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historia da educ no brasil aula 2

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AULA 02 - Os Jesuítas e a Educação no Brasil Colonial
Nesta aula, o nosso ponto de partida é o ano de 1549, na colônia portuguesa na América. Mais precisamente na Bahia, quando em terras brasileiras desembarcam os primeiros jesuítas, do navio que trouxe de Portugal o governador-geral Tomé de Souza.
Liderados pelo padre Manuel da Nóbrega, a Companhia de Jesus iniciava um período de intensa atuação na sociedade colonial brasileira, cujo legado pode ser percebido nos dias de hoje.
Até a expulsão do Brasil por decreto do Marquês de Pombal, então primeiro-ministro do rei de Portugal D. José I, a Companhia de Jesus possuía “25 residências, 36 missões e 17 colégios e seminários, sem contar os seminários menores e as escolas de ler e escrever, instaladas em quase todas as aldeias e povoações onde existiam casas da Companhia”.
Quais eram os objetivos da Companhia de Jesus ao enviar seus “soldados de Cristo” para o Brasil acompanhando o governador-geral Tomé de Souza, representante do Rei português D. Manuel I?
Recordando a aula passada, temos que ter em mente que o contexto político e religioso na Europa, no século XVI, não era favorável a Igreja Católica, que teve o seu poder contestado pelos reformistas protestantes. A perda do monopólio sobre as verdades cristãs proporcionou uma acentuada evasão de fiéis da Igreja Católica, que viam nas novas igrejas reformistas uma oportunidade maior de salvação de suas almas. 
Com isso, um dos objetivos da Companhia de Jesus ao chegar ao Brasil era conquistar um maior número de fiéis e seguidores, a fim de expandir a fé cristã e o poder de Roma. Outro objetivo da Companhia de Jesus tem relação com a aliança entre a Igreja e o Estado português. A intenção de Portugal era colonizar o Brasil. Colonizar, na visão da metrópole portuguesa, significava defender, explorar e povoar a terra. A Companhia de Jesus, por seu termo, se enquadrava no projeto colonizador do Brasil na condição de disseminadora da cultura “civilizatória” europeia entre os índios e colonos. Sem dúvida, dentre os aspectos culturais, expandir a religião e a moral católica cristã estavam entre os principais objetivos dos jesuítas.
Ainda no papel de parceira de Portugal na colonização da América portuguesa, a Igreja tinha a importante função de garantir a unidade política, a partir da uniformização da fé e das consciências. Essa uniformização seria atingida através de um árduo trabalho pedagógico nos colégios, nas missões e nas pregações religiosas onde os jesuítas estivessem.
Nos primeiros anos de sua atuação no Brasil, a Companhia de Jesus voltou-se para a catequese e o ensino de ler e escrever para índios e filhos dos colonos que dividiam o mesmo espaço pedagógico: os colégios. 
O ensino das letras, de acordo com José Maria de Paiva, significava a confirmação da organização da sociedade. A sociedade seria hierarquizada pelo acesso às letras.
Com o decorrer do tempo, os colégios e o domínio das letras passam a ser destinados primordialmente aos filhos dos colonos. Os colégios da Companhia de Jesus tinham uma função que iam além do próprio ensino formal. O dia-a-dia intramuros formatava consciências e modelava indivíduos que acabavam por servir de agentes da ordem e da cultura europeia e cristã. Todo o comportamento desviante da moral cristão deveria ser identificado e corrigido para a purificação da sociedade. Caso fosse necessário, castigos e punições eram aplicados àqueles que insistissem em contrariar as regras do bom comportamento.
Havia um documento que reunia as diretrizes pedagógicas que os jesuítas deveriam seguir tanto em termos de conteúdo quanto em relação aos métodos a serem empregados: o Ratio Studiorum.
O currículo do colégio definido pelo Ratio era composto de:
a Gramática média; a Gramática superior;
as Humanidades;
a Retórica;
a Filosofia e a Teologia, em um estágio mais avançado.
A educação dos gentios, principalmente dos curumins, prosseguia e Padre José de Anchieta foi um dos seus mais atuantes pedagogos. Utilizando entre outros recursos o teatro, a música e a poesia, Anchieta pode ser apontado como um dos nomes de maior destaque da história da educação brasileira naquele período.
O índio era alvo da disputa entre os jesuítas, que queriam convertê-lo ao cristianismo, e os colonos, que o escravizavam para a execução de trabalhos forçados. Tanto os jesuítas quanto os caçadores de escravos penetraram pelo interior da colônia portuguesa para “capturá-lo”. 
Tendo em vista a dificuldade que os jesuítas encontravam para realizar a sua obra evangelizadora nas tribos indígenas, eles acabaram por criar as chamadas missões.
As missões eram espaços sob a administração da Companhia de Jesus, onde os gentios, além de receberem a educação religiosa, aprendiam a viver sedentariamente em unidades individualizadas por família e a executar o trabalho agrícola com divisão de tarefas, a criação de gado, a construção de templos, fabricação de instrumentos musicais etc. Estabelecendo áreas específicas para trabalhar, descansar e realizar o culto, entre outras. O jesuíta passou a controlar os índios e a substituir os hábitos considerados bárbaros (a poligamia, a antropofagia, a “ociosidade”, a “desorganização”, o andar nu etc.) por condutas mais “civilizadas”.
Nas missões, os índios abriam mão de sua cultura original para receberem uma cultura totalmente estranha a eles. Este processo de aculturamento vai tornar o índio mais dócil e fragilizado. A perda do hábito da guerra entre tribos, por exemplo, vai permitir que os aldeamentos indígenas fossem presa fácil para aqueles que se ocupavam em aprisioná-lo e comercializá-lo como escravo.
A educação “letrada” no Brasil Colonial era direcionada aos homens. As mulheres não tinham acesso aos colégios e eram educadas para a vida doméstica e religiosa. Como esposas dos colonos portugueses, elas deveriam servir como reprodutoras, ou seja, gerar filhos para o seu senhor e marido.
De acordo com a hierarquia familiar, dentre as famílias dos colonos portugueses o primogênito teria direito sobre todas as propriedades da família; o segundo filho era enviado aos colégios e, possivelmente, completaria seus estudos superiores na Europa; o terceiro seria entregue à Igreja para seguir a vida religiosa.
Sobre a educação dos negros africanos no período colonial, Luiz Alberto de Oliveira Gonçalves nos adverte que a ação educativa da Igreja Católica em relação ao negro restringia-se à catequização. Ao contrário dos índios, a palavra escrita lhes era inacessível. A doutrinação, segundo o mesmo autor, se deu a partir das devoções aos santos e à Virgem Maria.
Como vimos no início dessa aula, o acesso à palavra escrita era uma forma de inserir o indivíduo na sociedade colonial brasileira. Assim, a exclusão social dos negros era notória e a sua condição de escravo justificada pela Igreja Católica.
Em 1750, com a assinatura do Tratado de Madrid entre Portugal e Espanha, a confortável e estável situação usufruída pela Companhia de Jesus na América portuguesa começou a se deteriorar, até atingir um momento crucial, em 1759, com a expulsão desta ordem religiosa das terras brasileiras.
	A Companhia de Jesus foi criada na Espanha em 1534 no contexto da Contrarreforma, tendo uma atuação importante no processo colonizador da América Portuguesa. Sobre a atuação da Companhia de Jesus na colonização do Brasil podemos afirmar que:
		
	
	Os jesuítas se destacaram na ação educativa e catequizadora dos grupos indígenas brasileiros. Vários missionários jesuítas moravam nas aldeias procurando conhecer os hábitos, a cultura e respeitando a religiosidade indígena.
	
	Os jesuítas foram responsáveis pela fundação das primeiras cidades brasileiras como São Paulo, São Vicente e Salvador. A catequização dos indígenas era feita em reduções onde eles permaneciam em regime de escravidão.
	
	A ação militar foi a forma pela qual os jesuítas participaram da colonização portuguesa no Brasil. Apoiados pelo Marquês de Pombal, estabeleceram Missões na região de São Pauloe no sul do país para manter os índios reunidos.
	 
	A educação foi um dos principais instrumentos de evangelização dos jesuítas, que fundaram colégios no Brasil e organizaram aldeamentos conhecidos como Missões para catequizar os indígenas e convertê-los para o catolicismo.
	
	Os jesuítas chegaram ao Brasil como o braço religioso da coroa portuguesa. Tinham como missão catequizar os indígenas e apoiar os bandeirantes na captura dos índios que passavam a morar nas vilas e missões.
	
	
	
	
	 2a Questão (Ref.: 201603360129)
	 Fórum de Dúvidas (1 de 2)       Saiba  (0)
	
	Sobre a educação jesuítica no Brasil colonial é correto afirmar que:
		
	
	Os jesuítas eram desorganizados e despreparados para condução da educação.
	
	Os jesuítas eram favoráveis ao respeito pelas culturas e religiões indígenas.
	
	Os jesuítas consideravam índios e negros africanos sob o mesmo preceito, ou seja, considerava que ambos possuíam alma e deveriam ser convertidos.
	
	Os jesuítas seguiam os preceitos da educação pombalina.
	 
	Os jesuítas foram responsáveis pela condução da educação no Brasil colonial durante 210 anos.
	
	
	
	
	 3a Questão (Ref.: 201602709818)
	 Fórum de Dúvidas (1 de 2)       Saiba  (0)
	
	Os povos autóctones viviam livremente no território hoje conhecido como Brasil, e estes possuíam suas formas de educar e produzir o conhecimento, bem distintos do modo europeu português do século XVI. Com a chegada dos conquistadores portugueses, que traziam consigo a espada e a cruz, modos e hábitos, princípios e cultura considerados superiores deveriam substituir os modos selvagens dos considerados Índios. Uma das formas encontradas fora a educação. Assim, podemos afirmar que uma de suas práticas mais utilizadas para educar/aculturarem os então chamados selvagens fora:
		
	
	escolas de primeiras letras
	 
	as missões jesuíticas
	
	as aulas régias
	
	os colégios tribais
	
	o trabalho escravo
	
	
	
	
	 4a Questão (Ref.: 201602709839)
	 Fórum de Dúvidas (1 de 2)       Saiba  (0)
	
	(IPAD / PE / 2006 - adaptada) Durante o período colonial no Brasil (1530-1822), os Jesuítas dominaram plenamente a educação da colônia. Sobre a sua atuação na educação, é correto afirmar que:
		
	 
	Os Jesuítas seguiam o método de estudo conhecido como Ratio Studiorum, inspirado do modelo medieval escolástico.
	
	Foram os primeiros a falar de "educação democrática" e, por isso, foram expulsos pelo Marquês de Pombal.
	
	Na verdade, a presença jesuítica na Colônia foi sem importância e só depois de instaurado o Império é que eles passaram a dominar a educação.
	
	Eles foram os responsáveis pela criação, ainda durante a Colônia, dos primeiros cursos jurídicos do Brasil.
	
	Instauraram uma eficiente educação pública, mas foram expulsos do Brasil e só retornaram depois da Revolução de 1964, através da intervenção militar.
	
	
	
	
	 5a Questão (Ref.: 201602709835)
	 Fórum de Dúvidas (1 de 2)       Saiba  (0)
	
	"Todos os dias da semana, acabada a oração, se dirá logo uma missa que a possam ouvir os índios antes de irem às suas lavouras [...] a qual acabada se ensinarão aos índios em voz alta as orações ordinárias: a saber, Padre Nosso, Ave-Maria, Credo, Mandamentos da Lei de Deus, e da Santa Madre Igreja; e os Sacramentos, acto de contrição, e confissão, geralmente os diálogos do catecismo breve, em que se contêm os mistérios da fé. Acabada esta doutrina irão todos os nossos para a Escola [...] aonde aos mais hábeis, se ensinarão a ler e escrever, e havendo muitos se ensinarão também a cantar, e tanger instrumentos para beneficiar os ofícios divinos."
(Padre Antônio Vieira, Regulamento de aldeias e de missões, séc. XVII, apud Beozzo, 1983, p. 196) 
Identifique a opção que retrata de forma pertinente o modelo de Educação Jesuítica que se desenvolveu no Brasil a partir do processo de colonização portuguesa iniciado no século XVI:
		
	
	Era considerado prioritário pelo Estado Português no processo de colonização.
	
	Contribuiu para o fortalecimento da cultura indígena na Colônia.
	 
	Um modelo de educação que articula escola e catequese.
	
	Tinha um caráter de alteridade e inclusão.
	
	Considerava como elemento formativo o lugar da mulher indígena no processo de convencimento e contato entre brancos e indígenas.
	
	
	
	
	 6a Questão (Ref.: 201603405830)
	 Fórum de Dúvidas (1 de 2)       Saiba  (0)
	
	Sobre os Colégios Jesuítas, marque (v) ou (f) nas afirmações a seguir: ( ) A repetição de exercícios era valorizada para garantir a memorização. ( ) A escola era caracterizada como rígida lançando mão de castigos físicos. ( ) A educação era dissociada do estudo de línguas e autores clássicos. ( ) A base deste sistema de ensino era o Ratio Studorium. A sequência correta é:
		
	 
	VVFV
	
	FVVV
	
	VVFF
	
	VFFV
	
	VVVV
	
	 Gabarito Comentado
	
	
	 7a Questão (Ref.: 201603320375)
	 Fórum de Dúvidas (2)       Saiba  (0)
	
	A História da educação de mulheres no Brasil nos dá uma ideia de uma pequena presença de mulheres brancas em nosso país. Indique nas opções abaixo a alternativa correta em relação à sua presença em nosso país no período colonial.
		
	
	A educação de mulheres era independente da condição étnico - social.
	
	A grande facilidade de mulheres brancas para casamentos embora os homens preferiram as mestiças.
	
	A reduções jesuíticas cumpriam papel de educar permitindo o desregramento sexual.
	 
	A ociosidade e a formação religiosa foram marcas típicas de todo o conjunto de mulheres na época colonial.
	
	A grande igualdade entre gêneros existentes em nosso país neste período.
	
	
	
	
	 8a Questão (Ref.: 201602961724)
	 Fórum de Dúvidas (2)       Saiba  (0)
	
	Sobre a companhia de Jesus do Brasil, marque a alternativa INCORRETA:
		
	 
	A companhia foi expulsa do Brasil no século XIX por D. Pedro II.
	
	O índio era alvo da disputa entre os jesuítas, que queriam convertê-lo ao cristianismo.
	
	As mulheres não tinham acesso aos colégios e eram educadas para a vida doméstica e religiosa.
	
	A educação letrada no Brasil Colonial era direcionada aos homens.
	
	Tendo em vista a dificuldade que os jesuítas encontravam para realizar a sua obra evangelizadora nas tribos indígenas, eles acabaram por criar as chamadas missões.

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