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DROGAS HIPNÓTICAS CURSO DE PSICOLOGIA CLARICE GORENSTEIN INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOMÉDICAS UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Hipnóticos • conceito: fármacos cuja ação principal é induzir e manter o sono • características: induzem um estado de consciência que é semelhante, mas não idêntico, ao sono fisiológico, do qual o indivíduo é facilmente acordado Sono normal • estado comportamental reversível, distinto da vigília, com reatividade aos estímulos e alterações comportamentais específicas • padrão polissonográfico: sono REM e NREM (estágios 1, 2, 3, 4) Sono NREM • EEG: ondas sincronizadas, lentas • EOG: sem movimentos oculares rápidos • EMG: tônus muscular < vigília • SNA: FC, FR, PA < vigília • Estágios: 1 a 4 • Hormonal: secreção de GH • Mental: sem sonhos Sono REM • EEG: dessincronizado ~ vigília ativa • EOG: movimentos oculares rápidos • EMG: atonia muscular, abalos de membros • SNA: oscilações FC, FR, PAS • Mental: sonhos PADRÃO DE ONDAS NO EEG FREQÜÊNCIA AMPLITUDE ESTÁGIOS 1 a 4 Estágio 3 Estágio 2 Estágio 1 Fusos de sono Vigília Sono REM Estágio 4 EEG A2 EEG A2 EOG A2 EOG A2 EMG Vigília Sono delta Estágio 2 Sono REM EEG Estágio 1: 3 - 5% Estágio 2: 45 - 55% Sono delta (3 e 4): 20-25% Sono REM: 20-25% 4 - 6 ciclos REM - NREM / noite Sono delta predomina no início da noite Sono REM predomina no final da noite Latência de sono REM: 70 - 110’ Arquitetura normal de sono no adulto Vigília Tempo REM ESTÁGIOS DE SONO DURANTE A NOITE Estágios de Sono Durante a Noite • Sonolência excessiva • Comportamentos anormais durante o sono • Insônia Principais alterações de sono Principal indicação dos hipnóticos QUADROS DE INSÔNIA Insônia • é um SINTOMA - incapacidade de iniciar e/ou manter o sono • pode significar: – sono de má qualidade / agitado – sono de curta duração • sono insuficiente para manter alerta e bem-estar físico e mental durante o dia Prevalência • queixas de insônia: ~ 35% da população (Brasil: 21 a 42%, Palma, Anderesen, Mello, Tufik, 1997) • principalmente em mulheres, idosos e indivíduos de baixa renda e baixa escolaridade Consequências da insônia alteração do desempenho diurno, irritabilidade, dores musculares, etc 40% dos pacientes utilizam álcool para indução do sono e recorrem a hipnóticos e medicações não prescritas (over-the-counter) aumento do risco de depressão 57% dos pacientes desenvolvem algum quadro psiquiátrico V 1 2 3 4 REM HIPNOGRAMA SONO NORMAL MICRODESPERTARES HIPNOGRAMA V 1 2 3 4 REM LATÊNCIA de SONO PROLONGADA DESPERTAR PRECOCE V 1 2 3 4 REM AUMENTO DO TEMPO ACORDADO HIPNOGRAMA Período do sono em que ocorre • inicial: dificuldade em adormecer • intermediária: sono entrecortado com despertares freqüentes • terminal: despertar precoce Classificação da insônia Classificação da insônia • transitória - curta: < 3 semanas - geralmente associada a situação de conflito, tensão, luto, enfermidade, viagem aérea, procedimentos cirúrgicos • crônica: > 3 semanas - apnéia de sono, mioclonias noturnas, insônia psicofisiológica Duração Causas da insônia Classificação Internacional dos Distúrbios do Sono (1997) lista 60 possíveis diagnósticos diferenciais como causa de insônia • doenças clínicas (ataques noturnos de asma, doença pulmonar obstrutiva crônica, dor ) • transtornos psiquiátricos (transtornos do humor, transtornos de ansiedade), estresse • alterações do ritmo circadiano • higiene de sono inadequada • medicamentos, uso de álcool e drogas • distúrbios primários do sono CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DOS DISTÚRBIOS DO SONO Dissonias Intrínsecas Insônia psicofisiológica Insônia idiopática Síndrome das pernas inquietas Distúrbio dos movimentos periódicos dos membros (mioclonias noturnas) Síndrome da apnéia do sono (SAS central e obstrutiva) Tratamento da insônia • INSÔNIA sintoma associado a inúmeras causas, algumas com tratamentos específicos e com contra-indicação do uso de hipnóticos • PRIMEIRA CONDUTA investigação minuciosa envolvendo a identificação dos possíveis fatores clínicos, físicos, psicofisiológicos, psiquiátricos e sociais que possam estar alterando o sono para uma abordagem adequada Tratamento da Insônia • 1. tratamentos específicos para as diferentes etiologias • 2. tratamentos não medicamentosos: – medidas de higiene de sono – redução do estresse – técnicas de relaxamento – terapias cognitivo-comportamentais • 3. tratamentos medicamentosos HIPNÓTICOS BENZODIAZEPÍNICOS Benzodiazepínicos principais efeitos – ansiolítico – relaxante muscular – anticonvulsivante – sedativo-hipnótico: nitrazepam, flurazepam, midazolam, flunitrazepam, temazepam, triazolam, estazolam Sedativos-hipnóticos e ansiolíticos Continuum of behavioral sedation E fe it o s n o S N C aumento de dose Coma Barbitúricos Depressão medular Benzodiazepínicos Anestesia Hipnose Sedação, desinibição, diminuição da ansiedade Relação dose-resposta Farmacocinética dos BZD • bem absorvidos pelo TGI • atravessam rapidamente a BHC • atravessam a barreira placentária (risco de parto prematuro, baixo peso e sintomas neonatais, sem potencial teratogênico) Wikner e cols 2007, Pharmacoepidemiol Drug Saf 16:1203-10 • ligação às proteínas plasmáticas (>90%) Características Farmacocinéticas de BZD % ligação proteínas T1/2 comp. orig. [metabólito] (h) Tmax (h) Pico de [plasmática] (h) Clonazepam 85 18-60 1-4 1-2 Diazepam 98 20-100 [30-200] 0,5-2 1-2 Estazolam 93 10-24 2 (0,5-6) 0,5-6 Flunitrazepam 77-79 10-20 0,4-0,5 0,3-3 Flurazepam 97 2,3 [40-250] 0,5-1 0,5-1 Midazolam 97 1-12 (2,5) 0,33-1 0,3-1 Nitrazepam 87 15-48 2-3 2-3 Triazolam 89 1,5-5,5 até 2 2 Indicação clínica* • BZD mais usados como ansiolíticos: diazepam (protótipo), alprazolam, bromazepam • BZD mais usados como hipnóticos: nitrazepam, flurazepam, midazolam flunitrazepam, temazepam, triazolam, estazolam *baseia-se principalmente nas características farmacocinéticas Na prática, todos os BZD são usados como hipnóticos BZD mais usados como ansiolíticos: diazepam – DIAZEPAM – VALIUM - DIENPAX alprazolam - FRONTAL bromazepam – LEXOTAN, SOMALIUM BZD mais usados como hipnóticos: nitrazepam - NITRAZEPOL flurazepam - DALMADORM midazolam - DORMONID flunitrazepam - ROHYPNOL lorazepam - LORAX triazolam - HALCION estazolam – NOCTAL Buspirona: BUSPAR Zopiclone: IMOVANE Zolpidem: STILNOX Zaleplon: SONATA Diazepam Clordiazepóxido Desmetil - Nordiazepam Demoxepam Temazepam Oxazepam Flurazepam N-Hidroxietil-flurazepam N-Desalquilflu- razepam 3-Hidroxi- derivado Triazolam Midazolam Alprazolam -Hidroxi- triazolam -Hidroxi- midazolam -Hidroxi- alprazolam Lorazepam Biotransformação dos BZD CYP2C19 CYP3A3/4 CYP3A3/4 CYP3A3/4 Desmetil- clordiazepóxido Greenblatt e cols 1991, Clin Pharmacokinet 21:165-77 C O N J U G A Ç Ã O P O R G L U C O R O N I D A Ç Ã O idosos idosos idosos GABA • principal mediador inibitório • ~ 30% das sinapses do SNC • projeção ubíqua Vias GABAérgicas monômero 4 hélices 5 subunidades = pentâmero Receptor GABAA - estrutura Receptor GABAA – Receptor BZD Receptor sem ligante, o canal está fechado. Ligação do GABA abre o canal, passa o cloro e hiperpolariza a célula. Ligação do BZ potencializa a ação do GABA, resultando em maior entrada de cloro. Entrada de cloro hiperpolariza a célula, o que dificulta sua despolarização, reduzindo a excitabilidade neural. Benzodiazepínico Receptor sem agonista Receptor com ligação do GABA Receptor com ligação do GABA e de benzodiazepínico GABA REC-BZD Membrana do neurônio Canal de cloro Meio extra-celular Meio intra-celular REC-GABA Cl- Cl- GABA REC-BZD Membrana do neurônio Canal de cloro Meio extra-celular Meio intra-celular REC-GABA Cl- Cl- BZD Subtipos de Receptor GABAA Subtipo % Receptores Distribuição anatômica R-BZD1 GABAA α1 ~50% ubíqua R-BZD2 GABAA α2 15% – 20% córtex, sistema límbico, medula espinhal GABAA α3 GABAA α5 < 5% hipocampo Rowlett e cols 2005, CNS Spectr 10:40-8 Subtipos de Receptor GABAA Subtipo Efeitos associados R-BZD1 GABAA α1 sedativo e amnéstico (anticonvulsivante) R-BZD2 GABAA α2 ansiolítico e relaxante muscular GABAA α3 GABAA α5 efeito amnéstico Reynolds 2008, Pharmacol Biochem Behav 90:37-42 Moduladores alostéricos positivos agonistas totais de BZD: diazepam, midazolam, etc Facilitam a transmissão GABAérgica Ansiolítico Hipnótico Anticonvulsivante Relaxante muscular A B C D ED50 CURVA DOSE-RESPOSTA ORDEM DE POTÊNCIA: A > B > C > D ORDEM DE EFICÁCIA: A=C>B>D Moduladores alostéricos positivos agonistas parciais: abecarnil, imidazenil Facilitam a transmissão GABAérgica (menos que os agonistas totais) ações farmacológicas semelhantes às dos BZD menos efeitos colaterais ou adversos Moduladores alostéricos negativos agonistas inversos totais BZD: β-carbonilas Diminui a transmissão GABAérgica Ansiogênico Convulsivante Pró-alerta Espasmogênico Pró-mnéstico Moduladores alostéricos neutros Antagonista de BZD: flumazenil Não altera a transmissão GABAérgica Bloqueia os efeitos de agonistas Bloqueia os efeitos de agonistas inversos Atack 2003, Curr Drug Targets CNS Neurol Disord 2:213-32 Efeitos dos BZD sobre o sono em fenótipos normais latência do sono latência do sono REM N1, N3, sono REM N2 despertares tempo total de sono latência do sono latência do sono REM N1 N2, N3, sono REM despertares, WASO (wake after sleep onset) tempo total de sono Efeitos dos BZD sobre o sono em insones Concentração mínima eficaz Meia-vida longa 22 h 6 h 14 h 22h 6 h Sonolência residual com compostos de meia-vida longa compostos de meia-vida curta C o n ce n tr a çã o d o h ip n ó ti co n o s a n g u e Sono Tempo Insônia rebote com compostos de meia-vida curta Efeito hipnótico Efeito hipnótico vs meia-vida Efeitos anticonvulsivantes e relaxantes musculares dos BZD • reduzem o tônus muscular • têm atividade anticonvulsivante • clonazepam é relativamente mais eficaz como anticonvulsivante do que outros BZD • diazepam intravenoso é um eficaz bloqueador de convulsões Efeitos Cardiovasculares e Respiratórios dos BZD • sistema cardiovascular – não afetam significativamente • respiração – podem causar depressão em pacientes com problemas respiratórios (bronquite ou enfisema) – agravam apnéia de sono Efeitos dos BZDs sobre o desempenho psicomotor atenção velocidade de desempenho tempo de reação efeitos proporcionais às doses administradas e relacionados às propriedades sedativas dos compostos cuidado ao exercer tarefas que exigem precisão de movimentos Buffett-Jerrott e Stewart 2002, Curr Pharm Des 8:45-58 BZDs e risco de acidentes de trânsito Estudos experimentais: influência negativa (dependente da concentração sanguínea), na realização de tarefas associadas à condução de veículos Bramness e cols 2002, Drug Alcohol Depend 68:131-41; Smink e cols 2008, J Forensic Leg Med 15:483-8 Uso agudo: BZDs prejudicam a condução segura BZDs e risco de acidentes Estudos epidemiológicos: resultados controversos na associação entre uso de BZs e risco de envolvimento em acidentes. Smink e cols 2010, CNS Drugs 24:639-53 Charlson e cols 2009, Pharmacoepidemiol Drug Saf 18:93-103 Uso crônico: pode haver desenvolvimento de tolerância aos efeitos sedativos. Efeitos dos BZD sobre a memória não alteram: memória retrógrada (memória anterior ao BZD) memória de curto-prazo memória semântica (conhecimentos) ou a memória de procedimento (habilidades) Curran 1991, Psychopharmacol 105:1-8; Lister 1985; Neurosci. Biobehav Rev 9:87-94 Efeitos dos BZD sobre a memória Amnésia anterógrada - memória episódica (aquisição de informações pós BZD) Medicação pré-anestésica: amnésia de eventos associados com a cirurgia Curran 1991, Psychopharmacol 105:1-8; Lister 1985; Neurosci. Biobehav Rev 9:87-94 Efeitos variáveis sobre a memória implícita (memória não consciente) (lorazepam) Curran e Gorenstein 1993, Int Clin Psychopharmacol 8:37-42; Giersch e cols 2010, Pharmacol Ther 126:94-108 Efeitos dos BZD sobre a memória Efeitos crônicos: disfunção cognitiva, sem alterações neuroanatômicas. Descontinuação: melhora de desempenho, embora alguns déficits são mais persistentes. Gorenstein e cols 1995 J Psychopharmacol 9:313-8; Stewart 2005, J Clin Psychiatry 66 Suppl 2:9-13; Beracochea 2006, ScientificWorldJournal 6:1460-5 Efeitos indesejáveis dos BZD BZDs de meia-vida longa: Efeitos residuais - cansaço, sonolência, e torpor na manhã seguinte Idosos: prejuízos cognitivos, de despenho motor e risco aumentado de quedas e acidentes Woolcott et al 2009, Arch Intern Med 169:1952-60 BZDs de meia-vida curta: insônia de fim de noite e ansiedade durante o dia insônia rebote: piora nos parâmetros de sono após descontinuação Efeitos indesejáveis dos BZD Efeitos mais raros: ganho de peso, erupções cutâneas. prejuízo da função sexual, irregularidades menstruais, anormalidades sanguíneas Reações paradoxais (menos do que 1% dos pacientes): liberação emocional, loquacidade, excitação, agitação, irritabilidadee agressividade, reações paranóides, estados confusionais Mancuso e cols 2004, Pharmacotherapy 24:1177-85 Interações medicamentosas dos benzodiazepínicos Não relevantes Anticoagulantes Anestésicos e bloq.neuromusculares Anestésicos locais Anticolinérgicos Inibidores da MAO Antiinflamatórios não hormonais Hormônios esteroides Possivelmente relevantes Anorexígenos Betabloqueadores Probenecida Xantinas Digoxina Relevantes Antidepressivos tricíclicos (TCA) Etanol Antiácidos Barbitúricos Neurolépticos Anticonvulsivantes Inib. recaptura de serotonina (ISRS) Dissulfiram Bloqueadores H2 Opioides Antibióticos (macrolídeos rifampicina cetoconazol) Toxicidade dos BZD • aguda - superdosagem (suicídio): sono prolongado sem profunda depressão respiratória ou do sistema cardiovascular • tratamento: antagonista flumazenil • casos fatais são raros com BZD • depressão respiratória grave em combinação com álcool e outras drogas Tolerância aos efeitos dos BZD • tolerância diferencial: rápida: efeito sedativo intermediária: efeito anticonvulsivante praticamente inexistente: efeito ansiolítico • funcional (farmacodinâmica) GABA + BZD GABA + BZD GABA BZD Agudo BZD Cronico Sem BDZ Extracelular Intracelular Tolerância Abuso e Dependência de BZD Potencial de abuso: principalmente em indivíduos com história de dependência e pacientes ansiosos graves Lader 1994, Addiction 89:1413-8 Síndrome de abstinência em 50% de pacientes em uso por mais de um ano Drogas de meia-vida curta maior propensão a exibir síndrome de abstinência (protraída meia-vida longa) Síndrome de Abstinência Quadro clínico da abstinência é pouco específico • irritabilidade, agitação, insônia (diferencial importante com retorno da ansiedade) • tremor, sudorese, palpitações, náusea, letargia, cefaléia, dor/tensão muscular, aumento da sensibilidade para a luz e sons, parestesias, cãibras, convulsões Hipnóticos não-benzodiazepínicos Zopiclona Zolpidem Zaleplom Eszopiclona Indiplon Zopiclona (ciclopirrolona) • liga-se aos receptores BZD1 (GABAA subunidade alfa-1) • pico de absorção: 0,5-1,5 h • meia-vida de eliminação: 3,5-6 h • efeitos colaterais: sonolência, fadiga, irritabilidade, cefaleia e amnésia, boca seca e gosto amargo na boca • prejuízo da habilidade de dirigir dependente da concentração Gustavsen e cols 2009, Accid Anal Prev 41: 462-6 Zopiclona vs BZDs • Superior aos BZDs quanto a tolerância e dependência • Menos insônia rebote • Pouca ou nenhuma sonolência residual na manhã seguinte, semelhante a de BZDs de meia-vida curta • Não produz déficits de memória nem amnésia anterógrada Montplaisir e cols 2003, Hum Psychopharmacol Clin Exp 18: 29–38 Zolpidem (imidazopiridina) • liga-se aos receptores BZD1 (GABAA subunidade alfa-1) • efeito antagonizado por flumazenil • efeito hipnótico semelhante ao de BZDs (menos ansiolítico, anticonvulsivante; relaxante muscular) • início de ação: 30 min-2 h • pico máximo de concentração: 2-3 h • meia-vida de eliminação: 3 h (2,5-5 h) • biotransformação: CYP3A4 Zolpidem (imidazopiridina) • sono de ondas lentas (N3) • pouco efeito no sono REM (doses altas suprimem REM) • pouca insônia rebote, ansiedade ou sedação matinal • baixa propensão para potencial de abuso, dependência, sintomas de abstinência e tolerância • depressão respiratória com altas doses • relatos de alimentação e confusão durante a noite Hipnóticos Benzodiazepínicos: Midazolam, Flunitrazepam, Flurazepam e outros Não-benzodiazepínicos: Pirazolopirimidina [Zaleplon] Imidazopirimidina [Zolpidem] Ciclopirrolona [Zopiclona] Outras substâncias com propriedades hipnóticas: barbitúricos, hidrato de cloral, antidepressivos, antipsicóticos, anti-histamínicos, melatonina, produtos naturais (valeriana, passiflora) Uso crônico dos BZD • prejuízos cognitivos ? • prejuízos psicomotores ? • tolerância • dependência Tolerância aos efeitos dos BZD • tolerância diferencial: rápida: efeito sedativo intermediária: efeito anticonvulsivante praticamente inexistente: efeito ansiolítico • funcional (farmacodinâmica) Dependência de BZD síndrome de abstinência em 50% de pacientes em uso por mais de um ano drogas de meia-vida curta tem mais propensão a exibir síndrome de abstinência (meia-vida longa, a síndrome de abstinência é protraída) Quadro clínico da abstinência é pouco específico • irritabilidade, agitação, insônia (diferencial importante com retorno da ansiedade) • tremor, sudorese, palpitações, náusea, letargia, cefaléia, dor/tensão muscular, aumento da sensibilidade para a luz e sons, parestesias, cãibras, convulsões Usos Clínicos dos BZD • hipnótico • ansiolítico • sedação: medicação pré-anestésica • síndrome de abstinência de álcool • anticonvulsivante • relaxante muscular: espasmo muscular crônico e espasticidade Indicação dos hipnóticos na insônia Insônia Tratamento Transitória e de curta duração Crônica importante indicação dose mínima eficaz período limitado de uso (< 4 semanas) tratamento da causa primária auxiliar no início de outros tratamento uso intermitente se possível dose mínima eficaz período limitado de uso (<4 semanas?) A INDICAÇÃO DOS HIPNÓTICOS É LIMITADA TRATAMENTO DA ANSIEDADE • reposta universal diante da antecipação de um perigo, estresse ou conflito • propulsora do desenvolvimento e preservadora da vida • é patológica quando desproporcional à situação que a desencadeia, ou quando não existe uma ameaça real Ansiedade • sinais – tremores, tontura, hiperatividade autonômica (taquicardia, sudorese, cólicas abdominais) • sintomas – tensão, medo, preocupação, falta de concentração Ansiedade: sinais e sintomas • prejuízo na qualidade de vida – comprometimento do funcionamento ocupacional e social, relações interpessoais • transtornos psiquiátricos (ex. depressão) • abuso de substâncias (álcool, BZD, analgésicos, relaxantes musculares) Consequências da Ansiedade Ansiedade Generalizada (DSM-IV, 1994) durante pelo menos 6 meses • A. ansiedade e preocupação excessiva ocorrem na maior parte do tempo (trabalho, escola) • B. dificuldade em controlar a preocupação • C. ansiedade e preocupação associada com 3 ou + dos sintomas, alguns a maior parte do tempo: • inquietação, nervosismo • cansaço • dificuldade de concentração ou “brancos” na mente • irritabilidade • tensão muscular • distúrbio de sono (insônia) • D. o foco da ansiedade e preocupação não se restringe a aspectos associados a outros transtornos psiquiátricos • E. ansiedade, preocupação ou sintomas físicos prejudicam significativamente o funcionamento • F. os sintomas não se relacionam a efeitos provocados por drogas ou condições clínicas Adequado ao tipo de transtorno • Benzodiazepínicos • Agonistas parciais de BZD • Agonistas 5-HT1A • Antidepressivos (tricíclicos, IMAO, ISRS, IRSNa)• Antagonistas 2-adrenérgicos • Outros Tratamento da ansiedade
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