Buscar

abuso de autoridade

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Lei 4.898/1964 – ABUSO DE AUTORIDADE
O art. 1º da lei cita o direito de representação da vítima, que deverá ser exercido através de petição.
A petição não pode ser anônima (Apócrifa) mesmo que narre fato grave contra uma autoridade.
Se alguma denúncia anônima for feita contra um servidor público, ela não poderá ser aceita como se fosse uma petição.
A Representação deverá ser encaminhada à autoridade superior àquela acusada de ter cometido o abuso, ou seja, se for um juiz que abusou de seu poder, a representação deverá ser encaminhada à Corregedoria Geral de Justiça, se for um Promotor de Justiça, deverá ser encaminhada a Corregedoria Própria, sendo um delegado de polícia, deverá ser encaminhada a Delegacia Geral de Polícia Civil.
O servidor público que cometer crime de Abuso de Autoridade estará sujeito as sanções penais, administrativas e cíveis.
DISTRIBUIÇÃO DA REPRESENTAÇÃO
Ministério Público
Juiz
Delegado de Polícia
COMPETÊNCIA PARA APURAÇÃO DE CRIMES
Na regra deve ser apurado pelo Juizado Especial Criminal Estadual
Crime cometido por Agente da Polícia Federal contra civil, deve ser apurado pela Justiça Estadual.
Crime praticado por Juiz Federal deve ser apurado pelo Tribunal Regional Federal.
A Justiça Militar não tem competência para apurar crimes de abuso de autoridade quando cometidos contra civis, por não haver descrição típica da infração no COM.
A Súmula 172 do STJ preceitua que: “Compete à Justiça Comum processar e julgar militar por crime de abuso de autoridade, ainda que praticado em serviço.
REPRESENTAÇÃO E SUAS FORMALIDADES
A Representação não é condição de procedibilidade para a ação penal por crime de abuso de autoridade.
O ofendido com cópia do Processo Administrativo poderá representar o acusado no Ministério Público.
A mera descrição dos fatos, contendo à individualização do acusado e do rol de testemunhas é insuficiente para o início da ação penal.
O SERVIDOR PÚBLICO COMETE CRIME DE ABUSO DE AUTORIDADE QUANDO VIOLA:
A liberdade de locomoção
O domicílio de outrem (salvo nos casos permitidos na CF)
O sigilo de Correspondência
A liberdade de consciência e de crença
Ao livre exercício do culto religioso
À liberdade de associação
Ao direito de reunião
À incolumidade física do indivíduo
Aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional
SUJEITOS ATIVOS E PASSIVOS
O Sujeito Ativo é qualquer servidor público, e não somente autoridade
O Sujeito Passivo é o Estado e qualquer cidadão atingido pelo abuso, inclusive a pessoa jurídica.
ELEMENTO SUBJETIVO DO CRIME
O servidor público deverá abusar do poder que o mesmo detém em nome do Estado, ou seja, deverá agir com dolo específico.
Como exemplos podemos citar servido público: mesário eleitoral, perito nomeado, jurados. Já houve quem considerasse sujeito ativo de abuso de autoridade o guarda noturno ou o vigia noturno, porque ele exerce uma função pública de segurança.
Não há crime culposo no crime de abuso de autoridade.
Qualquer pessoa física capaz e incapaz, estrangeiro e nacional podem ser vítimas do abuso de autoridade, ou seja, sujeitos imediatos.
NOTA
A força do Estado representada por seus Agentes Públicos, deve ser utilizada para a garantia da ordem e da segurança de todos, com imparcialidade, com respeito as regras legais, e sempre voltada ao bem-estar comum e não defendendo interesses particulares, de outrem e de quem detém o poder.
NOTA
Quando o Agente público estiver fora do exercício de sua função, os crimes do Art. 3º da Lei 4.898/65, por ele cometido, não se enquadrará como abuso de autoridade, e sim, em outros tipos penais, como por exemplo, Sequestro ou Cárcere Privado, Lesão Corporal e outros.
NOTA - Se o crime for praticado contra criança, será apurado com base no ECA, em virtude do Princípio da Especialidade.
NOTA Se o crime for praticado contra idoso tem que verificar se o crime não caracteriza alguma das hipóteses do Estatuto do Idoso.
FORMAS DE COMETIMENTO DO CRIME/CONDUTA
Forma Comissiva – ocorre por ação, abrange quase todos os tipos penais da Lei em análise.
Forma Omissiva - (por omissão) – os crimes previstos nas alíneas “c”, “d”, “g” e “i” do art. 4° só podem ser praticados por omissão. São crimes omissivos puros ou próprios.
Art. 4º CONSTITUI TAMBÉM ABUSO DE AUTORIDADE:
(...)
c) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou detenção de qualquer pessoa;
d) deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou detenção ilegal que lhe seja comunicada;
(...)
g) recusar o carcereiro ou agente de autoridade policial recibo de importância recebida a título de carceragem, custas, emolumentos ou de qualquer outra despesa;
i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de segurança, deixando de expedir em tempo oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de liberdade.
(...)
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
Consumação - Se o crime é formal, consuma-se com a realização da conduta; se o crime é material, consuma-se com o resultado.
Tentativa - Os crimes do art. 3° não admitem tentativa porque são crimes de atentado. O CP já pune o simples atentado. Os crimes das alíneas “c”, “d”, “g” e “i” do art. 4° também não admitem tentativa porque são crimes omissivos puros ou próprios.
AÇÃO PENAL
É crime de Ação Penal Pública Incondicionada.
A ação penal será iniciada, independentemente de inquérito policial ou justificação por denúncia do Ministério Público, instruída com a representação da vítima do abuso.
DIFERENÇA ENTRE ABUSO DE PODER e ABUSO DE AUTORIDADE
A Lei 4898/65 estabelece sanções para os agentes públicos que praticam atos com abuso de poder. 
O agente público deve pautar seus atos no princípio da legalidade. Ele não pode agir fora dos limites das suas atribuições legais.
O abuso de poder é gênero do qual surgem o excesso de poder e o desvio de poder ou de finalidade. Assim, o abuso de poder pode se manifestar como o excesso de poder, caso em que o agente público atua além de sua competência legal.
O desvio de poder, atua contrariamente ao interesse público, desviando-se da finalidade pública. Tratam-se, pois, de formas arbitrárias de agir do agente público no âmbito administrativo, em que está adstrito ao que determina a lei (princípio da estrita legalidade).
NOTA
Portanto, podemos dizer que, além do abuso de poder ser infração administrativa, também é utilizado no âmbito penal para caracterizar algumas condutas de abuso de autoridade, sendo que, essas são muito mais amplas do que o simples abuso de poder (excesso ou desvio de poder), eis que abarcam outras condutas ilegais do agente público, o que nos leva a concluir que o abuso de autoridade abrange o abuso de poder que, por sua vez, se desdobra em excesso e desvio de poder ou de finalidade
NOTA
Se a agressão física da autoridade desencadear uma lesão corporal grave (art. 129 § 1 CP) ou gravíssima (art. 129, § 2º, CP) é evidente que estas formas devem prevalecer sobre o mero crime de atentado à incolumidade física do indivíduo. Há pois, concurso formal de infrações penais.
NOTA
O Desembargador Guilherme de Sousa Nucci, não coaduna com o pensamento de que a pessoa embriagada pode ser detida até à superação do seu estado de embriaguez. A prisão prolongada só será possível se a pessoa for presa em flagrante delito ou por ordem judicial.
CLASSIFICAÇÃO DO CRIME DE ABUSO DE AUTORIDADE
Próprio (praticado somente por servidor público ou Autoridade)
Formal (Não depende da ocorrência de efetivo prejuízo para vítima)
Comissivo (Os verbos indicam ações)
Instantâneo ( A consumação ocorre em momento definido)
Unissubjetivo ( Pode ser cometido por uma só pessoa)
Plurissubsistente ( Cometido por mais de um ato)
NOTA
A inserção do preso de Justiça no RDD ( Regime Disciplinar Diferenciado) sem a devida autorização judicial, caracteriza crime de abuso de autoridade.
NOTA
Nos crimes de abuso de autoridade admite-se a coautoria e a participação. Um policial, juntamente com outra pessoa, não pertencente aos quadros da administração pública, que efetuem uma prisãoilegal, responderão ambos por abuso de autoridade. Ressalvando-se que: é preciso que o indivíduo que age com o policial tenha conhecimento da sua condição de autoridade.
O CRIME DE ABUSO DE AUTORIDADE SUJEITARÁ SEU AUTOR AS SEGUINTES SANÇÕES:
1 – ADMINISTATIVA
Advertência
Repreensão
Suspensão do cargo, função ou posto pelo prazo de 5 a 180 dias, com perda de vencimento e vantagens.
Destituição de função
Demissão
Demissão, a bem do serviço público
2 – CIVIL
Constitui em pagamento de indenização, após a vítima ajuizar ação civil de reparação de danos contra o Estado.
3 – PENAL
Multa
Detenção por 10 dias a 06 meses
Perda do cargo e inabilitação para o exercício de qualquer outra função pública por prazo de até 3 anos.
NOTA - As penas sujeitas a cima pelo servidor público, poderão ser aplicadas autônomas ou cumulativamente.
NOTA - Quando a pena autônoma ou acessória for aplicada, a autoridade policial civil ou militar, não poderão exercer suas funções no município da culpa pelo prazo de 1 a 5 anos.
NOTA – As infrações mais leves serão apenadas com advertências; as mais graves com a demissão a bem do serviço público. As médias devem variar entre a repreensão, suspensão, destituição da função e demissão.
BENEFÍCIOS PENAIS APLICADOS EM CASO DE CONDENAÇÃO POR CRIME DE ABUSO DE AUTORIDADE
Aplicação da pena de detenção de 10 dias a 6 meses
Concessão de Suspensão Condicional da pena
O crime de abuso de autoridade como tem pena máxima de 06 meses, a sua prescrição ocorre em 3 anos.
PROCEDIMENTOS
OBS1: O processo administrativo não poderá ser sobrestado para o fim de aguardar a decisão da ação penal ou civil.
OBS2: A sanção aplicada ao servidor público será anotada em sua ficha funcional.
OBS3: A ação penal será iniciada, independentemente da abertura de Inquérito Policial ou justificação por denúncia do MP, instruída com a representação da vítima do abuso.
OBS4: Recebido a representação, o MP tem 48 horas, para denunciar o réu, requerendo ao Juiz a sua citação, e audiência de instrução e julgamento.
OBS5: Se a vítima apresentar vestígio do abuso, ela ou o autor do abuso poderão provar através de duas testemunhas, ou requerer ao Juiz em até 72 horas antes da audiência de instrução e julgamento, a designação de um perito para fazer o Laudo de Exame de Corpo de Delito.
OBS6: Se o MP não oferecer denúncia por que pediu arquivamento do procedimento, o Juiz se não concordar, encaminhará os autos ao Procurador-Geral, e este oferecerá denúncia ou designará outro membro do MP para oferece-la ou insistir no arquivamento, ao qual só então deverá o juiz atender.
OBS7: Admite-se ação privada se o MP não oferecer denúncia no prazo legal.
OBS8: Após o recebimento dos autos, o Juiz dentro de 48 horas proferirá despacho, recebendo ou rejeitando a denúncia. Recebida a denúncia a audiência se realizará em 5 dias, A citação do réu será feita através de mandado.
OBS9: As testemunhas de acusação e defesa poderão ser apresentadas em juízo, independentemente de intimação.
OBS10: S e o réu e seu Advogado não comparecerem a audiência, o Juiz lhe nomeará defensor para funcionar na audiência.
ORDEM DE OUVIDA EM JUÍZO
Testemunhas e Peritos
MP e Advogado da vítima (pelo prazo de 15 Min, prorrogável por mais 10 Min)
Defensor do réu (pelo prazo de 15 Min, prorrogável por mais 10 Min)
RECURSO UTILIZADO NO CRIME DE ABUSO DE AUTORIDADE
Recurso em Sentido estrito se a denúncia for rejeitada. Se for recebida não cabe recurso, mas a impetração de habeas corpus.
Referência Bibliográfica:
Guilherme de Sousa Nucci
RESUMO DE ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA PARA CONCURSO PÚBLICO
LEI 12.850/2013
DA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA
Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter transnacional.
ESTÃO SUJEITOS A LEI 12.850/2013
Às infrações penais previstas em tratado ou convenção internacional quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;
Ás organizações terroristas internacionais, reconhecidas segundo as normas de direito internacional, por foro do qual o Brasil faça parte, cujos atos de suporte ao terrorismo, bem como os atos preparatórios ou de execução de atos terroristas, ocorram ou possam ocorrer em território nacional.
NOTA: Quem Promover, constituir, financiar ou integrar, pessoalmente ou por interposta pessoa, organização criminosa, estará sujeito a pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa, sem prejuízo das penas correspondentes às demais infrações penais praticadas. Incorrerá na mesma pena que embaraçar investigação criminal que envolva organização criminosa.
AUMENTO DA PENA
Aumentam-se até a metade se houver emprego de arma de fogo.
A um agravamento da pena para o autor que exerce o comando, individual ou coletivo, da organização criminosa, mesmo que não tenha praticado nenhum ato de execução.
A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois terços):
Quando há participação de criança ou adolescente;
Existindo concurso de funcionário público, valendo-se a organização criminosa dessa condição para a prática de infração penal;
Se o produto ou proveito da infração penal for destinada no todo ou em parte, ao exterior;
Se existe conexão com outras organizações criminosas independentes;
Se ficar comprovado a transnacionalidade da organização.
SANÇÕES APLICADAS AO SERVIDOR PÚBLICO ENVOLVIDO EM ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA
Será afastado cautelarmente do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer necessária à investigação ou instrução processual.
Sendo condenado após o trânsito em julgado da sentença, o servidor sofrerá a perda do cargo, função, emprego ou mandato eletivo e a interdição para o exercício de função ou cargo público pelo prazo de 8 (oito) anos subsequentes ao cumprimento da pena.
Se houver indícios de participação de servidor policial nos crimes de que trata esta Lei, a Corregedoria de Polícia instaurará inquérito policial e comunicará ao Ministério Público, que designará membro para acompanhar o feito até a sua conclusão.
PERSECUÇÃO CRIMINAL E MEIOS DE OBTENÇÃO DA PROVA
Em qualquer fase da persecução penal, serão permitidos os seguintes meios de obtenção da prova:
Colaboração premiada;
Captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos;
Ação controlada;
Acesso a registros de ligações telefônicas e telemáticas, a dados cadastrais constantes de bancos de dados públicos ou privados e a informações eleitorais ou comerciais;
Interceptação de comunicações telefônicas e telemáticas;
Afastamento dos sigilos financeiro, bancário e fiscal;
Infiltração, por policiais, em atividade de investigação;
Cooperação entre instituições e órgãos federais, distritais, estaduais e municipais na busca de provas e informações de interesse da investigação ou da instrução criminal.
NOTA – Quando houver necessidade de manter sigilo sobre a capacidade investigatória, poderá ser dispensada licitação para contratação de serviços técnicos especializados, aquisição ou locação de equipamentos destinados à polícia judiciária para o rastreamento e obtenção de provas.
BENEFÍCIO PARA COLABORAÇÃO PREMIADA
O juiz poderá, a requerimento das partes, conceder o perdão judicial;
Reduzir em até 2/3 (dois terços) a pena privativa de liberdade ou substituí-la por restritiva de direitos daquele que tenha colaborado efetiva e voluntariamente com a investigação e com o processo criminal, devendo o colaborador fornecer a identificação dos coautores e partícipes da organização criminosa e das infrações penais por eles praticadas, além de ter que revelar a estrutura hierárquica e da divisão de tarefas da organização, onde venha recuperar total ou parcial o produto obtido pela infração penal, finalizandocom a localização de eventual vítima com a sua integridade física preservada.
PERDÃO JUDICIAL
§ 2o  Poderá ser concedido pelo juiz, a pedido do Ministério Público e do delegado de polícia.
PRAZO PROCESSUAL
O prazo para oferecimento de denúncia ou o processo, relativos ao colaborador, poderá ser suspenso por até 6 (seis) meses, prorrogáveis por igual período, até que sejam cumpridas as medidas de colaboração, suspendendo-se o respectivo prazo prescricional.
HIPÓTESES EM QUE O MP DEIXARÁ DE OFERECER DENÚNCIA CONTRA O COLABORADOR:
Se não for o líder da organização criminosa;
Se for o primeiro a prestar efetiva colaboração nos termos deste artigo.
NOTA - Se a colaboração surgir depois da sentença, a pena poderá ser reduzida até a metade ou será admitida a progressão de regime ainda que ausentes os requisitos objetivos.
NOTA - O juiz não participará das negociações realizadas entre as partes para a formalização do acordo de colaboração. Depois de realizado o acordo, será o mesmo homologado
NOTA – Poderá ocorrer retratação das partes, se as provas auto incriminadoras produzidas pelo colaborador não forem utilizadas exclusivamente em seu desfavor.
NOTA – O colaborador em seu depoimento renunciará, na presença de seu defensor, ao direito ao silêncio e estará sujeito ao compromisso legal de dizer a verdade.
NOTA – O juiz não proferirá sentença condenatória com fundamento apenas nas declarações de agente colaborador.
DIREITOS OFERECIDOS AO COLABORADOR
Poderá usufruir das medidas de proteção previstas na legislação específica;
Terá nome, qualificação, imagem e demais informações pessoais preservadas;
Deverá ser conduzido, em juízo, separadamente dos demais coautores e partícipes;
Deve participar das audiências sem contato visual com os outros acusados;
Não terá sua identidade revelada pelos meios de comunicação, nem ser poderá ser fotografado ou filmado, sem sua prévia autorização por escrito;
Terá que cumprir pena em estabelecimento penal diverso dos demais corréus ou condenados.
CALÚNIA – Art. 19 DIANTE DA LEI 12.850/2013
Foi criada um tipo penal de calúnia específico, com pena bastante superior a calúnia prevista no art. 138 do Código Penal.
Este crime direciona-se àquele que imputar falsamente infração penal a pessoa que sabe ser inocente ou passar informações inverídicas de organização criminosa.
Apenas na forma comissiva, sendo impossível a realização da conduta de forma omissiva.
Buscou-se aqui punir a conduta daqueles criminosos que na expectativa de se livrarem da acusação ou buscar receber o benefício da colaboração imputam falsamente condutas a terceiros e apresentam informações inverídicas da organização criminosa.
Não há previsão de exceção em razão do tipo já possuir o conceito normativo de informação falsa, evidente que se o sujeito provar a informação ser verdadeira, não haverá mais adequação típica.
Por ser crime formal, admite-se a tentativa na modalidade escrita. Não se admite a modalidade culposa.
Não exige qualquer atribuição do sujeito ativo, ou seja, não precisa ser colaborador para incidir neste típico específico. O sujeito passivo também é comum, podendo ser qualquer pessoa.
As duas condutas previstas no tipo penal exigem o dolo direto, posto que o sujeito deve saber que terceiro é inocente ou que as informações são inverídicas.
Trata-se de um crime de médio potencial ofensivo, podendo ser ofertada a suspensão condicional do processo. A pena de multa é cumulativa, não podendo a pena privativa de liberdade ser substituída pela multa nos termos da súmula 171 do STJ.
O QUE DEVERÁ CONTER O TERMO DE COLABORAÇÃO PREMIADA
Relato da colaboração e seus possíveis resultados;
As condições da proposta do Ministério Público ou do delegado de polícia;
A declaração de aceitação do colaborador e de seu defensor;
As assinaturas do representante do Ministério Público ou do delegado de polícia, do colaborador e de seu defensor;
A especificação das medidas de proteção ao colaborador e à sua família, quando necessário.
NOTA - As informações transcritas da colaboração serão dirigidas diretamente ao juiz a que recair a distribuição, que decidirá no prazo de 48 (quarenta e oito) horas.
NOTA – Somente terão acesso aos autos o juiz, o Ministério Público o delegado de polícia, e o defensor, no interesse do representado, preservando os elementos de prova que digam respeito ao exercício do direito de defesa.
DA AÇÃO CONTROLADA
É aquela praticada por policial, que consiste em retardar a operação praticada contra organização criminosa ou a ela vinculada, desenvolvendo método de observação e acompanhamento dos atos criminosos, para que a execução da medida legal se concretize no momento mais eficaz à formação de provas e obtenção de informações.
NOTA -  O retardamento da intervenção policial ou administrativa deverá ser comunicado previamente ao juiz competente.
NOTA – Após o encerramento dos trabalhos policiais, onde deverá ser elaborado um Auto Circunstanciado sobre a operação controlada, os autos serão disponibilizados restritamente ao juiz, ao Ministério Público e ao delegado de polícia, e conforme disposição legal ao Advogado do acusado.
NOTA - Se a ação controlada transpuser outro país, o retardamento da ação policial somente poderá ocorrer com a ajuda das autoridades dos países que aparecem como provável itinerário ou destino do investigado.
DA INFILTRAÇÃO DOS AGENTES NA AÇÃO CRIMINOSA
A infiltração dos policiais na empreitada criminosa com o fim de desenvolverem suas investigações, depois de constatado todos os indícios, deverá ser representada pelo delegado de polícia ou requerida pelo Ministério Público.
O tempo de duração da infiltração será de até 6 (seis) meses, sem prejuízo de eventuais renovações, desde que comprovada sua necessidade, e após o seu término, deverá ser elaborado relatório circunstanciado que será apresentado ao juiz competente, o qual dará vistas ao MP.
A lei 12.850/13 regulamentou o instituto e pôs fim a celeuma doutrinária que dizia respeito das punições das condutas criminosas realizados pelos agentes infiltrados.
As condutas criminosas realizadas pelos agentes infiltrados não serão punidas (portanto há o crime, mas o mesmo não é punido), salvo EXCESSO, hipótese que o agente responderá.
A infiltração é cabível apenas se for IMPRESCINDÍVEL para as investigações.
Possível apenas nos crimes perpetrados por organização criminosa (cumprir os requisitos do art. 1º da lei).
Apenas com decisão judicial. Que será sigilosa e precederá de manifestação técnica do delegado quando no curso da investigação policial, ou se representada por este, o juiz mandará ouvirá o MP.
Prazo de 6 (seis) meses, podendo ser porá várias vezes renovado.
O INFILTRADO pode a qualquer tempo recusar ou cessar a atuação; ter sua identidade alterada e receber as medidas de proteção a testemunha.
NOTA – Haverá distribuição sigilosa do pedido de infiltração, onde não poderá ser identificado membros das forças policiais nem o conteúdo da operação contra a organização criminosa.
COMPETÊNCIA PARA DISTRIBUIÇÃO DA OPERAÇÃO DE INFILTRAÇÃO
Será dirigida diretamente ao juiz competente, o qual decidirá no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, após manifestação do Ministério Público.
 Os autos sobre a operação de infiltração acompanharão a denúncia do Ministério Público, quando serão disponibilizados à defesa, assegurando-se a preservação da identidade do agente.
Se for constatado que o agente infiltrado sofre risco iminente, a operação será “abortada” mediante requisição do MP ou pelo delegado de polícia.
Ficando comprovado que o agente policial atuou de forma desproporcional com a finalidade da investigação, responderá pelos excessos praticados, exceto quando sua conduta for inexigível.
DIREITOS DO AGENTE INFILTRADO
Recusar a infiltração ou pedir para cessá-la;
Solicitar que sua identidade seja alterada, além de poder usufruir da proteção a testemunhas;
Ter seu nome, sua qualificação, sua imagem, sua voz e demais informações pessoais preservadas durante a investigaçãoe o processo criminal, salvo se houver decisão judicial em contrário;
Não ter sua identidade revelada, nem ser fotografado ou filmado pelos meios de comunicação, sem sua prévia autorização por escrito.
DO DIREITO AO ACESSO A REGISTROS, DADOS CADASTRAIS, DOCUMENTOS E INFORMAÇÕES DOS INVESTIGADOS
Sem a devida autorização judicial, o delegado de polícia e o Ministério Público terão acesso, apenas aos dados cadastrais do investigado, sobre sua qualificação pessoal, mantida pela Justiça Eleitoral, Empresas de Telefonia, Instituições Financeiras, Provedores de Internet e Administradoras de Cartão de Crédito.
As Empresas de Transportes possibilitarão, pelo prazo de 5 (cinco) anos, acesso direto e permanente do juiz, do Ministério Público ou do delegado de polícia aos bancos de dados de reservas e registro de viagens.
As concessionárias de Telefonia Fixa ou Móvel manterão, pelo prazo de 5 (cinco) anos, à disposição das autoridades, registros de identificação dos números dos terminais de origem e de destino das ligações telefônicas internacionais, interurbanas e locais.
DOS CRIMES PRATICADOS CONTRA O COLABORADOR
Revelar a identidade, fotografar ou filmar o colaborador, sem sua prévia autorização por escrito: Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Imputar falsamente, sob pretexto de colaboração com a Justiça, a prática de infração penal a pessoa que sabe ser inocente, ou revelar informações sobre a estrutura de organização criminosa que sabe inverídicas: Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Descumprir determinação de sigilo das investigações que envolvam a ação controlada e a infiltração de agentes: Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Trata-se de um crime de mera conduta, visto que não exige e nem prevê um resultado. Admite-se a tentativa nas três condutas. Exemplo: O sujeito que envia o nome do colaborador pelo correio e essa carta é interceptada pelo delegado; ou o sujeito que se prepara para fotografar o colaborador mesmo depois de alertado e ainda assim inicia os atos de fotografia ou filmagem. Múltiplas condutas punidas, bastando uma para consumação do delito. Sujeito ativo comum. Qualquer pessoa pode cometer o crime. Já o sujeito passivo é próprio, pois apenas o COLABORADOR pode ser vítima.
Possível a consumação do delito tanto na forma comissiva como omissiva, este último no caso daqueles que possuem o dever de guardar a informação ou impedir a divulgação das imagens. Não se admite a modalidade culposa.
Trata-se de um crime de médio potencial ofensivo, podendo ser ofertada a suspensão condicional do processo. A pena de multa é cumulativa, não podendo a pena privativa de liberdade ser substituída pela multa nos termos da súmula 171 do STJ.
NOTA - Recusar ou omitir dados cadastrais, registros, documentos e informações requisitadas pelo juiz, Ministério Público ou delegado de polícia, no curso de investigação ou do processo: Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Incorrendo nas mesmas penas quem de forma indevida, se apossa, propala, divulga ou faz uso dos dados cadastrais.
DISPOSIÇÕES FINAIS PARA CONCURSO PÚBLICO
Os crimes previstos na Lei de Organização Criminosa e nas infrações penais conexas serão apurados mediante procedimento ordinário.
A instrução criminal deverá ser encerrada em prazo razoável, o qual não poderá exceder a 120 dias quando o réu estiver preso, prorrogáveis em até igual período, por decisão fundamentada, devidamente motivada pela complexidade da causa ou por fato procrastinatório atribuível ao réu.
O sigilo da investigação poderá ser decretado pela autoridade judicial competente, para garantia da celeridade e da eficácia das diligências investigatórias, assegurando-se ao defensor, no interesse do representado, amplo acesso aos elementos de prova que digam respeito ao exercício do direito de defesa, devidamente precedido de autorização judicial, ressalvados os referentes às diligências em andamento. OBS: Atenção a Súmula 14 do STF.
Depois de ter sido tomado o depoimento do investigado, seu defensor terá assegurada a prévia vista dos autos, ainda que classificados como sigilosos, no prazo mínimo de 3 (três) dias que antecedem ao ato, podendo ser ampliado, a critério da autoridade responsável pela investigação.
Recusar ou omitir dados cadastrais, registros, documentos e informações requisitadas pelo juiz, Ministério Público ou delegado de polícia, no curso de investigação ou do processo.
Art. 21 - Este artigo visa punir a conduta daqueles que obrigados a fornecer dados e informações as autoridades se recusa ou omite a fornecê-las. Exemplo seria o diretor de uma empresa de telefonia que se recusa a passar o endereço de um suspeito ao promotor.
Evidente que deve haver o dolo de recusa ou omissão, não se exigindo o dolo específico de auxiliar a organização criminosa.
Trata-se de crime de mera conduta, bastando a mera recusa ou omissão para consumação do crime. Admite-se a tentativa.
O crime é de menor potencial ofensivo, processando-se no juizado especial criminal e admitindo a transação penal e a suspensão condicional do processo.
NOTA – A Associação Criminosa (art. 288 do CP) passa a vigorar com a seguinte redação:
Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes: Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.
Parágrafo único.  A pena aumenta-se até a metade se a associação é armada ou se houver a participação de criança ou adolescente.
CONCEITOS E DISTINÇÕES EXISTENTES NOS CRIMES DE ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA e ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA (antigo crime de quadrilha ou bando)
Houve revogação tácita do art. 2º da lei 12.694, o qual tem nova definição para o crime de organização criminosa, e inseriu alguns requisitos para que o autor seja considerado como membro executor ou partícipe daquela organização. Destacamos os seguintes requisitos:
Tem que ser praticado por Quatro Pessoas ou mais (antes era exigido apenas três pessoas).
Deve existir uma estrutura ordenada e com tarefas divididas.
A organização deve obter vantagem de qualquer natureza.       
As Infrações penais devem ter penas máximas superiores a 4 anos;
CARÁTER TRANSNACIONAL DO CRIME
A organização criminosa pratica crime com a finalidade de ganhos financeiros, e sua prática criminosa não fica restrita apenas a um país.
ASPECTOS DA NOVA LEI
A nova Lei derrogou o art. 288 do CPP, alterou seu nome para ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA, acabando de vez por todas com aquela celeuma a respeito da diferença entre quadrilha ou bando).
Houve supressão do tipo do termo “quadrilha ou bando”’.
Anteriormente era necessário quatro criminosos para tipificação do crime, hoje é necessário apenas 3.
Se houver participação de criança ou adolescente, a pena será aumentada pela metade.
	DIFERENÇAS BÁSICAS
	ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA (ART. 288 DO CP)
	ORGANIZAÇÃO CRIMININOSA (ART. 2º DA LEI 12.850)
	3 autores ou mais
	4 autores ou mais
	Pode ser qualquer crime
	Apenas crimes específicos
	Não se exige uma forma organizada
	Sempre exigirá forma organizada e haverá uma divisão de tarefas
	Podemos citar 2 causas de aumento da pena pela metade:
emprego de arma de fogo ou
participação de criança ou adolescente.
	Foram encontradas 6 causas de Aumento de Pena:
- Aumento pela metade em caso de emprego de arma.
- De 1/6 a 2/3 em  caso de participação de criança; funcionário público que use da sua função; destinação do produto do crime ao exterior;
Conexão com outra organização criminosa independente;
transnacionalidade do delito.
	Não há previsão específica de AGRAVANTE.
	Previsão específica de AGRAVANTE para o líder da organização.
                  
O juiz poderá decidir de forma discricionária, podendo conceder o perdão judicial, diminuir a pena em 2/3 ou substituir por pena restritiva de direitos, onde poderá levar em consideração a:
Personalidade do colaborador
Natureza do crime
Circunstância do crime
Gravidade do crime
A repercussão social do crime
A eficácia da colaboração.No último caso se levará em consideração os seguintes requisitos:(mesmo que os mesmos não sejam cumulativos)
A identificação dos demais coautores e partícipes;
A revelação da estrutura hierárquica e da divisão de tarefas da organização criminosa;
A prevenção de infrações penais decorrentes das atividades da organização criminosa;
A recuperação total ou parcial do produto ou do proveito das infrações penais praticadas pela organização criminosa;
A localização de eventual vítima com a sua integridade física preservada.
Comentário sobre o artigo que em tese pode ser considerado inconstitucional, art. 4º, §14:
“§ 14.  Nos depoimentos que prestar, o colaborador renunciará, na presença de seu defensor, ao direito ao silêncio e estará sujeito ao compromisso legal de dizer a verdade.”
         É inconstitucional tanto por explicitamente ir de encontro ao inciso LVIII do art. 5º da CF, como implicitamente retirar o direito à ampla defesa. Ademais, nada impede que colaborador venha a ser prejudicado pelo que possa dizer durante sua colaboração, citemos dispositivo da própria lei: “Art. 4º, § 10: 10. As partes podem retratar-se da proposta, caso em que as provas auto incriminatórias produzidas pelo colaborador não poderão ser utilizadas exclusivamente em seu desfavor”. Um exemplo seria o investigado deletar todos os comparsas e se auto incriminar nesse conjunto. Todavia, tempo depois vem o MP, ou o próprio colaborador (só imaginar a hipótese de ameaça a sua família obrigando-o a retirar a delação) e retrata-se do pedido de colaboração. Ora, nesse caso o que o antigo colaborador falou pode muito bem ser utilizado contra ele, mesmo que não exclusivamente, vindo a prejudicá-lo.
         Evidente que a intenção do legislador foi evitar que o colaborador venha a criar mentiras e confundo e possa atrapalhar toda a investigação, todavia, não entendemos ser razoável preencher essa lacuna através de uma norma flagrantemente inconstitucional.
                                                                                        
 
LEI DE PROTEÇÃO A VÍTIMAS E TESTESMUNHAS AMEAÇADAS
Lei nº 9.807/1999
         
As medidas de proteção requeridas por vítimas ou testemunhas de crimes que colaboraram com a investigação ou processo penal, serão oferecidas pela UNIÃO, ESTADOS e DF.
O legislador exigiu que a vítima ou testemunha esteja coagida ou exposta a grave ameaça, caso contrário não será inserida no programa de proteção.
Considera-se DEPOENTE ESPECIAL o réu ou o preso, aguardando julgamento, indiciado ou acusado que venha COLABORAR na elucidação do crime, inclusive com apreensão dos objetos utilizados na ação criminosa, assim como os melhores benefícios trazidos pela vítima.
O depoente especial receberá tratamento diferenciado, entre os quais podemos citar: segurança na residência, incluindo o controle das telecomunicações, escolta e segurança ostensiva no deslocamento para residência, e outros...
A escolta de beneficiários do programa, sempre que houver necessidade de seu deslocamento para prestar depoimento ou participar de ato relacionado a investigação, Inquérito Policial ou processo criminal, será efetuada pelo serviço de proteção.
O atendimento pode ser estendido ao cônjuge ou companheiro, descendente ou ascendente e dependentes que tenham convivência habitual com o depoente especial.
A exclusão da pessoa atendida pelo serviço de proteção poderá ocorrer a qualquer tempo, mediante sua solicitação expressa ou de seu representante legal, por decisão da autoridade policial responsável pelo serviço de proteção ou por deliberação do conselho.
PESSOAS LEGITIMADAS A REQUERER O SERVIÇO DE PROTEÇÃO
Próprio interessado;
Ministério Público;
Delegado de Polícia;
Juiz competente;
Órgãos e entidades com atribuição de defesa dos direitos humanos.
NOTA: O requerimento de admissão é encaminhado ao Conselho Deliberativo Federal, que é o órgão com atribuição para decidir sobre admissão ou exclusão no programa de proteção a vítimas e testemunhas.
PESSOAS QUE NÃO PODERÃO FAZER PARTE DO PROGRAMA
Indivíduos cuja personalidade ou conduta seja incompatível com as restrições de comportamento exigidas pelo programa;
Os condenados que estejam cumprindo pena
Os indiciados ou acusados sob prisão cautelar em qualquer de suas modalidades.
NOTA: Toda vez que alguém for admitido ou excluído do programa de proteção de testemunha, o MP deverá ser consultado, e em sequência, haverá comunicação ao delegado de polícia e ao Juiz.
COMPOSIÇÃO DO CONSELHO DELIBERATIVO FEDERAL (7 MEMBROS)
O conselho é composto por membros designados pelo Ministro de Estado da Justiça, com mandato de 2anos, SENDO PERMITIDA A RECONDUÇÃO;
01 representantes da Secretaria de Estado dos Direitos Humanos;
01 representantes da Secretaria Nacional de Segurança Pública;
01 representantes da Secretaria Nacional de Justiça;
01 representantes do Departamento de Polícia Federal;
01 representantes de entidade não governamental;
01 representantes do Ministério Público Federal;
01 representantes do Poder Judiciário Federal.
O CONSELHO DELIBERATIVO PODERÁ DECIDIR SOBRE:
O ingresso do protegido no programa ou sua exclusão;
As providências necessárias ao cumprimento do programa;
NOTA: As deliberações do conselho serão tomadas por maioria absoluta de seus membros e sua execução ficará sujeita à disponibilidade orçamentária.
ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO DELIBERATIVO
Decidir sobre os pedidos de admissão e exclusão do programa;
Solicitar às autoridades competentes medidas de proteção;
Solicitar ao MP as providências necessárias à obtenção de medidas judiciais acautelatórias;
Encaminhar pessoas que devem ser atendidas pelo serviço de Proteção ao depoente Especial;
Alteração da identidade Civil;
Fixar o valor máximo da ajuda financeira mensal aos beneficiários da proteção;
NOTA: Parece que o MP está obrigado a dirigir-se ao Juiz, pleiteando a concessão de medidas cautelares, uma vez que a aferição da necessidade da medida cautelar compete ao Conselho Deliberativo Federal.
NOTA: A substituição do prenome será ainda admitida em razão de fundada coação ou ameaça decorrente da colaboração com a apuração de crime, por determinação, em sentença, de juiz competente, ouvido o MP.
NOTA: A proteção oferecida pelo programa terá a duração máxima de 2 anos, podendo ser prorrogada.
DA PROTEÇÃO DO RÉU COLABORADOR
O Juiz poderá conceder o perdão judicial e extinguir a punibilidade do réu primário;
O legislador exigiu que a vítima fosse encontrada com a sua integridade física preservada, se isso não ocorrer, o réu colaborador não será beneficiado.
A delação premiada é ato pessoal do delator. Portanto, em caso de concurso de pessoas, não se comunica aos outros coautores e partícipes;
O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a investigação policial e o processo criminal, terá sua pena reduzida de 1 a 2/3.
A circunstância atenuante incide na segunda fase da aplicação da pena criminal;
A causa de diminuição de pena incide na terceira fase da aplicação da pena;
A confissão versa sobre os fatos imputados na denúncia;
A delação premiada versa sobre as informações que o réu fornece a identificação dos demais coautores ou partícipes do crime, na localização da vítima com vida e na recuperação total ou parcial do produto do crime.
O legislador não exigiu que a colaboração fosse espontânea.
Basta que o delator identifique um dos coautores ou partícipes, não sendo necessária a identificação de todos.
Estando sob prisão temporária, preventiva ou em decorrência de flagrante delito, o colaborador será custodiado em dependência separada dos demais presos.
No caso de cumprimento da pena em regime fechado, poderá o Juiz criminal determinar medidas especiais que proporcionem a segurança do colaborador em relação aos demais apenados.
A união poderá utilizar estabelecimentos especialmente destinados ao cumprimento de pena de condenados que tenham prévia e voluntariamente prestado a colaboração.
Referência Bibliográfica:
Gabriel Habib, Leis Penais Especiais,4ª edição, 2013.

Outros materiais