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Resenha Santaella O Que e semiotica

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SANTAELLA, Lucia. O que é semiótica.  São Paulo: Brasiliense, 2007. Coleção primeiros passos – Nº 103.
O livro faz parte da coleção Primeiros passos que aborda assuntos em alta ou de difícil entendimento para o público geral, sendo assim Santaella traz de uma maneira fácil a explicação do que é semiótica, principalmente abordando a linha Peirceana, e como ela está presente em nosso mundo e em nós mesmos. A obra é recomendada para qualquer pessoa que deseje entender mais sobre o mundo das significações. O livro é dividido em sete capítulos sendo o último indicações de leituras relacionadas ao assunto abordado. No primeiro capítulo (Primeiros passos para Semiótica) Santaella traz, em forma de dialogo cômica, o primeiro obstáculo ao se estudar os signos, que seria o entendimento do público sobre esse termo e sua abrangência e posteriormente, na primeira divisão deste capítulo, um diálogo com um aluno que a questiona o que é semiótica e sua importância no mundo, a primeira resposta de Santaella tinha objetivo de causar incertezas (curiosidade) no aluno, já a segunda uma crítica sobre a falta de estudo da semiótica e de como não devemos apenas aceitar restos de estudos científicos que serão deixados para nós. Na segunda divisão do capítulo a autora traz a diferença entre linguagens verbais e não verbais, onde a linguística é a ciência da linguagem verbal e a semiótica a ciência de qualquer linguagem, nossa visão de que a língua é a mais importante forma de linguagem se dá devido a crença ilusória de que as únicas formas de conhecimento e interpretação do mundo se dão devidos a mesma, essa maneira de perceber a língua devido ao sistema social que vivemos onde somos sentenciados a apenas receber as linguagens e não as produzi-las. Como os fenômenos culturais só funcionam por serem fenômenos de comunicação, porque se estruturam como linguagens (verbal, não verbal entre outras) pode-se deduzir que qualquer prática social é uma pratica significante (que produz linguagem e sentido) e é no homem e pelo homem ou qualquer outro fator que se transforma sinais (estímulos emitidos pelo mundo) em signos, linguagens (produtos da consciência). Sendo assim a semiótica busca compreender e analisar a constituição do mundo por meio da linguagem. O Legado de C. S. Pierce é o segundo capítulo do livro e traz o nascimento dos estudos de Pierce que nasceram juntamente com dois outros movimentos um nos Estados Unidos e outro na União Soviética (serão abordados no penúltimo capitulo, Outras fonte e caminhos) no período de revolução industrial, que para Santaella fez emergir uma “consciência semiótica”, na primeira divisão deste capitulo a autora irá trazer as informações gerais da vida de Pierce, como: data de nascimento, local de nascimento, o nome e profissão de seus pais (e de como isso influenciou seu caminho cientifico), sua atuação acadêmica (como também a sua primeira formação) e sua migração entre as várias áreas do conhecimento o que possibilitou, segundo Santaella, seu estudo no campo Lógico e posteriormente Semiótico, onde tentou encontrar um código, ou uma sequência logico-simbólica para os eventos que acontecem no mundo, não importando em qual área do conhecimento ocorresse o evento. Pierce sabia que sua migração entre tantos campos de estudo não o trariam o conhecimento imediato como se apenas se focasse em um, sendo assim e devido também a seu pressagio, Pierce foi considerado um filósofo importante apenas após sua morte. Na segunda parte deste capítulo (Um homem dialogando com 25 séculos de filosofia ocidental) a autora irá trazer a caminhada de Pierce na filosofia, mesmo quando trabalhava em outras áreas Pierce nunca saia completamente da filosofia, sempre analisando outras matérias com um ar filosófico e foi seu incessante interesse na filosofia (principalmente na lógica) que fez com que ele relacionasse os outros conhecimentos e emergisse com a sua teoria logica, filosófica e científica da linguagem. Santaella, no final deste subcapítulo reflete sobre a importância de Pierce e do porquê de não ser-lhe atribuído o reconhecimento que merecia, em justificativa a isso a autora fala que Pierce estava à frente do seu tempo e talvez por isso sua capacidade científica não foi reconhecida. No terceiro capítulo do livro (Para se ler o mundo como linguagem) a autora começa a introduzir o leitor em alguns conceitos semióticos e da localização da semiótica nas áres científicas segundo Pierce. Como foi dito anteriormente sobre a relação entre cultura (produto social) e linguagem, Pierce acreditava que toda produção, realização e expressão humana era uma questão semiótica, mas ele ressalta que a ciência semiótica constituída por ele não é onipresente e muito menos em seu todo suficiente. Pierce sempre procurou sequencias de três em áreas do conhecimento, sendo assim ele conseguiu dividir os tipos de ciência em três categorias: 1. Ciências da descoberta (matemática, filosofia, ciências especiais etc) 2. Ciências da digestão (que formam um novo tipo de ciência a partir de outras) e 3. Ciências aplicadas. A semiótica, segundo Pierce estaria localizada dentro das ciências da descoberta na parte de ciências especiais e mais especificamente na segunda divisão das ciências especiais que seriam as ciências psíquicas ou ciências humanas. Na primeira e única divisão desse capitulo Santaella nos conta as redes teóricas nas quais Pierce se baseou e compara sua trajetória com alguns filósofos e destaca principalmente a sua diferença (de Pierce) com Hegel, e de como ele chega após esse trabalho de separação de fatos e informações em seu próprio corpus de estudo e sua relação com a fenomenologia para chegar até ele. No quarto capítulo (Abrir as janelas: olhar para o mundo) somos introduzidos na corrente semiótica de Pierce e na fenomenologia que inicia seus estudos teóricos, porem o conceito de signo para Pierce só será abordado de maneira direta no próximo capítulo. Para analisarmos os fenômenos de maneira direta (sem julgamentos e preconceitos) devemos desenvolver três tarefas, que são: capacidade contemplativa, saber distinguir diferenças nas observações e ser capaz de generalizar as observações em categorias abrangentes. Analisando esses fenômenos Pierce foi capaz de separar em três categorias os elementos formais de toda e qualquer experiência, que são: qualidade (primeiridade), relação (secundidade) e representação (terceiridade). No primeiro subcapítulo desta parte Santaella irá trazer a relação que Pierce estabeleceu entre sua tríade de categoria do pensamento em várias áreas de estudo e na biologia principalmente. No segundo subcapítulo desta parte a autora abordará a os conceitos estabelecidos anteriormente por Pierce. Primeiridade: seria a consciência imediata assim como ela é, sendo nada mais do que qualidade e sentimento, a qualidade da consciência imediata é uma impressão não analisável, inocente e frágil; a primeiridade é o presente imediato não sendo possível se abrir (não há tempo para fragmentação) para uma representação, a primeiridade não pode ser articulada ou pensada. Secundidade: a qualidade (primeiridade) é apenas uma parte do fenômeno e para esse fenômeno existir ele deve estar encarnado em uma matéria, a factualidade do existir se dá a partir da corporificação material e nessa corporificação do fenômeno que ocorre a secundidade. Terceiridade: corresponde ao pensamento em signos através da qual representamos e interpretamos o mundo, a elaboração cognitiva é a terceiridade; compreender é traduzir um pensamento em um novo pensamento de maneira interrupta. No quinto capítulo a autora nos traz a definição de signo segundo Pierce. A primeira definição de Pierce, segundo Santaella, era tão abrangente que o mesmo teve que limitar sua definição para que assim fosse possível para o público entende-la, sendo assim a definição de signo de Pierce explicada por Santaella é: 
“O signo é uma coisa que representa uma outra coisa: seu objeto. Ele só pode funcionar como signo se carregar esse poder de representar, substituiruma outra coisa diferente dele. Ora, o signo não é o objeto. Ele apenas está no lugar do objeto. Portanto, ele só pode representar esse objeto de um certo modo e numa certa capacidade.”
Pierce classifico os signos de maneira triádica, e são três as categorias mais conhecidas, que são: a relação do signo consigo mesmo, a relação do signo com seu objeto dinâmico e a relação do signo com seu interpretante. Sendo a relação do signo consigo mesmo relacionado com a primeiridade (quali-signo) ou seja um ícone, já que ícones não representam efetivamente nada além de formas e sentimentos. Já a relação do signo com seu objeto dinâmico relacionado a secundidade (sin-signo) ou seja um hipoícone que são sinos que representam seu objeto por semelhança e podem ser divididos em três: imagem (hipoícone de primeiro nível), diagrama (hipoícone de segundo nível) e metáforas verbais (hipoícone de terceiro nível). E por último a relação do signo com seu interpretante, relacionado com a terceiridade onde o signo é de lei (legi-signo) e é assim denominado porque diferente dos outros dois ele extrai o poder de representação porque é portador de um lei, convenção ou pacto coletivo que determina que o signo em questão irá representar o seu objeto, ou seja, é um símbolo. Para a identificação dos signos é preciso dos ícones e hipoícones. Sendo assim Pierce criou conceitos e métodos que nos permitem analisar e interpretar todos os tipos de linguagem, não apenas a linguagem verbal (escrita). No penúltimo capitulo, como dito anteriormente, Santaella irá trazer as outras correntes que surgiram juntamente com a de Pierce e seus autores principais. A corrente semiótica soviética surgiu na época da revolução Russa, o que fez que essa absorvesse alguns ideais e a escola de semiótica, na linha russa, se uniu com os estudos científicos da poética, e ficou conhecida como Circulo Linguístico de Praga e estudavam principalmente a ligação da linguagem com a cultura e a sociedade. Já a linguística Saussure tinha como principal estudo a língua e linguagem e da formulação de uma teoria que tinha como objetivo geral explicar o conjunto de regras e princípios de fundamento comuns em qualquer língua. Na divisão desse capitulo Santaella irá trazer o confronto entre a linha de estudo de Pierce e Saussure e posteriormente diferencia os dois e os termos atribuídos a cada linha, Semiótica e Semiologia respectivamente. Onde a Semiótica foca em todos os tipos de linguagem e a semiologia na parte da linguagem verbal. No último capítulo (indicações para leitura), como dito anteriormente é apresentado por Santaella uma serie bibliográfica que a autora acha relevante para o entendimento do assunto abordado no livro, que é a semiótica.

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