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LEITURA E RELEITURA DOS GRAFISMOS KARAJÁS COM BASE NAS OBRAS DE NARUBIA WERRERIA
Em nosso país os indígenas estão presentes em diversos lugares, com muitas características semelhantes, porém cada um com sua história e cultura distinta, gerando um patrimônio cultural tão diversificado. 
Uma das mais importantes expressões indígena é a pintura corporal (o grafismo), possuindo significados diversos, não apenas pela busca da beleza, como também nos valores que são considerados e transmitidos através desta arte. 
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Segundo Vidal (1992 p.284)
Nas artes gráficas, por outro lado, o estilo formal transmite muita informação a respeito dos produtores e de sua respectiva cultura. Todas as artes, e o grafismo em especial, empregam certas convenções formais para representar objetos, eventos, entidades, processos, emoções, etc. Um observador precisa conhecer o contexto dos estilos para poder ler seus componentes formais.
Este trabalho se norteia na leitura e releitura nos motivos gráficos das pinturas corporais dos índios Karajás de modo a produzir uma identidade visual através da releitura dos grafismos desse povo e da artista plástica Narubia Werreria. 
Barbosa (1998, p.98) define leitura como “[...] uma interpretação para a qual colaboram uma gramática, uma sintaxe, um campo de sentido de codificável e a poética pessoal do decodificador”. Assim a leitura é um processo de aquisição de conhecimentos por meio da percepção, interpretação e decifração de códigos emitidos pela imagem ou grafia.
Na releitura, a inspiração pode proceder tanto da obra lida quanto do contexto na qual ela foi produzida, as cores, o artista, o tema, o estilo das pinceladas, a técnica, agregando ou abstraindo elementos. Evidenciando a subjetividade do olhar de quem a rele. 
Assim, a releitura pode ser compreendida como uma atualização do olhar que está numa constante oscilação sobrepondo-se a cada nova leitura (op grade), descongestionando o olhar, reestruturando novos significados e os tornando significativos com propriedade sob o objeto em leitura e releitura. 
O uso da pele como um adorno especial para expressar uma ideia, um valor ou ressaltar a vaidade é adotado hoje por todas as idades e classes sociais.
Como pinturas corporais ou como tatuagens, essa arte indica a presença da influência indígena, não só na cultura brasileira, mas na cultura mundial. São mais que simples adornos ao corpo, revelam em seus resinificados um pouco da alma dessas tribos urbanas.
A sociedade atual mais que nunca supervaloriza a comunicação visual. E é através dessa supervalorização que teremos uma releitura das pinturas corporais dos índios Karajás, que vivem na região do rio Araguaia nos estados do Tocantins, Matogrosso e Goiás. 
Figura 1 - WERRERIA, Narubia. Vá com o sol. 2015. Óleo sobre tela
Figura 2 -WERRERIA, Narubia. Expoxição: Vá com o sol. 2015 Desenho 
Figura 3 - WERRERIA, Narubia. Exposição: Vá com o sol. 2015 Óleo sobre tela.
Obra inspirada na natureza e as cores é influência do seu povo os Karajás. 
A seguir, apresento uma possibilidade de leitura e releitura no contexto dos índios Karajás e Narubia Werreria.
Apresentarei o passo a passo da construção dessa releitura, de forma ordenada.
Numa folha Canson A3 foi desenvolvida a imagem central monocromática com figuras geométricas em listras gerando um efeito singular no grafismo
Esse grafismo possui inspiração nos grafismos dos indígenas Karajás e influência da artista plástica Narubia Werreria. Na escolha da cor, possui marcas da paleta de cores dos índios Karajás, que obtinham a tinta preta do jenipapo ainda verde.
A escolha da cor se deu em virtude da influência da cultura Karajá, que extraem a cor vermelha do urucum. As crianças após o seu nascimento são pintadas com essa tinta.
Esse momento foi o mais critico, pois precisava colocar cores vibrantes como nos trabalhos de Narubia Werreria, assim tive que desenvolver um experimento para tomar a decisão das cores a serem aplicadas na forma geométrica dividida em cores, gerando profundidade. 
Para haver uma assimilação em toda estrutura desenvolvida na composição foi preenchido com a releitura do grafismo Karajá, com uma cor secundária gerando explosão de cores e harmonia para a composição e a sensação de término da mesma. 
Composição pronta para receber olhares e novas releituras.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por mais diferente que foi a experiência com a atividade de releitura, a mesma não esgotou as infinitas possibilidades de leitura e releitura referente aos grafismos indígenas. Entretanto, propiciou contato com a interpretação visual significativa de uma imagem bastante valorizada pela história e com o processo criativo de modo pessoal, como minha percepção, grupo de interesse, estilo e escolhas. 
Para isso, se fez necessário experimentar e vivenciar esse momento criativo e produtivo. Experimentando através do proceder das distintas leituras feitas, de criação de outros significados e sensibilização do olhar, dentro e fora do contexto acadêmico.
O processo de leitura e releitura ocorreu de acordo com as influencias dos grafismos indígenas Karajás e pinturas da artista Naru Werri, o resultado foi inesperado e surpreendente.  
REFERÊNCIAS 
 
BARBOSA, Ana Mae Tavares. Tópicos Utópicos. - Belo Horizonte: C/Arte, 1998.
Exposição de Narubia Werreria. Disponível em:<http://cidadaniaejustica.to.gov.br/
noticia/2015/4/28/exposição-de-artista-indigina-resgata-valores-da-etnia-iny-karaja/>.
Acessado em 17 de maio de 2017.
Narubia Werreria. Disponívelem: <http://www.jornaldotocantins.com.br/esditorias/maga 
zine/arte-ind%C3%ADgena-1.837583>. Acessado em 15 de maio de 2017.
Obras de Narubia Werreria. Disponível em: <https://www.facebook.com/werreria?
Ist=100002162143126%3A100001757748510%3A1495323829>. Acessado em 13 de maio de 20017.
Os Karajás . Disponível em: <http://aamuseuvalores.blogspot.com.br/2011/04/dia-do-indio.html>. Acessado em 09 de maio de 2017.
Pintura corporal. Disponível em: <https://www.museudoindio.org.br/arte-indigena-pinturas-ceramicas-e-plumagem/>. Acessado em 20 de abril 2017.
PIRES, Beatriz Ferreira. O corpo como suporte da Arte. São Paulo: Ed. SENAC, 2005.
VIDAL, Lux (org.). Grafismo indígena. São Paulo, EDUSP. 1992.

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