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169
Cidadania, pertencimento e participação 
social de idosos – Grupo Trocando Idéias e 
Matinê das Duas: Cine Comentado
Leonia Capaverde BuLLa* 
erika SCheeren SoareS** 
roSane Bernardete BroChier kiSt***
Resumo: Considerando-se as transformações sociais, o aumento 
da expectativa de vida e do número de pessoas idosas no 
Brasil, identificou-se a necessidade de fomentar na Pontifícia 
Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) a inclusão 
social com cidadania, lazer e qualidade de vida a esse segmento 
populacional, através de dois projetos de extensão, oferecidos 
à terceira idade, o Grupo Trocando Idéias e o Matinê das Duas: 
Cine Comentado. Esses projetos têm como objetivos promover 
a reflexão, a participação e a cidadania por meio do lazer, da 
discussão coletiva e da troca de experiências, envolvendo pessoas 
com mais de cinqüenta anos em um processo de descobertas, de 
conhecimentos sobre os direitos sociais, a qualidade de vida, a 
compreensão e a aceitação da velhice, bem como a descoberta 
de novas potencialidades individuais que são fortalecidas de forma 
coletiva. Através dessas atividades, possibilita-se a participação 
dos idosos em um espaço de convívio que promova a sua 
* Assistente Social, mestre em Serviço Social (Québec, Canadá), doutora em Ciências 
Humanas – Educação (UFRGS), pós-doutora em Serviço Social (Kassel, Alemanha), 
professora titular da Faculdade de Serviço Social da PUCRS (Graduação, Mestrado e 
Doutorado); coordenadora do Núcleo de Pesquisa em Demandas e Políticas Sociais 
(Nedeps) e do Programa Geron da PUCRS. E-mail: lbulla@pucrs.br. 
** Assistente Social e mestre em Serviço Social (PUCRS), doutoranda em Serviço Social 
da PUCRS; integrante do Nedeps. E-mail: ekass84@yahoo.com.br. 
*** Assistente Social, mestre em Serviço Social (PUCRS), doutoranda em Serviço Social 
da PUCRS; integrante do Nedeps. E-mail: rosanekist@hotmail.com.
Leonia C. BuLLa / erika S. SoareS / roSane B. B. kiSt
170
identificação com outras pessoas que se encontram na mesma 
fase da vida e em que possam se conhecer e se reconhecer 
coletivamente. Com essas iniciativas, procura-se garantir a 
efetiva inclusão e valorização social, por meio da melhoria da 
qualidade de vida e, especialmente, despertando-se a consciência 
de que o exercicio pleno da cidadania requer a compreensão de 
que todos e cada um deles, possui direitos, mas também, deveres 
enquanto cidadãos. 
Palavras-chave: Gerontologia Social, grupos de convivência, 
cidadania, lazer, idoso. 
Citizenship, belonging and social participation of the elderly: 
The Changing Ideas Group and The Matinee at two o’clock: 
Comment on Movies
Abstract: Considering the social transformations, the increase 
of life expectation and of the number of elderly people in Brazil, 
one identified the need to foment, in the university, the social 
inclusion with citizenship, leisure and life quality to this population 
segment, by means of two extension projects, offered to the third 
age, the Changing Ideas Group and the Matinee at Two o’clock: 
Comment on movies. Those projects promote the reflection, 
the participation and the citizenship through leisure, collective 
discussion and change of experiences, involving people with more 
than fifty years of age in a process of discoveries, of knowledge 
on the social rights, the life quality, the understanding and the 
acceptance of aging, as well as the discovery of new individual 
potentialities that are strengthened in a collective way. By means 
of those activities, participation is made possible in a conviviality 
space that promotes identification with other people who are in 
the same phase of the life and in which they can be known and 
can be recognized collectively. With those initiatives one tried to 
guarantee the effective inclusion and social valorization, through 
the improvement of the life quality and, especially, becoming 
conscious that the full exercise of citizenship requests the 
understanding that all individuals, and each one of them, have 
rights but also duties while citizens.
Keywords: Social Gerontology, groups of coexistence, citizenship, 
leisure, elderly people.
Ser SoCiaL, BraSíLia, n. 21, p. 169-196, juL./dez. 2007
171
Introdução 
O acelerado processo de envelhecimento da população é 
um fenômeno mundial, associado a diversos fatores, entre eles, 
a queda da natalidade, os avanços científicos, as inovações 
tecnológicas, as melhorias na qualidade de vida e o maior 
acesso ao conhecimento em todas as áreas do saber. No Brasil, 
a população idosa ultrapassa 14,5 milhões de pessoas (8,6%) 
e no Rio Grande do Sul é evidente o aumento da expectativa 
de vida dos gaúchos, pois em 1940 era de 52 anos e em 1970 
subiu para 65 anos. Em 1996, praticamente sete anos mais 
tarde, a expectativa de vida da população passou para 72 anos 
(IBGE, 2002), sendo divulgada atualmente como a maior do 
país, tendo chegado a 74 anos (IBGE, 2007).
A velhice possui particularidades e características 
próprias, que exigem uma atenção especial dos familiares, 
cuidadores, profissionais e da sociedade, o que é enfaticamente 
afirmado pelo Estatuto do Idoso (Brasil, 2003). O tempo de 
existência e as múltiplas experiências vivenciadas possibilitam 
autoconhecimento e auto-aceitação do próprio processo de 
envelhecimento, decorrente de fatores biológicos, psicosociais, 
afetivos, econômicos e culturais. Esses fatores provocam 
mudanças de rotinas, gastos maiores em saúde e, não raro, 
a perda da autonomia e a dependência. Desse modo, aceitar 
as transformações e limitações que a vida vai oferecendo 
com o passar dos anos é, ao mesmo tempo, uma conquista e 
um constante desafio, em função da discriminação que ainda 
existe em relação aos idosos na sociedade atual e no mercado 
de trabalho. É importante que a universidade se qualifique 
para intervir nas questões referentes aos idosos formando 
profissionais capacitados a atuar junto a esse contingente da 
população que cresce a cada ano. 
Leonia C. BuLLa / erika S. SoareS / roSane B. B. kiSt
172
Na sociedade mercantil e excludente brasileira, 
constata-se que os idosos necessitam de um espaço coletivo 
de convivência onde possam partilhar desejos, angústias e 
anseios com outras pessoas que estejam na mesma fase da 
vida. A PUCRS, através da Universidade da Terceira Idade e 
do Programa Geron, abriu esses espaços dentro do ambiente 
acadêmico e passou a investir em pesquisas e atividades 
de extensão relacionadas à terceira idade como forma de 
promover a qualificação profissional de acadêmicos por meio 
da atuação, direta junto à população idosa. 
Os objetivos do Programa Geron consistem em 
“proporcionar o intercâmbio de experiências entre as Unidades 
de Ensino da PUCRS, bem como organizar informações e 
conteúdos teórico-práticos para um envelhecimento saudável, 
produtivo e bem sucedido” (Geron, 2002). O Programa existe 
desde 1998 e promove atividades de estudo e pesquisa em 
Gerontologia Social através de uma equipe interdisciplinar 
constituída por funcionários, professores e pesquisadores da 
PUCRS de diversas áreas do conhecimento, e articula suas 
ações à Universidade da Terceira Idade, vinculada à Pró-
Reitoria de Assuntos Comunitários (PRA). 
Entre as ações propostas pela Universidade da Terceira 
Idade estão situados o “Grupo Trocando Idéias” e a “Matinê 
das Duas: Cine Comentado”, que visam a inclusão social de 
pessoas idosas e são coordenadas pelo Núcleo Pesquisas 
em Demandas e Políticas Sociais (Nedeps), da Faculdade de 
Serviço Social. Com essas atividades de extensão, busca-se 
oferecer aos idosos um espaço para a promoção da cidadania, 
aquisição de novos conhecimentos, discussão coletiva de seus 
direitos, lazer, reflexão e trocas de experiências que estimulem 
a interação social, visando ao pertencimento social.
Ser SoCiaL,BraSíLia, n. 21, p. 169-196, juL./dez. 2007
173
Nesse sentido, destaca-se a relevância do trabalho 
de professores, estudantes universitários e profissionais 
compromissados, que contribuem para a qualificação do 
processo de planejamento dos grupos, para a execução de 
atividades e para o desenvolvimento de pesquisas sobre 
a temática visando ao aumento do impacto social dessas 
ações. Evidencia-se, também, a importância da inserção dos 
alunos em experiências teórico-práticas, que os capacitam 
para atuar nos grupos de convivência com maior competência 
profissional, imbuídos de conhecimentos sobre a terceira idade. 
Concretizam-se, desse modo, o pressuposto de articulação 
necessária e indissociável entre as três funções da universidade 
(ensino, pesquisa e extensão).
 
Os grupos de idosos como estratégias cidadãs de pertencimento 
e participação social 
O crescimento do número de idosos no Brasil, suas 
repercussões demográficas e sociais é teoricamente estudado 
por diversos autores, cabendo a esse estudo ressaltar alguns 
aspectos do envelhecimento e da importância da atuação 
profissional em espaços coletivos que visem à cidadania, à 
participação e à promoção dos direitos sociais desse segmento 
populacional. Esses três objetivos estão estreitamente ligados, 
pois a cidadania supõe participação e direitos, como é acentuado 
na definição de Coutinho (1997, p. 146):
Cidadania é a capacidade conquistada por alguns indivíduos, ou 
(no caso de uma democracia efetiva) por todos os indivíduos, de 
se apropriarem dos bens socialmente criados, de atualizarem 
todas as potencialidades de realização humanas abertas pela 
vida social em cada contexto historicamente determinado.
A cidadania, nessa visão, está estreitamente vinculada 
à participação e não é dada aos indivíduos, mas conquistada. 
Não é adquirida de uma vez para sempre e nem é algo que vem 
Leonia C. BuLLa / erika S. SoareS / roSane B. B. kiSt
174
de cima para baixo, mas o resultado de uma luta permanente 
da pessoa pela transformação das condições existentes, ao 
longo do processo histórico. Assim concebida, a cidadania está 
inegavelmente atrelada à democracia e à soberania popular1 
e deve estar presente em todos os níveis da vida social. O 
exercício da cidadania é, portanto, de suma importância para 
a construção de uma sociedade democrática, pois representa 
a ligação entre a qualidade de vida e as políticas públicas de 
uma nação, à medida que a consciência de cidadania leva ao 
fortalecimento do poder de participação dos sujeitos nos mais 
diversos espaços da sociedade.
O fato de um cidadão entrar na velhice não significa 
descompromisso com a participação, nem renúncia aos direitos 
de cidadania, embora ocorram diversas mudanças em sua 
vida, entre elas, o afastamento das atividades de trabalho em 
virtude da aposentadoria. Conviver com pessoas que estejam 
na mesma fase da vida pode oportunizar momentos de reflexão 
e debate sobre as perdas e ganhos associados ao processo 
de envelhecimento, e, também, sobre as potencialidades, as 
perspectivas futuras, as possibilidades de exercício pleno da 
cidadania, que fomentem sentimentos de pertencer e que 
abram os caminhos para a participação mais ampla na vida 
social.
A idéia de pertencimento, aos poucos, está modelando uma 
identidade que poderá constituir o perfil da novidade que se 
vislumbra com a emergência desse novo ator social que já começa 
a entrar em cena, num patamar de organização mais ampliada, 
pela via dos fóruns de representação e dos conselhos de direito. 
Esses órgãos podem ser um grande potencial de mudanças na 
imagem da velhice, pois são um espaço público com capacidade 
1 Na concepção de Coutinho (1997, p. 145), democracia é sinônimo de soberania popular 
e pode ser definida como “a presença efetiva das condições sociais e institucionais que 
possibilitam ao conjunto dos cidadãos a participação ativa na formação do governo e, 
em conseqüência, no controle da vida social”.
Ser SoCiaL, BraSíLia, n. 21, p. 169-196, juL./dez. 2007
175
de interferir nos rumos das políticas. É oportuno, pois, incentivar 
a participação social em diversos âmbitos, e, de caráter inicial, 
a organização em grupos de convivência ou atividades que 
proporcionem a reflexão (Rocha; Gomes; Lima, 2006, p. 1035).
Os grupos de convivência podem ser vistos como um 
instrumento de organização coletiva e de incentivo à participação 
social, representando “a força para ‘dominados’ explicitarem 
suas reivindicações e seus interesses” (Vasconcelos, 1985, 
p. 27). Considera-se que o processo de participação social, 
viabilizado pela dinâmica nos Grupos de Convivência, quando 
bem coordenado e orientado, é de extrema importância, pois 
pode trazer mudanças significativas para a vida dos sujeitos 
envolvidos, como acentua Souza (1987, p. 83):
A participação em si, como processo social, muda seus próprios 
atores. Potencializa os grupos desfavorecidos, faz crescer sua 
confiança em suas próprias capacidades e contribui para sua 
articulação. Todos estes elementos colocam-nos em melhor 
situação para lutar por seus direitos e influir de modo efetivo.
Nos mais diversos tipos de grupos, quando os sujeitos 
se apropriam de suas capacidades e de suas forças de vida, a 
participação social influencia, efetivamente, que eles repensem 
e aprimorem tanto o modo e a trajetória de suas vidas como 
a organização da família e da sociedade, propiciando a 
reflexão sobre a qualidade de vida2, e a real inclusão social. 
Nos espaços grupais, onde a cidadania, a integração e a 
coesão são estimuladas, as pessoas passam a lutar por seus 
direitos. Além disso, os novos conhecimentos e informações 
contribuem para a busca de mudanças nos modos e padrões 
de vida considerados não satisfatórios e contribuem também 
para o debate e o autoconhecimento, propiciando a reflexão 
sobre valores e/ou preconceitos arraigados. 
2 A qualidade de vida consiste, segundo Minayo (2000, p.7), na “percepção dos sujeitos 
sociais com relação ao seu contexto de vida, culturas e valores, bem como seus 
objetivos, expectativas, padrões e preocupações” 
Leonia C. BuLLa / erika S. SoareS / roSane B. B. kiSt
176
Nessa perspectiva de reflexão e busca de autonomia, 
compreende-se que o “caminho de expansão da subjetividade 
e da cidadania de homens e mulheres na terceira idade está 
alterado e, nesta trajetória, a mulher representa a maior 
novidade” (Rocha; Gomes; Lima, 2006, p. 1034). Normalmente, 
surgem novos papéis a serem desempenhados por homens 
e mulheres nessa fase da vida, havendo necessidade de 
readaptação subjetiva e objetiva às transformações sociais, 
econômicas, culturais e afetivas. 
No entanto, para se compreender a importância da 
atuação junto a grupos de idosos na atualidade, faz-se 
necessário um breve resgate histórico dessa modalidade e 
instrumento de trabalho que, sabidamente, é “novo” em função 
das transformações sociais e demográficas ao longo dos 
tempos. Os primeiros espaços de convívio coletivo de idosos 
surgiram nos Estados Unidos, na década de 1940, em função 
do aumento da expectativa de vida e, conseqüentemente, 
pelo maior número de pessoas chegando à terceira idade. Na 
França, posteriormente, foram criados muitos desses grupos 
e centros de convivência, considerados de ampla relevância 
social. No Brasil, até o início da década de 1960, a terceira 
idade não constava na agenda social, pois havia um número 
relativamente reduzido de pessoas com mais de 60 anos 
(apenas 5% da população total). De acordo com o estudo 
de Ferrigno, Leite e Abigalil (2006, p.1436), naquela época, 
eram realizadas apenas ações de cunho assistencialista, 
objetivando “suprir algumas carências básicas como forma 
de minorar o sofrimento decorrente da miséria e da doença, 
[essas ações estavam] ligadas principalmente a instituições 
asilares,estatais ou religiosas, apenas com a finalidade de 
garantir a sobrevivência física do idoso”. A situação social e 
cultural brasileira não oportunizara uma qualidade de vida digna 
Ser SoCiaL, BraSíLia, n. 21, p. 169-196, juL./dez. 2007
177
a essa população, sendo que, na época, não havia “alternativas 
de convivência e participação para o idoso saudável física e 
mentalmente” (idem).
Com esse quadro de pouca valorização da pessoa idosa 
na sociedade brasileira, só a partir da década de 1970, o 
governo federal introduziu reformulações nos programas da 
Previdência e da Assistência Social que visavam garantir o 
atendimento governamental a esse segmento populacional 
que apresentava um aumento acelerado. Para tanto, foram 
definidas áreas específicas, cabendo à Legião Brasileira 
de Assistência (LBA) a responsabilidade de desenvolver 
programas de assistência social, inclusive o Programa de 
Assistência ao Idoso. Dois principais projetos realizados pela 
LBA concretizaram as ações voltadas aos idosos: o Conviver 
e o Asilar. Esses projetos redefiniam áreas específicas de 
atendimento à população alcançando 1.200 entidades e 2.600 
municípios, “por meio de convênios de cooperação técnica 
e financeira para liberação social per capita, revitalização e 
construção de equipamentos da rede pública e privada na 
atenção ao idoso no Brasil” (Costa; Mendonça; Abigalil, 2002, 
p.1078). Dessa forma, importantes avanços na política nacional 
de apoio ao idoso de baixa renda foram realizados pelas ações 
da LBA, por meio de parcerias, ações diretas e indiretas.
Atualmente, portarias do Ministério da Previdência e 
Assistência Social fixam critérios e definem normas para 
operacionalizar as Diretrizes Básicas da Política Nacional 
do Idoso (Brasil, 1994) e da Política Nacional de Assistência 
Social (MDS/CNAS, 2004) visando ao desenvolvimento de 
ação integrada de execução direta e/ou indireta entre órgãos 
públicos e privados em seus diversos níveis de atuação. Com 
isso, em 2005, havia aproximadamente três mil centros ou 
grupos recebendo recursos da área da assistência social, 
através de parcerias com Estados, municípios e organizações 
Leonia C. BuLLa / erika S. SoareS / roSane B. B. kiSt
178
não-governamentais (Ferrigno; Leite; Abigalil, 2006, p. 1439), 
propiciando atendimento um dos segmentos sociais mais 
vulneráveis da população brasileira.
No entanto, existem grupos diferenciados que não 
possuem financiamento governamental para o atendimento 
que prestam aos idosos com melhor situação econômica. 
Incluem-se nesses grupos os denominados “Clubes da Melhor 
Idade”, as universidades abertas à terceira idade, o Serviço 
Social do Comércio e outros. Mas por, mais que se observe 
a multiplicação de núcleos de idosos em todo o País, “a 
parcela da população idosa que usufrui desses programas 
ainda é muito reduzida se comparada à imensa população de 
brasileiros idosos” (Ferrigno; Leite; Abigalil, 2006, p. 1439).
O Estatuto do Idoso, Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 
2003, que passou a vigorar a partir de 2004, faz referência, 
em seu Art. 3º, à obrigatoriedade da família, da comunidade, 
da sociedade e do Poder Público em assegurar ao idoso, 
“com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à 
saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao 
lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao 
respeito e à convivência familiar e comunitária” (Brasil, 2003). 
Na perspectiva de oportunizar a cultura, lazer, exercício da 
cidadania e respeito por meio da convivência comunitária, 
os grupos de convivência se estruturam como importantes 
alternativas, pois se “organizam em torno de atividades 
permanentes que incentivam o convívio e o conseqüente 
desenvolvimento de habilidades nas relações interpessoais 
entre seus participantes” (Ferrigno; Leite; Abigalil, 2006, 
p.1436).
Como salienta Kist (2008, p. 134), “os grupos de 
convivência podem significar espaços de organização e 
resistência dos idosos, que, de maneira coletiva, se unem 
Ser SoCiaL, BraSíLia, n. 21, p. 169-196, juL./dez. 2007
179
contra as desigualdades postas pela sociedade capitalista”. 
Configuram-se, também, como importantes locais de divulgação 
dos direitos das pessoas idosas e valorização da sua auto-
estima, além de possibilitar a ressignificação das relações, sua 
consolidação e ampliação, considerando-se que o “trabalho em 
grupo viabiliza a troca de experiências individuais, ato de suma 
importância para combater a marginalização social e contribuir 
para a participação e auto-realização humana” (Ferrigno; Leite; 
Abgalil, 2006, p.1436). 
Reiterando a importância desses grupos de convivência, 
o Estatuto do Idoso estabelece, em seu Artigo 3º, parágrafo 
único, que uma das formas de garantir a efetivação dos direitos 
dos idosos, com absoluta prioridade, é a “viabilização de formas 
alternativas de participação, ocupação e convívio do idoso 
com as demais gerações” (Brasil, 2003). As universidades, 
reconhecendo também o significado da participação social 
dos idosos, passaram a abrir suas dependências e seus 
serviços para esse público, antes direcionados aos jovens, de 
forma quase exclusiva, tornando-se, na atualidade, espaços 
estratégicos de troca intergeracional e de qualificação 
profissional para o atendimento especializado à terceira 
idade, contingente da população em acelerado processo de 
crescimento.
A criação desses espaços específicos e qualificados 
justifica-se, também pela necessidade de conferir status 
social aos idosos, de forma que eles possam desenvolver o 
sentimento de pertencer à sociedade. O reconhecimento da 
existência do ser, conferido pelo status social, contribui para a 
socialização do ser humano e para sua qualidade de vida: “O 
homem privado não se dá a conhecer e, portanto, é como se 
não existisse” (Rocha; Gomes; Lima, 2006, p.1033). Assim, se 
esse sujeito não estabelecer relações, o que quer que ele faça 
permanecerá sem importância ou sem conseqüência para os 
Leonia C. BuLLa / erika S. SoareS / roSane B. B. kiSt
180
outros, dando origem à invisibilidade e desvalorização social 
perante a sociedade mais ampla. O que não é socializado, não 
é reconhecido como legítimo daquele ser, e, portanto, o que 
tem importância só para ele é desprovido de interesse para os 
outros, quando não divulgado. Como conseqüência, ele não 
se sente parte integrante da vivência social coletiva, não se 
sente pertencente.
A valorização das vivências cotidianas e anteriores 
dos idosos é uma forma de consolidar o seu pertencimento 
à sociedade. O convívio e os vínculos criados entre os 
participantes propiciam essa valorização e fortalecem a posição 
dos indivíduos nos grupos “o status, como reconhecimento 
ou como aceitação de indivíduos por outros, a partir da 
convergência de idéias, vivências, estilos e projetos comuns, 
é componente que potencializa a subjetividade individual, 
derivando para a expansão da cidadania” (Rocha; Gomes; 
Lima, 2006, p.1033). O sentimento de pertencer empodera os 
indivíduos, contribuindo para o sucesso nos projetos coletivos 
e para sua participação mais ampla na vida social.
Salienta-se, neste ínterim, a importância do lazer na 
terceira idade pela melhoria da qualidade de vida de muitos 
idosos quando participantes dessas atividades, como salienta 
Moraes (2005, p. 60): “O dimensionamento do lazer reside na 
possibilidade de suscitar atitudes ativas durante a utilização 
do tempo livre, com a participação consciente e voluntária na 
vida social, opondo-se ao isolamento e ao recolhimento social”. 
Participando, os idosos encontram possibilidades de superar 
a solidão e a ociosidade que prejudicam a qualidade de vida. 
As universidades, em sua constante busca pela produção de 
conhecimentos e formação de profissionais qualificados, estão 
promovendo importantespesquisas sobre o envelhecimento e 
ofertando atividades variadas para a terceira idade. Com isso, 
criam novas possibilidades de participação social para os idosos 
Ser SoCiaL, BraSíLia, n. 21, p. 169-196, juL./dez. 2007
181
e, desse modo, colaboram para que conheçam seus direitos 
e lutem pela sua garantia junto à família e ao Estado, através 
de políticas públicas de proteção social. Além disso, oferecem 
oportunidades de lazer criativo, saúde, educação, cultura, 
desenvolvimento de habilidades e trocas de experiências que 
auxiliam em sua interação com a sociedade.
A escolha por grupos de convivência se constitui como 
um importante meio de socialização na terceira idade, porque 
“possibilita o compartilhamento das histórias individuais e 
a construção de uma história coletiva a partir do confronto 
de valores e ideologias”, como também “propicia o exercício 
de papéis, o enfrentamento de novos desafios e a busca da 
realização de sonhos comuns” (Ferrigno; Leite; Abigalil, 2006, 
p. 1436). Cria-se, assim, um sentimento de pertencimento dos 
participantes a um corpo maior – o grupo – que se constitui 
mais do que a soma das partes. 
Essa escolha de trabalho grupal e coletivo se ratifica 
como imprescindível na atualidade, pois se constata que “os 
resultados dos trabalhos que estão sendo desenvolvidos com 
idosos transformaram os grupos em uma realidade que figura 
entre as mais relevantes alternativas de ressocialização do 
idoso, de melhorias de sua qualidade de vida e promoção da 
cidadania” (Ferrigno; Leite; Abigalil, 2006, p.1441). É, portanto, 
necessária esta direção política profissional de cidadania na 
coordenação dos grupos, como ressalta Silva (2001, p.7-8):
Esta concepção pauta-se na interdependência existente entre 
cidadania e participação. Portanto reconhecemos a cidadania 
como uma construção individual e coletiva de homens livres e 
autônomos. Assim, é o exercício igualitário dos direitos civis, 
políticos e sociais existentes e reconhecidos em uma dada 
formação social, em um determinado momento histórico, por 
todos os indivíduos que a compõe.
E, para fomentar a pertinente participação e cidadania aos 
Leonia C. BuLLa / erika S. SoareS / roSane B. B. kiSt
182
idosos atualmente em nossa sociedade, torna-se necessário o 
conhecimento do conceito de cidadão, definido como “aquele que 
usufrui os bens e os serviços produzidos socialmente e participa 
de forma livre, consciente e autônoma das decisões sobre a vida 
de seu país, em todas as dimensões (política, econômica, cultural, 
ética etc.) e esferas de exercício de poder” (Silva, 2001, p. 7-8). 
Assim sendo, torna-se imprescindível incentivar a inclusão de 
idosos, tanto nos grupos de convivência, quanto em espaços 
mais amplos como os conselhos de idosos e outros conselhos 
de representação política, em que a participação social seja 
incentivada e exercitada, tendo em vista o acesso às informações 
e a mobilização para a efetivação de direitos sociais. Diversos 
estudos ratificam as experiências de organização de grupos e de 
participação social aqui descritos. Nesses estudos, evidencia-se 
que a maioria dos participantes é do gênero feminino, confirmando 
que o componente da subjetividade no envelhecimento é 
diferenciado. Ao passo que os homens procuram resgatar os laços 
familiares ocupando seu espaço a partir do lar, as mulheres, ao 
contrário, buscam fora do lar oportunidades que garantam sua 
autonomia e realização pessoal. Como salientam Rocha, Gomes e 
Lima (2006, p. 1033), a liberdade é tida como componente central 
dessa nova fase da vida.
Para as mulheres, o reconhecimento e o usufruto de sua liberdade, 
em espaços relacionais novos, constituem a principal motivação. 
Para os homens, suprir ou reparar lacunas na assistência à família 
e poder desfrutar de tempo livre, fazendo coisas para as quais, 
até então, não tiveram possibilidades, é a grande conquista.
Nos grupos de convivência, mesmo com esforços visando 
à ampliação da participação masculina, o público é composto 
predominantemente por mulheres, como apontam Bulla e 
Kunzler (2005). Nos grupos, elas ampliam suas oportunidades 
de participação, de gestão de sua própria vida e de ampliação 
dos seus conhecimentos, “pois sair de casa, estar entre iguais, 
Ser SoCiaL, BraSíLia, n. 21, p. 169-196, juL./dez. 2007
183
ser ouvida, aprender a fazer coisas novas, são fatos que 
trazem como conseqüência, para essas, uma nova condição 
de autonomia e respeito dentro de casa” (Rocha; Gomes; Lima, 
2006, p.1034). 
E, no momento em que participam dos espaços destinados 
à participação social, as pessoas passam a incorporar à sua 
identidade uma profunda ruptura com padrões de dominação, 
podendo este ser o primeiro passo para a emancipação, pois 
“ao se constituírem sujeito de direito no plano privado, adquirem 
passaporte para um exercício mais amplo, no plano coletivo” 
(Silva, 2001, p. 7-8). 
Espaços de pertencimento social, lazer e cidadania 
Com a perspectiva de oportunizar o necessário lazer e 
cidadania à terceira idade, tendo como base a Política Nacional 
do Idoso, o Estatuto do Idoso e o Projeto Ético-Político do 
Serviço Social é que graduandas, mestrandas e doutorandas 
em Serviço Social, sob a orientação da coordenadora do 
Nedeps, atuam em atividades de pesquisa e extensão, como 
a Matinê das Duas: Cine Comentado e o Grupo Trocando 
Idéias que, por meio de planejamento e realização conjuntas, 
promovem a articulação de seus participantes.
Utilizando recursos disponíveis na PUCRS, a Matinê das 
Duas: Cine Comentado tem por objetivo geral proporcionar 
um espaço de lazer às pessoas com mais de 50 anos, por 
meio da exibição e debate de filmes que possibilitem o 
diálogo crítico de temas que versam sobre o processo de vida, 
envelhecimento e formação da cidadania. Valoriza, assim, a 
subjetividade e o protagonismo dessas pessoas, à medida que 
promove um ambiente propício à interação social, visando ao 
envelhecimento saudável cultural e socialmente. 
Leonia C. BuLLa / erika S. SoareS / roSane B. B. kiSt
184
Essa atividade convida para a participação em outra, 
dirigida àqueles que querem uma possibilidade de maior 
reflexão, convívio e aprendizado, nas mais diversas atividades 
sugeridas pelos participantes: o Grupo Trocando Idéias. Esse 
grupo tem por objetivo geral propiciar às pessoas idosas um 
espaço coletivo de discussão, reflexão e troca de experiências, 
no intuito de contribuir para o desenvolvimento de processos 
sociais e para o fortalecimento dos sujeitos para o exercício 
da cidadania. Destaca-se que, em alguns encontros, são 
convidados profissionais capacitados a desenvolverem 
temas específicos, especialmente professores da própria 
Universidade. Essa experiência tem possibilitado uma maior 
qualificação das ações, além de garantir uma maior visibilidade 
do grupo e integração com outras áreas do conhecimento que, 
também, desenvolvem atividades de extensão com idosos 
a partir da Universidade da Terceira Idade e do Programa 
Geron. 
Reconhece-se que o Cinema Comentado também pode 
ser considerado como um grupo de convivência, porque 
seus objetivos e metodologia convergem para uma interação 
social mediada e com continuidade, oportunizando assim o 
sentimento de pertencimento ao grupo, e, consequentemente, 
à sociedade. Permite ainda o estabelecimento de relações 
sociais entre os participantes que, mutuamente, se auxiliam em 
suas dificuldades, realizações e anseios por meio dos debates 
e reflexões fomentadas. Essa atividade também é considerada 
a porta de entrada para as demais atividades oferecidas pela 
Universidade da Terceira Idade, pelo seu caráter abrangente 
e pela sua constante divulgação.
Tanto o Grupo Trocando Idéias quanto a Matinê das 
Duas: Cine Comentado visam à interação, socialização e 
ampliação da cidadania dos participantespor meio da reflexão 
e participação em um espaço destinado a esse segmento 
Ser SoCiaL, BraSíLia, n. 21, p. 169-196, juL./dez. 2007
185
específico, ressaltando o protagonismo dos participantes, 
havendo esforços contínuos de ampliação da participação 
masculina.
Aquelas pessoas que são apaixonadas por cinema têm 
a oportunidade de participar de atividades que valorizam as 
produções culturais, ao mesmo tempo em que fomentam o 
processo de discussão e reflexão no grupo. As atividades 
são tão apreciadas que completaram sete anos em 2008. 
Gradativamente, a participação vem aumentando, atingindo 
aproximadamente 630 presenças no último ano (ao todo, foram 
2.550 presenças), possibilitando, em média, a participação de 
50 pessoas por encontro. 
A metodologia adotada para a Matinê das Duas: Cine 
Comentado é a freqüência quinzenal, às segundas-feiras, das 
14h às 17h, no auditório do 9º andar, no Prédio 50 da PUCRS. 
As atividades são gratuitas, divulgadas em jornais da cidade e 
cartazes no Campus da Universidade, sendo disponibilizadas 
para pessoas acima dos 50 anos de idade da comunidade. É 
produzido e distribuído um material de divulgação denominado 
“mosquitinho” com os títulos a serem exibidos em cada 
bimestre. O evento é patrocinado pela PUCRS e por uma 
locadora de filmes que disponibiliza, gratuitamente, a locação 
e exibição dos títulos selecionados. 
Para um novo participante ser incluído no projeto é 
solicitado, apenas, o registro de alguns dados para propiciar 
estudos de perfil dos usuários, para convites, avisos ou 
comunicação com familiares em emergências. Para registro 
de presença, é solicitada a assinatura, valorizando assim sua 
participação e promovendo o sentimento de pertencimento, por 
ser incorporado à lista dos integrantes da atividade.
Por outro lado, não é cobrada a presença. Mas mesmo 
sem nenhuma vinculação de obrigatoriedade há, normalmente, 
Leonia C. BuLLa / erika S. SoareS / roSane B. B. kiSt
186
justificativa dos participantes quando não podem comparecer, 
em virtude dos demais compromissos que assumem dentro e 
fora da Universidade. Evidencia-se, assim, a valorização e o 
gosto pela atividade em que se incluem.
A dinâmica da Matinê consiste, inicialmente, na acolhida 
aos participantes, apresentação do título a ser exibido na 
data e a proposta de discussão. Aproveita-se esse momento 
para avisos e divulgação das demais atividades relacionadas 
à terceira idade, desenvolvidas na Universidade ou na 
comunidade. Posteriormente, segue-se a exibição do filme3 e, 
após o seu término, inicia-se o diálogo sobre as percepções 
dos participantes e a discussão planejada acerca das novas 
temáticas sociais a serem selecionadas. Após o desfecho 
das discussões e esgotado o debate, são feitas sínteses das 
análises das temáticas, sendo realizado o fechamento da 
atividade, com o convite aos participantes para a exibição 
seguinte. A sessão é coordenada pelas duas assistentes 
sociais (uma mestranda e uma doutoranda) responsáveis pelo 
projeto, acompanhadas pela aluna da graduação. 
A coordenação do debate procura estimular a participação 
ativa e efetiva do grupo nas discussões, que versam sobre: 
vínculos familiares, planejamento da aposentadoria, laços 
afetivos, envelhecimento, questões de gênero, transformações 
no mundo do trabalho, valores sociais, questão social, 
alcoolismo, doenças relacionadas à velhice, preconceitos, 
violência doméstica, direitos sociais, mobilização coletiva, 
etc. Sempre se procura oportunizar a participação de todos os 
integrantes na discussão, propiciando a mediação do conteúdo 
abordado, de modo a estabelecer um ambiente de diálogo, 
de troca de experiências e reflexão produtiva. Como forma 
3 .Alguns títulos de filmes exibidos: Reflexos da Amizade, Se eu Fosse Você, Menina dos 
Olhos, Conduzindo Miss Dasy, A Partilha, Tempo de Recomeçar, A Corrente do Bem, 
O Jardineiro Fiel, Frida, A Sogra, Do outro Lado da Rua, Diário de Uma Paixão, Elza e 
Fred, A Sonhadora, A Procura da Felicidade, Em Boa Companhia, Deu Zebra, A Dona 
da História.
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187
de ampliar a participação, aqueles que não conseguiram se 
manifestar no debate são incentivados a elaborar uma redação 
ou um poema sobre a temática do filme exibido.
Os encontros do Grupo Trocando Idéias também ocorrem 
quinzenalmente, com uma hora e meia de duração, na sala 
411, do Prédio 50, da PUCRS e, em geral, contam com a 
presença de cerca de 30 idosos, que contam com a atuação 
de uma assistente social, doutoranda em Serviço Social e uma 
bolsista da graduação em Serviço Social. 
No Grupo Trocando Idéias estão cadastrados 43 idosos, 
que têm participado especialmente nos anos de 2007 e 2008, 
tendo sido contabilizadas um total de 85 e 341 presenças, 
respectivamente, nos dois anos citados. Geralmente, são 
realizados de oito a dez encontros por semestre, a partir de 
temas definidos pelo próprio grupo mediante um planejamento 
inicial a cada semestre. Entre as temáticas desenvolvidas 
destacam-se: benefícios do exercício físico e do esporte 
na terceira idade; importância da nutrição para uma vida 
saudável; saúde na terceira idade; de volta às alegrias do 
passado – “enter” na memória; visita ao Museu de Ciência 
e Tecnologia da PUCRS; relacionamentos e sexualidade na 
terceira idade; políticas sociais para o idoso: lazer na terceira 
idade; violência e segurança na terceira idade; projetando o 
futuro, entre outras. 
Procura-se fazer a mediação, tanto nas ações realizadas 
a partir das atividades do Cine Comentado quanto nas do Grupo 
Trocando Idéias, buscando-se, o tempo todo, a articulação 
dinâmica e processual entre os participantes, tendo em 
vista os objetivos da atividade. Essa mediação é fruto de um 
processo, de múltiplas passagens, de complexas articulações 
multilaterais (Pontes, 2002). Logo, o mediador – que no grupo 
é denominado de coordenador – se constitui como fator 
Leonia C. BuLLa / erika S. SoareS / roSane B. B. kiSt
188
importante e fundamental na evolução de grupos de qualquer 
natureza. Como modelo de liderança, o mediador torna-se “o 
maior responsável pelos valores e características de um grupo, 
seja ele de que tipo for” (Zimerman; Osório, 1997, p. 47). 
Para atuar em cada fase ou situação grupal, é necessário 
ter o conhecimento que os membros interagem de acordo com 
suas peculiaridades “em relação à etapa de vida do grupo e em 
relação aos demais membros” (Zimerman; Osório, 1997, p. 94). 
Exige-se, assim, da figura do “líder” coordenador, atributos nas 
áreas do conhecimento e de habilidades na forma de orientar 
as relações de seus integrantes. 
Seguindo esses objetivos, as temáticas selecionadas e 
discutidas a partir do Cine Comentado promovem o processo 
de revisão e ressignificação da noção de cidadania na velhice 
por meio da compreensão de diferentes olhares e opiniões 
sobre os filmes. Procuram ainda a promoção da qualidade 
de vida através da cultura e do lazer; a reflexão coletiva dos 
aspectos abordados nos filmes exibidos; a oportunidade de 
revisão de costumes e valores – vindo a possibilitar, dessa 
forma, que sejam alcançadas as mudanças desejadas.
 No ano de 2007 ocorreram 16 encontros, totalizando 
aproximadamente 550 presenças, tendo sido exibidos 17 
filmes, havendo ainda um encontro final de fechamento de 
todas as atividades do Programa Geron e da Universidade da 
Terceira Idade, sendo aumentada a média de participantes. 
Realizou-se, ainda, uma avaliação com a finalidade de auxiliar 
o processo, rever possíveis falhas e acolher as proposições 
dos integrantes para qualificar o trabalho realizado. 
Com relação aos filmes exibidos (que são sugeridos 
pelos próprios participantes, sendo assistidos e analisados, 
previamente, pelas coordenadoras), os idosos participantes 
destacaram,em suas avaliações, os seguintes significados:
Ser SoCiaL, BraSíLia, n. 21, p. 169-196, juL./dez. 2007
189
Os filmes passam-nos experiências. Ajudam-nos a refletir, a 
pensar e a assumir nossos erros (Sujeito 26). 
Principalmente neste último ano de minha participação, observo 
uma diversificação de filmes, abordando temas mais variados 
(Sujeito 27). 
São temas não tanto comuns (Sujeito 30). 
São muito bons! (Sujeito 31). 
São selecionados para nós e nos fazem refletir, pensar elaborar 
(Sujeito 32).
São todos muito ricos em ensinamentos (Sujeito 33).
Trazem muitos aspectos importantes para nossa vida, relações 
familiares e sociais (Sujeito 22).
Quando questionados sobre os debates realizados 
acerca da temática, estória e cenas dos filmes, os participantes 
apontaram que “As pessoas ficam à vontade e se desinibem. 
Existe mais comunicação” (Sujeito 1). Constata-se, portanto, 
maior participação e sentimento de pertencimento à sociedade 
quando os debates são democraticamente conduzidos. Avaliam 
que as discussões “São bem boas” (Sujeito 3) e consideram a 
atividade como muito relevante e que “Vem agregando mais 
pessoas ao grupo. A soma é positiva!” (Sujeito 4). Dessa forma, 
o debate permite que outros olhares e concepções de mundo 
possam ser revelados e discutidos. 
Com relação aos aspectos biopsicossociais do 
envelhecimento, comentam a relevância do debate e essa 
retomada reflexiva, afirmando: “a gente melhora a memória, 
relembrando o que assistiu” (Sujeito 8) e, ainda, “oportuniza o 
enriquecimento, e acrescenta com as contribuições dos outros” 
(Sujeito 9). Isso é possível, porque “há grande participação dos 
expectadores” (Sujeito 11), de modo que os debates os ajudam 
“a entender melhor o filme e a vida” (Sujeito 12). Ao chegar à 
Leonia C. BuLLa / erika S. SoareS / roSane B. B. kiSt
190
terceira idade, a explicitação de sentimentos e vivências e a 
busca por contínua aprendizagem são deixadas de lado, muitas 
vezes, porque a cultura ocidental e, nela, a sociedade brasileira, 
em geral, desvalorizam a experiência de vida e supervalorizam 
o novo e a juventude, visando principalmente o consumo e a 
maior lucratividade. 
Considerações finais
Atividades como a Matinê das Duas: Cine Comentado e o 
Grupo Trocando Idéias constituem-se importantes mecanismos 
de resgate da cidadania das pessoas acima dos cinqüenta anos. 
A participação nos debates e no processo grupal proporciona 
trocas, convívio, novas relações de amizade e companheirismo, 
aprendizados, novos conhecimentos e bem- estar. Mais do 
que a exibição de filmes e a realização de atividades, trata-
se de espaços de interação e aprendizado que são sempre 
valorizados, “porque deixam a gente mais feliz” (Sujeito 29), 
como comenta um entrevistado, por trazerem as “vivências, 
experiências de outras pessoas. Há uma troca, as emoções 
afloram” (Sujeito 32), e a alegria de viver é apreciada.
Nas atividades procura-se desvendar as contradições 
e ressaltar as atitudes e vivências positivas e importantes a 
serem consideradas, como também salientar as diferenças 
e os conjuntos de valores distintos dos participantes. Nessa 
perspectiva de trabalho com grupos é que “a ação profissional 
tem que estar centrada na análise e compreensão crítica da 
realidade social e dinâmica do próprio grupo. A ênfase do 
processo de coordenação grupal, desse modo, recairá na 
realimentação de um processo de reflexão crítica a partir 
de experiências do cotidiano” (Vasconcelos, 1985, p. 26). O 
profissional que coordena ou media essas atividades necessita 
Ser SoCiaL, BraSíLia, n. 21, p. 169-196, juL./dez. 2007
191
realizar uma constante observação e análise do real para a 
intervenção e mediações mais adequadas. Nesse sentido,
a ação do profissional incide no levantamento de questões, a partir 
da fala dos integrantes dos grupos, na procura de eliminação 
de resistências à reflexão, apontando contradições, suscitando 
analogias e a relação de situações pessoais com as situações do 
grupo e de seus integrantes com a realidade social (Vasconcelos, 
1985, p. 26).
O profissional, portanto, deve munir-se da instrumentalidade 
e conhecimentos necessários para uma intervenção mais 
qualificada, que proporcione mediações inclusivas das 
diferentes percepções, e, ao conduzir atividades coletivas, 
deve preocupar-se com o crescimento intelectual e com o 
debate das diferenças. Só desse modo o atendimento a seu 
público-alvo será realizado com qualidade e compreenderá a 
perspectiva reflexiva e educadora. 
Essa proposta deverá estar presente no trabalhado 
com grupos, principalmente, naqueles que funcionam no 
interior da universidade e que versam sobre o processo de 
envelhecimento, em que se torna pertinente a experiência 
de aprendizado. Essas atividades apresentam um caráter 
eminentemente educativo, pois fomentam o debate coletivo de 
vários temas entre os sujeito sociais, em constante aprendizado 
humano-social, como enfatizam Ferrigno, Leite e Abigalil (2006, 
p. 1442): 
O processo de educação do ser humano não é uma etapa 
vinculada exclusivamente à infância ou à juventude. Além de 
buscar novos conhecimentos, educar-se é, essencialmente, 
buscar novas experiências de vida na convivência com os outros 
homens e mulheres na perspectiva de fazer valer a sua vontade 
coletiva. Sempre é tempo de ser sujeito de sua própria história. 
Evidencia-se que está acontecendo um processo 
consciente de superação de costumes, mobilizando a 
Leonia C. BuLLa / erika S. SoareS / roSane B. B. kiSt
192
sociedade e, especialmente, os próprios idosos, motivando-
os a viverem de maneira diferente, assumindo uma postura 
crítica com relação ao papel social que ocupam na sociedade 
(Mediondo; Bulla, 2003). Assim como em outros espaços 
sociais ocupados pelos idosos, recentemente os grupos de 
convivência representam a possibilidade dessas pessoas se 
sentirem incluídas socialmente, à medida que eles estabelecem 
relações que perpassam o âmbito familiar e lhes possibilitam 
uma vivência coletiva de participação social e de luta pela 
garantia de sua cidadania. 
Constata-se que, em relação à totalidade da população 
idosa do País, ainda não é significativo o número de idosos que 
participam dos grupos. Admite-se, também, que existem formas 
diferenciadas de participação desse segmento populacional 
nos grupos. Considera-se, entretanto, que as atividades do 
Grupo Trocando Idéias e da Matinê das Duas: Cine Comentado 
promovem a inclusão e a participação social do idoso. 
Independentemente da condição socioeconômica dos 
idosos e do lugar que ocupam no meio social, constata-se 
que muitos deles enfrentam sérias dificuldades que os levam, 
em determinados momentos, a se sentirem excluídos da vida 
social. Esse sentimento é possível, considerando-se que “a 
noção de exclusão alcança valores conceituais, discriminações, 
perdas de vínculos, esgarçamento das relações de convívio, 
que necessariamente não passam pela pobreza” (Mendes; 
Bulla; Prates; Medeiros, 2004). A percepção de alheamento 
decorre, em geral, das diversas perdas que as pessoas 
vivenciam em suas trajetórias de vida e que se acentuam na 
velhice, como as perdas de amigos, de parentes, do trabalho, 
da condição social, entre outros. Para contrapor-se a essa 
situação, entram em cena os grupos de idosos, em que se 
estabelecem novas relações e se constroem outros vínculos. 
Como salienta Kist (2008, p. 137), 
Ser SoCiaL, BraSíLia, n. 21, p. 169-196, juL./dez. 2007
193
a inserção dos idosos nos grupos de convivência possibilita-lhes 
inúmeras descobertas, sendo que, somente o fato deles saírem 
de casa e integrarem-se a projetos coletivos, abre-lhes um leque 
de novas possibilidades de direitos, novos projetos de vida e, 
principalmente, a possibilidade de maior autonomia [...] nesse 
espaço coletivo,o idoso descobre que, assim como ele, existem 
outras pessoas que estão enfrentando problemas semelhantes, 
ou, até mesmo, piores que os seus. A partir disso, muito facilmente 
são criados, entre essas pessoas, laços de união, de carinho, de 
afeto, de solidariedade e de amizade. Passa a existir, entre elas, 
um sentimento de pertença e aprendizado coletivos, e cada um, a 
seu jeito, vai se autodescobrindo e descobrindo os outros, assim 
como novas possibilidades de sonhar e projetar seu futuro.
Os idosos são vistos, nos grupos de convivência, como 
sujeitos sociais dotados de infinitas capacidades e possibilidades 
de crescimento e aprimoramento pessoal. Compreendendo esse 
processo, torna-se imprescindível incentivar atividades que 
suscitem novos saberes e aprendizagens, e que proporcionem 
vivacidade e perspectivas futuras de pertencimento dos idosos 
à sociedade ou aos grupos que venham atender aos seus 
interesses, anseios e desejos.
Os grupos de convivência analisados, neste texto, 
almejam alcançar esses objetivos, além de possibilitar 
o exercício da cidadania. Consideram-se as diversas 
transformações sociais que ocorrem na vida das pessoas, com 
o processo de envelhecimento, entre elas, as mudanças de 
função na sociedade, a sobrecarga de novas responsabilidades 
com o sustento e manutenção da família, os direitos sociais 
constantemente ameaçados, os sentimentos de perdas e 
isolamento. Procura-se, então, estimular a discussão dessas 
mudanças que ocorrem em suas vidas, mas tendo em vistas 
as perspectivas futuras, a melhor qualidade de vida, as 
possibilidades de lutas pelos direitos fundamentais, garantidos 
na Constituição Federal e no Estatuto do Idoso. 
Leonia C. BuLLa / erika S. SoareS / roSane B. B. kiSt
194
A participação pode ser estimulada através de várias 
ações, em diferentes locais, grupos ou centros de convivência, 
clubes ou universidades. Para estimular a participação dos 
idosos, é preciso trabalhar coletivamente, incluindo-os nas 
discussões e proposições de alternativas e, também, na 
implementação de novas idéias, concretizando-as. É preciso 
ampliar as atividades e programas destinados aos idosos, e 
qualificar os que existem, incentivando sua auto-expressão, sua 
criatividade, seu processo emancipatório e sua plena inserção 
na vida social. 
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