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AULA 5: ERVAS E ESPECIARIAS EM NUTRIÇÃO CLÍNICA Gastronomia aplicada à nutrição clínica GASTRONOMIA APLICADA À NUTRIÇÃO CLÍNICA Aula 05: Ervas e especiarias em nutrição clínica AULA 5: ERVAS E ESPECIARIAS EM NUTRIÇÃO CLÍNICA Gastronomia aplicada à nutrição clínica Objetivos da aula 1. Identificar os tipos de ervas, especiarias e pimentas; 2. Identificar os compostos bioativos presentes nas ervas, especiarias e pimentas; 3. Reconhecer os benefícios da utilização de ervas e especiarias em nutrição clínica; 4. Analisar as formas de utilização desses componentes em gastronomia. AULA 5: ERVAS E ESPECIARIAS EM NUTRIÇÃO CLÍNICA Gastronomia aplicada à nutrição clínica Definições Ervas e especiarias São os produtos constituídos de partes de espécies vegetais Raízes, rizomas, bulbos, cascas, folhas, flores, frutos, sementes e outras partes das plantas; Possuem substâncias aromáticas ou picantes, com ou sem valor alimentício; Utilizadas para agregar sabor ou aroma aos alimentos e bebidas. BRASIL (2005) AULA 5: ERVAS E ESPECIARIAS EM NUTRIÇÃO CLÍNICA Gastronomia aplicada à nutrição clínica Definições Ervas e especiarias São usadas em alimentos diariamente, em especial, por seus sabores e aromas. Sabores e aromas consistem em compostos como: Álcoois; Aldeídos; Ésteres; Terpenos; Fenóis e ácidos orgânicos. AULA 5: ERVAS E ESPECIARIAS EM NUTRIÇÃO CLÍNICA Gastronomia aplicada à nutrição clínica Definições Ervas e especiarias Condimentos: produtos constituídos de uma ou diversas substâncias sápidas, de origem natural, com ou sem valor nutritivo, empregado nos alimentos com o fim de modificar ou exaltar o seu sabor; Seus produtos classificam-se em glutamato monossódico, sais sódicos dos ácidos ribonucleicos e especiarias ou condimento vegetal; O condimento vegetal, de acordo com a sua composição, pode ser simples, quando constituído por uma especiaria genuína e pura, e misto quando constituído da mistura de especiarias, inteiros, fragmentados ou em pó. AULA 5: ERVAS E ESPECIARIAS EM NUTRIÇÃO CLÍNICA Gastronomia aplicada à nutrição clínica Tipos de ervas e especiarias Nome comum Nome científico Parte do vegetal utilizada Açafrão Crocus sativus L. Estigmas florais Alecrim Rosmarinus officinalis L. Folhas e talos Alho Allium sativum L. Bulbos Alho porro Allium porrum L. Folhas e talos Baunilha Vanilla planifolia Frutos Canela-da-china Cinnamomum cassia Cascas Cebola Allium cepa L. Bulbos BRASIL (2005) AULA 5: ERVAS E ESPECIARIAS EM NUTRIÇÃO CLÍNICA Gastronomia aplicada à nutrição clínica Tipos de ervas e especiarias BRASIL (2005) Nome comum Nome científico Parte do vegetal utilizada Cebolinha verde Allium schoenoprasum L. Folhas e talos Coentro Coriandrum sativum L. Talos, folhas e frutos Cominho Cuminun cyminum L. Frutos Cúrcuma Curcuma longa L. e Curcuma domestica Rizomas Cravo-da-índia Caryophyllus aromaticus L. ou Eugenia caryphyllata Botões florais Erva-doce ou anis ou anis doce Pimpinella anisum L. Frutos Gengibre Zingiber officinale Rizomas AULA 5: ERVAS E ESPECIARIAS EM NUTRIÇÃO CLÍNICA Gastronomia aplicada à nutrição clínica Tipos de ervas e especiarias BRASIL (2005) Nome comum Nome científico Parte do vegetal utilizada Gergelim Sesamum indicum L. Sementes Orégano chileno Origanum vulgare L. Folhas e talos Páprica Capsicum annuum L. Frutos Pimentões e pimenta doce Capsicum annuum L. Frutos Salsa Petroselinum sativum Hoffm. ou Petroselinum crispum (Mill.) Nyman. Folhas e talos Tomate Lycopersicum esculentum L. Frutos Urucum Bixa orellana L. Sementes AULA 5: ERVAS E ESPECIARIAS EM NUTRIÇÃO CLÍNICA Gastronomia aplicada à nutrição clínica Formas de comercialização • Forma fresca do vegetal; • Forma seca; • Em pó; • Óleos essenciais; • Extratos. AULA 5: ERVAS E ESPECIARIAS EM NUTRIÇÃO CLÍNICA Gastronomia aplicada à nutrição clínica Características conferidas ao alimento e momento da adição de ervas e especiarias Aplicabilidade sensorial e nutricional Responsáveis pelo sabor picante em carnes, pescados e hortaliças; Azeites de cozinha, como o de gergelim; Aromatizantes de licores, destacando-se entre eles o absinto e anis; Ingredientes importantes para molhos e embutidos diversos; Ingredientes em produtos em conservas. AULA 5: ERVAS E ESPECIARIAS EM NUTRIÇÃO CLÍNICA Gastronomia aplicada à nutrição clínica Características conferidas ao alimento e momento da adição de ervas e especiarias Aplicabilidade sensorial e nutricional Estimulam o apetite; Podem ser estimulantes gastrointestinais; Podem atuar como irritantes de mucosa gastrointestinal; Realçam e acentuam sabor de dietas hospitalares; Conferem aroma antes e durante a cocção AULA 5: ERVAS E ESPECIARIAS EM NUTRIÇÃO CLÍNICA Gastronomia aplicada à nutrição clínica Características conferidas ao alimento e momento da adição de ervas e especiarias Ervas e especiarias Formas de consumo Preparações Açafrão Pó Confere cor e sabor a pães, arroz e outros alimentos Baunilha Fava ou essência (líquida ou em pó) Usada em sorvetes, cremes e mousses. A fava deve ser colocada para cozer na calda do alimento e retirada antes dos doces serem enformados ou servidos. O líquido deve ser usado moderadamente para dar gosto de baunilha a doces, cremes e sorvetes. Canela Tubos de casca enrolados, secos e em pó Utilizada para dar aroma e sabor a cremes, marmeladas, caldas, compotas, crepes, bolinhos, vinho quente. O chá tem efeito calmante e descongestionante. Coentro Folhas Uso diário na cozinha brasileira para temperar peixes, camarões ou para substituir a salsa. Cominho Grãos e pó Utilizado no preparo de embutidos, salsichas, chucrute, queijo e pão. (GERMANO; GERMANO, 1998) AULA 5: ERVAS E ESPECIARIAS EM NUTRIÇÃO CLÍNICA Gastronomia aplicada à nutrição clínica Características conferidas ao alimento e momento da adição de ervas e especiarias (GERMANO; GERMANO, 1998) Ervas e especiarias Formas de consumo Preparações Cravo Seco Pode ser espetado em cebolas de ensopados, colocado em sopas e caldos, pepinos em conserva e licores caseiros. Preparações doces e salgadas. Orégano Folhas Confecção de diversas especiarias, refogados, molhos, tomates, embutidos, grãos, saladas, cerveja, chá e licor. Salsa Folhas e talos Utilizada para decoração, em sopas, molhos, refogados, carnes e saladas. Tomilho Folhas fresca ou secas Confere sabor a gelatina, salmoura, sopas de peixe. Urucum Pó Confere coloração aos queijos, óleos e risotos. AULA 5: ERVAS E ESPECIARIAS EM NUTRIÇÃO CLÍNICA Gastronomia aplicada à nutrição clínica Características conferidas ao alimento e momento da adição de ervas e especiarias Aplicabilidade sensorial e nutricional • Mirepoix • Cenoura, cebola, salsão, alho poró cortados em cubos (25% de cada); • Aromatização de fundos, sopas, caldos, molhos, braseados. • Cebola piqueé • Cebola descascada e cortada ao meio, com folhas de louro espetadas com cravos; • São retirados após conferir o sabor a preparação. AULA 5: ERVAS E ESPECIARIAS EM NUTRIÇÃO CLÍNICA Gastronomia aplicada à nutrição clínica Características conferidas ao alimento e momento da adição de ervas e especiarias Aplicabilidade sensorial e nutricional • Bouquet garni • Salsão, cenoura, salsinha e folhas de louro amarrados;• São retirados após conferir o sabor a preparação. • Sachet d’épces • Dentes de alho, folhas de louro, pimentas em grão, tomilho, talo de salsinha envoltos em pano fino; • Também retirados após conferir sabor à preparação. AULA 5: ERVAS E ESPECIARIAS EM NUTRIÇÃO CLÍNICA Gastronomia aplicada à nutrição clínica Alegações nutricionais Atividade antioxidante • Relacionada com a presença de compostos fenólicos. • Substâncias que possuem um anel aromático com uma ou mais hidroxilas, podendo apresentar ésteres, metil-ésteres e glicosídios. • Flavonoides e terpenoides também apresentam atividade antioxidante: • Timol, carvacrol e eugenol. DEL RE; JORGE (2012) AULA 5: ERVAS E ESPECIARIAS EM NUTRIÇÃO CLÍNICA Gastronomia aplicada à nutrição clínica Alegações nutricionais Atividade antioxidante • Além da atividade antioxidante, os compostos fenólicos exibem grande quantidade de propriedades fisiológicas como antialérgica, antiarteriogênica, anti-inflamatória, antimicrobiana, antitrombótica, cardioprotetora e vasodilatadora. • Combatem os radicais livres; • Bloqueiam a ação de enzimas específicas que causam inflamação na biossíntese dos eicosanoides; • Modificam as rotas metabólicas das prostaglandinas; • Protegem a aglomeração plaquetária e inibem a ativação de carcinógenos. DEL RE; JORGE (2012) AULA 5: ERVAS E ESPECIARIAS EM NUTRIÇÃO CLÍNICA Gastronomia aplicada à nutrição clínica Alegações nutricionais Atividade antioxidante DEL RE; JORGE (2012) AULA 5: ERVAS E ESPECIARIAS EM NUTRIÇÃO CLÍNICA Gastronomia aplicada à nutrição clínica Alegações nutricionais Ação antimicrobiana • Os compostos fenólicos são os principais responsáveis pela atividade antimicrobiana das ervas e especiarias; • O caráter hidrofóbico, dos compostos fenólicos, permite que se liguem aos lipídeos, da membrana celular, modificando sua estrutura e aumentando sua permeabilidade, o que pode levar à lise celular. DEL RE; JORGE (2012) AULA 5: ERVAS E ESPECIARIAS EM NUTRIÇÃO CLÍNICA Gastronomia aplicada à nutrição clínica Alegações nutricionais Atuação no processo digestivo • Alguns extratos vegetais podem estimular a produção de saliva e dos sucos gástrico e pancreático, favorecendo a secreção enzimática e melhorando a digestibilidade dos nutrientes; • Entretanto, para uma especiaria atuar como moduladora da promoção da saúde, não depende só dos teores de fitoquímicos, mas também da forma de preparo e da quantidade consumida. DEL RE; JORGE (2012) AULA 5: ERVAS E ESPECIARIAS EM NUTRIÇÃO CLÍNICA Gastronomia aplicada à nutrição clínica Uso de ervas e especiarias em nutrição clínica Em dietas restritivas • Restrição do consumo de sal: baixa adesão dos pacientes, decorrente, em geral, dos hábitos alimentares e das queixas de falta de sabor dos alimentos; • Modificações culinárias com o uso de especiarias, condimentos e técnicas de preparo: • Encorajar o consumo de certos alimentos ou substituir parcial ou totalmente ingredientes que devem estar diminuídos ou ausentes nas dietas restritivas, como o sal na dieta hipossódica. • Uso em dietas hipossódicas para hipertensos. AULA 5: ERVAS E ESPECIARIAS EM NUTRIÇÃO CLÍNICA Gastronomia aplicada à nutrição clínica Uso de ervas e especiarias em nutrição clínica Em dietas restritivas • Consumo elevado de sódio (sal de cozinha): hipertensão arterial sistêmica, doenças vasculares e cardíacas, insuficiência renal e hepática, câncer gástrico, osteoporose, asma e obesidade; • Redução no consumo de sal: diminui a pressão arterial e melhora o perfil de morbimortalidade; • O uso das ervas e especiarias melhoram o sabor e a aceitabilidade de dietas não restritivas, além de contribuir para melhor aderência dos pacientes às dietas e ao plano alimentar. AULA 5: ERVAS E ESPECIARIAS EM NUTRIÇÃO CLÍNICA Gastronomia aplicada à nutrição clínica Saiba mais • Leia o artigo: GONÇALVES, J. H. T.; SANTOS, A. S. Atividade antioxidante, compostos fenólicos totais e triagem fitoquímica de ervas condimentares desidratadas. In: Revista da Universidade Vale do Rio Verde, Três Corações, v. 13, n. 1, p. 486-497, 2015. Disponível em: <http://periodicos.unincor.br>. Acesso em 17 abr. 2017. • Leia também: SOUZA et al. Quantidade de Sódio em Refeições Hospitalares. In: Int J Cardiovasc Sci. 28(4):305- 312, 2015. Disponível em: <http://www.onlineijcs.org/sumario/28/pdf/v28n4a07.pdf>. Acesso em 17 abr. 2017. AULA 5: ERVAS E ESPECIARIAS EM NUTRIÇÃO CLÍNICA Gastronomia aplicada à nutrição clínica Referências bibliográficas utilizadas nesta aula ALENCAR, M. L. A.; SOUSA, A. A.; TRINDADE, E. B. M. S. Especiarias e condimentos aumentam a ingestão alimentar de pacientes com dieta hipossódica? In: Demetra; 9(3); 795-809, 2014. BRASIL. Agência Nacional da Vigilância Sanitária. Resolução - CNNPA nº 12, de 1978. Padrões de identidade e qualidade para os alimentos e bebidas. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br>. Acesso em 17 abr. 2017. BRASIL. Agência Nacional da Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 276, de 22 de setembro de 2005. Regulamento técnico para especiarias, temperos e molhos. Disponível em: http://e-legis.anvisa.gov.br Acesso em 17 abr. 2017. AULA 5: ERVAS E ESPECIARIAS EM NUTRIÇÃO CLÍNICA Gastronomia aplicada à nutrição clínica Referências bibliográficas utilizadas nesta aula DEL RE, P. V; JORGE, N. Especiarias como antioxidantes naturais: aplicações em alimentos e implicação na saúde. In: Rev. bras. plantas med., Botucatu , v. 14, n. 2, p. 389-399, 2012. GERMANO, Pedro Manuel Leal; GERMANO, Maria Izabel Simões. Higiene e vigilância sanitária de alimentos. In: Qualidade das especiarias. São Paulo: Manole, 2008. p. 258-275. GERMANO, Pedro Manuel Leal; GERMANO, Maria Izabel Simões. Importância e riscos das especiarias. In: Higiene Alimentar, v. 12, n. 57, p. 23 – 31, 1998. AULA 5: ERVAS E ESPECIARIAS EM NUTRIÇÃO CLÍNICA Gastronomia aplicada à nutrição clínica Assuntos da próxima aula: Utilização de frutas e hortaliças em nutrição clínica; Decoração de pratos com frutas e hortaliças; Conceito minimalista em gastronomia e produção de refeições atrativas. AVANCE PARA FINALIZAR A APRESENTAÇÃO.
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