulo 7 - Instalações de Ar Condicionado 
Capítulo 8 - Instalações de Gás 
Capítulo 9 - Elevadores 
 
 
20.2 COMPOSIÇÕES UNITÁRIAS DE CUSTOS DE SERVIÇOS 
 
 
As composições unitárias de custos são as "fórmulas" de cálculo dos custos 
unitários nos orçamentos discriminados. Cada composição consiste das quantidades 
individuais do grupo de insumos (material, mão de obra e equipamentos) 
necessários para a execução de uma unidade de um serviço. 
Exemplos: 
(1) Para a execução de escavação de solo para vigas de fundação, o 
único insumo é a mão de obra (servente), sendo estimado um consumo de 4 horas 
para cada m3 escavado 
 
Escavação de solo normal, até 3,0 m de profundidade – m2 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 157 
 
O custo unitário do serviço é obtido multiplicando-se a quantidade 
empregada do insumo por seu custo respectivo. No caso apresentado, o valor da 
hora é de R$ 2,00. 
Acrescendo-se os percentuais de Leis Sociais, considerados como 180%, o 
preço do insumo "Servente" é de R$ 5,60/h e o preço do serviço "Escavação" é de 
R$ 22,40/m3. 
 
(2) A execução da armadura de uma viga, em aço CA-50 de 12,5mm, 
envolve os seguintes insumos, já incluídas as perdas nas quantidades unitárias: 
 
 
 
 
 
Segundo González (2008), os percentuais de Leis Sociais estão embutidos 
nos custos de mão de obra. Não é necessário que seja assim, podendo-se calcular 
em separado, acrescendo-se como um subtotal. O valor adotado depende de vários 
fatores, principalmente da legislação vigente na data e nas condições particulares da 
empresa (rotatividade, horas extras, índice de ações trabalhistas, etc.). 
Para estes dois exemplos, o valor calculado é o custo, válido genericamente, 
para obras comuns. Contudo, em cada caso, devem ser verificados aspectos 
singulares, tais como: local da obra (transporte), horário e condições de trabalho 
(horas extras, periculosidade, insalubridade). Além disso, devem ser acrescidos os 
custos não discriminados e o lucro desejado (BDI) (MATTOS, 2006). 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 158 
 
 
20.3 OBTENÇÃO DAS COMPOSIÇÕES 
 
 
As composições de custos podem ser obtidas de várias fontes. A melhor 
forma é o levantamento direto nas próprias obras, verificando-se o consumo de 
acordo com a produtividade da mão de obra local e nas condições técnicas em que 
se produz. Porém, pela quantidade de trabalho envolvido, geralmente no início das 
composições são obtidas por meio de referências em publicações (GONZÁLEZ, 
2008). 
A utilização indiscriminada, porém, é perigosa, pois os coeficientes foram 
determinados em locais distintos, e não há garantias de que sejam adequadas para 
as condições das nossas obras. 
 
 
21 SEQUÊNCIA DOS PROCEDIMENTOS DA ELABORAÇÃO DE UM 
ORÇAMENTO 
 
 
Para a realização de orçamentos, devem-se organizar os elementos 
identificados no estudo, geralmente compostos pelas seguintes etapas: 
 
• Recebimento do conjunto de documentos e informações 
complementares (prazo, condições de execução, entre outros); 
• Análise preliminar dos documentos e busca de esclarecimentos ou 
detalhes para elementos sobre os quais há dúvidas; 
• Identificação dos itens e discriminação orçamentária preliminar dos 
serviços; 
• Quantificação (medição em obra ou por meio de projetos); 
• Lançamento em sistema informatizado e/ou busca das composições; 
• Listagem e cotação de materiais, mão de obra e serviços 
subempreitados; 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 159 
• Lançamento dos custos, análise de BDI, análises de prazos e 
viabilidade; ajustes finais; 
• Fechamento do orçamento, redação das condições da proposta ou 
minuta do contrato. 
 
 
Regras gerais para execução de orçamentos: 
 
- Definir claramente as necessidades; 
- Saber o que se compra, para que fim e onde comprar; 
- Planejar as despesas; 
- Organizar os documentos de despesa de forma funcional; 
- Evitar desperdícios. 
 
 
Um orçamento deve conter: 
 
- Apresentação da empresa; 
- Quadro técnico; 
- Memória descritiva; 
- Relatório Fotográfico; 
- Mapa de Trabalhos e Quantidades; 
- Descrição dos serviços oferecidos; 
- Planilha de Custos; 
- Cronograma de Execução; 
- Prazo de Entrega; 
- Validade da Proposta; 
- Fichas técnicas dos produtos mais relevantes. 
 
 
Nos casos em que o orçamentonão seja gratuito, o profissional deve 
informar sempre ao consumidor previamente do valor do seu custo, a não 
informação condiciona a não obrigatoriedade de recebimento por este serviço. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 160 
Normalmente não é prática usual na construção civil o pagamento pela 
realização de um orçamento, mesmo que seja preciso realizar um estudo técnico 
que pode corresponder a muitas horas de trabalho. 
Essa pratica caracteriza o risco que existe por parte das empresas de 
construção civil, que muitas vezes dedicam parte de seu tempo na criação de um 
orçamento técnico, que mostra o perfil técnico e profissional da empresa, sem a 
certeza de que terá sucesso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 161 
 
 
22 RESUMO GERAL DOS PROCEDIMENTOS DA ORÇAMENTAÇÃO 
 
- Salários 
- Materiais 
- Depreciações 
- Juros 
- Reparos 
- Manutenção 
- Combustíveis 
- Serviços terceirizados 
 
- Salários de supervisão 
- Salários serviços gerais de Custo da Obra 
- Depreciações gerais de Custo da Obra 
- Aluguel 
- Montagens e desmontagens 
- Viagens 
 
 
- Planejamento 
- Administração 
- Seguros 
- Juros 
 
 
- Riscos e lucro 
 
 
- Impostos 
 
 
Resumo dos procedimentos da orçamentação, Fonte: (GEHBAUER, 2002). 
Preço da 
Proposta 
RL 
CGN 
CIO 
CO 
SCD 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 162 
 
 
Resumo dos procedimentos para a determinação do preço da proposta de 
um item do caderno de encargos, com sua respectiva unidade de medida. 
 
Legenda das abreviaturas usadas: 
 
SCD = Soma dos custos diretos; 
CO = Custo de obra; 
CIO = Custos indiretos da obra; 
CGN = Custos gerais do negócio; 
RL = Riscos e lucro. 
 
 
Estrutura de Custos de Uma Obra 
 
A estrutura de custos de uma obra. FONTE: (GEHBAUER, 2002). 
 
 
A definição para a estrutura de custos na Construção Civil em um orçamento 
é a organização dos custos das empresas de construção para que os orçamentos 
possam refletir os custos com maior rigor. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 163 
 
 
A estrutura habitualmente utilizada é a seguinte: 
 
 
• Custos diretos – Tudo o que é diretamente imputável às obras e em 
particular às respectivas tarefas (tijolos, pedreiro, carpinteiro, equipamentos ...). 
 
• Custos indiretos – Custos associados à vida da empresa e que não são 
diretamente imputáveis às obras (salários de pessoal do escritório, administração, 
custos com a sede, estrutura da empresa...). 
 
• Custos de canteiro de obras – Custos imputáveis a uma dada obra 
particular, mas que não podem ser imputadas às tarefas do orçamento 
(electricidade, água, salários de pessoal de chefia, vedações, vias de comunicação 
provisória, equipamentos não imputados aos custos diretos, etc.) 
Outra forma de auxílio para um orçamento aproximado consiste na 
consideração da participação percentual média dos grandes itens no custo total, 
preferencialmente obtido em obras similares anteriores. Os percentuais-referência 
podem servir para estimar custos para algumas etapas de projeto ainda não 
desenvolvidas ou para verificar outras etapas, identificando certos erros ou 
inconsistências destes projetos. Uma distribuição razoável é a seguinte (Tabela 
abaixo), adequada para prédios de apartamentos residenciais de padrão normal, 
com 8 a 12 pavimentos (GONZÁLEZ, 2008). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 164 
 
 
TABELA - PARTICIPAÇÃO PERCENTUAL MÉDIA DOS SERVIÇOS EM UM 
ORÇAMENTO 
EDIFÍCIO DE PADRÃO NORMAL, DE 8 A 12 PAVIMENTOS 
 
Levantamento pessoal da experiência do autor do curso em diversas empresas de construção de 
edifícios. FONTE: Autor. 
 
 
Uma referência da utilização dos percentuais, caso não existam ainda os 
projetos de instalações elétricas ou hidráulicas, pode-se determinar 
aproximadamente os valores correspondentes utilizando os dados da Tabela 
anterior. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 165 
 
 
Exemplo: 
Se o valor orçado (com base nos outros projetos, disponíveis) foi de R$ 
850.000,00, e as instalações elétricas e telefônicas e as hidrossanitárias são 
previstas como normais, pode-se complementar o orçamento da seguinte forma: 
 
a) Define-se a participação: Instalações elétricas e telefônicas=5,20% e 
Instalações hidrossanitárias= 9,80%, somando o equivalente a 15% do edifício; 
b) O orçamento básico representa (100% - 15%)= 85%, portanto; 
c) As instalações podem ser estimadas em R$ 52.000,00 e R$ 98.000,00, 
respectivamente; 
d) Conclui-se que o orçamento total será de R$ 1.000.000,00 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 166 
 
 
Encargos Sociais e Trabalhistas 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 167 
 
 
Na análise dos encargos sociais e trabalhistas, relativos à mão de obra, 
existem alguns encargos fixos e outros variáveis. 
Os fixos são aqueles em que qualquer empresa está condicionada a 
legislação vigente, sendo que independem de considerações como tamanho da 
empresa ou capacidade gerencial. 
Os encargos variáveis dependem das premissas de cálculo adotadas por 
cada empresa. 
Neste tipo de encargos, uma empresa pode tornar-se mais competitiva 
devido as suas estratégias próprias. Com a finalidade de reduzir o percentual de 
encargos, toda empresa procura empenhar-se em reduzir as parcelas variáveis, que 
são basicamente: aviso prévio, faltas, acidentes de trabalho, auxílio-enfermidade. 
O aviso prévio, por ser o item variável mais representativo, deve ser 
permanentemente monitorado pela empresa. Ele pode ser mantido em níveis baixos 
se a rotatividade de trabalhadores for pequena. 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIM DO MÓDULO IV 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 168 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5674: Manutenção de 
edificações - Procedimento. Rio de Janeiro, 1999. 
 
 
BLUMER, M. Bauführung: Arbeitsvorbereitung, Baustellen-Organisation und 
Betriebsführung. Zurique, Alemanha. 1988. 
 
 
HOFFMANN, M. Zahlentafeln für den Baubetrieb, Stuttgart, Alemanha, 1981. 
 
 
PARKER, H. Methods improvement techniques for construction and public 
works managers. Technical Report N. 51. Department of Civil Engineering, Stanford 
University, 1989. 
 
 
ROSENHEINRICH, G. Baustelleneinrichtungsplanung, Köln, Alemanha, 1981. 
 
 
SPRANZ, D. Baumaschine und Bautechnik. Wiesbaden. Alemanha. 1976. 
 
 
SINDUSCON São Paulo, Sindicato da Indústria da Construção. Disponível em: 
<www.sindusconsp.com.br>. Acesso em: 08 nov. 2012. 
 
 
PRADO, R. L. Aplicação e acompanhamento de programação de obras em 
edifícios de múltiplos pavimentos utilizando a técnica de Linha de Balanço. 
Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção), Universidade Federal de Santa 
Catarina, Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Florianópolis, 
2001. 
 
 
CARDOSO, Francisco F. Importância dos Estudos de Preparação e da Logística 
na Organização dos Sistemas de Produção de Edifícios. A Construção sem 
Perdas. IDORT, São Paulo, 12 nov 2006. 
 
 
MATTOS, Aldo Dória. Como preparar orçamentos de obras: dicas para 
orçamentistas, estudos de caso, exemplos. São Paulo, 2006. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 169 
TCPO 2011. Tabelas de composição de preços para orçamentos. São Paulo, 
2011. 
 
 
TISAKA, Maçahiko. Orçamento naconstrução civil: consultoria, projeto e 
execução. São Paulo, 2006. 
 
 
GONZÁLEZ, Marco Aurélio Stumpf. Orçamento e planejamento de obras. São 
Leopoldo, 2008. 
 
 
PALASIO, COSMO. Cores na sinalização de segurança. Disponível em: 
<http://www.ogerente.com.br/novo/colunista_perfil_indice.php?id=43>. Acesso em: 
21 abr. 2012. 
 
 
THOMAZ, ERCIO. Tecnologia, gerenciamento e qualidade na construção. São 
Paulo: PINI, 2001. 
 
 
PARTICELLI, IRVANDO LUÍS. Gerenciamento de Projetos. São Paulo: Pégasus 
SOLUÇÕES, 2002. 
 
 
NOCERA, R. J. Planejamento e Controle de Obras: na prática com o Microsoft 
Project 98. São Paulo: Técnica de Engenharia, 2000. 
 
 
MEYRAN, G. Optimierungsfrage der Baustelleneinrichtung. 
Dissertação.Technische Universität Munique. Alemanha. 1973. 
 
 
GEHBAUER. F. Planejamento e Gestão de Obras. Curitiba CEFET-PR, 2002. 
 
 
PICCHI, F.A. Sistemas da qualidade: uso em empresas de construção de edifícios. 
Tese(Doutorado) - Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, 1993. 
 
 
RODRÍGUEZ, M. A. A.; HEINECK, L. F. M. Coordenação de projetos: uma 
experiência de 10 anos dentro deempresas construtoras de médio porte. Fortaleza, 
2001. 
 
 
GRAZIANO, F. P. Compatibilização de Projetos. Instituto de Pesquisa Tecnológica 
– IPT (Mestrado Profissionalizante), São Paulo, 2003. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 170 
SANTOS, D. Gerenciamento de Obras, Universidade Federal do Sergipe, Centro de 
Ciências Exatas e de Tecnologia, Departamento de Engenharia Civil, Sergipe, 2005. 
 
 
CORTELETI, E. Integração entre planejamento e controle da produção e 
planejamento estratégico: implantação em um canteiro de obras. Centro 
Universitário Univates Rio Grande do Sul, Lajeado, 2011. 
 
 
MENDES, A. ICHIHARA, A. BETINI. D. JÚNIOR. J, Anais do congresso XIII 
SIMPEP, Planejamento, orçamento e custos de obra: Sisplo x Ms-Project. Bauru, 
São Paulo, 2006. 
 
 
SILVA FILHO. C. Curso de Gestão e Gerenciamento de Obra, Comunidade da 
Construção, ABCP, Goiàs, 2004. 
 
 
ANDRADE. B. FILHO. A. Planejamento e controle em obras verticais, Centro de 
Ciências Exatas e Tecnologia – CCET, Unama – Universidade da Amazônia. 
Belém, 2010. 
 
 
 
 
 
FIM DO CURSO

Outros materiais