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INTERVENÇÃO X GOLPE

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Nos termos do artigo 142 da Constituição Federal, as Forças Armadas (Marinha, 
Exército e Aeronáutica) são instituições nacionais permanentes e regulares que possuem 
sua organização baseada na hierarquia e na disciplina. A sua finalidade é defender a 
pátria, garantir os poderes constitucionais e por fim, GARANTIR A LEI E A ORDEM, 
pela INICIATIVA de um desses poderes constitucionais - EXECUTIVO, 
LEGISLATIVO OU JUDICIÁRIO. Ainda, o mesmo artigo dispõe que as Forças 
Armadas estão subordinadas à autoridade do Presidente da República. 
 
Art. 142, CF - As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e 
pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, 
organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema 
do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos 
poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem. 
 
Ora, por meio de uma simples análise deste artigo já se verifica que, para que as 
Forças Armadas intervenham no intuito de garantir a lei e a ordem, elas necessitam que 
um dos Três Poderes tome a iniciativa. Isso nos remete ao artigo 36 da Constituição 
Federal: 
 
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: 
I - no caso do art. 34, IV, (garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes 
nas unidades da Federação) de solicitação do Poder Legislativo ou do 
Poder Executivo coacto ou impedido, ou de requisição do Supremo Tribunal 
Federal, se a coação for exercida contra o Poder Judiciário; 
II - no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, de requisição do 
Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do 
Tribunal Superior Eleitoral; 
 
Ainda, para que a intervenção ocorra, é preciso, obrigatoriamente, que seja 
apreciado pelo Congresso Nacional, conforme artigo 36, § 1º: “O decreto de 
intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução e que, se 
couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacional ou 
da Assembléia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas.” 
 O parágrafo 2º do artigo 142 diz: “Lei complementar estabelecerá as normas 
gerais a serem adotadas na organização, no preparo e no emprego das Forças Armadas.” 
Em 09 de Junho de 1999, foi publicada a Lei Complementar nº 97. Nela constam 
justamente sobre as normas gerais para a organização, o preparo e o emprego das Forças 
Armadas. 
 Quando da sua leitura, de plano já se observa que o Presidente da República é 
o Comandante Supremo das Forças Armadas e que estas, ainda, estão subordinadas 
ao Ministro de Estado da Defesa. Há um chefe das Forças Armadas - um oficial-
general do último posto, da ativa ou da reserva – que é indicado pelo Ministro de Estado 
da Defesa e nomeado pelo Presidente da República. (artigos 2º, 3º-A da referida Lei). 
Daí depreende-se que as Forças Armadas não têm autonomia alguma e, por isso, 
qualquer ação oriunda delas deverá ter o aval de seus superiores. 
 O capitulo V da mesma Lei, em seu artigo 15, fala sobre o emprego das Forças 
Armadas: 
Art. 15. O emprego das Forças Armadas na defesa da Pátria e na garantia dos 
poderes constitucionais, da lei e da ordem, e na participação em operações de 
paz, é de responsabilidade do Presidente da República, que determinará 
ao Ministro de Estado da Defesa a ativação de órgãos operacionais, 
observada a seguinte forma de subordinação: 
I - ao Comandante Supremo, por intermédio do Ministro de Estado da 
Defesa, no caso de Comandos conjuntos, compostos por meios adjudicados 
pelas Forças Armadas e, quando necessário, por outros órgãos; (Redação 
dada pela Lei Complementar nº 136, de 2010). 
II - diretamente ao Ministro de Estado da Defesa, para fim de adestramento, 
em operações conjuntas, ou por ocasião da participação brasileira em 
operações de paz; (Redação dada pela Lei Complementar nº 136, de 2010). 
III - diretamente ao respectivo Comandante da Força, respeitada a direção 
superior do Ministro de Estado da Defesa, no caso de emprego isolado de 
meios de uma única Força. 
§ 1º Compete ao Presidente da República a decisão do emprego das 
Forças Armadas, por iniciativa própria ou em atendimento a pedido 
manifestado por quaisquer dos poderes constitucionais, por intermédio 
dos Presidentes do Supremo Tribunal Federal, do Senado Federal ou da 
Câmara dos Deputados. 
§ 2º A atuação das Forças Armadas, na garantia da lei e da ordem, por 
iniciativa de quaisquer dos poderes constitucionais, ocorrerá de acordo 
com as diretrizes baixadas em ato do Presidente da República, após esgotados 
os instrumentos destinados à preservação da ordem pública e da 
incolumidade das pessoas e do patrimônio, relacionados no art. 144 da 
Constituição Federal. 
 
Diante do que foi exposto, conclui-se que a intervenção militar, nos moldes que 
foi abordado pelo General Mourão, como forma de "tomar as rédeas" do governo 
brasileiro, é uma ação totalmente inconstitucional, pois contraria os preceitos 
constitucionais previstos em lei, já que as Forças Armadas estão subordinadas ao seu 
Comandante Supremo, o Presidente da República, e tem o dever de proteger os Três 
Poderes e não ameaçá-los. 
 Assim, há um grande equívoco de interpretação do artigo 142 da Constituição 
Federal, quando se diz que a chamada "Intervenção militar” deporá os Poderes 
constitucionais constituídos, visto que as Forças Armadas destinam-se à GARANTIA 
desses Poderes, e que elas utilizem a sua força para cumprir a lei, defendendo a 
autoridade suprema do Presidente da República, e não o contrário. 
Enfim, as Forças Armadas não têm poder constitucional para fechar o 
Congresso, expulsar presidentes da república e comandar o Judiciário. Estas coisas são 
típicas de golpe militar, que pelo visto é o que se quer. E isso pode se caracterizar um 
golpe quando se lê o que está previsto no Artigo 5°, inciso XLIV da Constituição 
Federal: "constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis 
ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático." 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
Acesso em 20 de Set. 2017. 
BRASIL. Site do Planalto. Constituição Federal de 1988. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em 20 de 
Set. 2017. 
BRASIL. Site do Planalto. Lei Complementar n° 97, de 09 de junho de 1999. 
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp97.htm>. Acesso 
em 20 de Set. 2017. 
NEVES, Roberto de Aquino. Jornal GNN. Uma "pílula" jurídica contra o chamado 
golpe "constitucional" (intervenção militar). Disponível em: 
<http://jornalggn.com.br/fora-pauta/uma-pilula-juridica-contra-o-chamado-golpe-
constitucional-intervencao-militar>. Acesso em 20 de Set. 2017. 
Significados. Significado de Intervenção Militar. Disponível em: < 
https://www.significados.com.br/intervencao-militar/>. Acesso em 20 de Set. 2017.

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